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PREPARATÓRIA
PC-PR
INVESTIGADOR E ESCRIVÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE
INFORMÁTICA
RACIOCÍNIO LÓGICO
NOÇÕES DO ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO PROCESSUAL PENAL
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR
POLÍCIA CIVIL
DO ESTADO DO PARANÁ
Língua Portuguesa
Economia e Demografia Paranaense
Informática
Raciocínio Lógico
Noções do Estatuto da Polícia Civil
Direito Penal
Noções de Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Processual Penal
Legislação Especial
2016 FOCUS CONCURSOS
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a
repro-dução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da
editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos,
microfílmicos, fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como
às características gráficas.
DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath
PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
05
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
Willian Brognoli
CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski
DIREÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira
REVISÃO
Vítor Matheus Krewer
NÍVEL SUPERIOR
Conhecimentos Gerais e Específicos
Publicado em Junho/2016
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, dar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em
Este material foi concebido para que você tivesse questões corretas e aprovações em concursos.
a oportunidade de entrar em contato com os conteú-
dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Bons estudos!
Muito esforço foi empregado para que fosse possível
chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta.
Na verdade, esse material é o resultado do trabalho
dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à
preparação de candidatos para a realização de concur-
sos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemáti-
co com o que está neste livro. Dito de outra maneira:
você não deve pular partes deste material, pois há uma
ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado.
Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-
nha dos textos será fundamental (serão fundamentais
em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-
na.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-
curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-
jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu
sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração
e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos
aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu-
PROFESSOR
Pablo Jamilk
PROPOSTA DA APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE
ESCRIVÃO E AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARANÁ
O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame da PC-PR
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos
didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecio-
nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática
e objetiva.
RACIOCÍNIO LÓGICO
LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão de estruturas lógicas. Lógica de argu-
Compreensão e interpretação de textos, com eleva- mentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.
do grau de complexidade, incluindo textos de divulga- Diagramas lógicos. Princípios de contagem e probabili-
ção científica. Reconhecimento da finalidade de textos dade.
de diferentes géneros. Localização de informações ex-
plícitas no texto. Inferência de sentido de palavras e/ NOÇÕES DO ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL
ou expressões. Inferência de informações implícitas Estatuto da Polícia Civil (Lei Complementar nº 14/82
no texto e das relações de causa e consequência entre e alterações posteriores). site www.pc.pr.gov.br
as partes de um texto. Distinção de fato e opinião so-
bre esse fato. Interpretação de linguagem não-verbal NOÇÕES DE DIREITO PENAL
(tabelas, fotos, quadrinhos etc). Reconhecimento das Infração penal: elementos, espécies. Sujeito ativo e
relações lógico-discursivas presentes no texto, marca- sujeito passivo da infração penal. Tipicidade, ilicitude,
das por conjunções, advérbios, preposições argumen- culpabilidade, punibilidade. Erro de tipo e erro de proi-
tativas, locuções etc. Reconhecimento das relações bição. Imputabilidade penal. Concurso de pessoas. Cri-
entre partes de um texto, identificando repetições ou mes contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes
substituições que contribuem para sua continuidade. contra a administração pública. 09
Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos
variados. Reconhecimento de efeitos de sentido decor- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
rentes do uso de pontuação, da exploração de recursos Direitos e deveres fundamentais: direitos e deve-
ortográficos e/ou morfossintáticos, de campos semân- res individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à
ticos, e de outras notações. Identificação de diferentes igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais;
estratégias que contribuem para a continuidade do nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos
texto (anáforas, pronomes relativos, demonstrativos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias
etc). Compreensão de estruturas temática e lexical dos direitos coletivos, sociais e políticos. Poder Legislati-
complexas. Ambiguidade e paráfrase. Relação de si- vo: fundamento, atribuições e garantias de independên-
nonímia entre uma expressão vocabular complexa e cia. Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia
uma palavra. de Estado e chefia de governo; atribuições e responsa-
bilidades do presidente da República. Defesa do Estado
ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE e das instituições democráticas: segurança pública; or-
Agricultura. Pecuária. Indústria. Exportação. Im- ganização da segurança pública. Ordem social: base e
portação. Turismo. Indicadores Demográficos e So- objetivos da ordem social; seguridade social; educação,
ciais. Etnografia. Concentração urbana e rural. Princi- cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação so-
pais centros urbanos. cial; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso.
Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU-1948).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquitetura e Organização de Computadores: NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Componentes. Periféricos; Internet: World Wide Web: Estado, governo e administração pública: concei-
Conceitos. Browser (Internet Explorer 7.0). Correio tos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e
Eletrônico: conceitos; Gerenciador de e-mail (Outlook princípios. Organização administrativa da União: admi-
Express 6.0); Vírus; BrOffice 3.1: BrOffice Documento nistração direta e indireta. Agentes públicos: espécies
Texto (Writer): Atalhos e barra de ferramentas; Modos e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo,
de seleção de texto; Formatação de texto; Formatação emprego e função públicos; regime jurídico único: provi-
de Parágrafos; Alinhamento; BrOffice Planilha (Cale): mento, vacância, remoção, redistribuição e substituição;
Atalhos e barra de ferramentas; Formatação de Dados; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabili-
Seleção de Células; Atributos de Caractere. dade civil, criminal e administrativa. Poderes adminis-
trativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.
Serviços públicos: conceito, classificação, regulamen-
tação e controle; forma, meios e requisitos; delegação:
concessão, permissão, autorização. Controle e respon-
sabilização da administração: controle administrativo;
controle judicial; controle legislativo; responsabilidade
civil do Estado.
10
LÍNGUA
PORTUGUESA
PROFESSOR
Pablo Jamilk
Professor de Língua Portuguesa, Redação e Redação
Oficial. Formado em Letras pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná. Mestre em Letras pela Universida-
de Estadual do Oeste do Paraná. Doutorando em Letras
pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Espe-
cialista em concursos públicos, é professor em diversos
estados do Brasil.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................................................... 15
Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5
Morfologia: classes de palavras............................................................................................................................................................................................................ 1 5
Artigo............................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 16
2. MORFOLOGIA.......................................................................................................................................................................................... 16
Adjetivo........................................................................................................................................................................................................................................................... 16
Classificação Quanto ao Sentido........................................................................................................................................................................................................... 16
Classificação Quanto à Expressão........................................................................................................................................................................................................ 16
Adjetivo x Locução Adjetiva................................................................................................................................................................................................................... 16
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19
Advérbio......................................................................................................................................................................................................................................................... 19
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19
Conjunção....................................................................................................................................................................................................................................................... 20
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 20
Preposição...................................................................................................................................................................................................................................................... 21
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 21
Pronome.......................................................................................................................................................................................................................................................... 21
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 24
Substantivo.................................................................................................................................................................................................................................................... 24
3. SINTAXE.....................................................................................................................................................................................................26
Sujeito.............................................................................................................................................................................................................................................................. 27
Predicado........................................................................................................................................................................................................................................................ 28
Termos Integrantes.................................................................................................................................................................................................................................... 28
Vozes Verbais................................................................................................................................................................................................................................................ 28
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 29
Tempos e Modos verbais.......................................................................................................................................................................................................................... 29
Formas Nominais do Verbo..................................................................................................................................................................................................................... 30
Complementos Verbais............................................................................................................................................................................................................................. 30
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 31
4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA....................................................................................................................................................................32 13
Antecedentes................................................................................................................................................................................................................................................. 32
Encontros vocálicos.................................................................................................................................................................................................................................... 32
Regras de Acentuação............................................................................................................................................................................................................................... 32
Alterações do Novo Acordo Ortográfico............................................................................................................................................................................................ 33
Questão Gabaritada................................................................................................................................................................................................................................... 33
6. CRASE.........................................................................................................................................................................................................37
Casos Proibitivos......................................................................................................................................................................................................................................... 38
Casos Obrigatórios..................................................................................................................................................................................................................................... 38
Casos Facultativos....................................................................................................................................................................................................................................... 39
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 39
7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL..............................................................................................................................................................39
Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ............................................................................................................................................................................... 40
Colocação Facultativa................................................................................................................................................................................................................................ 41
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 41
9. PONTUAÇÃO ...........................................................................................................................................................................................45
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 46
Ponto Final – Pausa Total......................................................................................................................................................................................................................... 46
Ponto-e-Vírgula – Pausa Maior do que uma Vírgula e Menor do que um Ponto Final.................................................................................................. 46
SUMÁRIO
10. ORTOGRAFIA.........................................................................................................................................................................................48
Definição......................................................................................................................................................................................................................................................... 48
Emprego de “E” e “I”................................................................................................................................................................................................................................... 48
Empregaremos o “I”................................................................................................................................................................................................................................... 49
Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/...................................................................................................................................................................................... 49
Emprego do SC............................................................................................................................................................................................................................................. 50
Grafia da Letra “S” com Som de “Z”..................................................................................................................................................................................................... 50
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 5 1
1. COMO ESTUDAR LÍNGUA mais simples para construir uma base sólida para a re-
flexão sobre a Língua Portuguesa.
PORTUGUESA
Artigo: termo que particulariza um substantivo.
Introdução Ex.: o, a, um, uma.
A parte inicial desse material se volta para a orienta- Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica
ção a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis- a origem de outro.
ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos Ex.: interessante, quadrado, alemão.
necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja
produtiva. Vamos ao trabalho! Advérbio: termo que imprime uma circunstância
Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % sobre verbo, adjetivo ou advérbio.
do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re- Ex.: mal, bem, velozmente.
gras gramaticais.
Prática: recomendo que você faça exercícios em Conjunção: termo de função conectiva que pode
40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que criar relações de sentido.
conhecer o inimigo, ou seja, a prova. Ex.: mas, que, embora.
Leitura: recomendo que você use os outros 30% para
a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá Interjeição: termo que indica um estado emotivo
problemas com interpretação na prova. momentâneo.
Ex.: Ai! Ufa! Eita!
Níveis de Análise da Língua:
Numeral: termo que indica quantidade, posição,
Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda multiplicação ou fração.
os sons, sua emissão e articulação. Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.
Morfológico: parte da análise que estuda a estrutu-
ra e a classificação das palavras. Preposição: termo de natureza conectiva que im-
Sintático: parte da análise que estuda a função das prime uma relação de regência.
palavras em uma sentença. Ex.: a, de, em, para.
Semântico: parte da análise que investiga o signifi-
cado dos termos. Pronome: termo que retoma ou substitui outro no 15
Pragmático: parte da análise que estuda o sentido texto.
que a expressões assumem em um contexto. Ex.: cujo, lhe, me, ele.
Resposta: D
Adjetivo x Locução Adjetiva
2. MORFOLOGIA Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma
locução adjetiva está na formação desses elementos. Um
Adjetivo adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução
adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença:
Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte
sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in- Ela fez a sua leitura do dia.
Ela fez a sua leitura diária.
CAPÍTULO 02 - Morfologia
abutre vulturino E
açúcar sacarino elefante elefantino
arcebispo arquiepiscopal F
aranha aracnídeo fábrica fabril
asno asinino face facial
audição ótico, auditivo falcão falconídeo
B farinha farináceo
C G
cabeça cefálico gado pecuário
SUMÁRIO
1. ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE..............................................................................................................................95
Indicadores Demográficos e Sociais..................................................................................................................................................................................................103
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................121
93
CAPÍTULO 01 - Economia e Demografia Paranaense
É no centro-sul que estão os melhores rebanhos toral, Paranaguá se destaca pelas atividades ligadas ao
brasileiros de gado leiteiro, onde se encontram animais Porto.
que produzem mais de 50 litros de leite por dia. A mais importante das áreas industrializadas do es-
São ainda significativos, no Paraná a produção de tado compreende de Curitiba até Ponta Grossa e é carac-
ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha. terizada pela produção diversificada: tecidos, produtos
Mas é na avicultura que o Estado vem se destacando químicos, metalúrgicos, gráficos, alimentícios, móveis,
nos últimos dez anos, graças à implantação de frigo- papel, indústria gráfica. O Norte do Paraná é a segunda
ríficos pela iniciativa privada e pelas cooperativas. Con- mais importante das áreas industrializadas do estado aí
siderando que existem no Paraná em torno de 135.000 são predominantes as agroindústrias de beneficiamento
produtores de suínos, estimamos que isto possa gerar de café, algodão, hortelã, cana-de-açúcar, além de amen-
em torno 200.000 empregos diretos e 300.000 indiretos. doim e girassol, que se utilizam no trabalho de fabricar
óleos vegetais.
Indústria As indústrias de transformação da madeira se distri-
buem pela totalidade do Paraná as serrarias que carac-
A indústria no Paraná que, de maneira tradicional, terizam a paisagem rural são deslocadas de acordo com
tem ligação ao trabalho de transformar produtos agríco- o início da falta de madeira.
las e florestais está em processo de modificação. Nota se O parque industrial do Paraná destina-se, de manei-
hoje a existência de indústrias eletrônicas, automobilís- ra principal, para atividades econômicas como agroin-
ticas, metalúrgicas, mecânicas, de adubos, além das em- dústria, extrativismo vegetal e mineral e, mais recente-
presas que fabricam cimento, de cerâmica e fios sinté- mente, indústria de bens de consumo.
ticos. As empresas industriais que mais fabricam papel A maioria das prefeituras estimulou para que fos-
na América Latina estão localizadas no Paraná. O setor sem instalados parques industriais em seus municípios
secundário é o segundo setor que tem mais relevância como a Cidade Industrial de Curitiba, Distrito Industrial
no papel econômico do estado, onde 27,28% das riquezas Botuquara em Ponta Grossa, Cidade Industrial de Ma-
produzidas provêm desse setor (IPARDES, 2011). ringá, Distrito Industrial de Londrina, Distrito Industrial
O Paraná ocupa posição de destaque no cenário bra- de Cascavel, Distrito Industrial de Guaratu em Guarapu-
sileiro. A indústria1 paranaense é a quarta do país em ava, Centro Industrial de Araucária, Centro Industrial de
número de empregos e estabelecimentos, sendo que Ali- Francisco Beltrão e outros.
mentos, Veículos & Carrocerias, Construção, Vestuário & O Paraná é o estado possuidor de uma diversidade
Acessórios são os setores mais relevantes nesse quesito. de tipologias industriais como produtos de base agrária;
96 O valor da transformação industrial do Paraná atin- transformação da madeira; transformação mineral; pe-
giu R$ 78 bilhões em 2013. Na estrutura da indústria de troquímica; produtos metalúrgicos e mecânicos; artigos
transformação, predominam os segmentos de alimentos, eletrodomésticos; produtos eletrônicos; têxtil e de vestu-
veículos automotores e refino de petróleo, responsáveis ário; artigos de cerâmica; artigos de couro, pele e lã.
por aproximadamente 55,4% . A atual configuração da indústria do Estado do Pa-
raná responde por sua expansão nos anos setenta, dada
pelo forte crescimento da sua base agroindustrial, em
linha com intenso crescimento agrícola, e pela implanta-
ção de ramos modernos, produtores de bens de capital e
insumos intermediários. A introdução dessas atividades
deveu-se, à época, às demandas do setor público estadu-
al nas áreas de energia e telecomunicações. Decorreu,
ainda, das necessidades de expansão do mercado nacio-
nal previstas no segundo Plano Nacional de Desenvolvi-
mento (II PND), do qual decidiu-se, para o Paraná, insta-
lação de grande planta para produção de combustíveis.
Além da força observada no mercado interno, a in- Resultou, por fim, da intervenção direta do governo esta-
dústria paranaense vem aumentando sua participação dual na atração de investimentos, com destaque a uma
nas exportações brasileiras. Atualmente, negocia com grande empresa de ônibus e caminhões. Pela relevância
diversos países, como China, Argentina, Holanda, Esta- e integração então adquiridas no cenário nacional, a in-
dos Unidos e Alemanha. dústria paranaense não deixou de sentir os reveses do
Em relação à dinâmica estadual, as economias dos baixo e irregular crescimento da economia brasileira nos
municípios da Região Metropolitana de Curitiba estão anos oitenta, apresentando taxas de crescimento igual-
entre as maiores do Paraná. Em razão do dinamismo da mente modestas. Entretanto, durante a década de no-
indústria, Curitiba, São José dos Pinhais e Araucária são venta, renovou e expandiu suas bases de operação, num
os municípios mais representativos no PIB do Paraná. ambiente nacional que mesclou relativa estabilização
No interior, Londrina e Maringá têm forte presença da econômica, ampliação das oportunidades no comércio
agroindústria e, em Foz do Iguaçu, sobressaem as ati- internacional, lenta recuperação da taxa de investimento
vidades ligadas à produção de energia elétrica. Já no li- e forte reestruturação produtiva, em virtude da abertura
de mercado e da redução da atuação estatal no esquema
1 FONTE: IPARDES
produtivo. Por tudo isso, a indústria paranaense mantém
CAPÍTULO 01 - Economia e Demografia Paranaense
posição destacada no cenário nacional, respondendo por ção de massas e biscoitos e bolachas. A indústria mais
cerca de 6% do PIB industrial do País e por 6% das expor- concentrada de farinha está localizado em Curitiba, que
tações nacionais de produtos industrializados em 2007. muito se conhece pelos seus produtos de qualidade. O
Sustenta essas estatísticas uma estrutura produtiva que, milho processado pela indústria é a matéria prima for-
apesar de concentrar em algumas atividades a geração necedora de fubá e de canjica e, juntamente com a soja,
de valor, não deixa de se diversificar de modo significa- é a produtora de ração para animais. A produção de lati-
tivo em várias outras atividades, conforme mostram os cínios é feita por cooperativas que estão localizadas em
dados de valor de transformação industrial. Carambeí, Castrolanda, Witmarsum, Londrina, Curitiba,
O Paraná responde atualmente por 6% do PIB nacio- Maringá e Oeste do Paraná. As usinas que produzem
nal. Dos R$ 256 bilhões gerados pelo estado em 2012, açúcar e álcool estão distribuídas por uma variedade
cerca de 25% eram de responsabilidade da indústria1 . locais como Bandeirantes, Porecatu, Jacarezinho, São
Apesar do expressivo posicionamento, a participação da Tomé, Cidade Gaúcha e muitas outras. As indústrias que
indústria no PIB paranaense vem apresentando sinais fabricam óleos e gorduras vegetais estão localizadas em
de reestruturação nos últimos anos: em 2006, a indús- Ponta Grossa, Maringá, Londrina e Cascavel.[3]
tria representava 29% do PIB estadual e, em 2012, passou A industrialização de derivados da carne, banha e
para 25%. Esse cenário pode ser fruto do baixo cresci- toucinho é feita por frigoríficos que se localizam no Ex-
mento do PIB industrial paranaense em relação à média tremo Oeste (Medianeira, Toledo e Cascavel) no Sudoeste
nacional: 6% entre 2006 e 2012, contra 15%. No entanto, Paranaense (Pato Branco, Francisco Beltrão), no Norte
o percentual apresentado pelo Paraná não foi observado e Noroeste do Paraná (Londrina, Maringá e Paranavaí),
de maneira uniforme em todo território, pois as mesor- Ponta Grossa e Curitiba.[3]
regiões Sudoeste e Noroeste apresentaram crescimento Quanto às bebidas merecem destaque a produção
substancialmente superior a dinâmica estadual: 55% e de aguardente em Morretes, a fabricação da cerveja em
46%, respectivamente, entre 2006 e 2012. Em relação ao Curitiba, Londrina e Ponta Grossa, a industrialização de
contexto interno, observa-se que as indústrias dos muni- malte em Entre Rios, a produção de vinho em Colom-
cípios da Região Metropolitana de Curitiba estão entre as bo, Campo Largo e Curitiba, as fábricas que beneficiam
maiores do estado. Juntos os municípios de Curitiba, São mate em Curitiba, a produção de refrigerantes em Curi-
José dos Pinhais e Araucária representam 35% do PIB tiba, Londrina, Maringá e Cascavel, a industrialização de
industrial paranaense. No interior do estado, Londrina, café solúvel em Londrina e Cornélio Procópio a produção
Maringá, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa concentram ou- de água mineral em Campo Largo, Almirante Tamanda-
tros 18% e, no litoral, o município de Paranaguá também ré, Cornélio Procópio e Londrina.
se destaca em função das atividades portuárias O favorecimento de derivados de frutas é destinada 97
As vendas da indústria de transformação e extração1 à indústria produtora de geleia, sucos, compotas e doces
paranaense totalizaram R$ 181,8 bilhões em 2012. Esse em geral
montante representa 8,7% das vendas industriais brasi- Indústria de transformação da madeira
leiras e posiciona o Paraná em terceiro lugar no volu- A indústria de transformação da madeira dá propor-
me de vendas realizado em 2012. No que diz respeito ção ao trabalho de fabricar móveis, esquadrias (portas
ao volume produzido, verifica-se que o estado apresen- e janelas), compensados, caixas, chapas de aglomerado,
ta a quinta maior produção industrial, com R$ 168,1 bi- lambris, cabos de vassouras, fósforos, papel e papelão.
lhões em 2012, representando 7,8% do montante brasi- Os municípios de Telêmaco Borba, Jaguariaíva e Arapoti
leiro. Como pode ser observado, a produção industrial são os que mais fabricam papel e papelão no Paraná.
apresentou desempenho inferior ao volume de vendas, Indústria de transformação mineral
indicando que o estado trabalhou com estoques disponí- Os minerais metálicos são os produtos de maior in-
veis no ano de 2012. Já em relação ao valor adicionado, dustrialização no Paraná. Destacam-se o calcário, ma-
que corresponde à diferença entre produção e custos da téria prima que se emprega no trabalho de fabricar ci-
transformação industrial2 , verifica-se que, em 2012, o mento, cal e corretivos para os solos agrícolas. Muitas
Paraná gerou R$ 68,8 bilhões, ocupando a quarta coloca- indústrias que se derivam do calcário estão localizadas
ção nacional. O desempenho desses indicadores mostra no município de Colombo e principalmente no prolonga-
que a variação paranaense tanto do volume de vendas, mento da Rodovia dos Minérios no município de Almi-
como da produção e do valor adicionado foi superior à rante Tamandaré e Itaperuçu e Rio Branco do Sul.
dinâmica nacional entre 2010 e 2012. No entanto, a va- Indústria petroquímica
riação dos custos embutidos na produção paranaense foi A mais importante destilaria da Petrobras no Paraná
consideravelmente mais alta do que a dinâmica nacio- é a Refinaria Presidente Getúlio Vargas. A Refinaria Pre-
nal, colocando o grau de industrialização3 estadual em sidente Getúlio Vargas tem suas instalações encontradas
patamares inferiores ao desempenho médio da indústria em Araucária, município onde é feito o refinamento do
brasileira. petróleo. Em Araucária também é encontrada a Petro-
Indústria de produtos de base agrária fértil. A Petrofértil é uma unidade industrial que se des-
Dentre os produtos de base agrária incluem deriva- tina à fabricação de amônia e ureia.
dos da farinha, laticínios, açúcar e álcool, óleos e gor- Existe também uma outra unidade industrial da Pe-
duras vegetais, derivados da carne, banha e toicinho, trobras no Paraná: a Usina do Xisto. A Usina do Xisto
bebidas e frutas. teve sua construção em São Mateus do Sul e é hoje pro-
A farinha é a matéria prima destinada para fabrica- dutora de óleo, gás e enxofre.
ECONOMIA E DEMOGRAFIA PARANAENSE
empregados.
Indústria de produtos metalúrgicos e mecânicos Praticamente metade dos trabalhadores alocados na
A produção feita pelas indústrias metalúrgicas me- indústria paranaense possui entre 30 e 49 anos, Ensino
cânicas no Paraná reside no trabalho de fabricar veícu- Médio completo e ganham entre 1 e 2 salários mínimos.
los motorizados, máquinas agrícolas, máquinas para be- Em relação aos indicadores paranaenses de permanên-
neficiamento da madeira, motores, máquinas de costura, cia no emprego, verifica-se que tanto o percentual de
cofres, artigos de alumínio, trefilados, aços, ferros e cha- trabalhadores substituídos por outros (taxa de rotativi-
pas metálicas. Os meios de transporte como caminhões, dade) como o percentual de desligados (taxa de desli-
ônibus e automóveis são fabricados na Cidade Industrial gamento) são maiores que a média brasileira. No que
de Curitiba, destacando-se a fábrica da Volvo. A Cidade diz respeito aos acidentes de trabalho, constata-se que
Industrial de Ponta Grossa merece destaque no trabalho das mais de 300 mil ocorrências registradas em todos
de fabricar máquinas que se utilizam em setores indus- os estados brasileiros, o Paraná se posiciona em quarto
triais como o de beneficiamento da madeira. Na Ponta do lugar no ranking.
Poço em Pontal do Paraná são construídas plataformas
marítimas que se destinam às pesquisas petrolíferas. Exportações²
Indústria de produtos eletrônicos
O avanço tecnológico mais expressivamente eviden- O Paraná consolidou sua liderança na exportação de
te está no trabalho de fabricar de aparelhos e materiais frango no País com mais um recorde nos embarques em
que se destinam às comunicações. Na Cidade Industrial 2015. Foram 1,481 milhão de toneladas exportadas, volu-
de Curitiba nota-se a existência de empresas que fabri- me 15,17% maior do que em 2014, de acordo com dados
cam telefones, cabos eletrônicos, antenas, DVDs, blurays, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministé-
etc. rio de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Indústria têxtil e de vestuário (MDIC). O Paraná representou 34% das exportações bra-
Nota se a existência do beneficiamento das fibras de sileiras, que somaram 4,304 milhões de toneladas no ano
rami e do algodão que se destinam para o trabalho de fa- passado.
bricar tecidos. O aparecimento do trabalho de confeccio- Impulsionada pelos investimentos das cooperativas
nar roupas se dá principalmente em Curitiba, Maringá, agropecuárias, pela integração com o produtor e o bom
Londrina, Cianorte, Imbituva, Guarapuava, Apucarana, resultado na exportação, a avicultura paranaense cresce
Ponta Grossa, Goioerê, Cascavel, Pato Branco e Francisco mesmo com a economia nacional encolhendo. “A avicul-
Beltrão tura paranaense atingiu um forte grau de especializa-
98 Nota se a existência no Paraná de empresas que ção, com a conquista de mercados exigentes e ainda tem
fabricam louças, azulejos, pisos, vasos, telhas e tijolos. espaço para expansão no Estado”, diz Francisco Carlos
Campo largo é o município de maior destaque na indús- Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (De-
tria cerâmica, onde é fabricada porcelana cuja qualida- ral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abaste-
de é dotada de fineza. cimento.
Indústria de artigos de couro O setor respondeu por 20% das exportações do agro-
A indústria de couro no Paraná é fabricante de ma- negócio do Paraná em 2015, de acordo com levantamen-
las, bolsas, cintos, carteiras, bolas, e outros artigos usados to realizado pela Federação da Agricultura do Paraná
pelas pessoas. A malas que se produzem em Curitiba são (Faep). Os principais mercados da carne de frango foram
mundialmente famosas pela qualidade apresentada por Arábia Saudita (22%), União Europeia (13%), China (11%),
elas. Os artigos de pele e lã se empregam principalmente Japão (9%) e Emirados Árabes (9%).
no trabalho de fabricar peças para o vestuário. A produ- A cadeia paranaense da avicultura abate cerca de 1,8
ção de produtos de couro e pele e lã é feita em Curitiba, bilhão de aves por ano e gera 60 mil empregos diretos
Apucarana, Londrina, Arapongas, Maringá e Guarapua- e cerca de 600 mil indiretos no Estado. Ao todo são 36
va. É possível que a maioria das indústrias se encontram frigoríficos, a maioria na região Oeste, com uma produ-
no Paraná tais como fabricantes de pianos, plásticos, bo- ção de 3,6 milhões de toneladas, de acordo com o Deral.
tões, cigarros, artigos esportivos, equipamentos médico- RECEITA - As exportações de carne de frango soma-
-hospitalares, artesanato de vime, etc. ram US$ 2,37 bilhões no ano passado, com uma varia-
A indústria paranaense atualmente conta 54 mil es- ção de 0,10% em relação a 2014. O crescimento menor
tabelecimentos, representando o quarto maior parque em faturamento, apesar do aumento do volume, ocorreu
industrial do país, considerando somente esse quesito. porque houve, em média, uma queda de 13% no preço do
Entre 2006 e 2013, o número de estabelecimentos cres- frango comercializado no Exterior, explica a economista
ceu cerca de 58% colocando o desempenho paranaense Tania Moreira, do departamento técnico e econômico da
em patamares superiores à média nacional. As mesorre- Faep.
giões que mais contribuíram para essa dinâmica foram A queda dos preços em dólar, no entanto, foi com-
a Sudoeste, com crescimento de 71,4% no período, e a pensada pela desvalorização do real, de acordo com Do-
Centro-Ocidental com 68%. A análise por porte dos esta- mingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias
belecimentos indica expressiva participação das micro- de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar). “Alguns
empresas2 (87%), seguidas por pequenas empresas (11%). cortes não tiveram aumento de preços, principalmente
A união desses dois extratos mostra que 98% dos esta-
1 FONTE: Governo do Estado do Paraná
belecimentos industriais paranaenses empregam até 99
INFORMÁTICA
PROFESSOR
Vitor Krewer
SUMÁRIO
1. HARDWARE.............................................................................................................................................................................................127
Hardware...................................................................................................................................................................................................................................................... 127
Tipos de Computadores e Dispositivos............................................................................................................................................................................................. 127
Conceito........................................................................................................................................................................................................................................................ 127
Tipos de Hardware................................................................................................................................................................................................................................... 128
BIOS e CMOS...............................................................................................................................................................................................................................................131
3. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO...................................................................................................................................................138
Melhores Práticas em Políticas de Segurança...............................................................................................................................................................................141
Identificação de Tipos de Códigos Maliciosos............................................................................................................................................................................... 143
Malware........................................................................................................................................................................................................................................................ 143
Vírus............................................................................................................................................................................................................................................................... 143
Cavalo de Tróia (Trojan)......................................................................................................................................................................................................................... 143
Worm.............................................................................................................................................................................................................................................................. 144
Bots................................................................................................................................................................................................................................................................. 144
Backdoors (Porta dos Fundos)............................................................................................................................................................................................................. 144
Spyware........................................................................................................................................................................................................................................................ 144
Ransomwares.............................................................................................................................................................................................................................................. 144
Adwares........................................................................................................................................................................................................................................................ 144
Spams............................................................................................................................................................................................................................................................. 144
Hoaxes........................................................................................................................................................................................................................................................... 144
Phishing........................................................................................................................................................................................................................................................ 145
Pharming...................................................................................................................................................................................................................................................... 145
Ataque de Senhas..................................................................................................................................................................................................................................... 145
Hijacker........................................................................................................................................................................................................................................................ 146
Rootkits......................................................................................................................................................................................................................................................... 146
Embora os computadores sejam concebidos como Enfim, para prosseguirmos no estudo do hardware, é
algo “moderno”, sua história de desenvolvimento começa necessário compreender os principais componentes de
no início de século passado; sendo a forma de como são um computador. A partir dos próximos tópicos, começa-
organizados e estruturados, remonta aos anos 40. remos o estudo dos componentes mais relevantes.
A chamada Arquitetura dos computadores foi ela-
borada por John von Neumann (1903-1957), matemático Tipos de Hardware
húngaro, idealizador da arquitetura básica de funcio-
namento dos computadores. Mesmo sendo considerada O computador é composto por várias peças, tendo
historicamente como antiga, sua arquitetura continua cada uma delas sua função especifica no funcionamento
sendo a base para a criação dos mais modernos com- do computador. Pensando nisso, será abordado cada um
putadores atuais, incluindo tablets e smartphones, afinal dos elementos relacionados aos itens de hardware de um
de contas, sua capacidade de processamento se iguala a computador.
de muitos computadores do padrão Desktop e Notebook.
Placa Mãe
Von Neumann idealizou a comunicação dos compo- A placa-mãe é o componente responsável por conec-
nentes seguindo a seguintes estruturas: tar e interligar todos os outros componentes do compu-
Dispositivos de entrada, como teclado e mouse en- tador; possibilitando a comunicação entre processador
viaram instruções ao computador, dando início aos cha- com memória RAM, unidades de armazenamento, e
mados processos, sendo posteriormente devolvidos aos dispositivos de saída. Trata se de um circuito impresso
usuários como informação, resultados que serão exibi- responsável por interconectar os componentes.
dos pelos dispositivos de saída como monitores, e im- A conexão é realizada através de sockets (proces-
pressora. sador), slots (memória principal ou RAM) e Conectores
Uma CPU (Central Processing Unit, ou Unidade Cen- ou portas para demais componentes de armazenamento
128 tral de Processamento), o cérebro do sistema; constituída (HD) e entrada e saída (Teclado, Mouse e Monitores).
por uma ULA (Unidade Lógica e Aritmética), cuja função Socket: dispositivo mecânico destinado a conectar o
será a de realizar cálculos; e uma Unidade de Controle, processador (CPU) por meio de um componente elétrico
gerenciadora da comunicação da CPU com os compo- que realiza a comunicação por meio de uma placa de
nentes externos. Os dois elementos listados, ULA e UC circuito impresso; o chamado barramento.
são partes integrantes dos processadores, somados aos Slots: sua função é conectar as memórias principais
registradores, pequenas unidades de memória integra- ou memória RAM a placa mãe.
das cuja função é realizar seus cálculos internamente. Conectores e Portas: A placa-mãe possibilita inter-
Outro elemento importante é a unidade de memória, ligar novos dispositivos por meio de conectores e portas.
na qual dados e instruções utilizadas pelo processador Por elas podemos conectar dispositivos de armazena-
serão armazenados temporariamente. mento e dispositivos de entrada e saída.
Andrew Tanenbaum, criador de sistemas operacio- As portas que conectam novos dispositivos ao compu-
nais e grande perito em computação. Redesenhou a ar- tador, como portas USB, serial e paralelas, são chamadas
quitetura de von Neumann, demonstrando a presença de de Drive. Algumas bancas tentam confundir Drive (Har-
dois elementos: os registradores e o barramento. dware) com Driver (Software). O último tem a função de
fazer funcionar o primeiro; trata se de um software de
sistema (programa) que faz a comunicação entre a má-
quina e o sistema operacional.
Barramento
• Mais núcleos (core) presentes no processa- memória somente leitura, são do tipo não volátil, ou seja,
dor, melhor é a performance; ao contrário da memória RAM, não é possível gravar no-
• Maior for a Capacidade de armazenamento vos dados, apenas o processador realizará a leitura dos
da memória cache, mais rápido será o processa- dados contidos permanentemente nela. Os dados conti-
dor. dos neste tipo de memória não são perdidos quando o
computador é desligado, podendo ser acessadas toda vez
Processadores ARM que o sistema for iniciado.
O principal exemplo de memória ROM é a chamada
Atualmente os dispositivos móveis como smartpho- BIOS, sigla para Basic Input Output System ou Sistema
nes e tablets tem ganhado a preferências dos usuários, Básico de Entrada e Saída. Consiste num pequeno chip
fato devido ao fato de ser portáteis e realizarem a maio- que contém um software responsável por controlar o uso
ria das tarefas que um computador do tipo desktop ou dos dispositivos e manter informações de data e hora.
notebook faria. Estes dispositivos são construídos com a Sua fonte de energia é uma pequena bateria conectada
mesma arquitetura dos computadores, porém, com ele- na placa-mãe.
mentos mais compactos. Esses processadores não possu-
am a mesma performance dos x86 ou x64, porém, tam-
Dica Focus: A maioria das ban-
bém podem ser multicore.
cas gosta de utilizar os temos volátil e não
Memórias volátil para definir a forma como os dados
são carregados pelo computador. Portanto,
Dispositivos que armazenam dados ou instruções, não esqueça: Volátil é leitura/gravação e
com o objetivo de transmiti-las ao processador (no caso
da memória RAM) ou armazenar permanentemente não volátil apenas leitura.
dados. As memórias são classificadas como principal e
secundária; o primeiro tipo é composto pelas memórias
de acesso rápido e o segundo tipo são as chamadas uni- Memória Cache: considerada como uma área de
dades de armazenamento. armazenamento temporário, este tipo de memória tem a
Há vários tipos de memórias, cuja variação é deter- função de acelerara transferência de dados. É tida como
minada por fatores como proximidade e comunicação ultrarrápida e consiste no armazenamento de dados
com o processador, capacidade de armazenamento. mais utilizados pelo processador.
130 Memória principal: RAM sigla para Random Ac- Memória Virtual: é uma forma de utilização de
cess Memory ou memória de acesso randômico ou alea- unidades de armazenamento (memórias secundárias) no
tória. É volátil possibilitando a leitura e escrita de dados, caso HD’s, cartão de memória e pen drives, como socorro
sendo considerada uma memória de acesso rápido. Os no caso de as memórias principais terem chegado no seu
dados contidos neste tipo de memória são perdidos após limite de armazenamento.
o desligamento do computador. Registradores: memórias de altíssima velocidade,
Este tipo de memória carrega as instruções e as integradas ao processador. Utilizada para a realização
transmite ao processador por meio de um barramento interna de cálculos pela ULA (Unidade Lógica Aritmé-
e o processador, por sua vez, as devolve em forma de tica). A capacidade de armazenamento varia de acordo
informação. Os sistemas operacionais são carregados di- com cada processador, sendo sua ordem de medição es-
retamente na memória RAM. tar na casa dos bytes. Este tipo de memória é de alto
curso.
Levando em consideração aos apontamentos feitos
Dica Focus: Muita atenção! Al- sobre cada memória, é notório que existem diversos ní-
gumas bancas gostam de fazer perguntas veis de memória, sendo fatores classificatórios, elemen-
tos como proximidade e comunicação com o processa-
indicando que os sistemas e programas de
dor, capacidade de armazenamento e custo.
um computador são carregados no HD ou
disco rígido. Como veremos, as unidades
de armazenamento são consideradas me-
mórias secundárias e de acesso lento, não
sendo necessárias para a execução de um
programa (software). Qualquer programa,
seja de qualquer tipo, sempre são carrega-
dos na memória RAM ou Memória Prin-
cipal.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................................................................167
2. O QUE É LÓGICA..................................................................................................................................................................................167
3. ARGUMENTOS......................................................................................................................................................................................167
Validade De Um Argumento................................................................................................................................................................................................................. 167
Argumentos Dedutivos........................................................................................................................................................................................................................... 168
Argumentos Indutivos............................................................................................................................................................................................................................ 168
5. VERDADES E MENTIRAS..................................................................................................................................................................169
165
CAPÍTULO 01 - Introdução
1. INTRODUÇÃO b)
• Todos os brasileiros são humanos.
Em geral, as pessoas pretendem raciocinar e agir “lo- • Todos os paranaenses são brasileiros.
gicamente”, no dia-a-dia, nos estudos, no trabalho, falan- • Conclusão: Todos os paranaenses são huma-
do de política, de futebol, de seus projetos, do futuro da nos.
humanidade, etc.
Entretanto, a lógica que fundamenta os raciocínios e c)
as ações raramente é explicitada ou submetida a críticas. • Se o Brasil ganhar o jogo, todos os jogadores
Ela é incorporada de forma inconsciente a partir, sobre- receberão o prêmio.
tudo, do aprendizado da língua natural e parece tão bem • Se o Brasil não ganhar o jogo, todos os joga-
partilhada por todos que poucos se julgam carentes de dores receberão o prêmio.
lógica ou consideram necessário estudá-la. • Conclusão: Todos os jogadores receberão o
Por outro lado, é muito frequente ouvirmos dizer prêmio.
que estudar matemática desenvolve o raciocínio lógico.
Apesar de esta relação não ser direta e nem imediata, d)
a percepção da estreita relação entre a matemática e a Premissa: Todos so sais de sódio são substâncias so-
lógica, entre a lógica e a linguagem, entre a linguagem lúveis em água.
e o pensamento contribui bastante para esclarecer mitas Premissa: Todo sabão é um sal de sódio.
das razões pelas quais estudamos certos assuntos, sobre- Conclusão: Todo sabão é uma substância solúvel em
tudo a matemática. água.
Todos os argumentos vistos são válidos, pois se suas – O Cruzeiro é um bom time de futebol.
premissas fossem verdadeiras, então as conclusões tam- • Conclusão:
bém seriam. – Todos os times brasileiros de futebol são
Um argumento é válido se, quando todas as suas bons.
premissas forem verdadeiras, a sua conclusão também
será verdadeira. Nos argumentos indutivos a conclusão possui infor-
Um argumento é não válido se existir a possibilida- mações que ultrapassam as fornecidas nas premissas.
de de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão Não se aplica, então, a definição de argumentos váli-
ser falsa. dos ou não válidos para argumentos indutivos.
A validade do argumento depende apenas da estru- Assim, é importante destacar, sobre os argumentos
tura dos enunciados. dedutivos válidos:
Exemplo: 1. A noção de argumentos válidos ou não válidos apli-
• Premissas: ca-se apenas aos argumentos dedutivos.
– Todas as mulheres são bonitas. 2. A validade depende apenas da forma do argumen-
– Todas as princesas são mulheres. to, e não dos respectivos valores lógicos das premissas.
• Conclusão: 3. Não podemos ter um argumento válido com pre-
– Todas as princesas são bonitas. missas verdadeiras e conclusão falsa.
Não precisamos de nenhum conhecimento aprofun- Duas Formas Importantes De Argumentos De-
dado sobre o assunto para concluir que o argumento aci- dutivos Válidos
ma é válido. • Afirmação do antecedente (modus ponens)
Para concluir que o argumento anterior é válido, va- Este argumento é evidentemente válido e sua forma
mos substituir mulheres, bonitas e princesas por A, B e pode ser escrita da seguinte maneira:
C respectivamente e teremos: • Premissas:
• Premissas: – Se p então q.
– Todos os A são B. –p
– Todos os C são A. • Conclusão:
• Conclusão: –q
– Todos os C são B. Exemplo:
• Premissas:
168 O que importa é a forma do argumento e não o co- – Se Rui for reprovado no concurso, então será
nhecimento sobre mulheres, bonitas e princesas. A vali- demitido do serviço.
dade é conseqüência da forma do argumento. – Rui foi reprovado no concurso.
Os argumentos são divididos em dois grupos: dedu- • Conclusão:
tivos e indutivos. – Rui será demitido do serviço.
dor existencial) não poderemos aplicar a Lógica das Analisando cada item:
proposições. a) todo responsável é artista
Estaremos, pois, diante dos denominados predicados ERRADO. Os elementos que estão na área escura
(ou sentenças abertas) que é uma expressão P(x) tal que não são artistas.
P(a) é verdadeira (V) ou falsa (F) para todo elemento a b) todo responsável é filósofo ou poeta
pertencente ao conjunto A, ou seja, para todo a perten- ERRADO. Pode ser trabalhador.
cente ao conjunto A. c) todo artista é responsável
Não estaremos aqui preocupados com demonstra- CERTO. Pois o artista ou é filósofo, ou poeta, ou tra-
ções matemáticas das sentenças abertas. Simplificare- balhador, e estes conjuntos estão todos contidos no con-
mos nosso estudo, adotando um recurso gráfico bastante junto dos responsáveis.
interessante chamado Driagrama de Venn. É uma forma d) algum filósofo é poeta
mais didática e fácil de ser usada na resolução de ques- ERRADO. Não necessariamente, pois, pelos diagra-
tões de concursos, pois muitas declarações verbais po- mas, podemos ter nenhum filósofo sendo poeta.
dem ser traduzidas em proposições equivalentes sobre e) algum trabalhador é filósofo
conjuntos. Usaremos tais diagramas para determinar a ERRADO. Não necessariamente, pois, pelos diagra-
validade ou não de um argumento. mas, podemos ter nenhum trabalhador sendo filósofo.
Sendo essa a nossa opção, nos resta elucidar sua apli-
cação através de um exemplo.
Exemplo:
5. VERDADES E MENTIRAS
(AFC/TCU) Em uma comunidade, todo trabalhador é
Uma forma particular de argumento que é bastan-
responsável. Todo artista, se não for filósofo, ou é traba-
te cobrada em certames públicos são os problemas que
lhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não há poeta
envolvem Verdades e Mentiras. São geralmente decla-
que não seja responsável. Portanto, tem-se que, neces-
rações, que podem ser verdadeiras ou falsas, atri-
sariamente,
buídas a determinadas pessoas, onde podemos deduzir
a. todo responsável é artista
uma conclusão válida de quem está mentindo ou não.
b. todo responsável é filósofo ou poeta
Aqui, não se tem nada a acrescentar no tocante a con-
c. todo artista é responsável
teúdo de Lógica. Será necessário apenas o conhecimento
d. algum filósofo é poeta
de alguns conceitos já estudados em aulas anteriores,
e. algum trabalhador é filósofo
como as operações lógicas fundamentais e o princípio da
Não-contradição, por exemplo.
Para cada declaração, desenharemos o respectivo 169
Cabe só destacar que as principais bancas examina-
Diagrama:
doras do país adotam como objeto de avaliação esse tipo
“todo trabalhador é responsável”
de problema.
Vamos ver, através de um exemplo, como se opera-
cionaliza a resolução desse tipo de problema.
Exemplo:
(AFC/CGU) Três homens são levados à presença de
um jovem lógico. Sabe-se que um deles é um honesto
marceneiro, que sempre diz a verdade. Sabe-se, tam-
bém, que um outro é um pedreiro, igualmente honesto e
“não há filósofo e não há poeta que não seja respon- trabalhador, mas que tem o estranho costume de sempre
sável” mentir, de jamais dizer a verdade. Sabe-se, ainda, que
o restante é um vulgar ladrão que ora mente, ora diz a
verdade. O problema é que não se sabe quem, entre eles,
é quem. À frente do jovem lógico, esses três homens fa-
zem, ordenadamente, as seguintes declarações:
O primeiro diz: “Eu sou o ladrão.”
O segundo diz: “É verdade; ele, o que acabou de falar,
“todo artista, se não for filósofo, ou é trabalhador ou é o ladrão.”
é poeta” O terceiro diz: “Eu sou o ladrão.”
Com base nestas informações, o jovem lógico pode,
então, concluir corretamente que:
a. O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o
terceiro.
b. O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o
segundo.
c. O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o se-
gundo.
d. O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o ter-
ceiro.
NOÇÕES
DO ESTATUTO
DA PC-PR
PROFESSOR
Tiago Zanolla
SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR O ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL............................................................................................................... 177
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................................................................................................177
175
CAPÍTULO 01 - Como Estudar o Estatuto da Polícia Civil
d) Instituto de Criminalística;
e) Instituto de Identificação;
São incumbências da Polícia Civil, em todo território
f) Subdivisões Policiais;
estadual, a preservação da ordem pública e o exer-
cício da Polícia Judiciária, Administrativa e de Se- g) Delegacias Regionais;
gurança, com a prevenção, repressão e apuração das h) Delegacias de Polícia;
infrações penais e atos antissociais, na forma estabeleci-
da pela legislação em vigor. i) Outras unidades policiais ci-
vis auxiliares.
Cabe diferenciar polícia administrativa de polícia
ESTATUTO DA POLÍCIA CIVIL DO PARANÁ
O Conselho da Polícia Civil é órgão consultivo, nor- l) deliberar sobre a promoção por merecimento do po-
mativo e deliberativo. licial, por ato de bravura e post mortem e para proposição
de comendas previstas em lei, conforme dispuser o regula-
Consultivo Os membros da corporação mento;
pode tirar dúvidas (fazer con- m) deliberar, conclusivamente, sobre a indenização, pro-
sultas) sobre assuntos pertinen- moção ou pensão especial decorrente de enfermidade ou
tes a este estatuto. morte em virtude de serviço ou do exercício da função;
n) exercer outras atribuições previstas em lei.
Normativo O Conselho irá baixar o regu-
lamento sobre assuntos de sua
alçada.
O Regulamento da Polícia Civil estabelecerá a es-
Deliberativo Cabe ao Conselho decidir sobre trutura e o funcionamento das unidades, bem como,
assuntos postos em pauta.
as atribuições dos respectivos servidores policiais
civis, observado o disposto nesta lei.
Importante: O Conselho tem es-
sas atribuições para fins de controle do
Capítulo III Das Autoridades Policiais, Seus
ingresso, ascensão funcional, hierarquia e
Agentes e Auxiliares
regime disciplinar das carreiras policiais
civis. São autoridades policiais:
178
Os agentes e auxiliares são subordinados diretamen-
te às autoridades policiais perante as quais servirem, ob-
servado o disposto no § 3º., do art. 209.
SUMÁRIO
1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL..............................................................................................................................................................215
Princípios da Legalidade e da Anterioridade................................................................................................................................................................................ 215
Medidas provisórias: Nº 253 (2005), 379, 390, 394 (2007) e 417 (2008).............................................................................................................................. 215
Lei Penal no Tempo.................................................................................................................................................................................................................................. 216
Sucessão de Leis no Tempo................................................................................................................................................................................................................... 216
Tempo e Lugar do Crime....................................................................................................................................................................................................................... 217
Lei Excepcional e Temporária............................................................................................................................................................................................................. 217
Territorialidade e Extraterritorialidade.......................................................................................................................................................................................... 218
Formas de Extraterritorialidade: ...................................................................................................................................................................................................... 219
Pena Cumprida no Estrangeiro........................................................................................................................................................................................................... 219
Eficácia de Sentença Estrangeira....................................................................................................................................................................................................... 219
Contagem do Prazo................................................................................................................................................................................................................................. 220
Frações não Computáveis na Pena................................................................................................................................................................................................... 220
Interpretação da Lei Penal................................................................................................................................................................................................................... 220
Analogia........................................................................................................................................................................................................................................................ 221
Irretroatividade da Lei Penal............................................................................................................................................................................................................... 221
Conflito Aparente de Normas.............................................................................................................................................................................................................. 221
Infração Penal............................................................................................................................................................................................................................................222
A Teoria Adotada pela Doutrina é a Finalista Tripartida........................................................................................................................................................223
214
CAPÍTULO 01 - Aplicação da Lei Penal
ou exames públicos, processo seletivo para ingresso de a tipificação dessa conduta prevista no artigo 311-A do
ensino superior ou exame ou processo previsto em lei, Código Penal:
segundo o STF a conduta do agente era considerada atí-
pica. Hoje, temos a tipificação dessa conduta prevista no Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
artigo 311-A do Código Penal: credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído
pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído 12.550. de 2011)
pela Lei 12.550. de 2011) III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (In-
12.550. de 2011) cluído pela Lei 12.550. de 2011)
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (In-
cluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Lei Penal Nova Mais Grave ou “Novatio Legis In
Pejus”
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei pos- admite a combinação de leis penais. O Superior
terior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a Tribunal de Justiça, de seu turno, editou a Súmula 501,
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). igualmente contrária à combinação de leis penais: “É
cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde
A natureza jurídica do “Abolitio Criminis” é ser uma que o resultado da incidência das suas disposições, na
causa de extinção da punibilidade, conforme o artigo íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da
107, III, C.P. Exemplo de abolição do crime foi o que ocor- aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação
reu com o crime de adultério (art.240 do C.P), extirpado de leis”
do ordenamento jurídico pela lei 11106/2005.
Princípio da Continuidade Normativo-Típica
Novatio Legis In Mellius (Lei Nova Mais
Benéfica) O princípio da continuidade normativa, tam-
bém conhecido como princípio da continuidade tí-
Por vezes, o legislador prefere alterar determinado pico-normativa, pois o fato subsiste criminoso, embora
tipo penal incriminador, variando a descrição da condu- disciplinado em tipo penal diverso.
ta, de forma a excluir certas maneiras de execução, bem Exemplo da aplicação desse princípio foi o que ocor-
como modificando a sanção penal, conferindo-lhe abran- reu com o tipo penal do art.214, atentado violento ao pu-
damento ou concedendo-lhe benefícios penais antes ine- dor. Este não foi abolido, e sim, migrou do artigo 214 para
xistentes. Assim, mantém-se a figura delitiva, embora o artigo 213 do C.P. O que era atentado violento ao pudor,
com outra face. Quando isso acontece, não se trata de hoje é estupro depois do advento da lei 12105/2009.
abolição do crime, mas apenas de modificação benéfica
da lei penal. Tempo e Lugar do Crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da
Exemplo: foi o que aconteceu com ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resulta-
do.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
o artigo 28 da lei de Drogas (11343/2006),
que veio trazendo uma despenaliza-
ção comparando com o artigo 16 da lei
Importante: O Código Penal ado-
6368/1976 (antiga lei de entorpecentes). Os
tou a teoria da atividade: considera-se o 217
dois crimes supracitados tratam do por-
crime praticado no momento da conduta
te para consumo próprio, sendo que a lei
omissiva ou comissiva
6368/1976 foi revogada totalmente pela lei
11343/2006.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em
Previsão da “ NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” está no que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
artigo 2ª, § único do C.P, conforme abaixo: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Nessas hipóteses, determina o art. 3º do Código Penal “É também aplicável a lei brasileira aos crimes pra-
que, embora cessadas as circunstâncias que a determi- ticados a bordo de aeronaves ou embarcações estran-
naram (lei excepcional) ou decorrido o período de sua geiras de propriedade privada, achando-se aquelas em
duração (lei temporária), aplicam-se elas aos fatos prati- pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
cados durante sua vigência. São, portanto, leis ultra-ati- correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
vas, pois regulam atos praticados durante sua vigência, Brasil” (§ 2º).
mesmo após sua revogação.
Extraterritorialidade
Territorialidade e Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometi-
dos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Territorialidade I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de con- a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repú-
venções, tratados e regras de direito internacional, ao crime blica; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Dis-
7.209, de 1984) trito Federal, de Estado, de Território, de Município, de em-
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como ex- presa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
tensão do território nacional as embarcações e aeronaves fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo bra- 7.209, de 1984)
sileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves c) contra a administração pública, por quem está a seu
e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domi-
correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº ciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
7.209, de 1984) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes pra- 11.7.1984)
ticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspon- b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209,
dente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação de 1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em territó-
rio estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº
Há várias teorias para fixar o âmbito de aplicação da 7.209, de 1984)
norma penal a fatos cometidos no Brasil: § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a
218 lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estran-
a. Princípio da territorialidade. A lei pe- geiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
nal só tem aplicação no território do Estado que a depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela
editou, pouco importando a nacionalidade do su- Lei nº 7.209, de 1984)
jeito ativo ou passivo. a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela
b. Princípio da territorialidade absoluta. Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi pratica-
Só a lei nacional é aplicável a fatos cometidos em do; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
seu território; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei
c. Princípio da territorialidade tempera- brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209,
da. A lei nacional se aplica aos fatos praticados de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não
em seu território, mas, excepcionalmente, permi- ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
te-se a aplicação da lei estrangeira, quando assim e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por
estabelecer algum tratado ou convenção interna- outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei
cional. Foi este o princípio adotado pelo art. 5º do mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime come-
Código Penal: Aplica-se a lei brasileira, sem pre- tido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reu-
juízo de convenções, tratados e regras de direi- nidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído
to internacional, ao crime cometido no território pela Lei nº 7.209, de 1984)
nacional. a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela
O Território Nacional abrange todo o espaço em que Lei nº 7.209, de 1984)
o Estado exerce sua soberania: o solo, rios, lagos, mares
interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa Comentários sobre a Extraterritorialidade
(12 milhas) e espaço aéreo. Os § 1º e 2º do art. 5º do Código
Penal esclarecem ainda que: Extraterritorialidade Incondicionada: art. 7º, CP
“Para os efeitos penais, consideram-se como exten- Princípio da Extraterritorialidade: consiste na
são do território nacional as embarcações e aeronaves aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos fora do
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo Brasil.
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae- Em respeito ao princípio da soberania, um país não
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de pode impor regras jurisdicionais a outro.
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no O direito internacional concede ampla liberdade aos
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar” (§ 1º). Estados para julgar, dentro de seus limites territoriais,
NOÇÕES DE
DIREITO CONSTITUCIONAL
PROFESSOR
Willian Prates
Professor de Direito Constitucional, Administrativo,
Tributário e Processo Civil em diversos preparatórios
para concursos públicos. Foi coordenador pedagógico
de diversos preparatórios para concursos. Palestrante
sobre planejamento e técnicas de estudos. Palestran-
te motivacional. Foi Cadete do Curso de Formação de
Oficiais da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais
– aprovado no concurso aos 17 anos de idade. Apro-
vado em mais de 13 concursos públicos e vestibulares
de universidades públicas, entre os quais: Ministério
Público da União, Banco Central do Brasil, Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais e Polícia
Civil do Estado de Minas Gerais.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
Apresentação do Material.....................................................................................................................................................................................................................309
308
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais
A presente obras foi elaborada na medida certa para República vem do latim “res”, que significa coisa, e
aqueles que estão se preparando para concursos públi- pública, que significa algo que é público, do povo.
cos (nível médio ou superior) – tribunais, carreiras admi- Desse modo, a coisa, que é o poder, é do povo, que o
nistrativas, carreira policial, carreira fiscal etc. exerce diretamente ou por meio de representantes elei-
Os temas são abordados na profundidade necessária, tos (art. 1º, parágrafo único, CF/88).
em sintonia com o entendimento doutrinário majoritário Na república, os governantes chegam ao poder atra-
e jurisprudência dos tribunais superiores (notadamente vés das eleições, cujo mandato é exercido por prazo de-
o Supremo Tribunal Federal), bem como o entendimento terminado, e, ainda, devem prestar contas aos governa-
das principais bancas organizadoras de concursos públi- dos, de modo que na república há a responsabilidade do
cos do Brasil. governante.
Obra indicada para aqueles que estão no início dos Na Forma de Governo Republicana os governantes
estudos, bem como para aqueles que desejam aprofun- chegam ao Poder através de eleições, exercem manda-
dar os conhecimentos em alguns temas do Direito Cons- to por prazo determinado, devendo ainda prestar contas
titucional. aos governados, ou seja, na República temos a responsa-
bilidade do Governante.
1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Exemplo: Brasil – O Presidente
Os princípios fundamentais são tratados na Consti- da República chega ao poder através de
tuição Federal de 1988 (CF/88) entre os artigos 1º e 4º.
eleição, para exercer mandato por 4 anos,
É tema que se relaciona com a parte estrutural do Es-
tado, onde são abordados fundamentos, objetivos, prin- representando os anseios do povo. Caso co-
cípios que regerem as relações internacionais do Brasil, menta algum crime de responsabilidade,
bem como os objetivos internacionais. será processado e julgado por tal crime,
cuja condenação gera a perda do cargo,
Análise dos Artigos 1º-4º suspensão de direitos políticos etc.
309
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- A forma de governo republicano possui as seguintes
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem características:
como fundamentos: [...].
• Eletividade;
Do dispositivo acima é possível extrair: • Temporalidade;
• Representatividade popular, pois os gover-
• Forma de governo (república); nantes são eleitos para representar o povo;
• Forma de Estado (federado); • Responsabilidade do governante.
• Regime político (democrático).
Monarquia
Implicitamente também é possível extrair o regime
ou sistema de governo adotado pelo Brasil, que é o pre- Na monarquia, o poder é exercido por uma única
sidencialismo. pessoa – o rei e sua família real. O povo não é titular do
poder.
Formas de Governo Na forma de governo monárquico, o governante che-
ga ao poder pelo fato de pertencer à família real, e o
A forma de governo trata da relação governante-go- exercício do poder se dá de forma vitalícia (não há elei-
vernado, notadamente no que se relaciona ao exercício ções “reais”), de modo que não há representatividade po-
do poder. no que tange ao exercício do poder. Analisar pular. O governante é irresponsável, pois não há presta-
forma de governo é analisar fonte do poder. ção de contas de seus atos.
A monarquia possui as seguintes características:
Como os governantes adquirem o poder?
O exercício do poder é de forma temporária ou • Hereditariedade;
vitalícia? • Vitaliciedade;
Há responsabilidade dos governantes perante • Não representatividade popular, pois o rei
os governados? não é eleito pelo povo (cidadãos);
• Irresponsabilidade do governante, pois este
não presta conta dos seus atos.
DIREITO CONSTITUCIONAL
províncias é simplesmente para facilitar Os entes são dotados de Auto- Os entes são dotados de Sobe-
nomia. rania.
a constatação e solução de problemas. As
decisões nacionais, regionais e locais
partem de um único centro de poder. Prosseguindo com os desdobramento do caput do art.
1º da CF/88, constata-se que a República Federativa do
Brasil é formada pela união indissolúvel dos Esta-
Estado Composto dos, Municípios e DF.
A referida indissolubilidade é consequência do mo-
Já no Estado composto há a presença de vários delo federado de Estado adotado pelo Brasil, pois os en-
entes políticos, ou seja, vários são os entes dotados de tes federados não possuem poder de secessão.
capacidade política (descentralização). Assim, os Estados-membros, Municípios e DF que
Dependendo da composição do Estado, este poderá compõem a República Federativa do Brasil não podem
ser federado (entes autônomos) ou confederado (entes abandonar a mesma para formar um novo Estado fede-
soberanos). Importante ressaltar que o modelo de Esta- rado, ou seja, um novo país.
do federal brasileiro é do tipo segregador (fruto de mo-
DIREITO
ADMINISTRATIVO
PROFESSOR
Robson Fachini
SUMÁRIO
1. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO, ESTADO E GOVERNO ............................................................................. 405
Conceito de Direito...................................................................................................................................................................................................................................405
Ramos do Direito.......................................................................................................................................................................................................................................405
Conceito de Direito Administrativo..................................................................................................................................................................................................405
Objeto do Direito Administrativo.......................................................................................................................................................................................................405
Fontes do Direito Administrativo...................................................................................................................................................................................................... 406
Sistemas Administrativos.................................................................................................................................................................................................................... 406
Noções de Estado......................................................................................................................................................................................................................................407
Formas de Estado......................................................................................................................................................................................................................................407
Poderes do Estado.................................................................................................................................................................................................................................... 408
Noções de Governo.................................................................................................................................................................................................................................. 408
Sistemas de Governo.............................................................................................................................................................................................................................. 409
Formas de Governo................................................................................................................................................................................................................................. 409
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................410
404
CAPÍTULO 01 - Noções de Direito Administrativo, Estado e Governo
O direito é dividido em dois ramos distintos, são eles: O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o direi-
o direito privado e o direito público. to administrativo como sendo “o conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem órgãos, agentes e ativi-
Direito Privado dades públicas que tendem a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
O direito privado é caracterizado pela regulamen- A professora Maria Sylvia Di Pietro define o Direi-
tação de interesses PRIVADOS. Neste ramo do direito, to Administrativo como “o ramo do direito público que
existe um conflito entre particulares, ou seja, em um dos tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas ad-
lados da disputa tem um particular, seja este uma pessoa ministrativas que integram a Administração Pública, a
física, ou uma pessoa jurídica, e do outro lado tem-se ou- atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens
tro particular, tanto faz se ele é pessoa física ou pessoa de que se utiliza para a consecução de seus fins, de na-
jurídica. tureza política.”
Em regra, o direito privado não regula relações entre
particulares e o Estado. Eventualmente o Estado pode
integrar um dos polos regulados pelo direito privado, Objeto do Direito Administrativo
conforme veremos logo adiante.
Característica marcante do direito privado é a O direito administrativo tem dois objetos, a adminis-
relação jurídica de igualdade estabelecida entre tração pública e o exercício das atividades administra-
as partes. Essa relação jurídica de igualdade também é tivas do Estado.
chamada de relação jurídica horizontal. O direito administrativo tem por objetivo regular as
O direito administrativo não faz parte do ramo do di- relações da administração pública, sejam estas relações
reito privado, e como exemplos desse ramo do direito de natureza interna entre as entidades que a compõe,
tem-se o direito civil o direito empresarial, dente outros. seus órgãos e agentes; ou relações de natureza externa
entre a administração e os administrados.
Além de ter por objeto a administração pública, tam-
Direito Público
bém é foco do direito administrativo o desempenho das
atividades públicas, tanto exercidas pelo próprio estado,
O direito público é caracterizado pela regulamenta-
por meio da administração pública, ou exercidas por al-
ção dos interesses públicos e o seu objetivo é a resolução
gum particular, como no caso das concessões, permis-
DIREITO ADMINISTRATIVO
sões e autorizações de serviços públicos. deral (STF) depois de reiteradas decisões num mesmo
Resumidamente, pode-se dizer que o direito adminis- sentido e seu conteúdo vincula a administração pública
trativo tem por objeto a administração pública e também dos poderes legislativo, executivo e judiciário da União,
as atividades administrativas, independente de quem as Estados, DF e municípios.
exerça.
Doutrina
Fontes do Direito Administrativo
A doutrina é o resultado do trabalho dos estudiosos
O termo fonte dá ideia do lugar onde algo começa a do direito administrativo. São livros que têm a finalida-
surgir. Sendo assim, por fontes do direito administrativo, de de tentar sistematizar e melhor explicar o conteúdo
deve-se entender os lugares onde encontramos as suas das normas de direito administrativo, os quais podem
regras. ser utilizados como critério de interpretação de normas,
Todavia o direito administrativo não é codificado, bem como auxiliar a produção normativa.
dessa forma, não é possível encontrarmos um código A doutrina não vincula a atuação da administração
que contemple as normas de direito administrativo como pública, ela é só uma fonte de orientação.
acontece com o direito penal, civil, processual penal, Devido ao fato de a doutrina representar o entendi-
dentre outros. Para encontrarmos as normas de direito mento do seu autor sobre as regras do direito adminis-
administrativo temos que recorrer a diversas fontes. trativo, essa fonte do direito apresenta várias contradi-
São fontes do direito administrativo a lei, a jurispru- ções, pois é comum que em alguns pontos os autores
dência, a doutrina e os costumes (praxe administrativa). tenham entendimentos distintos de um ou outro instituto
Veja a seguir as características de cada uma das fontes. jurídico.
Os poderes do Estado são três: o Poder Legislativo, Governar está relacionado com a função política do
Poder Executivo e Poder Judiciário. Estado, a função de comando, de coordenar, de direcio-
nar e fixar planos e diretrizes de atuação do Estado. O
Art. 2º da CF: São Poderes da União, independentes e governo é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
responsáveis pela função política do Estado.
O governo está diretamente ligado às decisões toma-
Observe que a Constituição Federal trata os poderes das pelo Estado e exerce a direção suprema e geral do
como independentes e harmônicos, isso significa que en- Estado. Considerando o Estado uma pessoa e fazendo
tre os poderes não existe relação de subordinação e nem uma analogia com o corpo humano, podemos dizer que
408 de hierarquia, nenhum poder é mais importante do que o governo é o cérebro do Estado.
o outro. A doutrina classifica o governo como uma ativida-
Cada poder tem a sua função principal e eles devem de política, discricionária e independente, sendo assim,
exercer essas funções de forma harmônica. governar é uma atividade política, pois é exercida por
políticos e tem o poder de inovar o ordenamento jurídi-
Funções dos Poderes co, além de ser, também, uma atividade discricionária e
independente porque se subordina somente aos manda-
As funções dos poderes, em regra, são a de criar leis mentos da Constituição Federal, não havendo hierarquia
(inovar o ordenamento jurídico), de administrar e de jul- e subordinação entre os responsáveis pelo exercício do
gar conflitos. Cada poder é responsável pelo exercício governo.
de uma dessas funções, mas é errado pensar que cada
poder somente desempenha uma dessas funções. Classificação de Governo
Cada poder desempenha uma das funções do Estado
de forma principal e também desempenha as outras fun- A doutrina classifica o conceito de governo em um
ções do Estado de forma acessória. Em razão do fato de sentido formal/subjetivo e em um sentido material/ob-
cada poder desempenhar, além da sua função principal, jetivo.
algumas funções acessórias, a doutrina classifica a sepa-
ração dos poderes como flexível. Governo em Sentido Formal ou Subjetivo
Sendo assim, como a classificação da separação dos
poderes é flexível, ela não é absoluta ou rígida. A se- Em sentido formal ou subjetivo, governo é o conjun-
paração seria absoluta caso cada poder desempenhasse to de poderes e órgãos responsáveis pela atividade de
somente a sua função principal, não podendo desempe- governar. Neste caso, associa-se a palavra governo com
nhar funções acessórias, o que não é o caso do Brasil. as instituições públicas responsáveis pelo comando, co-
A função principal de cada poder é aquela função ordenação, direção e fixação de planos e diretrizes de
que realmente justifica sua existência. atuação do Estado.
Poder Função Típica Ou Função Atípica
Principal Ou Acessória Governo em Sentido Material ou Objetivo
Poder Executivo Inovar o ordena-
Administrar mento jurídico e Em sentido material ou objetivo, governo é a ativida-
julgar conflitos de de governar, independentemente da instituição pú-
DIREITO
PROCESSUAL PENAL
PROFESSOR
Marcelo Adriano
Professor para concursos públicos desde 2009. Sou ex-
militar de carreira das Forças Armadas (minha pri-meira
aprovação aos 18 anos de idade) e atualmente servidor
Público Federal, sendo aprovado em vários concursos, como
Polícia Federal (2x), Polícia Civil do Distrito Federal, DEPEN,
dentre outros. Autor do livro Série Provas & Concursos,
lançado pela editora Abril Educação - Alfacon, te auxiliarei
em seu grande obje-tivo que é a aprovação para o tão
sonhado cargo público. Formado pela UEFS (Universidade
Estadual de Feira de Santana) ministro aulas em grandes
cursos para concursos públicos online e presenciais em pra-
ticamente todo o Brasil (Brasília, Curitiba, Cascavel,
Fortaleza). Também sou professor da ANP (Academia
Nacional de Polícia) e instrutor nas matérias de Tiro, Uso
Progressivo da Força e Técnicas e Tecnologias não Letais.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E PRINCÍPIOS........................................................................................................................ 497
Papel do Estado..........................................................................................................................................................................................................................................497
Direito Penal...............................................................................................................................................................................................................................................497
Jus Puniendi................................................................................................................................................................................................................................................499
Persecução Penal (Persecutio Criminis)..........................................................................................................................................................................................499
Direito Processual Penal....................................................................................................................................................................................................................... 500
Lei Processual no Espaço...................................................................................................................................................................................................................... 500
Lei Processual no Tempo....................................................................................................................................................................................................................... 501
Interpretação da Lei Processual Penal.............................................................................................................................................................................................502
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E se possa viabilizar sua existência, sem que haja domi-
nação, abuso e violações por parte de outros indivíduos,
PRINCÍPIOS em um sistema democrático, as pessoas se sujeitam ao
poder do Estado para que ele possa garantir o bem-estar
O Direito Processual Penal é uma matéria muito re- de todos. Para tanto, os integrantes contribuem abrindo
corrente em concursos de área policial, isso quer dizer mão de parcela de sua liberdade e entregando recursos
que aprendê-la é essencial para você que deseja ser um financeiros em prol da viabilidade desse ente público
operacional e integrante de uma das carreiras relaciona- para que ele possa zelar pela paz social, sendo assim
das à segurança pública. seu guardião. Quando o Estado é efetivamente democrá-
Especialmente para Agente e Escrivão de Polícia Fe- tico, ou seja, com existências de liberdades individuais e
deral, as questões vêm embasadas no texto de lei, na coletivas, respeito à dignidade da pessoa humana, per-
doutrina e, não raro, em jurisprudência. mitindo o acesso ao poder e existindo para promover o
A despeito de boa parte das questões serem res- bem-estar da maioria, as regras a serem obedecidas são
pondidas com a “letra” da lei e muitas vezes não serem elaboradas e aprovadas por representantes do povo.
diretamente cobradas em edital, alguns conhecimentos Visando a obtenção e manutenção da paz social, es-
introdutórios, como conceitos gerais e princípios aplica- ses representantes aprovam leis que definem todos os
dos ao Direito Processual Penal (cuja uma das principais aspectos relevantes para a vida em sociedade, dentre
fontes é a Constituição Federal) devem ser conhecidos e eles quais condutas são consideradas inaceitáveis, ou
estudados, pois algumas questões requerem uma certa seja, quais não são socialmente aceitas. Dentre elas, es-
interdisciplinaridade. pecial atenção é dada à proteção de bens jurídicos mais
Por exemplo: relevantes que, quando agredidos, geram profundos pre-
juízos físicos, emocionais e patrimoniais, sendo, em boa
Questão Comentada parte das vezes, irreparáveis.
Para que seja efetivada essa “proteção”, o Estado
(CESPE /2013/Escrivão da Polícia Federal) deve promover o cumprimento dessas leis, utilizando
O valor probatório do inquérito policial, como regra, ferramentas como instituições especializadas na inves-
é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz tigação, acusação, julgamento e, sendo o caso, aplicação
absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente da pena que visem à proteção daquilo que a sociedade
em elementos informativos colhidos na investigação. considera mais relevante, mais caro.
Comentário: CPP É o ramo do direito público que tem por função sele-
cionar os bens mais relevantes para a sociedade, descre-
Art. 155. O juiz formará sua convicção
ver as condutas consideradas agressões insuportáveis a
pela livre apreciação da prova produzida esses bens jurídicos (crimes e contravenções) juntamen-
em contraditório judicial, não podendo te com as diversas circunstâncias que possam influen-
fundamentar sua decisão exclusivamente ciar de alguma forma algum aspecto relevante, além de
estabelecer as sanções para aqueles que incorrerem na
nos elementos informativos colhidos na
prática das infrações penais.
investigação, ressalvadas as provas caute- Assim, as regras penais (princípios, Constituição,
lares, não repetíveis e antecipadas. leis,) têm por função:
Apesar da redação da lei dizer que o
01. Definir quais bens jurídicos são considera-
juiz não deve decidir com base nos ele-
dos mais caros, ou seja, aqueles que devem ser
mentos exclusivos do inquérito policial, o protegidos com mais vigor: vida, incolumidade
entendimento doutrinário e jurispruden- física, honra, liberdade, patrimônio, dignidade se-
cial é que o juiz não pode condenar exclu- xual etc.
02. Descrever as condutas consideradas agres-
sivamente com base nessas provas, pois
sões insuportáveis aos bens jurídicos caros. Essas
não foram submetidas ao contraditório e a agressões são classificadas com infrações penais
ampla defesa, mas ele pode absolver com (crimes e contravenções) e, por consequência, pu-
base nesses mesmos elementos. nidas com maior rigor. Seguem alguns exemplos:
fini a existência de uma infração penal. Quando não se IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação
age com dolo ou culpa, mesmo matando alguém, por ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa
do ofendido;
exemplo, não existirá o crime de homicídio. V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunida-
Serve de exemplo alguém que, pretendendo suicidar- de ou vantagem de outro crime:
-se, atire-se na frente de um automóvel de um condutor
que dirigia dentro dos limites de velocidade e tomando Estabelecimento de punições específicas para aque-
as devidas cautelas, mas que, pela surpresa da conduta, les que incorrerem nas condutas descritas, agredindo
não consegue parar a tempo. bens jurídicos protegidos:
“Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar- Para fazer valer a vontade social, inibindo a prática
-lhe auxílio para que o faça”; dessas condutas, os representantes do povo por meio de
leis atribuem punições a quem às práticas, que no Bra-
Bem jurídico protegido: liberdade sil, em tempo de paz, podem chegar à restrição total do
Exemplo de conduta considerada agressão liberdade: direito de ir e vir, a pena de prisão.
“Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro
ou cárcere privado”; Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
Bem jurídico protegido: patrimônio III - de multa.
Exemplo de conduta considerada agressão ao patri-
mônio: Definição dos diversos elementos necessários ao
“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. direito penal, como por exemplo a definição técnica de
Descrição de todos os outros fatores que podem tor- crime.
nar “pior” ou “melhor” juridicamente essa conduta, como Segundo doutrina majoritária, pode-se definir crime
atenuantes, agravantes, causas de redução e aumento como fato típico, antijurídico e culpável:
de pena, ou ainda, situações que venham a justificar a
agressão, desqualificando-a como crime ou excluindo a Fato Típico
pena. Servem de exemplo alguns institutos previstos em
nosso código penal abaixo relacionados: Como primeiro elemento do crime, segundo a maio-
ria da doutrina, para que um fato seja considerado crime
Excludentes de Ilicitude: ele deve:
498
• Ser uma conduta (omissiva ou comissiva)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade; humana;
II - em legítima defesa; • Produzir um resultado e que se ajusta for-
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exer- mal e materialmente ao direito penal;
cício regular de direito. • Existência de nexo causal entre a conduta e
o resultado;
Excludente de Culpabilidade • Enquadramento perfeito à descrição legal,
ou seja, deve conter tipicidade.
É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, Antijuridicidade
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se Ilicitude ou antijuridicidade é a afronta da conduta
de acordo com esse entendimento. ao ordenamento jurídico, às normas legalmente estabe-
lecidas. É de se imaginar que toda agressão humana a
Caso de Diminuição de Pena um bem jurídico caro possa ser considerado um crime,
pois afrontaria o ordenamento jurídico. Porém, existindo
Se o agente comete o crime impelido por motivo de a agressão, se essa conduta ocorrer em razão de situa-
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de vio- ções definidas pela norma, ela passa a ser tolerada pela
lenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da sociedade, o que lhe retira o caráter criminoso.
vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um No Brasil, segundo o Art. 23 do código penal, não há
terço. crime quando o agente pratica o fato:
é definida como o juízo de reprovação da conduta típica responsabilidade por aplicar a lei penal quando infra-
e antijurídica praticada. É o juízo de censura social. ções penais são cometidas. Assim, cometido o ilícito pe-
Segundo corrente majoritária (teoria normativa pura nal, surge para o Estado o Jus Puniendi Estatal, o direito
da culpabilidade, que se relaciona coma teoria finalista de punir a pessoa que cometeu o crime. Em realidade é
da ação), a culpabilidade possui o seguinte elementos: um poder dever, já que não há facultatividade no desen-
volvimento dessa atividade, ou seja, comprovada exis-
Imputabilidade tência da infração penal é obrigação do Estado punir.
O direito de punir (jus puniendi) concentra-se na fi-
São condições pessoais do agente para que o mesmo gura do Estado, como consequência do monopólio juris-
seja considerado capaz. Essas condições tornam possível dicional Penal, manifestando-se de maneira abstrata ou
que lhes seja imputado o fato punível. concreta.
Considera-se imputável o agente com capacidade
mental plena, desenvolvida, capaz de entender o cará- 01. Poder dever de punir em abstrato
ter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse É representado pela previsão legal do tipo penal de
entendimento. crime, que se aplica a todas as pessoas dentro de deter-
O art. 26 do Código Penal estabelece as causas de minado espaço.
exclusão da imputabilidade:
02. O poder dever de punir em concreto
I -Doença mental (art. 26, caput ); O direito de punir em concreto é representado pela
II -Desenvolvimento mental incompleto (art. 26, caput); persecução penal exercida em face da pessoa que come-
III-Desenvolvimento mental retardado (art. 26, caput);
IV -Embriaguez completa, proveniente de caso fortuito te qualquer fato definido como crime.
ou força maior (art. 28, § 1º).
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
Persecução Penal (Persecutio Criminis)
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de Persecução Penal é o conjunto de atividades estatais
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº destinadas a propiciar ao Estado o exercício do Jus Pu-
7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
niendi, ou seja, fazer cumprir em concreto a lei penal.
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a Diante da impossibilidade de o Estado “adivinhar”
dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde todos os elementos necessários para aplicação da pena
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou re- (existência da infração penal, autoria, culpa, dolo, cir-
tardado não era inteiramente capaz de entender o caráter 499
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse enten-
cunstâncias etc.), sendo o estado Democrático, ou seja,
dimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) com direitos e garantias individuais, é necessário que
Menores de dezoito anos se elucide todos os acontecimentos relacionados ao fato
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmen- para que, em primeiro lugar, se chegue a duas conclu-
te inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
sões:
11.7.1984)
01. Existe prova da existência da infração pe-
Potencial Consciência da Ilicitude da Conduta nal;
02. Existem, ao menos, indícios suficientes de
Potencial conhecimento de que a conduta afronta autoria
ao ordenamento jurídico, de que conduta é um crime. 03. Quais foram as circunstâncias em que o
É uma condição intelectual e também denominada erro fato aconteceu
de proibição.
Segundo o art. 21 do CPP, o desconhecimento da lei Em um segundo momento, processar os acusados e
é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevi- aplicar a pena aquele que comete conduta criminosa
tável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de levando em consideração todas as circunstâncias rela-
um sexto a um terço. Considera-se evitável o erro se o cionadas.
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do Deve-se, ainda, ter em mente as implicações da exis-
fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou tência de um Estado Democrático, cujos objetivos prin-
atingir essa consciência. cipais são os de:
A persecução penal extrajudicial ocorre através da 04. Definir os limites da atuação estatal.
Investigação criminal. Por isso, é que se pode afirmar
que a persecução penal extrajudicial é uma atividade Conceito de Direito Processual Penal
preparatória da ação Penal, de caráter preliminar e in-
formativo. É o ramo do Direito Público formado por um con-
junto de princípios, normas e procedimentos que tem
02. Processo, a Ação Penal (judicial) por finalidade disciplinar a persecução penal, desde os
A persecução penal judicial ocorre por intermédio procedimentos investigatórios (Inquérito Policial), o seu
da ação penal, do exercício do direito de ação deferi- processo (Ação Penal), até a aplicação da pena, visando a
do ao cidadão e exercido, em regra por intermédio do solução das lides de natureza penal.
ministério público, titular da ação penal pública. O juiz, Também pode ser definido como o conjunto de prin-
representante do Estado, com base nas provas colhidas cípios, normas e procedimentos legais que regulam a
em contraditório judicial, julga o caso decidindo sobre a aplicação jurisdicional do Direito Penal, cuja finalidade
culpabilidade ou inocência do acusado. é determinar o modo, meio; e responsáveis pela perse-
cução penal.
Direito Processual Penal Segundo Isaías, Direito Processual Penal é conjunto
de princípios e normas que regula a aplicação jurisdicio-
É certo que é praticamente impossível conhecer to- nal do Direito Penal, bem como a atividade persecutória
das as circunstâncias que envolvam a ocorrência de uma da Polícia Judiciária.
infração penal. Diante dessa certeza e para que a apli-
cação da lei penal seja justa, é necessário que o Estado Fontes do Direito Processual Penal
busque elucidar tudo que for relevante para a definição
das responsabilidades penais e para a consequente apli- As principais fontes do Direito Processual penal Bra-
cação da pena. Para tanto, é necessário também que o sileiro são:
Estado providencie para que todas as informações sejam A constituição Federal de 1988;
produzidas, subsidiando o julgador (juiz) na definição da
sentença. • O decreto 3.689/41, CPP (Código de Processo
Porém, sob o argumento da necessidade de elucidação Penal);
da infração penal, não pode o estado produzir informa- • Principal regramento processual penal bra-
ções a qualquer custo. No desempenho dessa atividade, sileiro.
500 • Leis específicas que regulam parte de pro-
é necessário que se tome todas as cautelas possíveis para
que nenhum direito seja indevidamente violado. Em um cedimentos específicos;
país democrático, a persecução penal deve primar pela • Outros regramentos.
garantia ao exercício dos direitos humanos, individuais
e coletivos, balizada por normas, preferencialmente de Lei Processual no Espaço
ordem legal, que sejam previa e democraticamente esta-
belecidas e que e garantam: O princípio que rege a aplicação da lei processual
penal brasileira é o da Territorialidade, é a expressão da
01. Aplicação efetiva da lei penal aos culpa- soberania nacional.
dos pelo cometimento de um crime, contribuindo Levando em consideração o crime (viés penal) , a ado-
para a manutenção da paz social; ção desse princípio determina que a todo delito ocorri-
02. Garantia a todos os acusados de um devido do em território brasileiro será aplicada a lei processual
processo legal, ou seja, um processo justo, onde penal brasileira. Levando em consideração o processo,
se poderá exercer o contraditório e a ampla de- esse princípio determina que a todo processo penal que
fesa em sua plenitude, sem distinções, balizado venha a ser realizado dentro de nosso território deverá
por normas constitucionais e legais previamente ser aplicada a lei processual penal brasileira (CPP).
estabelecidas. Resumindo, o estudo da aplicação da lei processual
03. Culminação de uma pena previamente es- penal no espaço define:
tabelecida e compatível com a conduta criminosa
e com todas as circunstâncias que a envolveram. • Define em que local a legislação processual
penal brasileira será aplicada no processo
Para que se possa atingir esses objetivos, é necessá- • Princípio da territorialidade (lócus rigit ac-
rio, dentre outros: tum): Expressão da soberania nacional;
SUMÁRIO
1. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006................................................................................................................................579
Título I - Disposições Preliminares...................................................................................................................................................................................................579
Princípios do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas..................................................................................................................................579
Objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas...................................................................................................................................580
Capítulo III - Dos Crimes e das Penas..............................................................................................................................................................................................580
Título IV - Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas................................................................................................... 581
Concurso de Crimes.................................................................................................................................................................................................................................583
Cessão Gratuita de Droga para Consumo Conjunto...................................................................................................................................................................584
Tráfico Privilegiado..................................................................................................................................................................................................................................584
Tráfico de Drogas ou Matéria-Prima................................................................................................................................................................................................585
Agente Primário e de Bons Antecedentes......................................................................................................................................................................................585
Associação para o Tráfico......................................................................................................................................................................................................................585
Causas de Aumento de Pena................................................................................................................................................................................................................587
Colaboração Premiada............................................................................................................................................................................................................................587
Consequências para Quem Praticar os Crimes Previstos nos Arts.33, Caput, e §1º, e 34 a 37 da Lei de Drogas..............................................588
Inimputabilidade.......................................................................................................................................................................................................................................588
Semi-Imputabilidade...............................................................................................................................................................................................................................588
Capítulo III - Do Procedimento Penal...............................................................................................................................................................................................588
Capítulo IV - Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens do Acusado................................................................................................................590
Título V - Da Cooperação Internacional.......................................................................................................................................................................................... 591
Título VI - Disposições Finais e Transitórias................................................................................................................................................................................ 591
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................592
Capítulo II - Do Registro........................................................................................................................................................................................................................645
Capítulo III - Do Porte.............................................................................................................................................................................................................................645
Porte Civil.....................................................................................................................................................................................................................................................647
Omissão de cautela...................................................................................................................................................................................................................................648
Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido..........................................................................................................................................................................649
Disparo de Arma de Fogo...................................................................................................................................................................................................................... 651
Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito...........................................................................................................................................................652
Comércio Ilegal de Arma de Fogo......................................................................................................................................................................................................653
Tráfico internacional de arma de fogo.............................................................................................................................................................................................653
Capítulo V - Disposições Gerais..........................................................................................................................................................................................................653
Capítulo VI - Disposições Finais.........................................................................................................................................................................................................654
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................655
Capítulo III - Dos Crimes e das Penas 3ª corrente – O art.28 não configura infração penal,
mas fato atípico sujeito das medidas educativas.
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substi-
Fundamentos
tuídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o
defensor. a. A lei 11343/2006 ao invés de punir prefere
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, falar em medidas educativas para o usuário;
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, dro-
gas sem autorização ou em desacordo com determinação
b. O não cumprimento das medidas não gera
580
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: consequência penal. Ex.: Se o condenado não
• Tem o preceito primário (conteúdo criminoso) cumprir, o juiz pode dobrar e se o delinquente
• Tem o preceito secundário (consequência jurídica) continuar descumprindo o máximo que o magis-
trado pode fazer é impor multa cominatória por
Importante: caso de pena alter- dia de trabalho faltado;
c. Princípio da intervenção mínima;
nativa e não substitutiva
d. A saúde individual é um bem jurídico dis-
ponível.
1ª corrente – O art.28 tem natureza jurídica de cri-
me.
Observação: Corrente adotada
Fundamentos por Alice Bianchini.
O STF está analisando um caso con-
a. O comportamento do usuário está inserido
no capítulo III intitulado “dos crimes”. creto envolvendo um detento condenado
b. O art. 28, §4º, fala em reincidência. por porte de 3 gramas de maconha em
c. O art.30 fala em prescrição criminal. cela. Dependendo da decisão a ser tomada
d. O art.5º, XLVI, CRFB/1988, prevê outras pe- pelo guardião da Constituição pode ocor-
nas, além das de reclusão e detenção.
rer uma mudança no entendimento sobre
2ª corrente – A natureza jurídica do art.28 é de in- a incriminação do porte ilegal de drogas
fração penal “sui generis”. para consumo próprio, previsto no artigo
Fundamentos 28 da lei 11343/2006 (que hoje é conside-
rado crime).
a. O fato de o comportamento está no capí-
tulo 3, intitulado dos crimes não significa que é
crime, pois não raras vezes o legislador intitula
Bem jurídico tutelado ou objetividade jurídica
como crime infrações diversas ( por exemplo dec.
- A Saúde Pública colocada em risco pelo comportamen-
lei 201/1967, chama de crime infrações política –
to do usuário. Não se pune o porte da droga para o uso
administrativas);
próprio, em função da proteção à saúde do agente, mas
CAPÍTULO 01 - Lei Nº 11.343, de 23 de Agosto de 2006
em razão do mal potencial que pode gerar a coletividade. saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento es-
Sujeito ativo – Aquele que pratica a conduta previs- pecializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
ta como crime. Pode ser qualquer pessoa, ou seja, crime refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à repro-
comum. vabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em
Sujeito passivo – Aquele sofre a conduta prevista quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a
como crime. É a coletividade, ou seja, crime vago. 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacida-
de econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três)
Conceito de crime vago - Crime vago: é aquele vezes o valor do maior salário mínimo.
que tem por sujeito passivo uma entidade destituída de
personalidade jurídica, como a sociedade, o público, a
família etc. Prescrição
Uso pretérito – Não se pune o agente se for sur-
preendido usando ou logo depois de usar a droga, sem Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a
possibilidade de se usar a droga em seu poder. execução das penas, observado, no tocante à interrupção do
Elemento subjetivo - O crime é punido a título de prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
dolo mais fim especial (consumo próprio).
Consumação - Consuma-se com prática de qual-
quer um dos núcleos: quem adquirir, guardar, tiver em Título IV - Da Repressão à Produção não
depósito, transportar ou trouxer consigo. Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas
Crime de Perigo Abstrato Capítulo I - Disposições Gerais
Para a maioria o crime é de perigo abstrato (crime
absolutamente previsto em lei). Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade
O eminente jurista, Guilherme de Souza Nucci, rotu- competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, pre-
la o art.28 da lei 11343/2006 como de “ínfimo potencial parar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, ree-
xportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, com-
ofensivo”, tendo em vista que, mesmo sendo inviável no prar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou
caso concreto a transação penal, ainda que reincidente matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as
o agente e com maus antecedentes ou péssima conduta demais exigências legais.
social, jamais será aplicada a pena privativa liberdade,
mas penas alternativas com medidas assecuratórias de Comentário: A previsão legal da destruição das
cumprimento. plantações ilícitas está no artigo 32 e da destruição das 581
drogas ilícitas no artigo 50, todos da lei 11343/2006.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, Abaixo montei uma tabela trazendo as diferenças e a
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, dro- literalidade dos artigos mencionados.
gas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas; Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente
II - prestação de serviços à comunidade; destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A,
III - medida educativa de comparecimento a programa que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de
ou curso educativo. tudo lavrando auto de levantamento das condições encontra-
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu das, com a delimitação do local, asseguradas as medidas ne-
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destina- cessárias para a preservação da prova. (Redação dada pela
das à preparação de pequena quantidade de substância ou Lei nº 12.961, de 2014)
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consu-
mo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
substância apreendida, ao local e às condições em que se Plantações Ilícitas Drogas Ilícitas
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem
como à conduta e aos antecedentes do agente. Quem poderá destruir? Quem poderá destruir?
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. R.: Delegado de polícia R.: Delegado de polícia
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos in-
Precisa-se de autorização judi- Precisa-se de autorização ju-
cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo
cial? dicial?
máximo de 10 (dez) meses.
R.: Sim
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumpri-
R.: Não
da em programas comunitários, entidades educacionais ou
assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públi-
cos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, prefe- Quando que ocorrerá a destrui- Quando que ocorrerá a des-
rencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação ção? truição?
de usuários e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas edu- R.: Imediatamente R.: Depois da determinação
cativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que judicial a autoridade policial
injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz subme- tem um prazo de 15 dias para
tê-lo, sucessivamente a: destruir a droga na presença
I - admoestação verbal; do ministério público e da au-
II - multa. toridade sanitária.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque
à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL