Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1º Autor
Nome: Rafael Santos Cruz
Titulação: Estudante do curso de Engenharia Civil (UNIPÊ)
E-mail: rafaelcruzengenharia@hotmail.com
Telefone: (83) 9 9869-9547
Endereço: Rua José Felix da Silva, 243, João Pessoa- PB
2º Autor
Nome: Ubaldo Rogério Alves dos Santos Monteiro
Titulação: Estudante do curso de Engenharia Civil (UNIPÊ)
E-mail: rogerio_ubaldo@hotmail.com
Telefone: (83) 9 96106757
Endereço: Rua Bel Wilson Flávio Moreira Coutinho, 76, Jardim Cidade Universitária, João
Pessoa- PB.
3º Autor
Nome: Cayo Iaslley Nunes de Lima
Titulação: Estudante do curso de Engenharia Civil (UNIPÊ)
E-mail: cayo_ita@hotmail.com
Telefone: (83) 9 99845617
Endereço: Rua José Firmino Ferreira, Água Fria, João Pessoa- PB
4º Autor
Nome: Henrique Elias Pessoa Gutierres
Titulação: Professor do curso de Engenharia Civil do UNIPÊ. Geógrafo do Departamento de
Geociências da UFPB. Especialização em Licenciamento Ambiental e Doutorando em
Geografia (UFPE).
E-mail: hepg86@hotmail.com
Telefone: (83) 9 9628-4016
Endereço: Rua Vandik Pinto Filgueiras, 158, Tambauzinho, João Pessoa- PB.
UM DIAGNÓSTICO SOBRE A INSERÇÃO DA SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-
PB
RESUMO
A construção civil é um dos setores da economia que mais consomem recursos naturais,
gerando diversos impactos ao meio ambiente. Dessa maneira, o setor tem buscado
implementar práticas sustentáveis que são de suma importância, pois, é uma alternativa
lucrativa para as empresas, aumentando a sua competitividade e contribuindo para a
diminuição dos impactos ambientais de suas atividades. O presente estudo tem o objetivo uma
pesquisa de campo no qual foram selecionadas um conjunto de vinte construtoras que atuam
na construção de edificações no município de João Pessoa-PB, em que irá avaliar a
importância da gestão ambiental nas mesmas. Sendo alguns assuntos abordados a exemplo da
educação ambiental para funcionários da empresa, certificação ambiental, autos de infração,
gestão ambiental no canteiro. Os dados foram obtidos através do levantamento junto a
Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA) e a Secretaria Municipal
de Meio Ambiente de João Pessoa (SEMAM) no tocante aos autos de infração aplicados, na
análise bibliográfica (livros, artigos de periódicos científicos, trabalhos acadêmicos e a
legislação ambiental), na aplicação de um questionário aos representantes das construtoras
selecionadas e pesquisas nos sites das vinte empresas. A partir da análise dos dados obtidos,
percebe-se que existe um déficit em relação a gestão ambiental nas construtoras no município
de João Pessoa-PB, não havendo a preocupação ambiental no momento de planejar, construir
e entregar um edifício.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Certificação ambiental. Gestão ambiental.
INTRODUÇÃO
O Brasil assume papel importante por ser uma das grandes economias do mundo,
detentor de um grande patrimônio natural e ter uma população considerável que necessita de
condições satisfatórias para a sua sobrevivência, conforme preconiza o artigo 225 da
Constituição Federal (1988), garantindo a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.
A gestão ambiental está presente na esfera pública e no nível empresarial. A gestão
ambiental objetiva não só apenas atender aquilo que preconizam as leis e as normas, mas visa
uma valorização da mesma perante o mercado. Ou seja, aspectos como desempenho
ambiental, passivos ambientais e histórico ambiental são considerados no cotidiano
empresarial (valor das ações, negociações de fusão e aquisição de empresas, ganho de
mercados etc.). Assim, em décadas passadas, não se pensava na possibilidade do setor
empresarial incorporar o meio ambiente nas suas preocupações cotidianas. Atualmente, a
gestão ambiental tem deixado de ser um modismo e se tornado cada vez mais essencial em
diversos setores empresariais e na construção civil não é diferente. A necessidade de incluir
tais atividades ajudam a manter um equilíbrio mais harmonioso entre a população local e o
meio ambiente, a fim de diminuir a demanda por matérias-primas oriundas da natureza,
racionalização no uso dos recursos e uma menor geração de resíduos.
A preocupação sobre este assunto é percebida na cidade de João Pessoa-PB, onde o
mercado imobiliário cresceu de forma intensa nos últimos anos. Portanto, obrigando a gestão
ambiental entrar na lista de preocupações deste setor. Esse tipo de gestão na construção civil
deve incluir a preocupação com o cumprimento das exigências da legislação ambiental,
acompanhamento do cumprimento das condicionantes das licenças ambientais, envolvendo
desde a etapa de concepção do projeto, passando pela fase da construção e considerando a
entrega de um empreendimento que adote equipamentos e práticas sustentáveis durante toda a
sua vida útil.
Este trabalho tem o objetivo de analisar a inserção das práticas sustentáveis nas
empresas de construção civil do município de João Pessoa, expondo um diagnóstico das
práticas sustentáveis, percepções dos dirigentes das construtoras e as tendências para um
aperfeiçoamento do assunto na realidade local.
METODOLOGIA
Para o cumprimento do objetivo proposto, o trabalho procedeu ao levantamento e a
análise bibliográfica (livros, artigos de periódicos científicos, trabalhos acadêmicos e a
legislação ambiental), levantamento de dados junto a Superintendência de Administração do
Meio Ambiente (SUDEMA) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de João Pessoa
(SEMAM) no tocante aos autos de infração aplicados, pesquisas nos sites das empresas,
elaboração de questionário, trabalhos de campo nas sedes das vinte construtoras selecionadas
e visitas em algumas obras para aplicação dos questionários junto aos representantes das
construtoras. O questionário é composto por quarenta e duas questões, abordando os
seguintes assuntos: informações gerais da empresa e das suas obras, licenciamento ambiental,
certificação ambiental, gestão ambiental no canteiro de obras e as práticas/tecnologias
sustentáveis incorporadas ao prédio, que serão utilizadas pelos moradores em cada imóvel
e/ou nas áreas comuns. Após a sistematização dos dados através de software de planilha
eletrônica, estes foram organizados em tabelas e gráficos, sendo discutidos, posteriormente, a
luz da bibliografia proposta.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para Meyer (apud KRAEMER, 2006) a gestão ambiental pode ser entendida como um
conjunto de métodos, ações e procedimentos que preservem a integridade do meio abiótico
(físico), biótico (biológico) e antrópico. De uma forma ampla, pode ser entendido como a
diminuição do uso excessivo dos recursos naturais, atendendo as necessidades humanas
atuais, sem comprometer as gerações futuras.
A implantação da gestão ambiental em edifícios pode trazer inúmeros benefícios para
construtoras, na redução significava de impactos ambientais e melhoramento no controle de
ações na empresa. Há mudanças de comportamento e na cultura ambiental, uma vez que reduz
o desperdício de resíduos advindos da construção, aumentado os ganhos econômicos e
racionalização de recursos (DONAIRE, 2010).
Para obter uma gestão ambiental de qualidade, empresas devem passar pelo
licenciamento ambiental, que é um instrumento que permite uma verificação e
acompanhamento dos impactos ambientais advindos da operação das atividades. Com isso,
contribui para controlar e preservar o meio ambiente, possibilitando um maior crescimento
econômico das gerações, aliada com o bem-estar social das comunidades (FINK, 2000).
Licenciamento Ambiental é uma ferramenta administrativa pela qual o órgão
ambiental licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades que utilizam de recursos ambientais, consideradas poluidoras ou daquelas que
possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e as normas técnicas
aplicáveis ao caso estudado (BRASIL, 1997).
Práticas sustentáveis também se fazem muito importante à gestão ambiental, estas por
sua vez são atitudes que visam um menor impacto ambiental nas construções, a fim de
preservar os recursos naturais e as condições vitais no planeta (DANIELI BERNARDE,
2014). A seguir são listadas algumas práticas adotadas em empreendimentos: reutilização da
água; gestão de resíduos; educação ambiental; otimização de alvenarias; economia energética
com placas solares; reuso de madeiras e automação de sistemas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS CONSTRUTORAS
O quadro abaixo expõe um panorama das construtoras no tocante a aplicação dos
questionários:
Quadro 1- Aplicação do questionário nas construtoras.
Construtoras Sim Não Recolhimento
do
questionário
Construtora 1 X
Construtora 2 X
Construtora 3 X
Construtora 4 X
Construtora 5 X
Construtora 6 X
Construtora 7 X
Construtora 8 X
Construtora 9 X
Construtora 10 X
Construtora 11 X
Construtora 12 X
Construtora 13 X
Construtora 14 X
Construtora 15 X
Construtora 16 X
Construtora 17 X
Construtora 18 X
Construtora 19 X
Construtora 20 X X
Fonte: Autores.
Analisando o quadro acima, verificamos que das vinte construtoras, em 40% (8), os
questionários foram aplicados, 30% (6) não responderam (procedeu-se a um contato inicial,
mais de uma vez, para marcar a aplicação do questionário, como também deixamos a opção
de deixar o questionário para recolhermos depois ou enviar por e-mail, mas mesmo assim não
houve nenhum retorno) e em 30% (6) os questionários foram recolhidos.
Os tipos de obras que as quatorze empresas executam são edifícios residenciais e
empreendimentos comerciais, empregando de 20 a 400 funcionários aproximadamente,
caracterizando em empresas de pequeno a grande porte.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS CONSTRUÇÕES
A legislação ambiental fornece os parâmetros que regem o empreendimento, assim
como permite a identificação das ações de manejo que deverão ser realizadas pelo
empreendedor e pessoas envolvidas, para estar em conformidade com a legislação.
Das 14 empresas, 13 empresas relataram que não possuem setor de meio ambiente na
empresa. Somente a construtora 19 possui setor de meio ambiente, criado no ano de 2012. De
acordo com os dados expostos, percebe-se a necessidade de um maior empenho acerca do
compromisso com o meio ambiente. Isso pode ser notado no gráfico 2, que esclarece que as
empresas deveriam ter um setor de ambiente e canais abertos voltados a responsabilidade
ambiental. As empresas da construção civil devem implantar setores ambientais para
demonstrar sua contribuição com a proteção do meio ambiente. Para isto é preciso ser
investido cada vez mais em programas tecnológicos que auxiliam no cumprimento das
imposições legais, no controle de custos, produtividade, e na divulgação da imagem da
instituição.
Analisando o gráfico 1, nota-se que só nove construtoras declararam possuir um
funcionário responsável pela área ambiental. Ao serem questionadas a respeito da profissão
desse responsável técnico pela área ambiental, oito declararam ser um técnico de segurança
do trabalho e uma tem o advogado respondendo por esse assunto. Contudo, o que constatou é
que tais funcionários não foram contratados para tal atividade, bem como, se faz necessário
que a empresa faça uso de um profissional, de diversas áreas, com formação acadêmica e com
atribuições legais compatíveis para implementar o planejamento e a gestão ambiental nos
empreendimentos das construtoras.
Gráfico 1- Funcionário responsável pela área ambiental na empresa.
FUNCIONÁRIO RESPONSÁVEL
PELA ÁREA AMBIENTAL
NÃO
36%
SIM
64%
Fonte: Autores.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA
EMPRESA PARA OS FUNCIONÁRIOS
NÃO
14%
SIM
86%
Fonte: Autores.
Fonte: Autores.
Autos de infração
6
Número de Infração
5
4
3
2
1
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ano
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS
Fonte: Autores.
Constata-se que 14,29% das empresas entrevistadas adotam práticas sustentáveis tanto
no escritório como no canteiro de obra, dentre as práticas declaradas, estão: reutilização de
água; gestão de resíduos; economia de energia por painéis solares; educação ambiental;
otimização de alvenarias; automação de sistemas; reuso de madeiras.
Logo as construtoras estão se modernizando, ou seja, cada vez mais inserindo
sustentabilidade nas suas construções, seja por práticas sustentáveis, ou por reutilizar ou
reciclar produtos e matérias, assim esses processos são de grande importância para o meio
ambiente, pois ajudam a combater o desperdício de materiais.
Para uma edificação ser sustentável, a construtora responsável por essa construção
pode usar diversos mecanismos para tornar isso possível, dentre esse mecanismo estão as
práticas adotadas na entrega do edifício, no qual o projeto será estudo para atender as
necessidades do cliente como também diminuir o impacto ambiental. O gráfico a seguir
apresenta essas práticas citadas pelas construtoras.
Gráfico 6- Práticas adotadas na entrega do edifício
SENSORES DE MOVIMENTO
TORNEIRA
TELHADOS VERDES
ENERGIA RENOVÁVEL
OUTROS
0 2 4 6 8 10 12 14
Fonte: Autores.
Analisando o gráfico acima, percebe-se que a prática mais utilizada na entrega dos
edifícios são os sensores de movimento. Além das práticas elencadas no gráfico, outras
práticas foram citadas por meio dos questionários aplicados: a tarifa verde, reduzindo o
consumo em até 70%; sistema para redução do consumo da água; equipamentos com menor
consumo energético
Outra questão foi levantada com as construtoras, relacionada a implementação de
práticas sustentáveis, é se os clientes têm procurado e valorizado a questão da sustentabilidade
na fase da construção dos edifícios e naquilo que o prédio irá oferecer, quando estiver pronto.
Para 64,29% das empresas os clientes não procuram por práticas sustentáveis. No entanto,
92,86% das construtoras consideram que o meio ambiente é uma ótima oportunidade para
negócio, ou seja, o desenvolvimento da gestão ambiental pode proporcionar vários benefícios
(conscientização ambiental; marketing verde; redução de custos; destaque no mercado;
responsabilidade social, menor possibilidade de autuação por parte dos órgãos ambientais e de
ações judiciais).
Contudo, se as empresas adotarem práticas sustentáveis como optar por favorecer o
uso de luz natural; buscar o equilíbrio entre iluminação e sistemas de ventilação naturais e
artificiais; economizar água portável e reduzir as perdas no aproveitamento das águas de
chuva, entre outras inúmeras práticas que existe e, além disso, utilizar produtos e materiais de
menor impacto ambiental, as empresas estarão trazendo benefícios tanto para si mesmo como
também para o ambiente.
Por fim, o gráfico 7 mostra os resultados obtidos através dos levantamentos realizados
nos sites das vinte empresas escolhidas no mês de setembro de 2016, no que tange a
disponibilização de algum espaço voltado para o meio ambiente e/ou responsabilidade social.
Gráfico 7- Construtoras que disponibilizam algum espaço em seus sites voltado ao meio
ambiente e a responsabilidade social.
Fonte: Autores.
Analisando o gráfico percebe-se que no conjunto das vinte empresas, 76% delas não
possuem nenhum espaço em seu site dedicado ao meio ambiente e a responsabilidade social.
Fonte: Autores.
Os dados expostos no gráfico demonstram que 100% das empresas utilizam piso
intertravados em suas construções. Também tiveram destaque o: vidro laminado, uso de
Drywall, portas pré-fabricadas com materiais e produtos de baixo impacto ambiental.
Certificação ambiental
REFERÊNCIAS
BERNARDO, Danieli. Construções Sustentáveis, 2014. Disponível em:
<http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/flUfnOnW8rEyn7z_2014-4-
22-19-43-27.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2018.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2. Ed. 1999. Reimpressão 2010. São
Paulo: Atlas, 2010.
FINK, Daniel Roberto. Aspectos Jurídicos do Licenciamento Ambiental. 1.ed. Rio de
Janeiro: Editora forense universitária, 2000.
KRAEMER, M. E. P. Gestão ambiental: um enfoque no desenvolvimento sustentável.
UOL, São Paulo, 2006. Disponível em: < http://www.artigocientifico.com.br/artigos
/?mnu=1&sm nu=5&artigo=1075 > Acesso em: 11 mar. 2018.