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Geração de oportunidades estratégicas para clusters de serviços em grandes centros

urbanos: considerações sobre características e possibilidades do processo

Resumo

Sejam espontâneas, induzidas por autoridades governamentais ou impostas pelo ambiente


concorrencial, transformações profundas no papel econômico e na paisagem urbana das
chamadas cidades globais têm ocorrido como parte do processo de globalização. Seguindo
uma lógica própria ao redefinir funções e finalidade dos espaços físicos, tais
transformações geram oportunidades significativas para o florescimento de clusters de
serviços. Além disso, suscitam questões como a de quais gêneros de serviços se vêem assim
favorecidos, e por quais motivos; do que se pode fazer para tornar duradouras as vantagens
competitivas dos agentes que participam do processo; e de quais lições se pode extrair de
experiências conhecidas de adaptação às mudanças globais, visando a obter bons resultados
na geração de capacitação competitiva. O presente estudo objetiva contribuir para a
reflexão sobre estas questões, por meio do exame de traços comuns de experiências
recentes nesse campo, e fornecer recomendações sobre o assunto para entidades que
queiram aprimorar as condições de inserção de empresas e instituições neste processo.

Introdução

As chamadas cidades globais1 têm passado por profundas transformações nas funções de
seus agentes econômicos e institucionais, assim como em sua paisagem urbana, associadas
à evolução do processo de globalização econômica. Tais transformações têm promovido
alteração contínua no papel estratégico destas cidades e influenciam decisões de alocação
de capital, além de contribuir em especial para a geração de oportunidades de expansão das
atividades de clusters de serviços, entre outras. O presente estudo aborda o sentido desse
processo no contexto da globalização; seus reflexos particulares sobre o segmento de
serviços e a formação de clusters; e alinha recomendações sugeridas pela experiência
recente de reorientação econômica e planejamento urbano de algumas daquelas cidades.
Neste estudo, entende-se por “cluster de serviços” aquele em que predominam atividades
de serviços, mesmo que dele também façam parte empresas e entidades comerciais,
industriais e agrícolas.

Importância dos clusters de serviços

As cidades globais operam em conjunto, formando uma rede complexa de serviços baseada
na interação sistemática e em uma forma particular de articulação entre território e pessoas.

1
Das quais são exemplos Nova Iorque, Londres, Zurique, Amsterdã, Los Angeles, Tokyo, Sydney, Hong
Kong, Buenos Aires, Taipei, Cidade do México e São Paulo, entre outras.

1
Galvão (2003) destaca a relevância para a concepção estratégias de desenvolvimento
regional, do surgimento de clusters de serviços, dada sua capacidade de gerar efeitos
multiplicadores de investimentos e de criação de empregos bem remunerados. Segundo ele,
em várias partes do mundo espaços geográficos espontaneamente se têm transformado em
regiões prestadoras de serviços, que não raras vezes envolvem mão-de-obra de alta
qualificação e emprego de recursos tecnológicos sofisticados.

Nas cidades globais, vê-se acentuar – especialmente nas economias em desenvolvimento,


recentemente integradas à finança mundial -- o crescimento da demanda por serviços
financeiros e especializados, acompanhado do advento de redes de serviços transnacionais;
também se observam a redução do papel regulador das autoridades governamentais; a
tendência a que se desconectem a cidade e o estado-nação como arena política e
econômica; e a ampliação da demanda por trabalhadores mais qualificados, que vêem se
elevar sua renda.

Reafirmando a importância da tecnologia e do conhecimento na OCDE, Ribeiro e Marques


(2002) consideram que os serviços com forte intensidade de conhecimento têm assumido
importância crescente, destacando-se os de telecomunicações, financeiros e seguros e
serviços às empresas, como os que mais empregam tecnologia. Levantamento dos autores
indica que estes setores representariam 18% do valor agregado total da zona da OCDE. Se
nos restringirmos aos serviços com forte intensidade de conhecimento e que não são
transacionáveis (é o caso de educação e saúde), teremos que os serviços conhecimento-
intensivos representam cerca de 29% do valor agregado total da zona da OCDE.

Resgate do espaço físico como categoria de análise

Uma visão superficial do processo de globalização poderia sugerir que o espaço físico
tende a ser gradativamente menos importante, e que o único tipo de trabalhador que passa a
interessar ao processo de globalização é o de alta qualificação (Sassen, 1997). Um exame
mais cuidadoso porém, revela importância crescente do espaço físico (só que sob novas
formas de uso) e a necessidade ampliada de que profissionais menos qualificados
(secretárias, carregadores, atendentes, operadores, motoristas) também se engajem no
processo.

Atualmente, o capital faz uso das cidades (melhor dizendo, da localização geográfica e suas
vantagens competitivas) como se fossem uma commodity. Embora novas técnicas de
comunicação unam lugares distantes em tempo reduzido, não decorre daí que o espaço
físico tenha deixado de ser importante. Pelo contrário, a desnacionalização do espaço
urbano e a busca de lucratividade obrigam a certas formas de aproveitamento do espaço
físico (em atividades de armazenamento e transporte, por exemplo, mas não só nelas) que
seguem uma lógica própria de racionalização diferente daquela que existia, por exemplo, há
três ou quatro décadas. A globalização fez surgirem novos territórios estratégicos, dando
uma nova dimensão ao arranjo do sistema econômico mundial: debilitando o âmbito
nacional e conferindo importância a outras escalas de espaço nas quais se concretizam os
processos produtivos.

2
Além do capital, também o trabalho tem se transnacionalizado: as cidades mundiais têm
emergido como centros estratégicos para a existência de um conjunto diversificado de
culturas, trabalhadores provindos de várias partes do mundo e imigrantes pertencentes a
múltiplos grupos étnicos, evidenciando um processo de desterritorialização do espaço
geográfico sob a forma de uma classe de trabalhadores internacionais trabalhando em
ambientes também internacionalizados.

A visão tradicional dos processos econômicos transnacionais costuma se basear em uma


dualidade que contrapõe os âmbitos internacional e nacional. Na verdade, o fato de as
relações econômicas se estenderem além das fronteiras nacionais e de implicarem certa
redução da soberania do estado-nação significam, antes que estão em funcionamento forças
cuja compreensão depende de um outro tipo de corte na economia. Não se trata de estender
o âmbito do objeto da economia geográfica, afirmando que passa a ser supranacional.
Opera-se, na verdade, uma desnacionalização do que conhecemos como território nacional.
Para Ribeiro e Marques (2002), na Europa se assiste a um processo de devolução do poder
para comunidades e regiões que buscam melhorar seu posicionamento competitivo
internacional, aliado a um repensar das funções do Estado e à mudança do tipo de fator
capaz de gerar riqueza em relação ao período pré-globalização.

Sassen (1991, 1997, 1998) tem procurado resgatar a importância de considerar o espaço
físico no exame do processo de globalização econômica, especialmente no que diz respeito
ao conjunto complexo formado pelas cidades. Embora o debate sobre a globalização
costume se situar no âmbito da nação versus mundo, há componentes sub-nacionais de
importância, especialmente se considerarmos que alguns deles estão mais engajados, e
outros menos, no processo de globalização. Para Romão (1998), um dos efeitos importantes
da globalização está relacionado com a alocação de investimentos no espaço e à criação de
ambientes produtivos que sejam favoreçam a aquisição de recursos competitivos e a
manutenção de alto nível de competitividade. Scott (1998), Putnam (2000), Krugman
(1991a, 1991b, 1991c) e Porter (1993,1999) entre outros, são autores que também têm
salientado a importância de considerar aspectos da nova organização geográfica da
economia.

A importância do espaço físico no processo de globalização se situa no contexto de uma


geografia da centralização, que atravessa fronteiras de nações e limites geopolíticos
tradicionais como o que contrapõe os hemisférios Sul e Norte. Daí resulta um espaço
transnacional organizado conforme as demandas do capital no sistema produtivo, que
formou um grid mundial de territórios estratégicos no formato assumido pelas cidades
mundiais, que operam como grandes centros financeiros e de negócios, centros de
concentração de poder e de comando.

Para Ribeiro e Marques (2002), a redescoberta do espaço e do território como fatores


econômicos importantes nasce da consciência de que as diferenças de desempenho
econômico das diferentes regiões dependem de certos recursos imóveis (conhecimento,
competências, estrutura institucional e organizacional). A inovação tem lugar onde inputs
especializados, serviços e recursos necessários para que ela exista se concentram. Segundo
os autores, haveria ainda duas alterações importantes no que diz respeito às regiões onde
tradicionalmente as atividades produtivas se aglomeravam, a saber:

3
- dinamismo vinculado à concentração de atividades baseadas no conhecimento e
altamente demandadas em âmbito mundial, com domínio de conceitos e tecnologias
que possibilitem criar e fabricar produtos maduros de novas formas;

- desenvolvimento de relações intensas de caráter científico, tecnológico e econômico


entre diferentes regiões, onde se localizem “nós importantes das redes de
competição, fabrico, integração e comercialização dos mesmos operadores
mundiais”.

Sob tais condições, está a se desenvolver uma nova forma de divisão do trabalho, dentro
das nações, já que atividades que empregam menos conhecimento e são mais tradicionais
tendem a se situar fora do espaço nacional, em movimento de declínio econômico.

O uso do espaço invariavelmente se associa ao tipo e ao grau de avanço da tecnologia


disponível para tal. Se considerarmos que as aglomerações de empresas e entidades existem
como um fenômeno indiscutível, é porque se por um lado as novas tecnologias permitem
gerenciar a operação conjunta de unidades dispersas geograficamente, por outro elas
também encorajam a centralização e a proximidade de negócios e instituições com
atividades afins.

A nova geografia econômica confere uma dinâmica particular ao crescimento econômico.


Sua lógica de transformação se tornou adequada ao momento e passou a se fazer presente
justamente em razão dos avanços tecnológicos que possibilitaram comunicação à distância,
melhor organização de dados gerenciais e migração rápida de capitais. No que diz respeito
a estas tecnologias, o conjunto de avanços anda em paralelo e as forças que desencadeiam
se influenciam mutuamente, obrigando a buscar novas formas de uso do espaço urbano,
para negócios que queiram se manter competitivos.

Implicações para o segmento de serviços

As cidades globais promovem movimento contínuo e crescente de evolução de sua


estrutura produtiva ao mesmo tempo que se altera o peso dos fatores que determinam suas
vantagens competitivas. Em países avançados, tal movimento tomou a forma de declínio de
indústrias tradicionais que atendem mercados saturados e que crescem à base de inovação
de produto. A criação de valor agregado se vincula cada vez mais ao papel desempenhado
pelo conhecimento e seus desdobramentos sobre produtividade e capacidade de expansão
do capital, sobressaindo-se o setor de serviços e segmentos industriais capazes de produzir
maior valor adicionado.

Tais características acompanham massivos investimentos na região central das grandes


cidades, por vezes como parte de processos de revitalização orientados por autoridades
governamentais – outras vezes como um processo espontâneo no qual o governo atua como
coadjuvante e facilitador.

4
Para Sassen (1997) as grandes cidades do mundo são um palco no qual transparece de
forma concreta e facilmente perceptível a multiplicidade dos processos que compõem
aquilo que conhecemos por globalização. Nelas tais processos assumem sua forma concreta
e delimitada geograficamente, além de seus conflitos baseados em grandes vantagens
econômicas juntamente com grandes prejuízos para grupos de pessoas.

Embora possa ser hoje maior o grau de dispersão das atividades econômicas, a
globalização não se esgota nisso. A redefinição da função do espaço físico costuma ver
acompanhada da necessidade de uma infra-estrutura e um conjunto de serviços industriais
heterogêneo, complexo e especializado, que lhe sirva de apoio. A falta desses elementos é
um obstáculo à expansão das cidades globais. Da mesma forma, a evolução desequilibrada
da economia (por exemplo, elevado crescimento em curto tempo de um segmento
produtivo qualquer, que os fornecedores não acompanham) também gera distorções (no
caso, aumento da quantidade demandada em segmento de oferta não elástica, que poderá
implicar elevação de preços ou crise de abastecimento).

Para Ribeiro e Marques (2002), a adaptação das economias desenvolvidas ao processo de


globalização tende a ocorrer por meio de:

- concentração da estrutura produtiva em serviços e indústrias geradoras de maior


valor agregado;
- automatização e flexibilização das formas de produção;
- sofisticação dos segmentos financeiros;
- investimentos em infra-estrutura de internacionalização (telecomunicações,
audiovisual, transporte aéreo), por vezes em detrimento dos investimentos em infra-
estrutura convencional (estradas, ferrovias);
- ênfase ao investimento na qualidade ambiental e no patrimônio histórico; e
- desenvolvimento de serviços de natureza interpessoal (educação, saúde, ginástica,
atividades criadoras, paisagismo), mais protegidos da competição internacional.

Atividades complexas de finanças e serviços avançados costumam ser beneficiados pelo


processo de formação de grandes centros financeiros globais, capazes de oferecer serviços
sofisticados. Elas exigem um arcabouço regulatório que é estabelecido em grande medida
pelo mercado, com certa participação, nem sempre decisiva, das autoridades
governamentais.

Nessa medida, pode-se falar em um direito transnacional: um conjunto de direitos e deveres


que se estendem além dos limites nacionais, mas que se traduz em regras próprias de cada
país com as quais deve existir consonância. Na base deste conjunto, devem estar conceitos
familiares ao Ocidente como os de contrato e propriedade privada, sob pena de a inserção
local se ver dificultada.

Competitividade das cidades

5
As cidades globais competem crescentemente entre si. Os serviços financeiros, por
exemplo, têm hoje uma mobilidade maior do que antes. Combinada com a
desregulamentação de mercados, e em um contexto de avanços na área de comunicações e
redes pela Internet, esta mobilidade tem contribuído para aumentar a intensidade da
competição entre as cidades globais por atividades financeiras.

Se antes a estratégia competitiva dependia de vantagens comparativas convencionais, como


o acesso fácil a recursos naturais e baixos custos de mão-de-obra, atualmente a formulação
da estratégia leva em conta fatores locacionais, revestidos de novo papel. Romão (1998) dá
exemplo de alguns deles, que vincula à presença das chamadas vantagens competitivas
dinâmicas: serviços terciários e quaternários, infra-estrutura, instituições de pesquisa,
recursos humanos especializados, certa complexidade da base produtiva, ambiente
empresarial favorável, etc.

Para Ribeiro e Marques (2002), a estrutura produtiva das economias desenvolvidas tem
evoluído no sentido de ver acentuados movimentos de terceirização, intensificação do uso
de tecnologia e dependência crescente do conhecimento. Sob tais condições, apontam três
elementos que levam as atividades, especialmente as de mercados competitivos, a se
aglomerar em cidades ou áreas metropolitanas:

- existência no local de um conjunto de recursos humanos com diversos níveis de


qualificação e de competências profissionais necessárias para operar com alto nível
de qualidade; e presença de instituições de capacitação e pesquisa que permitam
reciclar esses profissionais e adaptá-los rapidamente às transformações de mercado
e tecnológicas;

- conjunção de atividades que se complementam, seja ao longo da mesma cadeia


produtiva, seja estando orientadas para as mesmas funções, criando uma base de
competências que possibilita adaptação a novas tendências de tecnologia ou de
mercados, e a exploração mais profunda de potencialidades de redes de negócios;

- presença de canais de difusão das informações e conhecimento acumulado


(tecnológico, organizacional, sobre mercados ou regiões), assim como a inserção
mais fácil em redes internacionais de intercâmbio de mercadorias, informações e
investimento.

É importante que cidades ou regiões estejam integradas com outros territórios econômicos,
para o que se faz necessário trabalhar nos fatores que determinam a prosperidade, e em
planos que compreendam as várias dimensões da geografia econômica envolvidas no
processo de globalização.

A sobrevivência da cidade global e seu sucesso como território estratégico depende de alta
produtividade, tecnologias avançadas, meios de comunicação modernos e intensificação
das trocas internacionais. Esta dependência as torna de certa forma frágeis, e tem seu custo.
Conforme assinala Sassen (1997):

6
(...) What the city is for international business people: it is a city whose space
consists of airports, top level business districts, top of line hotels and restaurants, a
sort of urban glamour zone. On the other hand, there is the difficult task of
establishing whether a city that functions as an international business center does
in fact recover the costs involved in being such a center: the costs involved in
maintaining a state-of-the-art business district, and all it requires, from advanced
communications facilities to top level security.”

Outra questão que se coloca é a da direção tomada pelo crescimento do segmento de


serviços, no que diz respeito a seu grau de sofisticação e implicações econômicas. Em
geral, esse processo pode assumir tanto a forma mais nobre (criação de empresas
duradouras com elevado potencial de expansão e inovação) quanto a forma degenerada
(criação de empresas e empregos vulneráveis em segmentos de baixa produtividade, com
potencial de crescimento reduzido).

A evolução de um grupo de empresas de certo segmento produtivo pode assumir uma


forma desvirtuada, na qual elas se desenvolvem de forma precária, com baixa sobregeração
de capital, gerando empregos mal remunerados, de produtividade baixa e que exigem baixa
qualificação. Freqüentemente tais empresas operam com pequeno volume de capital,
organização deficiente e reduzida complexidade tecnológica. O trabalho de indução ao
desenvolvimento de um cluster pode ajudar a atenuar o problema, ao contribuir para que
haja uma orientação conjunta e condições favoráveis à existência de uma estratégia
coordenada, com aproveitamento racional dos recursos existentes e geração de iniciativas
benéficas para o conjunto.

A forma de desenvolvimento assumida pelo segmento de serviços recebe influência


simultânea de dois tipos de fatores: os que favorecem o crescimento e a representatividade
de serviços avançados e os que contribuem para a expansão dos serviços tradicionais, os
quais exigem menor qualificação e capacitação gerencial2.

Adequadamente conduzida, a prevalência do primeiro tipo poderá significar, para o


conjunto do segmento, maior capacidade de sobregeração de lucro, reinvestimento,
expansão das unidades produtivas, maior produtividade e melhor qualidade de emprego.
Voltadas para a geração de desenvolvimento da região, as autoridades locais geralmente
buscam contribuir para melhorar a qualidade da inserção das cidades no processo de
globalização, dando-lhes condições para atrair investimentos, especialmente no que diz
respeito a suprir uma estrutura de serviços essenciais para o funcionamento das empresas
que nelas queiram se instalar; e proporcionando segurança de operação, institucional e
legal, tanto para as atividades a serem desenvolvidas no local quanto para aquelas que
dependem de ligações com outros países. Para quem queira transcender essas condições
2
A considerar uma experiência mais próxima, e assim como acontece com outras cidades de expressão
econômica, podemos assinalar que a de Região Metropolitana de São Paulo tem observado crescimento do
segmento de serviços, como alternativa econômica a um setor industrial que encontra limitações diversas a
sua expansão

7
gerais, como evitar que a evolução do segmento de serviços assuma uma forma degenerada,
na qual ele se venha a se confundir com formas precárias de atividade produtiva e sub-
emprego?

O Estado como contexto: geração de empregos e empreendedorismo

Na história recente do Estado de São Paulo, tem-se verificado que o setor industrial vem
gerando menos empregos, e a demanda por ocupações deverá ser atendida em parte pelo
setor de serviços, que vem crescendo e revela potencial expressivo. Uma questão que se
coloca é a do que pode ser feito para que este movimento gere o máximo possível de
ocupações de boa qualidade (duradouras e de alta produtividade) e o volume mais elevado
possível de renda.

Como resultado de uma tendência de desconcentração da indústria brasileira iniciada na


década de 70, a indústria paulista tem observado queda de sua participação no total
nacional. Esta redução em sua participação relativa não significou que a atividade industrial
tenha se retraído; na verdade, ela registrou crescimento em termos absolutos, se
considerarmos a década de 90, até 2001. Ocorre que tais movimentos se fizeram observar
em um quadro de renovação tecnológica, no qual segmentos tradicionais passaram a operar
com tecnologias mais sofisticadas. O volume de emprego oferecido pela indústria se
reduziu, acompanhado de3:

- especialização da indústria paulista em atividades intensivas em capital e


tecnologia, com externalização das atividades antes executadas no interior das
fábricas e adoção de tecnologias poupadoras de mão-de-obra4;

- modernização de setores tradicionais, com supressão de empregos; e

- deslocamento de empresas que usam mão-de-obra intensivamente para regiões de


mais baixo custo de trabalho.

Os serviços, por seu turno, têm se expandido em representatividade, sendo que têm
comparativamente custos menores para gerar ocupações. Segmentos mais avançados do
setor de serviços apresentaram expansão significativa. Enquanto a representatividade da
indústria no PIB paulista passou de 52,0% em 1985 para 39,9% em 1999, a participação
dos serviços aumentou de 41,6% para 55,5% no mesmo período.5

3
Vide SISE – SISTEMA DE INFORMAÇÕES E ANÁLISES ECONÔMICAS (2002). Temas estratégicos:
guerra fiscal II. Relatório n.2, Agosto. Fundap, URL: http://sise.fundap.sp.gov.br/pdf/SISE%202.pdf

4
A presença de uma indústria mais moderna exigiu, por outro lado, a oferta de serviços sofisticados de
informática, distribuição, logística, qualificação de pessoal, consultoria, etc.;
5
Idem, ibidem.

8
Quadro 1 – Nível de Emprego Industrial no Estado de São Paulo – Junho/1994 a
Agosto/2003
Índice base: junho/1994 = 100

Fonte: Fiesp/Ciesp – Depecon/GPC - Gerência de Pesquisas e Cadastro

Tabela 1 – Nível de Emprego Industrial no Estado de São Paulo – Variação


Percentual e Número de Empregos

Ano Variação Emprego


Percentual (Números
absolutos)
1995 -6,67 -142.995
1996 -7,53 -149.305
1997 -6,14 -113.104
1998 -7,74 -133.330
1999 -3,64 -59.106
2000 1,71 27.416
2001 -2,02 -32.437
2002 -4,43 -68.944
Jan-03 0,02 359
Fev-03 0,01 75
Mar-03 0,56 8.504
Abr-03 -0,20 -3.054
Mai-03 -0,18 -2.743
Jun-03 -0,30 -4.564
Jul-03 -0,08 -1.213
Ago-03 -0,26 -3.940

Fonte: Fiesp/Ciesp – Depecon/GPC - Gerência de Pesquisas e Cadastro

9
Estudos feitos pela Unicamp6 comparando custos de geração de empregos de grandes
indústrias com os de pequenos empreendedores indicam que estes últimos são cerca de
onze vezes menores; em que pese o fato de que tais ocupações possam diferir em termos de
qualidade, duração, exigência técnica e produtividade, parece razoável afirmar que políticas
orientadas para pequenas empresas podem a gerar maior benefício social no curto prazo do
que aquelas voltadas para empresas de grande porte.

Um fenômeno vinculado a este reside na significativa e crescente quantidade de micro e


pequenas empresas no país. Os quadros a seguir mostram que se trata de 99% do total de
empresas do país; elas são responsáveis por 44,7% do total de empregos, sem considerar as
pessoas ocupadas pelo setor informal.7 Há no país cerca de 14,4 milhões de pessoas
envolvidas com alguma atividade empreendedora, o que situa o país na sétima colocação no
ranking de empreendedorismo no mundo.8 Um exame dos condicionantes deste fato
evidencia que em sua maioria, trata-se de empreendedores movidos predominantemente
pela necessidade, e não pela descoberta de uma oportunidade de negócio para alguém que,
se quisesse, poderia atuar como empregado trabalhando para outrem. No Brasil, tal
condição é mais freqüente do que na média mundial; na França, para citar uma comparação
ilustrativa, a figura do empreendedorismo por necessidade praticamente não existe.
Tabela 2 – Empreendedorismo por oportunidade e empreendedorismo por necessidade – Brasil, média
mundial e França

Empreendedores por Empreendedores por


Oportunidade Necessidade
Brasil 42% 55%
Média mundial 61% 37%
França 97% 0%
Fonte: GEM 2002.

6
Uma vaga aberta pelas novas fábricas da Renault, General Motors e Mercedes-Benz no Brasil custou, em
média, R$ 350 mil; pequenos empreendedores conseguem abrir até oito postos de trabalho com investimento
de R$ 250 mil. Vide SISE – SISTEMA DE INFORMAÇÕES E ANÁLISES ECONÔMICAS (2002). Temas
estratégicos: guerra fiscal II. Relatório n.2, Agosto. Fundap, URL: http://sise.fundap.sp.gov.br/pdf/SISE
%202.pdf
7
O número de pessoas ocupadas pelo setor informal era 12.870.420, conforme dados do IBGE, de 1997.
8
GEM – Global Entrepreneurship Monitor – 2002.

10
Tabela 3 - Distribuição do número de empresas no Brasil

Micro e
pequena Média Grande Total
Indústria 550.112 8.170 1.661 559.943
Comércio 2.045.185 4.609 2.684 2.052.478
Serviços 1.486.825 10.336 14.761 1.511.922
Total 4.082.122 23.115 19.106 4.124.343
99,0% 0,6% 0,5% 100,0%
Fonte: Cadastro Central de Empresas - IBGE

Tabela 4 - Distribuição do número de empregados no Brasil

Micro e
pequena Média Grande Total
Indústria 3.522.689 1.636.721 2.465.939 7.625.349
Comércio 5.457.983 311.642 1.076.120 6.845.745
Serviços 4.629.485 715.689 10.641.999 15.987.173
Total 13.610.157 2.664.052 14.184.058 30.458.267
44,7% 8,7% 46,6% 100,0%
Fonte: Cadastro Central de Empresas - IBGE

Lições de experiências recentes

O futuro das cidades globais dependerá de sua capacidade de desenvolver vantagens


competitivas e criar um ambiente favorável ao surgimento e à evolução de clusters dotados
de capacidade inovadora e com padrões superiores de produtividade, em grande medida
associados ao emprego de tecnologia avançada e oferta de produtos e serviços exclusivos.

O fato de estarem próximas ou organizadas em redes permite a empresas e entidades


desfrutar de informações e conhecimento comuns, combinar e recombinar ações conjuntas,
formar acordos, compartilhar custos e promover ações de escopo amplo que possam gerar
benefícios comuns.

Suzigan, Garcia & Furtado (2002) fazem referência a certos gêneros de problemas com que
clusters costumam se deparar, os quais demandam medidas de apoio e que podem ser
agrupados esquematicamente como segue, juntamente com sugestões derivadas de práticas
bem sucedidas. Com um esforço de síntese, é possível derivar daí um conjunto de
recomendações, como segue:

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Tabela 5 – Grupos de problemas de clusters, observações e providências relacionadas

Grupo Observação Exemplos de providências possíveis


1. Localização, logística e Custo e condições de transporte, comunicações e acesso a mercados, infra- atuar nas deficiências de infra-estrutura, no âmbito de políticas gerais
infra-estrutura estrutura urbana e rodovias de ligação com mercados relevantes (governo federal e estadual)

2. Presença de instituições de Podem incrementar capacidade competitiva, inclusive no que se refere a estimular a criação e o funcionamento de instituições de apoio em
apoio prover serviços voltados para tecnologia e desenvolvimento de produtos tecnologia e desenvolvimento (centros tecnológicos e de formação
profissional), inclusive design, por meio de coordenação e apoio
financeiro; criar centros de desenvolvimento que ofereçam cursos,
palestras, seminários, firmem convênios de cooperação técnica, organize a
participação em feiras, etc.
3. Ação de autoridades Prefeituras e governos estaduais podem suprir carências importantes de Criação de instituições de suporte e prestação de serviços para as empresas
governamentais locais suporte e prestação de serviços às empresas, gerando externalidades do cluster; organização de serviços auxiliares e centros técnicos
positivas
4. Espírito de cooperação e Embora traços culturais possam dificultar, existem casos de sucesso na Estimular a contratação de especialistas para coordenação, ou liderança
condições para organização de centrais de compra, criação de centros tecnológicos e de local, para a organização de centrais de compras ou criação de centros
coordenação das ações formação profissional tecnológicos e de formação profissional; promover associativismo; apoiar a
promoção de ações coletivas por meio de grandes empresas líderes locais
5. Inovação e Os gastos em geral são pequenos e excepcionais. É preciso estimular Estimular atividades inovativas das empresas, mediante constituição de
desenvolvimento de atividades inovativas, mediante constituição de departamentos de pesquisa departamentos de P&D e contratação de especialistas
produtos e desenvolvimento, e contratação de profissionais especializados.
6. Acesso a informações sobre Existem experiências bem sucedidas de compartilhamento de gastos com Estimular criação de empresas especializadas em consultoria de tendências,
produtos e tendências do visitas periódicas a centros desenvolvidos e pesquisas mercadológicas. engenharia e desenvolvimento de produtos e processos, softwares e
mercado serviços especializados
7. Qualidade Atividades compartilhadas, com coordenação institucionalizada, podem Criar conscientização da importância da qualidade por meio de cursos e
contribuir com a formação de mão-de-obra e o gerenciamento de palestras, para formação e reciclagem profissional; promover programas de
programas de qualidade. qualidade para as empresas do cluster
8. Existência de serviços Iniciativas coletivas podem suprir necessidades de profissionais Contratação conjunta de especialistas em design, modelagem de produtos,
técnicos e profissionais especializados, por exemplo, em modelagem de produtos, engenharia, engenharia e sistemas, marketing, pesquisa e outros; estimular a criação de
especializados sistemas, marketing, pesquisa, etc. cursos de especialização
9. Financiamento em Geralmente, agentes financeiros públicos costumam ser evitados ou Oferecer políticas de contratação conjunta de financiamentos, em
condições e prazos ignorados. As dificuldades se referem à magnitude das taxas de juros, modalidades de crédito solidário com exigências bancárias e condições
adequados exigências de garantias, prazos de carência e de amortização inadequados, diferentes das convencionais.
dificuldade de acesso a linhas específicas de crédito e falta de informações.

Fonte: Adaptado de SUZIGAN, Wilson; GARCIA, Renato; FURTADO, João (2002). Clusters ou sistemas locais de produção e inovação: identificação, caracterização e
medidas de apoio. São Paulo: IEDI. URL: http://www.iedi.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=30&infoid=326

12
Uma das características das cidades globais reside no fato de oferecer condições
importantes para o surgimento e a expansão de clusters competitivos. Considerando o
caso da cidade de São Paulo, Levy (2000) e também Romão (1998) salientam a
importância, para favorecer o desenvolvimento de clusters em cidades globais, que haja
parceria entre governo, setor privado e lideranças comunitárias, devendo-se entender a
riqueza potencial da cidade como um conjunto de ações coletivas a serem articuladas,
com a inclusão das camadas mais pobres da população.

Promover o crescimento de um cluster significa, desta forma, identificar nichos


promissores, entender suas atividades, conhecer o tipo de interação entre seus agentes e
favorecer a integração de seus agentes. Indo além, pode-se colaborar com a estruturação
de uma estratégia que leve em conta o conjunto dos agentes em sua complexidade, seus
interesses e potencial, assim como a divisão de responsabilidades entre eles, relacionada
com a expansão desse conjunto e a obtenção de bons resultados em suas atividades.

É a organização de redes de empresas e instituições, em conexão e operando


conjuntamente, que se coloca como contraponto entre os âmbitos nacional e local,
combinando coordenação de esforços, o uso conjunto de recursos e promoção de
práticas e uma cultura favorável à inovação, à atividade empreendedora e a padrões
internacionais de qualidade (Romão, 1998).

No que diz respeito à criação de condições favoráveis ao florescimento de clusters de


serviços, algumas das práticas mais freqüentes e destacadas têm sido:

 elaborar diagnósticos de nichos de serviços especializados demandados,


histórico e tendências, para escolha dos mais promissores;
 encorajar a criação e o desenvolvimento de empresas de serviços que envolvem
alta tecnologia;
 valorizar formas alternativas de organização da atividade produtiva:
cooperativas, associações, redes de empresas, disseminando conhecimento sobre
o processo de criação e gestão dessas instituições;
 criar ou modificar leis e portarias que facilitem a criação e o funcionamento de
pequenas empresas de serviços;
 incentivar a proximidade de instalação entre ofertantes e demandantes de
serviços, mediante diagnóstico de demandas localizadas;
 criar e fomentar mecanismos de parceria entre empresas, autoridades, institutos
de pesquisa, universidades e órgãos de representação, aí incluídos fóruns para
discussão de temas de interesse comum;
 promover leis que facilitem e incentivem a formação de pessoas com perfil e
habilidades adequados às demandas do setor de serviços local, aí incluído o
apoio direto a instituições escolares existentes e o estímulo à formação de novas;
 favorecer o emprego de mecanismos de acordo e resolução rápida de disputas
entre os agentes;
 incentivar o uso de ferramentas de microcrédito e financiamentos a grupos
solidários de empresas; e
 facilitar o compartilhamento de ativos de uso comum e o exercício de atividades
conjuntas para diluição de custos.9

9
Lista adaptada de Romão (1998) e SEBRAE (2003).

13
Considerações finais

Neste artigo, buscou-se situar a evolução dos clusters de serviços na lógica de


desenvolvimento do processo de globalização. Em movimento contínuo de
transformação, espaços econômicos vêem redimensionadas suas funções e seu papel,
dando á evolução dos segmentos de serviços uma conformação específica e certas
tendências visíveis: a prevalência de alta tecnologia e serviços sofisticados, associada à
necessidade de que os agentes unam e combinem esforços para obter maior
produtividade. Desse movimento contínuo resulta uma maior ou menor capacidade de
adaptação àquilo que o sistema econômico tem como movimento global, em uma época
na qual a tecnologia tornou a escolha da localização semelhante à escolha de
commodities.

Sob tais condições, a questão da localização geográfica ganhou importância, porém em


moldes diferentes dos convencionais. Exige-se das cidades globais que tenham uma
estrutura capaz de permitir o comando à distância; condições mínimas de segurança e
organização; uma rede complexa de serviços auxiliares para que os agentes possam
exercer suas funções. A lógica da convivência frutuosa com o capital exige um
redimensionamento da questão territorial, que de certa forma se desnacionalizou.

Nessas condições, cidades globais que vierem a criar boas condições para o
desenvolvimento de clusters de serviços criarão vantagens na competição entre elas.
Antes, terão de considerar a pré-existência de um conjunto mínimo que torne possível
esse desenvolvimento (recursos humanos suficientemente capacitados e centros de
formação, infra-estrutura, fornecedores de serviços auxiliares e canais de disseminação
de informações e conhecimento). Na falta de estímulo adequado e específico, voltado
para as particularidades, desejos e carências dos agentes, ainda assim clusters de
serviços poderão se desenvolver; nesse caso porém, serão maiores as chances de que
venha a predominar a forma menos nobre, concentrando-se na oferta de serviços menos
nobres, em empresas e empregos vulneráveis e de baixa produtividade, com capacidade
de sobreinvestimento reduzida e condições de sustentação algo precárias.

Compete às autoridades e aos agentes diretamente envolvidos no processo buscar


formas de organização que permitam operação coordenada e com benefícios comuns; o
compartilhamento de ativos, informação e conhecimento, assim como de esforços
destinados a melhorar produtividade e ampliar vendas; lutar pela existência de
condições mínimas para a instalação de empresas interessadas, no que diz respeito a
segurança e rentabilidade aceitável.

O exame do contexto econômico e do histórico recente das atividades de serviços da


cidade de São Paulo permite observar que, embora a indústria paulista não dê sinais de
decadência ela tem gerado menos emprego, ao passo que os empregos gerados pelo
setor de serviços têm mostrado maior representatividade. O país como um todo, e o
Estado de São Paulo não é exceção, mostra alta incidência de empreendedorismo por
obrigação, que ao lado do sub-emprego sinaliza a falta de capacidade do sistema como
um todo de gerar ocupações suficientes e adequadas para a população local. Sob tais
condições, e dado o potencial de crescimento do setor de serviços, mostra-se

14
sobremaneira importante apoiar iniciativas de empreendedorismo ligadas a clusters com
alta representatividade das atividades de serviços.

O progresso dos clusters de serviços em cidades globais dependerá grandemente do


quanto se afirmar a convicção na primazia das iniciativas dos agentes econômicos, sob a
forma de ações práticas que facilitem e favoreçam suas operações. Em economias
desenvolvidas esta convicção pressupõe, pelo menos, a existência de uma carga fiscal
suportável e a garantia de condições institucionais mínimas que confiram segurança na
tomada de decisões de investimento por parte de agentes transnacionais. Atuando em
conjunto, Estado e empresas poderão lidar melhor com pontos fracos das empresas e
ameaças do ambiente, e poderão obter melhores resultados na geração de oportunidades
e em seu aproveitamento. A disposição para buscar a forma mais adequada de fazê-lo é
um dos requisitos importantes para que os clusters de serviços tenham sucesso; não é
suficiente, porém. Deverão estar acompanhados de esforço intenso de adaptação e
empenho, combinados com a intenção de promover benefícios amplos e legítimos para
todos os envolvidos.

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