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Filosofia

A definição

É a análise que clarifica o significado ou a compreensão de um conceito, identificando as características que permitem distingui-lo daquilo que não é.

Regras das definições

 Regra da reciprocidade: A definição deve convir ao termo definido e só ao termo definido – uma definição é válida quando aquilo que se atribui ao sujeito lhe
pertence a ele e só a ele. Esta regra torna claro que uma definição não deve ser nem demasiado ampla nem demasiado breve.
Exemplo: O “cão” é um animal que ladra.

 Regra da circularidade: A definição não deve circular, ou seja, um termo definido não deve entrar na definição.
Exemplo: Agradável é aquilo agrada.
Nota: Definir uma coisa pelo seu contrário, é, muitas das vezes, violar esta regra.
Exemplo: Torto é o que não está direito. Pequeno é o que não é grande.

 A definição não deve ser expressa em termos figurativos ou metafóricos.


Exemplo: O amor é fogo que arde sem se ver. Futebol é a alegria do povo.

 A definição não deve ser negativa quando pode ser afirmativa.


Exemplo: Um cravo não é uma árvore.

Forma Padrão das proposições

 Sujeito: é sobre isto que se afirma ou nega algo;


 Predicado: qualidade ou característica que se afirma ou nega sobre o sujeito;
 Cópula: Elemento de ligação entre o sujeito e o predicado;
 Quantificador: Antecede o sujeito e indica se o predicado se estende a todos os membros da classe do sujeito, ou se se aumenta uma parte ou se não é atribuído a
qualquer um deles.

Quantificador Sujeito Cópula Predicado


Classificação dos juízos

Forma: Categóricos, Hipotéticos, ou Disjuntivos.


Quantidade: Universal, Particular, Singular.
Qualidade: Afirmativo ou Negativo.

Tipos de proposições Categóricas

Tipo A:
Quantidade – Universal
Qualidade - Afirmativa
Tipo E:
Quantidade – Universal
Qualidade – Negativa
Tipo I:
Quantidade – Particular
Qualidade – Afirmativa
Tipo O:
Quantidade – Particular
Qualidade - Negativa

Inferência: processo de raciocínio através do qual, partindo de uma ou mais proposições, o pensamento tira outra ou outras que aí estavam contidas implicitamente.

Inferências Imediatas: processo através do qual tiramos uma proposição de uma outra sem que haja nenhuma no meio. Existem dois tipos de inferências imediatas: as
conversões e as oposições.

Conversão: é uma inferência imediata que consiste em obter a partir de uma proposição dada, uma proposição de significado igual cujo sujeito é o predicado e o predicado é o
sujeito da proposição inicial.

Regras gerais das conversões


 Conversão simples
Apenas é válida para proposições dos tipos E (universal, negativa) e I (particular, afirmativa).

Quantificador Sujeito Cópula Predicado

Não se altera Trocam de posição

 Conversão por limitação ou acidente


Apenas é válida para proposições do tipo A (universal, afirmativa).

Quantificador Sujeito Cópula Predicado

Passa de
Universal para Trocam de posição
Particular

 Conversão por contraposição


Apenas é valida para proposições dos tipos A (universal, afirmativa) e O (particular, negativa).

Quantificador Sujeito Cópula Predicado

Não se altera Trocam de posição e coloca-se na negativa

 Conversão por negação


Apenas é válida para proposições do tipo O (particular, negativa).
Quantificador Sujeito Cópula Predicado

Não se altera Trocam de posição e o sujeito coloca- Passa de negativa para afirmativa
se na negativa

As oposições
As proposições opostas são aquelas que têm os mesmos sujeitos e os mesmos predicados mas diferem na quantidade e/ou qualidade.

Modos de oposição

 Proposições contraditórias: Diferem em quantidade e em qualidade.


 Proposições contrárias: São duas proposições universais que diferem quanto à qualidade.
 Proposições subcontraditórias: São duas proposições particulares que diferem quanto à qualidade.
 Proposições subcontrárias: São proposições que, tenho a mesma qualidade, diferem na quantidade.

Leis da oposição das proposições

 Contraditórias
Duas proposições contraditórias não podem ser verdadeiras ou falsas ao mesmo tempo, ou seja, uma tem de ser verdadeira e a outra falsa.
 Contrárias
Duas proposições contrárias não podem ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo mas podem ser ambas falsas.
 Subcontrárias
Duas proposições subcontrárias não podem ser ambas falsas, mas podem ser ambas verdadeiras.
 Subalternas
Duas proposições serão ambas verdadeiras se a proposição universal for verdadeira e ambas falsas se a proposição particular for falsa.

Raciocínio dedutivo

 Se as premissas de um argumento dedutivo forem consideradas verdadeiras a conclusão tem de ser necessariamente verdadeira.
 Um argumento dedutivo não pode dizer mais na conclusão do que nas premissas (a informação contida na conclusão já está, pelo menos implicitamente, contida nas
premissas).
 Quem aceita as premissas de um argumento dedutivo, tem de aceitar a conclusão.
 O raciocínio dedutivo, é utilizado quando queremos explicar algo.

Raciocínio indutivo
 Se as premissas forem verdadeiras a conclusão é provavelmente verdadeira.
 A conclusão diz mais que as premissas, isto é, contém mais informação do que apresenta nas premissas.
 Quem aceita o que dizem as premissas não tem de aceitar necessariamente o que se diz na conclusão.
 O raciocínio aumenta o conhecimento.

Silogismos categóricos
(S) – termo menor
(P) – termo maior
(M) – termo médio

Todos os gatos são mamíferos. Premissa Maior.


Os siameses são gatos. Premissa Menor.
Logo, os siameses são mamíferos.

Regras do Silogismo Categórico


 O silogismo tem três termos e só três termos: maior (p), menor (s), médio (m).
 O termo médio não pode estar na conclusão.
 O termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez em toda a sua extensão, ou seja, ser universal.
 Nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
 A conclusão segue-se sempre a parte mais fraca (particular/negativa).
 De duas premissas negativas nada se pode concluir.
 De duas premissas particulares nada se pode concluir.
 De duas premissas afirmativas não se pode ter uma conclusão negativa.

A forma do silogismo categórico


Primeira figura
M–P
S–M
S–P

Segunda figura
P–M
S–M
S–P

Terceira figura
M–P
M–S
S–P

Quarta Figura
P–M
M–S
S–P

NOTA:O PREDICADO EM FRASES AFIRMATIVAS É PARTICULAR.


O PREDICADO EM FRASES NEGATIVAS É UNIVERSAL.

Definição de lógica

A operação segundo a qual encontramos uma conclusão a partir de determinadas razões chama-se raciocínio ou inferência.
Quando conseguimos convencer alguém em relação a um determinado assunto, significa que utilizamos os argumentos certos e os mais fortes.
Apesar de todos nós optarmos por acreditar na verdade, nem sempre estamos de acordo em relação ao que se considera verdadeiro em diversas circunstâncias, porque,
afinal de contas, o que para nós pode ser verdade para outras pessoas pode ser mentira. Cada um de nós tem as suas próprias crenças, portanto é normal que nem sempre
aceitemos uma conclusão.
A lógica tem como objecto o pensamento e o discurso. E para existir um discurso, é necessário existir uma ligação entre linguagem e pensamento, uma vez que sem
linguagem não há pensamento e sem pensamento não há linguagem.
Temos de ter um discurso bem estruturado para que sejamos entendidos, por isso, existem leis que estruturam o nosso pensamento de maneira a que sejamos
entendidos. Caso não sejamos entendidos significa que não respeitamos as leis da lógica.
Logo, conclui-se que a lógica é aquilo que nos ensina a ser entendidos; a enganar; a evitar que sejamos enganados; a detectar erros.

Verdade e Validade

 São coisas diferentes.


Verdade é a comparação entre o conteúdo do discurso e a realidade.
Validade é a forma do discurso. Se segue ou não as leis da lógica.
Validade não implica necessariamente a verdade, ou seja, pode ser válido porque segue as leis lógicas mas não tem de ser verdadeiro, porque não existem regras
específicas que digam que isto ou aquilo é verdade.

Conceito/ Termo

Quando pensamos em algo chama-se conceito; quando falamos torna-se num termo. Ou seja, se pensarmos em “casa” a palavra “casa” é um conceito, mas se nós
dissermos “casa” torna-se num termo.
O conceito é a base do juízo (uma vez que um juízo é constituído por termos/conceitos), e raciocínio (uma vez que um raciocínio é composto por juízos).

Formação dos conceitos

Os conceitos desenvolvem-se com o crescimento, e é algo que não exige esforço. Formam-se através da abstracção e da generalização.
A abstracção é “eliminar” todas as características particulares de um dado conjunto de objectos concretos e ficar somente com as características essenciais comuns, ou
seja, se nós tivermos os conceitos: “pastores alemães”, “serras da estrela”, “chihuahua”, concluímos todos os eles têm tamanho, pelo, idade, etc diferentes, contudo, tem
características comuns, como: são animais, mamíferos e ladram.
A generalização é basicamente ver as características presentes em todas estas 3 raças, como por exemplo: quatro patas, focinho, etc.

Extensão
Um conceito pode ter várias quantidades de objectos, ou seja, dentro do conceito “fruta” existem imensos conceitos como “pêssego”, “pera”, “pero”, “banana”, etc. e
por isso diz-se que o conceito “fruta” é muito extenso. Se dissermos a alguém que comemos fruta, a outra pessoa vai perguntar “que fruta?”, mas se dissermos que comemos
uma “pera” a outra pessoa não questiona nada e por isso o conceito “pera” é menos extenso do que “fruta”.

Relação entre extensão e compreensão


 Quanto mais extensão menor é a compreensão.
 Quanto maior compreensão menor extensão ele terá.

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