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Unidade 1 - Democracia Majoritária e Democracia Consensual

A diferença entre os dois modelos de democracia encontra-se presente já


na definição mais simples da palavra, clássica e enraizada no senso comum -
governo pelo povo, para o povo -. Aceita esta definição geral, a questão se revela
quando perguntamos: Como proceder? Quando? Como ocorre quase sempre
que houver divergências no meio do povo sobre o que fazer? Que funcionários
devem fazê-lo? Uma resposta possível, muito difundida, defende a prevalência
da vontade da maioria dos eleitores. Nessa visão, não importa se essa maioria
é ampla ou estreita; inaceitável seria apenas o governo de uma minoria de
eleitores. Esse o princípio da democracia majoritária: definida alguma maioria,
cabe a ela governar, por intermédio dos nomes por ela indicados. À minoria resta
fazer a crítica ao governo, até o fim do seu mandato, quando uma nova eleição
abrirá a oportunidade de sua transformação em maioria.

Uma resposta alternativa é deixar a decisão com o maior número possível


de pessoas. O governo de minoria também é recusado por essa visão, mas a
ampliação permanente da maioria é mais importante que a contagem simples
dos votos num momento determinado. Esse o princípio da democracia
consensual.

A democracia majoritária concentra o poder. Traduzida em instituições,


produz sistemas excludentes, nos quais a relação entre maioria e minoria,
governo e oposição é caracterizada pelo embate e pela competição. A
democracia consensual tende a partilhar, limitar e dispersar o poder. Opera
principalmente por meio da negociação e da concessão. Bons exemplos do
modelo majoritário de democracia são o Reino Unido e muitas de suas antigas
colônias. Os países mais próximos do modelo consensual, segundo o autor, são
a Suíça e a Bélgica, assim como a experiência em progresso da União Europeia.

Diferenças relevantes entre a Democracia Majoritária e a Democracia


Consensual

Se considerarmos, de um lado, a procura de acordos cada vez mais


amplos e, de outro, a aferição da maioria mínima como dois princípios gerais,
opostos, que informam a construção de regras e instituições democráticas, é
possível procurar as diferenças entre os dois modelos na disparidade existente
entre essas regras e instituições nos diversos países democráticos do mundo.
Nessa busca, o autor seleciona dez diferenças relevantes, agrupadas em
dois grupos distintos.

O primeiro diz respeito à relação entre o Poder Executivo, os partidos


políticos e os grupos de interesse.

O segundo reúne diferenças relacionadas com o contraste entre governos


unitários e federações.

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