Você está na página 1de 9
of ma. nota MUUEM.PLYSEER:, nerao dedicedas a consideraguo da nossa herenga ju die, Pegowihes, preliminarnente, dr tentar esquecer, dey por em parentese fenomenologica, o fato de que o judeismo einda exists. 0 tema destas duas avlas nade tem’a ver com o judaiano tal como este se conservou, talves pore doxalnente, no curso da hist6ria do Ocidente. Trotar& exclusivamente do ju daismo tal’ como este contribui para a formagao da nossa civilizesao, © por= — ~ tanto para a formagao dos nossos conceitos. Sem dfivida 6 0 fenémeno da per sistente continuidade do judaisng um fenémeno interessante, Sem divide ten algo @ ver com e Vitelidede def'evelageo da qual as nossas dues cules trata rao, e sen ddvida representa um problema pare o Ocidente, um problema cuje— amplitude e profundidade € apenas esbogade nos termos "salvage" e "entise- nitismo", Was todos estes aspectos do judaisno sac eatrenhos ao nosso tema e, com pesar, excluo eles tanto de exposigao como do debate. Aquilo que changrei de "judaismo" neste curso ser, portento, aquele projeto existencial que brotou, in illo tempore, de um certo nimero de mitos egipei- os, babil6nicos e siriseos, que refebeu'o seu immilso central no mito do mon te'Sinai, que se rituolizou rigidanente de actrdo com regras contidas em li ros chamados "o Velho Testamento", que se tornou evtc-consciente num fenéme— fo chamado "profecia", e que, apbs contato con os gregos, recultou no cristi- anism, Trata-se, como vén os semhores, de um esforgo de definir o judaismo Limitando-o em nosea diregao, mas deimehdo-o averte em diregao do passado. As, origens do judaisno, cono toda origen, seo misteriosse, ¢ tentei deixar este * nisterio intocudo na definigao proposta. Wes excluf do conceito todo aquele desenvolvimento que principie con o Talmud, @ neo ser que queiremos considerer ; fs Bvangelhos como una espécia de Nichna, "0 talmd , como talvez os senhores Sabem, 0 conjunto das teories e préticas que se beseiam no Velho testanento, foi elaborado durante os duzentos anos precedentes e os dusentos anos posteri~ ores @ €poca do Cristo, © forma a base do judaismo tal como o conkecenos moder nanente, Sse talmud tem dois aspectos: michna e gemara, senda a michna, gros go modo, a teorfa. De um ponto de vista cotritamente formel ned pessa porten- to o Novo testamento de ume michna. A definigao do judaiemo que lhes acabed de propor exelui todos esses desenvolvimentos, e nao fer& portanto esse desen— Volvinento parte destagexda proxime cule. Ma‘ presente aula tentarei der-lhes tma ideia do projeto existencial do judeiemo, tal como o acabei por definir, ¢ ha préxima exporei alguns daqueiles conceitos que, a meu ver, continuamos a sbri gar gragas a esse projeto. : Gonegarei por relomtrar-lhes wm aspecto do mito de Abrao, no quel esse pai da £6 faore primefro 0 sol e ae ostrelas, para depois adcrar Aquilo que traancende og, Céus. Bese salto para f6ra da netureza me parece ser nao ebmente o fundanento Go jadeismo, mas ainda a caracterSitice fundanental de toda a nossa oiviliza— geo, que a distingue de todos os demais projetos. Veremos, futuranente, que Aouve'um avango paralolo entre os gregos, mas veremos tanbén, que entre eles tomou um rumo diferente. Darei, primeird, 0 aspecto ontol6gico desse salto, | para depois tratar do seu aepecto epistendlégico, btico e estético, nesta order o'mito de Abrao revela 0 ser como algo que transcende a netureza, e revels a nex tureza como um sub-produto do ser, um sub-produto dentro do qual e com o quel J, o'ser funciona, Refela, om outrad palevres, & cubjetividade e absolutidade do | Ser, e a odjetividade e'instrumentalidede da natureza. A netureze € objeto e fnetrunento do ser subjetivo e absolute, A natyreza neo 6, portento, como ter; aoa ser para os gregos, uma ilusao que esconde™o ser, mas'é mito pelo contr! Sfos ima forma autentica de ser, a saber ela & 0 cono'o ser funciona. Nao by / Tong nos gregos, duas camadas ontolégicas, uma fenomenal e outra noumenal, nas. Be, muito pero contrério, uma Gnica realidade que tem 0 seu aspecto subjetivo, Bbscluto e transcendente, e seu aspecto objetivo, instrumental e imenente. 0 eeebe realize na netureza, embora a transcenda, como 0 homem, esse cépia do Sex Eteoluto, ve realiza nos seus inotrumentos,’'enbora os trenscenda. 40 pro- jeto juceu nko despreea portanto a natureza, cone 0 fazen, os jcelistad When iPSfnaidere wa totalidade do ser, como o fazen oo materialisteéfinas a consite 8 oreatecto instrinental do ser, real portantomymeleével, isto ¢ tranpfornl ol de fora. Teo termed a consequencia epistemolégica densa concepgao aa realidade. Com nhecer a natureza 6 possui-la, § trensforma-1a, violente-la, ,iiés, 6 we ter wade ‘ VILEM FLUSSER : exetanente neste sentido que a Biblia emprega o termo “conhecer", por exen- ! plo: "Abrao conheceu Sara". Como podem observar, portanto, tem 4 conhecimen | to da natureza um cunho curiosamente marxieta. Este tipo de conhecimento 6 | un trabalho, una obre, ou en hebréico "mitavé", Balta~ihe aquele especto te rico que caracterizao conhecinento da natureza no sentido grego. les, el&m do conhecimento da natureza, hf ainde 0 conhecinento do absolute Bese 6 um conhecimento Passive, que nds advém pelas revelagoes mediates, Ao queis de- vemos conserver fidelidade, "emuni",a £€ portanto. Pelo trabalho © pele £6 | portanto alcangamos conhecimento, e’a formula "ora et lebora" caracteriza ben! a epistemologia judia, tal come & revelada no mito de Abrao. 1 Com esta considerggao j& nos adentramos na 6tica que este mito revele. Em pri’ Heino Inger ole noo oferece wna eocala de valores, 0 supreko Hen € o'ser at=| soluto, consequentemente o supremo Nal 6 o nao-ser. As coisas da natureza sao boas emquanto instrumentos, mas nao sao boas em si: “Amarfs a Deus sobre | todas as coisas". 0 homen tom'pma tarefa: obedecer o ser absolut grabaihan do, Nessa tarefa entra dois coneitos tipicamente judeus, "Obedecer" 6 ume raiz hebréica que consiste das letras "ch" e Essa raic“eighifice, elém | de “obedecer", ainda “ouvir” ¢ "defender", e, em Gltima anflise, significa none". "Chen Israel" significe portanto “obedega, 6 Israel", "ouga, 6 15- reel", "defends, 6 Israel", © "chem" 6 0 Nome do supremo ser, 0 none canto, Ea palavra "obra" = ‘nitsvé" significa ainda lei e honra. Se portanto os socialistas Je cumprimentam dizendo "honraéo trabalho” cometem um pleonaemo do ponto de vieta judeu. Deus € Aquele que nos sanctificou "bemitsvotov", com fe honra de nos ter dado leis para o trebaiho. Nessa honra de ter leis pare © trabalho reside a eleigso de Israel, da qual tratarei dentro em pouco. A Stica judia 6 portanto um observer de’ leis reveladas pelo None santo, ea 1d berdade reside na possibilidade de escuter ou nao essa véz que proclama 8s ~ leis honrosas. A nao-observagao, o nac-escutar, o contrario de “mitsva" por tanto, € 0 pecado. 0 pecado ten portanto dois aspectos, o pecado passivo ¢ © pecado ativo, Nao transformando a natureza™de acordo com os mendanentes estaremos cometendo o pecado passivo, Transformando a natureza em desacordo com 0s mandementos estarenos gonetendo 0 pecado ativo. 0 pecado passivo € mau, porque conduz ao nso-ser: 0 pecado ative 6 mau, porque desvirtua a na~ turéza, porque a perverter( Notem que todos os coneeitos que estou utilizan do, onbora tipicomente portugueses, sao fundamentalmente judeus). A vorver- seo da natureza pelo pecado, conaequencia do nac-eacutor fos mendamentos, re sulte num desequilibrio, porque a natureza foi construida de acordo com esses’ mandamentos, Essa perversao € vortento "injusta", sendo "justiga" e "equi- Iivrio" singnimos, & saber "tsidea".”>A obediencia aos mandamentos restabele ce 0 equilibrio, @ portente justa, @ o homem que escuta e observa os manda~ nentos 6 justo "tsadic", Entretanto essa justiga nada tem da moderagao eri- stotélica, do "golden mean", nao 6 um compronisso. A justiga 6 radi celmente oposta ao pecado, € una justiga “engagée", pare falarnoa modernanente. A or fica dessa juatiga purifica, conduz & pureze “cachrut", A Injustiga, o nao observar dos mundumentos, o nso escutar a véz do Nome, @ a vergonha.’ E com © conceito da vergonha entramos na estética que o nosso mito revele. ‘A vergonha 6 um conceito fundemental judeu, portanto do Ocidente. Todos os Gomais projetos seo uns sen-vergonha, inclusive 0 projeto grego. Kafka diz que sua vergonha era tao grande que SerA a sua imortalidade. A vergorha 6 0 aspecto estético, viveneial, do pecado. J& no mito de Adao surge depois do pecado origingl, ¢ aconpenha o Ocidente quel sombre, 0 peoado & vergonhoso, & nojento, € féio, porque ververte a naturezaida justiga, do equilibrio, por {onto quebra-ihe @ beleza. 0 peeado passive & vergonhoso, & portento var- gonhoso 0 corpo ni, o campo nao aredo, a ajuda a0 préximo'nao prestade. B , Gergonhosa a contenplagao eatéril, a cepeculageo tebrica nao “ongegée”, © trij teza do coragao, como diz a Igreja. Bo pecado ativo & vergonhoso, 6 porten to vergonhoso 0 edultério, a destruigao das colneitas, o assessinio, & ver- gonkooa & false £6, (0 pagenisno), # vergonhoao 0 amor pelas coisas e por si feemo, a soberba, como diz a Igreja. A natureza como campo desses pecados 6 vergonhosa, & feia. Ea justiga € bela. £ belo o corpo vestido de acordo com os mandementos, 6 belo o campo cultivado de ncordo com eles, € bela a aju > Qelic ~ pele gue joe: (Charan = Aasete aye teRveRté) >» Gu > TEDE QM aa WWEMERY SER rei0 on onsinomentos Divinos, ¢ eno dela os nosens cengoes em louvor do Nome. = & natureze comgtembo de justige & bela. Tesa beleza nao & algo subjetivo, mas est& objetivumente localizeda dentro da ne tureza. Podenos dizer que case beleza choma-se "cultura", £0 ver es tenaes de Joc6, 0 burro de Bileam, inimigo e pecador, proclena: *Quso belas sao tee as tendés, Jach, tuas moradius, 6 Israel". Abeleza ¢ consscuencie do tras Delho modificadar do honem sobre a naturese, trabelho esse de acordo com os mandamentos, Cono vém, trata-se de ume calocekatia, embora num sentido nue nao teria ocoride a Platao, 8 claro que uma estéticn assim, (@ digo isto de paccagen), € nais amiga da nisica e da poesia que das artes pldeticas e do teatro. ties voltarei futuramente para o problema, : B pena que as linitagoes impostas pelo programa deste curso nao me vernitem * que me oprofunde meie nas potencialidades do mito de sbrao, e mito menos am outros witos. Pora aqueles que se interessam reconendo a leitura de "tenor e trenor" de Kierkegaard, que ilumine um outro aspecto do mesmo mito, a ga~ der o sacriftio do filho. Para o propbsito do presente curso a minha anblise superficial deve bastar, pare que, a Dartir dele, inca proponha um esbogo. do projeto judeu. Esse projeto, como j& disse, recebeu o seu impulso central no mito do monte Sinsi, o qual portanto recapituio: Moists € chamado. Sobe a° montenha. Recede os Dez mandanentos. E desce. E tudo isto lhe acontece na qualidade de lider deum povo. Og elementos a0 projeto sao portanto o ter sido chanado (eleigao), a subida (purificagao) os mandamentos (o contrete) e a descida (sacerdécio), ¢ tudo isto referente,a um povo. Sao elementos que fozem parte, todos eles ou algune deles, também de outros mitos, mas a sua constelagao especifica no mito do monte sinai projeta uma especifica manei— ro de existar, que 6 0 tems desta aula. A estrutura fundamental de oi tuagao que este projeto cria & a relagao sujeitorobjeto. H6 um sujeito, (o ser eb soluto), hé wm objeto,(o pove), e hé ume relagao entre ambos (0 contrato). Con efeito, a estrutura fundonentel dessa situagao & identica com a estruiu- re fundamental da frase des inguagflexionais, identidade essa da qual tra- tel no curso do ano passado, Podenos portanto dizer que o mito do monte Si- nai 6 0 protétipo de todas as nossas frases, um urototipo no qual o sujeito € Deus, 0 objeto 6 Ierael, © o predicado & *brith* (0 contrato). 0 sujeito trenscende a situagao, 0 dbjeto 6 0 instrunento pelo qual o sujedto funcio- nana situagao, eo predicado & esse funcionar do sujeito. Mes ha, além ais. So, wma stitil transformagao da relagao entre sujeito @ objeto no nosso mito. Pelo contrato transforme se o objeto, antes puramente instrumental, om par— ceiro do sujeito. Para falarmos con’Puber, tranaforne-ce 8 relagao} antes una relagao "eu © isto" (ich und es), na rélagao feu e tu" (ich und du), e surge a relagao do recouhecimento, elo contrato Deus reconhece Israel’e Is~ Faei reconhece Deus. ‘Trata-se, com efeito, de uma relagao amorosa. Nas a- presso-me para evitar que essa seja semualizada. Deus parece ter 6 papel mas culino como aquele perceiro que escolhe e que sé inpoe pelos mandomentos, mae Ble perece ter o papel feminino como aquele perceiro que quer ser procurado @ possuido. f portanto una situagao anorosa que Ultrapassa es categorias da sexualidade. Direi que se trata da situasao anorosa da conversagao no mais amplo sentido deste termo. 4 estrutura fundamental de situagao criada pelo projeto judeu 6 a da conversagao portanto. £ a situagao da conversagao do homem orgemizado em povo com 0 ser transcendente. B este 6 um aspecto per— anente da situagso do Ocidente. A nossa civilizagao pode ser caracteriza- mo eonversagad com o ser transceniente, Pare isto fouos eecolnidos. ‘Abner bakhar bam mico) heanin" (Fle nos esool- heu entre todos os poves). Neo importa quen sao esses nbs escolhidos no mi— to para perticipar da conversagao com a realidade. Se sao um povo pastoril, , chanado Israel, ou se sa0 a Igreja cat6lica, ou a classe proletéria, ou oo Normoes, o importante 6 a eacolha. A escolha, @ eleigao, separag2o, ou qualquer que seja o termo que queiremos aplicar, 6 um trago fundamental do }rojeto judeu, Ro qual neo podemes escapar, enbora o tontemos, J4 que entra fn choque com’a nossa herenga grega. £ fonds escolhidos, neo individvalmente, mas em grupo. ese trago do sito, esse conceito do "povo escolhido* 6 um tra a4 so irMbEM FRU RSED osviiizageo © marca definitivanente todoa on nose: Geitos politicos, econémicos e sociais, de maneira que para nés esses concen tos sejam definitivamente projetados. A politica e 2 economia 820 e nbs a ciplinas preperatérias para a conversagao com 0 transcendental, e ‘todo estado S todo sistema economico, tanto o feudal’ como o mercantil, tanto’o ce] talist es Ro 0 socialista, sac clvitates Dei cono preverstives para e subsde Lo monte Soe Rasy ondefeccbeimos 09 nenlanentos. Pee nstes mandanentos sao 0 enainamento de verdade. "Veneta 3 deun6s a Tork). A verdade como revelagad, e ¢ consequente sborigne ae pecs do, 8 verdade portanto nao como contrario do erroy mas como contreelo aa nore timER1 como ela esté projetada rio mito do Sinai, € uma heranga juaia que co- loce o Ocidente diante de um problema insolfivel, Veremos mais tarde neste cur- to, gue & noses Givilizapeo tens polo nenoa, Sad toy enone area neete oe saber a alethéia grega, a Veritas latina, e’a Wahrheit germaniea, conceitos es- es inageimileveis. “ode parcoos—tnoon dg ganhe exponssene meek Seek ake Shee estou Zalando nao é tuo radi cainotitehbeverande soseataee, Jenene Se 8eS para Socrates verdade e virtude se confundem. ‘erei, entretanto, primeira a analisar os mitos gregos, © principalmente o mito de Orfeu, pera demonstrer & inassimilibilidade desses dois conceitos. Pelo contrério, do ponto de vista judou 6 a moeutica socrética un procedinento vergonhoso. "Nao feves pesquizar” #'a insorigao que se 16 na porta de entrada para a verdade judia. "Devee exc perar até que para elag sejas chemado". Porque o ser absolute deve cor proci- rado pelo amor, @ nao pela pesquisa. Ble 6 0 doador da verdade,"ngten hator&, @ nao Gye que esconde a verdade a ser deecoberta:"aletheia", A impossibilida— de da rlossa civilizagao em former um conceito unificado da verdade 6 uma des {| suas elasticidades, ¢ portonto ume das esperengas do sua continua eberture. Desconsiderarei os’demais aspectos do mito, pare formlar o que me parece ser © projeto judeu. A existencia humane, de acordo com esse projeto, & uma exis- tencia jogada dantro de um mundo instrumentallyela realidede transeendente. A sua situageo € portanto uma situageo de desterros Oa misticos judeus cheman ela de “galut da chekhiné" (desterro do ser), e a Igreja chama a mesma situa- gao de "non peccare non posse", Was @ salvagao dessa situagso 6 possivel. & Posoivel de duae monciras. Primeizamente pelo trabalho sobre o mundo instrumen tal que cerca a existencia, de modo que se crie umn sociedade que seja chanade” pela realldade transcendental pere uma conversagao reveladora. B segunianente pelo enor da realidade trenscendente. Com efeito, ambas escas poosibilidedes a0 o verso e o wnverso da mesma moeda, £ pelo amor 0 ser que nos estabelecev que transformamos 0 nosso mundo. E & pela transformegeo fo nosso mundo que de- monstremos 0 nosso amor “o ser que nos estabeleceu. & nosse salvagao 6 porten- ‘to simulteneamente a selvagao do mundo. A 6poca messianica, o reino dos ceus sobre a terra, 6 a meta desse projeto. E 6 politicamente, socialmente e econ6— micemente que alcangaremos esse eatado de coisas. 0 projeto existencicl judeu @ um Projeto fundamentalmente 6tico, social, e imenente, Justamente por ser im= pelido pelo emor 20 tranacentente. A 'vide judia @ una vido enquadrada me soci~ edade e na sociedade se realisa, embora e justamente eeja ela ume vida dedica- da A conversagao com o de todo diferente, £ por esta razao que o problema da morte aparece nesse projets apenas em surdi- Ta. Esge problema, que € tao fundamental para s nossa civilizageo, e que ooté tao {ntimamente ligado com oe problemas de alma e da imortolidade, n6s nao o her: damog dos judeus. Para eles, z 0 tu_que entra em conversageo com o eu absoluto nao Exo individu, mas o povo imortel e quase tao eterno quanto o Sterno. Esta € @ razao principal porque o projeto judeu nos parece ser tao primitivo, Para ele um dos nosaos problemas principals quase nao existe. Neste sentido podenos Giger que superanos o projeto, jugeu nun sentido hegeliano, Embora e aituagao | judia seja a noosa, 6 a nos ‘to mais complexe, Tem todas as problematicas * Ga situagao judia, mas tem muitas outras. Limito esta aula & eatee consideragoes perfuntories, para pernitir o debate que, dada a virulencia dos problemas por mim expostes, certemente ser& acirrado. Na! promina aula aprofundarei os conceitos hoje introduzides, e apresentere! outros. Pego-lhes, portanto, de manter em mente, que a presente exporigao é incompleta mesmo do ponto de vista deste curso. “sas XI sta aula, e a préxima, serao dedicadas & consideragao da nosse heranga judia. Pego-1hes, preliminarmente, de tentar esquecer, de por-em parentase fenomenolégica, 0 fato de que o judaismo ainda existe. 0 toma destas dues aulas nada tow 8 ver cou o judaismo tal como este se conseryou, talvez paredoxalmente, no curso da histéria do Ocidents. Trataré gxclusivamente ‘de judgismo tal como este con- tribuiu para a formacao da nossa eivilizacac, 2 portanto para a for magao doo nossos conceitos. Sau duvide 4 o fendmeno da persietente continuidede do judeismo um fenéueno interessante. Sem divida ten algo a ver_com a vitalidade da revelagac da qual as nossas duas au- las tratarac, e sem divide representa um probleua para o Ocidente, um problama Cuja amplitude 2 profundidade ¢ epenas esbogeda nos ter mos "salvagao" e “anticemitisno". Nas todos estes nspectos do judais mo @a¢ gotranhos ao nosso tema e, com pesax, excluo eles tanto da exposigao como do debate. . Aquilo que chamerei do "Juiaisme" neste curso serd, portanto, a- quele projato existencial que brotou, in illo tempore, de um certo nimero de mites egipeios, babilénicos » siriacoa, que racabsu o seu impulse central no wito do wonte Sinai, que se ritualizou rigidemen- te de acdrdo com rograe contides em livros chamados "o Velho Testa - nento", que #9 tornou auto-coasciente num “fendueao chamado “profecia", e@ Ue, Pee Contato com os gragos, resultou no ctietianisno. Trate-se, como én 08 senhores, do um esforgo de definir o_judaicmo linitando-o em nossa diregoo, mas deixaads-o aberta em direcao de passado. As ord gena do judeismo, como toda erigen, sao wisteriosas, » tentei deixar ests mivtsrio intocade aa definigao proposta. Mas exelui do conceito todo aquele desenvolvinento que principia cow o Talmud, a nao ser que queiramos considerer os Evangelhos como uma espécie de Michna. 0 | talmud §, como talvez os senbsres saben, © conjunto dae teorias « pra. tions que se baseiam no Velho teatamonto, foi elaborado durante o3 duzentos nos precedentes » os duzentos anos posteriores & épocn do Griste, « forua a base do judaieuo tal come o conheasmos modernansnte. almud ten dois aspectca: michaa © gewara, sendo a michne, gross modo, a teoria. De un porto d> vista estritaments formal nao passe portanto o Nov testamanto de uma wicha: hes ecabet de propor axclui tedos =! v: portento mane denenvolvineato parte desta = dn préxina aula. Ne. presom $e aula tentarei dar-lhes une idsin do projeto sxistencial do judniomo, elcome o acabet por dafiair, ¢ ma préxima sxporei alguas dequelas condeitos que, A mau ver, continuamos a abrigar graces a ease projeto. Comegarsi por relembrar-1hes um aspscto do wito de Abrac, no qual sass pai da f$ adora primeire o sol + as setrelas, para depoie aderar Aquile ‘age tramsceds os odus. sss snlto para fora da natureza Wo parece sar ngo soments o fundamento do jadeismo, mes aindi a caracteristics funda- usntal de tode a nosaa civilizagao, que 2,dietingue de todos os. dameis projetos. Varsmos, futuranents, ‘que houve“um' avance paralele eatre of @regos, Was varenes taudsu, gi omtre eles tomou um rune diferente. Darsi,primeire, o aspacte ontrlggico dasss salto, para depois trater do sau_aspecto epistencligico, “tice » astético, nosta orden. 0 mito de Abrao ravela o come alzo que transcends a natureza, @ revela a natureza como um sub-produto to ser, um sub-produto deatro do qual ¢ com o qual o ser funciona. Reveln, om outras palavres, a subjetividnde a 2 6 absolutidade do,ser, e a objetividede o instrumentalidade da natu- raza. A naturoze é objeto © instrumento do ser aubjstive @ absolute. A.natureza nao 6, portanto, ,cono tende a ser para 03 gregos; Ute 11x sa0que esconde o ger, mas 6 muito pelo congrario, umg forma auténti ca ‘de ser, a saber ela ¢ 0 como o sar funciona. Nao ha, como nos gre 898, duas comadas ontoldgicas, una fenomenal e outre noumenal, mas ha, muito pelo contrario, uma tnica realidade que teu o seu aspecto subjetive, absoluto e transcengente, e sei aspecto objetivo, inetru= nental e imanente. 0 ser se realiza na natureza, embora a transcen- a, como o howew, e98a cépia do ser absoluto, se realiza nos seus ing trumentos, embora os transcenda. 0 projeto judeu nao desproza portan- toe natureza, como’o fazem os ideslistes, nem a considera.a totalidg de do ser, cémo 6 fazem 09 materialistas, mas a considera-o aspect justrumental do ser, real portanto s maledvel, isto é transfornavel. le fora. zs Gonsideremos a conseqtiéneie epistemolégics dessa concepgao da reg- lidade. Conkecer a natureza 4 possui-la, 6 tepneforma~la, § violente- ja. Alide, 6 exatamente neste sentido que a Biblia emprega o termo “conhecsr", por exemplo: “Abrao conhecsu Sara". Como podem observar, portanto, tem o conkacimento da natureza um ounho curioso margista, Beta tipo de conkeoiwento é un trabalho, umu.obra, ou em kebraico " “missva". Falta-1he aquele aspecto tedrico ‘que ceracteriza o conhe- cimento de natureza no sentide grego. Mas, alan do conkecimento pasai Yo, que nos advén pelgs revalagoes imadiatgn, Se quais devonos eonser var fidelidade, “ouuna", a £6 portanto. Pelo trabalho e pela £6 por - tanto alcancamos conhecinento, 2 a formula “ora et labora" curacteri-_ 2a bem a epistemologia judia, tal como ¢ ravelgde no wito de Abrao. on esta consideragao jé nos adentranos ne ética que asta mito re- Vela. Bn primeiro lugar éle noo oferece uma escala de valéres. O_eu — pheno Bau 4 0 ser absolyto, consegtientemente o supremo Mal g 0 ndo-sor. As coisas da natureza sao boa enquanto instrumentos, aS nao 840 boas ou oi: “Amarés a Dous sébre tédas as coises". 0 homem tem wa taref at obedecar o ser absolute trabalhgndo. Fasae targfe entren dois conceitos tipicamente judeus. "Obedecer" § uma raiz hebraica que consiate das letras “oh” @ "u". Bose reiz significa, além de “obedecer", ainda "our Vir" @ "defender", ©, em Ultima analige, significe "nome". "Chema Isreel" significa portento “obedega, 6 feraci", “ouga, 6 Teracl", "der fonda, 6 Israel”, @ "chem" 6 o Nome do supreuo ser, 0’ nome Santo, 3 a Palavre "obra" ='Mitsva" significa ainda lei honra. Se portanto of Socialictes se cumprimonter dizendo “konra a0 trabalho" cometen um Pleonasme do ponte de vista judeu, Deus 6 Agugle que nos santi?icou “beni tsvotov", con a honra do nos ter-dado leis para o trabalho. Nessa honra de ter leis para o trabalho reside ,e sleigac de Ierael, da qual tretarei dentro am pouco. A ética Judia ¢ portanto um observar de leis ravaladas pelo Nowe ,sento, 9 a liberdade reside na possib{lidede de 28 outgr ou neo essa véz gue proclama ag leis honrogas. A nao~observagady © nao~escutar, o contrario de "mitevd" portanto, 6 0 pecade. O pgcado tew-portanto dois aspectos, o pacudo paseive e © pacado ativo. Nao transformando a ndtureza de acérdo com os wandamentos estaremos cometen do pecado passivo. Transformando a natureze em desacérde eon op | Bandementos s3tgremos cometendo o pescado ativo, 0 pacado passive 6 Revs Porgue conduz a0 nno-ser. ? pacado ative Sma, porgua desvirtua @ natureza, porque a perverts. (Notem que todos os conceitos que ectou ‘ 3 utilizando, embora_tipicnment portugueses, si0 fundamantalmente judeus). A perversao da netureza palo pecado, eoneaqiéneia do "c0- escutar dos wandamentos, rasulta num desequil{brio, porque o natu~ rgza,foi construida de xcérdo con esses mandanentos. esa parver — £80 Bontanto injustel ; Sendo "juetiga” ¢ “equilfbrio" sinénines, a saber “teides". 4 obadigncia aos mandamantos restabalece o aqui- lfbrio, 6 portanto juste, e 0 bomen que esouta e observa os manda- nentos 4. juste "teadic". Sntretanto easg justign nada ten do node- regao aristotélioa, do "golden maan", yao 6 um coupromisse, A jus- tiga 4 radicalmente oposta ao pecado, 4 uma justiga "ongagée", pa— fa falarmos modernanente. A pratioa dasse justiga purifica, conduz apureze "oachrat". A injustica, o nao obsarvar dos mandamentos, o neo escutar a véz do Nome, 4 a vergonhe. %. com o conosito da vargo nha entramog’na estética gue o nosso mito revela. A vergonha @ um cénceito fundamental judeu, portanto do Ocidante. Todos os demais projetos ao uns sen-Vargonhe, inclusive o projeto grego. Eafka diz que sua yergonha era teo grande que seré a sua imortglidade. A vergonha 6 o aspecto estético, vivencial,, do pece- do. Ja no mito de Adao surge depois ao prcado original e agompanha © Ocidente qual soubre. 0 pecado 4 vargonhoso, 4 aojento, 4 feio, Porgus perverte a natureza de justiga, do equilfprio, portuato quebra~lhe a baleza. 0 pescado, passivo.é vergonhoso, 4 portanto ver— gonhosg 0 corpo mi, © canpo néo_erado, a ajuda no proximo ngo pres- tada. vargonhosa » contemplogao gstertl, a especulacao tedrico nao “engagse", a trigteza do coregao, como diz a Igreja. % 0 pacado ativo-4 vergonhoso, é portanto vergonhoso o adultério, « destruigao des colheitas, o assass{nio. % vergonhosa a false £4, (0 paganiono), & vargonhoso 0 amor polas coieas e por ai mesmo, a goberba, como diz a Igreja. A natureza como campo desses pacados 4 vergonhosa, 4 fein. Ya juotica 6 dela. 4 belo o corpo vastido de acbrdo com on, 6 belo 9 campo cultivedo da ecérdo com les, 4 bele a ajude ao pro- X4mo, 2a0 belos os ensingnentos Divinos, ‘e 340 belas as noseas: can- goss om louvor do Nome. % @ netureza como campo do justicn 6 bela. Basa Deleza nao 4 algo subjetivo, mas estd objetivamenta localizada dentro da natureza. Podguos dizer que essa bel-za chete-ce "cultura". Ao ver as tendas de Jacéd,-o burro de Bileam, inimigo © pecader, pro- Clemo: "Qyac belas sao tuns tondas, Jacé, ‘tua woradies, 6 Israel”. A beleza é consequencia do trabalho modificador do honen s8bre a na- tureza, trabalho esse de acordo con os mandemantos. Como vén, trata- Se dg umg calocagatia, ambora num santido que nao teria ocorrido. Plntao. ¢ olero qu una eststica essin, (2 digo isto de passagen). wais amiga ‘de misice 2 da poesia que das artes plasticas a do tentro. Mae voltarel futuraméntepara o problema. a Pens que 28 limitagdes impostes pelo progreun deste curse nio Me Perwitem que me aprofunde mais nas potencialidates do mite de Abrao, ¢ muito menos em outros mitos. Para aqueles qua 89 intereveam Fecouendé a leitura do "teuor e tremor" de Kierkegaard, que iluvina um. outro aspecto do maamo wito, » saber o sceriffcio do filho. Para © propésite de presente ourse 4 minha snalise superficial dove bester, Pare que, a partir dele, lhes proponha um sbégo do projeto judeu. ese projeto, como ja disse, racebeu o seu impulgo central no wito do monte Sinai, o qual portanto reoapitulo: Moieds 6 chamado. Sobe a montanha. Recebe “os Dez Mandamanios. 3 desce. ® tudo isto lhe geonte= ce na qualidade de lider de uo povo. Os eleusntos do projeto sao por— 4 tanto sido chamado (eleicao), a subida (pari tiongiio) os mandomer-- tos (o contrato) ea descida (sacerdécio), © tude isto refarente Guu, Povo. Sao slementos que fazom parte, todos algs ou alguns Solos, tambon de outvos witos, mas a sua constelacco eapecitica ee eo $2 wonte Sinai projeta uma sepsoifica maneira de existin, 8 oo ane Aosta aula. A gstrutura fundenental da sitiagao que este projeto crig 6 a ralagao sujeito: objgto. H& um sujeito,(o Per seeciute), (ha um objeto,;(o povo), e ha uan relagdo entre’ gaboe (© contrato).’Gom efoito, a’ estrutura’fundanentel dessa situagac 4 ddentica com a estrutura’fundementel da frase dao iinguas Plasto — Paks, Adentidade essa da qual trated no curso paseado. Podenoa por fento dizer qua o uit do monte Sinai 8 o protétipe de todas 28 BOS, fae frases, um protétipo no qual o sujeito ¢ Deus, o objeto ¢ Israel, 2 9 Bredicado 6 “brith’ (o contrato). 0 sijeite transcende na arenes 0, cbiete, go ingtrumento pelo qual o sujaite funciona a Bead tuagee, 2 0 Pradicado $esss funcignar do sujeito. Mas nay alén Giseo, uma sitil trensforaagdo da relagao entre sujoite @ objeto no Zosso mito. Pelo contrato transformou-se o objeto, antes insiruson. shy atsParoeiro do sujoito.-Para falaruog com Buber, transforag ce a ga0, antes una relacno “su e isto" (doh und ea), na Felageo "ewe tu" (‘ich und du), e surge a relagao do reconhecimento. Pelo Sontrato Deus raconhece Israel Terael reconhece Deus. Trats-asy con ofeito, de uaa relagao amozosa. Mas apresso-me' Dara eviter que sercet ee eertatizada. Deus parcog ter o papsl mascilino cone aquele Porecire que escolhe © que se impoe pelos wandamentos, mao Ble parece Sez 9 papel fewinino como aquele parceiro que quer ser procurads's Poseuido. $ portanto uma situagao anorosa qus wltrapagsa af cates = igs dg sexualidade. Direi que se trata de situacao amorosa Ga ccy ~ F27E2920 no wais anplo sentido deste tgrmo. A estrutura fundauentel ge situacae oriada palo projeto judou ¢ a da oonveraagao portantee & gituacac da convergacao do homem organizado om povo. com 0 oer [ranscendente. 2 gate 4 um acpecto peraaneate da situagao, do Ooidenta. 4 Rossa civilizagao pods ser caractarizada como conversagae como nen trenscendente. Rare isto fonos escolhides. "“Acher bakhgr bana wicol haspin" (@le aos escolheu entre todos os Povos), Nao importa quem sao esses 22 cecglhidos no wito para partioipar da coaversaggo oom a realidg- Ge. Se seo un povo pastoril, chamado Israel, ou se are 0 Igreja caté- jica, ou a clabse proietaria, oy oo Moraces’o importante 69 escolhas A escolha, a eleigao, a separagac, ou qualquer alle Sein o temo * Bey eeanes aplicar, 3 uw trago'fundansntal do projeto judeuy ao deat Bee Podomos escapar, ombora o tentomos, J4 gue entra’ en chogus Bee on eee nerangs geega- R.fones escolbidos, nao indivi dualmente, peg on Brupo. Baas traco do mito, esse conceit do "pove escolhiaes Goo oe eke, BAelével da nosea civilicagao 6 marca definitivanante to- doa 08 nosgos’ concaitos polfticos, cconémicos 4 Sociais, de maneira FPE{bArE ROS ee005 conceitos agjam definitivamente projetaios. A po- ditica e-g sconomia sao para née disciplinas prapabatérias pare a Slop Teaga0 cou o transcendental, e todo estado e todo sistema econo- nico, tanto.o feudal couo o mercantil, tanto 0 capitaliste coco ce nee gieiista, odo civitates Dei como preparetivos para a subida oo mante Sinai, onde receberenos os mandamentos. 3 Zetes candamentos ‘shoo ensinawanto aa vardnde. "Venatan lenu at torhto" G@ dou nés a Tord). 4 verdate como revelsgao, © @ consequan- fe wreligde do pocado, « vardnde portanto ase sone conererie ge erro, Go Sheng, gutrario da ‘contirn,, tol cono ela seth projetada no eden fe Sinoi, ¢ uo herensa judia'gue colces 0 Ocidents @iante de um prox bleta insoigvel. Verezos mais terde neste curso, cue a nosss civilize $80 ,feme Palo menos, uns trea coneaitos dn vardads. 9 autor y eletheia gregayo veritas Intine, 2 a Wabrhert gertianica, -conceitoa fore dr socstiiaveis. Pode porecar-1hes, do minha axpasigas, cass ord da qual thes estou falando aso 4 tho radiocinerte diversa da Verdade sccratica, jo oue tauben Para Socrates verdede e virtude se Sopfuaden. Terei, shtretento, priceiro e analiser os sifon gregos, e Brincipalmente 0 sito de Orfau, porn denonstrar + ineesinibilidads desses dois eonceitos. Pelo contrario, do ponto dg vista judeu da Zeculica sogrétics um procedimanto vargonhoso. *Nfo doves peequisar* Spgyan’entgeo queso 14 nu porta da ontrads pare nm verdade sattee ;Devas eopsrar oté que parn elne eejas chosanor Porque 0 ger absolu io deve sez procurads pelo avor, @ aso peln peaguisn. elo en doador da vardads; “natn hatoré", © néo oven qua aueohien verdadg a ser Sescoberts "aletheia". inpossibilidadg de nosan civilizageo em for gular um conesito unificnde de verdnde & une das suae elasticidadas, Fok ne ee uae Aa aoperangne di sup continua mbertura, Desconiases- Dprosene ais aePectos do wito, parn foraulnr o que we Pascoe nee Sin gopredete udeus & existencie hunann, de scordo cou osee Projeto, 4. Phoneoeecenei® Jegeds dentro de un wundo instrumental pele roclidade gSanscendente. & sua situagac § portents une situagao de desterro, Os Bisticos judeus chamnz ela de “galyt dn chekhiza" (desterro do ger), e a Igreja chann 2 mesma Situagao de “non peccare non posse" .. Mas a selyacao dessa Situeceo é possivel. § possivel de duas maneires. Rrineiranente, pelo trebalho sobre o cundo insiranectas que ceren a saatEgngies 28 Bede que se erie ura sociedate que colo chemede pela Slrnlidade “trnnscendantal varn usa eonversagae Levelodong a Segunda pane erate Auer ge Paalidnde tronscendentas Com efaitor oskan eee Posgibilidedes e&0 o varso 2 9 pnvarso da mestia noeda. $ pelo quar _ teancto eee ae embelacen aus transforapnos o nosso aunde. @ 2 sols teansformngee do nosso mundo que denongtrases 0 Sees omer 00 ser Gedvngeo de earecets 4 nessa Salvagao é portonte sinyltansanente a geivagge do “undo. A épocd masstonioa, o reine doe ofue ieee a terra, 2 9 wate désse projeto. 3 é Politicanente, Socialuente ¢ ‘ecohénicamen’ fe dye alenngaranos Gece estado da coisus: O pretaie efistancial ju- gov e ua prajeto fundomentalnente stico, socisia is isenents, Justonen te por sar impelide pelo awor a0 ‘ranscendente. A vide Judia & uaa vie Ga engitadreds na soGiedade e no sociedade se.renlisa, enbors ¢ justa~ Font? O¢98 Alo, Usa Vida dedicads & conversagan con o'ds tole Wise eo. Pér esta razao qué o probleme, de gorte aparece noseé projeta ape- nes eB ourdina. fsge problema; au ' ligecao, © que ests tao_intissnente Jigade com os problemas da nlza ener aimertalideda, nés_nio o herdanos dos jugs, Pore les, 6 0 ta Que entre em convarsagao cou o au absoluto nas o individue, ‘mae 0 po~ vo imortel e quese tao'eterao quanto o Rtergo. Yeta é a razao princi- Hal pergus 9 projate judeu nos parece sar tee printtiva, Pera $le un G22 ,n°2898 Problanes prineipeis quase nae aniste, Kesre sentido podanos dion qué auperezoa © projato judeu aun sentido hogalinno, Habora a Si PR ine dUdin soja 9.noggn, 4 b nossn muito als cosetiene Tem todas ao Piette eegoRe oh Situagho’ Judin, meg tom mites quireee Rintto esta eule a estes oonsiderngacs Perfuntporias, para pornitir © Date que) dada « virulencin dos probloned nee wim expestas, eartagon= He Bers nolrrade. Na prosign nate Preeneag® POF a conceites hoje intros Mae eee gnprosentared oytros. Sego-ines, ‘vertentee ge Manter'en mente, que. prasenta exposicno @ incoupleta neato do ponte de vista deste eurde, : z a ee

Você também pode gostar