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PONTIFÍCIA UNIVERSID ADE C ATÓLIC A DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENH ARIA CIVIL

ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS


METÁLICAS

JULIANO SARTORI CENTENARO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Porto Alegre, julho de 2008.


DEDICATÓRIA

ILMO.SR.
Prof. Eng. Civil Felipe Brasil Viegas

Deixo a cargo de seu conhecimento o relatório final do meu


trabalho de conclusão do curso com o trabalho “Estudo e Dimensionamento
de Ligações de Estruturas Metálicas”, desenvolvido sob a sua orientação.

Aproveito para agradecer a consideração, apoio, paciência e


incentivo que ele sempre me dispensou.

Atenciosamente,

Juliano Sartori Centenaro


AGRADECIMENTOS

Aos que me apoiaram na elaboração deste trabalho, em


especial aos meus pais LUIZ e SIMONE, que sempre me deram forças,
mesmo de longe e meu irmão LUIZ FERNANDO que acompanhou no dia-a-
dia o meu esforço, meus amigos LUCAS e VITOR, que foram meus colegas
de trabalho da JPPA e sempre tiveram dispostos a ajudar. A meu amigo
THIAGO por ter incentivado e muito colaborado com esta extensão de seu
trabalho. Ao meu orientador FELIPE pela colaboração e sugestões que
foram essenciais para o desenvolvimento deste trabalho e para o
engrandecimento de meus conhecimentos na área da engenharia civil.

Por tudo o que fizeram, deixo aqui registrados meus sinceros


agradecimentos.

A eles dedico, por jamais terem duvidado do meu potencial.


ESTUDO E DIMENSIONAMENTO DE LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS
METÁLICAS

CENTENARO, J. S. – Aluno da PUCRS, Dept° Eng. Civil , Porto Alegre/RS


VIEGAS, F. B. – Prof. da PUCRS, Dept° Eng. Civil, P orto Alegre/RS

RESUMO

Este relatório apresenta o trabalho de conclusão de curso,


desenvolvido sob a orientação acadêmica, pelo aluno, durante o 1° semestre
de 2008, no curso de engenharia civil da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, PUCRS. Apresenta estudo, dimensionamento e
detalhamento de ligações em estruturas metálicas. Para estudo de caso foi
utilizado o trabalho do eng. THIAGO ZOZULA. Dimensionamento de um
edifício industrial em estruturas metálicas.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...........................................................................................................8
1 ETAPAS E PROCESSO PARA DIMENSIONAMENTO E
DETALHAMENTO DE LIGAÇÕES METÁLICAS PARAFUSADAS................9
2 LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS ...........................................11
2.1 Meios de ligação .......................................................................................11
2.1.1 Ligações parafusadas.......................................................................11
2.1.2 Ligações Soldadas ............................................................................12
2.2 Tipologia das ligações..............................................................................13
2.2.1 Ligações flexíveis ..............................................................................13
2.2.2 Ligações rígidas.................................................................................14
2.3 Critérios para dimensionamento das ligações parafusadas..............15
2.3.1 Ligações tracionadas ........................................................................16
2.3.2 Ligações cisalhadas..........................................................................16
2.3.3 Pressão de contato em furos...........................................................17
2.3.4 Ligações tracionadas e cisalhadas.................................................18
2.4 Critérios para dimensionamento entre barras metálicas e base de
concreto.................................................................................................................19
2.4.1 Verificação dos chumbadores .........................................................19
2.4.2 Verificação das chapas de base .....................................................24
3 ESTUDO DE CASO – DIMENSIONAMENTO DE LIGAÇÕES
METÁLICAS.............................................................................................................31
3.1 Apresentação do projeto..........................................................................31
3.2 Dimensionamento das ligações selecionadas para cálculo...............33
3.2.1 Ligação rígida pórtico........................................................................33
3.2.2 Ligação de base do pilar..................................................................37
3.2.1 Ligação rígida emenda de pilares...................................................42
4 ANEXO A: PROPRIEDADES DOS MATERIAIS ......................................49
4.1 Propriedades dos materiais.....................................................................49
5 ANEXO B: DETALHAMENTO......................................................................51
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................53
INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta o dimensionamento e o detalhamento


de ligações para perfis metálicos. Tendo um maior enfoque na parte de
ligações parafusadas. A estrutura em questão é um edifício industrial em
estruturas metálicas constituído por perfis de aço soldados e laminados.
As ligações têm por finalidade unir perfis metálicos,
proporcionando a estabilidade da estrutura para que ela desenvolva sua
função.
É apresentado neste trabalho um resumo teórico que poderá
facilmente servir de roteiro para dimensionamento das ligações em estudo e
de outras semelhantes.
O detalhamento tem a finalidade em mostrar como será
executada em campo ou em fabrica a ligação, utilizando recursos que
facilitam o entendimento da estrutura.
Todo estudo de caso foi desenvolvido através do trabalho
DIMENSION AMENTO DE UM EDIFÍCIO INDUSTRIAL EM ESTRUTURAS
METÁLIC AS, considerando este uma etapa de projeto anterior ao de
detalhamento.
O cálculo estrutural foi executado seguindo a norma brasileira
NBR 8800 e bibliografia especificada.
1 ETAPAS E PROCESSO PARA DIMENSIONAMENTO E
DETALHAMENTO DE LIGAÇÕES METÁLICAS
PARAFUSADAS

As ligações metálicas partem do conceito de juntar perfis e


chapas, para assim montar a estrutura. A etapa do dimensionamento de
ligações está na parte de detalhamento de fabricação, após já ter sido feito e
consolidado o projeto unifilar ou também chamado básico. Ela tenta juntar a
economia com funcionalidade da estrutura, seguindo o modelo estrutural
adotado pelo projetista.
A parte do lay out e cargas na estrutura partem do projeto
básico, que depois de estudo sobre a estrutura, lança as cargas e cria os
modelos estruturais que serão adotados em cada caso. Tendo feito isto
passamos para a etapa seguinte que é o dimensionamento da estrutura e
execução do projeto unifilar. O projeto unifilar traça os eixos das peças e os
perfis que deverão ser utilizados, bem como define os níveis da estrutura.
Esta etapa não apresenta maiores detalhes de projeto.
Os detalhes de projeto virão na etapa seguinte, a de
detalhamento de fabricação, onde serão estudadas todas as peças,
ligações, emendas, pisos, enfim todo o projeto será criteriosamente
detalhado para a fabricação das peças.
É na etapa de detalhamento de fabricação que dimensionamos
as ligações. A funcionalidade da ligação não esta apenas em garantir que a
estrutura funcione, mas também em facilitar o processo de montagem da
estrutura garantindo que ela possa ser executada de acordo com a
necessidade da obra.
Para projetar uma ligação iniciamos com um anteprojeto,
estudando o edifício e levando em considerações definições já adotadas no
projeto básico, tais como carregamento e rigidez. Na etapa de anteprojeto
fazemos um cálculo que não segue exigências de normas, apenas para pré
dimensionar a ligação e ter uma noção de sua geometria, também definimos
os materiais que serão usados (aço, parafusos e solda).
Tendo já definido os materiais e a geometria das ligações
partimos para o cálculo rigoroso levando em consideração os critérios
definidos em norma. Dificilmente a ligação pré projetada não será ajustada
para se adequar as necessidades de segurança da estrutura, algumas
ve zes, quando não temos possibilidades de ajustar o projeto ao cálculo,
voltamos a etapa de ante projeto e reiniciamos nosso estudo.
Depois de verificado a segurança e ajustado o projeto podemos
dar seqüência a fabricação e posterior montagem da estrutura.
Na etapa de montagem desenvolvemos mais um projeto. Este
projeto é executado considerando a necessidade e logística da obra, deve
ser elaborado com a participação de todos os envolvidos na execução da
edificação, iniciando pelos projetistas passando pelos engenheiros de obra e
utilizando a experiência dos encarregados de montar a estrutura.
É importante sempre levar em conta, ao se projetar as ligações
de uma estrutura, a logística de montagem da estrutura. Não apenas o
encaixar uma peça na outra, mas também a seqüência de montagem, pois
muitas vezes as melhores soluções de projeto não são as melhores
soluções para a obra.
2 LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS

2.1 Meios de ligação

Para realizar a união dos perfis de aço são utilizados dois tipos
de ligação: ligações soldadas e ligações parafusadas.

2.1.1 Ligações parafusadas

As ligações parafusadas serão o foco deste trabalho. Elas são


usadas em larga escala e transmitem os esforços de uma peça a outra
através de parafusos e chapas, estruturalmente respondem melhor as
tensões de fadiga. Podem ser empregadas junto com a solda, dependendo
da necessidade.
As principais vantagens desta ligação estão vinculadas a
agilidade no campo. Possui a rapidez de montagem, rapidez nas fabricações
das peças, não utilizam grande quantidade de energia elétrica, a mão de
obra não precisa ser tão especializada quanto a dos soldadores, pois não
lida com equipamento complexo e de risco.
Apresenta grande desvantagem quando as peças necessitam
correções no campo, pois os perfis já vêm furados, o que impossibilita a
relocação.
É muito importante um projeto bem detalhado e calculado, pois
os furos comprometem a área líquida dos perfis. Quando se trata de
posicionamento de pilares é necessário fazer uma locação no campo, pois a
execução do concreto não possui a mesma precisão da estrutura metálica.
Os parafusos são classificados quanto a resistência em duas
categorias, parafusos comuns e parafusos de alta resistência. Os parafusos
comuns são chamados de ASTM A307, feito de aço carbono são os de mais
baixo custo no mercado, empregados principalmente em estruturas mais
leves (plataformas, passadiços etc), cuja as cargas são mais leves e de
natureza estática,ou em estruturas temporárias.
Mais utilizados em estruturas de grande porte são os parafusos
de alta resistência. Os dois parafusos desta classe são os ASTM A-325 e
ASTM A-490.
A utilização de ligação parafusada também se aplica a fixação
de barras metálicas em bases de concreto. Esta ligação é feita através de
uma barra rosqueada chamada de chumbador.
O chumbador geralmente é de aço ASTM A-36 ou aço SAE
1020, ele é fixado no concreto por aderência e a chapa de aço por porcas. A
situação mais critica desta ligação é quando ela esta submetida a tração,
pois neste caso devemos verificar o escoamento do chumbador e a
aderência no concreto.

2.1.2 Ligações Soldadas


A ligação soldada consiste em unir duas peças mantendo sua
continuidade e propriedades mecânicas e químicas.
Este meio de ligação apresenta grande desvantagem quando
nos referimos a montagem da estrutura. A solda exige mão de obra
qualificada para ser executada, o equipamento utilizado na obra necessita
de grande quantidade de energia elétrica, o que dependendo da localização
da obra nem sempre esta disponível. Por envolver equipamentos que podem
gerar incêndios a execução de solda tem um risco maior de acidentes além
de ser um processo mais demorado.
A vantagem da solda está na rigidez da estrutura e economia
do material que pode ser integralmente, dispensando furos a utilização de
chapas. Outra grande vantagem da solta é a adequação do projeto no
campo, o que a ligação parafusada não permite.

2.2 Tipologia das ligações

Quando um elemento estrutural esta submetido a um


carregamento externo desenvolve tensões internas para manter o equilíbrio
da estrutura, estas tensões são momento fletor, cortante e normal. Os perfis
de aço de uma estrutura metálica também possuem as mesmas solicitações.
Estas solicitações devem ser passadas de um perfil ao outro através das
ligações.
É opção do projetista seguir um modelo estrutural onde permite
ou restringe deslocamentos nos nós, e cabe a ligação na edificação passar
estas tensões para o restante da estrutura.

2.2.1 Ligações flexíveis

São ligações que permitem o deslocamento da peça, ou seja,


permitem que a peça gire.
Em perfis I e H estas ligações geralmente fixam à alma do perfil
a estrutura e liberam a mesa para que se desloque. Nas figuras 1 e 2, os
parafusos estão submetidos a solicitação de corte pela carga vertical e as
vigas seguem o modelo simplesmente apoiado.

Figura 1 – Ligação flexível Figura 2 – Ligação flexível


Em pilares metálicos apoiados em base de concreto podemos
também seguir o conceito de ligação flexível. Chamamos esta ligação de
base rotulada. Ela pode ser com dispositivos de transição que articula com a
base ou com a disposição de parafusos nos eixos do perfil, permitindo assim
que ele gire.

Figura 3 – Ligação flexív el Figura 4 – Ligação flexível

2.2.2 Ligações rígidas

As ligações rígidas não permitem que o perfil gire, criando


assim solicitações de momento no nó. Estas ligações são bem mais
complicadas, pois além de termos que restringir o deslocamento da peça
temos também que dimensionar os parafusos ao cortante devido a carga
vertical.
Para impedir o giro da peça temos que garantir a rigidez da
estrutura, para isto fixamos as mesas do perfil com chapas. É recomendado
que a espessura destas chapas sejam no mínimo da mesma espessura da
mesa do perfil, mas independente desta recomendação ela deve ser
dimensionada a tração devido aos furos e conseqüente diminuição da área
liquida.
Figura 5 – Ligação rígida Figura 6 – Ligação rígida

Para enrijecer ligações de pilares em base de concretos


utilizamos linhas de parafusos paralelos aos eixos das solicitações e chapas
de apoio. Estas chapas devem também ser calculadas tanto a tração quanto
a flexão e se for necessário devem ser enrijecidas com outras chapas.

Figura 7 – Ligação rígida

2.3 Critérios para dimensionamento das ligações


parafusadas

Para verificar a segurança e dimensionar o diâmetro e


quantidade de parafusos seguiremos principalmente os critérios adotados na
norma NBR 8800 de 1986, auxiliado por bibliografias complementares.
Nosso estudo levará sempre a comparar valores: a resistência nominal do
parafuso Rn, que para cada solicitação será calculada de uma maneira, e o
valor das solicitações sobre a peça. A resistência nominal do parafuso será
minorada pelo coeficiente Φ, que dependendo da situação terá valores
diferentes, enquanto os esforços serão majorados pelo coeficiente γ.
Nas fórmulas serão usadas as seguintes notações:
f u = Resistência nominal do parafuso, especificado no anexo A da norma
NBR 8800, pagina 74, tabela 23
Ap = Área bruta baseada no diâmetro nominal do parafuso
Ar = Área efeti va na seção rosqueada

2.3.1 Ligações tracionadas

A resistência nominal a tração Rnt vai depender do diâmetro do


parafuso.
Para diâmetro nominal de 12mm a 25mm calcula-se pela
fórmula

R nt = 0,75 Ap f u

Para diâmetro nominal de 25mm ou superior

R nt = 0,95Ar f u

Para parafusos ASTM A-325 ou ASTM A-490 o coeficiente de


minoração da resistência nominal Φt será 0,75. Para todos os demais
parafusos será 0,65.

2.3.2 Ligações cisalhadas

Para dimensionamento de parafusos submetido ao corte


termos que estudar dois fatores: resistência nominal de corte do parafuso e
a resistência da pressão de contato em furos.
A pressão de contatos em furos será estuda mais adiante e
deverá sempre ser verificada quando calcularmos uma estrutura ao corte.
A resistência nominal de corte Rnv será definida por duas
fórmulas, dependendo do material e do plano de corte.
Para parafusos ASTM A-325 ou ASTM A-490 quando o plano
de corte não passa pela rosca:
R nv = 0,60 Ap f u

Para todos os demais parafusos em qualquer posição do plano


de corte será:

R nv = 0,42 A p f u

2.3.3 Pressão de contato em furos

Verificar a pressão de contatos em furos é verificar a


resistência da chapa ao rasgamento, ou seja, se a chapa possui área
suficiente no furo para suportar a solicitação atuante sem comprometer a
ligação.
Esta verificação esta diretamente ligada ao diâmetro do
parafuso e as dimensões do furo. É importante verificar tanto o rasgamento
da chapa entre furos quanto o rasgamento do furo a borda da chapa.
Na norma a resistência da chapa é dada por:
Onde:

Rnv = α × Ab × f u Ab=Área efeti va para pressão de contato


fu=Resistência a tração do material da chapa

A resistência da chapa Rnv é minorada por um coeficiente de


segurança Φ = 0,75. A variável α depende da direção da força e do caso que
esta sendo estudado. A norma define α como:
• α = 3,0. Quando temos esmagamento sem rasgamento
• α = (s/d)-η1 ≤ 3,0. Quando o rasgamento for entre dois
furos consecutivos, cujo os centros sejam separados de
s, quando não houver ortogonalidade entre a força no
parafuso analisado e a reta que liga estes centros.
Quando houver tal ortogonalidade considerar α = 3,0.
• α = (e/d)-η2 ≤ 3,0. Para rasgamento entre um furo e uma
borda situada a distância e do centro do furo, quando
não houver paralelismo entre esta borda e a força do
furo. Quando a borda e a força forem paralelas
utilizamos α = 3,0.
Para escolher os valores de η1 e η2 utilizamos a tabela da
figura 8 extraída da NBR 8800.

Figura 8 – Tabela para o calculo da tensão de contato nos furos

2.3.4 Ligações tracionadas e cisalhadas


Para dimensionar as ligações sujeitas as duas solicitações
combinadas, devemos primeiro calcular cada uma delas separadamente
depois verificar os critérios descritos na tabela da figura 9, retirada da NBR
8800.

Figura 9 - Tabela utilizada para v erificar tração e corte simultâneos


2.4 Critérios para dimensionamento entre barras
metálicas e base de concreto

Como dito anteriormente o responsável por fixar a chapa da


base do pilar a fundação é o chumbador. Eles são dimensionados a tração,
cisalhamento e as duas solicitações juntas. Não há necessidades de verificar
a resistência a compressão, uma vez que esta solicitação passa do pilar
para a base pela chapa metálica.
Quando verificamos a segurança de ligação em bases de
concretos devemos verificar também as tensões no próprio concreto. A
tração e a compressão devem ser conferidas bem como a aderência do
chumbador na base.
A chapa metálica tem a função de servir de base para o perfil,
para que assim ele possa ser fixado no concreto. Ela é uma peça muito
importante da ligação e será dimensionada dependendo do tipo de perfil que
esta fixada e também das solicitações que esta submetida. Se uma ligação é
rígida ou flexível também interfere com o dimensionamento da chapa.

2.4.1 Verificação dos chumbadores

A verificação dos chumbadores leva em conta a tensão última


do aço e sua área efetiva. Utilizamos coeficiente de minoração para diminuir
a resistência nominal da estrutura.

2.4.1.1 Verificação ao cisalhamento

Para dimensionar o chumbador ao cisalhamento utilizamos


dois métodos: O primeiro citado por Ildony Hélio Bellei.
Onde:
Anec=Área efetiva necessária dos chumbadores
H
Anec =
0, 2 × f u H=Carga horizontal normal ao chumbador
fu=tensão última do aço.
O segundo método é o da norma brasileira, que verifica o
cisalhamento para parafusos e barras rosqueadas já explicado no item 2.3.2.
Caso a solicitação de corte esteja nas duas direções
calculamos a resultante para o dimensionamento.
2.4.1.2 Verificação à tração

Para verificarmos à tração utilizamos a mesma seqüência


citada por Ildony Hélio Bellei.

Onde:
Anec=Área efetiva necessária dos chumbadores
T
Anec =
0,38 × f u T=Carga axial normal de tração
fu=tensão última do aço.
Com a área necessária de parafusos projetamos a ligação.
Também levamos como alternativa o método da norma
brasileira descritas no item 2.3.1.

2.4.1.3 Verificação a duas solicitações simultâneas


Para as duas solicitações combinadas seguimos exemplos dos
parafusos onde calculamos primeiro a resistência as duas solicitações
separadamente e depois as duas combinadas.
Segundo Ildony Hélio Bellei a solicitação combinada é
verificada através do conjunto de fórmulas:

Onde:
T
f t 2 + 3 f v 2 ≤ f u × 0,38 ft =
Ach

H
fv =
Ach
Ach= Área total dos chumbadores

2.4.1.1 Verificação da ancoragem


Para verificação da ancoragem vamos utilizar dois métodos, o
primeiro é o da norma brasileira NBR 6118 – 2003 e o segundo é da
bibliografia complementar.
Segundo a norma brasileira, o comprimento necessário para
ancorar uma barra é chamado de lb,nes. Para chegarmos a este valor temos
que seguir um roteiro de cálculo:
• Cálculo da resistência do concreto à tração
Para dimensionamento utilizaremos a resistência à
tração média do concreto.
Onde:

2 fck= Resistência característica do concreto


f ctd = 0,3 f ck 3

• Cálculo da resistência de aderência


Vamos considerar a barra lisa, e a condição de
aderência boa.
Onde:
η1 = Depende do tipo de superfície da
f bd = η1 ×η 2 × η 3 × f ctd
barra
η2 = Depende da situação de aderência da
barra
η3 = Depende do diâmetro da barra
fctd = Resistência à tração do concreto

• Comprimento de ancoragem básico


Vamos considerar a barra lisa, e a condição de
aderência boa.
Onde:
Φ = Diâmetro da barra
φ f
l b = × yd fyd = Tenção de escoamento do aço
4 f bd
fbd = Resistência da aderência

• Comprimento de ancoragem necessário


Chamamos de Achu a área da barra do chumbador
Onde:

Fd F yd = Achu × f yd
l b ,nec = l b ×
Fyd Fd = Força de tração no chumbador

Calculado o comprimento de ancoragem devemos verificar se


ele é maior que o comprimento de ancoragem mínimo. Quando o chumbador
possui gancho diminuímos o comprimento da ancoragem em 0,7 de lb.

l b ,min = Maior(0,3lb ;10φ ;10cm )

Segundo Ildony Hélio Bellei comprimento de ancoragem é


definido através do diâmetro do chumbador e do cone de ancoragem do
concreto. Para fins de cálculo dividiremos os chumbadores em duas
categorias: formados por barras com dobras inferiores a 90° e chumbadores
formados por barras tendo na suas bases porcas ou chapas, como mostra a
figura 10, extraída do livro Interface Aço Concreto.

Figura 10 - Tipos de chumbadores


Para o primeiro caso utilizaremos o método de AISC-ASD que
calcula o comprimento da dobra, e depois o comprimento de ancoragem
pela tabela na figura 12 de comprimentos mínimos, como orientação
utilizamos a figura 11. Ambas as figuras extraídas do livro Interface Aço
Concreto.
Figura 11 – Comprimentos mínimos de ancoragem

Onde:

1, 21× Ta Ta = Achu × Ft
Lh =
f ck × d c Ft = 0,38 × Fu

fck=Resistência característica do concreto


dc=Diâmetro do chumbador
Lh=Comprimento da dobra
Fu=Tensão última do concreto

Figura 12 – Tabelas para valores mínimos de ancoragem

Para o segundo caso, o chumbador tendo chapa ou porca


teremos que estudar o rompimento do aço à tração e o rompimento do cone
de concreto. A figura 13 mostra que o cone é radial e assume um ângulo de
45°, e a tensão de tração é normal á superfície do cone
Figura 13 – Ruptura do cone de concreto a tração

Resumidamente usamos para calcular o comprimento de


ancoragem a fórmula:
Onde:
T
Acone Acone =
Lc = 0,36 × f ck
3,14
fck=Resistência característica do concreto
T=Força de tração no chumbador

2.4.2 Verificação das chapas de base

Como havíamos dito anteriormente o direcionamento da chapa


depende do tipo de perfil, das solicitações e da rigidez dos nós. Para nosso
caso estudaremos 3 situações de carregamento de maior importância e
como reforçar as chapas de base.

2.4.2.1 Placas de base a compressão axial


Desenvolvemos este estudo segundo Ildony Hélio Bellei
Nesta situação a placa de base é dimensionada em função de
um percentual do fck do concreto da base.
Figura 14 – Planta da chapa Figura 15 – Corte da chapa

As dimensões C e B são calculadas levando em consideração


a carga normal na base do pilar e resistência de projeto do concreto, as
figuras 14 e 15 ajudam a compreender a geometria da ligação.
Onde:
fcd=Resistência de projeto do concreto
N=Carga normal na base do pilar
N
f cd =
B×C B=Dimensão do pilar, indicada na figura 14
C=Dimensão do pilar, indicada na figura 14

As dimensões de m e n são determinadas pela extremidade da


chapa que trabalham como console e devem ser dimensionadas como tal.
Onde:
bf=Largura da alma do pilar, indicado na figura 14
B − 0 ,8 × b f
n=
2 d=largura total do pilar, indicado na figura 14
B=Dimensão do pilar, indicada na figura 14
C − 0,95 × d
m= C=Dimensão do pilar, indicada na figura 14
2

A espessura da chapa é calculada da seguinte maneira:


Onde:
l=maior valor em m e n
f cd
t = 2,13 × l × fcd=Resistência de projeto do concreto
fy
fy=tensão limite de escoamento do aço
t=espessura da chapa em cm
2.4.2.2 Placas de base a tração

Quando a chapa de base fixada a um pilar que é tracionada ela


tende a estar submetida a flexão.
Um estudo do dimensionamento nos leva a definir 2 casos
• Se 1, 42 × b f ≤ D

Onde:
fy=Limite de escoamento do aço
Nt=Carga normal de tração
Nt × g
t = 0,84 g=Distancia entre parafusos
bf × f y
bf=Largura da alma do pilar

• Se 1, 42 × b f > D

Onde:
fy=Limite de escoamento do aço
Nt=Carga normal de tração
Nt × g × d
t = 1,42 g=Distancia entre parafusos
fy ( d 2 + 2 × b f )
2

bf=Largura da alma do pilar


d=Comprimento do perfil

2.4.2.3 Placas de base com compressão e momento

Este é o caso típico de bases engastadas. Enquanto um lado


da chapa comprime o concreto o outro tende a tracionar a superfície da
mesma.
O comprimento L da placa é determinado de forma que a
tensão máxima no concreto junto a extremidade (fc) seja menor que a tensão
de projeto a compressão (fcd). Para isso inicialmente determina-se as
tensões máximas e mínimas, conforme mostra a figura extraída do livro
Interface Aço Concreto.
Figura 16 – Estudo de esforços na chapa sujeitas a compressão e momento
Onde:
M=Momento na base do pilar
N 6M
f c max ima = +
B × L B × L2 N=Carga normal na base do pilar
B=Dimensão da chapa, indicada na figura 16
N 6M
f c min ima = −
B × L B × L2 L=Dimensão da chapa, indicada na figura 16

Caso a peça já esteja dimensionada por questões construtivas,


basta fazer a verificação.

2
N  N  6× M
L= +   +
2 × B × fc  2 × B × fc  B × fc

Onde:
M=Momento na base do pilar
N=Carga normal na base do pilar
B=Dimensão da chapa, indicada na figura 16
L=Dimensão da chapa, indicada na figura 16
fc=Tensão máxima de compressão no bordo da chapa
Depois de verificada as dimensões na peça, o próximo passo é
calcular a espessura da chapa. É importante para este cálculo lembrar que o
bordo da chapa sofre flexão, e que necessitamos de um espessura que
suporte esta solicitação. Para calcular o momento do bordo da chapa, vamos
fazer um estudo das tensões utilizando as especificações da figura acima.
Partindo da relação geométrica temos que:

M −N×a
T=
y

L C f c max imo × L
a= − C=
2 3 , sendo f c max imo + f c min imo

C
y= L− −e
3

Com estas relações podemos calcular através das equações


de equilíbrio o momento no bordo da chapa que chamaremos de Mp. Tendo
este valor calculamos a espessura da chapa.
Onde:
t=Espessura da chapa
Mp
t = 0 ,3 Mp=Momento no bordo da chapa
fy
fy=Tenção limite de escoamento do aço

2.4.2.4 Placas de base com reforço

Reforçar as placas com outras chapas é uma maneira de


reduzir a espessura da placas de base, quando estas forem excessivas.
Estes reforços atuam juntamente com a chapa resistindo aos esforços de
flexão.
Com colocação da chapa de reforço ocorre um enrijecimento
na chapa, e nós passamos a dimensionar como se fosse uma placa apoiada,
engastada ou com bordo livre. Cada uma destas situações refletirá na
espessura da chapa. As figuras 17 a 22 mostram o valor do coeficiente β em
função das vinculações. Estas figuras foram extraídas do livro Interface Aço
Concreto
Onde:
t=Espessura da chapa
f ×β
t =b c fc=Maior tenção de compressão no bordo da chapa
0,66 f y
fy=Tensão de escoamento do aço
β=Coeficiente de depende da vinculação e dimensões das
chapas

Figura 17 Figura 18

Figura 19 Figura 20

Figura 21 Figura 22
As chapas de reforços devem ser dimensionadas de maneira a
possuir um Wx que resista a parcela de momento que são submetidas,
mesmo assim alguns autores sugerem que a altura da chapa seja
aproximadamente duas vezes a sua largura, e ter uma relação largura
espessura de acordo com a norma.
3 ESTUDO DE CASO – DIMENSIONAMENTO DE
LIGAÇÕES METÁLICAS

3.1 Apresentação do projeto

Para estudo de caso utilizamos o projeto DIMENSION AMENTO


DE UM EDIFICIO INDUSTRIAL EM ESTRUTURAS METÀLIC AS, já
dimensionado e em etapa de detalhamento básico. Este projeto foi
executado em trabalho de conclusão de graduação anterior pelo então aluno
Thiago Zozula.
A estrutura é um edifico industrial. Para iniciar seu projeto o
aluno partiu de um layout básico, e para manter o estudo fiel as estruturas
da industria petroquímica foram pesquisados diversos fatores, como cargas
permanentes de equipamentos, suportes, tubulações, considerações sobre
cargas acidentais, enfim um estudo integrando dados das engenharias
elétricas, básicas, mecânica e de automação.
Para que este estudo sobre ligações fosse possível é
importante também observar a qualidade do material no trabalho do Thiago
que alem de planta, apresentava memória de calculo, descrições das cargas
e da alise da estrutura muito bem detalhada.
Como características importantes do edifício tem se cargas
permanentes elevadas, grandes dimensões para um edifício em estrutura
metálica, isso acaba gerando grandes deslocamentos devido as cargas de
vento. As figuras 23 e 24 mostram a estrutura, quando estava sendo
desenvolvida. Estão apenas traçados os eixos dos perfis para
dimensionamento, mas pode-se ter uma noção da geometria e dimensões
do edifício.
Utilizando os dados deste projeto selecionamos para este
estudo ligações que possam exemplificar os dados teóricos descritos nos
capítulos anteriores. Dentre esta ligações selecionadas, optamos sempre
para as que sejam mais críticas, podendo assim padronizar as ligações para
a pior situação.

Figura 23 – Vista indicando eixos do edifício

Figura 24 – Vista indicando os eixos do edifico

Os arquivos eletrônicos cedidos pelo aluno foram de grande


importância para o desenvolvimento deste trabalho, pois possibilitaram uma
verificação apurada e precisa das solicitações nos pontos desejados, bem
como facilitaram o estudo das vinculações.

3.2 Dimensionamento das ligações selecionadas para


cálculo

Neste capítulo apresentaremos as ligações selecionadas para


cálculo e seu dimensionamento.

3.2.1 Ligação rígida pórtico

Dentre todas as ligações deste tipo na estrutura foi selecionada


a mais crítica que por sua vez serve de apoio a equipamento de grande
porte.
Com a estrutura lançada verificamos seu diagrama de esforços
solicitantes e sua reação, levando em consideração os vários tipos de
cargas, permanentes e acidentais. Depois de estudadas as tensões no nó
partimos para o dimensionamento.
Utilizamos como materiais para esta ligação chapas em aço
ASTM A-36 e parafusos em aço ASTM A-325. As propriedades utilizadas
neste dimensionamento podem ser visto no anexo A.

Cortante = 306,00 kN
Momento = 50.383kN x cm

Figura 25 – Diagrama de esforços no portico


Figura 26 – Croqui ligação engastada
a) Solicitações:
Cortante: 306 kN
Momento: 50383 kN x cm
Para calcular o binário que forma o momento adotamos uma distância
entre eixos de parafusos de 75cm, segundo desenho, e chegamos
uma força de tração nos parafusos de: 671,8 kN
b) Dimensionamento dos parafusos a tração da mesa superior:
Utilizando parafusos de 7/8”
Rnt = 0,75 x Ap x F u
Rnt = 0,75 x 3,88 cm 2 x 82,5 kN/cm 2
Rnt = 240,00 kN
γ x T ≤ Φ x Rnt

1,4 x 671,00 kN ≤ 0,75 x 240,00 kN

934,00 kN ≤ 180,00 kN por parafusos


Conclusão: utilizar 6 parafusos de diâmetro 7/8”
c) Dimensionamento dos parafusos ao corte:
Utilizando parafusos de 7/8”
Rnv = 0,65 x Ap x F u
Rnv = 0,65 x 3,88 cm 2 x 82,5 kN/cm 2
Rnv = 208,00 kN
γ x V ≤ Φ x R nv
1,4 x 306,00 kN ≤ 0,60 x 208,00 kN

428,40 kN ≤ 124,80 kN
Conclusão: utilizar 4 parafusos de diâmetro 7/8”
d) Verificação da pressão de contato nos furos :

Figura 27 – Croqui indicando as chapas para apoio


Rn = α x Ab x Fu
α = (s/d) – N1 ≤ 3,0
N1 = 0,50
α = (70/22,22mm) – 0,50 ≤ 3,0
α = 2,65
γ x V ≤ Rn x 0,75

1,4 x 306 kN ≤ (2,65 x Ab x 40 kN/cm 2) x 0,75

428,40 kN ≤ Ab x 79,5 kN/cm 2

5,38 cm 2 ≤ Ab

Figura 28 – Croqui indicando área efetiva de resistência


Cálculo da espessura da chapa t:
Ab = (π x D/2) x t
5,38 cm 2 = (π x 2,22 cm /2) x t
t = 5,38/(π x 1,11cm)
t = 1,54 cm
Conclusão: Adotar chapas de 16 mm
e) Verificação da resistência das chapas a flexão e cálculo de
enrijecedores:
Cálculo do momento:

Figura 29 – Croqui indicando momento resultante da tração nos parafusos


M= T x d
M = 671,80 kN x 14 cm
M = 9.409,60 kN x cm
Cálculo da inércia da chapa de ligação (espessura 10 cm)
Wc = (b x h2)/6
Wc = (35cm x 1cm 2)/6
Wc = 5,83 cm 3
Cálculo da inércia dos enrijecedores (espessura 12,5 cm)

Figura 30 – Croqui para pré-dimensionamento dos enrij ecedores


We = (b x h2)/6
2
We = (1,25cm x 30cm )/6
3
We = 187,5 cm
Verificação da resistência ao momento:
(1,4 x M)/Wtotal ≤ 0,9 X F y
3 3 2
(1,4 x 9.409,6 kN x cm )/(4 x 187,5 cm + 5,83 cm )≤ 0,9 X 25 kN/cm
17,51 kN ≤ 22,22
Conclusão: utilizar 4 enrijecedores de 12,5 cm.

3.2.2 Ligação de base do pilar

Para dimensionar esta ligação levamos em consideração as


cargas que chegam na fundação, sempre usando o modelo escolhido pelo
projetista da estrutura, que neste caso é rotulado, ou seja, permite o giro.
Usaremos no projeto desta rótula o caso dos parafusos
próximos ao eixo do pilar o que permite que sua mesa gire, evitando assim a
reação de momento.
Foram retiradas do trabalho DIMENSION AMENTO DE UM
EDIFÍCIO INDUSTRIAL EM ESTRUTURAS METÁLIC AS tabelas com os
valores das reações nas bases dos pilares para cálculo das fundações.
Para esta situação utilizamos como materiais chapas e
chumbadores em aço ASTM A-36 e o concreto da base como tendo um Fck
de 30 MPa.

COMBINAÇÃO FX FY FZ MX MY MZ

40 SEMVENTO -0,3537 4,2177 172,6122 0,0000 0,0000 0,0000


40 V0DOM -37,3411 14,5571 -103,6691 0,0000 0,0000 0,0000
40 V0SECUND -22,5964 11,1410 27,0586 0,0000 0,0000 0,0000
40 V90DOM 6,3384 26,5078 266,1401 0,0000 0,0000 0,0000
40 V90SECUN 3,6114 18,3115 248,9441 0,0000 0,0000 0,0000

2 SEMVENTO 2,2446 6,4044 724,0079 0,0000 0,0000 0,0000


2 V0DOM - 57,2935 6,2068 277,2509 0,0000 0,0000 0,0000
2 V0SECUND -33,0818 7,3087 557,9024 0,0000 0,0000 0,0000
2 V90DOM 29,8288 208,9494 557,3612 0,0000 0,0000 0,0000
2 V90SECUN 19,1916 128,9543 725,9686 0,0000 0,0000 0,0000
Figura 31 – Croqui mostrando a ligação da chapa de base
a) Reações:
Cortante: Hx = 29,86 kN
Hy = 208, 96 kN
Para dimensionar a ligação utilizamos a resultante das duas
forças que é de: Hr = 211,07 kN
Tração: T = 103,67 kN
Compressão: N = 1283,24 kN
b) Dimensionamento dos chumbadores a tração:
Anec = T/(0,38 x f u)
Anec = 103,67/(0,38 x 40 kN/cm 2)
Anec = 6,62 cm 2
c) Dimensionamento dos chumbadores ao corte:
Anec = Hr/(0,20 x f u)
Anec = 211,07/(0,20 x 40 kN/cm 2)
Anec = 26,38 cm 2
Conclusão: utilizar 6 parafusos de diâmetro 1”
d) Verificação dos chumbadores as duas reações combinadas:
Verificando com 6 chumbadores de 1” temos área total:
Ach = 6 x 5,06 cm 2
Ach = 30,36 cm 2
Verificando da ligação:
ft = T/ Ac h
ft = 103,67/30,36 cm 2
ft = 3,41 kN
fh = Hr/ Ac h
fh = 211,07/30,36 cm 2
fh = 6,95 kN
2 2 1/2
fu x 0,38 ≥ (f t + (3 x f h ))
2 2 2 1/2
40 kN/cm x 0,38 ≥ (3,41 kN + (3 x 6,95 kN))
2 2
15,2 kN/cm ≥ 12,2 kN/cm
Conclusão: Continuar utilizando 6 parafusos de diâmetro 1”
e) Verificação da ancoragem dos chumbadores:
Lc = 12 x diâmetro nominal do parafuso
Lc = 12 x 2,54 cm
Lc = 30,54 cm adotar 30 cm
Ft = 0,38 x Fu
Ft = 0,38 x 40 kN/cm 2
Ft = 15,20 kN/cm 2
Ta = A1ch x F t
Ta = 5,06 cm 2 x 15,20 kN/cm 2
Ta = 76,91 kN
Lh = (1,21 x T a)/(fc k x dc)
2
Lh = (1,21 x 76,91 kN)/(2 kN/cm x 2,54 cm)
Lh = 12,1 cm adotar 15 cm
f) Dimensionamento da chapa a compressão:
Verificação das dimensões mínimas da chapa (B e C)
fcd = fc k/1,4
fcd = 3,0 kN/cm 2 / 1,4
fcd = 2,15 kN/cm 2
fcd ≥ N/(B x C)
2,15 kN/cm 2 ≥ 1283,24kN/(B x C)
B x C ≥ 596,8 cm 2
Conclusão: A área mínima para que não haja esmagamento do
concreto é 596,8 cm 2. Por razões construtiva utilizamos as dimensões
800mm x 800mm, o que nos da uma área de 640 cm 2 que é maior
que a área mínima para não haver esmagamento do concreto.
Calculo da espessura mínima para resistir a flexão no bordo da chapa:
N = (B – 0,8 x bf)/2
N = (80 cm – 0,8 60 cm)/2
N = 16 cm
M = (B – 0,95 x d)/2
M = (80 cm – 0,95 x 60 cm)/2
M = 11,5 cm
t = 2,13 x l x (fcd/f y)1/2
t = 2,13 x 16 cm x (2,15 kN/cm 2 / 25 kN/cm 2)1/2
t = 9,99 cm
Conclusão: A espessura mínima na chapa para que a resistência no
seu bordo a flexão seja satisfatória será 10 mm.
g) Verificação da pressão de contato nos furos :

Figura 32 – Croqui indicando pressão de contatos nos furos


Rn = α x Ab x Fu
α = (s/d) – N1 ≤ 3,0
N1 = 2,0
α = (180mm/25,40 mm) – 2,0 ≤ 3,0
α = 3,11 adotamos 3,0
γ x V ≤ Rn x 0,75

1,4 x 207,11 kN ≤ (3,0 x Ab x 40 kN/cm 2) x 0,75


295,50 kN ≤ Ab x 90 kN/cm 2
Ab ≤ 3,28 cm 2
Calculo da espessura da chapa t:
Ab = (π x dc/2) x t
2
3,28 cm = (π x 2,54 cm /2) x t
t = 3,28/(π x 1,27cm)
t = 0,85 cm
Conclusão: Adotar chapas de no mínimo 8,5 mm
h) Dimensionamento da chapa a flexão resultante da força de
tração:

Figura 33 – Croqui indicando momento devido a tração nos chumbadores


Calculo do momento fletor na chapa:
M = (Ft x d)
M = (103,67 kN x 18 cm)
M = 1866 kN x cm
Calculo da inércia da chapa, adotamos chapas de 20 mm:
W = (b x h2)/6
W = (25 cm x 2 cm 2)/6
W = 16,66 cm 3
Conclusão: A inércia é muito baixa para isso adotaremos
enrijecedores.
Figura 34 – Indicando o pré-dimensionamento dos enrij ecedores
Calculo da inércia dos enrijecedores utilizando:
We = (t x b 2)/6
We = (1,25 x 252)/6
We = 130,20 cm 3
Verificação da resistência ao momento:
(1,4 x T)/W total ≤ 0,9 X F y
2
(1,4 x 1866 kN x cm)/(130,20 + 130,20 + 16,66)≤ 0,9 X 25 kN/cm
9,42 kN/cm 2 ≤ 22,5 kN/cm 2
Conclusão: Utilizar 2 enrijecedores de 12,5 mm para a chapa resistir
satisfatoriamente a flexão.

3.2.1 Ligação rígida emenda de pilares

Esta ligação se apresenta na estrutura quando a troca de


seção de pilares. Isso ocorre na elevação 42,400 m onde o projetista achou
conveniente reduzir a dimensão do perfil.
É uma ligação de extrema importância para estrutura uma vez
que dela seguirão os pilares até o topo. Devemos neste caso asseguras que
os pilares trabalhem com um só, restringindo os deslocamentos para que
não haja problemas na estrutura. Diferente do caso anterior onde utilizamos
base rotulada agora vamos utilizar um pilar engastado, modificando a
geometria da ligação.
Momento = 46.400 kN x cm
Cortante = 101,35 kN

Figura 35 – Momentos nos pilares

Compressão = 1227,00 kN

Figura 36 – Compressão nos pilares

a) Solicitações:
Cortante: 101,50 kN
Normal: 1227,00 kN (compressão)
Momento: 40 600 kN x cm
Para calcular o binário que forma o momento adotamos uma distancia
entre eixos de parafusos de 30 cm, segundo desenho, e chegamos
uma força de tração nos parafusos de: 1546,00 kN – 1227,00 kN =
319kN.
CS 550 x 257

CS 600 x 391

Figura 27 – Croqui indicando a ligação entre pilares


b) Dimensionamento dos parafusos a tração:
Utilizando parafusos de diâmetro 7/8”
Rnt = 0,75 x Ap x F u
Rnt = 0,75 x 3,88 cm 2 x 82,5 kN/cm 2
Rnt = 240,00 kN
γ x T ≤ Φ x Rnt

1,4 x 319 kN ≤ 0,75 x 240,00 kN

446,7 kN ≤ 180,00 kN por parafusos


Conclusão: utilizar 4 parafusos de diâmetro 7/8”
c) Dimensionamento dos parafusos ao corte:
Utilizando parafusos de 7/8”
Rnv = 0,65 x Ap x F u
Rnv = 0,65 x 3,88 cm 2 x 82,5 kN/cm 2
Rnv = 208,00 kN
γ x V ≤ Φ x R nv

1,4 x 101,5 kN ≤ 0,60 x 208,00 kN


142,1 kN ≤ 124,80 kN
Conclusão: utilizar 2 parafusos de diâmetro 7/8”
d) Verificação da pressão de contato nos furos :
Rn = α x Ab x Fu
α = (s/d) – N1 ≤ 3,0
N1 = 0,50
α = (70/22,22mm) – 0,50 ≤ 3,0
α = 2,65
γ x V ≤ Rn x 0,75
1,4 x 101 kN ≤ (2,65 x Ab x 40 kN/cm2) x 0,75
141,4 kN ≤ Ab x 79,5 kN/cm2
1,78 cm2 ≤ Ab

Figura 38 – Croqui indicando a pressão de contato em furos


Calculo da espessura da chapa t:
Ab = (π x D/2) x t
1,78 cm 2 = (π x 2,22 cm /2) x t
t = 1,78/(π x 1,11 cm)
t = 0,51 cm
Conclusão: Adotar chapas de no mínimo 6,3 mm
e) Verificação da resistência a flexão do bordo da chapa :

CS 550 x 257

Chapas

CS 600 x 391

Figura 39 – Croqui indicando momento no bordo da chapa


Calculo da tensão no bordo da chapa
Fc maxima = (N/B x L) + (6 x M)/(B x L2)
Fc maxima = (1227 kN/60 cm x 60 cm) + (6 x 46400 kN x cm)/(60 cm x
602 cm)
Fc maxima = 0,34 kN/cm 2 + 1,29 kN/cm 2
Fc maxima = 1,63 kN/cm 2
Calculo do momento fletor na chapa:
q = 1,63 kN/cm 2 x 60 cm
q = 97,80 kN/cm
2
M = (q x d )/2
M = (97,80 kN x 2,52 cm)/2
M = 305,62 kN x cm
Calculo da inércia da chapa, adotamos chapas de 12,5 mm:
W = (b x h2)/6
W = (60 cm x 1,25 cm 2)/6
W = 15,62 cm 3
Verificação da resistência do aço:
0,9 x fu ≥ (M x 1,4)/W
0,9 x 25 kN/cm 2 ≥ (1,4 x 305,62 kN x cm)/15,62 cm 3
22,5 kN/cm 2 ≥ 27,40 kN/cm 2 – não satisfaz utilizar chapa de 16 mm
Conclusão: A inércia é muito baixa para isso adotaremos a chapa
com espessura imediatamente superior que é 16mm.
f) Dimensionamento da chapa a flexão resultante da força de
tração:

Figura 40 – Croqui indicando o pré-dimensionamento dos enrij ecedores


Cálculo do momento fletor na chapa:
Força de tração: 319 kN
Distancia do parafuso até a alma do perfil: 10 cm
M = (319 kN x 10 cm)
M = 3190 kN x cm
Calculo da inércia da chapa, adotamos chapas de 20 mm:
W = (b x h2)/6
W = (21 cm x 1,6 cm 2)/6
W = 8,96 cm 3
Verificação do enrijecedor
Considerando ele absorve metade do momento sozinho e adotando o
comprimento de 280 cm que é o comprimento total até o bordo da
chapa e uma espessura inicial de 12,5 cm
M = (3190 kN x cm)/2
M = 1595 kN
Calculo da inércia do enrijecedor
W = (b x h2)/6
W = (1,25 cm x 282 cm 2)/6
3
W = 163,3 cm
Verificação da resistência ao momento:
(1,4 x M)/Wtotal ≤ 0,9 X F y
3 2
(1,4 x 1595 kNcm )/(163,3 cm )≤ 0,9 X 25 kN/cm
13,67 kN/cm 2 ≤ 22,22 kN/cm 2
Conclusão: Enrijecemos a ligação com chapas de 12,5 mm.
4 ANEXO A: PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

4.1 Propriedades dos materiais

As figuras 41, 42 e 43 mostram as tabelas com propriedades


aplicadas ao dimensionamento dos materiais utilizados no projeto. As
tabelas foram retiradas da NBR 8800.

Figura 41 – Tabela com bitola e relações geometrias dos parafusos


Figura 42 – Tabela resistência nominal dos parafusos

Figura 43 – Tabela resistência nominal dos perfis e chapas


5 ANEXO B: DETALHAMENTO
6 CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como meta, estudar uma estrutura


como todo e a partir daí calcular e detalhar as ligações de um edifício em
estruturas metálicas. Teve como enfoque as ligações parafusadas que
requerem máximo cuidado no dimensionamento, tanto dos parafusos quanto
das chapas.
Foi possível desenvolver soluções para as ligações mais
solicitadas e características da estrutura, juntando conhecimento de
estruturas metálicas, resistência dos materiais e estudo de concreto.
A revisão teórica deste trabalho ajudou a relembrar os
conhecimentos adquiridos ao longo do curso, nas mais diferentes matérias e
estimulou a busca por outras fontes que ajudassem o estudo.
O trabalho de graduação foi de grande importância para o
aluno, pois integrou os mais variados conteúdos, estimulou a pesquisa e
despertou ainda mais o interesse pela área de projeto. Este trabalho também
mostrou a responsabilidade do engenheiro quanto aos critérios utilizados e o
cálculo estrutural.
Acredito que qualquer trabalho, tendo como base o projeto
básico do edifico, desenvolvido pelo aluno Thiago Zozula, é uma grande
oportunidade de estudo. A continuação do meu trabalho é apenas uma das
muitas possibilidades de continuar o projeto. Acrescentar conhecimentos nas
áreas de fundações, detalhamentos para execução e métodos construtivos
podem ter como resultado final um projeto completo, que conta com todas
as vantagens das pesquisas cadências.
Este resultado seria uma vitória tanto para os alunos que
participaram de seu desenvolvimento quanto para a universidade, que teria
como passar a futuros alunos um trabalho prático envolvendo questões
técnicas, em uma estrutura complexa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT, 1986. Projeto e Execução de Estruturas de Aço de Edifícios


(Método dos Estados Limites), NBR-8800.

ABNT, 2003. Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento, NBR-


6118.

BELLEI, Ildony H. 1994. Edifícios Industriais em Aço. São Paulo: 1ªed.

BELLEI, Ildony H. 2006. Interface Aço Concreto. Rio de janeiro: 1ªed.

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