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Universidade Federal de Santa Catarina

Projeto Fortalezas Multimídia


Departamento de Apoio à Extensão - PRCE - DAEX

Estação
Radiotelegráfica
FORTALEZA DE SANTA CRUZ DE ANHATOMIRIM

Projeto de Restauração
POUSADA DE ANHATOMIRIM

CADERNO I
MEMORIAL DESCRITIVO
E DE ESPECIFICAÇÕES
Autor do Projeto: Arquiteto Roberto Tonera
Participação: Acadêmica Flávia F. Feitosa
Projeto Fortalezas Multimídia
Dezembro de 1999
Introdução

O projeto de restauração da Estação Radiotelegráfica da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim partiu


de uma solicitação do Departamento de Apoio à Extensão - PRCE/DAEx, visando a implantação naquele
edifício de uma pequena pousada: a Pousada de Anhatomirim. O objetivo da pousada é abrigar em torno de 42
pessoas, preferencialmente escolares em viagens de estudo, provenientes da capital, do interior ou mesmo de
outros estados ou países.
O projeto de restauração foi realizado pelo Projeto Fortalezas Multimídia da UFSC, entre os meses de
setembro e dezembro de 1999. A autoria do projeto é do Arquiteto Roberto Tonera, com a participação da
estudante de arquitetura Flávia F. Feitosa, bolsista custeada pelo DAEx.
Neste documento foram utilizadas fotos do Acervo do DAEx, do acervo do Projeto Fortalezas
Multimídia PFM, de autoria dos fotógrafosAdemilde S. Sartori eAlberto Barckert, e de Cybele Carneiro.
O projeto contou ainda com a colaboração dos alunos da disciplina Tecnologia do Restauro, turma
segundo semestre de 99 - do Professor Sérgio Nappi, do Departamento de Arquitetura da UFSC, que
participaram das prospecções arquitetônicas realizadas no edifício da Estação, em outubro de 1999.
Extremamente valiosas foram também as informações repassadas pelo Sr. Altino Hercino Machado,
funcionário da Fortaleza de Anhatomirim, que em 1981 participou da reforma da Estação Radiotelegráfica, na
condição de operário da empresa encarregada daquela obra.

Estação Radiotelegráfica - Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim


Projeto de Restauração
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Sumário

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................2

CADERNO I

1. Memorial Descritivo ..........................................................................................................................4

1.1 Histórico da edificação ............................................................................................................................ 4


1.2 Análise arquitetônica do edifício ............................................................................................................ 7
1.3 Proposta conceitual de restauração ...................................................................................................... 12
1.4 Bibliografia ........................................................................................................................................... 18

2. Memorial de Especificações ........................................................................................................... 19

1. Disposições Preliminares ....................................................................................................................... 19


2. Instalação, Administração e Locação da Obra ............................................................................................ 19
3. Cobertura ............................................................................................................................................ 20
4. Alvenaria ............................................................................................................................................ 21
5. Revestimento da Parede ........................................................................................................................... 22
6. Impermeabilização .................................................................................................................................. 24
7. Pisos ..................................................................................................................................................... 24
8. Esquadrias ............................................................................................................................................. 25
9. Mezanino .............................................................................................................................................. 27
10. Pintura ................................................................................................................................................ 27
11. Divisória dos Banheiros .......................................................................................................................... 28
12. Ventilação dos Banheiros e da Coifa ......................................................................................................... 29
13. Instalações Elétricas .............................................................................................................................. 29
14. Instalações Hidro-Sanitárias .................................................................................................................... 29
15. Limpeza Geral e Entrega da Obra ............................................................................................................. 30

3. Quantitativos .................................................................................................................................... 31

CADERNO II

1. Relação de Pranchas................................................................................................................................. 39
2. Projetos de Levantamento................................................................................................................ L1 - L7
3. Projetos de Restauração e Revitalização ...................................................................................... A1 - A10

Estação Radiotelegráfica - Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim


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1. Memorial Descritivo

1.1 Histórico da Edificação


A Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim era a principal fortaleza do antigo sistema defensivo da Ilha
de Santa Catarina, projetada e construída pelo brigadeiro português José da Silva Paes entre 1739 e 1744. Em
1938, já sob a guarda da Marinha do Brasil, a Fortaleza foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional. Durante anos permaneceu em abandono, começando a ser restaurada no início dos anos 70, processo
que se estendeu até o início dos anos 90. A Fortaleza vem sendo gerenciada desde 1979 pela Universidade
Federal de Santa Catarina.

Figura 1- Vista Panorâmica da Fortaleza de


Santa Cruz de Anhatomirim com indicação da
Estação Radiotelegráfica.
Fonte: Projeto Fortalezas Multimídea - PFM

A Estação Radiotelegráfica da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, foi construída em 1914, no


início da Primeira Grande Guerra, e tinha a função de abrigar os serviços de radiotelegrafia e moradia do
telegrafista. Sua construção, assim como a Usina de Eletricidade, outro edifício deAnhatomirim, fez parte de um
programa de modernização das fortalezas empreendido pela Marinha do Brasil, e que buscava adaptar as
instalações militares deAnhatomirim às novas necessidades da época.

Figuras 2 e 3 - Ruínas da Estação Radiotelegráfica, anterior a 1981.


Foto: Acervo DAEx

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1. Memorial Descritivo

Na radiotelegrafia, ou telégrafo sem fio, os mesmos sinais telegráficos convencionais, não são mais
transmitidos através de fios, mas sim, por ondas de rádio. O aparelho de transmissão ficava instalado no interior
da estação e os sinais eram enviados através de uma antena localizada no exterior daquele edifício. Os cabos da
antena ficavam estendidos entre dois mastros, geralmente de madeira, e que podiam atingir até 50 metros de
altura. O equipamento de transmissão era alimentado de energia elétrica, produzida em uma central de força
externa à estação. Na fachada leste da Estação Radiotelegráfica de Anhatomirim, ainda podem ser vistas duas
castanhas de porcelana, utilizadas para o isolamento da saída dos cabos da antena de radiotransmissão, localizada
provavelmente naquelas imediações.

Figura 4 - Castanhas de porcelana localizadas na fachada leste


da estação, 1999.
Foto: Alberto Barckert - PFM

Na primeira metade do século, enquanto a ilha esteve ocupada pela Marinha, esta edificação abrigou
também uma marcenaria.
No início da década de 1970, a Estação Radiotelegráfica quase foi demolida por ter sido
equivocadamente considerada uma edificação conflitante e sem importância no contexto histórico da Fortaleza
de Anhatomirim, em função de sua origem mais recente. No entanto, construções como a Estação são o retrato de
sua época. Entre outros aspectos, este edifício expressa as transformações estilísticas e construtivas pela qual
passou a arquitetura brasileira e catarinense no início do século XX, bem como as inovações tecnológicas nas
áreas de comunicação e energia surgidas neste período, representando, portanto, a adaptação desta unidade
militar aos tempos modernos.
Na Estação Radiotelegráfica da Lagoa da Conceição, contemporânea da Estação de Anhatomirim, e
citada por BOITEUX (1916), os equipamentos de acionamento dos aparelhos de radiotelegrafia eram
alimentados de energia elétrica, produzida por uma usina de força construída próxima ao prédio da estação. Em
Anhatomirim, no entanto, a Usina de Eletricidade, necessária ao funcionamento da Estação, foi construída
apenas em 1917, segundo a própria inscrição constante em sua fachada, o que leva a suposição de ter a Estação
Radiotelegráfica entrado em operação somente a partir desta data, embora sua construção tenha sido iniciada em
1914, coincidindo com a entrada do Brasil na 1a Grande Guerra,.
Sustada a demolição, a Estação foi reformada em 1981 para servir de moradia do funcionário da UFSC
que seria responsável pela zeladoria da Ilha, uso que nunca veio a se concretizar. Posteriormente, abrigou o
primeiro restaurante de Anhatomirim, quando da abertura da Ilha à visitação pública em 1984. Nos últimos anos
tem servido também como alojamento eventual para visitantes e guias da Fortaleza.

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1. Memorial Descritivo

Figura 5 - Estação Radiotelegráfica, 1999.


Foto: Ademilde S. Sartori - PFM

Calçada
Gateira
SALA 1

ALPENDRE 1 ALPENDRE 2
Piso Piso

SALA 2
CIRCULAÇÃO
Cobertura

SALA 4 SALA 6

SALA 3
SALA 5 BWC 1

BWC 2

Janela

CHURRASQUEIRA Figura 6 - Planta baixa da estação, 1999.

Legenda:
Alterações sobre o projeto original
Locais prospectados em outubro de 1999.

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1. Memorial Descritivo

1.2 Análise Arquitetônica do Edifício


A análise arquitetônica do edifício foi elaborada com base em várias fontes:
! Documentos gráficos e fotos existentes no acervo do DAEX e do Projeto Fortalezas Multimídia da UFSC;
! Análise comparativa, tipológica e funcional, deste edifício com outros contemporâneos a sua construção;
! Prospecção realizada "in loco" no dia 06/10/99, que contou com a participação dos alunos da disciplina
Tecnologia do Restauro, do Prof. Sérgio Nappi, do Departamento deArquitetura e Urbanismo da UFSC.
! Entrevista com o Sr. Altino Hercino Machado, funcionário da Ilha de Anhatomirim que participou da equipe
de obras, na reforma de 1981.

O edifício da Estação Radiotelegráfica possui linhas arquitetônicas ligadas ao classicismo, perceptíveis na


moldura de suas janelas e portas, na platibanda originalmente recortada, na presença das pilastras de
sustentação dos alpendres com capitéis de inspiração clássica, nas balaustradas torneadas de seus alpendres
laterais e no uso de frisos e cimalhas como ornamentos da fachada. A sua dupla entrada lateral, protegida de
ambos os lados por estes alpendres, representou uma novidade na arquitetura catarinense do início do século
XX. Algumas de suas colunas foram refeitas na reforma de 1981, sendo inclusive possível notar diferenças nos
detalhes em relação aos originais, como conseqüência de erros na elaboração das formas dos moldes utilizados.

Figura 7 - Entrada Lateral da Edificação - Alpendre 2, Figura 8 - Detalhes da outra entrada lateral - Alpendre 1,
1999. 1999.
Foto : Ademilde S. Sartori - PFM Foto: Alberto Barckert - PFM

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1. Memorial Descritivo

As trincas ainda visíveis ao longo destas colunas, principalmente na situada junto a entrada do alpendre 2,
não são resultados de danos estruturais, mas sim de uma tentativa sustada de demolição das mesmas, durante a
reforma de 1981. Os balaustres torneados destes alpendres também foram refeitos e possuem diferenças em
relação aos originais, que apresentavam desenhos em relevo.
Na reforma de 1981, não existiam mais as coberturas dos alpendres. A solução adotada na ocasião e que
permanece até hoje é bastante simplificada, não condizendo com o nível de acabamento mais apurado da
construção original. Desconhece-se a solução original desta cobertura. Sabe-se que o escoamento da calha do
rincão era realizado por uma descida pluvial localizada no interior da coluna do alpendre.

Figura 9 - Foto da coluna trincada graças à tentativa de demolição - Alpendre 2.


Foto: Cybele Carneiro

Esta preocupação em não jogar as águas do telhado livremente sobre o passeio, indica a provável
existência de uma calha ao longo do beiral. Os alpendres que existiam na Nova Casa do Comandante,
contemporânea da Estação, possuíam não só calha nos beirais, como também um acabamento com lambrequins.
Talvez uma solução semelhante possa ter existido também no edifício da |Estação.
Na fachada principal, na parte superior da platibanda original, demolida da década de 80, lia-se a data de
construção da Estação, 1914. Esta data localizava-se sobre outra inscrição em alto relevo, identificando a função
original do edifício e escrita ainda na grafia antiga - "Estação Radiotelegraphica" -, a qual permanece visível até
hoje.Algumas das letras que faltavam nesta inscrição foram refeitas em 1981 sobre as marcas ainda existentes.

Figura 9 - Inscrição em alto relevo na fachada oeste, 1999.


Foto:Alberto Barckert - PFM

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1. Memorial Descritivo
Construído em alvenaria de tijolos maciços rebocados, a Estação possui cobertura de telhas cerâmicas
do tipo francesa. Na reforma de 1981, ocorreu um erro na execução do telhado: na fachada norte, existe
aproximadamente 25 cm de madeira empilhada sobre o frechal para acertar o "ponto" da cobertura.
O edifício está assentado sobre um soco de alvenaria, que originalmente possuía gateiras,
tradicionalmente utilizadas para ventilação do porão de pisos assoalhados. A prospecção realizada em uma
destas gateiras localizada no soco da construção sob o alpendre 2, revelou que o fechamento da mesma era
realizado por uma grade fixa de ferro, com as hastes formando desenhos. No edifício da Estação, as gateiras
localizam-se sempre abaixo das aberturas, sejam portas ou janelas. É bem provável que as gateiras atualmente
encontrem-se inteiras (com exceção daquela prospectada, rompida para a passagem de uma tubulação de
esgoto), por baixo da alvenaria de tijolos que emparedou seus vãos.

Figura 11 - Foto da gateira prospectada, 1999


Foto: Cybele Carneiro

O piso do edifício era constituído de ladrilhos hidráulicos tanto externa quanto internamente. No início
do século, os ladrilhos eram feitos de cimento comprimido, quase sempre decorados; geralmente revestiam o
piso de banheiros, cozinhas e ambientes de trabalho, quando a implantação de redes de água e esgoto nas
cidades incorporou estes novos ambientes ao interior das residências. Os ladrilhos também foram utilizados
como pisos exteriores de varandas, calçadas e pátios. Sua execução era possível, nos pavimentos elevados,
correndo vigas de ferro em duplo "T" em um sentido da peça e formando-se abóbadas de tijolos entre essas
vigas. Por cima desta laje, era nivelado o contrapiso, com os ladrilhos colocados como revestimento do piso do
pavimento superior. Por baixo, no andar inferior, apareciam abobadilhas, formadas pelos tijolos colocados
entre as vigas.
Pela abertura da gateira prospectada, foi possível visualizar a estrutura de sustentação do piso do
alpendre 2. Este piso é sustentado por vigas de perfil duplo T com altura de 20 cm e barras chatas abauloadas na
parte superior que as atravessam perpendicularmente e sobre as quais foram dispostos tijolos de perfil
(5cmx26cm) acompanhando a forma das barras abauloadas e formando um suave arco de tijolos
argamassados. Estas vigas de ferro encontram-se atualmente bastante oxidadas, com escamações em forma de
placas.
Quando das obras de 1981, uma parte interna do piso interno original cedeu com o posicionamento de
um armário, provavelmente pela ruptura de uma das barras de ferro de sustentação. Então, o piso foi demolido ,
exceto o dos alpendres, e serviu de entulho para o aterramento da casa, juntamente com resto de demolição da
Estação, bem como restos de demolição de outros prédios na ilha, como a Casa do Faroleiro. Desta forma, o piso
de ladrilho hidráulico foi substituído por tijolos de baixa qualidade que, atualmente, encontram-se
escorregadios em determinados locais graças ao limo existente, oferecendo riscos de acidentes aos usuários.
Este piso não é argamassado, estando simplesmente assentado sobre uma camada de areia. Isto permitiu a
conservação, praticamente intacta, dos ladrilhos no piso dos alpendres que permaneceram por baixo do piso de
tijolos . Existia ainda ladrilho hidráulico revestindo as paredes da casa até uma altura de 1,25, cuja marca ainda é
possível observar no reboco. Este revestimento possui uma faixa de ladrilhos diferenciados, fazendo um
acabamento de borda superior.
A prospecção do piso dos passeios indicou que antes da aplicação do revestimento com tijolos em 1981,
as calçadas eram de cimento desempenado.

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1. Memorial Descritivo

Figura 12 - Foto da prospecção no piso do alpendre 2,


1999
Foto: Cybele Carneiro

No lugar da platibanda demolida, foi construída uma platibanda lisa que desconsiderou seus detalhes
originais e recortes que acompanhavam o posicionamento das esquadrias na fachada .
As esquadrias refeitas na reforma de 1981 também não correspondem ao modelo original. As janelas que
existem atualmente são do tipo guilhotina e as originais eram de abrir, em duas folhas, com bandeiras fixas de
vidro e provavelmente com postigos internos de madeira.
O forro original tipo saia e camisa foi substituído por tipo macho e fêmea, conhecido como forro paulista.
O nível do forro original pode ser ainda identificado pelas marcas deixadas no acabamento do reboco das
paredes - visível acima do forro atual - encimado por uma faixa de pintura decorativa que servia de acabamento
do rodateto constituído por uma tábua larga.
A pintura atual da estação, não está adequada ao estilo da construção. Os prédios públicos no começo do
século, eram quase todos pintados de ocre, sendo esta uma cor praticamente oficial . Este é o caso da Alfândega e
Mercado Público, no Centro de Florianópolis, e também a cor que a Marinha adotou para os edifícios de
Anhatomirim, ainda visível nos vestígios de pintura do Quartel da Tropa. Portanto, a pintura da estação deveria
ser ocre, com os elementos em relevo pintados de branco.

Figura 13 - Detalhe do forro paulista na sala 6, 1999.


Foto: Alberto Barckert - PFM

Quanto ao sistema de águas pluviais da cobertura principal, as calhas e tubulações embutidas que eram
de cobre foram substituídas por calhas de aço galvanizado projetadas livremente sobre o passeio e sobre a
cobertura dos alpendres. Curiosamente, na fachada leste, aparecem marcas de uma antiga descida pluvial
correndo externamente e no sentido diagonal.
Na base do piso de ladrilhos do alpendre 2 existe ainda uma saída de tubulação de cobre para o
escoamento das águas do piso.

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1. Memorial Descritivo

Além das modificações ocorridas em toda a estação (piso, forro, platibanda, entre outras..) foram feitas
algumas alterações pontuais envolvendo a abertura ou fechamento de vãos e construção de paredes com
conseqüente alteração na divisão interna da edificação.
Na sala 1, indicada na figura 6, uma das portas da planta original foi fechada, restando apenas a
indicação de sua existência através da saliência na alvenaria. Na sala 2 foi emparedada uma porta que a
interligava ao alpendre 1 e aberto um vão de ligação para a sala 3. Na sala 3, foi executado o fechamento de uma
porta, cuja bandeira ainda está aparente.
Na sala 4, existe sob o piso uma base de concreto de suporte para pesados equipamentos e, ao fundo,
localiza-se uma porta de grande dimensão, que liga a sala ao exterior. Provavelmente estas alterações
foramfeitas no período em que a estação funcionava como uma marcenaria. Sobre esta porta dos fundos, foi
executada ainda uma cobertura durante a reforma de 1981.

Figura 14 - Porta no fundo do edifício - sala 4. 1999.


Foto: Ademilde S. Sartori - PFM

Na sala 5 foram demolidas duas paredes de estuque e construída uma parede de alvenaria. Foi
efetuado ainda o estreitamento da porta entre a circulação e a sala 6.
Na sala 6, uma porta foi transformada em janela. A comunicação desta porta com o exterior através do
alpendre 2, aliado ao fato da entrada dos cabos da antena do telégrafo ocorrer nesta sala, leva a supor que neste
ambiente localizava-se a parte administrativa e operacional da Estação, funcionando de forma independente
dos demais cômodos da edificação, utilizados como residência do telegrafista. Mesmo relevando o
estreitamento da porta entre a circulação e a sala 6, nota-se um desalinhamento desta em relação à porta
oposta, que faz a ligação com a sala 4. Isto, aliado ao possível fato da sala 6 ter abrigado o escritório e
máquinas do serviço de telegrafia, podem indicar que esta abertura não existia originalmente, sendo a
comunicação com o restante da casa efetuada pelo alpendre 2 e sala 1.
Na sala 6, foi construído ainda um banheiro que, mais recentemente, foi subdividido em dois
sanitários menores, para que um deles pudesse também atender ao alojamento feminino dos guias da fortaleza
que funciona na sala 5.
O antigo banheiro situava-se externamente, sendo adaptado posteriormente para atender à função de
churrasqueira, onde era possível ver as marcas do fechamento de sua porta. A churrasqueira foi demolida no
final do ano de 1999.

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