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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM MARQUISES DE CONCRETO ARMADO

Identificação dos autores

1º Autor
Nome: Rafael Santos Cruz
Titulação: Estudante do curso de Engenharia Civil (UNIPÊ)
E-mail: rafaelcruzengenharia@hotmail.com
Telefone: (83) 9 9869-9547
Endereço: Rua José Felix da Silva, 243, Muçumagro.

2º Autor
Nome: Marcelly Vigolvino Lopes Bandeira
Titulação: Estudante do curso de Engenharia Civil (UNIPÊ)
E-mail: Marcelly_vlc@hotmail.com
Telefone: (83) 9 8739-5190
Endereço: Rua Severino Nicolau de Melo, 582, Ed. Ilha da Restinga, Ap. 901A.

3º Autor
Nome: Evelyne Emanuelle Pereira Lima
Titulação: Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental
E-mail: evelyne.lima@unipe.br
Telefone: (83) 9 9805-9777
Endereço: Rua Pedro Juscelino Aquino, 242, Jardim cidade universitária.
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MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM MARQUISES DE CONCRETO ARMADO

RESUMO
As estruturas de marquise normalmente são lajes em balanço ou vigas em balanço com uma
laje apoiada nessas vigas. Este tipo de elemento construtivo caracteriza-se por ser uma estrutura
isostática, ou seja, está vinculada ao restante da estrutura somente na região do engaste.
Acidentes relacionados à queda de marquises vêm ocorrendo constantemente em diversas
cidades brasileiras, muitas vezes causando vítimas fatais. Grande parte das manifestações
patológicas tem origem nas etapas de planejamento e projeto. Fica claro que é fundamental criar
a conscientização de que uma marquise é um elemento de características diferenciadas em
relação ao resto da estrutura e, por isso, deve ter atenção especial na fase de projeto, execução
e uso. Além disso, um programa de manutenção preventiva é de extrema importância para
qualquer estrutura de concreto armado, inclusive no caso das marquises. Logo este trabalho tem
por objeto principal verificar a principais manifestações patológicas em marquises de concreto
armado, através de uma abordagem explicativa com análise bibliográfica (livros, revistas,
artigos científicos, monografias).
Palavras-chave: marquise; manifestações patológicas; acidente.

INTRODUÇÃO
Concreto armado é o material composto, obtido pela associação do concreto com barras
de aço, convenientemente colocadas em seu interior. Em virtude da baixa resistência à tração
do concreto (cerca de 10% da resistência à compressão), as barras de aço cumprem a função de
absorver os esforços de tração na estrutura. As barras de aço também servem para aumentar a
capacidade de carga das peças comprimidas (ARAÚJO, 2014, p. 1).
Dentre as desvantagens do concreto armado, podem ser citadas: o elevado peso das
construções; dificuldades para a execução de reformas ou demolições; menor proteção térmica
(ARAÚJO, 2014, p.2).
As estruturas de marquise normalmente são lajes em balanço ou vigas em balanço com
uma laje apoiada nessas vigas. Para vãos pequenos são feitas apenas lajes em balanço, mas
quando os vãos começam a ficar significativos, a espessura dessas lajes para atender aos
critérios de deformação e estabilidade se torna muito grande, o que deixa de ser econômico e
viável (BITTAR, 2013, p.1)
O crescimento sempre acelerado da construção civil, em alguns países e épocas,
provocou a necessidade de inovações que trouxeram, em si, a aceitação implícita de
maiores riscos. Aceitos estes riscos, ainda que dentro de certos limites, posto que
regulamentados das mais diversas formas, a progressão do desenvolvimento
tecnológico aconteceu naturalmente, e, com ela, o aumento do conhecimento sobre
estruturas e materiais, em particular através do estudo e análise dos erros acontecidos,
que têm resultado em deterioração precoce ou em acidentes (SOUZA; RIPPER, 2009,
p.13).

A importância da manutenção ainda não é comum nas edificações em geral, e claro,


menos ainda em marquises. Por isso, ainda que se tenha um projeto e execução eficientes, a
fase de utilização do local pode comprometer toda a estrutura do mesmo. É de total valia a
conscientização de proprietários e também de construtores da necessidade que se tem a
manutenção correta da marquise, servindo assim como uma maneira preventiva de acidentes.
No caso de antigas edificações, existe a preocupação com a ação do ambiente em que
se encontra o elemento ao longo de períodos consideráveis de tempo. Muitas vezes, os materiais
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e técnicas empregadas não atendem às exigências normativas atuais, principalmente no quesito


de durabilidade.
As manifestações patológicas em edificações são os principais problemas que
comprometem a vida útil das construções (ARIVABENE, 2015, p.2). Dentre essas patologias,
destacam-se dois casos reais que sucessederam no Brasil e serão mostrados posteriormente no
decorrer do trabalho, que tem por objetivo verificar a principais manifestações patológicas em
marquises de concreto armado, através de uma abordagem explicativa com análise bibliográfica
(livros, revistas, artigos científicos, monografias).
Logo, a patologia mais comum observada em marquises de concreto armado é a
fissuração do concreto, seja pela ação de sobrecargas, erros de projeto, fase de construção ou
pela falta de manutenção a estas estruturas.

METODOLOGIA
Esse trabalho se caracteriza como uma pesquisa exploratória descritiva, com o objetivo
de expor as principais manifestações patológicas existentes marquises de concreto armado de
marquises no Brasil, através de levantamento e análise bibliográfica (livros, artigos de revistas
científicas, dissertações) disponíveis relacionados à área de exploração com exposição de
análises de marquises de casos reais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo CEPD (2008), as paredes largas de pedra com argamassa de cal e óleo de baleia
construídas no Brasil limitavam a quantidade de pavimentos das edificações, só a partir de 1902,
com o surgimento do Cimento Portland e de teorias de dimensionamento do concreto armado,
houve um processo de verticalização das cidades impulsionado pela tecnologia das estruturas
de concreto armado, permitindo a construção de edifícios com mais de 5 pavimentos, inspirados
no modelo urbano americano.
Nos centros urbanos, essas edificações, normalmente de uso misto, ou seja, comércio
no térreo e residência ou escritórios na parte superior, ocupavam toda a área dos
terrenos e tinham suas portas e janelas do pavimento térreo abrindo direto para as
calçadas da rua. Devido à circulação das pessoas, que poderiam ser atingidas por
qualquer objeto que viesse a cair dos pavimentos superiores e, existindo também a
necessidade de se proteger os acessos a essas edificações, passou-se a fazer uso das
marquises (MELO, 2011, p.20).

As marquises são lajes em balanço, geralmente engastados em uma viga de borda, sendo
calculadas como as lajes armadas em uma direção. Por sua vez, a viga de sustentação da
marquise está submetida à torção com flexão (ARAÚJO, 2014, p.31)
Uma característica bastante peculiar em marquises de concreto armado é que estas são
submetidas a esforços de flexão junto ao apoio no lado superior, e por esse motivo devem ser
avaliadas quanto às condições de segurança, desempenho e durabilidade (CEPD, 2008, p.6).
Conforme Gonçalves (2011) existem vários tipos de arranjos estruturais de marquises.
O mais comum encontrado é o de laje diretamente engastada. Que pode ser dividido em 2
grupos: marquises diretamente engastadas em vigas, sem continuidade da laje para o interior da
edificação, e marquises com lajes engastadas em outras, que possuem continuidade para o
interior da edificação.
De acordo com Bastos (2006), normalmente, as marquises são projetadas com a função
arquitetônica de cobertura e proteção, podendo receber cargas de pessoas, anúncios comerciais,
impermeabilização, dentre outros. Sua estrutura depende, portanto, do vão do balanço e da
carga aplicada.
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As marquises são elementos em balanço constituindo coberturas, apostos às fachadas


prediais e/ou engastados em estruturas, com objetivo de oferecer aos transeuntes
situações favoráveis, principalmente ao longo dos passeios públicos, proporcionando
sombra, abrigando das chuvas, protegendo de eventuais quedas de qualquer material
das fachadas e das unidades condominiais, bem como favorecer as medidas de
segurança contra incêndio. Esses elementos estruturais podem somar propriedades
térmicas e acústicas em sua função (POCHMANN, 2008, p.10).

De acordo com Melo (2011), no caso das marquises, o elemento estrutural de ligação
da marquise com o restante da estrutura, tem sua zona tracionada na face superior desse
elemento, e o aço de suas armaduras, material principal para o combate aos esforços de tração
termina por ficar em contato direto, com os agentes externos; água da chuva, variação de
temperatura, agentes químicos presentes na atmosfera poluída, etc., devido à falta de falta de
manutenção e do aparecimento de fissuras.

As manifestações patológicas nas marquises, assim como nas demais estruturas de


concreto armado ocorrem em fases distintas do processo construtivo, as quais são:
projeto, construção, utilização e manutenção. O colapso da estrutura não ocorre
sempre pela ação de agentes causadores de forma isolada, mas geralmente por agentes
causadores principais e outros que aceleram o processo de deterioração (BRAGUIM,
2006, p.161).

A manifestação patológica mais comum nas marquises é a fissuração do concreto, seja


pela ação de sobrecargas, erros de projeto ou na fase de construção - fissuras pelas quais
percolam agentes oriundos da poluição do ar, das fezes de animais, e a própria água de chuva,
que causam a corrosão de armaduras, levando a estrutura à ruína (DORIGO, 1996, p.14).
Para Jordy (2006), existe três grupos de patologias em marquises: anomalias do concreto
(fissuração, corrosão, lixiviação e demais processos físicos degenerativos); anomalias
provenientes das instalações de drenagem das águas pluviais e anomalias dos sistemas de
proteção (como falhas de impermeabilização).
Conforme PINI (2009), as manifestações patológicas que podem ser observadas
visualmente em marquises de concreto armado são: armaduras expostas ou produzindo
manchas no concreto; desplacamento de concreto ou reboco; trincas transversais e longitudinais
ou junto ao engaste; sobrecargas por letreiros, placas, sobreposição de camadas de
impermeabilização, paredes nas bordas; infiltração de água; furos e rebaixamento na laje;
flechas na direção transversal ou longitudinal; esmagamento da parede existente abaixo do
engaste.
Os principais agentes causadores de colapso de marquises são: mal posicionamento das
armaduras, corrosão das armaduras, sobrecarga e escoramento incorreto (MEDEIROS;
GROCHOSKI, 2008, p.97)
Segundo Dorigo (1996), o posicionamento destas armaduras principais precisa ser
assegurado como previsto no projeto. Uma marquise é uma estrutura em balanço portanto,
sujeita a momentos negativos, por isto as armaduras principais devem estar posicionadas na
face superior da laje. Contudo, existe a possibilidade de ocorrer o afundamento destas barras,
devido ao tráfego de operários no momento da montagem da armação e da concretagem, e ao
adensamento do concreto com o uso de vibradores. Este efeito é mais relevante quando a
marquise é do tipo diretamente engastada, cuja a altura é normalmente reduzida.
Outro motivo que contribue para o colapso abrupto de uma marquise é o
desencadeamento de corrosão do aço, pois existe uma tendência ao surgimento de micro-
fissuras na parte superior do engaste. O acesso dos agentes agressivos como: íons cloretos, gás
carbônico (CO2), monóxido de carbono (CO), e outros gases ácidos tipo SO2, que juntos com
água de chuva tem alto poder de deterioração sobre estruturas de concreto, em contato com as
armaduras traz como consequência a despassivação. Como é comum a ocorrência de ciclos de
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molhamento e secagem nesta área, o processo de corrosão de armaduras de aço ocorre de forma
acelerada. Uma forma de reduzir o risco de corrosão do aço na região do engaste da marquise
é o sistema de impermeabilização e sua devida manutenção.
De acordo com ABNT (6118:2014), as superfícies expostas horizontais, como
coberturas, pátios, garagens, estacionamentos e outras, devem ser convenientemente drenados,
com a disposição de ralos e condutores. E em todas as superfícies sujeitas à ação de água, devem
ser convenientemente seladas, de forma a tornarem-se estanques à passagem (percolação) de
água.
Conforme Medeiros e Grochoski (2008), a aplicação de cargas não previstas em projeto
de marquises é um fator prejudicial a sua durabilidade e até um agente causador isolado da ruína
da estrutura, como a utilização inadequada de marquises por pessoas, instalação de
equipamentos como ar-condicionado entre outros e de estruturas secundárias como letreiros.
O escoramento isolado da ponta de uma marquise promove uma mudança no
comportamento estrutural da peça, essa mudança de comportamento pode levar a mudanças
consideráveis nos diagramas de esforços solicitantes na marquise.
Desse modo, na ausência de cálculos e/ou verificações que provem o contrário, a
forma mais correta de se realizar o escoramento de uma marquise é introduzir apoios
ao longo de toda a sua extensão com escoras desde sua extremidade até o engaste
(MEDEIROS; GROCHOSKI, 2008, p.101).

De acordo com ABNT (14931:2004) no plano da obra deve constar a descrição do


método a ser seguido para construir e remover estruturas auxiliares, devendo ser especificados
os requisitos para manuseio, ajuste, contraflecha intencional, desforma e remoção. A retirada
de fôrmas e escoramentos deve ser executada de modo a respeitar o comportamento da estrutura
em serviço. No caso de dúvidas quanto ao modo de funcionamento de uma estrutura específica,
o engenheiro responsável pela execução da obra deve entrar em contato com o projetista, a fim
de obter esclarecimento sobre a seqüência correta para retirada das fôrmas e do escoramento.
Em marquises é importante ainda observar a disposição de fissuras identificadas.
Fissuras na direção longitudinal ao longo do engaste são bem mais nocivas que fissuras na
direção transversal. De forma parecida, as fissuras em vigas de apoio também são sinais
consideráveis de risco.
De acordo com a ABNT (6118:2014), a abertura máxima característica wk das fissuras,
desde que não exceda valores da ordem de 0,2 mm a 0,4 mm, sob ação das combinações
frequentes, não tem importância significativa na corrosão das armaduras passivas. Ressalta-se
que no caso de marquises a situação ideal é que não ocorram fissuras. Qualquer que seja a
fissura identificada deve ser feita uma inspeção detalhada a fim de avaliar os riscos envolvidos.
A ABNT (6118:2014) restringe o deslocamento vertical de extremidades de varandas
em ℓ/250, onde ℓ é o vão livre teórico. Tal limite se aplica para o caso de marquises. Entretanto,
a menos que se tenha certeza da posição inicial da marquise, não se pode afirmar se determinado
caimento é oriundo da fase de construção ou deslocamento excessivo. Entretanto, conhecendo-
se a posição inicial do elemento, a flecha admissível deve estar abaixo do limite indicado pela
NBR 6118:2014.
Marquises de concreto armado devem ser projetadas de forma criteriosa. É importante
ressaltar que devem ser atendidas as prescrições da NBR 6118:2014. Devem ser no mínimo
enquadradas na Classe de Agressividade Ambiental II (agressividade moderada com pequeno
risco de deterioração da estrutura) de acordo com a tabela 6.1 da referida norma. Isto implica
adotar uma classe de concreto C25 (fck=25 MPa) ou superior e cobrimento nominal mínimo de
25 mm.
Ainda de acordo com a ABNT (6118:2014) nas lajes maciças em balanço deve ser
respeitado a espessura mínima de 10 cm. No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços
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solicitantes de cálculo a serem considerados devem ser multiplicados por um coeficiente


adicional γn, de acordo com o indicado na Tabela 13.2 da referida norma.
Além disto, deve ser adotada uma relação água/cimento menor ou igual que 0,6. Vale
lembrar que a especificação de um concreto mais impermeável é fundamental para garantir a
durabilidade de uma marquise. Ressalta-se que em zona industrial ou marinha devem ser
adotados critérios mais rigorosos.
Em virtude do alto índice de acidentes com marquises, visando evitar a ruína e
posterior queda dessas estruturas, é imprescindível tomar medidas que levem ao
conhecimento das causas de patologias nessas estruturas, visando evitar a repetição
dos mesmos erros na construção de novas marquises. O conhecimento das causas
dessas patologias deve ser feito por uma metodologia que leve em consideração a
análise de projeto, o levantamento das características geométricas da estrutura, e a
inspeção visual e/ou detalhada pela realização de ensaios não destrutivos (PINI, 2009,
p.1).

CASO 1: INSPEÇÃO DE MARQUISES EM ITAJAÍ-SÃO PAULO

Segundo Anjos (2017), foram inspecionadas 178 maquises de concreto armado na


cidade de Itajaí, em São Paulo, onde 84% apresentaram manifestações patológicas aparentes,
dentre elas: 63% apresentava presença de umidade, 59,5% fissuras, 52% desplacamento do
revestimento, 24% desplacamento do concreto, 20% biodeterioração, 17,5% corrosão de
armaduras, 10% armadura aparente e 1,5% eflorescência. Porém, este número ainda pode ser
maior, pois vou verificado de muitas marquises, haviam passado por serviços paliativos, pouco
antes da vistoria, maquiando sinais de deterioração da estrutura.

Figura 1 – Desplacamento do concreto, armadura aparente e corrosão de armaduras

Fonte: Anjos, 2017.

Figura 2 – Umidade, fissuras e desplacamento do revestimento na marquise

Fonte: Anjos, 2017.


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Figura 3 – Desplacamento do concreto e do revestimento, corrosão de armaduras, armadura


aparente, biodeterioração, presença de umidade e fissuras na marquise

Fonte: Anjos, 2017.

CASO 1: ANÁLISE DA MARQUISE DE UM EDIFÍCIO LOCALIZADO NA ÁREA


LITORÂNEA DO RECIFE

Segundo a análise de Pedrosa e Maria (2017), o edifício está situado em uma área que
possui agressividade forte, pois está vunerável a ação de névoa salina, cloretos e entre outros
mecanismos de deterioração propícias em áreas litorâneas. Na marquise em estudo, foram
encontradas diversas manifestações patológicas, dentre elas, manchas, bolor (mofo),
infiltrações, eflorescência, carbonatação, desprendimento do concreto, exposição e corrosão da
armadura, além de fissuras que excedem os parâmetros previstos pela norma vigente. Verificou-
se que há um conjunto de agentes patológicos associados a inúmeros erros construtivos, dentre
eles, sistema de drenagem deficiente, problema de impermeabilização, cobrimento nominal
abaixo do exigido, concreto apararentemente poroso e a falta de manutenções que contribuiram
para o avanço da degradação da estrutura.

Figura 4 – Ausência de cobrimento nominal

Fonte: Pedrosa; Maria, 2017.


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Figura 5 – Manchas de umidade

Fonte: Pedrosa; Maria, 2017.

Figura 6 – Fissura na vinculação da marquise com a laje interna

Fonte: Pedrosa; Maria, 2017.

Figura 7 – Bolor e mancha de umidade

Fonte: Pedrosa; Maria, 2017.

CASO 2: ANÁLISE DE MARQUISES NO CENTRO DE JOÃO PESSOA-PB

A região central de João Pessoa, é marcado por edificações antigas, que antes abrigavam
parte da população, e atualmente comporta lojas comerciais da capital paraibana. De acordo
com Andrade (2015), foram identificadas inúmeras manifestações patológicas nas marquises
existentes nesta região, entre elas: fissuras, corrosão das armaduras, desplacamento de concreto,
manchas oriunda pela umidade excessiva, eflorescência, carbonatação. Possívelmente causadas
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por cobrimento insuficiente, sobrecarga, uso de concreto permeável e de péssima qualidade,


ausência de impermeabilização e falta de manutenção.

Figura 8 – Desplacamento de concreto

Fonte: Andrade, 2015.

Figura 9 – Marquise com eflorescência

Fonte: Andrade, 2015.

Figura 10 – Sobrecarga na marquise

Fonte: Andrade, 2015.


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Figura 11 – Corrosão da armadura

Fonte: Sinhorelli, 2016.

Figura 12 – Marquise com machas, desplacamentos, eflorescência e processo avançado de


corrosão.

Fonte: Sinhorelli, 2016.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao projetar e construir uma marquise, é necessário considerar a incidência muito
elevada de acidentes que vêm ocorrendo no Brasil e no exterior. Sendo assim, deve ser dado
maior rigor no projeto, na escolha dos materiais, na execução e conservação de marquises,
observando os seguintes aspectos: na construção, seguir os projetos estabelecidos e as
precauções usuais como as relativas à dosagem e à vibração do concreto; cuidado especial
quanto à posição correta da armadura negativa no engastamento.
A armadura de posição seja por pisoteamento durante o transporte ou manuseio de
equipamentos e de materiais na laje, deve-se: observar o cobrimento do concreto adequado para
proteção da armadura; realizar a cura do concreto adequadamente para evitar fissuras por
retração; evitar acúmulo de água de chuva (represamento), que implica sobrecarga não prevista
em projeto; uso e ocupação devem ser de acordo com o previsto em projeto.
Faz-se necessário a atenção na importância que se tem na manutenção preventiva nas
estruturas de concreto armado, não só em marquises, mas sim na edificação completa, tendo
como alvo mais importante os prédios situados em zonas de alta agressividade ambiental.
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No que tange a estimativa de vida das estruturas, é de grande valia o melhoramento no


conhecimento do comportamento dos materiais diante aos diversos agentes agressores
existentes. Pois a avaliação da vida útil baseia-se, sempre, no bom entendimento dos
mecanismos de degradação.
Como também se devem programar inspeções visuais rotineiras e periódicas na
estrutura, nos sistemas de drenagem e de impermeabilização, fazendo os reparos necessários
dos danos e deficiências encontradas.

REFERÊNCIAS

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