Aula 05 – 05.01.

2011
Exercícios:

1) Prove por indução que :

 

a) 1 + 2 + 3 + ⋯ +  =
b) 1+3+5+…+(2n-1) = n²

2) Seja f: X→ Y. Prove
a) X é infinito e f é injetora ⇒ Y é infinito
b) Y infinito e f sobrejetora ⇒ X infinito

3) Defina f:N x N → N por f(1,n)= 2n-1 e f(m+1,n) = 2m(2n-1)

Mostre que f é bijetora

4) Sejam (xn) e (yn) sequência de números reais tais que lim xn=a e lim yn= b.
Mostre que lim (xn+yn) = a+b
Mostre que lim (xn.yn)= a.b

Resolução:

 

1a) Temos que se n= 1 , então : 1 =
, a propriedade vale para n= 1

Suponha agora a propriedade válida para n qualquer.

  + 1
1 + 2 + 3 + ⋯+  =
2

Queremos provar que vale para n+1.

 
  

Se 1 + 2 + 3 + ⋯ +  =
⇒ 1 + 2 + 3 + ⋯ +  +  + 1 =
+  + 1 ⇒

 



 


1 + 2 + 3 + ⋯ +  +  + 1 = ⇒1 + 2 + 3 + ⋯ +  +  + 1 = . Logo a propriedade

vale para n+1.

Assim, ∀ n≥1 ,
  + 1
1 + 2 + 3 + ⋯+  =
2

1b) Se n=1 , de fato 1 = 1².

Suponha válida a propriedade para n qualquer.

1+3+5+…+(2n-1) = n² ⇒ 1+3+5+…+(2n-1) + (2(n+1)-1)= n² + (2(n+1)-1) ⇒

⇒ 1+3+5+…+(2n-1) + (2(n+1)-1)= n² +2n + 1 ⇒ 1+3+5+ …+ (2(n+1) -1) = (n+1)²

Ex2.

Corolário1 da aula 2:

f:X→Y é injetora e Y é finito ⇒ X é finito.

f:X→Y é sobrejetora e X é finito ⇒ Y é finito

Demo (corolário 1 )

f : X→Y injetora;

f2:X→f(X) ⊂Y é bijetora

f(X) é finito pois Y é finito

∃ g: In → f(X) bijetora

f2: X → f(X) é bijeção ; f-1 o g : In→ X bijeção█

Demo: Se X é infinito ∃ g: N→ X´ injetora X´⊂ X

X´= {x1, x2,…,xn,…} onde xi =g(i)

Componha f e g:

fog: N→ Y injetora, fog (N)= { f(x1) , f(x2),…,f(xn),…} ⊂ Y

Vamos supor por absurdo Y é finito então fog (N) é finito. Absurdo pois f é injetora, contrariando o corolário 1. Logo,
Y é infinito

Também é possível enunciar a negação do corolário1:

X é infinito ⇒ Y é infinito ou f não é injetora.

Demo(pela negação do cor1): Se X é infinito então f é não injetora ou Y é infinito, mas f é injetora por hipótese logo
Y é infinito.

Ex3. Vamos provar que f é injetora

Considere f|{1}xN : (1,n) → 2n-1

f|{1}xN (1,n) = f|{1}xN (1,m) ⇒ 2n-1 = 2m-1 ⇒ m=n

Considere agora f|{m+1}xN

f(m+1,n) = f(m+1,q) ⇒ 2m(2n-1) = 2m(2n-1) = 2m(2q-1)⇒ n = q

f(1,n) ≠ f(m+1,n), ∀ m ∈ N ( pois f(1,n) é impar e f(m+1, n) é par )

f( m+1,n) = f( p+1,q) ⇒2m(2n-1) = 2p(2q-1). Pelo teorema fundamental da aritmética (decomposição única em
fatores primos) ⇒p=m e n=q

f|{1}xN: N → { ímpares } é sobrejetora pois g:n→2n-1 cobre todos os ímpares

Seja c um número par. Sua fatoração é da forma c= 2m (q) onde q =2k-1 para algum k∈N

⦁ f(m+1,n) = 2m(2n-1) , Variando n cobre-se todos os números ímpares.

⦁ f(m+1,n) cobre também todos os números como c, ou seja, os pares.

Ex4. Lim xn = a, ∀ ԑ > 0 ∃ n0 ∈ N tal que n> n0 ⇒ | xn-a| < ԑ/2

Lim yn=b, ∀ ԑ >0 , ∃ n1 ∈ N tal que n> n1 ⇒ | yn-b| < ԑ/2

|(xn+yn)-(a+b)| = | (xn-a) +( yn-b)| ≤ | xn-a|+|yn-b|

Tomando ñ = Max { n0,n1}

Temos que ∀n≥ ñ vale que | xn-a| < ԑ/2 e | yn-b| < ԑ/2. Daí temos que |(xn+yn)-(a+b)< ԑ/2 +ԑ/2 = ԑ, ∀ n > ñ

⦁ x0y0 –ab = xnyn-xnb+xnb -ab

Teorema: lim xn=0 e yn é sequência limitada, então lim xnyn=0

Demo: (yn) limitada: ∃c∈ R tal que |yn| ≤ c, ∀ n ∈ N

Além disso Lim xn=0 ⇒ ∀ ԑ >0 ∃n0 ∈ N tal que n> n0 ⇒ |xn| < ԑ/c
ԑ
Daí temos | xnyn-0| = |xn||yn|<  . =ԑ, ∀n > n0

Note que |xnyn-ab| =|xnyn-xnb+xnb-ab| =|xn(yn-b)+(xn-a)b|≤ |xn(yn-b)|+|(xn-a)b|

Agora, observe que lim xn(yn-b)=0 pois xn é limitada (∃ lim xn) e lim (yn-b) = 0

Analogamente temos lim(xn-a)b =0

ԑ
Daí segue que ∀ ԑ >0, ∃ n1∈ N tal que n > n1⇒ | xn(yn-b)| < e ∃ n2 ∈ N tal que n> n2 ⇒

ԑ ԑ
⇒|(xn-a)b|< . Tomando n0=Max{n1,n2} temos que | xnyn-ab|< . Tomando n0=Max{n1,n2} temos que |xnyn-ab|
ԑ ԑ
=|xnyn-xnb+xnb-ab| =|xn(yn-b)+(xn-a)b|≤ |xn(yn-b)|+|(xn-a)b|< + =ԑ, ∀n> n0. Portanto lim xnyn-ab=0 ⇔ lim xnyn = ab

( lim xnyn –ab = lim xn(yn-b) + lim (xn-a)b = 0 )