Você está na página 1de 12

Gabriela L.

Vasconcellos

Museu Nacional de Arte Romana de Mérida


Rafael Moneo
1986

Teorias e Práticas de Reconstrução


Docente Paulo Providência
2020
Localização Museu de Nacional de Arte Romana de Mérida. Fonte: Google Earth

Teatro e Anfiteatro Romano. Fonte: Google Earth


Construção do Museu de Mérida. Fonte: MONEO VALLÉS, R. (1985): “Museo de Arte Romano en Mérida”,
El croquis, nº 20.
Planta cripta subterrânea Planta piso de entrada térrea

Planta primeiro piso Planta segundno piso


Alçados

Corte longitudinal
Em 1975, quando o então Museu Arqueológico de Mérida, localizado na igreja de Santa
Clara atingiu o status de Museu Nacional, foi proposto um novo local. Este seria próximo
aos dois monumentos mais visitados da cidade, o Teatro e o Anfiteatro romano, integran-
do-se ao complexo arqueológico protegido de Mérida, patrimônio da UNESCO.
Rafael Moneo Vallés, arquiteto responsável pelo projeto do Museu Nacional de Arte
Romana de Mérida, pauta-se em uma contextualização profunda de cada lugar buscando
a linguagem arquitetônica apropriada, para assim reproduzi-la através do material e
técnica construtiva convenientes. Assim, se cria uma relação orgânica com a paisagem,
ecoando o pensamento de Alvar Aalto de que “a arquitetura não pode se livrar das contin-
gencias humanas, naturais; não deve faze-lo jamais, pelo contrário, deve aproximar-se da
Natureza, dando a este termo uma acepção tão ampla que compreenda a sociedade, a
cidade e os costumes”
O Museu de Mérida, inaugurado em 1986, retoma em seu edifício o passado romano da
cidade, visível pelo seu sistema construtivo. Composto por paredes de concreto revesti-
das com tijolos aparentes, paralelas entre si, e ortogonais à rua, ajusta-se discretamente
ao terreno de esquina irregular e às vias existentes. As paredes são vazadas por arcos de
volta perfeita com três faixas em tijolos, referência à alvenaria do Teatro Romano.
O museu foi pensado tendo como base o programa, e setoriza os três andares por temas
da vida romana, adaptando o edifício às peças do museu, de diferentes escalas, que
estão em exposição permanente.
Na nave central estão localizadas as peças de maior escala, em sua maioria em mármore
branco que contrasta com a cor e textura dos tijolos. Ao lado, subdividem-se três plantas
em espaços mais intimistas em dimensões, para a exposição de objetos mais delicados e
menores, como cerâmica, moedas, mosaicos, entre outros objetos romanos.
Na cripta subterrânea do museu, a escavação da antiga cidade romana esta ritmicamente
pontuada pelas colunas ordenadas que suportam a estrutura acima interpretando sua
arquitetura e replicando-a de forma distinta. Essa atenção dada à cripta, permite ao
museu que seja possível exibir e conservar a arqueologia do lugar, e conduz os visitantes
por um túnel subterrâneo diretamente ao teatro e ao anfiteatro romano do outro lado da
rua.
Pelo meio do museu, uma estrada romana segue seu caminho irregular e quebra com a
ortogonalidade do edifício e afirma a naturalidade do terreno, também tornando-a o eixo
organizador do museu. Através da criação de um vazio ao seu redor, propõe-se a criação
de dois módulos, de um lado as naves para abrigar as exposições permanentes e do
outro, os espaços associados ao museu que são unidos por uma passarela de metal e
vidro.
Os enormes arcos que fazem o edifício que parecem ser possíveis de suportar uma
cobertura pesada, apoiam uma estrutura leve vítrea, possibilitando a iluminação interior
ser principalmente feita por luz natural. Também faz-se alusão ás ruinas, como se estives-
se totalmente exposto ao exterior, resultando em um espaço que não é sobrecarregado
pelo peso da cobertura tradicional tornando a experiencia mais autentica e imersiva.
Esse cuidado e controle da luz por Moneo, faz desse edifício característico de seus proje-
tos. Referindo Robert Campbell em uma escrita sobre o arquiteto no Pritzker “a manipula-
ção da luz interior é magistral, uma lavagem de ouro em constante mudança. A luz con-
trasta com o pálido fantasmagórico das antiguidades expostas”.
Também se identificam as contribuições da arquitetura comunicativa de Robert Venturi,
através de uma escultura e a inscrição MUSEU em mármore que marca a entrada e
função do edifício.
Webgrafia
http://intranet.pogmacva.com/en/obras/66662

https://www.coam.org/media/Default%20Files/fundacion/bibliote-
ca/revista-arquitectura-100/1981-1986/docs/revista-articulos/revista-arquitect
ura-1984-n248-pag23-45.pdf

https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.011/901

https://www.archdaily.com.br/br/794377/classicos-da-arquitetu-
ra-museu-nacional-de-arte-romana-rafael-moneo/544f8cf5e58ecef8130000f3
-ad-classics-national-museum-of-roman-art-rafael-moneo-image?next_projec
t=no (fotografias)

http://www.culturaydeporte.gob.es/cultura/areas/museos/mc/ar-
quitectura-museos/gestion-directa/12-museo-nacional-arte-romano/12a-sede
-principal.html

http://oa.upm.es/40572/1/ARTURO_TOMILLO_CASTILLO.pdf

Bibliografia

MONEO VALLÉS, R. (1985): “Museo de Arte Romano en Mérida”, El croquis,


nº 20

REGO, R. L. A palavra arquitetônica. São Paulo, Arte & Ciência, 1999.

Você também pode gostar