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Em suma o capítulo buscou compreender e explicitar a noção de prática social adotada

por autores basilares em ADC. Autores como Norman Fairclough e Teun van Dijk
buscaram desenvolver teorias e abordagens que relacionassem a produção discursiva
dos indivíduos às suas demais ações em situações concretas de interação social. Em
decorrência dessa relação entre ações discursivas e não discursivas, o discurso é
concebido por esses autores como influenciador e influenciado de/por determinações de
ordem social, política, econômica e cultural.

Para compreendermos o papel do discurso nas práticas sociais dos indivíduos, parece
razoável compreendermos a concepção de prática social adotada por alguns dos
principais teóricos em ADC. Em outras palavras, entender como e por que a concepção
de linguagem enquanto prática social (ou uma de suas dimensões) passou a constituir
uma das bases fundamentais das pesquisas em ADC, nos impõe a tarefa de revisitarmos
o que teóricos como Norman Fairclough e Teun van Dijk, por exemplo, compreenderam
sobre o conceito de prática social. Para isso, é preciso revisitarmos também algumas de
suas principais referências teóricas.
Assim percorremos uma breve trilha histórica apontando para contribuições que
lastreiam a relação entre o pensar e o agir em sociedade. Transitamos desde o
materialismo histórico marxiano que fundou um deslocamento no eixo das análises
sociais do pensar metafísico para o agir histórico até o seu desdobramento com a
filosofia da Práxis gramsciana, enquanto atividade teórico-política e histórico-social que
ressignifica a dominação hengemônica . até a noção de prática social tal como entendida
por Fairclough e van Dijk. Nesse ínterim, caminhamos pela noção de hegemonia
cultural gramsciana – alicerçada nas ideias de consentimento, por meio da direção
intelectual moral da sociedade, e de coerção operada por grupos dominantes sobre
diversos estratos sociais; recordamos colaborações teóricas seminais à ADC tais como a
orientação sociocognitivista, com foco nas representações mentais dos indivíduos,
passando pela natureza ideológica do discurso, producente de significações
fomentadoras de produções, reproduções e transformações das relações de dominação
entre grupos sociais.

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