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Como funciona?

Olhando pelo lado simples o blockchain nada mais é do que um livro razão
público (ou livro contábil) que faz o registro de uma transação de moeda virtual
(a mais popular delas é o Bitcoin), de forma que esse registro seja confiável
e imutável. 

Ou seja, ele registra informações como: a quantia de moedas transacionada,


quem enviou, quem recebeu, quando essa transação foi feita e em qual lugar
do livro ela está registrada.

Ele armazena essas informações, esse conjunto de transações, em


blocos carimbando cada bloco com um registro de tempo e data. A cada
período de tempo (10 minutos no blockchain), é formado um novo bloco de
transações, que se liga ao bloco anterior.

Os blocos são dependem um dos outros e formam uma cadeia de blocos. Isso
torna a tecnologia perfeita para registro de informações que necessitam de
confiança, como no caso de uma transação de moeda.

A rede do blockchain é formada por mineradores que verificam e registram as


transações no bloco.

Para que isso seja possível, eles emprestam poder computacional para a rede.
Como incentivo para continuarem colaborando e tornar a rede sustentável, eles
recebem uma recompensa em moeda digital.

O minerador só pode adicionar uma transação no bloco se a maioria simples


(50%+1) da rede concordar que aquela transação é legítima. O nome disso é o
consenso da rede blockchain. No caso do Bitcoin, o consenso é medido
através de poder computacional.

Resumindo, a tecnologia blockchain é um livro contábil público e distribuído


que registra todas as transações de moeda virtual em uma cadeia de blocos,
que qualquer um pode participar.

Sua distribuição torna o sistema seguro enquanto todos os membros da rede


forem honestos. Vamos ver com mais detalhes abaixo.
Como funciona o blockchain?
Ao invés dessas informações ficarem armazenadas em um computador central,
no blockchain, essa mesma informação fica armazenada em milhares de
computadores espalhados pelo mundo inteiro. 

Cada computador da rede detém uma cópia integral do banco de dados, o que
torna as informações inseridas nele extremamente seguras e confiáveis,
porque não há um ponto único da ataque.

Ou seja, eu não posso ir no computador central do blockchain e roubar os


registros de transações e modificá-los. Porque cada computador dessa rede
possui um registro dessas informações. Se você tentar modificar o banco de
dados de um computador, ele será expulso pelo restante da rede.

Na imagem abaixo, o blockchain é equivalente à figura (C), enquanto a maioria


dos bancos de dados é representada pelas imagens A e B. No caso do
blockchain, caso uma única estação seja comprometida, a rede continuaria
funcionando normalmente com quase nenhum impacto.

Cada computador da rede detêm uma cópia do banco de dados, ou seja, a


tecnologia blockchain é uma rede peer to peer. Além disso, eles auditam
todas as informações de forma a buscar e eliminar a possibilidade de
fraudes.
Todo e qualquer processo de decisão no blockchain é estabelecido através de
um consenso de maioria simples. Para que uma informação seja inserida no
banco de dados, o consenso da rede de computadores deve reconhecê-la
como legítima.

O nome blockchain remete à uma cadeia de blocos que estão interligados e


que são dependentes um do outro. Mas como os blocos entraram nessa
discussão? É muito simples. As informações são armazenadas em blocos. 

Todo bloco tem um resumo de todas as informações inseridas nele, o resumo


do bloco é conhecido como Hash. O conteúdo de um bloco é formado por:
informação + hash do bloco anterior + hash do bloco.

Conforme mais informações são transmitidas, elas aguardam na fila até serem
inseridas em um bloco.

O hash do próximo bloco de informações deve ser compatível com o hash


do bloco anterior, quando isso ocorre, os dois blocos se ligam e se
tornam dependentes um dos outros. De tal forma que um bloco não pode
ser modificado sem o consenso de toda a rede.

Porque é tão difícil atacar o


blockchain
Suponha que temos um blockchain que esteja no bloco 99. Temos um hacker
que deseja apagar uma transação que está inserida no bloco 0. Como ele faria
para tentar atacar esse banco de dados?

Nesse caso ele deveria apagar a transação no bloco 0, controlar a maioria de


todos os computadores da rede, ou seja, o consenso da rede e descobrir os
hashes dos próximos blocos até o atual (bloco 99). 

Ainda vale citar que ele deve fazer isso tudo em 10 minutos, que é o tempo do
próximo bloco ser formado. Porque quanto maior essa cadeia de blocos vai
ficando, menores se tornam as chances do seu ataque ser bem sucedido. O
nome desse ataque é ataque de maioria.
Caso um bloco 100 seja formado durante a sua tentativa de ataque, suas
chances de ser bem sucedido diminuem drasticamente até chegarem a 0,
porque ele vai ter que começar todo o trabalho novamente até alcançar o bloco
100 antes do restante da rede.

O hacker não poderia simplesmente modificar informações na blockchain sem


controlar a maioria da rede.

A possibilidade de ter um banco de dados extremamente segura com


informações íntegras torna o blockchain extremamente atrativo para empresas
que precisam manter registros permanentes e confiáveis. Ver o vídeo abaixo
pode te ajudar:

Como os blocos são formados?


Lembra dos computadores que auditam a rede? Eles não fazem isso de
graça. O trabalho deles é minerar os blocos com as informações e formar
um hash compatível com o do bloco anterior.
E isso é muito difícil, porque encontrar esse hash requer uma alta frequência
de cálculos. O que é perfeito para executar milhares de cálculos
rapidamente? Exato, um computador com alto poder de processamento.

No caso do Bitcoin, essas informações registradas no blockchain são as


transações, que recebem uma confirmação da rede após o bloco em que elas
estão inseridas ser minerado.

Quando esse bloco é minerado, o computador que encontrou o bloco recebe


uma recompensa de 12.5 Bitcoins. E não, não dá para minerar bitcoin em casa,
desde 2013 isso se tornou inviável.

Então existe um alto custo para atacar um blockchain onde muitos


computadores cooperam. De tal forma que o prejuízo seria tão grande que a
pessoa que deseja atacar a rede provavelmente iria preferir cooperar com
ela para ganhar uma recompensa maior.

Se você se interessou por mineração, nós temos um podcast no qual você


pode se aprofundar no assunto de forma divertida:
Como o Blockchain pode ser
utilizado na prática?
O Blockchain não é aplicável em todas as situações e negócios. A
tecnologia é perfeita para aquelas empresas que precisam registrar
informações de forma confiável e transparente. 

Por exemplo, o blockchain seria perfeito para uma empresa que deseja vender
ingressos infalsificáveis, registro de terras, registro de identidade, contratos,
autenticação de documentos e rastreamento de produtos.

Apesar de parecer que estou falando de futuro, todas essas aplicações de


Blockchain já existem a já estão funcionando. Em Dubai não será mais possível
registrar terras a não ser utilizando Blockchain. A Civic é uma plataforma online
que permite o registro de documentos e identidade.
A plataforma do Ethereum permite a criação de contratos inteligentes entre
duas pessoas, sem necessidade de intermediário. A OriginalMy, empresa
brasileira, também faz autenticação e registro de documentos, como um
cartório online baseado em blockchain. 
Já existem redes sociais como Minds e Steemit que são baseadas no
blockchain do Ethereum, que é a plataforma do Ether, o que torna essas redes
perfeitas para garantir a liberdade de expressão de seus usuários.

Ou seja, essas coisas já estão acontecendo e não devem levar muito tempo
para ocorrerem em larga escala nas grandes indústrias.

Caso queira se aprofundar no assunto, principalmente em contratos


inteligentes, tem um podcast do qual participei, o Conexão Satoshi, que você
pode conferir abaixo:

“Blockchain” privado ou
permissionado
Essa tecnologia vem ganhando destaque nos últimos anos. O blockchain é
uma tecnologia DLT (Distributed Ledger Tecnology ou Tecnologia de Banco de
Dados Distribuídos). Muitas pessoas confundem DLT com Blockchain, sendo
que o blockchain é apenas um tipo de DLT.
Nem toda DLT é um blockchain, muitas vezes ela é só uma rede de
computadores compartilhando o mesmo banco de dados. Muitas das
vezes essas redes são pequenas e centralizadas, o que é oposto do
blockchain.
As maiores virtudes da blockchain são: distribuição e descentralização da
rede, segurança da imutabilidade dos dados e transparência.

Se você cria um blockchain privado, a sua rede perde todas as características


que são justamente o maior destaque da blockchain. Sua rede provavelmente
será fraca, centralizada e fácil de subverter.

O consenso do blockchain do Bitcoin é formado por milhares de pessoas e


possui um poder computacional gigantesco.

Esse sistema não é controlado por uma pessoa ou empresa, ele é a base
do sistema financeiro do Bitcoin, isso torna a blockchain tão confiável. Se eu
tenho um registro que pode ser alterado arbitrariamente por uma empresa, ele
não é uma blockchain.

Não se deve jamais tentar separar o Blockchain e as Criptomoedas. Um


depende do outro para sobreviver. Toda essa estrutura de poder computacional
só é possível porque existe um benefício financeiro: as criptomoedas.

Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, pensou nisso desde o começo do


desenvolvimento da tecnologia.

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