Em juros compostos o que muda é o fato das parcelas de juros
crescerem ao longo do tempo, pois, nesses casos, os juros incidem sobre o principal mais juros vencidos, logo, não podemos simplesmente multiplicar ou dividir taxas, temos que compô-las, entretanto, a lógica continua a mesma do destaque utilizado em juros simples:
Evidentemente a forma de encontrarmos os juros equivalentes é
diferente quando se trata de juros simples e de juros compostos. Em juros compostos como eles não são lineares ao longo do tempo, para obtermos a taxa equivalente a um período maior ou menor, conforme o caso, continuamos utilizando o número de períodos que o menor couber dentro do maior só que esse número “n” não será o multiplicador e sim o expoente, ou a raiz, da equação para obtenção da taxa. Considerando-se: I = taxa de juros para o período maior i = taxa de juros para o período menor n = número de vezes que o período menor couber no maior
EXEMPLO 11. Pegaremos os mesmos dados do exemplo 10, para podermos
comparar a diferença e calcularemos para juros compostos. Se tivéssemos uma taxa de 2% ao mês e quiséssemos a taxa anual, bimestral, trimestral, semestral: I(anual) = [(1,02)12 -1]x100 I(anual) = 0,268242 x 100 I(anual) = 26,8242% ao ano. I(bimestral) = [(1,02)2 – 1]x100 I(bimestral) = 0,0404 x 100 I(bimestral) = 4,04% ao bimestre. I(trimestral) = [(1,02)3 – 1]x100 I(trimestral) = 0,0612 x 100 I(trimestre) = 6,12% ao trimestre. I(semestral) = [(1,02)6 -1]x100 I(semestral) = 0,1216162 x 100 12,61624% ao semestre.
Caso quiséssemos o inverso, conhecêssemos a taxa anual de 26,8242% para
obter a taxa mensal, bimestral, trimestral, semestral, etc, bastaria fazer a operação inversa, nesse caso, encontrar a raiz “enésima” de (1 + I), ou i = [(1+I)1/n -1]x100, onde o “n” continuará sendo o número de vezes que cada um dos períodos desejados menores couber no período maior: I(mensal) = {[(1,268242)1/12] – 1} x 100 I(mensal) = 0,02 x 100 I(mensal) = 2% ao mês (cabem 12 meses no ano).
I(bimestral) = {[(1,268242)1/6] – 1} x 100 I(bimestral) = 0,0404 x 100 I(bimestral) =
4,04% ao bimestre (como cabem 6 bimestres no ano e queremos a taxa bimestra: 1÷6 = 0,166667).
I(bimestral) = {[(1,268242)2/12] – 1} x 100 I(bimestral) = 0,0404 x 100 I(bimestral) =
4,04% ao bimestre (como a taxa anual é para 12 meses e cabem 2 meses em um bimestre: QUERO a taxa para 2 meses, um bimestre; TENHO a taxa para 12 meses, um ano, logo, 2÷12 = 0,1666667. Ou seja 1,268242 0,16667 – 1 = 0,0404000 x 100 ou 4,04% ao bimestre).
I(trimestral) = [(1,268242)3/12] x 100 I(trimestral) = 0,06121 x 100 I(trimestral) = 6,121%
ao trimestre (cada trimestre 3 meses, cada ano 12 meses: QUERO 3, TENHO 12). I(semestral) = [(1,268242)6/12] x 100 I(semestral) = 0,126163 x 100 I(trimestral) = 12,6163% ao semestre (cabem 2 semestres no ano, portanto, (1 + I) elevado a 0,5; ou seja, cada semestre 6 meses, cada ano 12 meses: QUERO 6, TENHO 12, o expoente será 6÷12). Voltemos ao destaque quando afirmamos que duas ou mais taxas serão consideradas equivalentes, ou proporcionais, sempre que produzirem para um mesmo capital, ou principal, montantes idênticos após um mesmo período de tempo. Por exemplo, quanto deveríamos pagar ao nosso credor por um financiamento $100.000,00 a juros compostos de 2% ao mês e 24% ao ano, após 1 ano, considerando-se uma taxa de juros de 2% ao mês e 24% ao ano? Percebam que os resultados de montantes após 1 ano serão diferentes se utilizarmos juros simples e juros compostos, pois trata-se de modalidades de juros distintas, e para juros simples 2% ao mês equivale a 24% ao ano, mas, para juros compostos não a taxa de 2% ao mês não equivale a 26,8242%, como vimos anteriormente. Vale ressaltar que se utilizarmos sempre a mesma modalidade de juros obteremos sempre os mesmos montante, vejam no exemplo 12. Graficamente temos:
EXEMPLO 12. Para demonstrarmos essa equivalência entre as taxas de juros
compostos vamos considerar o mesmo exemplo usado em juros simples, só que agora para juros compostos e postecipados: a importância de $100.000,00 foi investida por 12 meses a uma taxa de 2% ao mês; 6 bimestres à taxa de juros simples de 4,04% ao bimestre; e por 2 semestres a uma taxa de 12,6163% ao semestre.
∑na data 12 = ao final de 12 meses, um ano S = $126.824,18.
∑na data 6 = ao final de 6 bimestres, um ano S = $126.824,18.
∑na data 2 = ao final de 2 semestres, um ano S = $126.824,18.
Os resultados obtidos confirmam a equivalência. Nos três casos, com as taxas equivalentes corretas ao período calculado, obtivemos sempre o mesmo valor no futuro, quer sejam 12 meses, 6 bimestres, ou 2 semestres. Um ano após S = $126.824,18. Portanto, quando tivermos na unidade de tempo da taxa e na unidade de tempo do fluxo períodos diferentes basta alterar um ou outra, conforme pode ser comprovado pela situação demonstrada acima. EXERCÍCIOS sobre Equivalência de Taxas de Juros (Para esses exercícios também não há a necessidade de fazer os fluxos gráfico e algébrico, bastam os cálculos, uma vez que o seu objetivo é demonstrar na prática a equivalência das taxas e a diferença entre juros simples e juros compostos). 1. Qual será a taxa de juros compostos mensal (desconhecida), a partir de uma taxa de juros compostos (conhecida) de 10% ao bimestre? 2. Obter a partir de uma taxa de juros compostos conhecida de 30% ao ano, a taxa de juros trimestral e trimestral desconhecida. 3. Qual é a taxa anual equivalente a uma taxa mensal de 3%? E a taxa semestral, nesse caso, seria de quanto? (Resolver para juros simples e juros compostos). 4. Quais são as taxas bimestral, trimestral, semestral e anual equivalentes, correspondentes a uma taxa de juros de 2% ao mês (para juros simples e juros compostos)? 5. Qual a taxa de juros compostos mensal equivalente a uma taxa anual de 60%? Se estivéssemos calculando para juros simples, elas seriam as mesmas? Por quê? Comprove sua afirmação encontrando as parcelas de juros do 5º mês, para ambos os casos.