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Considerações norteadores da
sobre a origem Temas e objetos
linguística funcionalistas
do Funcionalismo functional
Vertentes Exemplo de
funcionalistas análise Atividade
CONCEPÇÃO FUNCIONALISTA
“os funcionalistas concebem a linguagem como um instrumento de interação
social, alinhando-se, assim, à tendência que analisa a relação entre linguagem e
sociedade. Seu interesse de investigação linguística vai além da estrutura
gramatical, buscando na situação comunicativa – que envolve os interlocutores,
seus propósitos e o contexto discursivo – a motivação para os fatos da língua. A
abordagem funcionalista procura explicar as regularidades observadas no uso
interativo da língua, analisando as condições discursivas em que se verifica esse
uso.” (FURTADO DA CUNHA, 2011, p. 157)
Considerações Iniciais
■ “pode-se distinguir dois pólos de atenção
opostos no pensamento linguístico, o
funcionalismo, no qual a função das formas
linguísticas parece desempenhar um papel
predominante, e o formalismo, no qual a análise
da forma linguística parece ser primária,
enquanto os interesses funcionais são apenas
secundários.” (NEVES, 2004, p. 39,
Sintaxe
■ Berlinck et al (2001, p. 207): “a descrição do modo como as palavras são
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combinadas para compor sentenças, sendo essa descrição organizada sob a forma
de regras.”
■ o Sandmann (1993, p. 11): “parte da gramática que estuda a combinação de
palavras ou sintagmas para formar frases, bem como a função dessas palavras ou
sintagmas dentro da frase.”
■ Huddleston (apud SANDMANN, 1993, p. 15): “As duas unidades básicas da sintaxe
são a sentença e a palavra.
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Morfossintaxe
Exemplos de morfossintaxe: iconicidade
“O princípio da Iconicidade é definido como a correlação natural e motivada
entre forma e função, isto é, entre o código lingüístico (expressão) e seu
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- “instrumento de interação social entre seres humanos, usada com o intuito de estabelecer
relações comunicativas.” (DIK, 1997, p. 3)
- a linguagem se vincula a uma função social, ou seja, foca-se na instrumentalidade da língua em
relação ao que os seus usuários fazem para atingir seus propósitos comunicativos.
Abordagem funcionalista e formalista
Visão de gramática
■ FORMALISMO
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- “no interior do paradigma formal, a língua é tomada como um objeto formal abstrato (por
exemplo, como um conjunto de sentenças), e uma gramática é concebida primariamente
como um empreendimento que procura caracterizar esse objeto formal a partir de regras da
sintaxe formal aplicadas independentemente do sentido e do uso das construções descritas.
É dada, portanto, primazia metodológica à sintaxe em relação à semântica e à pragmática.”
(DIK, 1997, p. 2-3)
■ FUNCIONALISMO
- “uma gramática funcionalmente orientada analisa a relação sistemática entre as formas e
as funções em uma língua.” (NEVES, 2004, p. 40)
Abordagem funcionalista e formalista
Visão de sintaxe
■ FORMALISMO
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■ “na Escola Linguística de Praga, a partir de seu início nos anos vinte até os dias
atuais. Um dos expoentes desse período e um funcionalista verdadeiramente
pioneiro é Roman Jakobson, que estendeu a noção de função da linguagem, restrita
apenas à referencial na teoria estruturalista, a outras funções que levam em conta
os participantes da interação, como a emotiva, a conativa e a fática, e outros
fatores da comunicação, como a mensagem (função poética) e o próprio código
(função metalinguística).”
■ “na tradição antropológica americana com o trabalho de Sapir (1921, 1949) e seus
seguidores; na teoria tagmênica de Pike (Pike, 1967); no trabalho etnograficamente
orientado de Hymes (que introduziu a noção de ‘competência comunicativa’, Hymes
(1972)); na tradição britânica de Firth (1957) e Halliday (1970, 1973, 1985); e em
um sentido diferente também na tradição filosófica que, a partir de Austin (1962) e
por meio de Searle (1969), conduziu à teoria dos Atos de Fala.”
Pezatti (2004)
“O ESTRUTURALISMO TERIA
NEGLIGENCIADO O PAPEL
ESSENCIAL QUE O SUJEITO
DESEMPENHA NA LÍNGUA.”
(ILARI, 2004, p. 81)
Críticas ao estruturalismo
■ Um dos principais críticos, Michel Pêcheux
■ Ao descartar a fala como objeto de estudo científico, Saussure teria destruído
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ILARI, 2004
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■ Ver Módulo 2
Críticas ao gerativismo (Chomsky)
Formalismo x Funcionalismo
■ Não existe uma GU inata e sim uma gramática que emerge do uso.
■ Não há uma distinção clara entre competência e desempenho, mas sim uma interação entre
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Discurso e Gramática.
■ Postula uma sintaxe que surge motivada pelo semântico e pelo pragmático, ou seja, a
estrutura não é totalmente arbitrária e tem base sócio-cognitiva. (Função > Forma).
■ Não modular, a sintaxe não é autônoma.
(LEITÃO, 2009)
Origens do Funcionalismo: a Escola de
Praga
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■ “a visão funcional da Escola de Praga está na definição de língua, vista como um ‘sistema de meios
apropriados a um fim’ (Thèses, 1929), e um ‘sistema de sistemas’, já que a cada função corresponde um
subsistema.” (NEVES, 2004, p. 18)
■ o “distinguem-se ‘níveis sintáticos’ de organização da frase, abrigando-se nesses níveis a semântica –
uma gramática de casos – e a pragmática – uma gramática da comunicação, definida pela imagem do
interlocutor.” (NEVES, 2004, p. 18)
■ a perspectiva funcional da sentença: “a frase é reconhecido [...] como uma unidade susceptível de
análise não apenas nos níveis fonológico, morfológico e sintático, mas também no nível comunicativo.
Essa análise biparte a frase em um elemento comunicativamente estático, o tema, e um elemento
comunicativamente dinâmico, o rema ou comentário.
■ Maior expoente: Roman Jakobson
Função (1)
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Karl Büher
Roman Jakobson
Johanna Nichols
•três funções da •(1) função referencial •função/
linguagem: – contexto interdependência
•(1) representação •(2) função emotiva – •função/ propósito
•(2) exteriorização remetente •função/ contexto
psíquica •(3) função conativa – •função/ relação
•(3) apelo destinatário •função/ significado
•(4) função fática –
canal
•(5) função
metalinguística –
código
•(6) função poética –
mensagem
Função (2)
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André Martinet
Nuyts
Mike Dillinger
•Sentido na relação: •função como papel
•o valor de “papel de •(a) entre uma forma e
uma palavra em uma outra forma (função •função interna
oração”, interna)
acrescentando ao •(b) entre uma forma e
sentido que a palavra •função orgânica da
seu significado linguagem (informativa,
tem num determinado (função semântica)
contexto intencional,
•(c) entre o sistema de socializadora,
formas e seu contexto contextualizadora)
(função externa)
Princípios da linguística funcional (1)
■ “O funcionalismo é uma corrente lingüística que, em oposição ao estruturalismo e ao
gerativismo, se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das
línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas”
Funcionalismo – PPGLetras (UFMS) – Prof. Ulisses De Oliveira
■ “The starting point for functionalists is the view that language is first and foremost
an instrument for communication between human beings, and that this fact is
central in explaining why languages are as they are.” (BUTLER, 2003, p. 2)
■ “in the functional paradigm, on the other hand, a language is in the first place
conceptualized as an instrument of social interaction among human beings, used
with the intention of establishing communicative relationship. Within this paradigm
one attempts to reveal the instrumentality of language with respect to what people
do and achieve with it in social interaction.” (DIK, 1997, p. 3)
Principais vertentes de pesquisa funcionalista
■ “O funcionalismo é uma corrente lingüística que, em oposição ao estruturalismo e ao
gerativismo, se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das
línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas”
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PLANOS
COMUNICATIVOS
Interrelação entre Língua e Contexto
- __________________________________________________
Interrelação entre Língua e Contexto (c)
Refere-se à informação
Ideacional
LSF: Metafunção
LSF: Metafunção Interpessoal
Refere-se à interação entre produtor e receptor envolvidos no processo linguístico
A metafunção Interpessoal da linguagem incorpora todos os usos da língua para expressar relações
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pessoais e sociais, incluindo todas as formas da intromissão do falante na situação de fala e no ato de fala
(HALLIDAY, 1985). A oração está organizada como um evento interativo, envolvendo produtor e receptor da
mensagem, e focaliza a interação como uma troca de bens e serviços (uma Proposta) ou de informação
(uma Proposição) (HALLIDAY, 1994).
A metafunção Interpessoal abrange os sistemas gramaticais de:
(a) MOOD – estabelece relações entre papéis de falante e ouvinte, através de verbos modais ou
adjuntos modais e também o tempo primário e a Modalidade. Função: interacional;
(b) MODALIDADE – expressa a avaliação dos interlocutores sobre o conteúdo da mensagem.
Função: pessoal (de avaliação).
Metafunção Interpessoal: Mood e Modalidade
Mood Resíduo
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proporcionando os recursos para guiar a permuta dos significados no texto. Podemos falar em
"guia" do ponto de vista do ouvinte, que é “projetado” pelo falante nas suas escolhas textuais.
Assim, as condições textuais, tais como, tematicidade, novidade, continuidade, contraste e
recuperabilidade são designadas por sistemas textuais. Tema, foco informacional, elipse-
substituição e referência fazem contribuições complementares, guiando os ouvintes no processo
de construir sistemas instanciais a partir do texto.
LSF: Níveis de análise linguística (microestrutura)
Certamente Ele Estudou inglês no passado
METAFUNÇÕES
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Migrants are first of many - By NICK PARKER, CHARLES RAE and CHARLES YATES (May,
2004 apud COFFIN; O’HALLORAN, 2006) - handout
Referências
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