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Neves - Evolução de Grandes Centros Urbanos e Geração de Oportunidades Estratégicas para Clusters de Serviços
Neves - Evolução de Grandes Centros Urbanos e Geração de Oportunidades Estratégicas para Clusters de Serviços
Resumo
Introdução
As chamadas cidades globais1 têm passado por profundas transformações nas funções de
seus agentes econômicos e institucionais, assim como em sua paisagem urbana, associadas
à evolução do processo de globalização econômica. Tais transformações têm promovido
alteração contínua no papel estratégico destas cidades e influenciam decisões de alocação
de capital, além de contribuir em especial para a geração de oportunidades de expansão das
atividades de clusters de serviços, entre outras. O presente estudo aborda o sentido desse
processo no contexto da globalização; seus reflexos particulares sobre o segmento de
serviços e a formação de clusters; e alinha recomendações sugeridas pela experiência
recente de reorientação econômica e planejamento urbano de algumas daquelas cidades.
Neste estudo, entende-se por “cluster de serviços” aquele em que predominam atividades
de serviços, mesmo que dele também façam parte empresas e entidades comerciais,
industriais e agrícolas.
As cidades globais operam em conjunto, formando uma rede complexa de serviços baseada
na interação sistemática e em uma forma particular de articulação entre território e pessoas.
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Das quais são exemplos Nova Iorque, Londres, Zurique, Amsterdã, Los Angeles, Tokyo, Sydney, Hong
Kong, Buenos Aires, Taipei, Cidade do México e São Paulo, entre outras.
1
Galvão (2003) destaca a relevância para a concepção estratégias de desenvolvimento
regional, do surgimento de clusters de serviços, dada sua capacidade de gerar efeitos
multiplicadores de investimentos e de criação de empregos bem remunerados. Segundo ele,
em várias partes do mundo espaços geográficos espontaneamente se têm transformado em
regiões prestadoras de serviços, que não raras vezes envolvem mão-de-obra de alta
qualificação e emprego de recursos tecnológicos sofisticados.
Uma visão superficial do processo de globalização poderia sugerir que o espaço físico
tende a ser gradativamente menos importante, e que o único tipo de trabalhador que passa a
interessar ao processo de globalização é o de alta qualificação (Sassen, 1997). Um exame
mais cuidadoso porém, revela importância crescente do espaço físico (só que sob novas
formas de uso) e a necessidade ampliada de que profissionais menos qualificados
(secretárias, carregadores, atendentes, operadores, motoristas) também se engajem no
processo.
Atualmente, o capital faz uso das cidades (melhor dizendo, da localização geográfica e suas
vantagens competitivas) como se fossem uma commodity. Embora novas técnicas de
comunicação unam lugares distantes em tempo reduzido, não decorre daí que o espaço
físico tenha deixado de ser importante. Pelo contrário, a desnacionalização do espaço
urbano e a busca de lucratividade obrigam a certas formas de aproveitamento do espaço
físico (em atividades de armazenamento e transporte, por exemplo, mas não só nelas) que
seguem uma lógica própria de racionalização diferente daquela que existia, por exemplo, há
três ou quatro décadas. A globalização fez surgirem novos territórios estratégicos, dando
uma nova dimensão ao arranjo do sistema econômico mundial: debilitando o âmbito
nacional e conferindo importância a outras escalas de espaço nas quais se concretizam os
processos produtivos.
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Além do capital, também o trabalho tem se transnacionalizado: as cidades mundiais têm
emergido como centros estratégicos para a existência de um conjunto diversificado de
culturas, trabalhadores provindos de várias partes do mundo e imigrantes pertencentes a
múltiplos grupos étnicos, evidenciando um processo de desterritorialização do espaço
geográfico sob a forma de uma classe de trabalhadores internacionais trabalhando em
ambientes também internacionalizados.
Sassen (1991, 1997, 1998) tem procurado resgatar a importância de considerar o espaço
físico no exame do processo de globalização econômica, especialmente no que diz respeito
ao conjunto complexo formado pelas cidades. Embora o debate sobre a globalização
costume se situar no âmbito da nação versus mundo, há componentes sub-nacionais de
importância, especialmente se considerarmos que alguns deles estão mais engajados, e
outros menos, no processo de globalização. Para Romão (1998), um dos efeitos importantes
da globalização está relacionado com a alocação de investimentos no espaço e à criação de
ambientes produtivos que sejam favoreçam a aquisição de recursos competitivos e a
manutenção de alto nível de competitividade. Scott (1998), Putnam (2000), Krugman
(1991a, 1991b, 1991c) e Porter (1993,1999) entre outros, são autores que também têm
salientado a importância de considerar aspectos da nova organização geográfica da
economia.
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- dinamismo vinculado à concentração de atividades baseadas no conhecimento e
altamente demandadas em âmbito mundial, com domínio de conceitos e tecnologias
que possibilitem criar e fabricar produtos maduros de novas formas;
Sob tais condições, está a se desenvolver uma nova forma de divisão do trabalho, dentro
das nações, já que atividades que empregam menos conhecimento e são mais tradicionais
tendem a se situar fora do espaço nacional, em movimento de declínio econômico.
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Para Sassen (1997) as grandes cidades do mundo são um palco no qual transparece de
forma concreta e facilmente perceptível a multiplicidade dos processos que compõem
aquilo que conhecemos por globalização. Nelas tais processos assumem sua forma concreta
e delimitada geograficamente, além de seus conflitos baseados em grandes vantagens
econômicas juntamente com grandes prejuízos para grupos de pessoas.
Embora possa ser hoje maior o grau de dispersão das atividades econômicas, a
globalização não se esgota nisso. A redefinição da função do espaço físico costuma ver
acompanhada da necessidade de uma infra-estrutura e um conjunto de serviços industriais
heterogêneo, complexo e especializado, que lhe sirva de apoio. A falta desses elementos é
um obstáculo à expansão das cidades globais. Da mesma forma, a evolução desequilibrada
da economia (por exemplo, elevado crescimento em curto tempo de um segmento
produtivo qualquer, que os fornecedores não acompanham) também gera distorções (no
caso, aumento da quantidade demandada em segmento de oferta não elástica, que poderá
implicar elevação de preços ou crise de abastecimento).
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As cidades globais competem crescentemente entre si. Os serviços financeiros, por
exemplo, têm hoje uma mobilidade maior do que antes. Combinada com a
desregulamentação de mercados, e em um contexto de avanços na área de comunicações e
redes pela Internet, esta mobilidade tem contribuído para aumentar a intensidade da
competição entre as cidades globais por atividades financeiras.
Para Ribeiro e Marques (2002), a estrutura produtiva das economias desenvolvidas tem
evoluído no sentido de ver acentuados movimentos de terceirização, intensificação do uso
de tecnologia e dependência crescente do conhecimento. Sob tais condições, apontam três
elementos que levam as atividades, especialmente as de mercados competitivos, a se
aglomerar em cidades ou áreas metropolitanas:
É importante que cidades ou regiões estejam integradas com outros territórios econômicos,
para o que se faz necessário trabalhar nos fatores que determinam a prosperidade, e em
planos que compreendam as várias dimensões da geografia econômica envolvidas no
processo de globalização.
A sobrevivência da cidade global e seu sucesso como território estratégico depende de alta
produtividade, tecnologias avançadas, meios de comunicação modernos e intensificação
das trocas internacionais. Esta dependência as torna de certa forma frágeis, e tem seu custo.
Conforme assinala Sassen (1997):
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(...) What the city is for international business people: it is a city whose space
consists of airports, top level business districts, top of line hotels and restaurants, a
sort of urban glamour zone. On the other hand, there is the difficult task of
establishing whether a city that functions as an international business center does
in fact recover the costs involved in being such a center: the costs involved in
maintaining a state-of-the-art business district, and all it requires, from advanced
communications facilities to top level security.”
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gerais, como evitar que a evolução do segmento de serviços assuma uma forma degenerada,
na qual ele se venha a se confundir com formas precárias de atividade produtiva e sub-
emprego?
Na história recente do Estado de São Paulo, tem-se verificado que o setor industrial vem
gerando menos empregos, e a demanda por ocupações deverá ser atendida em parte pelo
setor de serviços, que vem crescendo e revela potencial expressivo. Uma questão que se
coloca é a do que pode ser feito para que este movimento gere o máximo possível de
ocupações de boa qualidade (duradouras e de alta produtividade) e o volume mais elevado
possível de renda.
Os serviços, por seu turno, têm se expandido em representatividade, sendo que têm
comparativamente custos menores para gerar ocupações. Segmentos mais avançados do
setor de serviços apresentaram expansão significativa. Enquanto a representatividade da
indústria no PIB paulista passou de 52,0% em 1985 para 39,9% em 1999, a participação
dos serviços aumentou de 41,6% para 55,5% no mesmo período.5
3
Vide SISE – SISTEMA DE INFORMAÇÕES E ANÁLISES ECONÔMICAS (2002). Temas estratégicos:
guerra fiscal II. Relatório n.2, Agosto. Fundap, URL: http://sise.fundap.sp.gov.br/pdf/SISE%202.pdf
4
A presença de uma indústria mais moderna exigiu, por outro lado, a oferta de serviços sofisticados de
informática, distribuição, logística, qualificação de pessoal, consultoria, etc.;
5
Idem, ibidem.
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Quadro 1 – Nível de Emprego Industrial no Estado de São Paulo – Junho/1994 a
Agosto/2003
Índice base: junho/1994 = 100
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Estudos feitos pela Unicamp6 comparando custos de geração de empregos de grandes
indústrias com os de pequenos empreendedores indicam que estes últimos são cerca de
onze vezes menores; em que pese o fato de que tais ocupações possam diferir em termos de
qualidade, duração, exigência técnica e produtividade, parece razoável afirmar que políticas
orientadas para pequenas empresas podem a gerar maior benefício social no curto prazo do
que aquelas voltadas para empresas de grande porte.
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Uma vaga aberta pelas novas fábricas da Renault, General Motors e Mercedes-Benz no Brasil custou, em
média, R$ 350 mil; pequenos empreendedores conseguem abrir até oito postos de trabalho com investimento
de R$ 250 mil. Vide SISE – SISTEMA DE INFORMAÇÕES E ANÁLISES ECONÔMICAS (2002). Temas
estratégicos: guerra fiscal II. Relatório n.2, Agosto. Fundap, URL: http://sise.fundap.sp.gov.br/pdf/SISE
%202.pdf
7
O número de pessoas ocupadas pelo setor informal era 12.870.420, conforme dados do IBGE, de 1997.
8
GEM – Global Entrepreneurship Monitor – 2002.
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Tabela 3 - Distribuição do número de empresas no Brasil
Micro e
pequena Média Grande Total
Indústria 550.112 8.170 1.661 559.943
Comércio 2.045.185 4.609 2.684 2.052.478
Serviços 1.486.825 10.336 14.761 1.511.922
Total 4.082.122 23.115 19.106 4.124.343
99,0% 0,6% 0,5% 100,0%
Fonte: Cadastro Central de Empresas - IBGE
Micro e
pequena Média Grande Total
Indústria 3.522.689 1.636.721 2.465.939 7.625.349
Comércio 5.457.983 311.642 1.076.120 6.845.745
Serviços 4.629.485 715.689 10.641.999 15.987.173
Total 13.610.157 2.664.052 14.184.058 30.458.267
44,7% 8,7% 46,6% 100,0%
Fonte: Cadastro Central de Empresas - IBGE
Suzigan, Garcia & Furtado (2002) fazem referência a certos gêneros de problemas com que
clusters costumam se deparar, os quais demandam medidas de apoio e que podem ser
agrupados esquematicamente como segue, juntamente com sugestões derivadas de práticas
bem sucedidas. Com um esforço de síntese, é possível derivar daí um conjunto de
recomendações, como segue:
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Tabela 5 – Grupos de problemas de clusters, observações e providências relacionadas
2. Presença de instituições de Podem incrementar capacidade competitiva, inclusive no que se refere a estimular a criação e o funcionamento de instituições de apoio em
apoio prover serviços voltados para tecnologia e desenvolvimento de produtos tecnologia e desenvolvimento (centros tecnológicos e de formação
profissional), inclusive design, por meio de coordenação e apoio
financeiro; criar centros de desenvolvimento que ofereçam cursos,
palestras, seminários, firmem convênios de cooperação técnica, organize a
participação em feiras, etc.
3. Ação de autoridades Prefeituras e governos estaduais podem suprir carências importantes de Criação de instituições de suporte e prestação de serviços para as empresas
governamentais locais suporte e prestação de serviços às empresas, gerando externalidades do cluster; organização de serviços auxiliares e centros técnicos
positivas
4. Espírito de cooperação e Embora traços culturais possam dificultar, existem casos de sucesso na Estimular a contratação de especialistas para coordenação, ou liderança
condições para organização de centrais de compra, criação de centros tecnológicos e de local, para a organização de centrais de compras ou criação de centros
coordenação das ações formação profissional tecnológicos e de formação profissional; promover associativismo; apoiar a
promoção de ações coletivas por meio de grandes empresas líderes locais
5. Inovação e Os gastos em geral são pequenos e excepcionais. É preciso estimular Estimular atividades inovativas das empresas, mediante constituição de
desenvolvimento de atividades inovativas, mediante constituição de departamentos de pesquisa departamentos de P&D e contratação de especialistas
produtos e desenvolvimento, e contratação de profissionais especializados.
6. Acesso a informações sobre Existem experiências bem sucedidas de compartilhamento de gastos com Estimular criação de empresas especializadas em consultoria de tendências,
produtos e tendências do visitas periódicas a centros desenvolvidos e pesquisas mercadológicas. engenharia e desenvolvimento de produtos e processos, softwares e
mercado serviços especializados
7. Qualidade Atividades compartilhadas, com coordenação institucionalizada, podem Criar conscientização da importância da qualidade por meio de cursos e
contribuir com a formação de mão-de-obra e o gerenciamento de palestras, para formação e reciclagem profissional; promover programas de
programas de qualidade. qualidade para as empresas do cluster
8. Existência de serviços Iniciativas coletivas podem suprir necessidades de profissionais Contratação conjunta de especialistas em design, modelagem de produtos,
técnicos e profissionais especializados, por exemplo, em modelagem de produtos, engenharia, engenharia e sistemas, marketing, pesquisa e outros; estimular a criação de
especializados sistemas, marketing, pesquisa, etc. cursos de especialização
9. Financiamento em Geralmente, agentes financeiros públicos costumam ser evitados ou Oferecer políticas de contratação conjunta de financiamentos, em
condições e prazos ignorados. As dificuldades se referem à magnitude das taxas de juros, modalidades de crédito solidário com exigências bancárias e condições
adequados exigências de garantias, prazos de carência e de amortização inadequados, diferentes das convencionais.
dificuldade de acesso a linhas específicas de crédito e falta de informações.
Fonte: Adaptado de SUZIGAN, Wilson; GARCIA, Renato; FURTADO, João (2002). Clusters ou sistemas locais de produção e inovação: identificação, caracterização e
medidas de apoio. São Paulo: IEDI. URL: http://www.iedi.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=30&infoid=326
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Uma das características das cidades globais reside no fato de oferecer condições
importantes para o surgimento e a expansão de clusters competitivos. Considerando o
caso da cidade de São Paulo, Levy (2000) e também Romão (1998) salientam a
importância, para favorecer o desenvolvimento de clusters em cidades globais, que haja
parceria entre governo, setor privado e lideranças comunitárias, devendo-se entender a
riqueza potencial da cidade como um conjunto de ações coletivas a serem articuladas,
com a inclusão das camadas mais pobres da população.
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Lista adaptada de Romão (1998) e SEBRAE (2003).
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Considerações finais
Nessas condições, cidades globais que vierem a criar boas condições para o
desenvolvimento de clusters de serviços criarão vantagens na competição entre elas.
Antes, terão de considerar a pré-existência de um conjunto mínimo que torne possível
esse desenvolvimento (recursos humanos suficientemente capacitados e centros de
formação, infra-estrutura, fornecedores de serviços auxiliares e canais de disseminação
de informações e conhecimento). Na falta de estímulo adequado e específico, voltado
para as particularidades, desejos e carências dos agentes, ainda assim clusters de
serviços poderão se desenvolver; nesse caso porém, serão maiores as chances de que
venha a predominar a forma menos nobre, concentrando-se na oferta de serviços menos
nobres, em empresas e empregos vulneráveis e de baixa produtividade, com capacidade
de sobreinvestimento reduzida e condições de sustentação algo precárias.
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sobremaneira importante apoiar iniciativas de empreendedorismo ligadas a clusters com
alta representatividade das atividades de serviços.
BIBLIOGRAFIA
__________. (1991b) History and industry location: the case of the US Manufacturing
Belt. American Economic Review, vol. 81, n. 4.
15
RIBEIRO, José F. & MARQUES, Isabel (2002) Europa – geografia da prosperidade e
da inovação. URL: http://www.cijdelors.pt/%5C_update_%5Cpdf
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GeografiadeProspelnovBraga16Mai02.pdf. Consulta feita em 11/09/2003.
SASSEN, Saskia (1997) Whose city is it? Globalization and the formation of new
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________. (1991) The global city: New York, London and Tokyo. Princeton: Princeton
University Press.
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