Você está na página 1de 22

IMPERMEABILIZAÇÃO

1. O que é, onde se aplica e quem faz o serviço?

APRESENTAÇÃO
A tecnologia pauta projetos ousados e prevê instalações inteligentes. Progredimos muito desde a época em
que nossos ancestrais se abrigavam nas cavernas. No entanto, ainda sofremos com os mesmos inimigos
silenciosos – a umidade, a água das chuvas e o vapor –que mancham nossas paredes, causam goteira em
nossas lajes, estragam a pintura e os azulejos. Às vezes, até parece que eles são invencíveis. A boa notícia
é que você pode, sim, evitar ou sanar os estragos que os vilões causam. Basta usar a impermeabilização
como arma.

O QUE É IMPERMEABILIZAR
Impermeabilizar é proteger uma estrutura contra os efeitos da umidade. Isso se faz com produtos que
impedem a passagem da água através das lajes e paredes – os chamados impermeabilizantes –e outros
acessórios para arrematar a vedação, caso do selante aplicado ao redor de janelas. E não se pode
descuidar de nenhum detalhe ao montar a sua armadilha contra a umidade. “Se o piso de um banheiro
estiver muito bem instalado e impermeabilizado, mas houver falhas na colocação do ralo, ocorrerá
infiltração ”, ensina Jefferson Gabriolli, coordenador do Programa Brasileiro de Impermeabilização.

COMO FUNCIONA
Segundo a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que rege a seleção e projeto da
impermeabilização (NBR 9575/2003), há duas maneiras de barrar a entrada da água. Uma é com os
chamados sistemas rígidos – em que a massa usada como reboco recebe polímeros, cristalizantes ou
hidrofugantes e, dessa forma, evita que a água se infiltre nos poros do concreto. A outra, dos sistemas
flexíveis, compõe-se de mantas (as famosas mantas negras de asfalto, que vêm prontas de fábrica) ou
membranas moldadas na obra – ambas contam com asfalto em sua composição e formam uma camada sobre
a superfície a ser protegida.

ESTÁ NA BÍBLIA
Procure no Gênesis, capítulo 6, versículo 14. Lá se encontra a primeira referência à impermeabilização da história. Durante as
instruções para a construção da grande arca de Noé, Deus teria dito: “Faze para ti uma arca de madeira resinosa: farás
compartimentos e a revestirás de betume por dentro e por fora”. Essas ordens foram providenciais para gerar um barco seguro e
salvar as espécies no dilúvio.

TIRA-DÚVIDAS
Colocar uma lona plástica entre a terra e o concreto das sapatas impede que a água do solo suba pelas
paredes? Não.“Esse tipo de material não cumpre a função de vedar”, afirma o tecnólogo Jefferson
Gabriolli. “Estruturas em contato com o solo devem ser impermeabilizadas com argamassa aditivada,
cimento polimérico ou membrana asfáltica”, completa. Mas, antes disso, chame um especialista para
realizar a sondagem do terreno.

BONS MOTIVOS PARA IMPERMEABILIZAR


Além dos problemas com segurança das estruturas – já imaginou se a armação da laje enferruja? –, os
desgastes provocados pela água trazem chateações como goteiras que atormentam nos dias de chuva e a
necessidade de constantes reformas e novas pinturas para aquela parede que vive manchada ou fofa.
Outra razão para manter a umidade bem longe é a saúde dos moradores.A turma do espirra-espirra não
suporta a presença de bolor.

O cronograma dos preparativos


Quanto mais cedo, mais barato. O ideal é incluir esse item na fase de projeto.Se você não fez isso e está
sentindo os primeiros ataques da umidade, apresse-se. A progressão abaixo mostra que sanar o problema
custa 15 vezes mais que preveni-lo.
UMIDADE SEM LEI
É preciso conhecer o inimigo antes de travar a batalha. O que significa, nesse caso, saber de onde ele vem
antes de corroer as estruturas, provocar manchas de bolor e goteiras. Há quatro caminhos básicos:

1.UMIDADE DO SOLO. Ela é natural da terra.Absorvida pelo concreto da fundação,


sobe e causa prejuízos como descolamento do piso ou bolor em rodapés.

2.ÁGUA DE PERCOLAÇÃO. Geralmente é a chuva que cai e escorre (ou seja, não
exerce pressão sobre a superfície). Provoca, por exemplo, infiltração na laje da
varanda.

3.CONDENSAÇÃO. Sabe o vapor que fica no banheiro depois de uma chuveirada e


deixa a superfície dos azulejos úmida? Eis o culpado pelo bolor no forro.

4.ÁGUA SOB PRESSÃO. Ela aplica certa força sobre a laje ou a parede. Em piscinas,
é chamada de água sob pressão positiva pois empurra a camada protetora de dentro
para fora e, se encontrar falha, gera vazamento. Há também a água sob pressão
negativa, que vem da terra e provoca bolor em paredes no subsolo.

TIRA-DÚVIDAS
Como classificar a umidade que passa do piso do andar de cima para o teto do andar de baixo em
apartamentos ou sobrados?
“Essa umidade, geralmente causada por vazamento, encaixa-se no item água de percolação, segundo a
norma ”, explica o engenheiro civil e perito Richard Robert Springer, de São Paulo.

Ao comprar o apê.
Confira no memorial descritivo do apartamento o tipo de impermeabilização utilizado nas áreas molhadas –
banheiros, cozinha e área de serviço. Se seu imóvel estiver no último andar, investigue também a proteção
dada à laje de cobertura. Essas garantias costumam encarecer o bem, mas podem poupá-lo de futuras
dores de cabeça.

2. Alicerce, parede, piso e muro de arrimo.

PRODUTOS QUE VÃO PROTEGER SUA CASA


Podemos optar por dois tipos de sistemas: os sistemas rígidos e os flexíveis. São dois grupos de produtos
e os nomes já indicam como é seu funcionamento. Os primeiros atendem a superfícies que não sofrem
movimentação causada pela variação de temperatura ou acomodação das estruturas – piscinas enterradas,
por exemplo. “Os produtos desse grupo possuem cimento na composição ”, explica o pesquisador Rubens
Vieira, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).

SISTEMA RÍGIDO
CRISTALIZANTE ARGAMASSA POLIMÉRICA
HIDROFUGANTE Depois de misturar um componenteÉ do tipo bicomponente: um
Este líquido confere à argamassaadesivo e um cimentício, a massacomposto de cimento e uma emulsão
normal a propriedade de repelir aganha consistência de pasta e éde polímeros. Este último
água .Trata-se de um mecanismoaplicada sobre a superfície úmida.ingrediente gera resistência e até
químico que impede as gotas deEssa umidade forma cristaisum pouco de flexibilidade. Ela vira
ficarem pequenas o suficiente paraque,secos,bloqueiam a passagem dauma camada que não deixa a
penetrar nos poros do concreto.água. umidade passar.

SISTEMA FLEXÍVEL

Já os flexíveis agüentam melhor o encolhe-e-dilata do substrato, pois possuem asfalto e polímeros em sua
composição.Servem às lajes, às fundações do tipo radier e aos pisos de terrenos instáveis. Atenção ainda
a duas subdivisões desse time: existem as mantas, que são produtos industrializados, e as membranas, que
são moldadas na construção. Nas fotos abaixo, três tipos de produtos de sistema flexível. Não se espante
ao encontrar uma terceira categoria, os semiflexíveis. Quase sempre será a argamassa polimérica, que na
verdade é do grupo dos rígidos.“O termo é anterior à norma e alguns fabricantes ainda mantêm a
denominação ”, comenta a arquiteta Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP.

MEMBRANA ASFÁLTICAMEMBRANA ASFÁLTICA (FRIA)MANTA ASFÁLTICA


(QUENTE) Há dois produtos,com aparência deExiste uma infinidade de tipos nas
Usa blocos de asfalto derretido auma past preta: emulsões eprateleiras. Elas variam quanto a
altas temperaturas (entre 180 esoluções. Os primeiros têm baseespessura, tipo de asfalto e de
200ºC) no canteiro de obras. Seu
recheio é feito com estruturanteaquosa e os segundos se diluem emrecheio.O mais comum para emprego
(tela de poliéster) e a espessurasolvente. Em alguns casos,em residências são aquelas de 3 e 4
final varia entre 3 e 5 mm.dispensam o estruturante.mm, com estruturante de poliéster.

Como guardar: os materiais em pó devem ficar longe da umidade e do sol; os líquidos, protegidos da luz e
com a embalagem bem fechada para não evaporarem. A melhor posição para as bobinas das mantas não
deformar é em pé.

A PROTEÇÃO DA CASA COMEÇA NO ALICERCE


SE NÃO ESTIVER BEM IMPERMEABILIZADA, A FUNDAÇÃO PODE VIRAR UM ELEVADOR PARA A
UMIDADE.

SAPATA
Ela sustenta o peso da casa na base das paredes. Se correr por toda a extensão da alvenaria, chama-se
sapata corrida; se estiver apenas nos pontos específicos das colunas, é a sapata isolada (veja ilustração
acima). Nos dois casos pode-se associar produtos do sistema rígido e do flexível. Os primeiros aplicam-se
nas partes em contato com a terra, tanto no concreto armado quanto na argamassa para assentar os
tijolos que revestem o baldrame. “Ali há muita umidade e pouca movimentação do solo”, diz a engenheira
civil Eliene da Costa, da Otto Baumgart, em São Paulo. Sobre o baldrame, na altura do contra piso, o
melhor recurso são os sistemas flexíveis, ou seja, mantas e membranas que acompanham a movimentação
da estrutura.
RADIER
Esse tipo de fundação se parece com uma laje – ela suporta toda a construção e também serve como
contrapiso. Por ser uma área extensa e, por isso, mais sujeita às fissuras, o melhor é optar pelas mantas.
Elas devem envolver o lastro como um lençol de elástico protegendo um colchão. Os especialistas
aconselham a colocação de britas diretamente sobre o solo, onde se erguerá o berço de concreto. As
pedras servirão como drenante. Outro detalhe: entre a impermeabilização e o contrapiso, alguns
aplicadores costumam colocar folhas de papel kraft.“Assim, a manta ou a membrana ficam protegidas, caso
seja necessário quebrar o piso numa reforma ”, explica o engenheiro civil Marcelo Ming, da Lwart, de
Lençóis Paulistas.

SONDAGEM
Muita gente dispensa o estudo do terreno (que inclui levantamento topográfico) sem saber como essas
informações são valiosas na hora de determinar o tipo de fundação e de impermeabilização a serem
utilizadas. É fundamental saber se há lençol freático e variação de permeabilidade.

E AS ESTACAS?
Em solo pouco firme ou em terreno muito inclinado, pilares de concreto adentram a terra – é um outro tipo
de fundação. Mas eles não sofrem com a ação da água, portanto, dispensam proteção.“Para ocorrer a
corrosão das barras de aço das estruturas, seria necessário que elas ficassem ora expostas ao oxigênio,
ora cobertas de água ”, diz o engenheiro civil Paul Sérgio Oliveira, da Sika, em São Paulo.

SEM FUROS
Não custa lembrar: muitas vezes, durante a instalação de conduítes, as mantas impermeabilizantes acabam
perfuradas, dando espaço para infiltração. Previna-se analisando todas as informações ainda no projeto .E
quando for preciso rasgar parede ou piso preveja nova impermeabilização para o ponto.

SIGA À RISCA
Está na embalagem? Obedeça. Henrique Setti, gerente de marketing da Viapol, aponta: aplicar menos
quantidade de produto que o necessário é um erro comum.“Fique atento ao consumo de material para
verificar se as especificações estão sendo seguidas”, diz. Os fabricantes são responsáveis pelas
informações fornecidas. Se você cumprir o recomendado e tiver problemas, pode acioná-los nos órgãos de
defesa do consumidor.
A PROTEÇÃO DA CASA COMEÇA NO ALICERCE PISO

O que chamamos de piso, aqui,é na verdade o piso que está em contato com a terra – ou seja,o contrapiso.
Portanto, quem tem fundação radier,que você anteriormente, e adotou aqueles procedimentos já está
protegido. Para casas com outros modelos de fundação, o produto a ser utilizado depende das
características do solo – viu como é útil encomendar o estudo do terreno? Se for pouco estável, ou seja,
sujeito a movimentações e umidade, parte-se para os impermeabilizantes flexíveis. Eles mantêm a casa
protegida mesmo se o vai e vem acabar ocasionando pequenas fissuras. Em solos compactos e secos, pode-
se utilizar os produtos do sistema rígido. Neste caso, na argamassa do contrapiso usa-se cristalizante,
hidrofugante ou argamassa polimérica.

PAREDE
Nas fachadas, elas sofrem com a umidade do solo e com a de percolação, causada pelas chuvas. Proteja-a
dos dois lados com produtos do sistema rígido. Comece assentando as quatro primeiras fiadas de tijolo
com argamassa impermeabilizante. Depois, do lado externo, aplique reboco com impermeabilizante até a
altura de 1 m, se a casa tiver beiral. Caso contrário, suba a proteção até a cobertura. Do lado de dentro,
há quem recomende o mesmo tipo de reboco até o teto. “Sugiro aplicar apenas até 1,40 m de altura, pois
nessa faixa surgem as fissuras responsáveis pela passagem da água de fora para dentro”, diz o químico
Rolando Infanti, da Betumat, em Salvador. Paredes internas pedem só 50cm de impermeabilização – pois os
pisos protegidos neutralizam os efeitos da umidade ascendente.

JARDIM SUSPENSO
Alguns modelos de blocos para muro de arrimo vêm com pequenos nichos onde se podem cultivar flores e
outras plantinhas. Nesse caso, dispensam a impermeabilização, pois o sistema deve ficar úmido o tempo
todo.

PAREDE DE ENCOSTA E MURO DE ARRIMO


Garagem no subsolo, porão e muro encostado no solo do terreno vizinho são os alvos mais comuns daquela
umidade que chega com um empurrãozinho da terra. “Para ficar 100% livre do bolor, o melhor é usar os
sistemas flexíveis na face da parede que toca o solo”, diz Jefferson Gabriolli. Isso exige um corte
cuidadoso no terreno vizinho. Nem tente colocar uma manta ou membrana pelo interior da construção – a
umidade empurraria o material, descolando-o. Se a obra estiver terminada ou não for possível cortar o
terreno devido a sua alta inclinação, uma solução seria aplicar cristalizantes e hidrofugantes do lado de
dentro. “Mas o resultado fica só 70% satisfatório”, avisa Gabriolli.
TIRA–DÚVIDAS
O revestimento de madeira é uma alternativa quando a parede descasca a 50 cm do solo? E o lambri
de PVC?
“Se o foco de umidade não for sanado,a madeira apodrece”, afirma o arquiteto Sérgio Pousa,consultor e
projetista de impermeabilização. Em casos assim, provavelmente o problema vem do solo. Já o
revestimento de PVC é impermeável, “mas a umidade pode brotar entre as juntas,assim como aconteceria
se as paredes fossem revestidas de cerâmica”, pontua.

Minha casa tem fachada de tijolinho. O que devo fazer para protegê-la da umidade?
O tijolo, assim como as pedras naturais, são revestimentos porosos e tendem a absorver água. “É
importante pulverizar a superfície com um produto hidrófugo”, recomenda Eliene da Costa, da Otto
Baumgart, em São Paulo. “Há também soluções arquitetônicas,como beirais largos,que resguardam essas
paredes da água da chuva”, diz. Mas atenção: esse tratamento não elimina a necessidade de
impermeabilizar o alicerce.

Textura sana a umidade nas paredes? E massa corrida?


“Em alvenarias não impermeabilizadas,a umidade chega até a textura ou a massa e pode danificá-las”,
afirma Josias Marcelino da Silva, químico da Divisão de Engenharia Civil do IPT. Alguns acabamentos desse
tipo trazem hidro-repelentes na composição, porém eles só protegem contra respingos.

3.Piscina e Reservatório

PROTEÇÃO PARA UM MERGULHO SEM FURO


O mundo da impermeabilização, se divide entre os produtos do sistema rígido e do sistema flexível.Qual
deles vai nadar na sua piscina? Para um resultado 100% confiável, recomenda-se o uso de ambos, ao mesmo
tempo, principalmente em tanques com mais de 20 mil litros d’água, ou seja, cerca de 10 x 2 m , com 1 m de
profundidade. Os flexíveis, neste caso, são as mantas. Pré-fabricadas, elas garantem uma camada
protetora uniforme – entre 4 e 5 mm – e, melhor, resistente a impactos. Isso vale ouro na obra, pois
pequenos incidentes, como queda de material, não a danificam. Elas também acompanham leves
movimentações do berço sem rachar. Mas, como a manta não suporta a umidade do solo (e com a ação dos
lençóis freáticos pode até descolar), ela só deve ser aplicada em berços que tenham recebido algum
produto do sistema rígido (argamassas impermeabilizantes). Há, sim, casos em que um sistema dispensa o
outro. Por exemplo: nas piscinas elevadas (veja ilustração), quando houver certeza de que não existe
umidade vinda de fora para dentro do tanque, pode-se abdicar das argamassas impermeabilizantes e ficar
só com as mantas. Já nas piscinas enterradas (veja ilustração) com berço de concreto (veja ilustração),
quem está dispensada é a manta, segundo a norma NBR 9575/2003. Mas, na prática, poucos construtores
se arriscam a seguir essa instrução. Para eles, não há como garantir que a estrutura seja tão bem
executada que não sofra fissuração, pois é difícil controlar a qualidade da concretagem e o tempo de cura.
“Fica mais caro investir num concreto dessa qualidade que apostar no uso das mantas ”, comenta o
engenheiro civil Lourenço Granato, da Casa Seca Impermeabilizações, de São Paulo. Por isso mostramos a
combinação dos dois sistemas, que gera um custo de apenas 3% do valor total da piscina. Só não requerem
proteção as piscinas de fibra e de vinil, materiais impermeáveis. Mesmo assim, atenção: se a sua piscina
for de vinil, mas o terreno tiver lençol freático, você vai precisar usar os dois sistemas de
impermeabilização.

POSIÇÕES NO TERRENO

ELEVADA

São os tanques que não ficam totalmente enterrados. Por exemplo, modelos instalados no térreo com
garagens no subsolo ou erguidos em terreno inclinado com uma lateral sem contato com a terra. Sempre
pedem proteção flexível.

ENTERRADA

O nome já diz tudo – as laterais e a base da piscina ficam apoiadas no solo. São os tipos mais comuns em
residências. Cava-se um buraco para construí-la e a impermeabilização dependerá do tipo de berço
escolhido.

TIPOS DE BERÇO
CONCRETO ARMADO

A estrutura moldada na obra com armação de ferro tem alta resistência. Prefira concreto usinado, para
ter massa mais homogênea. Se for enterrada em solo firme, pode receber proteção apenas com
argamassas do sistema rígido.

ALVENARIA MISTA

As paredes são erguidas com tijolos ou blocos (alvenaria) intercalados com cintas e pilares de concreto
armado. Costuma sair mais em conta que o tanque feito totalmente de concreto. Sempre requer
impermeabilização flexível.

APLICAÇÃO DA MANTA EXIGE CUIDADOS


Já sabemos que a manta é presença garantida em quase todas as piscinas. Mas sua colocação e os detalhes
que antecedem esse momento são decisivos para garantir estanquidade absoluta. Primeiro, é preciso cortar
possíveis pontas da armação do concreto que tenham ficado aparentes, pois elas podem furar a manta,
segundo o engenheiro civil Daniel Wertheimer, da Viapol, em São Paulo. Depois começa a regularização. Em
cima da regularização aplica-se uma camada de 0,5 cm de argamassa impermeabilizante – pode ser a
cristalizante ou a polimérica. Ainda não chegou a hora da manta. Antes, ralos, retornos, aspiração e
dispositivos de iluminação devem estar chumbados e com os reforços de impermeabilização já executados.
Esses pontos costumam dar bastante problema.
Quando todos os pontos estiverem prontos, aplica-se primer, espécie de tinta asfáltica que sela a
superfície, garantindo a boa aderência da manta. Os fabricantes recomendam caprichar no seu consumo –
em média 360g por m². Respeite o tempo de secagem de quatro a 12 horas (deve estar seco ao toque).
Quando a manta for colocada sobre a tinta, o maçarico vai aquecer os dois produtos, que serão fundidos.
Por isso, o correto é comprar ambos de uma mesma marca. Como as mantas têm largura de no máximo 1 m,
o instalador deve respeitar à risca a sobreposição de 10 cm nas emendas e também no encontro entre duas
paredes ou entre a parede e o piso. Isso é um reforço para que a proteção não se rompa no caso de a
estrutura se movimentar. “Os 10 cm representam boa margem de segurança, determinada pela norma de
mantas, a NBR 9952/98 ”, diz o engenheiro civil André Fornasaro, da Contrim Engenharia, de São Paulo.
Além disso, o aquecimento deve ser suficiente para que as pontas se unam, evitando infiltrações futuras. A
finalização, feita com uma colher de pedreiro bem quente, chama-se biselamento e arremata essa
sobreposição.
REGULARIZAÇÃO
Essa camada de 2 cm de argamassa deixa o berço bem lisinho e nivelado. Ela é feita sem cal. “A cal pode
desidratar os produtos do sistema rígido, que você aplica depois, impedindo a sua cura e fazendo até com
que eles se destaquem”, explica a arquiteta Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP. O
recomendado, portanto, é usar só cimento e areia, na proporção 3:1. Faça um acabamento arredondado nos
cantos entre piso e parede – meia-cana (ilustração abaixo). “Esse encontro sofre muita tensão devido ao
peso da água, e com essa estratégia diminuímos o risco de fissura ou rachadura”, explica o engenheiro civil
Daniel Wertheimer.

TEST-DRIVE
Há dois testes que devem ser feitos antes da finalização da piscina. O primeiro, de carga, não é
obrigatório e, portanto, muita gente o deixa de lado. Exija-o de seu instalador. “Assim que o berço ficar
pronto, antes de fazer a regularização, encha-o de água por 72 horas. Depois esvazie e verifique se
ocorreram fissuras”, ensina Leonilda Ferme. Eventuais problemas poderão ser consertados antes da
colocação da manta. Além do mais, o peso da água fará o berço movimentar e se acomodar – é bom que isso
ocorra antes da impermeabilização. O segundo teste, de estanquidade, é obrigatório. Logo após a colocação
da manta, enche-se novamente o tanque por 72 horas. Se o nível continuar o mesmo, a impermeabilização
está aprovada. Só então a piscina é esvaziada e começa-se a preparação para colocar o revestimento. Em
ambos os testes, evite desperdício de água, planejando sua reutilização. Tenha consciência ecológica.

ANTES DA MANTA, UM REFORÇO NECESSÁRIO


“A boa impermeabilização prima pelos detalhes ”, afirma o engenheiro civil Paulo Sérgio Oliveira, da Sika,
de São Paulo. A frase nos faz lembrar que a água é danada – ela está sempre procurando um caminho por
onde passar. No caso das piscinas, ela não perdoa as microfrestas ao redor de ralos, retornos, aspiração e
luminárias (identifique a posição convencional desses itens na ilustração abaixo). Como vimos
anteriormente, quando chegar a hora de colocar a manta, a área em torno dos equipamentos já deve estar
muito bem impermeabilizada. Compre os dispositivos antes de começar a fazer o berço, preferindo os
modelos com conexões rosqueáveis, que apresentam melhor fixação à estrutura, e de metal, pois são mais
resistentes ao calor do maçarico (usado para colar a manta). Quando o berço começar a ser montado, siga
a orientação do engenheiro civil Gilmar Camera, da Camera Engenharia, de São Paulo: “Quando faço a
concretagem, as tubulações já estão posicionadas em seus devidos lugares.” Depois da cura do concreto, o
instalador usa talhadeira para fazer um rebaixo de 40 x 40 cm e 1 cm de profundidade ao redor dos ralos,
retornos e aspiração ou a partir de 22 cm ao redor dos dispositivos de iluminação (direita). Daí vem o
primer. Só então preenche-se o rebaixo com duas camadas de manta. Repare, nas ilustrações, na presença
dos mastiques, que selam o espaço entre manta e dispositivos mesmo se houver movimentação nesses
pontos. Sobre a manta, faz-se um chapisco para começar a aplicação da argamassa de proteção mecânica
estruturada com tela plástica ou galvanizada. Atenção: “Passam-se 3 cm de espessura de proteção
mecânica e só então coloca-se a tela, pois se ela estiver muito junto da manta a camada de proteção pode
se destacar com o tempo, estragando manta e revestimento”, adverte a engenheira química Maria Amélia
Silveira, de São Paulo. Essa argamassa estruturada deve preencher todas as paredes do tanque e subir nas
bordas, avançando 50 cm sobre o piso ao redor da piscina – isso funcionará como uma ancoragem para todo
o revestimento. O fundo da piscina dispensa a tela, portanto os ralos têm impermeabilização idêntica à dos
retornos, mas sem o estruturante na camada de proteção.
Onde ficam os dispositivos

TIRA-DÚVIDAS

Como faço para instalar iluminação depois que a piscina ficou pronta?
Quem cometeu a falha grave de não prever antes os pontos de iluminação deverá esvaziar a piscina, retirar
o revestimento nos pontos da no a instalação e cavar a argamassa até encontrar a impermeabilização.
“Elimine a proteção num raio de 5 cm ao redor do local onde o dispositivo será instalado. Encaixe os tubos
e reimpermeabilize com os mesmos produtos da impermeabilização original”, recomenda o engenheiro civil
André Fornasaro, de São Paulo. Não se esqueça dos mastiques.

O nível da água está baixando. Como se localizam os vazamentos?


Observe em que altura o vazamento se estabiliza. “Na maior parte dos casos, o problema se situa ao redor
dos pontos de tubulação ou de iluminação”, diz o engenheiro civil Danilo Oliveira, da Sika, de São Paulo. Se
a estrutura de concreto do berço tiver sido mal executada e trincar, principalmente nos encontros entre
pisos e paredes, também podem ocorrer vazamentos que a impermeabilização não conseguiria deter. Nesse
caso, será preciso consertar a estrutura e reimpermeabilizar.

Os azulejos estão descolando. Isso é culpa da impermeabilização?


Nem sempre. “Até dez anos atrás, não tínhamos os rejuntes flexíveis e, por isso, é relativamente comum
encontrar piscinas antigas com os azulejos descolando ”, conta o engenheiro paulistano Gilmar Camera. As
argamassas utilizadas eram rígidas e não acompanha movimentação dos acabamentos. Mas também é
possível que a proteção mecânica das paredes não tenha sido estruturada e esteja caindo ou, ainda, que
tenha havido falha na impermeabilização e a umidade do solo esteja empurrando a manta.

ÁGUA DE CHUVA
Sua idéia é fazer um tanque para armazená-la?
Recomenda-se que ele seja de concreto, com tampa. Normalmente fica na laje de cobertura, pois assim a
gravidade manda água até as torneiras, dispensando bomba. Deve ser impermeabilizado com argamassa
polimérica, que acompanha eventuais fissuras da estrutura. Três demãos desse produto, aplicadas em
sentidos cruzados, garantem a proteção.
ÁGUA BEM PROTEGIDA NOS PRÉDIOS
Prédios têm reservatórios no subsolo que garantem o abastecimento por até dois dias. Esses tanques
costumam ser de concreto e sua construção segue a norma NBR 5626/98 – ele deve ser erguido como uma
caixa sem tampa com duas pequenas janelinhas. É por elas que o instalador entra para aplicar membranas
de polímeros e cimento flexíveis, passadas com broxa. Usar manta é uma opção. Porém, como o instalador
trabalha enclausurado, há necessidade de garantir a renovação do oxigênio durante a instalação no interior
do reservatório com uma espécie de ventilador .“As emulsões asfálticas podem contaminar a água, por isso
estão descartadas ”, diz Rolando Infanti, da Betumat, de Salvador.

POR DENTRO DO RESERVATÓRIO

4. Telhado e laje de Cobertura.

FIQUE LIVRE DAS GOTEIRAS


Como é a cobertura da sua casa? Se você tem laje, mesmo que protegida por um belo telhado, precisa
investir em impermeabilização. Assim, ainda que a água infiltre por uma telha trincada ou desencaixada,
as gotículas não vão passar da laje – e você estará livre de manchas de bolor e pinga-pinga. Se você usa a
laje de cobertura como terraço ou solário – e, portanto, ela fica descoberta –, redobre a atenção. A água
vai incidir diretamente sobre a superfície e, nesse caso, além das indesejáveis goteiras, a umidade pode
penetrar na estrutura, corroer o ferro e colocar a obra em risco. Embora o concreto tenha aquele
aspecto forte e impenetrável, ele sempre apresenta fissuras – a maioria nem se vê a olho nu. “A laje
também protege outras estruturas da casa, como as paredes”, completa o engenheiro civil carioca João
Jordy. Vimos que o sistema mais indicado para impermeabilização de superfícies que se movimentam,
como as lajes, é o flexível, porque ele acompanha esse vai-e-vem. Uma alternativa são as mantas,
indicadas para áreas com mais de 20 m² – há alguns tipos com diferentes características. Já as emulsões
são de fácil aplicação. Dependendo do produto, você terá de assentar argamassa para salvaguardá-lo das
intempéries (proteção mecânica).
A LAJE SE MOVIMENTA
Expostas a frio e calor, laje e parede se mexem. Com isso, o concreto pode rachar. Aí, o caminho está
livre para a água.

MANTA ASFÁLTICAMANTA ASFÁLTICA COMMANTA ASFÁLTICA


No caso de áreas com mais de 20m²,GRÂNULOS MINERAISALUMINIZADA
as mantas têm bom rendimento naIndicada para lajes sem trânsitoO alumínio reflete os raios solares,
aplicação. Avalie se há muitos ralos ede pessoas. Os grãos de granita oulivrando a manta desse desgaste.
antenas, pois seus arremates tomamardósia protegem a massa asfálticaPor tabela, melhora o conforto
tempo. Pede camada de proteçãodo sol, dispensando a argamassa detérmico da casa. Também não
mecânica. proteção mecânica. requer proteção.

MEMBRANA ASFÁLTICAMEMBRANA ASFÁLTICAMEMBRANA ACRÍLICA


A FRIOA QUENTEAplicada como tinta, é indicada para
Aplicadas como se fossem pintura,Requer time bem treinado paralajes sem trânsito de pessoas. Como
as emulsões e soluções são práticasexecutar o serviço, pois pede usonão resiste a empoçamento de água, o
em lajes pequenas ou se háde caldeira. Oferece melhorcaimento da superfície deve ser de
interferências, como antenas. Sobreproteção que os tipos a frio e vai2% em direção ao ralo. Não pede
elas, é preciso argamassa debem em áreas pequenas. Exigeproteção.
proteção. proteção.

RESTO DE MATERIAL
Após a aplicação, os produtos que sobrarem podem ser guardados para eventuais emendas e reaplicações
– mas isso só enquanto eles estiverem dentro da data de validade. Vencido esse prazo, descarte-os. No
caso das mantas asfálticas, o cuidado é com o armazenamento. As bobinas devem ficar em pé para evitar
deformações.

MANTAS ASFÁLTICAS: NÃO TEM ERRO


No quesito confiabilidade, elas ocupam o topo da lista. É que, pré-fabricadas, oferecem maior garantia de
qualidade e de uniformidade. Por exemplo, ao comprar um modelo de 4 mm, certamente toda a extensão
do pano terá a mesma espessura. Outra vantagem é o rendimento do serviço. A aplicação de uma bobina
cobre 8,70 m² e é feita em 30 minutos, por dois aplicadores experientes, numa laje sem interferências.
Além disso, não é preciso esperar a secagem do material, como no caso das membranas. Mas o sistema
tem um calcanhar-de-aquiles: a mão-de-obra deve ser bem treinada. Como escolher? Peça indicação aos
fabricantes ou busque os filiados ao Instituto Brasileiro de Impermeabilização (www.ibibrasil.org.br). A
garantia do serviço é de pelo menos cinco anos. Mas a vida útil da proteção com manta pode completar 25
primaveras, dependendo da quantidade de camadas e do tipo de produto especificado, segundo a arquiteta
Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP. Muita atenção ao acabamento dos ralos – o reforço
deve ser feito antes da aplicação completa da manta.
ANTENADO
Antes de impermeabilizar, deixe a tubulação de metal (por onde passará o fio da antena de TV ou o pára-
raios) chumbada na laje e reforce com dupla camada de manta ao seu redor, como na ilustração.

DETALHES DE ACABAMENTO
A manta deve subir 30 cm e ficar embutida na parede. Depois, recebe argamassa estruturada. O topo da
platibanda (mureta) pede proteção: se escorrer água por trás da manta, o produto descola.

PRIMEIRO CUIDE DOS RALOS


PASSO 1 PASSO 2

Enrola-se um canudo de manta, que deve Com um estilete, cortam-se tiras na porção da manta que
ficar 10 cm para dentro do cano e outros 10 ficou na superfície e faz-se o biselamento. Nessa etapa, a
cm para fora. Com uma colher de pedreiro manta se parece com uma flor, por isso o arremate é
aquecida, coleta manta da parte inferior chamado de margarida.
(processo de biselamento).

PASSO 3 PASSO 4
Recortar mais um quadra do de manta (40 cm), e sobrepô-lo ao Empurram-se as pontas (fatias de pizza)
ralo. Com estilete, divide-se o centro como se fossem fatias de para dentro do cano e faz-se o seu
pizza. O diâmetro da área trabalhada deve coincidir com a biselamento com a colher de pedreiro
abertura do ralo. aquecida. Só então pode-se iniciar a
impermeabilização do resto da laje.
CANTOS ARREDONDADOS E PRIMER
Na hora de regularizar a laje,peça ao pedreiro que deixe um caimento de 1% em direção ao ralo. No
encontro entre laje e mureta, o canto precisa ficar arredondado. Quando a superfície estiver lisa e limpa,
passe o primer, essencial para a manta aderir ao concreto. Prefira aqueles à base de solvente, que
costumam trazer melhor resultado.

A TODA PROVA
Como nas piscinas, aqui também tem teste de estanquidade. Cola-se um pedaço de asfalto nas aberturas
dos ralos, enche-se a laje com uma lâmina de 5 cm de água e esperam-se 72 horas. Se o nível da água
descer, é sinal de vazamento. Também vale procurar manchas de umidade no teto pelo interior da casa.
“Assim se detectam falhas nas emendas ”,explica a engenheira civil Eliene Ventura, da Otto Baumgart, de
São Paulo.

MOLDADA NA OBRA, EMULSÃO É PRÁTICA


Aplicadas como tinta, as membranas são alternativas boas quando a área é pequena, menos de 20 m², ou
tem muitas interferências – vários ralos e entradas para antenas. A impermeabilização pode ser feita com
asfalto derretido, soluções asfálticas, emulsões acrílicas e asfálticas. Todas resultam em espessura final
com cerca de 4 mm após várias demãos. As emulsões acrílicas e asfálticas são à base de água e, por isso,
atóxicas. Somada à fácil aplicação, essa característica faz delas as queridinhas dos aplicadores de
primeira viagem. No entanto,é comum esses mesmos iniciantes serem generosos em cada demão, para
chegar logo à espessura final. Erro crasso. Assim, eles propiciam a formação de bolhas, pontos frágeis
para rompimento. É preciso cuidar também do intervalo entre as aplicações – a camada anterior deve
estar totalmente seca ao toque. “Em média, aplicam-se duas demãos num dia”,diz o químico Rolando
Infanti,da Betumat,de Salvador. Pronta, a membrana pede proteção mecânica e, sobre ela, vem o
revestimento. Se você quiser que essa argamassa seja o acabamento,ela deve ser feita com traço de 1:5
(areia e cimento) e espessura de 4 cm. Para evitar trincas, deixam-se sulcos desenhando quadrados de
1,50 m. Depois,esses sulcos são preenchidos com uma mistura de partes iguais de emulsão e areia.

PRIMEIRO CUIDE DOS RALOS


PASSO 1 PASSO 2 PASSO 3

A superfície – regularizada – deve Cerca de 30 minutos depois, Após a secagem total (12 horas), uma
estar com uma demão de primer. desenrola-se a tela que servirá de nova demão é aplicada em sentido
Então, com uma broxa ou trincha, estruturante. Siga as perpendicular ao anterior. Depois que
faz-se a primeira camada da recomendações do fabricante da ela seca, passa-se mais uma demão.
emulsão, em pinceladas sempre no emulsão na escolha da tela, pois há Isso é feito até se chegar ao consumo
mesmo sentido. muitos tipos no mercado. total por m² .
PASSO 4

Se houver muretas ou platibandas,a


emulsão deve cobri-las. Depois de a
membrana estar pronta,faz-se a camada
separadora (filme de polietileno ou papel
kraft), a proteção mecânica e assenta-se o
revestimento.

ARREMATE DO RALO

TELA
Depois da primeira demão, colocar a tela (estruturante).

PINTURA
A seguir, aplica-se novamente a emulsão ao redor da abertura.

CONTROLE DE ESTOQUE
Uma dica aos que forem fiscalizar a obra: verifique na embalagem a quantidade de material exigida em
cada etapa e o libere em parcelas. Somente depois do período de secagem, cerca de 12 horas, forneça mais
um lote de produto, garantindo que intervalos e quantidades sejam respeitados.

DUPLA DINÂMICA
Quer uma superproteção? Se não houver trânsito de pessoas sobre a laje, use a emulsão acrílica e a
asfáltica juntas, com vantagens. A primeira a ser aplicada é a asfáltica, em seis demãos (4 mm). Em vez de
argamassa, duas demãos (0,5 mm) de emulsão acrílica servem de proteção mecânica. Além de resistente, a
associação melhora o conforto térmico porque o acabamento é branco e reflete os raios solares.

MAIS UMA PROTEÇÃO PARA A COBERTURA


Dispensou a impermeabilização da cobertura porque havia um telhado sobre ela ou simplesmente não havia
laje? O ideal, nesses dois casos, é usar a sub cobertura. “Ela é um sistema complementar”, define a
engenheira Lilian Gelio, da Dryko, de Guarulhos, SP, “e funciona como barreira extra para a água que se
infiltrar pelas telhas”. Também bloqueia insetos e atenua ruídos externos. Pode ser de polietileno ex-
pandido, não-tecido de polietileno, papel aluminizado ou massa asfáltica. Quem define o melhor tipo para o
seu caso é o engenheiro ou o telhadista, pois cada modelo oferece uma qualidade específica. Outra
recomendação: deixe espaço de 2 a 3 cm entre a subcobertura e o forro para se formarem colchões de ar
que melhoram o isolamento térmico.
ONDE FICA A SUB COBERTURA

TIRA–DÚVIDAS
A impermeabilização pede manutenção?
Depende do sistema utilizado. Se você optou por emulsão acrílica, os especialistas recomendam três novas
demãos do produto a cada três anos. Como esse produto fica exposto (sem argamassa de proteção
mecânica), a reaplicação não exige quebra-quebra. Já no caso das mantas e das demais membranas, só
haverá conserto se aparecer algum problema. Como quase todos os outros sistemas ficam sob a argamassa,
fique de olho nela – aparecendo trincas ou desgastes, reforce-a. “Mas, se houver vazamentos, é melhor
remover tudo e realizar o serviço novamente”, aconselha o engenheiro civil Danilo Oliveira, da Sika, de São
Paulo.

Como posso proteger o telhado?


Além das mantas e subcoberturas, existem os hidro-repelentes, que podem ser passados diretamente
sobre as telhas. “São substâncias à base de silicone, que impedem que a cerâmica absorva água”, explica o
engenheiro civil Daniel Wertheimer, da Viapol, de São Paulo. Eles não evitam as goteiras, mas protegem a
telha contra o bolor.

Vou colocar cerâmica na laje. Mesmo assim, preciso de impermeabilização?


Sim, respondem, em coro, os especialistas da área. “Apesar de terem baixa absorção de água, cerâmica e
rejunte não impermeabilizam a superfície”, explica o engenheiro civil Marcelo Ming, da Lwart, de Lençóis
Paulista, SP. Aliás, não há revestimento que substitua essa proteção. Quanto ao sistema mais adequado, a
regra se mantém. Expostas às intempéries, essas estruturas são altamente sujeitas a fissuras, uma vez
que seus materiais ficam à mercê das mudanças de temperatura e sofrem dilatação constantemente.Os
melhores produtos, nesses casos, são os flexíveis – mantas e membranas –, pois eles suportam esse vai-e-
vem sem se romper.

QUAL É MELHOR?
Conte com a ajuda de um profissional para escolher o material de subcobertura que mais combina com seu
telhado. Por exemplo, se você quer reduzir o calor, recomendam-se os tipos que possuem face aluminizada.
As de não-tecido barram a entrada de água, mas deixam o vapor sair por microporos – assim, o ar dentro
da casa não fica impregnado de umidade.

TIPOS
1.Papel aluminizado
2.não-tecido de polietileno
3.polietileno expandido
5. Cozinha, Banheiro, área de serviço, varanda e jardineira

CERQUE OS PONTOS CRÍTICOS DA CASA


Quem mora em prédio sabe: vazamento traz a maior chateação. Seja você a vítima ou o culpado. E o
cenário são sempre banheiros, cozinhas e lavanderias, que – não por acaso – também são chamados de
áreas molhadas. Alguns construtores estão dispensando a proteção desses locais pois consideram que eles
não deveriam ser lavados. Mas nem sempre isso fica claro para o comprador do imóvel. Em banheiros,
mesmo as paredes pedem cuidado, pois estão sujeitas à água de percolação – aquela que escorre pela
parede depois do seu banho. Essas superfícies devem ser protegidas até, no mínimo, 1,90 m de altura,
conforme a norma brasileira NBR 9575/2003. Os materiais do sistema flexível são os mais recomendados,
segundo a arquiteta Leonilda Ferme, da Denver Global, de Suzano, SP. Manta ou membrana? Depende. Só
um profissional pode avaliar se a estrutura se movimenta demais – e, portanto, pede mantas asfálticas – ou
se há muitos pontos de tubulação passando pelo piso – exigindo o uso de membranas, que, moldadas in loco,
dispensam recortes. Em áreas menores, a argamassa polimérica também é uma opção.

BANHEIRO COM MEMBRANA

Opção com manta

Opção com argamassa

Fama de fácil
Materiais rígidos são proibidos na proteção dos banheiros? Não. A argamassa polimérica faz sucesso na
impermeabilização dessas áreas. Além de ser fácil de aplicar, tem a vantagem de não aumentar a espessura
do piso. Sua camada é de no máximo 2 mm e sobre ela pode-se assentar o revestimento diretamente, sem
utilização de argamassa de proteção mecânica. Porém, lembre-se: ela é rígida. Se ocorrer fissura na laje
entre o seu apartamento e o do vizinho de baixo, tchau, tchau, proteção.
Porta de boxe
É comum danificar a impermeabilização durante fixação da porta do boxe. Recomende ao instalador que
restrinja os parafusos às paredes para não furar o piso. A proteção também sofre quando o morador
decide mudar as tubulações de lugar durante a obra ou em uma reforma – sempre que fizer tais
alterações, peça novo projeto de impermeabilização.

Ralo da banheira
Antes de usar a manta ou a membrana na base e na parede ao redor da banheira, proteja o ralo de
escoamento, que fica sob ela, ao redor de tubulações de hidráulica – e elétrica, no caso da hidromassagem
– faça um reforço com cimento asfáltico elastomérico. Isso vale para apartamentos e para sobrados com
banheiros no piso superior.

CUIDADOS NOS RALOS E VASO SANITÁRIO


Na linguagem da impermeabilização, as tubulações que atravessam a superfície protegida se chamam
interferências. Normalmente são os ralos e o tubo que dá vazão à descarga do vaso. Para ter 100% de
proteção, você deve exigir que o caimento do piso seja de 1% em relação ao ralo. Em seguida, o aplicador
precisa caprichar no arremate ao redor desses pontos. O jeito certo de fazer isso depende do tipo de
impermeabilizante escolhido. Como você já sabe, os sistemas flexíveis (asfálticos) são mais convenientes
nos banheiros, mas, se optar pela argamassa polimérica, não economize nos mastiques – esses produtos
flexíveis, de poliuretano ou silicone, evitam que se formem fissuras no encontro entre os diferentes
materiais.

Opção com membrana

Opção com argamassa

PASSO 2 PASSO 3
Envolva o cano com a manta. aqueça Use mais um pedaço de manta e
PASSO 1
as tiras, com maçarico, e cole-as no faça um recorte para que ela se
Separe um pedaço de manta que
chão (que deve estar com primer). encaixe no cano. Cole-a com
envolva o cano, com largura de 60 cm.
maçarico.
Com um estilete, corte tiras de 30
cm.
Para os sobrados
Na construção de casa com dois ou mais pavimentos, a tubulação de hidráulica deve ser posicionada na laje
ainda na fase de concretagem. Se você não fez isso, chumbe os canos com graute, mistura mais fluida de
pedriscos e concreto. Execute a impermeabilização e, depois de o serviço pronto, exija o teste de
estanquidade. Ele é feito assim: tampam-se os canos e ralos, coloca-se água a 2 cm de altura e esperam-se
72 horas para saber se a estrutura e a proteção não apresentam vazamentos. Só então coloque o
revestimento.

Jeitos de fazer
Já vimos como arrematar ralos com manta e membrana asfáltica. Se você elegeu a argamassa polimérica, o
acabamento consiste na colocação de um véu de poliéster (estruturante) entre duas demãos do produto,
como na ilustração abaixo.

Para facilitar a vida dos aplicadores, duas empresas de tubos e conexões, a Tigre e a Akros, lançaram um
dispositivo que fica abaixo do ralo e ampara a impermeabilização com manta (foto abaixo).

PISO É FOCO NA ÁREA DE SERVIÇO E COZINHA


Nesses ambientes, as paredes dispensam proteção, pois a ação da umidade não é tão intensa como nos
banheiros. Mas cabe impermeabilizar o piso dessas áreas – principalmente se você gosta de lavar tudo com
baldes de água. Nem sempre, porém as construtoras fazem isso. Na hora de comprar apartamento,
verifique no memorial descritivo se a proteção está apenas ao redor dos ralos e tubos ou em toda a
extensão das áreas molhadas. Esse poderá ser o diferencial que determinará sua compra. Também é
importante saber que material foi utilizado, pois em caso de reparos deve-se reaplicar o mesmo tipo de
produto. Nas reformas, não se esqueça do teste de estanquidade, recomenda o engenheiro civil Danilo
Oliveira, da Sika, de São Paulo.
Como já aprendemos, numa casa térrea o problema que atinge o piso da cozinha e da área de serviço é a
umidade ascendente. A impermeabilização deve ser feita no alicerce – manta ou membrana asfáltica no
radier e nos baldrames; no caso de sapatas corridas ou isoladas, usa-se cristalizantes ou hidrofugantes.

Olha o nível
Na hora de assentar o revestimento, os pedreiros marcam o nível, ou seja, batem dois pregos – um em cada
extremidade do cômodo – e passam uma linha de lado a lado. O engenheiro civil Daniel Wertheimer, da
Viapol, de São Paulo, ensina uma estratégia para evitar que eles furem a impermeabilização nesse
momento: peça que os pregos sejam batidos sobre pedacinhos de madeira e, depois, cole provisoriamente
essa madeira no piso usando um pouco de argamassa.

Troca de revestimento
Se decidir atualizar o piso de qualquer área molhada, considere também o custo de refazer a
impermeabilização. Não importa qual o sistema utilizado, é praticamente impossível retirar revestimentos
e contrapiso sem danificar a proteção contra umidade. De preferência, reaplique os mesmos produtos
usados originalmente.

Vedantes
Sele o vão entre bancada da pia e parede com silicone. Dê preferência àqueles aditivados com fungicida,
que impedem o aparecimento de bolor.

PRESERVE VARANDAS E FLOREIRAS


Eis dois pontos que pouca gente se lembra de impermeabilizar. E, aí, depois de uma chuva ou de um tempo
de uso, a água penetra na estrutura. O resultado pode ser manchas na parede (em que está a floreira) ou
pinga-pinga sob a varanda. Para evitar contratempos, use produtos do sistema flexível nos dois casos.
Ambas as situações estão muito suscetíveis a trincas devido à exposição ao sol e à chuva – a variação de
temperatura as leva a contrair e a dilatar, provocando as famigeradas rachaduras.
A situação é ainda mais crítica nas estruturas em balanço, como em algumas das sacadas. Entre os
produtos que suportam esse vai-e-vem, existe uma preferência pelas membranas asfálticas moldadas na
obra, pois normalmente essas áreas são pequenas. No caso das mantas, os operários necessitariam de
ferramentas especiais, como maçaricos e espaço para fazer a aplicação. Também vale cuidar do caimento
do piso – que deve ser em direção ao ralo, caso contrário, a água da chuva escorre para o piso de salas e
quartos. Impermeabilize também a soleira das portas de acesso ao interior do apartamento.
Floreiras e jardineiras têm impermeabilização diferente devido aos seus tamanhos. Mas ambas pedem
sistema de drenagem. Nas primeiras, que são menores, use membrana asfálticas. Já nas jardineiras, eleja
mantas do tipo anti-raiz. É importante que o projeto de paisagismo preveja flores e arbustos sem raízes
profundas para não forçar a impermeabilização. Assim não tem erro.

COMO PROTEGER A SACADA

Ralo da floreira

Dreno da jardineira

Você também pode gostar