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Te nee shaotie ieee Armand Colin/VUEF, 2003 Coordenagio Editorial Editora Claraluz Diagramacio / Revisio Maira Valencise Elaboragio de Capa Deze Dez. Multimeios Impressio e Acabamento Suprema Grifica Ficha Catalogréfica elaborada pela Biblioteca do ICMC/USP P272g. Paveau, Marie-Anne, ‘Alves tad V. Titulo © Editora Claraluz, Rua Rafael de Abreu Sampaio Vidal, 1217 ‘So Carlos ~ SP 13560-390 Fone/Fax (16) 33748332 wwweditoraclaraluz.com.br A Sylviane “O passo mais dificil no estudo da linguagem 0 primeiro” (Leonard Bloomfield). Para Claudine “A linguistica cond 20 mais belo resultado de toda ciéncia, que 60 de ligar ao grande todo as partes, ‘aparentemente mais fragmentarias”” (Gaston Pairs). ————— completo, promovida pelo soja, avaliado a partir de su renvindicam explicitamente dda alternativaaberta pela est QO capitulo 6 expe, com detalhe, as implicagées da interpretacao estrutural- ‘uncionalista do CLG; desde a contribuigio fundadora do Circulo de Praga (marcada 0 capitulo 7 especifica as linhas da saussureana, Ele mostra notadamente a ‘ordenada a partir do mesmo ponto de pari revonsiruglo da ciéneialingustica (Mat ‘marcando segundo quais linhas de progressao os principais protagonistas ‘orientagao situam-se em relago ao postulado dinamico (Bloomfield, Harris, Pike, Gross, Chomsky). capitulo 9 ¢ inteiramente consagrado teorizages que, provindas de discursivizacio, abrindo areflexsio indo, segundo énfases diversas, a jue nele ocupa o sujeito falante contemporsinea (Per retomada sob a 6tica cog abordagens no quadro de uma semistica compreensiva (Escola de Palo Alto). iio consagrada pelo uso designa tradicionalmente os tica durante o século XIX, especificamente no s especificidades, convém exp0-los Licey ente, toa um domi mas separados no tempo e, mais aproximadamente, a histérica, com 0 linhas de evolugio, iveis, que, em principio, ligam numa relagdo de dependéncia (ou de iliagio”) uma lingua B — atual ou tardiva ~ a uma lingua A que Ihe é ologicamente ¢ culturalmente anterior. ‘A abertura do que sera o principal canteiro cientifico do século XIX em iguagem e sobre as linguas é “Saberia Ihes examinar, mesmo superficialmente, sem ser convencido de que “essas linguas derivam de uma origem comum, que talvez nem exista mais” (apud LYONS, 1970, p. 22). Essa. mesma constatagio, recuperada por numerosos estudiosos, estéi na “origem de um desen (o imprevisfvel dos conhecimentos sobre a linguagem a formagao de linguas. 3 1.2. Os precedentes ‘Embora a analise de semelhangas (sinscrito/grego/latim) tenha sido decisiva “para a abertura de um setor cientifico imenso ~ 0 dominio dos estudos indo- Pot ‘europeus -, convém lembrar que o tipo de curiosidade intelectual suscitado por esse dominio nao foi nem o tinieo. perspectiva comparatista despertara a atencio de certos gi icos; por exemplo, H. W. Ludol 1704) provou de maneira conclusiva a entre o etfope e o amharique. G W. matematico, encorajou faladas nas fromteiras do 5, mas parcialmente plenas lefiniam, com uma certa ordem, orientagdes [por mais que no se possa falar propri intelectuais de entio dispoem de pro ise, sobretudo, de um verdadeiro horizonte juntam-se as primeir artigo fundamental (“ /que seri objeto de reflexto para os primeiros ques R. Rask), sim como 0s trabalhos de gramitica izagio da lingua alema ~ pretende redigir, de um iglota da ingada postumamente, mas inacabada, jd que seu autor nio péde as. O empreendimento de Adelung jue essa conduta inspira. Na falta lolésico suicientementeestvel em fungiodainsuficiéncia igico de seu tempo ) publica em Sio Petersburgo, em latim, um Vocabulaire comparé des ingues du monde (1786 — 1789). Fundamentando-se nessa obra, da qu: lise aprofundada, C. J. Kraus afirma que a contri fol6gica, e semantica. Lembramos ue 6 nesse ponto da hist6ria que intervém a descoherta do snscrito (1784) e n Biase ophcacnpcus. san so onsiderras graven tapas disciplna .énecessirio precisar que 0 estudo dos parentescos uistas que trabalhavam fora do do 798), 1.3. 0 método comparativo Como destaca G. Bergougnioux: tesco") as quais era preciso verificar segundo as seguintes pers — de que as linguas (da India a Escandindvia) sio procedentes 9" das transformagdes de uma mesma lingua-tronco (“ belecer essa mesma evolucio nas suas grandes linhas (segundo o esquema: ingua mae / grandes linguas / familias de linguas). 2OADVENTO DA DISCIPLINA 5 De ponto de vista terminolépico, as denominagdesvariaram no curso de ‘9$ momentos mais marcantes do romantismo ~ notadamente filosGfico ~, no “intervalo de duas geragdes: Herder (1744 ~ 1803) e Goethe (1749 - 1832) de ee ee uum lado, Hegel (1770~ 1831) de outro. Nesse sentido, Robins evidencia o fato deque: Esse periodo da lingiifstica € quase o apandgio da erudigiio germénica, aqueles ue trabalham com a linguistica nos outros paises ou eram cientistas que haviam estudado na Alemanha, como o americano W. D. Whitney, ou alemies expatriados, como Max Maller em Oxford. (1976,p. 177). Examinemos, a seguir, segundo quais preocupagdes so desenvolvidas as principais contribuigdes. 2.1. F, von Schlegel (1772 - 1829): a idéia de “gramitica ‘comparada” os Schlegel mostrou-se decisiva tanto para a propa; juanto para a formulagio de perspectivas, tanto c io comparatista. Eles foram co-fundadores do Circulo participantes fervorosos do movimento Sturm und Drang (Tempestade e Paixdo) que atrairé toda uma geragio, durante as duas décadas de seu desenvolvimento ( 790). Sob a influéncia de Rousseau dos Réveries du prom: a Romani proprio termo de gramatica comparada (vergleichende Grammatik), atribuido aF. von Schle; que seu autor, ibui a reflexdo das linguas enquanto expressiio de dessa obra € De la langue et du savoir des icae filologica permanece, por outro lado, indissocidvel da exasperacdo da ideologia nacional. eeu expe seus pontos de vista sobre a tura ¢ da filosofia da linguagem. Os mesmos temas percorrem igualmente os escritos de seu irmao A. W. von Schelegel (1767-1845), que 3 NT. O Romantismo alemdo dividiu-se em tés periodos: “Romantismode Iéna”, “Romantismo ‘de Heidelberg” e “Romantismo tardio”,sendoo primeiro o mais conhecido e mais importante, ‘compreendendo o periodo de 1797 a 1801 ¢ organizou-se em tormo dos irmios Schlegel e da revista Athendium, alee ee ie eet “em La Littérature et l’Art (1801-1804) sua concepgio dos mitos 0s como formagdes inconscientes da imaginagio) ou ainda da poesia nguagem. E também A, W. von Schlegel que propde uma tipok das linguas partir de entao diferenciadas em “isolantes”, “afixantes” mais”. Essa classificagdo sera posteriormente retomada por Humboldt. igo, E sobretudo no quadro da mocentrista prevalecerd de 2.2. J. Grimm (1785 - 1863): aidéia de “et fonética” que porta seu imeiro trabalho transcrigéo aniloga onde outras linguas empregam etc. Para explicar a regularidade ‘cortespondéncias, Grimm postulava uma mutagdo advinda do periodo ist6rico do germanico. Como o resume Lyons: De fato, essa série de correspondéncias (sinscrito/grego/latim/g6tico) ‘um mecanismo de mutago consondntica (lautverschiebung), que 0 prio Grimm esclarece, afirmando que -guida em todos os cas ‘Com seu irmio W. Grimm (1786 — leva a cabo ainda, “além de muitos outros trabalhos em filologia ¢ lexicografia, a Histoire de la steve também na origem de alemiio. E dese modo que, nacionalista JJ von Gorres (1776 — 1848), 08 is 0s contos e as lendas ‘um importante trabalho de ‘com a cooperacio do e: irmios Grimm transcreveram e tomaram ac fos pela cultura popular, tais como os Contes d'enfants et du foyer (1812) € as Légendes héroiques allemandes (1829). de Vancienne langue nordique parentesco do islandés com as Ii pesquisa magistral apoiou-se na reflexao, jé assinalada, em 1754 por A. Turgot, sobre a preeminénci . Comparando a forma de numerosas palavras ios de linguas diferent Se descobrimos que em duas Iinguas as formas de ‘concordam a um tal ponto que se pode descobrir as, letras que permitem passar de uma a outra, Ollingiiistarecusa-se, todavia, a acreditar na hip6tese de uma “Ii tendo como objetivo manifesto da pesquisa aproximar-se d 4 Lemibremos que os primeiros comparatistas trabalhavam com documentos escritos. Além disso, na ética da radigf0 gramatical, os grafemas representam os sons ae te a Rask na Dinamarca, orientard a gramética comparada para 0 ‘organizacao morfolégica das palavras (notadamente do nome e do t6ricas, por meio das quais jos ¢ formados a partir de ma longa seqliéncia de Tarra Essa pe proveniente do de Lamarck e de Darwin (1809 — tragava 0 caminho Jo de uma lei da evolucdo que afetaria diretamente ido significativo de Bopp é 0 5). Propondo uma reconstrugao resultado de uma desintegragdo progressiva do antigo sistema flexional. do de 1816 serviré de matriz.€ de ponto de partida a pesquisa que Bopp e do alemdo). A anilise a verificar, de um lado, a téncia das regularidades formais que as regulam, de outro, a cat or meio da investigacdo etimolégica preconizada por Turgot e aplicada por i i ltado impressionante, Bopp consegue organizacao flexional (notadamente \guas derivadas do sénscrito resulta de termos auxiliares que estavam disjuntos ‘um estado de afixacao anteri “pelo pasado. 3 W. VON HUMBOLDT (1767 ~ 1835): A ANTROPOLOGIA LINGUiSTICA Wilheim von Humboldt ocupa um lugar & parte no campo da gramética ‘comparada. Contrariamente aos outros tesricos, suas perspectivas no conferem 4 historia um estatuto privilegiado; bem ao contrario, elas desenham uma ‘concepgao dindmica e estrutural da linguagem. 3.1. A formulagio do projeto Numa carta a Goethe (07/09/1812), Humboldt expe as grandes linhas de seu programa cientifico: tuas, nds nilo devemos esquecer de ver nelas uma parte da ‘humana e o meio mais importante na economia da natureza intelectual... E por isso que os (os essenciais de todas as pesquisas ‘concerentes ao carSter nacional e&distribuigdo da espécie humana em grupos. ‘enagdes entram evidentemente nas pesquisas desse género... (apud CAUSSAT, 1974, p.61). © enunciado desse postulado anuncia o essencial de uma pesquisa que subordinaré a concepgio geral & anilise dos fatos: E todo 0 conhecimento que pod ‘massivamente as inguas sobre 0 espi tem algum interesse para a pesquis reconhecer ao mesmo tempo sobre qi ‘uas partes componentes, apsia-se tal ter do papel que desempenha ‘mentalidade das nagoes apenas Por meio dessa racionalizagao a pr consiste em plurai ia observacio Humboldt recusa, de um lado, toda foma, Por outro lado, uma decisao metodolégica que slementos de comparacio: £ aqui, muito particularmente, que as racionalizagées a priori so poucas ou ‘organizando a comparacao de um. grande nimero de "es prprias que podemos nos engajar nesse caminho ‘Uma segunda carta, enderegada posteriormente a Bopp (06/02/1830), formula uma proposta simétrica. Ela testemunba a constant em Humboldt entre a reflexao sobre a linguagem e a andlise di Estou muito absorvido, tanto que na minha obra [trata-se Voewre sur le Kavi; Introducdo @ obra sobre o Kavil as linguas sservem-me de trampolim para passar as consideragées de porte mais geral (ibid, p.137), teérico mento de Humboldt inscreve-se no cruzamento de quatro sias maiores: aquelas de Bopp, Goethe, Herder e Kant. Hi sipulo contestador de Kant, Humboldt retoma a idéia de ima lingua é a expressio do génio ago de imteracdo jua de um povo - do humano, Humboldt instaura uma prime tica (consistindo esta no aspecto criador d: fomo uma concepsiio da lingua compreendi mais longe que se va no trabalho de interpretagio ede im resid, impossivel de conhecer: essa presenga que se de {e6rica éprecisamente o lugar de sua unidade eo sopro de sua Vi lificar, segundo a anilise de O. Jo” da“ unidade de uma relagio”. tando-se sob a relagio de um mat 0s dados sensiveis da exper }espaco, o tempo, a causa). ‘0 plano da linguagem, con: te escondida nas profundezas da alma hut larrancar 0 mecanismo verdadeiro para expd-lo & descoberta” (HANSEN- LOVE , 1972, p. 72). ‘Trés prinefpios ste evocado esté no centro da reflexdio de Humboldt, claboragdo cujo desenvolvimento permite reconhecer retores: inguagem é um modo de atividade do espirito humano, Segundo io clissica, herdada da filosofia grega, a linguagem é energeia € no somente ergon —A linguagem sensivel, Asse prinefpio liga-se uma nogao. Jingiiistico, apreendido numa perspectiva din i a uma matéria sonora ‘especificidade do signo Cada lingua é desde sempre composta de um substrato material trabalhado elas geragdes anteriores, desde um passado distante que nos escapa; ¢ [..] a lade espiritual que profere o pensamento, encarnando-o na expresso sempre relacionada com um conteddo ja dado, opera antes uma reorganizaao ‘que uma produgo no sentido rigoroso do termo (apud CAUSSAT, 1974, p.73) — A forma interna da linguagem determina para cada idioma um ‘modo de organizagéo particular. Essa economia distintiva governa um conjunto de relagdes de dependéncia entre as diversas unidades que a constituem: {A lingua] compartitha a natureza de tudo 0 que € organico na medida em que cada elemento niio existe senio em relagio ao outro e sua s ‘gragas & energiatinica que satura o conjunto. a frase mai or mais que ela implique a forma gramatical, na unidade (ibid. p.73). Omédulo lingua iguagem sempre é, a0 mesmo tempo, produtora de ‘que o empreendimento de Humboldt “excede a divisio. apreende a matéria sonora para se exprimir. Essa operagio de informagao maitua e constante permite forjar, por diferenciagdes sucessivas, 0 cardter proprio de cada idioma. 3.4. A influéncia de Humboldt Ela exerceu-se muito além de sua época, de tal modo que nfo € exagero identificar, através das diferentes obras que nela se inspiram, 0 desenvolvimento de uma verdadeira escola de pensamento. Na Alemanha, é preciso primeiro mencionar a obra de H. Steinthal (1823 ~ 1899). Principal discipulo de Humboldt, autor de um ensaio sobre a Origine 51), ¢ de um Précis de linguistique (1850 ~ 1871), Stheinthal ‘a5. 3 ne Revue de psychologie des peuples et de ». Os trabalhos de W. Wundt (1832 ~ 192 prolougam meer ‘pensamento, a partir da psicologia experimental (sobre as font l6gico), Dare eesncterinaiisl psychologic des 1920). As mesmas perspectivas marcam ainda as pesquisas especificamente consagradas a lingtifstica alemd (Sur les langue allemande, 1949 — 1950; Sur l'esprit de ia langue, Franga, ¢ na obra de G. Guillaume, mente consagrada a uma ES rect iace dda linguagem, que a influéncia das idéias de Humboldt 800u. a ointermédiode D. G. Brinton, tradutor de Humboldt, a escola americana ica elabora suas prdprias ferramentas e define seu programa de o. F, Boas (1858 — 1942), de origem alema, emigra para os Estados de mundo com orientagoe: ‘outro lado, a obra de Sapir Language hor fundamentadas. tendo em conta 0 fato 4 CHER (1821 - 1868): A LINGUISTICA HISTORICA, _ 4.1.0 fim do comparatismo Recherches sur les langues d'Europe Ja grammaire comparée des langues iropéennes (186) como com La théorie darwinienne et Vesprit des langues que fecha o ciclo de seus trabalhos. 4.2. A hipétese indo-européia Aiidéia de Ursprache gramatica comparada ~ segundo 0 de todas as linguas européias -, Schl verdadeito Ursprac 65 lapsos dos estados de igdes diretas ou transversas capazes de condu lugdio dos encadeamentos de causalidade que levam as ramificagées de idiomas que Ihe seriam ‘A Stammbaumtheorie © esforgo de Schleicher traduz-se por duas grandes inovagdes dde uma lado, pela introducio do esquema da drvore genealégica ferentes representagdes arborescentes constituiem estrutural), por outro, pela reconstrugao a (objetivo revelado em seu programa de pesquisa). A as entre linguas procede provavelmente de uma do indo-europeu prit rvore das filiagdes gené 5. obra mestre de Darwin, Da origem das espécies ao meio da selegdo natural, apareceu em 1859. Jo das representagdes naturalistas (botinica, zoologia) aos dominios iit eee A maneita tipologizante que permetia visual es dos engendramentos idiomiticos, e que obedecia ao principio da define sua nova métodoé, de uma (apud DESMET, A glética ou ciéncia da linguagem é uma ciénci Manca geral,o mesmo que o das outas cic 1996,p.49). Bxiste, no entanto, um ponto de articulagio entre a lingifstica ~ algada & de ciéncia natural ~ e a filologia — compr -omo ciéncia \o no aparente ta 0 contato supostamente lo de reger as relagdes do grupo e do individuo singular: tas] ano ser na medida em que ‘com afilologia € diferente, pois trumento cuja pressuposi¢ao € necesséria se As literaturas nio Ihes interessam [: elas thes permitam registrar: para ela a linguagem ¢ 0 Gravtineme, ouio context erco que condiciono a linge htc de Shlicher ‘0 método de reconstrucio geneal6gica dos manuscritos (F.Rieschel) c, evidentemente, 0 Interpretagdo dos textos (hermeneutic geral)professado por F. Schleirmache (1768 ‘em Berlim, Nos dois casos, trata-se de métodos que privilegiam uma perspectiva 6rico- genética fortemente apoiada sobre afilologia. o hist6rico, caracterizado por uma forte involugio da io sonora do pensamento. A teoria dos estados de jefendida por Schleicher e devido a um forte E razodvel observar aqui % :ssban pensamento coincidiu com concepeio da linguagem : spulos de Schleicher, J. Schmidt, props uma ae eee Memeo eemelhante Bopp, mas antes dele a inguas iva A Stammbaumtheorie. Schmidt Eeprpaniamos vivos que na condo objets possveis desde, Pesan wia feito em relacio ao papel dos c asso orzanisos natal ue exror ontade humana sein eis : Ae a eeeidties ancien ido encontro com o historicismo. Schmidt atenuaria assim, ps de i ,adualismo" um pouco mecanista de Schleicher. de Schleicher que nulsionou, o mais longe possi ‘O que fez dele 0 ator polémica importante (sobre o estatuto da jwagem), que 0 opds a W. D. Whitney. "A influéncia de Schleicher nao foi menor na Franca, ainda que ag - 4 if . que desempenhou, ao mesmo warcado pela emergéncia de formagdes 0 que M. Bréal, um papel preponderante na promogio da gramética fs da, declarava-se voluntariamente “schleicheriano de formagio ¢ de tes estados de evolugdo: 70 euidado ee culo XIX, um denominador comum do a diac ien ansras, mo que muito presente, lembra, em Virios las por Schleicher, sem que seus trabalhos ‘omados como influéncias diretas de seu da ascendéncia estiestabelecido mento da escola ta francesa, com teéricos como A. Hovelacque (1843 - 1896) ou H. ‘Chauvée (1815 -1877) assim como de toda uma linhagem de pesquis originais ~ que impulsionaram a reflexdo lingiiistica até as fronteiras da antropologia, mas também da pré-hist6ria nascente. (1798 ~ 1857) ¢ do método experimental preconizado por C. (1813 ~ 1878). Os protagonistas dessa mudanga engajam-se numa de seus predecessores ime iva a partir dessa observagio de . Pode-se julgar essa nova thoff e Brugmann: BIBLIOGRAFIA DESMET P. La Linguistique naturaliste en France (1867 - 1922), ‘que abandona a atmosfera carregada de hip6t Leuvens: Peeters, 1996, feora ignora ou no pode jamais formece, pode che Cats da vidoe das tranformagies das formas ling 1976, p. 196) particular, capitulo 7), }, Um novo espirito cientifi ‘ofensiva dos neo-gramat (mente em tomo dos tral -chega ao fim, eles acentuam, antes teas, apoiando seus trabalhos nos prt "1.3. Contra A. Schleicher Oempreendimento neo-gramatico c ias concepedes julgadas, a priori, da ling de fato um ataque combinado ica hist6rica, particularmente ee a obra de Schleicher. O: tas recusam, em conjunto, os ma época, o lingllista dinamarqués K. Verner corrige e completa a principais sda i " 1” (estabelecida, lembremos, a partir dos trabalhos de Rask). demons — a explicagio fi cles denunciam como na mitico 0 postulado de uma —aexplicacdo histori & concepeao evolucioni __aexplicagio espect daquilo que concerne ao funcionamento do espi prolongamento tardio, no quadro do romantismo, da imite, meta-hist6rica); ntifica a questao da origem da linguagem e como con: a geral, j4 que consiste em sustentar a tese do paralelismo légico-grat tre pensamento elinguagem 0 a, Essa critica preconiza o desenvolvimento de uma reflexio metodolégica unidade gramatical, em prove i ‘mais ampla, de tal modo que seja capaz-de ematicipar a pesquisa lingifstica em erito, 0 que constitui uma reviravolta dos hdbitos de trabalho e das relagio as assungdes do hiistoricismo e do naturalismo?. es teéricas. 2. UMA NOVA CONCEITUALIZACAO As pesquisas morfolégicas de intensos debates tedricos — que envolve 0 proprio estatuto 2.1. O conceito de “lei fonética Além dos protestos convergentes, por. Oxtoffe K. Brugmann, os principais suportes de difusai gio das Pesquisas (1, 1878, p. 3 - 20), pode-se let tio, entre as questdes aprofundadas e stra muito cedo essas duas orientagées, nparée du sanskrit, du gree et du latin wes de linguistique (1861 ~ 1877). Em I areflexio metodol6gic: langando uma Phonol assim como os Eudes Scherer afirma: ‘As mudangas fonéticas que nds podemos constatar nos documentos da histéria lingiistica procedem segundo leis imutveis que nao admitem variagao senio ‘em conformidade com outras leis (ibid.). 9 Um julgamento de Saussure, de uma extrema severidade, articula numa mesma proposigao a ‘metodolégica e a condenagio, sem apelo, do grande representante da lingtistica "Isso ‘um motivo para reflexdo filos6fica, como, durante um periodo de 1 de abstraciio do ligdo de Saussure: ‘Alemanha por um grande grupo de individuos,ndo teve jamais aintengio abstragao que é necessrio para dominar de um lado 0 que ‘em uma legitimidade e uma razio de ser no cot ‘em indo-europeu) no decorrer dos at completa mediocridade, o que nlo exclu as pretensdes a 3.AEXPLICACAO EM LINGUISTICA ntido das palavras " precedentes da mudanga implicam ainda, a partir da etimologia ios e método a descrigdo compreensiva da evolugao do sentido das palavras. C Cr se i (ido fundamental é postulada: sempre numa perspectiva hist6rica, oan Preconizado ¢ operado pode ser reunido em duas e on arses amit eee ine. st ire¢o de trabalho constitui um postulado fundamental: superando 0 compat 10 que se preocupava com a regularidade das é i i t (hist6rica : quase na mesma Sees Re ) da lexicografia (na Alemanha, F. Diez; na Franga, E. 1m aqui duas prioridades: a) A andlise ara descrever ou constatar as mudancas ocorridas ios) estados aparentados de lingua; ela deve igualmente Wvro de Hermann Paul, pul ima explicagao positiva das causas que conduziram &s mudangas shte (Principios do de ‘observadas; b) porisso, o organicismo e o naturalismo cedem lugar aos métodos da observacao indutiva e . notadamente). De f torno do carster absoluto ou relativo imeiramente, 0s mecanismos que acompanham t em articulada, Ele menciona principalmente “os processos fisicos € que esto constantemente em uso no momento da produgio dos 0s fonéticos”. -nte ao mesmo tempo stia universalidade (elas apresentam-se m do uso dos Grados fonadores e em todos os idiomas), e lade (elas sao eficazes segundo certas regularidades em cada i desde entio, atribuem as mudancas is a ages mecdinicas inteira em relagdo as quais a mana niio conta em nada. Assim, a mi atribuida a causas articulatérias, exige explicagdes de tipo fisiol6gico. 3.3.0 papel da analogia As infragdes aparentes ao cardter necessério das leis fonéticas so assim interpretadas como indicios de uma lei a pesquisar (sot regra). Ao lado da causa mecanica (art 4 qual atribuem o estatuto de causa psicol6gica. Como 0 termo analogia o sugere, esse outro fendmeno consiste na formagio, pelos locutores (de forma ocasional ou durdvel), de locugdes ou palavras em conformidade com outros elementos da mesma lingua, com base em uma semelhanga mais freqiientemente sonora. A produtividade dessa tendéncia analogia é a de operar, naturalmente, por agrupamento de termos em classes, apresentando um trago formal d solucionar etc). Desse p aparece — sob sua vertent lei fonética (causa articul pect 0 das sonoridades estruturantes de cada idioma (ie. aqi em cada significante como “imagem actistica”). igica) uramente formal — como uma especificagio da 4.2. As leis fonéticas: reexame tratado de Paul apresenta ainda um interesse maior para quem queira aprender os remanejamentos da doutrina neo-gramética a respeito das “leis foné A escola ive que resolver certos entraves, com 0 ivo de mais nuancada, reconhecia no principio. Desde ‘entdo, o mecanismo que designa esse conceito € apreendido em termos de “congruéncia”, i.e, de pesquisa de equilibrio ¢ de adequacao entre todos os elementos sonoros em jogo: O conceito de “lei fonética” nao poderia ser entendido no sentido que nds falamos de leis em fisica ou em quimica [..]. A lei fonética nao enuncia o que, ddadas certas condigdes gerais, deve necessiria e perpetuamente produzir-se, ela constata somente a congruéncia existente no meio de um grupo de fendmenos hist6ricos dados (1978, p. 62). lembra que a pesquisa fonética soube manter a exigéncia comparatista, incorporando, pouco a pouco, as formas do raciocinio mais abstrat 4,3. A.analogia €0 empréstimo Complementando essa retificagao, Paul lembra que existe uma relagio de ‘complementaridade 0 iinico ponto sobre © qual se pode [..] razoavelmente discutir concerne & questdo de saber se a analogia funciona, intervindo desde a percepcao de uma ddivergéncia, mesmo que minima, entre as formas etimologicamente dependentes; ‘ou seela limita-se ao momento no qual a possibilidade provisGria de exprimir-se toma-se patente” (ibid. p, 63). A essa questio, Paul responde que “é a segunda hipétese que da conta dos casos mais freqiientes” (ibid., p. 64). Sobre o estatuto do empréstimo, ¢ 0 efeito aparentemente pertubador que pode dele resultar para a economia fonstica, o lingllista mostra-se também muitocategérico: a mesmo dialeto no se vé nunca desenvolver-se a incoerénciay se ‘de Paul explicita os termos de uma reviravolta radical no. ‘gramatica comparada. Com efeito, antes da concentracao te6rica em relagio & ica € primeiramente con: . a representacdo grifica conti dentes dos quais cada um poderia ser exprimido por meio de um coisa, fundamentalmente, do que uma série: a desqualificagio do fundame: ica e preconiza claramente a c para prevenir toda confusio, que, nessa época, 0s termos ‘sdo empregados indiferentemente. E a partir dos termos para designar dois setores distintos: a fonética como estudo das realizagdes sonoras efetivas, a fonologia como estudo do sistema dos sons (fonemas) distintivos de cada idioma, 5.4 CRITICA DIALETOLOGICA Contra o principio da univocidade e da universalidade das leis fonéticas, algumas vozes se fazem ouvir. Quando essas vozes niio Preconizam pura & ‘simplesmente a rentincia dos postulados s — como o faz H. Schuchardt na obra Des lois pl ‘grammariens (1885) -, elas emanam, na sua mi dos circulos de linguistas especializados no estudo dos dialetos 5.1. Principais objecoes A uniformidade da varigao fonética (“ “a indi sail stica (imputaveis por ex: 4 produtividade da analogia) eles acentuam o proceso da mudanca lingUi — aidéia de mudanca choca-se versidade e com dos fendmenos: o pri iGo. e do emp desempenhariam um papel, no minimo, tio importante quanto o de mudanga fonética; — do mesmo modo, 0 que ao lado dos para conta outros fatores: a empréstimo a um (oua — Para pensar a evol importante considerar, com mais ateng idiomas; do mesmo modo, convém pensar ~ abrindo-se também a diversidade icada questo dos limites geograficos e temporais de um dialeto. yras e as Coisas) -se para o estudo de setores inteiros do clas. Aandlise das rel ras-coisas nio exclu, portanto, toda perspectiva referencial, na medida em que esta permite uma melhor compreensio da relagao linguas/culturas, a partir de um critério de repartig&o e de difuso geogrifica, Alémda influéncia que ela exerceu sobre lingiiistas inovadores, como J. Gilligron, esse movimento conheceu importantes desenvolvimentos, no século XIX, com eruditos como W. von Wartburg. todas essas problem: 10 formar, conseqiientemente, a reflexao epistemol Todas elas se nese da linguagem: jeto de uma retomada e de uma reavi a Den a eee ees teria precedidoe SSSR ai att omo al. No iltimo tergodo século, 0 positivismo filos6fico (A. marcado pelas coergées da ‘| nv emergéncia das hierarqui inguagem, rebaixada de sua fungio primei seria convertida, pouco a pouco, em meio de expressio das necessidades. E notdvel que as teses do Ensaio influenciaram profundamente a filosofia da linguagem, principalmente na Alemanha. ira geraco romantica admite que a linguagem, por i gas Culturais, recebe o cardter proprio dos povos. Via Rousseau, © um analogon da nogio de inguagem de Herder encontra alguns acentos da gramética filoséfica. Mas, além de toda consideragao individual e subjetiva (Descartes/ Port Royal), o primeiro romantismo reconhece, antes de tudo, uma fungo de representagdo do pensamento (na ocorréncia da for do “génio” de cada povo), Com Hegel, a segunda geragdo romantica integra mais claramente a filosofia da linguagem a filosofia da hist6ria, Elaborando uma concepgao do trabalho (da atividade humana como atividadi fenomenologia do espit valor simbélico preponderante no desenvolvimento da: Aqui, encontram. pena ade um método proprio, problematiza os fundamentos c linguagem ao mesmo tempo ic i tica comparada. Herder e de Hegel, Scl LD. WHITNEY (1827 — 1894): to da crenga na degenerescé EIA DE UMA LINGUISTICA GERAL t6ria época indo-européia — que marca 0 comego do peri inguas seriam destinadas a 6.2. Anatureza da linguagem Os pressupostos filoséficos, mencionados. anteriormente, nio | encontraram potentes caugdes nos modelos cientificos dominantes. Entre 0 ‘comego € 0 fim do século ~ ie. até 0 momento da critica neo-gramatica -, 0 a a ae ragiio dos grandes pri . tendo por base a uns tas de seu tempo. E 0 que reflete com muita eloqué inadas por Saussure no momento da morte de seu predecessor Ele nos deixou trabathos, nos quais, a ps ‘comparada, dedi suagem: sendo est lade desde 1867 (apud JAKOBSON, 1973, p Essa ciéncia tem por objeto compreendera linguagem, primeiro, em como meio de expressao do pensamer Enfi - idros da gram: objetivos que, por eles mesmos, dda humanidade e de diferentes ragas as verdades. ‘© as percepgses profundas que jamais seriam obtidas sem seu auxilio ‘que a pesqui com as ciéncias aplicadas (em particular a diditica 7.3. Os limites internos da lingiiistica citagdes de Whitney sto extraidas do livro coletivo NORMAND, C. etal. Avant Saussure ). inguagem jé é um dos grandes pontos de partida Detmrnaieeiaccinds cere sto, Renter tice eecies quene tarence ‘esse novo campo de conhecimento, fecunda sobre o papel de pélo de -a € sem divida capaz de re esse diltimo ponto, Whitney observa as relagGes entre lingufstica- ;como uma complementaridade frutifera: ‘A ajuda do psicologo sempre € preciosa, ¢ ela o € sobretudo no estudo d iguagem; porque a linguagem & mais que todo 0 resto, o corpo do pensamel Em suma, a afirmagao de uma cién uagem constréi-se sobre recusa tanto da metafisica quanto do mentalismo (psicologismo), 7.4. O antigo e 0 novo Ao longo de sua conceituagao, Whitney tenta mant exigéncias da gramdtica comparada e aquelas de uma Nesse sent te destacar a sua propo: rarquizagao di ipalmente, com que ele justfica o lugar do compara sugerem. A segunda faz das | pal objeto e somente se serve dos adquire 0 que o acidente do lugar de seu nascimento colocou em seu faz dele 0 ponto de partida do exereicio de suas proprias faculdades, contra a idéia de um controle evidente da linguagem pel ney — aproximando-se da psicologia — sustenta fortemente o cardter fente da faculdade da linguager sdo 0 tema de uma grande div Nilo hé uma pessoa em cem, em mil, que se dé conta do uso que ela faz da se de uma viva controvérs Tinguagem, ela sabe que fala e isso € tudo [..] (ibid. p. 136). la gramética comparada, conservando todavia 0 que se funcional da faculdade de linguagem. Essa fica, segundo Whitney, sob a perspectiva de um “desejo unicagdo”, ou ainda da necessidade, para aespécie humana, de traduzir la a expresso de suas necessidades fundamentais: s que comega a historia posigao inat i¢do, nao ha nenhuma, aprendizagem, de desenvolver-se em determinante que faz.com que o homem fale (ibid. pp. 136~ 137). Nessa nova reflexdo, subsiste uma tentativa para pensar a ontogénese da fungdo comunicativa em referéncia a um estado mais recuado da sociabilidade humana: ‘A linguagem audivel comegou, podemos dizer, quando um grito de dor, sofrimento, Noentanto, 0 ponto de vista utilitarista prevalece em’ conta do alcance da “necessidade de comunicago”. A ativid: constitui uma garantia para os conhecimentos, assim como para sua transmissio; ela mostra-se igualmente fundamental para a renovacao das idéias assim como para a relativa estabilidade dos idiomas: nos lingua, e€ por meo da comunicagd que ns aprender E sna por meio da comunicagao que nds renovamos nossa hela. Ea necesidade de conseriaresse melo que coloca um freia na mudanca dos daletos, © ela gue, consciente ou inconscientemente, cada um reconhece por repr (ibid. p. 137). Linguagem e instituigao Whitney promove aqui uma ruptura coma tradigao lingUistica anterior: 'Nés consideramos, portanto, cada li -omo uma instituigdo e uma dessas {que em cada sociedade, constituem: izagdo (ibid. p. 134) Para desenvolver essa nova pers; Whitney estabelece um paralelo entre a expresso humana e a exp ‘A diferenga essencial que separa os meios de comuni cto dos meios de comunicagao que tem os animais, © lingtiista inova radicalmente, caracterizando a lingua como uma instituigo na qual os signos so ao mesmo tempo convencionais e arbitrétios: ‘Nao hé uma Gnica palavra em nenhuma lingua conhecida que se possa dizer cralmente, mas cada uma cumpre seu emprego, thesei, por ibid. p. 135). Em suma, WI lingufstico. Lembrandoa teflexdo sobre a lin; da linguistica, igando-a a0 dominio das ciéneias historicas. 7] ta Aqueles que queriam torné-la Thoinigdo, una das instvigoes que constitvem a cultura burana (bid) itney consagra a autonomizagdo 0 lado, com vistas a contemplar todas as formas de expressiio tematiza, a0 lado do papel da linguagem articulada, aquele, de expressio nao verbal, aos quais ele reconhece o também nossos modos naturais de expressio no gesto, na i: servimos deles: de um lado, como meios de Epatente que, nesses pontos fundamentais, Saussure, do qual falar continua profundamente devedor de algumas de suas ntais & reflexao predecessora de Whitney. igin of language, ima polémica no ipal das obras de Schleicher e de Milller (a ass isticas as leis naturais, o apagamento do parametro human jingUtstica em afirmar que a linguaget ‘@ auséncia daquilo que lhe é essenci sm um nome que evidence suas caracteristicas into e mais preciso, tomando mesmo a diregio Oconvencionalismo FE desse texto que so extrafdas as citagBes a seguir. Ele sustenta-se em dois argumentos Whitney, em primeiro lugar, firma o papel da socializagio no desenvol ‘da faculdade de linguagem, h meio da aprendizagem: . ” Rela epcio Francesa da Gramatica ia espécie humana, possui_ * im como todos 0s Outos ea aausigio fa dle BIBLIOGRAFIA MALMBERG, B. i i Pane PUF, 1992. NORMAND, textes (1875 - 1924). Bruxelles: Com elV). NORMAND, pré-saussurienne. In: Paris (1839-1903): a romanistica “romanistica jé havia se constituido no momento em que Paris langa sua a i aa tl cataetn ariemnceal des langues romanes (1836-1844), de outro, com 0 Di de la langue romane (1853) mnnaire érymologique tionnaire de la langue francaise sse pano de fundo imediato, A contribuigao especifica de Gaston Paris —que foi aluno de Diez ~consistiu €m promover uma concepgiio cientifica da filologia, a partir dos métodos da gramética comparada. Co-fundador da Revue Ci |, Paris desenvolveu a Société iu também com a fundaca augural, pronunciada na hist6rica da lingua francesa que acabara de Ihe ser confiada (1906), ele expoe lum programa de pesquisa que comporta trés pontos: )dlos falares franceses uma base de pesquisa sétida, ainda que minima, istas — 0 que Ihes teriais fielmentetranscritos ¢ amostras de pontos suf para que possam ser estudados, em si e em fungio, os fermentos da de de supertici cas, son foi um dos inventores da ge m La géné és propriamente dito os outros dialetos da nobremente em La jomesmo trabalho com os outros grandes ido, com 0 provengal, que forma com 0 | teremos Oeasifo seja de comparar Oestudo das palavras que designaram a “abelha” nos fez: ‘numerosas etimologias populares. E um acaso al is do que a qualquer outra palayra? De mat inaugurada por Diez ¢ P: ingtiista dinamarqués K. Nyrop (185: torique de la langue francaise (1899-1930 : io da lingua apenas o elemento mecéinico € no se preocuparam fufistentementecomo ou clemento,com o element psiclegio [bd 5 sta suigo W. von Wartburg (1888-1972), continuador de mento, com o Dictionnaire étymologique du francais et de ses 5) e L. Saingan (1859-1934) 30 depreciado do ponto de Os desenvolvimentos da fonética emergéncia de uma escola de fonética propriamente francesa deve ser a luz dos desenvolvi da gra comparada além-Reno. ‘eruditos marcaram com st = 0 abade J.-P. Rousselot (1846- antes de tudo, o tutor e autor, com E. ce de la France (1902). Trata-se de uma primeira pesquisa com uma envergadura capaz de fornecer aos lingliistas especializados 13 N-T. Expressdo utlizada para classiicar as lingua regi norte) ; langues doc (ao sul). Uma das variedades das lang oficial da Franga (o fran 14 N-T Boole Pratique des Hautes Etudes, em Paris, fandada por Victor Duruy, em 1868, a dar um fundamento ago dessa disciplina a a a a ee a) dos antigos egipcios, e que registrou os resultados de seus trabalhos reflex importante sobre Le Francais parlé (1886), ni a defasagem persistente que reina entra as formas do \gamento decisivo com a preparago do Alfabeto 8 Facade ea oSen ean mE Tere 6 ~M, Grammont (1866-1946) participa do movimento de pesquisa introduzido por Mémoire sur le syteéme primitif des voyelles en indo-européén (SAUSSURE, 1897). Com La Di tion consonantique dans les langues indo-européennes (1895), Grammont analisa um fendmen ico que se encontra no entrecruzamento da fonética e da gramatica : ‘A dissimilagao € uma ago produzida por um fonema sobre um outro fonema {que figura na mesma palavra ou no mesmo grupo de palavra, ¢ com o qual ele ‘iio est em contato (1994, p.275). nes et germaniques (1873). Com a morte de Bergaigne, é V. Henry, tomada posteriormente em perspectiva i Panes de criador da gramética comparada, que Ihe sucedeu na Sorbonne. ion francaise, 1908). estudos semiticos éculo XIX, o desenvolvimento dos estudos semiticos esti comparada concerne, como vimos, 3 formagio de uma escola lingi cspecificamente ligada ao estudo da lingua francesa, Produz-se um movi Os estudos orientais Existia uma tradicdo de orientalismo propria ds ambigdes diplomaticas ¢ politicas da Franca. Ela remonta a Frangois 1, com a institui¢io do College de France, onde foram, entre outros, ministrados ensinamentos de lingua érabe. Com o expansionismo napo! condenado i pristo perpétua na Una do Diabo (Guiana Francesa) por sem em 1894; seu julgamento envolveu o debate pré e contra 0 anti-semitismo; em foi comprovada sua inocéncia. de 1862, a cadeira de hebreu no Collége de France, ¢ teve criagdo do Corpus inscriptorum semiticarum (1867). Sim historiador do cristianismo, Renan sofreu criticas da Igreja com a aparicao da Vie de Jésus (1863), a primeira das contribuigdes laicas para a hist6ria politica! ‘cultural do cristianismo. Outros eruditos, levados pelo anti-semitismo repressor em seus paises de gem, emigram para a Franga. Em graus diversos, A. Darmesteter ¢ M. 0s fundadores da semantica, ou ainda J. Oppert e J. Halévy, os finuadores de Renan, aumentam 0 niimero desses eruditos que aparecem ~ segundo a consagrada expressio de D. Bourrel ~ como “agentes de transferéncia cultural”. jas glosas biblicas do sébio judeu, o Rashi de Troyes (1040-1105). Esse estudo estabelece de maneira fa imensa contribuigao da hermenéutica hebraica em matéria de io e de definigio do Iéxico francés (Rashi usa, freqlentemente, por lade de seus comentérios, a transcrio, em letras hebraicas, de palavras 372, Darmesteter contribu brilhantemente o estudo das lingua ‘mitologias assiria e sumeriana. Ele expoe. decodificagio dos caracteres cuneiformes no Expédition en Mésopotomie (1859), Seus trabalhos provocam a incorporago do mesopotimico a familia das Iinguas turanianas. Fundador da Revue d'assyriologie, foi-lhe atribuida, a partir de 1874, a cadeira de filologia e de arqueologia assiriana do College de France. J. Halévy (1827-1917) se distinguiu por sua contribuigdo ao conhecimento i térica alema , Darmesteter sustenta uma concepgao da lingua e da cultura etfopes, cujos principais resultados foram agrupados no Bape excola hiesirica slern i i f volume dos Etudes sabéennes (1873-1814) A obra dava Pee a0. da linguagem que ele actedita transpor & ontogénese das significagoes Rapport sur une mission archéologique dans le Yemen (1872). A partir de 1880, Halévy ensinou o responsabilidade qual Ihe Fundador da Revue sé is, abrindo ao estudo importante obra de lexi (produzida em conjunto com Thomas Jd) que aparecera sob o titulo de Dictionnaire Général de la Langue re (1890). Em seguida, destacando-se em pesquisas consagradas 3 do vocabulirio francés, desde De la formation des noms composés sais (1872) ¢ De la création actuelle des mots nouveaux dans la das linguas romfnicas tempo a essa conclusdo tamente) que 0 mesopotimico era uma lingua semitica. O afinamento dos conhecimentos nesse dominio ~ notadamente ‘sustentado pelos resultados da historiografia (T. Reinach) —viria, pouco a pouco, validar a tese defendida por Oppert. Esse tltimo ponto merece ser sublinhado, lida em que, uma vez. ibra que os debates cientificos tocam de. i Iturais. Como o precisa muito justamente Bergougnioux: fa resisténcia de uma presso xenofoba pode ter itaio para que esses intelectuais se voltassem para ‘traco identitério que constitui a lingua” (1994, p.172). Entretanto, Darmesteter professa um historicismo temperado, pois ele niio a0 mito da origem absoluta Deserminara vida de uma sigificago, no é ola origem primeira da palavra, fran sonido anterior que expica,comocmistra nara, volar acrigem ar ovietn da espécie, mas as individuos, macho e -se uma representaciio do pensament 2A REFLEXAO TEORICA, ‘estados de evolucio formal dessa visada que interessam ao teérico: Ela se orienta, de um lado, em diregdo a constituigio de uma ciéncia das significagdes (Darmesteter, Bréal), de outro, no sentido de uma revalorizagio dos fins e dos métodos da lingiistica geral (Meillet). para exprimiro pensamento. ia 60 signo? Até que ponto a gostariamos de determinar, primero, os caracter fe moral que nosso pensamento di ds palavras 2.1. Aidéia de semantica 0 termo semdntica nao aparece, propriamente, sob a pluma de Darmesteter. E possivel, conseqiientemente, pensar que a terminol 4 qual ele se vincula inteiramente o subentende, de alguma maneira, no ‘metaforico: ma nota, 0 tedrico da semdntica explicita 0 alvo-de suas eriticas, ) sua discordiincia de principio com seu predecessor imediato: tor francés lembrar-se-4, sobretudo,do pequeno livro de Arséne Darmesteter, ‘mots. O autor, certamente, mergulhou demais, langou-se fundo demais ilo. Nascimento, vida e morte das palavras; temos raziio de chamar esse opyisculo de La vie des mots étudiée dans leurs signfications (ibid.) Um tiltimo ponto merece ser evocado. Refere-se a ligacio da linguistica comas ciéncias naturais, ressaltando a tematica neo-gramética de uma ev da linguagem que se efetua sob o dominio de uma necessidade cegae f ue escapa a vontade dos locutores: Ati riada das esma passagem comporta uma andlise muito aprop' igo ic: aa seu princ{pio o sistema de Schleicher, modelo por AA linguagem € uma matéria sonora que o pensamento humano transforma insensivelmente e sem fim, sob a ado inconsciente da concorréncia vital ¢ da selecio natural (ibid. p.287). M. Bréal (1832-1915): a ciéncia das “significagoes” Tradutor da Grammai rarée de Bopp, Michel Bréal introdutor da tradigao ‘a alema na Franga. Ocupou a cade ‘gramatica comparada d de France ¢ toi secretirio da Linguistique de Paris (desde 1868). Comentando seu projeto, Me que Bréal busca “explicar 0s fatos lingiiisticos pelo uso lingtifstico”. formulagdo da idéia de uma semantica provoca varios deslocamentos, Bréal inicia, primeiramente, com um balango cientifico da gramética comparada € sublinha a auséncia de uma reflexio lingifstica que “fale i Exemplo remareivel do poder que as mpressoes, as idéias recebidas na infancia podem exercer!(ibid.: 291), fundagao do dominio iz \do se trata verdadeiramente de afirmar seu projeto, Bréal formula no postulado, que concerne & natureza e as causas da mudanca i © grande saan Jo as mudangas da fonética, que concernem 2. grams causa Intelostusi que presidam a tanformagao de As mudangas das vogais e das consoantes, reduz de uma vertente secundaria da aciisti ccontentar em enumerar as perdas provenientes do alusio de um edificio que cai por terra; a0 se dividir a ori Ja linguagem, a0 lado das mudangas desenvolvides com um nto impacts apresenta tambem una quanidade de tentativas as que fcaram no meio do eaminho iid p291), ex! ‘esbocadi bservemos que a posicdo defendida por Bi ola idealista. Essa a elecer, com certeza, uma sa resultar da influéncia exercida sobre as duas concepgoes pela psicol das metéforas, al foi, tal é ainda o perigo de parece fazer eco as teses orp : i 1 u : nt no qual 0 uso do estilo metaforico leva o pesquisador a desconsiderar seu iio nos permite, entretanto, objeto: abuso das abstragses, nnossos estudos. Vimos serem tratadas como seres vivos: disseram- ‘nos que as palavras nasciam, travavam combates, propagavam-se e morriam, ‘Nao haveria nenhum inconveniente nessas maneiras de falar se nao houvesse pessoas para tomé-las no sentido literal das linguas maes ¢ das inguas filhas? niio dao a luza dialetos (ibid, p. 29 poe essa caracterizacit: PT re Aeredito que é preciso apresenté-la [essa vontade} forma de : FE eh tcoanes hares ainda parte desses marcadores de subjetividade certos pi ° Le ca Ee hmniniot anemone aa en a ‘0s pronomes expletivos “langados no meio de uma narrago, na qual ‘erta diregao. O objetivo, em materia de linguagem, é ser compreendido (ibid. p. parece repentinamente levar em consideragio seu piiblico” (ibid.p. 293) , Bréal observa ainda que o carater heterogéneo da linguagem {tanto de elementos objetivos quanto de elementos subjet ia porgo importante da gramética tenha nele sua origer Reconhecendo que essas leis repousam sobre um substrato psicol6gico, Bréal Ihes credita um certo grau de generalidade: As leis que tentei i pelo fato de serem mais de ordem psicol6gica, nao

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