Você está na página 1de 49
OLIVEIRA VIANNA Obras do Autor Populagées meridionsis do Brésil, S80 Paulo, 1920; 2° ed 19225 37 ed, 1933; 42 ed, 1938. Pequenos estudos de’ psicologia social, Sio Paulo, 1921; 27 ed 19285 30 ed., 1942. 0 itdealismo na evolugao politica do Império e da Repiblica, Sio Paulo, 1920. Evolugdo do povo brasileiro, Sio Paulo, 1923; 2* ed. 19285'3 ed 038. Traduzido para o espanhol © 0 japonts. 0 ocaso do Império, Sio Paulo, 19253,2." ed. 1983. 0 idealismo da Constituigio, Rio, 1927; 2.’ ed. 1988. 0 crédito sobre o café, Rio, 1927. Problemas de politica objetiva, Sio Paulo, 1980. Race e assimilagdo, So Paulo, 1982; 2” ed 19883 3+ ety 1938. Formation éihnique du Brésil colonial, Paris, 1982. Problemas de direito corporative, Rio, 1938. PROBLEMAS DE DIREITO SINDICAL , he VOLUME es COLECKO DE DIREITO DO TRABALHO. DORVAL DE LACERDA EVARISTO DE MORAIS FILHO ss ioe S MAX LIMONAD LTDA. Taavesss po Ovo, 38 Rio ne. Jaxeneo td Ouiverea Viana sindicais de grau inferior, uma mentalidade estatista. Uma mentalidade anti-estatista € inteiramente contra-indicada para a gestZo dos organismos confederativos num regime politico ¢ constitucional como 0 da Constituicto de 1937- 22° — Sendo regra que os nossos grandes Iideres econdmi- cos possuem uma mentalidade tradicionalmente anti-estatista, temos ainda muito que porfiar e combater para organizar uma lite superior de chefes de Confederacées, 3 altura dos grandes problemas que o momento esti exigindo com império © que 0 futuro iré exigir com mais veeméncia ainda. ‘TERCEIRA PARTE 0s PROBLEMAS DA ELABORACAO 7 LEGISLATIVA I — BLABORAGAO DAS LEIS CONMPLEMENTARES i Cap. IX — Leis complementares © 05 5208 fundamentos Prag ap. 1X — ° maticos .. , Cap. X — Posigéo e papel das associagdes profissionais ; ap. X— sindicalizadas capiruLo 1 © PRINC{PIO DA UNIDADE SINDICAL E A CONSTITUIGAO SUMARIO: I — Reconhecimento do principio do monopétio sindical ia Cons- siwwigho de 1957, Unidade sindical e @ convenczo coletiva de categoria. TI — Thidade € pluralidade sindieal, Incompatibilidade entre a representagio da ca- esoria ca pluralidade de sindicatos. 111 — Exegese pluralista do art. 138: sua ffadiniesbiidade me Consagrando a experigneia que havlamos colhido com 0 principio da pluralidade e da autonomia plena dos sindicatos, estabelecido na Constituicio de 1934, a nova Constituic Tmulgada em 1937, instituu o sindicato ‘nico ¢, consequente- “mente, 0 seu controle amplo por parte do Estado. Bste pen- samento do legislador constituinte no sentido da unidade sindical & patente, nao 6 no texto do art. 138, consagrado especialmente & matéria sindical, como em outros artigos da mesma Consti- tuigio, que regulam matéria social e econémica * Na verdade, pelo aft. 138, na sua tiltima parte, o sindicato profissional, isto é, a associacio profissional reconhecida pelo _Estado é pelo préprio fato do reconhecimento, investida da qualidade de representante de toda a categoria. Em conse- quéncia, como preceitua o art. 137, al. a, tem Gle, justamente Por isso, capacidade para sujeitar os componentes da categoria, na sua totalidade, is convengdes coletivas por ée assinadas. Daf decorre que s6 é possivel haver um sindicdto para cada categoria, pois que néo se compreende — e seria mesmo ab- 1, as 595 999.285 6h heb 6 Mak g 6 0; SP al Bs 109; 207 ak gem MO Ortverna Vrawa surdo — mais de um sindicato representando cada um déles @ catego na sua integridade. ‘Que.o sindicato represente apenas o corpo dos seus asso- ciados e, neste caso, possa haver mais de um sindicato profis- sional para cada categoria, compreende-se; mas, que se dé 20 sindicato direito de representar, nfo apenas a sua corporacio, de associados, senao também téda a categoria profissional_e ‘a0 mesmo tempo, se admita 2 possibilidade de mais de um sin- dicato em cada categoria, € que nao seria compreensivel. O jeato representa toda a categoria e nio apenas o corpo dos seus associados, jé de si mesmo importa, implicitamente, 0 reconhecimento do princi pio da unidade sindical — do sindicato iinico. Nem era pre- ciso outra declaracio: representacio de téda a categoria ¢ uni- dade de representagio, sio conceitos correlativos; onde um é principio cons tucional de que 0 admitido, 0 outro também deve ser. Do contrario, teriamos um caso de dupla personalidade legal... Na espécie, a dupla personalidade da-catey portaria a impossibilidade pritica da representac goria. Porque bastaria uma divergéncia entre os diversos sin- dicatos, autorizados a representarem a categorja, para que se tornasse impossivel & categoria manifestar a sua vontade nama convencio coletiva. Desde que, por disposigao expressa da propria Constitui- cio (art. 137, al. a), @ convencio coletiva, pactuada entre um sindicato de patrées € outro de empregados, obriga, respectiva- mente, as duas categorias na sua totalidade e nfo apenas 0 sécios das duas associagdes convenentes, como conceber que esta convencio possa ser tratada por mais de um sindicato de cada categoria? (O fato de ter a Constituigio dado as convencées coletivas fo carter de um regulamento da categoria.implica, sem divida, no reconhecimento do sindicato tinico. Desde que uma con- vencio coletiva € lei da profissio ou da categoria, ela s6 pode Paopursas pe Dreetro StNDICAt ar de wita ‘nica fonte, que é 0 sindicato nico, autorizado man ‘ uosizad Ie tar a categoria, Ou isto, entio teria Jegalmente a represent - ° vaina possibilidade de varias convensoes coletivas regulando ee aes que seria absardo* u Invocam-se contra esta exegese varios argumentos, 0 priv snciro des quais € 0 de que a’Constituigio reconhece © Pritt vee tiberdade sindical. & assim que ela declaroy, no PY rio art. 138, que “a associasio profissional ou sindicato pro- fissional livre”. oo Ora, todos que lidamos com matéria de Direito Sindical, es rpemos que 0 principio da liberdade sindieal pode ser entensi°o ide dois modos ou sob dois aspectos: : a) 0 da liberdade individual de associarse onde © Wek a5 Seomder 6 que se contrapae 20 principio da sindializasio ‘obrigaté - . *) + da autonomia sindical ¢ da pluralidade sindical — ‘6 que se contrapée ao principio da unidade sindical ¢ do sindi- cco controlado, sujeito a distiplina do Estado. Ora, da andlise do art. 138 0 que se conclui € que 0 legis aden i Cenatituigao de 1937 86 admitia plenamente, 20 afi vnar que a associacio sindical é livre”, o principio. de que Sir fhiém é obrigado, ou poderd ser obrigado, a assceiar-se & a” fuer sindicato, nem permanccer no seu quaciro associative). or weer gua vontade. Nao aceitou, porém, 0 outco principio, © dutro aspecto da liberdade sindica, que € o direico & livre cons: bacvo; ep Vil Pos PR BE Ty cap IL: — Posey vplomentr « oder Witt or wanker PENS pap ds Cnfebrbr Oven Vian — FT St cammancn Rn 8 com Ve VTE " Prin ce pel dan anaes fons wt since 6 Ourverna Veaxa tituicio dos sindicatos, a0. sindicato miiltiplo, & pluralidade sin- dical, como no admitiu também o tipo do sindicato fora do controle do poder piblico — o que s6 seria possivel com o sindicato considerado pessoa exclusivamente de direito privado, assemelhado as demais associacées privadas, civis ou comerciais. Certo, ha paises em que o sindicato é de livre constituicio, nio havendo controle algum do Estado sdbre ée; nem limites 20 mimero déles; mas, nesses paises, 0 sindicato é simplesmente, meramente, nuamente, uma entidade juridica de direito pi do*. Foi éste, alids, o regime em que viveram os nossos an- tigos ¢ inexpressivos sindicatos profissionais, ‘constituidos sob o dec. 1.637, de 1907 % 2 O regime dominante entre nds desde a Revolutio de 1930 ¢ do dec. 19.70, de 1931, tem sido, porém, outro, muito di- verso. Desde os primeiros dias, 0 pensamento revolucionario sempre proclamou o firme propésito de chamar o'sindicato para junto do Estado, tirando-o da penumbra da vida privada, em que vivia, para as responsabilidades da, vida. publica. Neste intuito, dewlhe a representacio da categoria — e na deu du- plamente: para efeitos juridicos e para efeitos politicos. Mais do que isto: investiu.o de poderes de autoridade piblica, trans- ferindo-lhe prerrogativas préprias da pessoa do Estado. O sindicato, projetado para fora dos limites do seu quadro associative, passon entéo a exercer, na vida profissional ¢ admi- nistrativa do pais, atividades e funcdes que, de modo algum, poderiam estar contidas na sua condicio de associacio privada. ‘Tornou-se uma associacio especifica, sui-generis, dotada de atri- butos de direito piblico, colocada numa situacio que a sitia abaixo das instituigées administrativas do Estado, mas acima do vasto mundo das associagées privadas, sdbre as quais o Es- ‘SV. Crsaino Jenion — Direito soil brasitero, 2° e2, Sto Paslo, 943, ol Tw ‘261; Basiams oe Mananis (G) — Palen Sidi! Breer Wo, 1985, 9.1 er. Propieaas pe Drerto .Srwprcat tado nao tem propriamente nenhum interésse de controle direto ¢ imediato. / B claro que, desde éste momento, os sindicatos néo podiam mais reger-se pelos mesmos principios pelos quais se regiam foutrora e que eram os que regiam ¢ regem as sociedades de puro direito civil ou comercial. Um novo regime juridico teria ‘que regular # sua constituigio ¢ as suas atividades, regime im- posto pela necessidade que tem o Estado de vigiar 0 modo por que estas associagées exercei 08 poderes de autoridade pablica a elas delegados§. mt Esta a teoria“ qué decorre, transkicida ¢ clara, do texto constitucional. “Entretanto, logo ao promulgarse a Consti- tuigdo de 1937, na fase ainda indecisa da sua exegese, houve _yma_corrente, do.quadro liberal ou catélico, que tentou extrair déstes mandamentos:transparentes uma tcoria favorivel & pli- ralidade sindical.” Fechavam os olhos a evidércia meridiana dos textos. Queriam, & viva f6rca, empanando o inciso cons- titucional na sua limpidez e dareza, instituir aqui um regime de pluralidade sindical, inteiramente contrario & letra déste in- ciso ¢ inteiramente incompativel com as fungées, qué 840 atribuir das aos sindicatus na prépria Constituicao *. que éstes dissidentes pretendiam era, afinal, uma coisa absurda, Esta: instituir um sistema sindical tendo como fun- damento © sindicato de direito privado, mas ja agora provido ste sindicato dos poderes de entidade de dircito piblico. Logicamente, 0 que éles deveriam fazer era repelir as atribui- ges de direito publico, de que os sindicatos foram dotados na 6 V. cap. Xi — Poscbo « papel das aneingter profiionete siticaisadas, 7 v. cap. Vi =O problema sinical ¢ © pouoment eatlice broiire 8 Ouiversa Viana nova Constituicio, de modo a retorné-los a0 periodo em que exam simples formas associativas de tipo exclusivamente pri- fanter, porém, os sindicatos como associagées parti- culares, com a sua autonomia e a sua pluralidade, mas providos de poderes de autoridade publica, isto é, representando a cate- goria téda e estabelecendo regulamentos da profissio em nome do Estado e com forca obrigatoria para téda-ela, é cousa-evi- dentemente que nio seria possivel admitir. vado. Bem sei que ésses exegetas invocavam.a velha formula francesa do “sindicato livre na profissio organizada”; mas, en- to o que Ihes cumpria era atacar a prépria Constitui¢io, ape- Iando para o Chefe da Nacio afim de que reformasse 0 artigo 138, acabando com a unidade sindical ali estabelecida ¢ permi- tindo que viesse a ser restaurada a lamentavel situagio eriada pela Constituigio de 1934. Devo confessar que nunca acredi- tei que conseguissem ganhar o Govérno para a sua causa. Po que o legislador da Constituicgio de 1937,,a0firmar o princi da unidade sindical, fundou-se, ndo apenas em motivos de l6gica jurfdica, mas em poderosos motivos de ordem politica e so- cial*, cariruLo 11 UNIDADE SINDICAL E TEORIA DO ESTADO SUMARIO: T — Tendéncias dominantes entre n6s em matéria de organi- zacio sindical: a tendéncia liberal; @ tendencia eatolica; a tendéncia autor GSSindicato de direito privada eo sindicato de direto.pibico, Constituigio de $4 ersus: Constitugao de 37. Tk-— ‘Tentativa de concilagso entre 2 pluralidade Sndical'e a Constituigdo de a7. Incompatibilidade do regime autritério com 0 Sistema da plaralidade.” Primado do sindicato de dieito pablieo Duas correntes — dis destacaram entre nés, nitidamente definidas, em matéria de organizacio sindical, logo no inicio da Revoluci “1.2) — a corrente que advogava a organizacio profissio- nal sdbre a base do sindicato tinico, sujeito ao controle do Es- tado e exercendo, em nome ¢ por delegacio expressa déste, poderes ¢ faculdades de autoridade piblica. Para esta corren- te, 08 sindicatos deviam ser investidos dos atributos de verda- deiras autarquias € elevados & condi¢io de pessoas de direito piiblico, com poderes disciplinares ¢ regulamentares extensivos a todos os membros das categorias € nao apenas aos membros componentes dos seus respectivos corpos associativos. 22) — a corrente que advogava a organizacio profissio- nal sdbre a base da pluralidade sindical. Esta cocrente defen- dia 0 sindicato auténomo ¢ livre, liberto do controle do Estado. Nesta corrente, 0 sindicato continuaria na sua primitiva condi- Gio de associagao de dircito privado; os seus poderes seriam estritamente limitados aos membros do seu corpo associativo. No primeiro grupo, estavam todos os partidirios da dou- trina da democracia autoritéria, bem como os que accitavam mos. no capitulo anterior — se $ 0 Ortverss Vrawa ‘a Constituicio de 1937. No segundo grupo, estavam todos os partidarios da democracia liberal, bem como os adeptos da Constituigao de 1934 ou de 1891. Neste segundo grupo, in- luiam-se também 0s catélicos ortodoxos, fiéis & “doutrina social da igreja”®. Eis af, nitidamente definidos, os nossos dois campos dou- trindtios em matéria sindical. No fundo: Constituigio de 1934 ou de 1891 versus Constituicao de 1937. Busquem-se bem as raves intimas que justificavam as duas atitudes ¢ encontrar-se-4 sempre éste antagonismo fundamental: 2 mentalidade da Cons- tituicio de 1934 reagindo contra a mentalidade da Constituicio de 1937. Reagio consciente, nuns; noutros, subconsciente, u Disse que os que advogam a pluralidade sindical sio par- idarios do sindicato de direito privado, dotac : plena, liberto do controle do Estado, desprovido dos poderes de autoridade piblica e apenas provido de poderes meramente estatutirios, isto é limitado aos seus associados. Realmente, assim 6: a pluralidade sindical tem 0 seu correlativo histérico ¢ juridico na privatizacao dos sindicatos. Historicamente, 0 sindicato comecou sendo uma associa- do puramente privada, mesmo mal vista pelo Estado, repelida por éle e, depois, tolerada; a sua elevacio i condigio de enti- dade de direito piblico, agindo em colaboracio com 0 Estado € 2 Ge associado, é um fato recentissimo. Pode-se dizer que € contemporineo do aparecimento dos modernos regimes autori- tirios na Europa e na América ®. 9 V. cap. Vi — 0 probleme sindcal © 6 fensamento catéic brie 10. V. Pemoox (E) — Co 989, 2, vol. , pe? S08;'Puno (0) —- Princip ditt corporate, Bologos, 22 ey 3986 ep. V5 Bt Propremas pe Danerto S1NDICAL u Juridicamente, 0 clima da democracia liberal € o clima na- tivo, o clima optimum do sindicato plirimo, do sindicato disso- Gado do Estado, em regra refratério a dle e, frequentemente, Jnimigo déle. Esperar o florescer desta espécie de sindicato, de tipo arbustivo, em climas severos ¢ exigentes, de autoridade forte, de Estado supremo orientador da politica legislativa, ad ministrativa.e econdmica do pais — tal como o da Constituigto de 1937 (art. 73) — & sem sombra de divida, um ideal de jcos em impossivel realizacio, mesmo para os mais hibeis té ecologia politica... Cam efeite: Dentro de um regime de sindicatos milti- plos para cada categoria ¢ organizados autondmicamente, isto f; libertos do controle do Estado, nao seria possivel a éste, evi dentemente, dar as atividades econdmicas da Nagio uma de- terminada orientagao ou realizar determinada politica econbmica acional. Porque, ou o Estado cruzaria os brasos, deixando — fomo-acontece nos regimes de democracia liberal — que a im- pulsio.€ a orientagio econémicas viessem exclusivamente de Baixo — das classes, com tédas as perversées do individualismo do particularismo que lhes so proprias; ou o Estado tomaria ‘ iniciativa de orientar essas classes num certo sentido, itil 20 pais — a coletividade nacional; mas, entio, neste iltimo caso, io encontraria & mao os agentes necessiirios para fazer chegar as categorias sindicalizadas esta oricntagio da sua poli némica, divididas como elas estariam numa multiplicidade de "a €CO- tion entre les powooitspublie et tex orzensaons profession, Ge- ie ee Era) ‘Sci polities and maderm demecrasen, New ork, vals I, eae ee int. Fara e cevudo ta evoasio sndiat 78 opts Zascann (P) Derecho eorboratoe eek joan Orta, bre eae setuce come agents de inne scais e de desea: v. Touts (E)_— Det cae Ae nate coal, et sLabar", 24 el, Bassons, 1993; Coue (GD. HL) —~ Hee ie ies “Cpccan Backs” of. 1988; Dovetaus (Eo) — Hissire du moves Seen ee eet ase, 1906; Been OL) —~ Misia do secitome« das Ines seit renee ese Maud Sto Paulo, 1994, vol IT, cap X sa Cit, Hncaes CH.) — Tet ign den protiemes Seonmignes lies, Pati 1930, ea. VE ve, 0, ap. w micleos associatives, inteiramente independentes do Estado e, ais vezes mesmo, opostos a éle. O problema da unidade ou da pluralidade sindical nio é, pois, um simples problema de direito sindical ou de economia interna dos sindicatos; interessa, como se vé, i propria estru- tura do Estado, ao principio fundamental do regime instituido na Constituigio de 1937. © art. 138, que traca-as linhas-ge- sais da organizacio sindical, ha de ser interpretado em concor- dancia com o art. 73, que define os poderes do Chefe do Estado ¢ institui a figura juridica da Presidéncia. £ déste iiltimo ar- tigo que se tem de tomar o ponto de vista para o justo visiona- mento da contextura ¢ do sentido do art. 138. Hi, certo, entre nds, alguns exegetas que pensam poder acomodar a pluralidade sindical dentro da atual Constituicio. Julgam perfeitamente concilidvel esta pluralidade com os de- mais postulados do Estado Autoritério. Mesmo com as prer- rogativas de direito piblico atribuidas nesta Constituigio aos sindicatos. Nao descubro, porém, nenhuma aberta possivel a esta con- ciliacdo. O dilema é éste: 2) ow adotamos a pluralidade sindical, mantendo o prin- cipio do sindicato associacio de direito privado, dotado de fa- culdades e podéres meramente estatutarios e, consequentemente, agindo exclusivamente como representante legal do sew corpo de associados, isto é, de uma fracdo da categoria € nao da ca- tegoria t6da; c, neste caso, os interésses da categoria, conside- rada como uma totalidade fica — 0 que importaria dificultar ou mesmo impossibilitar a obra tutelar do Estado, desde qué ao Estado sé seria licito agir para proteger os interésses gerais da categoria toda € nio 0s interésses desta ou daquela associagio profissional, isto é, desta ou daquela fragdo. privatizada da categoria"; 11 Vigan, Ni — Posie ¢ ope dar ance profstonir no sndeaindes (8 TD. , ficariam sem representacio espect- | Prostemas pe Dyzerro Stworcar 1B 1b) ow entéo adotamos 2 pluralidade sindical, mas atri- buindo aos sindicatos as prerrogativas constitucionais de asso- ciagio de direito pablico, investida, portanto, de todos os po- deres conferidos pelos artigos: 58, 137 € 138 da Constituigto (direito de representacao legal, poder regulamentar, poder t butirio, etc.) ; mas, neste caso, terfamos criado uma impossil lidade pratica, pois nao seria possivel 2 coexisténcia de sindicatos ‘miltiplos, cada um déles representando a totalidade da mesma categoria, cada um déles estipulando, auténomamente, conven- gées coletivas obrigatorias para a categoria fda, cada um déles impondo, auténomamente, contribuigdes 4 categoria toda... Déste dilema e desta contradicio nao ha como fugirem os que pretendem conciliar a pluralidade com a Con: 0. Ou adotam a pluralidade sindical e, consequentemente, 0 de direito privado, mas tm que abandonar a Constituicéo; ou conservam a Constituigao e, neste caso, tém que adotar o sindi- cato de direito piblico e, portanto, a unidade sindical. Na-verdade, se admitirmos os sindicatos miiltiplos, livres e-auténomos fora do controle do Estado, nio representando senio 08 interésses profissionais dos seus associados, sera im- possivel o exercicio, pelo Chefe da Nagio, dos poderes que Ihe sio conferidos no art. 73, quando quisesse, porventura, subme- ter as nossas atividades produtoras a uma determinada politica econémica. Para que uma ‘politica econdmica nacional possa ser orientada pelo Estado — € dbviv — faz-se mister que o Govérno tenha poder para fazer chegar essa orientacao as ca- tegorias de producio interessadas — 0 que s6 seria possivel com osindicato integrado no Estado, controlado por ée, partilhando da autoridade déste para os efeitos da’ direcio e disciplina in- ferna da propria categoria. Oray isto, como vimos, s6 teria ossivel com 0 sindicato tinico,.elevado & categoria de pessoa juridica de direito piblico. E ste o espirito do regime, esta a técnica co seu funcio- hamento. Ou aceitamos a" publicitizacao do sindicato — e fi- “ Ourverna Viana i ~ camos dentro do regime estabelecido em 19373 ou alteramos a organizacao sindical no sentido da sua privatizagio — e tere- mos entio que renunciar ao principio fundamental déste regime, que é 0 do Chefe do Estado elevado & condicio de orientador geral da nova politica legistativa e administrativa da Nacio; portanto, da sua politica econdmica. capiru1o mt PODER REGULAMENTAR E PODER TRIBUTARIO Eis porque disse, no inicio déste capitulo, que 0 conflito. entre os que defendem a pluralidade sindical ¢ os que defendem a unidade sindical no encerra apenas uma questo de doutrina ssindicalista; encerra, sim, uma questio que se implica a estru- tura mesma do préprio regime instituido a 10 de novembro de 1937. Podem contestar a exceléncia déste regime, podem con- —— symanto: 1 — 0 cariterpubiistion do sadist da, Constuigio de 37: eastern sto patie Comet deka rere ate See fom Sulutdes na nova: Consttuiao a entidates sndiais Poder ta Heese Pic Retamenar. “If Exegete tendenciosn do art 138 ¢ do art 1, aa. —tBegene verdadera. 1 deni-lo em nome de outros principios, de outras doutrinas, de outros sistemas; mas, nfo podem deixar de reconhecer, neste ‘Trowxe a Constituigio de 1937, 20 regime juridico entio Vigente das associacées profissionais sindicalizacas, uma modi- ficacio muito profunda. Porque deu o maximo relévo a sua na- -eza-publicistica. Reagindo, com efeito, contra © soi-disant liberalismo da Constituicio de 1934 € compreendendo os perigos que, para a seguranga do Estado e para o prestigio da sua autoridade, re- sultariam da aplicacio integral dos postulados constitucionais da pluralidade e da “autonomia plena”, a Constituicio de 1937 niio s6 restaurou o principio da unidade sindical, instituida no dec. 19.770, de 1931, como também estabeleceu’o-direito de ervencio na vida administrativa dos sindicatos, direito que a ~Constituicio de 1934 recusava ao Estado, com inteiro desaprégo aos interésses superiores da ordem piblica nacional. £ que 0 legislador constituinte de 1934 se inclinava para uma concepcio liberal do sindicato — do sindicato como associacio de direito privado; ao passo que o de 1937 tomou orientacio-divergente © quase oposta: — a do sindicato de direito piblico, isto é, in- vestido nas responsabilidades.do exercicio de prerrogativas do Estado. ponto, a légica que presidiu junto de instituicdes, com que o compuseram para tornar possi- vel e eficiente o seu funcionamento. sua estrutura, a coeréncia do con- 16 Ourverna Yrasa Entre estas atribuigses ou prerrogativas, duas sio culmi- nantes, pela sua importincia e repercussio sbre as catego- ras profissionais. Quero referir-me ao poder regulamentar ¢ a0 poder tributario. ‘Um e outro representam faculdades do Es- tado transferidas, por via de delegacio, is associasies profis sionais. Nenhuma associacio profissional, mesmo legalmente constituida e personalizada, poderia, por direito préprio, pos- suir e exercer tas poderes ®. Tem ela, por certo, por direto proprio, poder para impor aos seus associados os regulamentos que entender; mas, nfo os poderia impor aos que nao sto seus associados. Tem ela, sem divida, por direito proprio, poder para exigir dos seus membros as jéias, mensalidades ou contri- buigdes que julgar necessérias aos seus fins; mas, careceria de poder para obrigar as mesmas contribuicbes aquéles que nao fazem parte do seu corpo associativo. Ora, o sindicato, tal como aparece na Constituigio de 1937, possui éstes dois poderes: — 0 de taxar todos (os mem- 12 Entre née, na nota douttina © om fase do que preciua © art. 140, conclmo com ellos de you o poder refunmenty dar anecioges sindiens, exerci os termos do STAG fle gee oe payors Hl Eat a pnd, cinta aS ln ead emcepy nie. eT mean wenide see “erupoe” © reconhece realdade 0, *indvidvo™ ‘Se TED pumvoininiptinove dane lee iatitatone privée, in "RD. Bo" (oi by Rocce (Gu) — Bi a in rie, P1983 aorait, Ni te ee eg sey aw En por an eee ames nme “sjeteado Se ners adet pie Enais, ene a Conver Gi Ger ‘Chai tu oe vv, Par 938, cap IT, Le temp rte of Te eerie 1902, gos 28 se Che. sinias zee (Ex) — Les fondements dare, Pa TA, Teor thlae) ce tontume onfoire, Pais 1913; Srvnien (IL) = Ce th Fa ee ie ei eNantate te Flas Inrsatonc de Pl a paola, 99. Bon es raat Ee Eas 'yyenae © limite tte veto rezclamentar dos sindeatan,conicomnto se a ee Se (Spcle tanga a ora ala, Bo #6 rico da ote « da snereptiate. fe aie nee sn ends suworgieaiors de clearing 0 ako dos : sess cused pais regulon cetera aera a coy eiradves talon, Gomtrom era a bela sig falbon seis te re soi Panenade ie entice proptemas pe Dinero SNDICAt v7 bros da categoria por éle representada, mesmo give no sejam pres sito, 0 de estabelecer, por meio de convencoes coletiaey seas gerais sObre contrato de trabalho, obrigatérias mesihe para os que, pertencendo 4 categoria, no sejam, entretanto, rare Miociados. E.daro que 96 um drgio do Estado teria pox der para tanto ¢, entretanto, 0 sindicato da Constituicio de o37 tem poder para isto — 0 que prova que, no nove regime 1937 al, estabelecido nesta Constituigio, o sindicato esté inte- grado no Estado, senio inteiramente, pelo menos naquilo que rae com o exerccio déstes poderes e de outros de narurezt priblica a éle delegados. De qualquer formay no & mais pos: ret considerilo como uma simples associagio de direito pri sgo, 2 maneira das outras, como quer, & viva forga,considers-lo Yao ects corrente de liberais impenitentes. © art. 137, al. tm que se atribui ao sindicato o poder regulamentar, € 0 at. 13° sm que ae atribuio poder tributério, bem atestam esta evolusio de nosso direito sindical — e o atestam de uma maneira ex pressa, limpida, inequivoca. " Bem sei que étes dois incisos constitucionais nfo oferecem 20 espirito preconceituoso de alguns exegetas a mesma clarexs inequivocidade na expresso du seu pensamento, Por artes fe una interpretagio sofistica, digna de um grego da Epoca dos “Augustulus, éles pretendem que nio ha, no texto da Constitui- Gio, nenhum reconhecimento expresso nem do poder regulamen- tar, nem do poder tributirio. Para negarem o direito regulamentar, por exemplo, ape- 1 um inciso do art. 138, que, 20 dispor sobre o estatuto s profissionais e sdbre 0 campo de aplicagio das gam. das associ convengdes ou contratos coletivos, estabelece que 8 Ouiverna Viawa “somente o sindicato reconhecido pelo Estado tem di reito. de estipular contratos coletivos de traba- Iho, obrigatérios para tédos os seus associados....” Raciocinam: se o contrato coletivo s6 ¢ obrigatério para os associados do sindicato, éle nao pode ser um regulamento geral, nem ter forca de lei da profissio ou da categoria, limi tado como esti, pela prépria Constituicio, 0 seu campo de apli= cacio aes membros das associagées convenentes. Deduzem dat que, assim sendo, a Constituicao consagrou, implicitamente, pluralidade sindical, pois que tirou & convencio coletiva © seu cariter de lei geral, tornando-a apenas lei da associagio e nao lei da categoria. Os que assim raciocinam esquecem propositadamente que, em disposicio contida na al. a do art. 137, consagrada especial- mente & definicéo do contrato coletivo, j& a propria Constitui- cio havia declarado que tal contrato, quando pactuado entre associagées sindicais, obrigaria “todos os que participassem categoria por éles representada” — e nio apenas os que fizes- sem parte destas associac E evidente que esta disposicio geral do art. 137 tornava dispensivel a declaracio, alias feita incidentemente, do art. 138. Desde que a convencio coletiva obriga os membros da categoria téda, é claro que, sendo 0s membros da associacio representa- tiva também membros da categoria, cstariam logicamente ob: gados i convencio. Nao havia, pois, nenhuma necessidade da declaragio incidente, contida no inciso citado do art. 138. Esta declaracio é, claramente, uma redundancia; mas, nto exclui, nem esti em contradicZo com a declaracio do art. 1375 ao contrario, uma e outra se harmonizam perfeitamente ¢ se completam, integrandose e fundindo-se numa formula Gnica, que poderia ser assim redigida: — “a convencio coletiva, esti- pulada entre dois sindicatos, obriga os seus associados bem como todos os membros das categorias por éles representadas”. Prostewas ve Direrro Stwprcat 1» is o pensamento da Constituigio de 1937: to:nar a con- vengio coletiva um instrumento da regulamentacio geral da profissio ou categoria. Dai, logicamente, ter instituido um dn co sindicato para cada categoria. Quanto a0 direito de tributacio geral, isto é incidindo sébre #6da a categoria, para o negarem, o raciocinio dos libe- ralistas se apoia num outro inciso do art. 138. E certo que éste inciso, pela maneira por que esti redigido, abre, para quem 0 1g superficialmente, margem a um certo equivoco; mas, para quem o Ié com atencio ¢ senso do razoivel, nao oferece equivoco algum ¢ € de limpidez absoluta no seu sentido. Vale @ pena reproduzir aqui art. 138 na parte que di motivo ao equivoco referido. “Somente 0 sindicato regularmente reconhecido pelo Estado — diz. éste artigo — tem direito da re- presentacio legal dos que participarem da categoria de producio para que foi constituido ¢ de defender- hes os direitos perante o Estado e as outras associa- ces profissionais, estipular contratos coletivos de tra- balho, obrigatérios para todos os seus associados, impor-lhes contribuigées © exercer cm relagio a éles fangoes delegadas de poder piiblico”. Para aqnéles exegetas, 0 direito do sindicato em matéria de constribuicdes se restringe apenas aos membros do seu qua- dro associativo, porque o Ihes, que acompanha o verbo impor, se refere a “associados” e nfo aos demais representantes da categoria. Devo confessar que também durante certo :empo pensei assim, embora sempre me parecesse uma cincada ridicula éste reconhecimento solenissimo, porque feito em diploma constitu- cional, de um direito clementar, de natureza estatutiria, que téda associagao possui desde que 0 mundo é mundo — e que € 2 Ourverma Viaxs 10 direito de cobrar jéias, mensalidades ¢ outras contribuigées os associados. Que a Constitui¢io dispusesse para proibir estas contribnicdes, ainda se compreenderia; mas, que dispusesse para autori ‘9s sindicatos a cobré-las seria, evidentemente, querer disputar, num campeonato de infantilidades, 0 cinturio de ouro a Calino, La Palisse ou ao Comendador d’O Globo... m Na Comissio Revisora de Decretos, do Mi Justica™, que funcionon sob a presidéncia do Ministro Fran- cisco Campos, restaurouse, porém, ¢ fixou-se a verdadeira inter- pretacio do art. 138 neste ponto. Na exegese que ali preva- lecew, 0 art. 138 foi assim entendido: “Somente 0 sindicato regularmente reconhecido pelo Estado tem direito: 2) de representagio legal dos que participarem da categoria para que foi constituido; b) de defender-Ihes os direitos perante o Esta- do e 2s outras associacées profissionais; ©) de impor-ihes contribuic O Ihes que segue a0 verbo impor refere-se, como se vé, 205 membros da categoria para que foi constituido o sindicato ¢ de que éle 0 tinico representante — e no aos associados dale. Com esta interpretacio, 0 inciso do art. 138 perden aqu 124 Esta exniaio era componta do Minitro do Jost, seu Presidente esos nfs Asians Breas, eno. Consitor Geral da Rep, ee rae tr jes do Muntero ea Tomes, e 0 ator dste Tero, ewe consultc ‘Slide de Tratba, Inia ¢ Comérc. Cone 2 Este rear 0 oleto “i pda Comivto do Ministério do Teatalae, ahs 2a Promtexas pe Drrerro S1NDICAl a pecto de puerilidade que parecia ter, adquirindo sentido e razio tie ser ¢ tornando o novo regime juridico, a que & Constituicio de 1937 submete os sindicatos, perfeitamente harménico, con- Soando inteiramente com t8da a estrutura da forma politica nela instituida. : Este direito tributirio conferido ao sindieato — quero di ger: a competéncia para impor contribuig6es 20s membros da ‘mais uma afirmagio do pensamento do le- gislador da Constituicio de 1937 no sentido do sindicato nico. Porque, se fora possivel mais de um sindicato em cada categor vee tetasiam os profissionais a ela pestencentes passivels de fi car sujeitos a miltiplas contribuiges ¢ revogado estaria, neste caso, o principio constitucional, consagrado no art, 24, que veda categoria tada a bitributagio. — ee SEGUNDA PARTE OS PROBLEMAS DA BLABORACAO LEGISLATIVA | — ELABORACAO DA LEI ORGANICA cap. TV — O espirito anti-fascista da nova legislesso sindical Cap. V — 0 problema sindical ¢ © pensamento eatélice bra- sileiro ip. VI-— © problema sindieal e 0 pensemento da grande indistria Cap, VIT — Posicdo ¢ papel das Federagoes Cap. VIII — Posigio e papel das Confederacées capiTUto 1V © ESPIRITO ANTL-FASCISTA DA NOVA LEGISLACKO SINDICAL SUMARIO: 1 —,0 ambiente cm que foi claborada a nova leislagio fit Fie ee vil da “experiencia” lasisin ¢ sua feperemssio ere néb- Ten ino re aa tascizagio da nossa Jegislagéo sindical TI e IIL — Om ae eg contra esta endencia € como se positivon, na claborasi ‘iment ds, reason Sindicalizago, © problema da autonomia € o problema nes Fateolen React contra 0 espicito totalitério. 1 Inaugurado regime constitucional de 1937 com ten déncias declaradamente corporativas, cumpria das execagio tos seus preceitos relatives & organizacio sindical das nossas atividades profissionais e econdmicas, como base da futura ot- ‘ganizagio comporativa. Certo, a organizasio corporativa nio vm como pressuposto necessirio a organizagio sindical: € pos: Sivel uma organizacio corporativa sem base sindical; mas, no regime vigente, da Constituigio de 1937, @ organizacio profis- Tonal das classes sob forma sindical tem um papel, nao direi exclusivo, mas precipuo. Ora, os preceitos da nova Constituigio sdbre a matéria sindical sio, — como nao podiam deixar de ser, — muito gené- Teas: salvo a regra da sindicalizacio por profissio ou “cate- orias” (art. 138), nio do nenhum outro critério ao legislador secundirio. Déles nao decorre nenhuma sugestio sobre 0 modo Jizagio, nem sobre o tipo da estrutura sindical a ser preferido. “‘Tinhamos entio dois caminhos: ou escolher entre os vi- rios tipos que a legislacio sindical comparada nos oferecia, ow entio criar um tipo nosso, em que sc refletissem as peculiari- 25 Oviverea Yiaxa dades da nossa estratura econémica e profissional e também algo das nossas peculiaridades culturais — de espirito ¢ de sen- timentos. Tinhamos o tipo francés, em que se havia inspirado a nossa primeira lei sindical ®. ‘Tinhamos o tipo espanhol, com a sua interessante classificacio ¢ articulagio de profissoes *. Tinhamos o tipo portugués, com seu regime bipartido de “eré- mios” ¢ de “sindicatos”*. Tinhamos o tipo italiano, com a sua especializagio quase infinitesimal de categorias". Tinha- mos tudo isto ¢ tinhamos 0 que era mais importante a nossa experiéncia de quase oito anos de vida sindical, sob dois regimes diferentes — 0 do dec. 19.770, de 1931, € 0 do dec. 24.694, de 1934. Era, pois, um campo enorme de experiéncias que se nos abria como fonte de inspiracio na fatura da nova Lei Organica da Sindicalizacio Profissional Para mim, havia um perigo latente nesta fase critica da escolha do tipo de estruturacio sindical. Era que, na clabo- WB Cin, Pre (P) — Trad semesteive de lsisetion snare, Pansy 1980, 96 26; Toneorsien (B) — Ee ot side ts doce, Syndicates, Pats, 13 FE Si peeonsen CF.) > ka ze for la corporation, Pat 1935, sate ; a Pan, 1958, 90.39 43 Ta Guasave (BD Se nti fire oF Ri, Ray) “ae tos Cee ee ee eee erat Poy ai” Pun's hin Gr tr Shoo Bw Senin) Hite én Dro Pabe, P 996 EF cle, Zancaon (P.) — Ob, et; None (E) — Eston de derecho corprative, Ma ci, 130; Com (3) — Loraniaion corporate de Pindar on Espen, Pacis, 18375 Gancig Ovseen (C2) — Tretade clement de derecho soc, Mais, 1934 ps. #508.” TS “Gre Comins Goncnures — Priuipie de aicit corporatioa, Lisboa, 19385 Avr Costa —“Tetas'¢ pincipancorboratoe, 83 : ‘ut cc “ A Nacae Corporatoe, Liston, $2 the 93 Siincuie Canruso’ Sinema Corporat, Listen, 1938; Coxzacor ne Keveats — Por ‘anh, Poros 1086: Pantin ove Savtos — Un Et! Corporati, Pars, 198. * See copogs = gratia itsinea ae 2 mater, Como abs. especalind entre outass Cnineutt (6) — La Shwriice dele exzoclactant profession Gaia”, e Ponetas CL) —~ Copel di trtts prcato det sindecat, Pada, 128. Pars Z'utsion certs bibiagraia aor mews Prohiemar ae Direto Corporeive. She at'lpn de orcanzago sites conaiter ¢ sha clase de Tonooviren.” Si Sie ttn Be 54 ot 1D) Prema de Dr tadne Unidos: x. ConOxs Ch) Axonens (.) — Princes of {Wary Myc Dosace Uk) — Labor probiems and the American scene, York, 1988, con, NN SNINs Wactase, GW.) — Le menvemont orice ot le democratic Eloir vig’ toa; te Oemel, Pare, 1930. Solve oo. cileno:-Vateszuetn (3) S"Ganton (0) —"Gotige. sat Prabajy ton reparation, Sontiags, 1990; Gonre (A. ean) ¢ Haute (8) — Mtns aoe fr rae sco ec proreas pz Drnerto SrNDICAL a ragao da nova lei, fossemos insensivelmente levados a interpre- tay os dispositivos da Constituisio de 1937, referentes a essa tmatéria, sob a inspiragio do espirito do fascismo italiano, tor- nando a nossa legislagio sindical uma simples traduzio da legis- Tacdo sindical fascsta, legislagio especifica da Itilia, visando objetivos que interessavam 3 politica pessoal do Duce, mas que seta tinham que ver conosco € com x nossa politica social ow orporativa, nas grandes linhas tracadas pelo Chefe da Na Fissa inclinacio para o Fascismo nao seria, alids, coisa mui- to dificil de compreender. Quando a Constituigie de 1937 fot publicada, 0 regime fascista estava no esplendor do seu pres: tigio ¢ do seu éxito, Os tratadistas italianos de Direito. Sin- eal e de Direito Corporativo nos eram tédos conhecidoss Se suas obsas entravam aqui em copiosa abundincia; rumas € rumas delas se acumulavam nas vitrinas dos livreiros. Havia Tnesmo casas especializadas na matéria — como a livraria Bof- oni. Esta passou a ser a Meca de todos os interessados néstes qantas, novos ¢ fascinantes. Os volumes de Baxasst, ZANOBINI CostamaGna, Crores, Patorout, CHTARELLI, CARNELUTTI € tada a luminosa pléiade de juristas do corporativismo mussoli iano ali chegavam e para logo The desapareciam das estantes, absorvidos pela séde de saber dos estudiosos da nova doutrina. Nas palestras dos téenicos ¢ especialistas improvisados, que se comprimiam em térno dos baleées, faiscantes de vistosas lom- badas, a lingua italiana era quase tio falada quanto # porta- guesa Era éste o clima espiritual, dominante na época em que © Presidente da Republica ordenara fésse claborada uma nova ied que regulasse, no espirito do novo regime, a sindicalizacto profissional. Salteou-me ent&o o receio de que os dispositives constitucionais, interpretados na literalidade do seu texto pelos téenicos incumbidos desta tarefa_c sem atencio a0 seu espirito © fs nossas tradicdes na matéria, nos levassem a tomar a orien- Ouivecea Vrawa taco mais perigosa, porque justamente a que se oferecia a0 alcance de todo 0 mundo e exigia menos originalidade de con- cepeio. Quero dizer: a orientagio que consistisse na adocio pura e simples dos principios, regras, fSrmulas, tiques, idiopa- tias ¢ idiossincrasias do regime sindical italiano, novo, brilhan- te, eficiente e, entio, na plenitude de seu fa Tudo nos predispunha a que tomassemos esta estrada, que se nos oferecia — facil, larga, batida, limpa — da italianizacdo da nossa nova legislacio sindical. Os livros italianos nao estavam ali 4 mio, irradiando o brilho das suas lombadas douradas, nas estantes da Boffoni?. nao era somente compra-los, lé-los ¢ tra- duzi-los ow decalcé-los? mesmo sem bem compreendé-los no seu verdadeiro sentido, no sentido peculiarmente nacional italiano da sua doutrina? Esta inclinagio, ou melhor, esta desvirtuacio era tanto mais natural quanto era idéia corrente que regi em 1937 refletia pura ¢ simplesmente a nova ideologia totali- ttaria, que havia empolgado o mundo europeu e cujas manife ‘tages mais edificantes eram os sistemas ditatoriais da Itilia € da Alemanha. Da Itilia, principalmente. Raros, rarissimos eram os que viam 0 novo regime sob o Angulo em que devia ser visto, no seu justo ¢ verdadeiro significado, isto é como ma retomada da velha tradi¢ao conservadora, que vinha do velho regime, extinto em 1889, ¢ cuja alvorada resplandecera na reacio autoritaria de Feijé e na doutrina centralizadora de Vasconcelos e Uruguai”. O pensamento dominante entio nao era éste; era de que o regime da Carta de 1937 havia sido uma pura inspiracio fascista. Nada mais natural, portanto; que nos tratadistas do Fascismo € nos textos da sua legislago {Ossemos buscar nao s6 as fontes inspiradoras da nossa futura 17 fe, Ociverms Viana — Popilagdes Meridonais do Brasd, 4 ely, $S0 Paslo, 1938, cap. KIL RIV, NVE-# XI; — Eeolugan do ove Drasiiro, Sio Paulo 4 edy 1958, IEE ro SIxorcAL 2 Promremas pe Dine jegislacio sindical, como mesmo os critérios de eke va- 8 prc ati ja nossa izacao profissional ". vos problemas pits patie 1997 eft nem @ nora ‘Lei Orginica da Sindicalizagio, que tivhamos “ borat em obediéncia 20 seu espfrito, deveria moldarise pelo figurino do Fascismo. © foco da sua inspiracio teriamos ane tacelto em nés mesmos; 2 sua férmula teria que ser encontiads vThands em face as nossas realidades fundamentais, tendo 0 Brasil a vista: € ela deveria nao pecan ref ee nossas mogrificas, econdmicas ¢ profissionais, mas eed ente a nossa tradicio de liber- ‘9 da autoridade forte, que é a nova concepcio do Estado. peculiar 2 também combinar harmoniosam dade associativa com 0 principi caracteristica dominante da nossa u Compreendi logo que era preciso esclarecer 08 textos oa Constituigio neste ponto, interpretando-os no seu Just) 86 Fido, de modo 2 impedir que, na sistemética da sova Tels & pudessem operar infiltragées insidiosas desta tendéncia fasc- zante, que dominava entio os espiritos. _ Eu, aliés, estava colocado numa situagio muito favorsve para exercer esta ago, Era entio o consultor juridico do Mi- vuitio do Trabalho, soh cuja jurisdicio estava a organizagae viadieal, Era também o presidente da Comissio incumbida da slaboragio da nova lei e — 0 que & mais — coubera a mim > nears de redigir as bases do ante-projeto que deveria, depois de examinado devidamente pela Comissio, ser apresentado 20 exame do Chefe da Nacio. Na elaboracio déste ente-projeto vel SUERESN Gahan ato. Vs en XI: ~ 0 soe x Ouiverea Veaxa 4 pus inteiro meu pensamento domi nto dominante e, devo conf 6 rele amento dominante e, confessar, 86 = ze f ltrar, da doutrina,legislagio e jurisprudéncia italianas, 0 fase lire compativel ou consoante com as nossas -ondicdes, os nossos interésses ou 0 nosso espirito nacional. m Uma das. primeiras manifestagdes desta tendéncia. fas cizante foi a que se revelov, logo. 20 inicio dos trabathos, favorével 3 nomeasio, pea autoridade administrative, dos prc. sidentes das associaées sindicai, — 4 mancia italiana Bra melo que havie ovorrido alguns membros da Comissio para assegurar um efetivo controle do Estado sdbre os sindicatos ®, : No ante-projeto que elaborci, repeli i. Yo ante-p que elaborci, repeli esta solugio. Ela m Branca Sis ineoeasentes adn uallinsis were s Om | ness nee Oa elites) molec anda: nomeagia dos presidentes ou das diretorias acabaria 2 enfeudando as associagées sindicais aos clas partidé io Mi. nistro, reduzindo-os 4 con eto (o de instrumentos de organizagii facciona — o que seria a morte do exprito profissonal e, por tanto, doe since © segundo perigo era o estiolamento | pees eletiva, tio util como férga vivificadora do espirito a coletivo das categorias € ta 0 > de! eae eg tao educadora do seu sentimento de __ Certo, num pais como 0 nosso, — em que as classes econd- ae nao tinham nenhuma pratica de colaboracio com 0 Go- 4 érno, mas, ao contrario, sempre viveram afastadas déle, — 4 essa autonomia das associacées fi F : ces profissionais, assegurada pe dircito de elegerem livremente as suas proprias pasnieeoas 1 aquciam ave ovéoria vn Enugu er i 8 sn te em, porte ts td sate eninge ree Sree” (Ban 1.) Doe Sipe proptexas pe Dinette SiNprcAs a poderia levilas, ¢ certamente as levaria, a uma natural hiper- coder jo sentimento da sua autonomia ¢ possivelmente & ath tudes de desordenada independéncia. fassegurar o controle do Estado sobre estas novas caer mais que elas apareciam ja agora providas de atribuigoes cat derivels de ordem piblica, — verdadciras celegacdes do Era preciso, portanto, instituigdes de 1937, de tipo autoritirio corporativo, nio podia, de certo, permitir 4s onganizasdes sine icais aquela “completa autonomia”, em que as avis investido ee Constituigio ultradiberal de 1934 (art. 120). Essa “com: ppleta autonomia” importaria admitir a possibilidade do si Ficato contra o Estado, posicio natural ¢ admissivel num regime Tiberal —- de sindicato de direito privado, como o da Consti- tuigao de 19343 no, porém, num regime de sindieato de direito piblico € de organizagio corporativa — como © da Constitui- {ao atual. Certo, esta Constituiso declara que Sq associagio ~profissional ou sindical é livre”; mas, esta liberdade pode- ee ger entendida no sentido absoluto, ao ponto de permitirIhe Tornar-se drgio de oposigio ao Govérno, pondo as belas prerro- gutivas, que 0 Estado The delega, a servico de Inas de classes ‘ou de campandrios politicantes. ‘© Farcamo havia transformado o sindicato em érgio de partido e instrument déle, dandothe uma coloracio estrita. Frente partidiria, Esta ortentacio, aqui, seria um desastre iimportaria a degeneragio fatal do espirito de classe em espi- reer cla: —— e todo 0 nosso interésse estaya em impedir vex temerosn possibilidade, © controle de aprovacio das di etorias eleitas; 0 controle de destitwicéo das diretorias inf toras das leis sindicais ¢ das finalidades associativas” ¢, excep” Gonalmente, o controle de intervencio, no caso de irregulari- © regime da Constituic: Do. Ouevenn Ysa — Popalgaes Meridionss, cap, VIEL Br De an St Gort 332 da Conoldacto dhs Leis de Teta) 2 Dee | Bi re 38 Pm Coneldagao dev Lee do Teatlbo) a Oxtverna Viawa dades ou conflitos internos® ¢ 0 controle de anulacao, mediante recurso dos atos ilegais praticados pelas diretorias ou assem- bléias, pareceram-me meios bastantes para que o Estado pudesse impedir ésse desvirtuamento ou partidarizacZo eventual da fun cio sindical em nosso meio, ou ent como instrumento de revolucio social — 20 modo marxista. Nio havia, pois, necessidade de lancar mio de um expediente perigoso como a nomeacio, pelo Govérno, dos dirigentes das associagées sindicais. (O problema do controle oferecia ainda um outro aspecto, éste de transcendéncia ainda maior: era o dos instrumentos ou faculdades legais com que deveria ficar armado o Presidente da Repiblica — constituido, no regime da nova Constituigio, em “autoridade suprema do Estado” e privativo “orientador da sua politica administrativa e econémica” (art. 73) — para, como agente desta politica, coordenar ¢ disciplinar as ativida- des econdmicas do pais através das organizacées profissionais, especialmente as de segundo e terceiro graus: federacdes.e con federacées, respectivamente. Era éste um outro setor, em que seria facil uma infiltragao fascista, Também af me pareceu preferivel um sistema de con- trole indireto, de tipo repressivo, em que 2 obediéncia das asso- ciagdes & orientacio econémica ou corporativa do Presidente da Repiblica ficasse como matéria confiada 4 iniciativa © 3 responsabilidade das proprias associagbes. Estas seriam passi- vveis de pena no caso de insubmissio ou recalcitrancia, como bem se vé na Lei Organica ®. Os dirigentes rebeldes seriam desti- a utilizagio do sindicato 23 Dee, 1402, at, h (art, $54 ds Consaidagio. das Leis do Tratao) Bai ets eto Gah “Ste ds Consalidnio das Let do Trabalho. Esta visi hincito Eitado she a tosmmcioges.profieieaio” e "grupos ceondmicn™ € hoje om Hosa go Eats Sonlads cm tates‘ pores eliindor onde © grande cain penetra. tpt se uma le deat de regard Je UStat, gndion de Fntrtt oénérl, sor Vain ae ere economiques rafesionsele” Pinou (G). — Noweaus aypects du corporat ES SSS pe So Che ainda os mews Protionar de Dircto Corportive, cap, 1V Tire Pea agra ceonbmican™ Teeasorr (J) — tenes économigner et Feenciees, Sa, 85h her syaicte financier, Pais, 150. promuraas pe Dinerto SINDTCAL épri jagoes — porventura recal- {dos ou mesmo as proprias associagbes — porvenst? oe pelas suas assembléias, no seu propésito — dissolvidas. citrantes, ‘ . ides Parece nada éste método indireto de controle; mas, cons6: com 08 n0s90s estilos brandos ¢ livres de vida, ‘én dss, & fe coger primeiro, porque desenvolve nas associasiet profissio- cio senso das préprias responsabilidades: segundoy porawe navtduca na. pritica e habitos de entendimentos siretos ¢ de Moperacio com 0 Govémno, Note-se: de coopers’ capone POF se dizer laterais da estrutora sindical insttuida naquela Me. 5 paid central da reforma proposta, o item mals importers o Pomvo. Era o que se referia a conituicie © composicéo das entidades sindicais de-2.° grau, das Federacoes. “Este item constituia o climax dos debates ¢ importou uma longa controvérsia que se estendes por muitos meses: | Neste ponto, os elementos do grupo paulista, apoiados pelos elemensos ie peestigiosos da grande indGstria do pats, representados pela Confederagio Nacional da Indistria, do Rio, desenvolve- ram uma acho intensa ¢ poderosa — € ganharam a partida. ce ten uma das linhas principais do sistema que eu havis planejado e que se objetivara na primitiva redacio do decreto ao de 1939-0 46. 2.381, de 1920, no partgrafo Wco PE I hath) The tonsagrow « doutrina, embora sob uma redagio ferente da que haviam proposto *- 5 V, anexo mY. Oxtveraa Viaxa Pui venci a sono reso ete porto nf, convencido. Os argumen- que entio alee desenvolvi sio, como se vai ver, di inteira razoabilidade. oe 1 Realmente, pelo sistema d al » pelo sis lo decreto 1.402, de Federagdes se deviam constituir pelos mesmos es quadramento estabelecidos ou permitidos para a ituigio dos sna io porate snares o newan, Bate lecreto. chega mesmo a admitir a const a Federagses por deste cha meso 3 adi contigo de Feerasies or Neste ponto, a. legislacio ni D , a nova legislagio nio difere da legislaca anterior, desde 0 dec. 19.7 i eee ae esde 0 770, de 1931. Estabelecendo a exi- arc da siniaridade ond ones, propia anterior mo a vigene linia a capciade dan ders pare ri par singientos ou atorélon: pol condionam om Timite ice, que € 8 ‘existéncia, entre as categorias componentes d gualaner déstes grupos federativos, de uma relacio ou de id 2 es de, on de sonesidade ou de similaridade. Quando as ae ert sscadas Feder so heterogtness tl onto que entre clas no aja Igo de siariade de ened inconal om técnica a entidadefederativa tomna-se heter6si extravagante, fora do padrio e dos limites legais e areca por isto mesmo, ser admitida na estrutura sindical ae mento componente do seu sistema. No nosso dircito “india, os principios que regem a constituigaéo das Federaco: ado 0: mesmos que regem a constituicae ene meses gue regen 9 contigo dos nao oo tei a ite os sindicatos de categorias heterogéneas (no pre pelo laco de identdade, similaridade © conexidade) também niio admite Federagées heterogéneas. “= Est persaments dn I, Na pi, sada sb a it Pea cea caus rem Geter ete eaimccT roa Miocorers Promremas pe Dineito SENDICAL porém, o seguinte: dadas a indefinigio, 4 diversidade ¢ a am- hte dos conceitos administrativos ds ‘imileridade ou de cone- Prada, conrentes na pratica sindical anterion RaSh consti- tnido, em varios pontos do pais, orBanizasoes sindicais e federa- viige de tipo abstruso € complexo, em que, #0056 M8 atividades associadas ow federadas, nenhum jaco havia nem de similari- dade, nem de conexidade. Exemplos destas associages, nasci- dade bra. desta Tattudindria interpretacio da lei, eram 08 antigos Sindicatos da Tndiistria ou dos Tnaustriais, respectivar age jg Macei6 e de Petrépolis, on a5 Pederachst dos Sin vatos Industriais ov das Indistrias, de Pernambuco, do Rio Geen do Sul, de S. Paulo, do Estado de Minas, ef Eram graanizagées sindicais ou federativas, em ae reuniam, ou aaa se reunit, #idas as atividades industrais existentes na {quelas Tocalidades ou naqueles Estados Estas organizagées sindicais ou fede ntemente, constituido contra 0 texto ey spirito da leis mas, a verdade & que conseguiram reconheci- ‘ancionar em condigées de aparente legeli- de que resultou, como vas se haviam, evir ‘ainda mais, contra 0 de mento ¢ entraram 2 dade: — e criaram o grande embaras ji vimos, 0 pardgrafo tinico do art. 5° do dec, 2.381, de 1940 (art. 573 § 22 da Consolidacéo das Leis do Trabalho). Os paulistas, por exemplo, haviam organizado € obtido 0 Feco- Perecimento para a sun Federacao das Tnissiries Paulistas, po eer assouiagio, de imenso prestigio ¢ também diga-se 2 cetdade — de grandes servigos & vida industrial do grande ree t censoY ia rest Gog Fa ator Federagao de Federagio-dnibus, como a chamei certa Vets PO das as atividades da tipo genérico, que agrupando, ou pretendendo agrupary # Indistria, mesmo as mais dispares, mesmo fas que entre si nio possufam nenbum lago de similaridade ev de conexidade. Ora; pela nova Lei Orginica ¢ pelo pensamente a inspitava — como se vé da exposisio de motivos que 2 acompa Oxtverna Viawa hou — estas associncées sindicais ¢ federativas, assi teréelitas ou complexas, nio poderiam Subsisti; teriam que s dissolvidas Ou entao simplificadas na sua composicéo. Con tra esta possibfidade, levantaramse os grandes industrials pau- listas, pleiteando a consolidacio — no novo regime ee desta situasao criada a sombra do velho regime, Bles preten- diam esate para a constituigio das Federagies 0 mesmo critério de agrupacio adotado, nic para a constituiga sgnatitulgie das Confederagser, Equivale dizer que, pela proposta paulista, as Federacdes passariam a ser simples Con- federacées em ponto pequeno, isto é, mfederacoes ee uw __Impugnei esta parte da proposta paulista, entretanto — € a impugnei por dois motivos: um, de ordem téenic 2 impugne po , de ordem técnica; outro, de Primeiro — porque ro: imeiro — porque rompia com uma velha tradigio do ee sindical, que era 0 princfpio da liberdade eee tiva. Realnent, se propost paulista, no ponto tocante & e estadual ou regional para as Federagbes, nada tinha que repugnasse & sistemitica do nosso novo direito sindical, no acontecia_@ meso 0 ponto em que cla pretendia regular a composiio dos organismos federativos pelo mesmo padrio que Pte estabelece para as Confederagdes. Organizando as Fe- deracées — como sugeria a proposta pauli erase mo sug ' aulista — pelo mesmo Spe das Confederagées, teriamos, destarte, apenas em cada ‘stado sete Federacoes Patronais ¢ sete Federacées de Empre- Propuestas pe Dixsiro SINDECAT n gados ¢ uma de Profissdes Liberais: nada mais. Ora, seria porque iria reduzir extra isto criar uma situacio antiliberal ist riamente. a Hiberdade associativa das aswociagbes de 1 frat, impedindo-as de se reunirem, — como ° permite a lei eel nem grupos federativos livremente Formados por idet» dade, similaridade ou conexidade, segundo as respectivas a vendes eletivas ou a melhor conveniéncia dos seus interésses- Timpeclisfamos que, amanha, poderosas expresses da atividade irrpeerial como, por exemplo, a dos tecidos, ou 2 da constr: {ao civil, ou a da moagem de farinhas, com interéstes especificos He eeintos das demais indstrias — se padessem destacar dessa scineso Geral das Indistrias para formar, cada una delas, veetrederagio sua, propria, apta a cuidar, com mais conhe mento de causa do que a Federacio Geral, dos seus interésses peculiares. ‘Com efeito — tomando como argumento ainda 0 e150 paulista, — que seguranga nos poderia dar esta Federacio Ge- Parse indéstrias, que ali se ira constitir, de que os industrials de tecidos do seu Estado, — que formam uma classe poderosis- sima, distribuida por mais de quarenta municipios e cujos sin srros se acham atualmente incorporados & referida Federa- rente® go viessem a resolver um dia retomar a sua indepen: sre Ga de categoria individualizada, fondando uma associasio Ge grau superior, a sita Federasio prépria? Uma disposicio Ge Ex gue tal proibisse seria iniqua, absurda, contréria a todo 0 ceplrito do Direito Sindical ¢ do Direito Coxporativo, nuh ‘mas nao totalitério. ime, como 0 nosso, de tipo autoritério, Ejs por que me pareceu impugnavel éste item da proposta paulista am cio mais séria, Outra Nao foi esta, entretanto, 2 obj havia que formule’ entio € muito mais significativa, porque n Onrverea Viawa interessando ao proprio regime corporativo estabelecido na nova Constituigio. Eu me refiro a essa prerrogativa, até entio ine- xistente, atribuida por ela as associacdes profissionais, reconhe- cidas como sindicatos, de fazerem convencGes coletivas obrigaté- rias para tédas as categorias por elas representadas — 0 que importa conferir a estas associagdes profissionais fungdes legis- lativas ou regulamentares. Dai, decorria logicamente — con= cluia cu na minha réplica — que as associacées sindicais, dados 08 novos poderes regulamentares que Ihes eram conferidos pela Constituicéo, 86 podiam ser organizadas pelo critério da homo- gencidade daz categorias, entendida essa homogeneidade, & ca- 10, no sentido de grupos profissionais formados por identidade, similaridade ou conexidade. Equivalia dizer que as associagées de tipo genérico ou he- terogéneo, — como pretendia a proposta paulista, — nao eram possiveis em face da nova Constituicio. Na verdade, seria té- nica e juridicamente inconcebivel uma conven: pelo mandamento da prépria Constituicio, obriga 2 todos os membros das categorias representadas pela associacio sindical) firmada por um agrupamento de tipo heterogéneo — como os que se queria organizar ou manter com a emenda proposta — agrupando as atividades industriais mais diferentes ou mesmo 0 coletiva_( contraditérias diistrias de cowro ao lado de indistrias meta- Hirgicas; indistrias de alimentagao ao lado de indistrias de cons- srugao civil; exploracio de minas de ouro ¢ diamantes a0 lado de fabricagao de méveis.. =| Tudo mostrava — dizia eu — que para estas novas fun- ges regulamentares, que a Constituigio de 1937 atribui as as sociacées profissionais, era condicio essencial que entre as ati- vidades ou profisses associadas houvesse uma relacio de simi laridade ou de conexidade; s6 esta condigio permitiria a elabo- ragio de normas ou convencées comuns, suscetiveis de aplicagio a sédas as categorias agrupadas. & claro como a luz do sol que peereat B prosieaas pe Drzrzo Sis categorias heterogéneas nio se poderiam reger por ums cones Cetera, dada a diversidade do sen regim= de produsio, jeitas, como estio, mecessariamentes @ Fatérios das pactuadas pelos sindicatos. certo que hi ali wnt corrente doutrinaria, com Barassi, SERMONTI, ZANOUIN! ie guns outros, que limita a capacidade para estas convencoes echt Sivamente 108 sindicatos, nio a admitindo para as associaghes 26 frau superior — € isto por uma interpretacio liters a fheiso da Carta del Lavoro. Esta corrente, poréim, mio Pa rece ter ido qualquer influénci; tanto que 28 convencdes <0- Tevas sio hoje, ali, tratadas por Federacées — ad instar dos imiientos, No recente Traiade de Dircito Corporative; 4 CataneLtt, PERGOLESL, a quem coube justamente a parte Tela: tien ae contrato coletivo, referindo-se 2 esta teoria, a contesta, reminson (C.) — Le rile de sruicets dons Péotnion 18 ecm ast Sige e72ani) Nac Doxawo E) rene seen ne ites Be Es 89, SANTEE NM ema ator problems on omer eceinne eobeeioes du travel (RL 1, Te vol. XRVEn 1952 sa) ah eyo 1s Sernnts (A) —H it nae area sont? Sum SG; Enea Cine tire ere, Miko 8,22 FE or eabe yagi (w. Cuxnia Gavsaives — eb. ¢i EC Saveriorcabe apeaae 0 controle d= 76 Otiverna Vrawa reconhecendo nos grupos sindicais de grau superior capaci ie nace cots perce ‘ou sub-rogacdo dos sindicatos, mas jure proprio. Ele Corel ‘que, apesar do texto limitativo da Carta del Lavoro, é hoje cortente na Ttilia 0 exerccio do poder contratval pelas Federa- goes. E ponto pacifico, ali, que, tAdas as vézes que a convengio ‘abrange um circulo maior do que o da competéncia territorial das associagies de 12 gran, @ competincia para a convencio aes é da associacao de grau superior ®. . im terceiro lugar, ¢ a propria Constituigio que, no se art. Gi eaubelere de modo dros competéncia Gas Federasoes para estipular convengies coletivas. Esta competéncia decorre — como ja demonstraimos — da disposigio da al. a do art. 137, que a atribui genericamente "is astociagées profissionais as nhecidas". Mas, tal competéncia, contida impliitamente na Gisposigéo genérica da alinea # jé referids, esti explctament conferida as Federagées pela alinea ¢ do art. 61 da Const eo, que define as atribuiges do Conselho da Economia Na- Cional, De aedrdo com esta alinea, as normas geraisexpedidas pelo Conselho obrigam aos conteatos coletives de trabalho por: ‘yentura pactuados — veja-se be por 2 entre os sindicatos da_mesma categoria ou entre as associagdes representativas de dias ou mais categorias. pois, a prépria Constituicio que discri que podem pactuar convengées coletivas : ina as entidades se Poca, F) — tc tt (© inte dolegationis, pec la sfera di capacith per st propria delle uoeiasont ‘spirito della Carta del Lavoro” (ne, 44). 7 sea aise te mtorr e ied Prosizwas pp Drneito SINDICAL 4) de um lado — 08 sindicatos representando tama categoria; b) de outro — as associagbes representaivas de male de uma categoria, isto é as associacoes die gran superior. Praticamente: as Feders- goes *. © poder para estipular convencoes coletivas esti, como se vé, expresea e taxativamente atribuido as Federasoes pela Cons- “iealego: a inciso da alinca © do art. 61 completa o ince da al. ado art. 137- ium coneluaio: em face da alinea 2 do art. 137 ds Const tuigio, as associagbes de grau superior tém, portanto, poder normative geral, por meio de convencées coletivas, sobre todas fas categorias representadas pelos .dicatos componentes. Meome, porém, que a doutrina italiana (fonte de inspira- ao da slinea ja referida) apoiasse 0 ponto de Wa paulista, satya nos impediria de adotar, na exegese do art. 137, dou nade “iferente e uma interpretacio nossa, dando 3s associa goes de 2.° grau.tal poder. Nao somos nenhum protetorado fados, neste ponto ou em qual- italiano para que estejamos obrig: {quer outro, a seguir servilmente a Tegislasio italiana ow a sua doutrina. © cuitério para determinar a capacidade regulamentar das ossas associagbes hi de ser buscado aqui, ha de ser 0 que MA velhar a nossa realidade — e nao o que a legislasio € & doutrina. satrangeira admitam: estamos no dever de “construir”, com os os preceituais da nova Constituigio, uma doutrina sine element dical nossa. sindicato no Brasil faa que vem tendo em oxtros paises trabalhados pela Juta de classes, ou onde esta Tata, embora extinta, representa uma velha. pode ter 2 fungio Timi- Cie exp. XI: — 0 sentido onittaiteis Bo de. 2581, 3 1 Ourverea Vraxa tradicio. Tem adicio. Temos que dar ao papel do sindicato em nosso pais outro alcance, ot i pee €, outro sentido mais vasto e mais transcendente, 10 j4 sustentei em outro lugar *. i v ve es ea conclusio: se as Federacées tém poder normati- vo geal she cds a categorie asodas @ caro qe ts ederacies nao podem ser de tipo génerico. ; derasio Gs tipo genético — isto & saldeda eee ae las Confederacces — ha opri: at cee des Confederases — Wb » pia evo do iinto da Esta, pela sua complexidade, é : iplexidade, & hoje, — eae eee ec Tareas ee goria, na parte relativa as rela¢ i i eas goray va parte rea lagées individuais de trabalho. Na verdae, quem le uma convensio coletiva moderna, tl como € elaborada em certos paises adiantados, onde éste inst tuto adquitiu plenitude de evolugio — como na Italia, na Ing terra, na Franca, na Suésia — tem a impressio de um ras deiro Cédigo do Trabalho, especifico a cada categoria, "Nels aparecem regulados todos 08 aspectos da vida profissional do trabalhador no tocante as sas relagées com 0 patronato rela se exprimem, consequentemente, todas as peculiaridades tos re gimes de trabalho em cada categoria * es Ora, uma convencio desta nat i Ora, uma convencio desta natureza, tio complexa e ti especializada, niio podera ser aplicada ow generalizads 4 rider as indistrias exstentes no territério de um Estado — e o Qua- See a tneeeraal eas te a ee eae propcesas vp Drgerto STNDICAL p Gro, por enquanto, enumera 109 especialidades * Hi de indi- ores Rivarses cada categoria ha de elaborar a sua ow pelo, Me, hos, cada grupo de categorias similares ou Conexes: Em hipotese alguna, categorias heterogeneas, sem o menor lago de conexio cietmlavidade entre si, poderdo reger-se, nas questoes de tear Patho, por uma convencio tnica. Nao é possivel uma conven de trabalho ¢ o regime de sald- strias do couro € nas inddstrias ‘Gio tinica regendo os processos ios, ao mesmo tempo, nas nds metaliirgicas; Nas jndustrias de tecidos © nas inddstrias minera- “Jonas; nas indistrias de fogo continuo ¢ nas indstrias ester nais; nas indiistrias-em “conjuntura de depressio” on em regime wei misedepied” © nas indGstrias em “‘conjuntura de prosper: segc" ou de mercados progressivamente ilimitados. | Mesmo que fGsse possivel a realizagio de uma convencse coletiva uni- forme inicialmente, é certo que ulteriormente a divergéncia de ritmo nos processos evolutivos dessas diversas jndistrias teria Gque se manifestar mais cedo ou mais tarde: — ¢ convencio setiva uniforme teria certamente que acsbar indo pelos aresy em fragmentos Este justamente o ponto fraco das Fe- deracdes genéricas ou tinicas. Na Italia, a evolugio da estrutura sindical se processou mum sentido que acabou tirando, praticamente, aos sindicatos Tculdade de estipularem convengoes coletivas. Estas, hoje, $6 cabem realmente, ali, as Federagdes e, sob certos aspectos, as Confederages.Praticamente, éste dircito € excacido pelas Pe “leragoes, Note-se, entretanto: as Federacoes italianas, embo- cenacionais, nao tém o tipo genérico — ao modo pleiteado pelos Industriais paulistas; organizam-se, 20 contrario, sob 0 critério da especializacio profissional ou econdmica. ‘Dessas Federacées, de tipo nacionil, mas especial adas, é que sacm realmente a5 modernas convensdes coletivas na Ttée Ty Rafwiame no Qundco de Profan © Atvidies, mandate pub « objeto dx eth tien do grag pout \ | Eo Ourverna Viana Tia, com todos os elementos que as caracterizam ¢ que as tornam verdadeiros Cédigos do Trabalho especializados, isto é, feitos expressamente para cada categoria ou grupo homogéneo de ca- tegorias. Estas convencées, de ambito nacional, ficam, é certo, condicionadas As normas gerais, estabelecidas pelas Confedera- ges; mas, por sua vez, condicionam as estipulagées das conven- ges coletivas de ambito menor, feitas pelos sindicatos provin= ‘ou comunais, que ali, hoje, sio apenas, “servicos ou sec- ges” das Federacées e, portanto, sem personalidade sindical. preciso observar que o campo deixado pelas Federagdes 4 aco normativa dos sindicatos locais é, na Itilia, muito res- trito, reduzido como est quase que 4 determinacio dos salirios profissionais, ou melhor, ao seu ajustamento as condigées eco- némicas especiais de cada distrito ou provincia; 0 saldrio mini- mo, por exemplo, éste é de regra, fixado nas convengées cole- tivas feitas pelas Federagées on nas “normas gerais” (conven- ges coletivas) elaboradas pelas Confederacoes*. De qi quer forma: o centro do sistema sindical italiano esta, depois da reforma de 1934, localizado nas Federacées — e niio nos sin- dicatos. vw Em nosso pafs, dividido ainda em economias regionais ou estaduais, hio de ser, por isto mesmo, as Federagées os centros de gravitacio da estrutura sindical. Na futura,or- ganizacio corporativa, elas deverio ser consequentemente pro- vidas de poderes que as tornem, nao somente drgios de coor- Genacio externa das categorias — como pretendiam os indus- trinis paulistas; mas, agentes da sua propria organizacio in- $5 Pencouest — ob, it, ne. $62. st raerro STxDIeAE prontraas DED rerna, pelo exercicio do poder regulamentar aie a Constituicio inica Ihes atribuem. Sos ente de aceitar-se, portanto, - visio, € de repelir-se liminarmente — * tese paulista de gue ra eragdes se dever limitar a ser apenas 6rd: ée corde snacdo das categorias, dnando 208 paneer dire a de sega 38 suas condi Crvengs coletvas, O dia em we eriado aqui o regime da munipa- ‘brasileiro, Terfamos subs- a0 con Nao é absolutam competéncia normativa gue tal fizéssemos teriam jizacao progressiva do sistema 0° se Fe ido aeclis parlidérios locais, ora extintoss pelos clis m fi 5 ae é jam, mais vivazes ainda, os ae Pique aguéles renasceriam, mais vivazes 4 sions eam 0 en enguadradan,fecando © cui? is codsos, por a ad sie . Tralquer possibilidade de constituicio de uma economia ma 8 gear neamo regional. Por isto, mesmo, Rio de ter aqui, Comntrario, as Federacoes a dupla fungi - a) de agentes de coordenaso € D) de agentes de regulamentacao- é i wa Lei Foi justamente yisando éste alto ob: ‘etivo que 2 nova — Orginien teve e prudéaca e a providenria de estabeleces 2 nO Sreirtes § (arts $36, da Consolidasio das Leis do Tratatho)- Poor date. preceito, o Presidente da Repiblica fgg armado, da Fauuldade de investir as Federagées de podercs de controle © organizacao ‘sobre os sindicatos, quando assim Jule ne ais A instauracao da disciplina ¢ da fordem que 0s interésses & ‘da economia nacional exigirem. capiruto var POSIGAO E PAPEL DAS CONFEDERAGOES SUMARIO: I — Inpossblidade tea de, coment, coletivas, pactuadas spor Conteaeagbes doe das, moses: Conese, "Sijeivas nacionals © Confe- por Confederesic “Gperalizatan © Sm Tees ctacee i °Opapel das Sia" Redogio do gavel in Cnictensh Coy repianes COT is Coeitiva, das_Confederagoes 0 1 ames Bg a. sbi Be, Come “Beonomia it Posigio das ack i Governe no sistema da as Comte das Confederacies, no nosso, Stet aes da poitica econ ‘stdades sindcas in res. IV POs cheles de {Gies no nosso regime ‘sindical: necessidade Bev uma mentalidade autoritéria, No capitulo anterior, definimos 2 posisie © ° papel das Federagdes no nosso sistema sindieal. Neste, iremos definir a posigio ¢ 0 papel das Confederacoen teri © “iltimo estigio siete mmento do sistema. Porgue #8 Cerporacoes, cons- Clue 0 quarto estigio, }4 pertenceriam a ulfo sistema — © sistema propriamente ‘corporativo, previsto no art. 40 da sova Constituigio. Estas — conforme a Constituicio — $40 rigrados do. Estado”; estio, portanto, inseirametle dentro do carapo do dircite piblico — 0 que nfo osorre So entidades sendieais, que oferecem um duplo aspecto: > piiblico, que vi cosa BERS SIC aur Em relacio as Contederacoes, o problems 6 Bete: — Quais ee caw ae cal? Gual 0 papel que Thes cabe no foncionsmento déste sistema? ‘Tam as Confederagoes, porventura, funsoes normativas, de setoragao de normas gerais, de dreito econdmice o8 de direito Je trabalho, obrigatorias para as eategorias 08 entidades nelas compreendidas? ou as suas fungGes 40, principalmente, de coor- Mtenagio ¢ orientacao geral das categoras © ‘associagoes Tepre- ‘sentativas que as constituem? | i Outverna Viaxa 1 © primeiro ponto a discutir € 0 da capacidade legis- Iativa ou, mais propriamente, regulamentar das Confederagées. Pela Constituicio (art. 137, al. aj art. 140; art. 61), a8 asso- ciacdes sindicais em geral tém poderes para pactuar convencées coletivas, obrigatérias para a totalidade dos membros das ca~ tegorias representadas; logo, cabe 3s Confederages — como cabe aos sindicatos ¢ as Federacées — esta competéncia nor~ mativa. “ Podem, portanto, as Confederacdes conchavar convengées coletivas, que terio, em consequéncia, aplicagio obrigatéria a todo territério nacional. 0 que decorre dos mandamentos constitucionais. Fo que cst implicito na nossa legislacao sin- dical. Entretanto, a verdade é que, devendo as convengées cole- tivas, pactuadas pelas Confederagées, ter uma aplicacio de am- bito vastissimo — porque nacional, no hi, — do ponto de vista- pritico, — como pensar nisto: tecnicamente, estas convengoes so invidveis. O nosso meio profissional nao comportaré con- venges coletivas para toda a Nacio. $6 0s que nio conhecem © nosso pais, a sua imensidade geogrifica, a sua extrema dis- perso demografica, a enorme diferenca dos seus niveis econd- micos e de subsisténcia, podem supor possivel convengées cole- tivas nacionais, regulando questdes de trabalho uniformemente em todo o territério nacional. Em primeiro lugar, o inquérito sobre o salario minimo nos revelou como é profunda a diferenciacio dos nossos meios eco- ndmicos € como os nossos padrées de vida tém um campo de aplicacio geograficamente restrito *. Basta observar que, numa regio de reduzida amplitude, como é 0 Estado do Rio, existem 56 Cle. Salirio Minine (Pullingic do Servigo de Esatiicn e Previdtacia do Mini tésio do Testa, Inder © Comérlo, Ro, 150) suetro SINDICAE Paostemas pe D tai xo des ia tres tipos de “salérios minimos” vitals Reflexo S a peal é Ficado, na nossa pritica corporativay ¢ ae ae das nossas convencées coletiva cm geral, o Ambito de ume locali- Em verdade, guando muito, pode- Estado ow, ne maximo, de uma gos da Nacio inteira: uma con- fe cardter nacional pressupoe 100 uniformidede ide que entre nds seria 10° rid mitagio do campo de ap! elas nao tém ultrapassado, dade ou de um municipio. ‘am ir até aos Timites de um repido geo-economicas nunca, venciio coletiva di 1 “te condigdes econdmico-profissionais, ia cogitar. : aanscrym segundo lugar, se & certo que, em Outre nalam convencoes: coletivas de alcance nacional, ¢ t aaa que tais convengoes si0 tratadas por Confederasies 60 Me rrado Confederagoes ferrodidrias, Confedersi® Me UIT TT as einen el mat, ee do, porém, por Confederasbes do Po complexo das noses es i ys ramos do Co- ¢ontendo todas 0 1 paises, se assi- é também certo ramos da Indistria, todos 0 “rodos os ramos da Agricultura, ete. mércio, “ees ev ‘Nos Estados Unidos, por exemplos as conve es coletivas ual de aplicagios 86 re ‘um campo local ow estadual eee "0 Mesmo neste ¢as0, trata-sey dos — como tém ali, raramente um camp ainda assim, de ¢ (© dos ferrovidrios, 10 nacional. Jes de grupos especial 0 oe eect 2 dos trabalhadores ra indistria do vidro te cerimnica, ete.™”. Quanto a convencies coletivas gene ne «y yato & abrangendo, 20 mesmo temPOy ‘todos 08 ramos de fa > ea ou comercial, ou agraria — come Ser00 idade industria o vigao Nacional da Indistria ou pela Confederasio lei sindical — ativ er wy eratadas pela Confederacko Nacic i Confederagio Nacional do Comércio, ou pela Nicional da Agriculeora, previstas na nossa nove See Piramsow (FD Bet 21 28). ee agro ra SSIS pe 8. Soon Sth re Rename eaten Ey ar Bttcbnes OR LE I % Ousverea Via nao tenho conhecimento da sua existét sua existéncia, nem nos Estados Unidos, nem em parte alguma do mundo. “ates B eerto que se poderia al i i ° -poderia alegar a capacidade normativa das Confederases Nainsis do stem Waliano, Estas Confede Bes tém, mais on menos, 0 mesmo ti fo das fs © mesmo tipo ¢ orgenizasio di expe ficadas na nossa Lei Orginica ¢ fazem, é certo, conven cies coletvas de trabalho de alcance nacional. Mas, a verdade é ave 8 Thiia, a elaboracéo das verdadeiras convenges cole- tas de eabatno — com 9 contesido préprio e especifico destas rs bes — cabe as Federacdes, tadas de ambito nacional, ca livida, mas tédas de composicao especializada e diferen- dads, — 8 mania dos sito; 30 propriamente as Con- ie are oe ao modo das nossas, pelo critério d andes “ramos” da produgio econdmica (indis drtio, crédito, transportes, etc.). ns 1 Na verade 0 paps da Confederate al — quando no scercicio da sua competéncia contratual prépria (e nfo da com- peténcia delegada) — é mais de coordenagao externa do que prox ———}— priamente de organizacao interna das i briamente ¢ tizag na das categorias, ¢ isto por as convensies coetivas que pactuam contém apenas are néveas, dentro de eujos preccits, assim enéricos, devem fiear vonites ae verdadeiras convengier coletivas, aya elaboragio cabe especialmente as Federacoes Pee epee das relacdes de trabalho, peculiares & cies de trabalho, peculiares ds categoria, sto comin « rst (ne de serie, horton, "eponros frias era, promos, ironiferéncias; duracdo tos co stos individuais;rescisio, formalidades da admisséo nas en présas; regimentos internos de fabrica, etc.) Ex a fans lesa ow regulamentes realisada através de conven: cBes coletivas genéricas, 0 gral ‘Confederagoes na ces cles gvdriy grande papel. dae Confederases na in bo antes de tudo e principalmente, dre coordenagio das categorias ¢ das entidades sindicais do foam 58 Penootest (F) — ob city ne 30 entre sie com 0 Govérno, fecondmicas gerais, quero di a politi bem ou nao devem caber as sindical, as funcées de regulamentacio Nao porque haja uma inc posigio legals mas, porque, em nosso pais, dade ter w Propeesas pe Dragiro SINPICAL a no sentido de unificrcio das diretrizes ver nacionais, em que se exprimem « namica ¢ social do Chefe do Es:ado. Het ee forma ou de outra, o principio subsiste: nio ca Confederacées, no nosso sistema Interna das categorias. ‘ompatiilidade decorrente de uma dis= io pode esta facul- zacho pratica. Foi esta justamente a orientacio elaboradora do dec. 1.402 de 1939 compon: Bes heterogéneamente — como expressbes repre: sree categorias, mas dos grandes ramos da atividade econdmica weg sea pensamento era fazélas drgios «pends de orientacio eral das grandes atividades produtoras Je eoordenacio das categorias, através das quais o Estado, ou melhor, o Presidents 8 Repiiblica pudesse seal Gir as associagbes de grav inferior 2 politics econémica tie Nagio. Se quisesse dar as Confederasies competéncia para realizar, por meio de convengdes coletivas, a regulamentacio sania dea cazegorias cob a sua jurisdisie € clare 6 teria aierg pelo patio das Federacbes © dos sindicatos proven- flo para que se organizassem, — como 0 sindicatos € as Fe- deragdes, — também por profissdes idénticas, similares ov O- trutura pudesse oferecer aquela nexas, de maneira que a sua es remmposiciu homogénea, essencial & viabilidade © 3 eficiéncia das adotada pela Comissio do as Confedera- sentativas, nO las compreendidas, agentes supremos convengoes coletivas. Davo observar o seguinte: as Coafederasies esti ten dendo a fiear muito reduzidas na sua importéncia com 4 expan: een tc pecoue ie a institui- Gao das organizagées corporativas tem jmportado, na Ttilia ¢ sre Gutros paises, no enfraquecimento das Confederagées, que perdem uma soma Tonsiderdvel de poderes e atribuigoes em fae vor daquelas. \ i Oxiverna Viawa Eo que ira naturalmente acontecer aqui quan oe se eis prpecetirente a nossa économia de producio. Seja que se insttuam co mo rages para 2 totalidade da economia nacional (0 fue nfo pe. rece possivel), seja (o que € mais provavel) que Se as inatitoam apenis para setores deersinados desta economia (reridos; tara transportes; servigos piblcos; bancos, previdincia; re aos ene da economia agriria: 0 cfé, 0 mate, 0 eter 1 a5 Corporacées do art. 140, organizadas que Fosse, s rebatariam logo is atuais Confederasies 0 poder de editar a mas aera deni das gah 6 segundo as quais terio que ser cilia comes coletivas pactuadas pelos sindicatos ae empresas empregadores, ou pelas suas Federacoes u Mesmo independentemente da instituicio do regime cor- porativo, esta competéncia virtual ou potencial para aditar mas gerais (convengées coletivas genéricas) das nossas atuais eee e ALN Ennio ad i tn en oa ora din haat eo ¢ fe Cli Wear Gro 3) oe fast nse elonon, Fors ir ro Wem etm etait ee De Fos peace CR) — be i et opens pti, tents Sot nian, ng Aa a roots tt sa oat cant Fore Deco sn Ea stn Bes, 2). Esme 8 veo Sis de asses a toes Oe STG sta ate fo oe ee cen teteemutees tes Sa tin ee echt mar Pea dey ern 8 em 99 rr 4 nn i ‘© regime nosso & pois, diferent f essencialmente drgios da pol = social principalmente, Prostewas ng Dinero SiNDECAS » Confederagées teria que cessar praticament®, POT sna vet, logo aque viesse a ser organizado 0 Conselho Economia Nacional, aMjue se refere a Constieuigioy no Soh art. 57. Porque € da Competéncia privativa do dito ‘Conselho, segundo preceito do art. 61: a) eeeeeceeeeen 6 by : c) — editar normas reguladoras dos contratos coletivos de trabalho entre 03 sindicatos da mesme categoria da producto de Tere associagoes representativas de uss ov ‘mais categorias. ¢ do italiano neste ponto. “La; estas normas reguladoras so, ou podem determinadas Netivas genéri- pelas Confederacées por meio de convencées col reteragses nio as podstiam editary desde qué cas; aqui, as Con esta competéncia ‘por uma disposigao expressa ds Constituigio, E privativa do Conselno de Economia Nacional. Em suma, no nosso sistema sindicaly a8 Confederacies sto itica econdmica do Govérno, ins- esseitntos de que o Presidente da Repablica se utiliza prind palmente quando langa mao da prerrogativa do art, 26 da Let Deginica (art. 536, da Consolidasio ‘das Leis do Trabalho), iizar o controle € @ direst dt economia nacional, bem para reali Pain para definir as diretrizes gerais da sue politica social. O papel de organizador interno dee ategorias, no ponto de vista abe aos sindicatos ¢ as Federasées, uth que € a conyencio o- Trrando tase grande instrumento juridices Jetiva de trabalho. ‘Em sintese: as Confederad das no nosso sistema sindical= es, tais como estio organiza: 4) nfo-podem pactuar convensaes coletivas de carter nacional porgue, fecnicamente, nao Thes seria possivel fazélo, demonstrados Oxiverea Viana b) nao podem editar normas gerais, a que fiquem condi- cionadas as convengées coletivas pactuadas pelas entidades sin- dicais de grau inferior (Federacées e sindicatos), porque a isto se opde 0 texto expresso da Constituicio. Logo, as suas funcdes terao que ficar limitadas as de sim- ples drgios de ligacio entre o Estado ¢ as categorias econdmi- cas sindicalizadas, para efeitos da politica econdmica ou social do Govérno. Por meio delas, o Presidente da Repiblica, no uso dos poderes que Ihe so conferidos pelos arts. 73 € 135 da Constituicio e do controle que Ihe dio o art. 45 da Lei Sindical (art. 555, da Consolidacio das Leis do Trabalho) ¢, eventual- mente, 0 art. 26 (art. 536, da Consolidacio das Leis do T: balho), fara descer sua orientacio as organizacées do 2.° grau (Federagées) ¢ is do 1.° gran (sindicatos), isto é, a téda a vida econémica nacional. Esta, a grande funcio das Confede- ragées no nosso sistema sindical. Esta fungio implica, logicamente, uma consequéncia: — de que a posicio destas instituicées, representativas dos grandes “ramos” da economia nacional, hé de ser, em face do Estado, da mais estreita aproximagio e colaboracio. Talvez mesmo, futu- ramente, venham os seus dirigentes a figurar obrigatoriamente — como membros natos — nesses varios érgéos consultivos que se estio constituinde em térno da Presidéncia da Repiblica c a cla subordinados diretamente & semelhanca do Conselho de Se- guranca Nacional ou do Conselho do Comércio Exterior. m Ha estatismo ou excesso de estatismo nesta subordi- nagio das entidades confederativas & orientacio do Govérno? E possivel. Mas a verdade é que o dilema € éste: — ou ésse estatismo, ou entio a volta fatal 4 estrutura coloidal, a gelatina da Constituigio de 1891. Certo, em 1891, era possivel uma Norcal a Prorenas pe Dinero St organizagio econdmica de tipo coloidal ow gelatinosos mass Mt sa hitéria, -esentemente — onde cere hestéria, como o em que estamos presentemente —~ 00° ‘a sobrevivéncia sO & assegurada aos grupos econdmi¢ a zados ‘¢ onde 0 dominio ou a hegemonia do mundo cabe a a cases ror dotados de senso da autoridade ¢ da capacidate ais a oe ceiyoltar ao estado coloidal de 1891 seria mais io eam 8 rt um suicidio vue umn @rro; seria, realmente, Um : see eNada mais absurdo, com efeito, do que esta. prevensio contra O ado. Prevengao que € uma sobrevivéencia do herag Rccsismo individualista, j@ inteiramente perempro do ranto, Preve fi ais em parte alguma, nem nado, que nao encontramos mais em par i a veges mais democraticas ¢ liberais do globo — com nt Inglaterra e os Estados Unidos *. grou ¢ forms do seu ame o vent do Ea oer na vide cabins @ 635 SO, saci SMa Cy Sem tl ma ee a ern tons obese ee (i Parts 908; Lawrannunoss (HL) — Le 2 a ne erase oy Pa 208 Laer CO et cn cami wa 86 ©. PN Ne eX arene A etic rhe morn nant con, et YO Ne Ee Prosous CE) — Coe amt ae tu conmmia mnie Me Sie, ee Bema (e) — bonraare y rime a1 era 9 rime de are Rx Pusrene (A) — Le politique det TRatecona ed “Tabor”, 1997, 8p Ea rae (OD = re igagd. Para a Toghter: Taisen Phe ry ad the fori, echt, Pai Me) Bune (A) — es experiences alee Co ‘Stole, Levees 6s Tetyee CE) ~~ Grandeur, dacodence ot Persie uf Pe para 03 Estados Unidos: Beanncos U) D) ie tates, Basia, #8: SS 1955 Fowrana (G) — La scnine delle ner oe Sa te a Sam, 1575 Rosen CS. # 1) — Technlery on reek ee eee (fe be Fer 3900). Cm Frowe EE Blan es is Bet MACE, st Fees cee ceneta de Havowe Las, gvand rsa mot reise Peecdate no fame, 0 problema Hee ate jks ety 3859). Clr are 99 (laser Liety the Meter Ste 2 eae ile teers cecie aa7; Pace — Ua ee de ceriaene, Poa ie a Rae Cave, Pars, 838; Rave et ore ie ny ainda: Sauxt Gamtts 0) — cones dite, PaP J Nugce eserenee economic, Fhe a, ary wow Ducwraat et fiz wre eum, meneaat ot Gheentarce TL — Lécnowi Rogesnoce TAs Conny tata vow Moen (-) — Ee sim 2, Cos rome (2) — Le sanermen dey moat we eee abendonce at oplim 2 Ouiverea Viana B preciso que fixemos éste ponto: a organizacio da nossa economia nacional ¢ o seu ajustamento 4 economia internacional nao se farto, aqui, seniio em tarno ¢ sob a diregio do "Estado Oa % a condi¢io mesma do mundo moderno: oe pees 1a sua presenca nos povos mais individualistas do mando. No meio da desordem geral, a que o liberalismo levou a vidi econdimica'e que se alastra por todos os continentes, 6 wi uma free capaz de fazer desaparecer 0 caos ¢ restanrar o espitit ea condigio da ordem: €0 Fstado ®. Nao hi outra Nenhoma avers forse social seri capaz. de realizar esta obra; ae a spe para into dos zeenrson imensuraveis do Estado; absolv- Ie ome ahi cae een eed dare privada, essa reorganizacio, sem 0 auxilio do ee te aio lmitada cup bien te a nio vai além de precinta das proprias fabricas. = Entre nés, esta prevencao contra o Esta ati Gistancia do Estado é, entio, absolutamente injusta. Principal- mente quando parte, nio de tebricos de citedra ou de publi tas doutrinirios, mas dos nossos capities da indistria. Todos sabemos que para éles o Estado tem sido um pai generoso © Ge mics Inrgas — como em parte alguma do mundo. Pro- curem éstes chefes de prosperas emprésas pelo Brasil a fora sealer tad, Si ei es soe ae up eee seo br + et snes tos wa te. fade de movimento que os figidos sistemas totalitirios, como emer eae ar Se i ma ac ete ae Cem mr Te, iit ee ‘iste cain do Coe proorexas pe Dinero SIxoTeAt 93 « encontriclosao todos, sem excecio, abrigados sob um guarda- er — e este guarda-chuva quem o sustenta ne -chuya enorm Shas maos possantes €... 0 Estado, Sem esta “protecio do é jos mum Fado” nfo Ficaria um s6 de pé ¢ seflam todos varr carats, pelo. pampeiro da crise. Como de Santa Barbara, Free ce lembram do Estado quando o alo estoura © & 10% pestade desencadela as suas céleras, Fite ¢ bonanca e escam- po o cét, jé nfo querem saber mais do Estado; voltam-se todos fos seus negdcios, aos seus riCos negocinhos particulares, 208 08 etabelecimentoe, ax suas emprdsas, ix suas “S.A.” ¢ “Lit mitadas”. i esta, infelizmente, a mentalidade dos nossos Tideres in- dustriaie, Estio éles ainda sob a influéncia da velha conceptio, formada pelo regime liberal-democritico, de ave © Estado é forcados a tolerar, mas de que «a interferéncia nos domi- tum mal necessério, que todos so devem também evitar o mais possivel nios-da economia privada. ‘Quando foi publicada a Constituisio de 19375 encon ih dome com um dos nossos grandes industria, home” de cultura inteligancia, dono de importante emprésa de tecelagem, disse- ‘The, aludindo a0 sistema corporativo, que aquela Constituigao previra num preceito imperative re Os senhores agora estio de parabéns. Vio dominar, governarse por si mesmos, wtravéo das su28 Corporacies wAo que éle me retrucov, com asperezay entre OF dentes: dos. - ww Bin sei, eu sei, O que vamos ficar ¢ eseray a V, Sousa Hass — Intstie memafetrcire eosritce © setts Sr Bei de nia Bion © Coe 22, 76 Binertin So BT) ote econ do Ey > ea 185 ant shy orame (Ey feor, entre 930 7, 2 ce ter 8 Se Te cl Bras ia Pal, ee iador 0 Cr eee eee atl 8 BS no ‘Sande ee lag cmb ¢ 4 rere grmesns © we ‘noes — a Nerede ta ti Tarn. ande parte da verdade, mS os Ourveiea Viawa Eis af. O Estado saido do golpe de 1937, chama-os para uma vida em comum com éle — coisa que nao féz no regime anterior. Dé-lhes posicdes nos seus conselhos administrativos posigées que éles nunca tiveram. Confere-lhes poderes ju ddicionais — coisa que © regime anterior nao thes permitia. Fé-los auxiliares permanentes, ¢ nao aleatérios, das suas atividades legislativas ¢ executivas — 0 que até entio era reser- vado exclusivamente is camarilhas politicantes. Entretanto — porque o Estado, em troca de tédas estas prerrogativas, lhes ira exigir um pouquinho mais de disciplina ¢ controle — acham les que passardo a ficar “escravizados” Nos povos em que domina o espirito individualista, como 0s anglo-saxdes ¢ 08 anglo-americanos, éste receio do Estado, ‘esta desconfianca do Estado, esta fuga ao Estado tem sua razio de ser ¢ encontra explicagio. Entre éstes homens, quando a tempestade vem, quando as comportas da crise, rompidas, dei- xam descerem as avalanches sdbre a planicie tranquila e laborio- sa, onde fumegam as usinas, rumorosas como colmeias, subyei tendo ¢ arrastando, no tropel dos seus maroigos, tddas as expres- sdes da riqueza; éstes homens procuram-se uns aos outros, os chefes se concertam entre si e, apoiados em si mesmos, reagem, restavrando os edificios destruidos, recompondo as maquinarias evertidas e reconstruindo, no terreno devastado, os simbolos representatives das primitivas atividades eriadoras. Nao re- correm ao Estado, ou s6 the recorrem em iiltima extremidade. Salvam-se, antes, por si mesmos, pela acio concertada dos pré- prios interessados atingidos pela catastrofe. Tive, ha anos, prova esplendida desta mentalidade indivi- dualista dos anglo-saxdes — que havia aprendido a admirar nos grandes mestres da escola leplayna, em Rovsters e Demouins— quando fui visitar uma fazenda localizada na Baixada Flumi minense, no lugar de Ipitangas, nos limites de Saquarema ¢ Ara- ruama. Um grupo de ingleses, organizados numa corporation, Prosuencas pe Dinette SiN> clas terras abandoradas ¢ nelas ini ‘em larga scala. Mas, a lagarta rosada Gevastou-os completamente. Flow a de 95 % da safra. haviam adquirido aqu a cultura do algo« mou conta dos algodoais ¢ Lo ao defitivo, perdendo-se cee Ouvindo o diretor da emp yada com a praga terrivel ¢, para éles, | ae cons senhores tiveram éste prejuizo porgue nio guises! tomar as providéncias necessérias. O nosso Miniséio da Aer cultura tem um servigo organizado para aste fim. GAC oe jam recorrer a éle. ma fsa, que me narrava a hua tra aes, imprevista, disse-The: Por que nao pedira 1 orgulho do anglo-saxto, a sua independénciay 9 st "07" ged individualism repontaram = cS) ae i Pres aa ‘i i rient los edos: nossi audacioso mas nospeadefiemeza, mum tom em que C cep ipelucir thda a psicologia do sex povo € da sus Tee, rane Nao esté nos nossos habitos pedir auxilio so Gove Faliram, Desapareceram. Estes sim, eu compresne 0 no queiram saber do Estado, que desdenhem da prwere Teeados mesmo, que se afastem do Estado. No, of sraerteco industialismo nascente, cheios até a plenitude “PI tecio do Estado. Ww a Confederagées no ‘abre o papel das Confederasies. ‘bre a mentalidade das nossas elites fas conclusées de Fatas consideracdes 5 ‘nosso sistema sindical € sél economicas nos conduzem, dem pritica: ordem prilgendo as Confederagées, como ios Jigacio do Govérno com as categoriss econdmicas organzades arsine ditigentes precsam ter, mais do que os 38 ci ogicamente, a du como vimos, drgios de

Você também pode gostar