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GF06 CapCargaProf Por Meio SPT 2009 PDF
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Marangon
6.4 - Métodos Diretos para Cálculo da Capacidade de Carga por meio do SPT
É utilizado aqui, como referência principal o trabalho “Capacidade de carga por meio
do SPT”, publicado por Dirceu de Alencar Velloso no 20 Seminário de Engenharia de
Fundações Especiais, realizado em São Paulo entre 19 e 21 de Novembro de 1991.
Em 1956 (Meyerhof, 1956) publicou seu primeiro trabalho no Journal of the Soil
Mechanics and Foundations Division of the American Socity of Civil Engineers. O tema foi
retomado na “11th Terzaghi Lecture” (Meyerhof, 1976).
1o ) Para estacas cravadas até uma profundidade Db em solo arenoso, a resistência unitária de
ponta (em Kgf/cm2) é dada por:
0,4 ND b
qp = ≤ 4N (1.1)
B
Onde B é o diâmetro da estaca, e a resistência unitária por atrito lateral (em Kgf/cm2) é dada por:
N
fs = (1.2)
50
2o) Para siltes não-plásticos pode-se adotar como limite superior da resistência de ponta (em
Kgf/cm2):
qp = 3N (1.3)
3o) Para estacas escavadas em solos não coesivos a resistência de ponta é da ordem de um terço
dos valores dados por (1.1) e (1.3) e a resistência lateral é da ordem da metade do valor dado por
(1.2).
4o) Para estacas com base alargada tipo franki a resistência de ponta é da ordem do dobro da
fornecida pelas equações (1.1) e (1.3).
5o) Se as propriedades da camada suporte arenosa variam nas proximidades da ponta da estaca,
deve-se adotar para N um valor médio calculado ao longo de 4 diâmetros para cima e um
diâmetro abaixo da ponta da estaca.
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6o) Quando a camada suporte arenosa for sobrejacente a uma camada fraca e a espessura H entre
a ponta da estaca e topo desta camada fraca for menor que a espessura crítica da ordem de 10B, a
resistência da ponta da estaca será dada por:
( q1 − q 0 ). H
q p = q0 + ≤ q1 (1.4)
10B
7o) Para estacas em argilas, nenhuma relação direta entre capacidade de carga e N é apresentada.
8o) O recalque S (em polegadas) de um grupo de estacas em areia é dado aproximadamente pela
expressão:
2p B
S= (1.5)
N
Onde B é a largura do grupo de estacas, em pés; p a pressão aplicada ao solo pelo grupo de
estacas em tsf (ou em Kgf/cm2) e N o S.P.T. médio ao longo de uma profundidade igual à largura
do grupo. Para areias siltosas, recomenda-se adotar o dobro do valor dado por (1.5). Se as estacas
penetram D’ na camada suporte, o valor obtido por (1.5) será multiplicado por um fator de
influência I dado por:
D'
I = 1− ≥ 0.5 (1.6)
8B
RP = K . N (2.7)
Para a resistência UNITÁRIA por atrito lateral local no ensaio do cone, preferiu-se adotar
correlações estabelecidas por Begemann (1965) entre este parâmetro e a resistência de ponta:
R 1 = α . RP (2.8)
Tabela 2.2
TIPO DE SOLO α (%)
Areias finas e médias 1,2 - 1,6
Areias siltosas 1,6 - 2,2
Siltes areno-argilosos 2,2 - 4,0
Argilas > 4,0
R1 α. K. N
1=
R' =
F2 F2 (2.10)
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Tabela 2.3
TIPO DE SOLO F1 - reavaliados (1988) F2 - reavaliados (1988)
Franki 2,5 5,0 - 2,0
Metálica 1,75 - 1,7 3,5 - 3,0
Pré-moldada de concreto D < 60 cm 1,75 - 1,9 3,5 - 1,4
Pré-moldada de concreto D > 60 cm 2,5 1,4
Escavada D < 60 cm 3,0 - 6,1 6,0 - 5,2
Strauss 4,2 3,8
Observa-se que na versão original a relação entre coeficientes foi de F2/F1=2, exceto para
as estacas strauss. Em uma segunda versão foram publicados os seguintes valores para F1 e F2:
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Partindo das tabelas 2.1 e 2.2 foram estabelecidos para K e α os valores constantes da tabela 2.4.
(obs.: l Kg /cm2 = 100 KPa = 0,1 MPa)
DIMENSIONAMENTO
Obtidos os valores de atrito e base unitários, tem-se o valor final de capacidade de carga
na ruptura (último) multiplicando-se estes valores pelas suas áreas correspondentes:
Pbu = Abase × qu → resistência de ponta.
Não se visou a obtenção de valores exatos, mas sim de estimativas que fossem além de
bastante aproximadas, seguras e de fácil determinação.
1. Generalidades
Há vários anos, vem o primeiro autor utilizando os valores de SPT para avaliar, tanto a
resistência por atrito lateral de estacas, quanto sua resistência de ponta. Os coeficientes então
utilizados eram fruto apenas de experiência profissional, sem nunca terem sido confrontados, de
forma sistemática, com dados fornecidos por provas de carga.
2. Processo de Cálculo
O processo ora apresentado leva em conta os valores de SPT além de, no caso da
resistência de ponta, o tipo de solo.
TABELA I
SPT ADESÃO
(médio ao longo do fuste) (t/m2)
≤3 2
6 3
9 4
12 5
≥ 15 6
qp = C.N.
TABELA II
SOLO C (t/m2)
Argilas 10
Siltes (alt. de rocha) 30
Areias 50
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3. Análises Efetuadas
Foram consideradas 41 provas de carga executadas pelo segundo autor para serem
confrontadas com os valores obtidos pelo processo acima indicado.
Os valores obtidos confirmaram, em linha gerais, os dados da Tabela I e nos levaram a
rever a Tabela II.
TABELA III
SOLO C (t/m2)
Argilas 12
Siltes argilosos (alt. de rocha) 20
Siltes arenosos (alt. de rocha) 25
Areias 40
Embora o estudo tenha sido efetuado basicamente para estacas pré-moldadas de concreto,
admitimos em primeira aproximação que seja também válida para estacas tipo Franki, para
estacas Strauss (apenas com ponta em argila, como aliás, deve sempre ocorrer) e estacas
escavadas.
Os autores não apresentam qualquer indicação (nesta versão apresentada, a esta data)
quanto ao coeficiente de segurança a adotar.
O Eng. Décourt tem procurado aperfeiçoar o método exposto no item 6.4.3. Em 1982,
levou ao 2o Simpósio Europeu sobre Ensaios de Penetração (Amsterdam) uma contribuição em
que propõe:
1o) A resistência lateral, em tf/m2, é dada por:
N
qs = + 1 (4.13)
3
onde N é o valor médio do N ao longo do fuste. A expressão independe do tipo de solo.
2o) Na determinação de N os valores de N maiores que 50 devem ser considerados iguais a 50.
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5o) Para estacas escavadas com lama bentonítica cujo recalque não deve exceder 1cm, só se
consideraria a resistência lateral calculada pela expressão (4.13).
6o) Quando se admite maiores recalques pode-se considerar uma resistência de ponta admissível
que, em Kgf/cm2, seria igual a N/3 em que N é a média dos S.P.T.s no nível da ponta de estaca,
1m acima e 1m abaixo. Essa resistência de ponta admissível é somada à resistência lateral.
Uma estaca assim projetada tem um recalque em cm da ordem de 2/3 do diâmetro em metros:
2
S1 (cm) = D (m) (4.15)
3
Se S3 é o recalque necessário para a mobilização do atrito lateral, o recalque total da estaca será:
S = S 1 + S2 + S3 (4.17)
F = Fp . Ff . Fd . Fw (4.18)
onde: Fp = Coeficiente de segurança relativo aos parâmetros do solo ( = 1,1 para o atrito
lateral; 1,35 para a resistência de ponta ).
Ff = Coeficiente de segurança relativo à formulação adotada ( = 1,0 ).
Fd = Coeficiente de segurança para evitar recalques excessivos ( = 1 para o atrito lateral;
= 2,5 para a resistência de ponta ).
Fw = Coeficiente de segurança relativo à carga de trabalho da estaca ( = 1,2 ).
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Qs Q p
Q= + (4,19)
1,3 4
Tabela 2.7
TIPO DE SOLO (tf/m2)
Argilas 10
Siltes argilosos (alt, de rocha) 12
Siltes arenosos (alt, de rocha) 14
Areias 20
Este método foi, posteriormente (Quaresma e outros, 1996), estendido para outros tipos
de estacas também muito utilizadas e mais recentemente difundidas, não indicadas inicialmente.
Para tanto, são considerados os parâmetros “ ” e “β” a seguir relacionados (Tabela
abaixo). Estes valores são de majoração ou de minoração, respectivamente para a resistência de
ponta e para a resistência lateral.
Neste caso, a expressão geral para a determinação da carga de ruptura da estaca é dada por:
Qu = . qp . Ap + β . qs . As
(veja que as parcelas de ponta e atrito ficaram multiplicadas por alfa e beta, respectivamente)
ou ainda,
Nsptp : Nspt na ponta da estaca (valor médio entre correspondente à ponta da estaca, o
imediatamente anterior e o imediatamente posterior)
Nspt s : Nspt ao longo do fuste da estaca
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DIMENSIONAMENTO
Obtidos os valores de atrito e base unitários, tem-se o valor final de capacidade de carga
na ruptura (último) multiplicando-se estes valores pelas suas áreas correspondentes, como no
método de Aoki-Velloso.
Para o cálculo da carga admissível (útil) da estaca deve-se adotar os Fatores de Segurança
sugeridos pelos autores.
Fig.
Estaca: dimensões e solicitações
A capacidade de suporte Pu de uma estaca, com comprimento L pode ser estimada com
base na expressão
onde:
U = perimetro da seção transversal do fuste (diâmetro d)
Ab= área da base (diâmetro db)
α = fator da execução da estaca
1,0 para estacas cravadas
α=
0,5 para estacas escavadas
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λ= fator de carregamento
1 para estacas comprimidas
λ=
0,7para estacas tracionadas
fui= atrito, ou aderência, lateral médio em cada camada de solo, com espessura, atravessada
pela estaca (UNITÁRIO).
qu= pressão de ruptura do solo sob a ponta da estaca (UNITÁRIO).