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Adriano Amâncio Afonso, adrianoamancio@yahoo.com.br

Taciana Ramos Luz, tacianaluz@hotmail.com

Sara Del Vecchio, vecchio@demec.ufmg.br

Mauricio Ferrari Santos Correia, mauferrari@yahoo.com.br

Marcos Pinotti Barbosa, pinotti@ufmg.br

Rudolf Huebner, rudolf@ufmg.br

Dep. de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais, Av. Antonio Carlos n° 6627, Pampulha, Belo
Horizonte, MG, Brazil

Abstract.

A utilização de plataformas de equilíbrio é um procedimento comum para reabilitação e prevenção de lesões


ligamentares, para treino de equilíbrio e controle muscular. Por isso, é necessário definir parâmetros de frequência para
determinar uma situação de equilíbrio e desequilíbrio. Neste estudo, two axes de um accelerometer desenvolvido no
LABBIO-UFMG was fixed to a mechatronical plate and its capacity to quantify the surface frequency and range of motion
was measured. This accelerometer was fixed to the rotation axis of the plate and known oscillations were applied. The
sensor behaviour was evaluated. After the sensor verification and the system calibration, new tests must be done to
determine the stability patterns for lower limbs joint stability in humans.

Keywords: accelerometer, perturbation training, lower limbs injuries, joint stability, tilt board

1. INTRODUCTION

O controle postural ou equilíbrio pode ser definido como o processo pelo qual o sistema nervoso central (SNC) gera
padrões de atividade muscular necessários para coordenar a relação entre o centro de massa (CM) e a base de suporte (BS).
Essa atividade é um processo complexo que envolve a avaliação e integração dos mecanismos do sistema sensorial (visual,
vestibular e proprioceptivo) e do sistema motor (p.ex., força muscular, padrão de ativação dos músculos e flexibilidade
articular) (MATSUDO et.al,2000.).

Em indivíduos saudáveis, os ligamentos e a atuação neuromuscular garantem a estabilidade de articulações como as do


joelho e tornozelo (BEARD et.al., 1994; SOJKA et.al., 1989; RUDOLPH et.al., 1998; EASTLACK et.al., 2001.). Em
situações que envolvem a perturbação da superfície de suporte, como no caso das plataformas de equilíbrio, utilizadas na
reabilitação e prevenção de lesões ligamentares, é necessário que as adaptações neuromusculares e ligamentares, associados
aos componentes sensoriais, atuem de maneira adequada para garantir o equilíbrio.

O presente estudo se propôs a analisar as oscilações de equilíbrio numa plataforma de oscilação em três voluntárias
saudáveis com faixa etária entre 22 e 25 anos com o objetivo de definir valores de freqüência que podem representar
oscilações de equilíbrio e desequilbrio.

2. METHODOLOGY

2.1. Plataforma

Atualmente, é comum nos serviços de reabilitação o uso de algum dos três tipos de plataformas (fig 1), com o objetivo de
treinar o equilíbrio, o controle muscular e a propiocepção. Os tipos de plataforma são: plataforma de inclinação, plataforma
de oscilação e plataforma de translação, como as apresentadas na “Fig. 1”. Para a execução dos testes foi utilizada a
plataforma de inclinação, (Fig. 1a), por ser a plataforma mais utilizada em treinamentos de perturbação de equilíbrio e pela
facilidade de se adaptar o acelerômetro para obter os dados.

Figure 1. Três principais tipos de plataformas utilizadas em ambiente clinico. a) Plataforma Inclinação. b) Plataforma de
Oscilação. c) Plataforma de Translação.

2.2. Measurement system

O sistema de medição utilizado durante os testes foi o sensor de acelerômetro desenvolvido por AMARAL [xx] no
Laboratório de Bioengenharia da UFMG – LABBIO. Cujo sistema é composto, basicamente por um acelerômetro de dois
eixos ADXL311 (±2g), fabricado pela Analog Devices, e um sistema de aquisição de dados. Este sistema de aquisição de
dados é composto por um filtro passa-baixa de 50 Hz e um conversor analógico/digital (A/D) de 10 bits com uma
freqüência de amostragem de 200 Hz, após a conversão A/D foi implementado um filtro digital IIR de 2ª ordem com
freqüência de corte de 8.8 Hz e o sinal resultante é transmitido para um PC através de uma porta serial Rs232 com
freqüência de amostragem de 20 Hz.
2.3. Clinical procedure

Os testes forma realizados com 3 indivíduos saudáveis, do sexo feminino e com faixa etária entre 22 e 25 anos. Foram
realizados quatro testes com duração de um minuto cada um. O primeiro teste foi com os dois pés apoiados na plataforma, o
segundo com apenas o pé direito apoiado, o terceiro com apenas o pé esquerdo apoiado e o último com os dois pés
apoiados, porem com perturbação da concentração. Os procedimentos utilizados para perturbar a atenção foram assobios,
palmas, sopros e movimentos de braços em frente ao voluntário.

3. RESULTS

Os três primeiros testes realizados foram dos testes sem perturbação da concentração. Primeiro, com os dois pés apoiados,
depois com apenas o pé direito e logo após com apenas o pé esquerdo apoiado. Foi constatado que todos os testes com os
dois pés apoiados e sem perda de concentração apresentaram resultados semelhantes, como o da “Fig. 2”.

Figure 2. 1° Teste aplicado, com os dois pés apoiados na plataforma de inclinação sem perturbação da concentração.
O sinal apresenta poucas oscilações de grande amplitude e pode ser observado também uma baixa freqüência, próxima de
0,2 Hz, presente em todo o sinal. Esta baixa freqüência é composta de um sinal de baixa amplitude e pode ser relacionada
diretamente com um estado de equilíbrio.

Figure 3. 2° Teste aplicado, com apenas o pé direito apoiado na plataforma de inclinação sem perda de concentração.

A “Fig. 3” apresenta o sinal gerado pelo segundo teste realizado, em que apenas o pé direito esta apoiado na plataforma.
Visualmente o gráfico da “Fig. 3” apresenta uma maior quantidade de oscilações com amplitudes um pouco maiores do que
as encontradas no gráfico da “Fig. 2”. Isso pode ser atribuído ao fato de a voluntária estar controlando seu equilíbrio apenas
com uma perna de apoio, gerando uma situação de desequilíbrio maior do que a apresentada no primeiro teste.
Figure 4. Transformada de Fourier do 2° Teste aplicado, com apenas o pé direito apoiado na plataforma de inclinação sem
perda de concentração.

A “Fig. 4” apresenta a Transformada de Fourier do sinal apresentada na “Fig. 3”, e pode ser observado que a freqüência
mais atuante foi de 0,63 Hz. valor próximo ao encontrado para o gráfico apresentado pela “Fig. 2” que é de 0,09 Hz.

Com os outros resultados, não apresentados neste artigo, dos três primeiros testes, e considerando que os voluntários não
possuem nenhum tipo de problema de equilíbrio, pode-se observar uma faixa de freqüência presente em todos dos testes,
correspondente a 0,09 Hz a 1 Hz. Esta faixa de freqüência esta diretamente relacionada com o equilíbrio, pois é originada do
deslocamento da pressão hora sobre a planta do pé, hora sobre os calcanhares. A “Fig. 5” apresenta claramente este
deslocamento da pressão dos calcanhares para a planta dos pés.
Figure 5. 1° Teste aplicado, com os dois pés apoiados na plataforma de inclinação sem perda de concentração

Levando em consideração a posição do acelerômetro na plataforma, a posição do voluntário durante o exercício e o


resultado apresentado na “Fig. 5” percebe-se que enquanto o voluntário estava com peso concentrado no calcanhar o sinal
oscilava em torno de 10 V, e a partir do momento em que ele passou a concentrar o peso na ponta do pé o sinal passou a
oscilar em torno de 13 V. E é exatamente esta deslocamento do peso que gera o equilíbrio e origina os valores de baixa
freqüência citados anteriormente.
Figure 6. 4° Test aplicado, com os dois pés apoiados na plataforma de inclinação e perda de concentração

A “Fig. 6” apresenta um dos resultados obtidos com a quebra de concentração durante os testes, e é nítido a diferença das
amplitudes das oscilações de maior freqüência do que as apresentadas nas figuras anteriores. Também pode-se perceber que
a componente de baixa freqüência encontrada anteriormente também esta presente.
Figure 7. FFT do 4° Teste aplicado, com os dois pés apoiados na plataforma de inclinação e perda de concentração

A “Fig. 7” apresenta a Transformada de Fourier do sinal apresentado pela “Fig. 6” e confirma a constatação das duas
freqüências citadas anteriormente, sendo 0,08 Hz a baixa freqüência presente nos testes anteriores e 3,8 Hz a freqüência das
oscilações com maior amplitude. Também pode-se considerar mais duas freqüências significativas uma de 0,8 Hz e outra de
3,5 Hz, que tiveram valores de amplitude, na escala de freqüência, menores do que as de 0,08 Hz e 38 Hz, porem muito
consideráveis.

Analisando todos os testes realizados com quebra de concentração percebe-se que alem da componente de baixa freqüência
encontrada no primeiro, segundo e terceiro testes, foi encontrada uma nova faixa de freqüência de 3,3 Hz a 4,8 Hz que
podem ser atribuída ao desequilíbrio gerado com a quebra de concentração. A “Fig. 8” apresenta um histograma com as
freqüências encontradas durante os testes, e pode-se perceber claramente a divisão dos dois níveis de freqüência
encontrados.
Figure 8. Histograma das freqüências encontradas nos testes realizados.

3. CONCLUSIONS

Os objetivos deste trabalho foram validar a funcionalidade do sensor de acelerômetro desenvolvido pelo LABBIO – UFMG,
e tentar definir valores de freqüência que pudessem representar uma situação de equilíbrio e desequilíbrio. Percebeu-se que,
durante o desenvolvimento do trabalho, o sensor pode estar adequado para avaliar treinamentos de lesões em membros
inferiores, porem em alguns testes foram constatadas freqüências muito próximas de 8,8Hz o que gerou uma dúvida se a
banda de freqüência utilizada realmente consegue captar todo o sinal relevante para um avaliação adequada. Sendo assim,
uma próxima análise deve ser preparada com um sensor que abrange uma banda passante maior e com um grupo de
pacientes maior e bem definido, comparando os resultados obtidos entre os dois sensores.

Contudo, percebe-se claramente que é possível encontrar freqüências que possam representar diferentes estágios de
equilíbrio. Pode-se até mesmo citar uma provável faixa de baixa freqüência (entre 0,07Hz e 1,0Hz) que pode representar o
equilíbrio. Além disso,os prováveis valores de freqüência que representam o desequilíbrio podem estar entre 3,0 Hz a 5,0
Hz. É necessário uma análise mais aprofundada para definir quais são os níveis de freqüências existentes durante os
treinamento, por isso, deve-se desenvolver novos experimentos com grupos diferentes, que tenham algum tipo de lesão pré-
definida e um outro sem lesão e com uma amostra considerável.
4. REFERENCES

1. AMARAL, G.M.; Desenvolvimento de uma plataforma para execução e avaliação de treinos de perturbação do
equilíbrio de membros inferiores. Dissertação (Mestrado): Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica,
Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2007.

2. MATSUDO, S.M.; MATSUDO,V.K.R.; BARROS NETO, T.L.B. Impacto do envelhecimento das variáveis
antopométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v.8,
n.4, p.21-32, setembro 2000.

3. BEARD, D.J. et al. Proprioception enhancement for anterior cruciate ligament deficiency: A prospective randomised
trial of two physiotherapy regimes. J.BoneJoint Surg [Br] , v. 76-B, n. 4, p. 654-659, 1994

4. RUDOLPH, K.S. et al. 1998 Basmajian Student Award Paper Movement Patterns after anterior cruciate ligament injury:
a comparison of patients who compensate well for the injury and those who require operative stabilization. Journal of
Eelectromyography and Kinesiology, n. 8, p. 349-362, 1998.

5. EASTLACK, M.E., AXE, M. J., SNYDER-MACKLER L. Laxity, instability, and functional outcome after ACL injury:
copers versus noncopers. Medicine and Science in Sports and Exercise , v.31, n.2, p.210-215, 1999.

6. NOYES, F.R., MOOAR, P.A., MATTHEWS, D.S. The symptomatic anterior cruciate-deficient knee. Part I: The long-
term functional disability in athletically individuals. The Journal of Bone and Joint Surgery, v.65-A, p. 154-162, 1983.

5. RESPONSIBILITY NOTICE

The authors are the only responsible for the printed material included in this paper.

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