Você está na página 1de 12

284 284

Estratégias de Aprendizagem
e Aprender a Aprender:
Concepções e Conhecimento
de Professores1
Estrategias de Aprendizaje y Aprender a Aprender:
Concepciones y Conocimiento de Maestros

Learning Strategies and Learning to Learn: Teacher’s


Conceptions and Knowledge

Osmar José Ximenes


dos Santos & Evely
Boruchovitch

Universidade
Estadual de Campinas
Artigo

1 Adaptado da
dissertação do primeiro
autor, desenvolvida sob a
orientação da segunda, e
parcialmente apresentada
no VII Congresso Nacional
de Psicologia Escolar e
Educacional, em 2007. A
segunda autora agradece
o apoio financeiro do
CNPq.

PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2011, 31 (2), 284-295


285
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

Resumo: Como parte de uma pesquisa que tem por objetivo analisar o professor como estudante, seu
conhecimento e uso de estratégias de aprendizagem, o presente estudo visa a investigar as concepções e
o conhecimento dessas estratégias e do aprender a aprender de 35 professoras do ensino fundamental, de
1ª a 4ª séries, de três escolas da rede estadual de Campinas. Os dados foram coletados por meio de uma
entrevista individual estruturada, tendo sido realizada uma análise de conteúdo das respostas abertas. As
questões fechadas foram estudadas com base na estatística descritiva, e os resultados revelaram que muitas
professoras confundiram o conceito de estratégias de aprendizagem com o de estratégias de ensino. A
concepção do aprender a aprender também se apresentou equivocada. Os dados são discutidos em termos
de suas implicações educacionais.
Palavras-chave: Aprendizagem. Psicologia cognitiva. Formação de professores. Ensino fundamental.

Abstract: As a part of a research aimed at investigating the teacher as a student, his/her knowledge and
the use of learning strategies, the objective of the present study was to examine the conceptions and the
knowledge of learning strategies and learning to learn of 35 elementary school teachers, from 1st to 4th grades
of three Campinas public schools. The data were collected through a structured individual interview. A
content analysis of the open answers was accomplished. The closed answers were studied through descriptive
statistics, and the results disclosed that most of the teachers misunderstood the concept of learning strategies
confounding it with teaching strategies. The conception of learning to learn was also mistaken. The data are
discussed in terms of their educational implications.
Keywords: Learning. Cognitive psychology. Teacher education. Basic education.

Resumen: Como parte de una investigación que tiene por objetivo analizar el maestro como estudiante, su
conocimiento y uso de estrategias de aprendizaje, el presente estudio pretende investigar las concepciones
y el conocimiento de esas estrategias y del aprender a aprender de 35 maestras de la educación básica,
de 1º a 4º grados, de tres escuelas de la red pública de Campinas. Los datos fueron colectados a través de
una encuesta individual estructurada, habiendo sido realizado un análisis del contenido de las respuestas
abiertas. Las preguntas cerradas fueron estudiadas basado en la estadística descriptiva, y los resultados
revelaron que muchas maestras confundieron el concepto de estrategias de aprendizaje con el de estrategias
de enseñanza. La concepción del aprender a aprender también se presentó equivocada. Los datos son
discutidos en términos de sus implicaciones educacionales.
Palabras clave: Aprendizaje. Psicologia cognitiva. Formación de maestros. Educación básica.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação A crise na educação está relacionada a


Nacional (LDB – nº 9.394/96) foi, com aspectos sociais, políticos e econômicos.
certeza, responsável por um novo ciclo de Mudanças nessas áreas são extremamente
discussões sobre a formação do professor no necessárias e urgentes. Todavia, parece ser
Brasil. É notório o aumento de investigações possível melhorar a qualidade do ensino
sobre a profissão docente nas universidades e iniciar o processo de transformação
e nas instituições de pesquisa do País. Isso mediante a adoção de posturas e práticas que
vem ocorrendo de modo especial a partir da promovam uma aprendizagem mais eficaz
década de 90, o que tem possibilitado um dos alunos. Acredita-se que esse quadro
amplo debate, fruto de análises empíricas e possa ser alterado, como sugerem estudos
teóricas (Pereira, 1999). realizados por Almeida (2002), Boruchovitch
(1993a, 2008), Bzuneck (2001), Lopes da
Quando se discute o tema dessa formação, Silva e Sá (1993) e Ribeiro (2003), entre
não podem ser esquecidas as atuais condições outros.
da educação brasileira. Na realidade, há
uma gama de fatores externos ao processo Boruchovitch (1999) ressalta que a Psicologia
pedagógico que vêm prejudicando a formação cognitiva, baseada no processamento da
inicial e continuada de nossos professores, o informação, tem-se mostrado um referencial
que fica evidente quando se avaliam as teórico bastante útil para que o processo
condições de trabalho e os salários que lhes ensino -aprendizagem se torne mais
são oferecidos (Pereira, 1999; Tessaro, 2004). permanente e para que o estudante venha

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


286
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

a se tornar um aluno autorregulado. Um variados. Alunos bem sucedidos apresentam


dos principais objetivos da instrução nesse um amplo repertório delas, sabem onde,
referencial teórico é ajudar o estudante quando e como usá-las e tornam, dessa
a gerenciar e a controlar sua própria maneira, o trabalho escolar mais fácil.
aprendizagem. Se ele não apresenta as Segundo Hadwin, Winne, Stockley, Nesbit e
estratégias necessárias para aprender, um Woszczyna, (2001), estudantes estratégicos
dos objetivos do ensino deve ser ajudá-lo a apresentam quatro características: avaliam
adquiri-las (Dembo, 1994). Nesse sentido, as criticamente as tarefas, definem objetivos de
estratégias de aprendizagem desempenham curto prazo e gerais para estudar, conhecem
um papel essencial na vida acadêmica dos táticas cognitivas alternativas e, finalmente,
alunos e constituem um conceito-chave do fazem julgamentos sobre as táticas empregadas
modelo teórico de que trata o presente artigo. para alcançar os objetivos que escolheram.
Conderman e Morin (2002) e Dembo (1994)
Os estudos sobre as estratégias de ressaltam que alunos com dificuldades de
aprendizagem podem ser considerados uma aprendizagem atribuem seus problemas à falta
das linhas de investigação mais proveitosas de capacidade, quando o motivo, de fato,
desenvolvidas nos últimos anos no âmbito pode ser que nunca lhes tenha sido ensinado
da aprendizagem escolar. Estratégias de como aprender.
aprendizagem são sequências integradas
de procedimentos ou atividades – que Valle Arias et al. (1998) destacam os
se escolhem com a intenção de facilitar aspectos mais importantes das estratégias de
a aquisição, o armazenamento e/ou a aprendizagem. Primeiramente, sua aplicação
utilização da informação (Dansereau, Nisbett, não é automática e, sim, controlada. São
& Shucksmith, citado em Pozo, 1996) – e necessários o planejamento, o controle da
podem ser concebidas também como execução e a metacognição. Em segundo
técnicas ou métodos que os estudantes lugar, as estratégias de aprendizagem
utilizam para aprender (Dembo, 1994; implicam o uso seletivo dos próprios recursos
Lopes da Silva & Sá, 1993). De forma geral, e capacidades disponíveis. A fim de que o
sua importância está relacionada ao fato estudante possa utilizá-las, deve dispor de
de que elas englobam recursos cognitivos uma gama de possibilidades, lançando mão
e metacognitivos, que o estudante utiliza das que acredita serem as mais apropriadas,
quando se confronta com a aprendizagem. entre as disponíveis, em função das exigências
Quando se fazem referências às estratégias da tarefa.
de aprendizagem, vai-se além dos aspectos
considerados estritamente cognitivos e se As estratégias de aprendizagem são formadas
incorporam elementos diretamente ligados por outros elementos mais simples: as técnicas
tanto à disposição e à motivação do estudante de aprendizagem e as habilidades. Com
quanto às atividades de planejamento, efeito, o uso eficaz de qualquer uma delas
direção e controle que o sujeito põe em depende, em grande parte, das técnicas que
marcha quando enfrenta a aprendizagem a compõem. O seu domínio exige também
(Valle Arias, Gonzalez Cabanach, Cuevas a habilidade no uso de certas técnicas e uma
Gonzalez, Rodriguez Martinez, & Baspino reflexão sagaz sobre a maneira de utilizá-las;
Fernandez, 1998). em outras palavras, um uso reflexivo, e não
apenas mecânico.
Dembo (2001) afirma que tais estratégias de
aprendizagem, também chamadas métodos Existe um amplo número de definições
de aprendizagem, servem a propósitos que refletem a diversidade existente na

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


287
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

delimitação do conceito de estratégias de Para Dembo (1994), as estratégias cognitivas


aprendizagem. Todavia, é possível afirmar referem-se a comportamentos e pensamentos
que há concordância entre os autores mais que influenciam o processo de aprendizagem,
representativos nessa área em destacar de maneira que a informação possa ser
alguns pontos importantes desse conceito; armazenada mais eficientemente, e as
mais precisamente, consideram que tais metacognitivas são os procedimentos que
estratégias pressupõem uma sequência de o indivíduo usa para planejar, monitorar
atividades, operações ou planos orientados e regular o seu próprio pensamento. Uma
para a consecução das respectivas metas análise mais detalhada das definições e das
taxionomias das estratégias de aprendizagem
de aprendizagem, ou seja, têm um caráter
pode ser encontrada em Boruchovitch (1999),
consciente e intencional em que estão
Para Dembo Dembo (1994), Pozo (1996), Santos (2008) e
(1994), as envolvidos processos de tomada de decisões
Valle Arias et al. (1998).
estratégias por parte do aluno, ajustado ao objetivo
cognitivas
que ele pretende alcançar. De acordo com
referem-se a Segundo Boruchovitch e Santos (2006),
comportamentos os estudiosos do tema, parece não ser
e pensamentos
a variedade existente na terminologia
suficiente dispor de estratégias adequadas.
que influenciam das estratégias de aprendizagem é mais
o processo de É necessário saber como, quando e por que
relacionada aos diferentes nomes que lhes são
aprendizagem, utilizá-las, bem como controlar sua maior atribuídos do que aos seus reais significados.
de maneira que
ou menor eficácia e modificá-las em função Algumas estratégias, designadas de forma mais
a informação
possa ser da tarefa. É importante que os estudantes detalhada por alguns autores, na verdade
armazenada apresentem uma disposição favorável e que
mais
podem ser reunidas em grupos mais amplos,
eficientemente, estejam motivados tanto para colocá-las em propostos por outros, como os dois grandes
e as funcionamento quanto para regular e refletir grupos: estratégias cognitivas e metacognitivas,
metacognitivas
sobre as várias decisões a serem escolhidas que parecem constituir considerável gama.
são os
procedimentos no momento da resolução de uma tarefa Essas autoras ressaltam ainda que as diferenças
que o indivíduo (Boruchovitch & Santos, 2006; Boruchovitch, relacionadas à nomenclatura podem ter
usa para
planejar, Costa, & Neves, 2005; Boruchovitch, 1999; dificultado a compreensão do próprio
monitorar Danserau, 1985; Dembo, 2004; Derry, 1990; construto, e consideram que as diferentes
e regular o Pozo, 2002, 1996; Pressley, Goodchild, Fleet, definições não são mutuamente excludentes,
seu próprio
pensamento. Zajchowski, & Evans,1989). mas complementares.

Além das várias definições de estratégias Pesquisas recentes em Psicologia educacional


de aprendizagem, a literatura apresenta e cognitiva têm conduzido a melhorias
diferentes taxionomias para conceituá-las expressivas em nosso conhecimento sobre a
e classificá-las, porém o comum à maioria aprendizagem. Pesquisadores identificaram
as estratégias que podem ser ensinadas
dessas definições e classificações é dividi-
por professores e usadas pelos alunos para
las em duas grandes esferas: estratégias
elevar a qualidade da aprendizagem escolar
cognitivas e metacognitivas. As cognitivas
(Boruchovitch, 1993a, 1999; Derry, 1988;
são subdivididas em ensaio, elaboração e
Jacobson, 1998; Pozo, 1996, 2002). Sabendo-
organização; ajudam os alunos a codificar,
se que essas estratégias podem ser ensinadas,
a organizar e a reter a informação nova. Já
os esforços empregados pela escola em prover
as metacognitivas – planejar, monitorar e tal instrução teriam um impacto expressivo
regular – envolvem o controle e a execução no aprendizado dos estudantes. Eficientes
de processos de aprendizagem (Somuncuoglu usuários de estratégias geralmente apresentam
& Yildirim, 1999). melhor noção de seus próprios pontos fortes

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


288
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

e de suas necessidades, planejam o que de estratégias de aprendizagem. O anseio de


aprendem e as estratégias para fazê-lo, assim que elas sejam inseparáveis do processo de
como as controlam e se autorregulam (Rhoder, ensinar e aprender exige um professor que
2002). saiba combinar o ensino dos conteúdos com
as técnicas, os procedimentos e as estratégias
Derry (1988) afirma que estudantes que no contexto das situações concretas que
recebem intervenção em estratégias de encontra (Veiga Simão, 2004b). Teóricos
aprendizagem durante os anos escolares recomendam que o trabalho do professor
podem adquirir uma forma de conhecimento não seja destinado apenas a proporcionar
especialmente útil para enfrentar uma conhecimentos e a assegurar certos produtos
variedade de situações de aprendizagem ou resultados da aprendizagem, mas também
que irão encontrar em suas vidas. Um dos a fomentar os processos mediante os quais
motivadores do estudo de tais estratégias esses produtos podem ser alcançados
foi a confirmação de que os alunos não (Noguerol, 1999; Pozo, 1996, 1998, 2002).
melhoram espontaneamente, tanto quanto
poderiam, sua maneira de estudar e de A relevância dada pela Psicologia cognitiva
aprender ao longo do tempo. Com o avanço que se baseia na teoria do processamento
da escolaridade, adquirem algumas técnicas, da informação à aquisição e à organização
que utilizam sem sistematização e reflexão do conhecimento e ao papel concedido
sobre suas vantagens (Veiga Simão, 2004b). às estratégias de aprendizagem no
Embora o aprender a aprender devesse processamento da informação (Boruchovitch,
desempenhar um papel importante na vida 1999) tornam essa perspectiva teórica muito
diária escolar e em sala de aula, acaba sendo frutífera para compreender e enriquecer
uma meta difícil de ser alcançada (Waeytens, a aprendizagem humana. Por um lado,
Lens, & Vandenberghe, 2002). pesquisas confirmam a eficácia do uso
de estratégias de aprendizagem como
Podemos aprender a aprender, isto é, ferramentas úteis na aquisição, na retenção
pôr em funcionamento estratégias para e na utilização do conhecimento (Almeida,
adquirir conhecimentos, graças à interação 2002; Boruchovitch & Santos, 2006;
com outros agentes sociais (pais, irmãos) e Danserau, 1985; Lopes da Silva & Sá, 1993;
educativos (professores), que nos emprestam Dembo, 1994; Derry, 1988; Flavell, 1979;
suas estratégias mediante a manifestação das Nolen, 1996; Pozo, 1996; Symons, Snyder,
decisões que tomam, quando aprendem e Cariglia-Bull, & Pressley, 1989; Weinstein &
nos permitem praticá-las e interiorizá-las. Underwood, 1985; Zimmerman, 1989); por
Infelizmente, esses agentes poucas vezes outro, evidências mostram, por exemplo,
tornam esses processos de pensamento que a competência em leitura é uma das
explícitos, possibilitando acesso às suas competências centrais para todos os alunos
estratégias. Nesse sentido, encontram-se em todas as etapas da escolarização. Todavia,
poucos alunos que possuem estratégias observam-se, em estudantes brasileiros,
autênticas de aprendizagem; a maioria só estratégias inadequadas de compreensão da
domina algumas técnicas de estudo e outros leitura desde as séries iniciais (Boruchovitch,
simplesmente empregam procedimentos 2001), que persistem com o avanço na
gerais, como repetição, imitação, ensaio-erro escolaridade e atingem o ensino superior
(Monereo, 2005). (Oliveira, 2003; Santos, 1997; Zenorini,
2002).
A aprendizagem escolar encontra- se
fortemente associada à utilização eficiente A disposição e a capacidade para uma

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


289
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

aprendizagem duradoura, que é esperada difícil imaginar um professor eficiente que não
dos alunos, devem estar também refletidas tenha desenvolvido estratégias de aprendizagem
nos professores (Kwo & Intrator, 2004). Ajudá- autorreguladas. Veiga Simão (2004b) e Pérez
los a ser bons pensadores promete produzir Cabaní (1997) enfatizam que, para que
uma mudança qualitativa na maneira como o professor possa ensinar os estudantes a
ensinam. Para um desempenho adequado usarem estrategicamente os seus recursos em
nesse contexto complexo e mutável, torna- contextos de aprendizagem, é fundamental
se primordial desenvolver a capacidade que, previamente, ele seja capaz de aprender
para aprender a aprender caracterizada pela e ensinar, de maneira estratégica, os conteúdos
autonomia e pelo controle cognitivo em curriculares, isto é, o professor necessita saber
relação às tarefas de aprendizagem que, em tanto ensinar quanto aprender.
geral, se alcança com a experiência de muitas
aprendizagens durante a vida (Barth, 1991;
Veiga Simão, 2004b). Randi (2004) salienta ainda que, sem uma
Pozo (1996)
compreensão intelectual da aprendizagem autor-
lembra que A nova cultura da aprendizagem exige dos regulada, parece improvável que o estudante da
o trabalho do licenciatura rapidamente reconheça o momento
estudantes, cada dia mais, a construção e a
professor não se
deve limitar à reconstrução dos conteúdos recebidos, em vez adequado e dele se possa valer para ensinar a
transmissão de da mera aquisição de verdades absolutas. Nesse desenvolver a autorregulação em seus alunos.
conhecimentos,
contexto, Pozo (1996) lembra que o trabalho
mas a incentivar
o uso de do professor não se deve limitar à transmissão
estratégias de de conhecimentos, mas a incentivar o uso de Como ensinar pressupõe também a capa-
aprendizagem. estratégias de aprendizagem. cidade de se considerar semelhante a um
aluno que deseja aprender, acredita-se que
Dembo (2001) recomenda maior mudança professores, conscientes dos processos que
no conteúdo e nos métodos para ensinar envolvem o aprender a aprender, poderão
os componentes da aprendizagem humana tornar-se melhores estudantes e contribuir
em cursos de formação de professores. para a formação de alunos mais estratégicos
Segundo ele, a Psicologia educacional deve e autorregulados (Macedo, 2005; Monereo,
ter duas metas complementares para futuros 2006). Assim, tendo-se em vista a importância
professores: a primeira é ensiná-los a se de que futuros professores construam
tornarem estudantes mais eficazes, e a segunda seu próprio conhecimento e dirijam sua
é ensiná-los a ser professores mais eficientes. própria aprendizagem (Kwakman, 2003), e
O autor acredita que atingir a primeira meta adotando como referencial teórico a Psicologia
pode ajudar a alcançar a segunda. cognitiva baseada na teoria do processamento
da informação, o presente trabalho teve
Boruchovitch et al. (2005) ressaltam a como objetivo investigar as concepções e o
necessidade de que a pesquisa nacional se conhecimento de estratégias de aprendizagem
volte para o delineamento e a avaliação de e de aprender a aprender de professores em
programas de intervenção em estratégias de exercício.
aprendizagem, principalmente para os cursos
voltados para a formação de professores. Estes, Método
assim como os estudantes, podem beneficiar-se
de ambientes que apoiem sua aprendizagem Participantes
estratégica (Randi, 2004).
A amostra do presente estudo foi de
Considerando as exigências para ensinar, é conveniência, composta de 35 professores

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


290
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

do ensino fundamental nível 1, todos entrevistas foram realizadas após a obtenção


regentes de classe e do sexo feminino, de da aprovação do Comitê de Ética em
três escolas da rede estadual de Campinas, Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas/
que atendem alunos de nível socioeconômico UNICAMP (Processo no 253/2006 – CAAE:
desfavorecido. Das entrevistadas, 100% 0186.0.146.000-06).
tinham curso superior e 74,3% (26)
informaram ter participado de cursos de Antes de iniciar a pesquisa propriamente dita,
atualização oferecidos pela Secretaria da o primeiro autor estabeleceu contato com os
Educação. O tempo de experiência docente diretores das escolas nas quais este trabalho se
apresentou uma variação entre iniciante e 28 desenvolveu, sendo-lhes entregue uma carta
anos, sendo 5,7% (2) professoras com até 5 de apresentação que solicitava a autorização
anos de experiência, 31,4% (11) de 6 a 15 para a pesquisa, assegurando aos mesmos
anos e 62,9% (22) de 16 anos em diante. A o sigilo quanto à identificação das escolas e
idade das participantes variou de 24 a 60 dos professores participantes e informando
anos, sendo que 71,4% (25) tinham de 24 brevemente sobre a atividade a ser realizada.
a 50 anos. No primeiro encontro com os professores, foi
feito um convite, explicando-lhes as razões do
Instrumentos trabalho e a importância de sua participação
voluntária; foi explicitado ainda que o caráter
Os dados foram coletados mediante uma da pesquisa era estritamente confidencial. Em
entrevista individual estruturada, composta seguida, foram-lhes entregues os Termos de
de questões abertas e fechadas relacionadas Consentimento Livre e Esclarecido, a fim de
às estratégias de aprendizagem, desenvolvida que conhecessem os objetivos da pesquisa
pelos autores do presente estudo. Nelas, e o teor da entrevista, para que tivessem
questionam-se o conhecimento, a definição e liberdade de aceitar participar ou não. Caso
o aprendizado de estratégias de aprendizagem optassem pela participação, deveriam assinar
dos professores. Mais precisamente, para o o Termo. Foi mantido um clima cordial e de
presente estudo, foram utilizadas as seguintes respeito entre o pesquisador e os professores.
questões da entrevista: “Você já ouviu Os cuidados éticos tomados no presente
falar em estratégias de aprendizagem?”; estudo estão de acordo com a Resolução no
“Na sua opinião, o que são estratégias 196/96 e no 251/97, do Conselho Nacional
de aprendizagem?”; “Você já ouviu falar de Saúde.
em aprender a aprender?” e “O que você
entende por aprender a aprender?” A coleta de dados propriamente dita foi
realizada mediante uma entrevista individual,
fora do horário de aula, e agendada com
Procedimentos de coleta de dados antecedência, no horário mais conveniente
tanto para os professores quanto para as
Inicialmente, com a intenção de aprimorar escolas. As entrevistas ocorreram em um
os instrumentos de pesquisa e, dessa forma, desses dois momentos possíveis: durante as
eliminar possíveis dúvidas e dificuldades de horas de trabalho pedagógico coletivo (HTPC)
compreensão que pudessem ocorrer durante e nas aulas de artes ou educação física.
a coleta de dados, foi realizado pelo primeiro
autor um estudo-piloto com 5 professoras Procedimento de análise de dados
(1a a 4a séries) do ensino fundamental de
uma escola não participante da pesquisa. As Após a finalização de todas as entrevistas, as

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


291
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

respostas referentes às questões abertas foram estratégias de aprendizagem com estratégias


estudadas qualitativamente por meio da de ensino e não sabe / em branco ou
análise de conteúdo (Bogdan & Biklen, 1994) distorcida.
e descritas em percentagem, utilizando-se
dos procedimentos da estatística descritiva, Foi interessante notar que, embora as docentes
que também foram usados para as questões relatassem que já conheciam o conceito de
fechadas. estratégias de aprendizagem, uma percentagem
considerável (82,9%) demonstrou confundi-lo
Seguindo os procedimentos descritos em com estratégias de ensino. Como exemplo da
Boruchovitch (1993b) e empregados por categoria confunde estratégias de aprendizagem
Costa (2000), as respostas das participantes com estratégias de ensino, foi encontrada
a seguinte resposta: “São métodos que o
às questões abertas foram lidas, e foi
professor utiliza para transmitir conteúdos para
desenvolvido pelos autores um conjunto de
os alunos”. Apenas 11,4% das entrevistadas
categorias de respostas para cada questão.
se aproximaram da definição correta. Como
Cada categoria foi definida operacionalmente,
exemplo de resposta nessa categoria, pode
e foram criadas regras para a classificação de
ser citado: “métodos para ajudar a estudar”.
uma resposta em uma dada categoria. A
Embora todas as participantes da amostra
consistência do processo de categorização
tenham curso superior, 82,9% confundem
foi avaliada mediante a participação de estratégias de aprendizagem com estratégias de
três juízes independentes, que analisaram ensino, e 5,7% apresentam desconhecimento
30% das respostas dos participantes, no que concerne ao significado das estratégias
escolhidas aleatoriamente, utilizando o de aprendizagem. Pode-se aventar a hipótese
conjunto de regras previamente elaborado. de que elas apresentem dificuldades de se
A porcentagem de correspondência obtida colocar no papel de aluno ou, ainda, que não
entre os juízes e o pesquisador variou de tenham recebido a instrução em estratégias de
83% a 100%. aprendizagem nos cursos de formação (Santos
& Boruchovitch, 2007).
Resultados e discussão
No que se refere à concepção dos professores
A primeira pergunta “Você já ouviu falar em acerca das estratégias de aprendizagem, os
estratégias de aprendizagem?” revelou que resultados obtidos foram semelhantes aos de
quase todas as participantes (97,1%) delas Veiga Simão (2004a), visto que em ambos
já tinham ouvido falar. Considerando, como os estudos as concepções se apresentaram
já mencionado, que são definidas como equivocadas. No trabalho de Veiga Simão,
sequências integradas de procedimentos ou foram observadas cinco concepções distintas:
atividades – que se escolhem com a intenção técnicas, caráter individual, procedimentos,
de facilitar a aquisição, o armazenamento e/ competências mentais gerais e tomada de
ou a utilização da informação (Dansereau; decisão; já na presente investigação, foram
Nisbett & Shucksmith, citado em Pozo, concebidas como estratégias de ensino pela
1996) e podem ser concebidas também maioria das participantes. Ainda é válido
como técnicas ou métodos que os estudantes salientar que as definições pesquisadas pela
utilizam para aprender (Dembo, 1994; autora foram mais elaboradas e próximas
Lopes da Silva & Sá, 1993) – foi pedido as do conceito científico de estratégias de
participantes uma possível definição para aprendizagem.
estratégias de aprendizagem. As respostas
se distribuíram em três categorias, a saber: Os resultados encontrados parecem confirmar
aproxima da definição correta, confunde a conhecida ausência das contribuições da

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


292
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

Psicologia cognitiva baseada na teoria do Assim como no presente estudo, nos


processamento da informação nos cursos resultados encontrados por Waeytens et al.
de formação de professores (Boruchovitch (2002), os conceitos de aprender a aprender
et al., 2005). De acordo com Pressley et al. dos participantes também se apresentaram
(1989), muitos professores não tiveram acesso confusos. Os autores relataram que, dos 53
a conteúdos programáticos como modelos de professores, 71% demonstraram ter uma
processamento da informação durante o curso. concepção errônea. A sua pesquisa mostrou
Mesmo os que se formaram recentemente que o conceito permanece vago para os
não se identificariam necessariamente com a professores. Entre as respostas obtidas,
perspectiva do processamento da informação, emergiram opiniões de que o aprender a
já que esta é geralmente apresentada como aprender se relaciona a conselhos para se
apenas uma de várias teorias psicológicas em preparar para avaliações ou, ainda, que deve
cursos de Psicologia e de Pedagogia. De fato, ser usado com alunos de baixo desempenho.
tal como destaca Darling-Hammond (2000), Alguns docentes apontaram a função de
para que o professor seja eficiente, deve mais desenvolver comportamentos e qualidades
do que cumprir a matéria a ser ensinada: importantes tanto dentro quanto fora do
precisa entender de motivação, de estratégias meio acadêmico. Já nessa pesquisa, nota-se
de aprendizagem e de metacognição. uma tendência em associar esse conceito à
figura do aluno, ou seja, algo que o professor
Pozo (2002) destaca que aprender é, cada faça para facilitar a sua aprendizagem. Ainda
Pozo (2002) vez mais, ser capaz de processar informação emergiram definições para o aprender a
destaca que
mais abundante e complexa. E aprender aprender nas quais esse conceito é associado
aprender é,
cada vez mais, a aprender será adquirir estratégias para à aprendizagem prática ou à experiência
ser capaz processar de forma mais complexa e eficiente diária e aos próprios erros, o saber sem se
de processar essa avalanche informativa. Nesse contexto, o aprofundar, a vivência e a maturidade.
informação mais
abundante e conhecimento sobre o aprender a aprender
complexa. foi investigado entre as professoras do Acredita-se que os dados encontrados no
presente estudo, revelando que a maioria presente estudo sejam valiosos, pois são
delas (88,6%) relatou já ter ouvido falar em poucas as pesquisas, tanto no Brasil quanto
aprender a aprender. no exterior, que se concentram no professor
como aquele que aprende. Uma limitação
Quando, na questão seguinte, é pedida em relação a esta pesquisa refere-se ao
uma definição para o aprender a aprender, tamanho da amostra, composta de apenas
percebe-se que uma percentagem elevada 35 professoras de 1ª a 4ª série do ensino
de participantes (83,9%) apresenta um fundamental, sendo indispensável cautela
conhecimento equivocado. Observou-se quanto a generalizações dos resultados
que apenas uma porcentagem reduzida obtidos. Diante disso, sugere-se que pesquisas
de professoras (16,1%) se aproximou da futuras se voltem para a análise do uso de
definição correta do aprender a aprender. estratégias de aprendizagem com professores
de outras séries, de outros tipos de escola e,
Entre as respostas, temos: utilizar as estratégias ainda, para a realização de trabalhos que
e saber como usá-las, desenvolver técnicas envolvam as estratégias de aprendizagem
de aprendizagem e aprender como utilizar utilizadas por professores e alunos. Um
as estratégias. Como exemplo de resposta outro desdobramento interessante seria
na categoria definição distorcida / confusa, investigar, dentre os professores que sabem
tem-se o que se segue: “É quando percebo ou conhecem estratégias de aprendizagem e
que o aluno assimilou o conteúdo” ou, ainda, aprender a aprender, o percentual dos que
“a maneira como você vê a aprendizagem”. ensinam a seus alunos essas estratégias, uma

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


293
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

vez que conhecer as definições não garante é fundamental que os docentes exerçam
que os professores as ensinem nas suas aulas. sua atividade de maneira estratégica,
quando aprendem e, especialmente,
quando ensinam, para que estejam aptos a
Considerações finais desempenhar um controle consciente dos
seus próprios processos cognitivos de decisão
(Veiga Simão, 2004b).
Hamman, Berthelot, Saia e Crowley (2000)
destacam que um componente importante
da instrução dos professores é ajudar os Os dados aqui encontrados apontam a
estudantes a aprenderem a aprender. necessidade de se criarem oportunidades para
Muitos professores negligenciam o ensino que os professores possam ser beneficiados
Segundo de estratégias. Pelos resultados do presente pelas pesquisas provenientes da Psicologia
Romainville
trabalho, pode-se aventar a possibilidade de cognitiva, não apenas os que se encontram
(1994), a na ativa mas também os estudantes dos
consciência e os que as participantes não tenham recebido
uma instrução eficaz em estratégias de cursos de formação de professores. Convém
propósitos das
estratégias de aprendizagem. Nesse aspecto, Hamman ressaltar que, para que o professor prepare
aprendizagem, et al.(200) salientam que as razões não alunos capazes de aprender a aprender,
em termos
são completamente claras. É possível que dentro e fora da escola, é fundamental
de processos que ele mesmo saiba como aprender a
e resultados os professores não estejam conscientes
da relevância da instrução em estratégias aprender de maneira eficiente. Destaca-
cognitivos,
deveriam ser ou que se concentrem nos resultados da se a importância da criação de cursos e
trabalhados aprendizagem, em vez de descreverem os de oportunidades que realmente possam
durante
processos de aprendizagem para os alunos. capacitar esses profissionais não somente
programas de para ensinar, mas também, e sobretudo,
aperfeiçoamento É provável, ainda, que alguns docentes não
acreditem na eficácia da instrução explícita para como aprender melhor, bem como
ou de formação
docente. acerca do uso das estratégias. para investigar quais suas reais necessidades
de suporte para que haja possíveis saltos de
qualidade quando aprendem ou ensinam.
Segundo Romainville (1994), a consciência
e os propósitos das estratégias de
aprendizagem, em termos de processos É importante a criação de momentos, na
e resultados cognitivos, deveriam ser rotina do professor, de aprimoramento, para
trabalhados durante programas de que ele possa refletir sobre suas práticas e
aperfeiçoamento ou de formação docente. seus saberes e, então, se ver como ensinante
Nesse sentido, Monereo, Castelló, Clariana, e aprendiz, aspectos esses que não poderiam
Palma e Pérez (2006) e Gilar, Martínez estar dissociados (Santos, 2008). Nessa
Ruiz e Castejón Costa (2007) concebem a perspectiva, como ressalta Macedo (2005),
formação de professores como uma via para o professor deve colocar como básico, tanto
o ensino de estratégia de aprendizagem. em sua vida pessoal quanto profissional, o
Veiga Simão (2004b), fazendo uma análise aprender continuado, ou seja, para sermos
da pesquisa de Monereo et al.,(2006) bons docentes, devemos incluir, em nossa
alerta para a necessidade de se pensar na prática, nossa condição de estudantes. Faz-
formação de professores sob dois aspectos: se, portanto, necessária a aplicação dos
como aprendente (ao escolher, elaborar e princípios subentendidos na concepção das
organizar a informação que deve aprender) estratégias de aprendizagem ao processo
e como ensinante (ao planejar a sua ação, formativo dos docentes (Veiga Simão, 2004b).
a fim de fornecer ao aluno um modelo de É relevante, pois, fazer com que os achados da
utilização estratégica dos procedimentos de Psicologia cognitiva, especialmente aqueles
aprendizagem). baseados no processamento da informação,
possam ser acessíveis aos protagonistas do
processo educativo: professores e alunos
Se há uma disposição na otimização do
(Boruchovitch, 1999; Boruchovitch et al.,
ensino de estratégias de aprendizagem,
2005).

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


294
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

Osmar José Ximenes dos Santos


Mestre em Educação na área de concentração Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação pela
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), SP- Brasil
E-mail: osmarjxs@gmail.com

Evely Boruchovitch
Professora Associada e Livre-Docente do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação
da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Ph.D em Educação pela University of Southern California,Los Angeles.
E-mail: evely@unicamp.br

Endereço para envio de correspondência:


Rua Antonio Rodrigues Moreira Neto, n.604, Jardim Paulicéia, Campinas – SP - Brasil CEP: 13060-073

Recebido 28/9/2009, 1ª Reformulação 4/10/2010, 2ª Reformulação 22/12/2010, Aprovado 28/12/2010.

Referências Almeida, L. S. (2002). Facilitar a aprendizagem: ajudar os alunos Costa, E. R. (2000). As estratégias de aprendizagem e a ansiedade
a aprender e a pensar. Psicologia Escolar e Educacional, 6(2), de alunos do ensino fundamental: implicações para a prática
155-165. educacional. Dissertação de mestrado, Faculdade de
Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
Barth, B. M. (1991). From practice to theory: Improving the
thinking process. In Learning to think: Thinking to learn (the Danserau, D. F. (1985). Learning strategy research. In J. W. Segal,
proceedings of the 1989 OECD Conference) (pp. 115-126). S. F. Chipman, & R. Glaser, Thinking and learning skills (pp.
England: Pergamon Press. 209-239). New Jersey: Lawrence Erlbaum.

Darling-Hammond, L. (2000). How teacher education matters.


Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em
Journal of Teacher Education, 51(3),166 -173.
educação – uma introdução à teoria e aos métodos. (Coleção
Ciências da Educação). Portugal: Porto Editora.
Dembo, M. H. (1994). Applying educational psychology (5a ed.).
New York: Longman.
Boruchovitch, E. (1993a). A psicologia cognitiva e a metacognição:
novas perspectivas para o fracasso escolar brasileiro.
Tecnologia Educacional, 22(110/111), 22-28. Dembo, M. H. (2001). Learning to teach is not enough – future
teachers also need to learn to learn. Teacher Education
Boruchovitch, E. (1993b). Health and illness-related cognitions Quarterly, 28(4), 23-35.
among Brazilian students: A cross cultural contribution. Tese
de doutorado, School of Education, University of Southern
California. Los Angeles, CA. Dembo, M. H. (2004). Motivation and learning strategies for
college success – a self-management approach (2a ed.). New
Boruchovitch, E. (1999). Estratégias de aprendizagem e Jersey: Lawrence Erlbaum.
desempenho escolar: considerações para a prática
educacional. Psicologia: Reflexão e Crítica, 12(2), 361-376.
Derry, S. J. (1988). Putting learning strategies to work. Educational
Boruchovitch, E. (2001). Algumas estratégias de compreensão Leadership, 46(4), 4-10.
da leitura de alunos do ensino fundamental. Psicologia
Educacional e Escolar, 5(1), 19-25.
Derry, S. J. (1990). Learning strategies for acquiring useful
Boruchovitch, E. (2008). A motivação para aprender de knowledge. In B. F. Jones, & L. Idol. Dimensions of thinking
estudantes em cursos de formação de professores. Educação, and cognitive instruction. New Jersey : Lawrence Elrbaum.
31(1), 30-38.
Flavell, J. H. (out. de 1979). Metacognition and cognitive
Boruchovitch, E., Costa, E. R., & Neves, E. R. C. (2005). Estratégias monitoring – A new area of cognitive-developmental
de aprendizagem: contribuições para a formação de inquiry. American Psychologist, 34, 906-911.
professores nos cursos superiores. In M. C. R. A. Joly, A. A. A.
Santos, & F. F. Sisto (Orgs.), Questões do cotidiano universitário Gilar, R., Martínez Ruiz, M. A., & Castejón Costa, J. L. (2007).
(pp. 239-260). São Paulo: Casa do Psicólogo. Diary-based strategy assessment and its relationship to
performance in a group of trainee teachers. Teaching and
Boruchovitch, E., & Santos, A. A. A. (2006). Estratégias de Teacher Education, 23(8),1334-1344.
aprendizagem: conceituação e avaliação. In A. P. P. Noronha,
A. A. A. Santos, & F. F. Sisto, Facetas do fazer em avaliação
psicológica (pp.107-123). São Paulo: Vetor. Hadwin, A. F., Winne, P. H., Stockley, D. B., Nesbit, J. C.,
& Woszczyna, C. (2001). Context moderates student’s
Bzuneck, J. A. (2001). O esforço nas aprendizagens escolares: self-reports about how they study. Journal of Educational
mais do que um problema motivacional do aluno. Revista Psychology, 93(3), 477-487.
Educação e Ensino – USF, 6(1), 7-18.
Hamman, D., Berthelot, J., Saia, J., & Crowley, E. (2000).
Conderman, G., & Morin, J. (2002). Successful instruction for all Teacher’s coaching of learning and its relation to students’
students. Kappa Delta Pi Record, 38(4), 170-173. strategic learning. Journal of Educational Psychology, 92(2),
342-348.
Conselho Nacional de Saúde. Resoluções nº 196/96 e nº
251/97. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas. Jacobson, R. (1998). Teachers improving learning using
Recuperado em novembro 2006, de: http://conselho.saude. metacognition with self-monitoring learning strategies.
gov.br/docs/resolucoes/ . Education, 118(4), 579-589.

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores


295
PSICOLOGIA:
CIÊNCIA E PROFISSÃO,
Osmar José Ximenes dos Santos & Evely Boruchovitch
2011, 31 (2), 284-295

Kwakman, K. (2003). Factors affecting teachers’ participation aprendizagem. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16(1), 109-116.
in professional learning activities. Teaching and Teacher
Education, 19, 149-170.
Romainville, M. (1994). Awareness of cognitive strategies: The
relationship between university students´metacognition
Kwo, O. W. Y., & Intrator, S. M. (2004). Uncovering the inner and their performance. Studies in Higher Education, 19(3),
power of teachers´ lives: Towards a learning profession. 359-366.
International Journal of Educational Research, 41, 281-291. Santos, A. A. A. (1997). Psicopedagogia no 3o grau: avaliação
de um programa de remediação em leitura e estudo. Revista
Proposições, 8(1), 27-37.
Lopes da Silva, A., & Sá, I. (1993). Saber estudar e estudar para
saber. (Coleção Ciências da Educação). Portugal: Porto
Editora. Santos, O. J. X., & Boruchovitch, E. (2007). Concepções de
estratégias de aprendizagem de professores do ensino
fundamental. In Anais do VIII Congresso Nacional de
Macedo, L. de. (2005). Ensaios pedagógicos – como construir Psicologia Escolar e Educacional. [CD-ROM]. São João
uma escola para todos? Porto Alegre: Artmed. del-Rei, MG.
Santos, O. J. X. (2008). O professor enquanto estudante: suas
Monereo, C. (2006). El paradigma del aprendizaje estratégico. estratégias de aprendizagem. Dissertação de mestrado,
Estado del arte de la investigación. In Congreso Internacional Faculdade de Educação, Universidade Estadual de
de Educación, Investigación y Formación Docente (pp. 181- Campinas, Campinas, SP.
196), Medellín: Universidad de Antioquia.
Somuncuoglu, Y., & Yildirim, A. (1999). Relationship between
achievement goal orientation and use of learning
Monereo, C. Entrevista em 12/12/2005. Recuperado em
strategies. The Journal of Educational Research, 92(5),
09 novembro 2006, de http://www.educaweb.com/
267-277.
noticia/2005/12/12/podemos-aprender-aprender-es-decir-
poner-marcha-estrategias-adquirir-1898.html
Symons, S., Snyder, B., Cariglia-Bull, T. & Pressley, M. (1989).
Why be optimistic about cognitive strategy instruction? In C.
Monereo, C., Castelló, M., Clariana, M., Palma, M., & Pérez, M. B. McCormick, G. Miller, & M. Pressley, Cognitive strategy
L. (2006). Estratégias de enseñanza y aprendizaje – formación research: from basic research to educational applications
del profesorado y aplicación em la escuela. (Serie didáctica / (pp. 3-32). New York: Springer.
Diseño y desarrollo curricular 11a ed.). Barcelona: Editorial
Grão. Tessaro, N. S. (2004). Professor: da formação inicial à
competência para ensinar. In G. P. Witter, (Org.), Psicologia
Noguerol, A. (1999). Aprender na escola – técnicas de estudo e e educação – professor, ensino e aprendizagem (pp.77-105).
aprendizagem. Porto Alegre: Artmed. Campinas, SP: Alínea.

Valle Arias, A., Gonzalez Cabanach, R., Cuevas Gonzalez, L. M.,


Nolen, S. B. (1996). Why study? How reasons for learning Rodriguez Martinez, S., & Baspino Fernandez, M. (1998).
influence strategy selection. Educational Psychology Review, Las estrategias de aprendizaje: características básicas y su
8(4), 335-355. relevancia en el contexto escolar. Revista de Ciencias de la
Educación, 175, 319-332.
Oliveira, K. L. (2003). Compreensão da leitura, desempenho
acadêmico e avaliação da aprendizagem em universitários. Veiga Simão, A. M. (2004a). O conhecimento estratégico e a
Dissertação de mestrado, Unidade Acadêmica de Ciências auto-regulação da aprendizagem – implicações em contexto
Humanas, Jurídicas e Sociais, Universidade São Francisco, escolar. In A. Lopes da Silva, A. M. Duarte, I. Sá, I., & A. M.
Itatiba, SP. Veiga Simão, Aprendizagem auto-regulada pelo estudante –
perspectivas psicológicas e educacionais. (pp.77-94, Coleção
Pereira, J. E. D. (1999). As licenciaturas e as novas políticas Ciências da Educação século XXI). Portugal: Porto Editora.
educacionais para a formação docente. Educação &
Sociedade, 20(68), 109-125. Veiga Simão, A. M. (2004b). Integrar os princípios da
aprendizagem estratégica no processo formativo dos
Pérez Cabaní, M. L. (1997). La formación del profesorado para professores. In A. Lopes da Silva, A. M. Duarte, I. Sá, &
enseñar estratégias de aprendizaje. In C. Monereo, Estratégias A. M. Veiga Simão, Aprendizagem auto-regulada pelo
de aprendizaje (pp. 63-113, Edicions de la Universitat Oberta estudante – perspectivas psicológicas e educacionais. (pp.95-
de Catalunya). Madrid: A. Machado Libros. 106, Coleção Ciências da Educação século XXI). Portugal:
Porto Editora.
Pozo, J. I. (1996). Estratégias de aprendizagem. In C. Coll, J.
Palacios, & A. Marchesi, Desenvolvimento psicológico e Zenorini, R. P. C. (2002). Avaliação das metas de realização e das
educação – psicologia da educação, 2 (pp.176-197). Porto estratégias de aprendizagem em universitários. Dissertação
Alegre: Artmed. de mestrado, Universidade São Francisco, Itatiba, SP.

Pozo, J. I. (1998). A solução de problemas – aprender a resolver, Zimmerman, B. J. (1989). A social cognitive view of self-
resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed. regulated learning. Journal of Educational Psychology,
81(3), 329-339.
Pozo, J. I. (2002). Aprendizes e mestres – a nova cultura da
aprendizagem. Porto Alegre: Artmed. Waeytens, K., Lens, W., & Vandenberghe, R. (2002). “Learning
to learn”: Teachers’ conceptions of their supporting role.
Pressley, M., Goodchild, F., Fleet, J., Zajchowski, R., & Evans, E. Learning and Instruction, 12, 305-322.
D. (1989). The challenges of classroom strategy instruction.
The Elementary School Journal, 89(3), 301-342.
Weinstein, C. E., & Underwood, V. L. (1985). Learning strategies:
The how of learning. In J. W. Segal, S. F. Chipman, & R.
Randi, J. (2004). Teachers as self-regulated learners. Teachers Glaser, Thinking and learning skills (pp. 241-258). New
College Record, 106(9), 1825-1853. Jersey: Lawrence Erlbaum.

Rhoder, C. (2002). Mindful reading: Strategy training that


facilitates transfer. Journal of Adolescent & Adult Literacy,
45(6), 498-512.

Ribeiro, C. (2003). Metacognição: um apoio ao processo de

Estratégias de Aprendizagem e Aprender a Aprender: Concepções e Conhecimento de Professores

Você também pode gostar