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Convém destacar que a luta específica por saúde será, desse modo, o grande “carro-chefe” de toda a

luta operária durante esse período na Itália, sendo uma “particularidade” que permitirá o
questionamento da sociedade em geral, nas suas bases. A notabilização do tema “exploração = saúde”
possibilitava problematizar o caráter degradante do modo de produção capitalista, alcançando uma
dimensão para além do próprio local de trabalho, uma vez que colocava em xeque a desigualdade social
gerada pelo modelo econômico e que, portanto, comprometia as condições gerais de vida da classe
trabalhadora, bem como o desequilíbrio ambiental que se gerava neste processo. Diante disso,
podemos constatar o importante movimento dialético que se desenvolve mediante o lugar que a classe
operária ocupa na luta de classes. Referimo-nos à diversidade de alternativas criadas neste processo,
desde que se tenha um horizonte verdadeiramente revolucionário. Por exemplo, em determinadas
circunstâncias, a saúde pode ser uma das mediações pelas quais se consubstancia um posicionamento
anticapitalista do proletariado, levando-o aos embates necessários na esfera produtiva. Estes embates,
por sua vez, são a chave para o sucesso do enfrentamento de toda e qualquer problemática “particular”,
como a da própria saúde, porquanto o processo de exploração/acumulação capitalista é a base material
do adoecimento proletário.

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