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Administração

Financeira Familiar
Autor(a): Helberrt José Goes.
1ª Edição – 2011

Administração Financeira
Familiar

Todos os direitos desta edição são reservados à Cresça Brasil Editora S/A.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora.

ISBN: 978-85-8153-132-8

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Sumário

Capítulo 1: Princípios de Educação Financeira

Capítulo 2: Fatores de Endividamento

Capítulo 3: Planejamento Financeiro

Capítulo 4: Gerenciando as finanças


Apresentação
No contexto atual onde percebemos um cenário de inflação, com taxas
de juros em constante mudança, muitas vezes os ganhos não possibilitam o
pagamento das contas.
As incertezas são muitas e na cabeça das pessoas os pensamentos vão
e vem na busca de solução para resolver os problemas financeiros, quitando as
dívidas e criando uma oportunidade de poupança.
A grande maioria dos problemas financeiros aponta a falta de
planejamento como a principal influência no orçamento familiar. Neste sentido,
aprender como controlar de forma correta as contas possibilita às pessoas e
suas famílias uma maior segurança financeira, equilíbrio e tranqüilidade,
permitindo mais qualidade de vida no dia-a-dia.
O objetivo deste livro é possibilitar a você os conhecimentos
relacionados com os princípios básicos de finanças pessoais, princípios estes
necessários para administração da sua vida financeira, e até mesmo do
gerenciamento financeiro do seu empreendimento.
Procuraremos criar um momento de reflexão sobre o hábito de poupar,
planejar suas despesas de acordo com os seus ganhos, e investir corretamente
os seus recursos.
Finalmente, pretendemos que ao finalizar este livro, você tenha
compreendido a importância de uma vida financeiramente equilibrada e tenha
construído uma visão clara e prática de como lidar com o dinheiro.
Para começarmos vale refletir sobre planejamento, e esta modalidade de
estudo não é diferente.
Capítulo 1
Princípios de Educação Financeira
A Educação financeira tem como objetivo ser um instrumento
que proporcione de criar uma convivência saudável em
relação ao dinheiro.
Educação financeira é um processo complexo pois exige o
desenvolvimento de uma perspectiva de longo prazo,
persistência e treinamento.
Tradicionalmente nos países desenvolvidos, a Educação financeira
envolve um processo que está relacionado à educação familiar.
Posteriormente, nas escolas destes países a pessoa vai ter a oportunidade
reforçar a formação da Educação financeira que o aluno adquiriu em casa.
No Brasil esta não é uma prática que faz parte do universo familiar e
muito menos das escolas.

1.1 A Educação Financeira

A falta de um processo de educação onde a pessoa aprende a lidar com


dinheiro em casa, leva a conseqüências determinantes para uma vida de
instabilidades econômicas, com repercussões significantes na sua vida.
José Segundo Filho (2003), demonstra que a educação financeira que milhões
de pessoas não receberam, os levam a problemas financeiros.
Hoje em dia aposentados e dependentes de uma renda insignificante
apresentam problemas financeiros para garantir a sua sobrevivência.
A falta de educação financeira pode levar as pessoas a uma vida de
problemas financeiros e emocionais. Daí a preocupação das pessoas em
adquirir uma independência financeira para possam viver uma vida tranqüila e
sem medos.
Para iniciar uma cultura de Educação financeira, o mais importante é
fazer com que as pessoas participem deste processo desde crianças. Iniciando
cedo a criança deve ser estimulada a uma cultura de economia, no dia-a-dia,
procure conversar com as crianças da casa sobre as despesas.
Não que se deva depositar na criança uma preocupação que não deve
ser dela, mas é saudável que ela faça parte desta rotina, de forma bem simples
e educativa. Um bom exemplo está relacionado ao gasto com água, demonstre
para ela como o consumo de água interfere na conta de água que chegar em
sua casa, comente com ela sobre o gasto de água, os valores da conta, e
sobre a importância da economia.
Grandes problemas relacionados com a falta de dinheiro trazem no seu
histórico a falta de planejamento e gerenciamento financeiro. Você deve
conhecer algumas pessoas que tendo dinheiro perderam tudo, ou que ficaram
desempregadas e sem dinheiro. Estas situações trazem medo às pessoas, pois
as pessoas sentem-se uma sensação de inferioridade e insegurança social.
Neste sentido, uma boa educação financeira poderá contribuir para que
as pessoas e famílias possam atingir seus objetivos financeiros de forma
independente e segura. Através de um processo de educação financeira pode-
se planejar a vida financeira e escolher as alternativas de investimento
importantes para o futuro.

1.2 A busca da independência financeira

Você se considera tranqüilo em relação ao futuro? Se sua resposta é


sim, você pode se considerar um felizardo, pois ter tranqüilidade em relação ao
futuro hoje é como encontrar uma agulha em um palheiro, ou seja, muito difícil.
Todos os dias encontramos pessoas com crises financeiras e buscando
incessantemente resolvê-los de forma a se livrar deles. Mas sem um
planejamento é muito difícil estabelecer uma tranqüilidade na vida financeira.
A crise financeira é um problema sério que pode envolver qualquer
pessoa. Várias conseqüências podem surgir a partir daí, baixa auto-estima,
ansiedade e depressão, são alguns dos efeitos de uma crise financeira pessoal
ou familiar. O quadro pode ficar mais grave neste momento em que a pessoa
se defronta com uma situação onde precisa de dedicação máxima para
resolver o problema, tudo isto justamente no momento em que seu estado
psicológico está debilitado.
O grande o segredo para evitar as crises financeiras e alcançar a
independência financeira não é necessariamente ganhar mais dinheiro, mas
sim gastar menos do que se ganha. Não existe uma fórmula mágica, equação
ou uma regra que defina qual o percentual da renda que uma pessoa ou família
deve ganhar, daí ser difícil estabelecer uma equação econômica em cima do
ganho.
Um outro fator importante diz respeito aos enxugamentos necessários
ao orçamento, se você gosta de almoçar em restaurantes todo fim semana,
que tal ir quinzenalmente? Não é possível dizer exatamente onde se deve
promover o enxugamento das despesas, mas é necessário verificar os valores
familiares, e conseqüentemente, seus objetivos, a renda, o grau de
endividamento, se houver, e a percepção que a família tem do dinheiro.

1.3 As relações com o dinheiro

Podemos relacionar o dinheiro como um instrumento íntimo das


pessoas, principalmente por constituir-se no instrumento de troca propiciador
das relações mercantilistas do mundo moderno, mas o fato é que muita gente
não convive bem com o mesmo.
Educar-se financeiramente não está relacionado com o aprendizado de
técnicas ou macetes de bem administrar dinheiro, muito menos decorar regras
que ensinam a lidar com os ativos financeiros, como se você tivesse um
manual de regras prontas para serem utilizadas diante de cada problema que
aparecer.
O objetivo de promover a educação financeira deve estar relacionando
com a criação de uma mentalidade saudável em relação ao dinheiro, para que
se promova um comportamento adequado às suas condições. A educação
financeira exige uma perspectiva de longo prazo, muita capacitação e
persistência.
A educação financeira eficaz deve-se assentar em três pontos principais
relacionados com o dinheiro:
Hoje em dia percebemos transformações complexas e constantes
ocorrendo na nossa sociedade, é preciso um grande esforço para
promovermos a educação não para o mercado de trabalho atualmente
conhecido, mas para um mercado dinâmico que somente o futuro nos poderá
dizer. Desta forma é preciso desenvolver o espírito empreendedor e estimular
modos inovadores de raciocínio, de forma a pensar novas formas produtivas
para o futuro. Este primeiro ponto está relacionado ao princípio da
oportunidade.
A habilidade em lidar com as finanças, está relacionada com a nossa
capacidade de diferenciar o "eu quero" do "eu preciso". Gastar em coisas que
queremos é uma atitude ótima, divertida, saudável e é acreditamos que é
importante. Mas o que é importante mesmo é definirmos as nossas
responsabilidades, aprendendo e ensinando que na vida as necessidades
vêem em primeiro lugar.
São diversas as razões para se aprender a poupar. A razão mais
imediata esta relacionada à segurança pessoal ou familiar. Embora esta razão
seja uma idéia correta, é preciso levar em consideração algumas outras, tais
como: independência financeira, garantia de um futuro mais tranqüilo e seguro,
realizar sonhos. Ter uma poupança, ou ser educado em uma cultura de
poupança, cria disciplina, dá limite e ensina auto-respeito.
Em 1984, a novela "Amor com amor se paga" personificou um Nonô
Corrêa como um personagem até hoje lembrado, pois ele é o exemplo clássico
do chamado pão-duro. Nonô Apesar de possuir diversos imóveis alugados, que
lhe geravam uma boa renda, da qual poderia viver uma vida tranqüila, nunca
aproveitou a oportunidade de tranqüilidade que o dinheiro lhe oferecia. Ele era
uma pessoa que trancava a geladeira com cadeado para que ninguém comer
nada sem o seu consentimento. Esta pessoa está em desarmonia com o futuro,
pois morre de medo das incertezas que o futuro nos reserva, portanto não se
permite usufruir saudavelmente dos bens materiais.
O exemplo de mão-aberta também está presente nas novelas o Belizário
Cavalcanti de Paraíso Tropical é o exemplo de pessoa que quer manter um
padrão de vida que não condiz com a atual realidade financeira em que vivem.
Na maioria das vezes são pessoas que perderam todo o dinheiro, e ainda
assim gastam o quê têm e ainda o quê não têm; como se só existisse um
problema apenas, o dia de hoje. Quanto ao futuro, o futuro á algo que não
existe, então vamos preocupar em manter a dispensa abastecida com caviar,
salmão, champagne. Esse tipo de pessoa busca atingir uma satisfação
presente e intensa através do dinheiro.

1.4 Gastando menos do que se ganha

Gastar mais do que se ganha é uma armadilha que pode levar ao


fracasso financeiro. Neste sentido, gastar menos do que se ganha todos os
meses é a principal forma de eliminação de dívidas.
Você deve estar se perguntando, como poderei fazer isto? É claro que
vivendo no atual mundo do consumo é mais fácil gastar mais do que se ganha,
uma vez que o crédito está disponível em todos os lugares, todo mundo
oferece créditos, empréstimos, cartões e compras financiadas. Muito embora
gastar menos do que se ganha possa parecer difícil é preciso criar um
pensamento voltado para este comportamento.
Como forma de demonstrar que gastar mais do que se ganha não traz a
solução, podemos ver o exemplo do nosso país há alguns anos atrás, uma vez
que na época acumulou uma alta dívida externa, o que se conferiu em um fator
para o nosso subdesenvolvimento. Vejam o que o Prof. Vicente Falconi diz
sobre o Brasil e que podemos aprender em relação a nossas finanças:
Se você quiser ter uma vida razoável, tem que gastar menos do que
ganha. Qualquer dona-de-casa sabe disso. Se gastar mais se dá mal. O Brasil
sempre gastava mais do que ganhava. Com isso aumentou sua dívida. E todo
mundo fugia do Brasil. Por isso que o juro era alto. O Brasil saia correndo atrás
de quem emprestava e ninguém queria. Alguns poucos emprestavam, mas
queriam muito por isso. Isso afastava investidores, deixava os juros nas alturas
e colocava o País na mão de agiotas.
É claro que ao organizar suas finanças este não é o único fator, é
importante saber que outros fatores também são importantes e devem ser
observados.
Se você pensa que o banco é bonzinho, pois quando você precisa do
dinheiro ele está lá para te emprestar, ou melhor, você nem precisa ir até ele
porque já deve ter percebido quando passa pelo centro o número de
promotores de crédito que ficam te cercando para te conquistar como cliente
que vai obter um empréstimo.
Um exemplo claro de que nesta onda de crédito é somente o banco que
lucra, veja o caso uma notícia publicada no site do Sebrae:
Os lucros dos 50 maiores bancos brasileiros, acumulados em nove
meses, até setembro, atingiram R$ 23,4 bilhões, segundo o último
levantamento divulgado pelo Banco Central (BC). No acumulado entre janeiro e
setembro, ganhos cresceram 21% em relação aos nove meses de 2005.
Ao longo deste livro conheceremos diversos fatores que irão contribuir
para o seu sucesso em organizar suas finanças, mas é importante dar o
primeiro passo. Como? Equacionando os gastos, ou seja, gastando menos que
se ganha.

1.5 Construindo riquezas

Aposto que você achou este tópico muito interessante, é claro que todo
mundo acha. Entretanto devemos entender que construir riqueza aqui não é
ganhar o prêmio da loteria, mas sim preocupar-se com o seu futuro.
Diante disto devemos entender que para construção de riqueza você
deve ter uma relação bastante objetiva em relação ao seu dinheiro, onde definir
objetivos é uma etapa importante para você saber o que quer e definir o seu
caminho de forma consciente e consistente.
As pessoas sempre encontram desculpas para demonstrar a falta de
planejamento financeiro ou até mesmo as falhas que decorrem dele, abaixo
podemos verificar algumas destas “desculpas”:

Desculpa 1 - Não é urgente:


As pessoas sempre encontram no argumento do não ter tempo a maioria
das suas justificativas, mas o fato de reclamar da falta de tempo já traz um
gasto de tempo que poderia ser aproveitado para pensar o planejamento
financeiro. Agora é o momento, comece seu plano e não perca tempo, seu
futuro e tranqüilidade financeira são urgentes sim, não espere que seu
emprego ou a loteria vá te tornar rico, construa um plano que lhe possibilite a
você construir sua riqueza. Mesmo que seu emprego não vá te deixar rico, seu
salário é parte importante neste processo, e o seu planejamento financeiro é a
parte essencial.

Desculpa 2 - Matemática:
Outro argumento muito utilizado é aquele em que as pessoas dizem:
“Há! Eu não sou bom com números, sempre fui mal em matemática na escola.
A falta de habilidade com números não é justificativa para que você deixe de
começar a planejar suas finanças. Muitas donas de casa, com um mínimo de
instrução sabem gerenciar uma casa implementando um gerenciamento
financeiro adequado às suas necessidades.
Desculpa 3 - Dinheiro:
Muitas vezes ouvimos as pessoas dizerem que não tem dinheiro
suficiente para poupar. Conforme dissemos no tópico anterior, a partir do
momento em que se gasta menos que se ganha, o dinheiro começa a ter cor,
pois você consegue vê-lo na sua mão. Assim, criar uma cultura de poupança,
investimentos que garantirão a você e sua família uma tranqüilidade futura é
importante para o seu sucesso financeiro.

Desculpa 4 - Não quero ser rico:


Quando falamos aqui de riqueza, não estamos falando de acúmulo de
bens materiais que você não poderá levar ante ao último e definitivo obstáculo.
Estamos falando de investimentos que vão garantir tranqüilidade, estamos
falando de recursos suficientes para satisfazer uma necessidade em um
momento futuro.
A construção de riqueza, enfim do seu futuro tranqüilo, deve ser
promovida através do seu aprendizado em avaliar a sua vida financeira de
forma mais apropriada. Primeiro você precisa atentar para as dicas
enumeradas diante das desculpas apresentadas com bom senso,
posteriormente você deverá elaborar o seu planejamento de forma adequada,
buscando boas informações que lhe proporcionarão um planejamento efetivo,
assim deverá ter condições de tomar as decisões importantes dentro do seu
planejamento.

1.6 Considerações Finais

Chegamos ao fim deste primeiro capítulo conhecendo assuntos


importantes para a nossa construção dos conhecimentos relacionados com as
finanças pessoais. Nesta etapa, tivemos a oportunidade de conhecer conceitos
importantes a respeito de aspectos financeiros que envolvem as pessoas e
famílias.
O capítulo 2 nos proporcionará um momento de entender questões que
envolvem o endividamento e a busca de soluções para eliminar o
endividamento.
Capítulo 2
Fatores de Endividamento
Alguma vez você pensou que tivesse o completo controle
sobre suas finanças?
Antes de você aprender a investir, é necessário que você
tenha conhecimento sobre suas finanças e o controle do
seu dinheiro. Neste sentido você precisa se educar
quanto ao dinheiro e desenvolver um processo inteligência financeira.
Entender suas finanças envolve disciplina, tempo e esforço. Hoje
vivemos em um cenário onde a constante são as mudanças econômicas. Se
você tem muitas diferentes metas financeiras, decidir como encontrar estas
metas requer um planejamento cuidadoso.
Então o mais importante neste momento é compreender quais são os
fatores que nos levam ao endividamento, ou seja, a caminhar na contramão de
um planejamento financeiro.

2.1 A questão dos pequenos valores

Em regra são os grandes números que nos seduzem, e estamos sempre


desprezando os pequenos valores. Um aspecto muito importante que sempre é
negligenciado pelas pessoas envolve os pequenos valores.
Bem, os pequenos valores estão relacionados com as moedas e os
pequenos gastos que aparentemente parecem inofensivos. Entretanto, estes
pequenos valores negligenciados e os chamados gastos inofensivos podem ser
um fator de surpresa para você.

Moedas:
Todos os dias ao chegar em casa passe a criar o hábito de depositar
todas as moedas em um lugar específico, de preferência em um cofre fechado.
Ao final do mês você ficará surpreso ao contabilizar o valor arrecadado com as
moedas depositadas, acumula-se em regra cerca de 3% de sua renda mensal,
o que não é pouco dinheiro
Percebe-se que na medida em que se convence da importância dos
pequenos valores, verifica-se que se estes valores se acumulam eles deixam
de ser pequenos e passam a ser valores representativos que podem ser
importantes para satisfazer uma obrigação mensal, e até mesmo servir como
fonte de investimento ou a conquista de um sonho.
Sonho:
Recentemente, tive uma experiência fantástica com moedas de R$ 1,00
(Um Real), pois entre maio e dezembro de 2005 fiz um compromisso de que
toda moeda deste valor que viesse em minhas mãos iria para o cofre da
Letícia, minha filha que na época tinha pouco mais de dois anos. Em meados
de dezembro, quando se aproximava o natal e a Letícia queria uma moto
destas de criança, fiz uma cotação de preços e verifiquei que a moto mais
barata no mercado custava R$ 435,00 (Quatrocentos e trinta e cinco reais).
Assim, chamei a Letícia e abrimos o cofre com o compromisso de realizar o
seu sonho, e não foi surpresa contabilizarmos R$ 417,00 (quatrocentos e
dezessete reais). Assim, o desembolso complementar com o presente de Natal
da Letícia foi somente de R$ 18,00 (Dezoito Reais).
Os pequenos valores são tão importantes que muitas empresas que
trabalham com vendas, vendem seus produtos com margem pequena de lucro,
pois o importante é o somatório destes pequenos valores formando um
montante lucrativo.
Os pequenos valores jamais devem ser desprezados, e não está
somente relacionado com as moedas, mas também com os preços dos
produtos que adquirimos. Como exemplo de economia, pegue sua lista de
compras do mês e faça cotações em supermercados e mercearias próximas de
sua casa. Você verá que há pequenas diferenças nos preços individuais, mas
estas diferenças vão se tornar significativas no valor total da compra.
Devemos substituir gradativamente os hábitos negativos relação ao
dinheiro por outros mais positivos que possam valorizar as finanças pessoais e
familiares.

2.2 Aprender a negociar

No dia-a-dia as pessoas simplesmente se esquecem das técnicas de


compra, nesta situação o fechamento de uma negociação dificilmente será
favorável ao comprador e vence o vendedor.
O comprador apressado sempre acaba pagando duas, três ou quatro
vezes pela mesma coisa, pelo simples fato de não observar regras que
envolvem uma negociação e querer tudo na hora.
A regra mais básica a ser lembrada em uma negociação se chama
pechincha, o bom negociador não pode ter vergonha de pechinchar. Ter
vergonha de pechinchar não é uma boa tática, porque pechinchar não significa
falta de dinheiro ou sinônimo de pobreza.

Pechinchar:
No dicionário, pechinchar significa pedir abatimento no preço, procurar
comprar barato, barganhar, regatear...
Pechinchar é uma técnica que permite conseguir um bom desconto na
hora da compra, é um ponto muito importante tanto para o bolso do
consumidor como para os aspectos econômicos que permeiam as finanças
pessoais, familiares, e inclusive a economia do país.
Rafael Paschoarelli, autor do livro “A Regra do Jogo”, diz que conhecer
as regras no jogo do dinheiro é uma condição necessária e importante, mas
não é suficiente para tornar uma pessoa competitiva na arte de negociar.
É importante ter atitude em relação à compra e conhecimento do que se
quer comprar, ou seja pesquisa, posteriormente utilizar as informações e
pechinchar para ter um preço adequado à economia que se quer, estes fatores
farão com que o cliente leve a melhor no jogo da negociação.
Um outro aspecto que deve ser observado está relacionado aos nossos
hábitos de consumo. O consumismo está ligado ao ato de comprar sem
necessidade e consciência. É caracterizado pelo consumo compulsivo e
descontrolado, onde o consumidor se deixa influenciar pelo marketing das
empresas que comercializam produtos e serviços.
Muitas compras são feitas por impulso, o consumo é um vírus que ataca
o cérebro e que na medida em que não se tem controle sobre ele, o maior
prejudicado vão ser as finanças pessoais e familiares. Antes de tudo, você
deve estar consciente que na guerra das compras o seu dinheiro está em jogo.
Abordando os conceitos que envolvem as compras você estará caminhando
em direção ao seu sucesso financeiro, esteja preparado para ser um
comprador consciente, pois seu dinheiro vale muito.

2.3 Percepção Financeira

Você sabe qual o significado dos juros?


O juro é a remuneração do capital, ou seja, é o preço que se paga pelo
uso de dinheiro tomado por empréstimo; é o chamado custo do dinheiro, pode-
se também referir a um valor adicional que incide sobre as parcelas de
determinado pagamento ou sobre o montante total cobrado ao consumidor
quando se compra a prazo; geralmente o juro é expresso por uma
percentagem.
Dá pra se perceber que o dinheiro também pode ser uma mercadoria
que você compra por um preço muito mais alto do que o valor que você
receberá em mãos. Desta forma devemos perceber que as dívidas custam
caro, principalmente quando o mercado está aquecido pelos juros altos.
É importante ter a percepção de um banqueiro, ou seja, uma percepção
financeira onde deve-se verificar o valor do dinheiro e o ganho que se pode ter
com ele.
Na medida em que fazemos investimentos que possam garantir a
segurança, estamos apropriando os aumento de capital ao nosso dinheiro. Ao
antecipar um recebimento para pagar juros estamos proporcionando que algum
investidor tenha um aumento de capital.
Imagine as seguintes situações:

Situação 1 - Investidor:
Você vai até um banco e deposita na poupança R$ 1.000,00 (Mil Reais),
no início do mês de Janeiro, levando em consideração que você terá uma
remuneração por juros de 1% (um porcento) ao mês, ao final do mês de
dezembro você poderá resgatar do banco o valor de R$ 1.115,67 (um mil,
cento e quinze reais, e sessenta e sete centavos), o que significa um ganho de
11,56% (onze virgula cinqüenta e seis porcento).

Situação 2 - Tomador:
Você vai até um e pega emprestado R$ 1.000,00 (Mil Reais), no início
do mês de Janeiro, levando em consideração que o banco vai lhe cobrar uma
taxa juros de 1% (um porcento) ao mês, ao final do mês de dezembro você
deverá pagar ao banco o valor de R$ 1.115,67 (um mil, cento e quinze reais, e
sessenta e sete centavos), o que significa que o banco lhe cobrou 11,56%
(onze virgula cinqüenta e seis porcento) pelo dinheiro emprestado. É claro que
jamais o banco vai lhe cobrar uma taxa de 1%, porque o banco trabalha é com
o dinheiro do cliente, e se ele vai pagar 1% ao mês para o cliente, com certeza
para ele ter lucro ele vai te cobrar uma taxa muito maior.
Desta forma, devemos ficar longe das linhas de crédito e financiamento,
principalmente aquelas que tem alta taxa de juros, tais como cartão de crédito
e cheque especial, pois estes são os caminhos mais perigosos que podem
arruinar as finanças pessoais ou familiares.
Devemos perceber que o bom é fazer com que o banco trabalhe para
você, desta forma devemos construir riqueza através dos investimentos, pois
pagar juros ao banco é uma forma de perder riqueza.

2.4 Importância dos objetivos

Muitas pessoas não percebem o valor de um planejamento, um


processo de definir os objetivos de curto, médio e longo prazos.
Quantas vezes você não ouviu pessoas dizerem que se sentem
perdidas? Já perguntou a estas pessoas se em algum momento elas já
pensaram em definir objetivos para suas vidas?
Para a elaboração de um bom planejamento, é de fundamental
importância considerar a definição de objetivos como sendo o resultado mais
importante que você quer alcançar.
Bom planejamento:
Na elaboração de um bom planejamento você define um objetivo, é
como se você definisse a direção que você quer seguir. Posteriormente, você
decompõe este objetivo em metas que é o detalhamento do objetivo. Em regra
se diz que ao atingir as metas, uma de cada vez, você terá alcançado o
objetivo ao final.
Se o seu objetivo é enriquecer. As metas poderão ser, pagar as dívidas
e fazer investimentos. As metas podem ser detalhadas para melhor
atendimento a elas e melhor resultado em relação aos objetivos. Por exemplo:

1) Zerar as dívidas do cartão de crédito, e mais importante, ficar livre


dele; 2) Quitar a dívida do cheque especial . . . e assim sucessivamente.

A seguir estão algumas que podem ajudar a definir os objetivos de forma


precisa:

1) Definir o objetivo e meta de forma concisa – é o mesmo que dizer saiba o


que você quer, sem rodeios ou evasivas. Defina objetivo de forma preciso,
estabelecendo data, tempo e montante necessário para que se possa avaliar
os resultados.

2) Estabelecimento de prioridades – quando se tem diversas metas, a cada


uma deve ser dada uma prioridade, este procedimento permite estabelecer o
foco no que interessa e assim não perder tempo com aspecto de pouca ou sem
importância.

3) Registrar os objetivos – é estabelecer os objetivos por escrito, este


procedimento dá mais força para buscar alcançá-las.

4) Estabelecer grau entre as metas – é manter as metas do dia-a-dia


pequenas, pois as metas complicadas dão a sensação de dificuldade enquanto
as metas pequenas são mais fáceis e rápidas de alcançá-las.

5) Estabelecer metas dentro da realidade – é importante definir metas que se


pode alcançar. Deve-se evitar a ilusão com planos megalomaníacos. Ninguém
melhor que você para definir o seu ritmo.

6) Estabelecer metas atingíveis – acreditar que pode realizar as metas e atingir


os objetivos é de extrema importância.

O seu planejamento financeiro não tem apenas a importância do


sucesso financeiro. O planejamento, a definição de objetivos e a decomposição
dos objetivos em metas são fatores importantes para o seu sucesso pessoal e
profissional.
2.5 Considerações Finais

A grande diferença entre a riqueza e o fracasso está em saber fazer


planos. Este é o momento em que concluímos este capítulo conhecendo
aspectos importantes que permeiam as pessoas, tanto as que constituem
riqueza quanto as que se afundam em dívidas.
No capítulo 3 estaremos caminhando para a construção de um plano
para a riqueza.
Capítulo 3
Planejamento financeiro
O planejamento financeiro é um processo que envolve a programação
do seu orçamento, a racionalização das despesas e a otimização dos
investimentos.
É uma forma racional de administrar a sua renda, seus investimentos,
despesas, dívidas ou patrimônio. O planejamento tem por objetivo fazer com
que os seus sonhos possam se tornar realidade.
As pessoas em geral e acredito que você não é diferente tem desejos e
objetivos, desejos como: comprar a casa própria, poupar para educar os filhos,
investir para garantir o futuro, fazer a viagem dos sonhos, garantir o
desenvolvimento da carreira profissional, montar o próprio negócio, reduzir
impostos, e outras possibilidades.
O planejamento envolve diversos aspectos, e o mais importante deles é
estabelecer objetivos, sem eles a pessoa fica sem direção, não sabe por onde
caminhar. Através do planejamento você tem possibilidades de identificar as
oportunidades e ameaças relacionadas com a sua vida financeira, assim é
possível definir estratégias para enfrentar as situações.

3.1 O balanço patrimonial

O passo inicial que envolve um planejamento financeiro está relacionado


com a determinação do patrimônio líquido, ou seja, a riqueza atual e o seu
fluxo de caixa líquido, representado pelos recebimentos e gastos. Assim é
possível você saber onde está indo o seu dinheiro.
Para se chegar ao seu patrimônio líquido, deve-se preparar o seu
balanço patrimonial. O balanço patrimonial fornece uma visão precisa da sua
situação financeira ou uma projeção em um determinado período.

Balanço patrimonial:
O balanço patrimonial é formado pelo ATIVO, que são os bens e direitos
que você possui, e o PASSIVO que é formado pelas dívidas de curto prazo
(aquelas que devem ser pagas em até 12 meses) e de longo prazo (aquelas
que serão pagas por mais de 12 meses). Daí a importância do balanço
patrimonial, pois ele estabelece a diferença entre o ativo e o passivo e
representa o seu patrimônio líquido. Quanto maior o seu patrimônio líquido,
maior será a sua riqueza.
Ao elaborar o seu balanço patrimonial você identificará a sua riqueza, e
você verá que poderá aumentar a sua riqueza quando tiver condições de
aumentar a quantidade de bens e direitos, ou se puder diminuir as despesas.
O balanço patrimonial deve seguir um formato simples e incluir
informações básicas em uma ordem específica porque ele é usado para
análise e comparação do ativo em relação ao passivo.
Abaixo podemos ver um exemplo de balanço patrimonial de uma pessoa
que aos 30 anos, tem uma renda bruta anual de R$ 40.000,00.

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Dívidas a pagar
Casa 60.000,00 Financiamento 27.000,00
Carro 22.000,00 Empréstimos 6.500,00
Poupança 7.800,00
Total do Ativo 89.800,00 Total do Passivo 33.500,00

Patrimônio Líquido 56.300,00

Como exemplo prático, você sabe qual deveria ser o patrimônio líquido
desta pessoa de 30 anos que tem rendimentos brutos anuais no valor de R$
40.000,00?
Para elaborar este cálculo devemos usar a seguinte fórmula:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = (40.000,00 x 30) 10.
Assim, o patrimônio líquido desta pessoa deveria ser de R$ 120.000,00.
Então verificamos que o patrimônio líquido desta pessoa está defasado em R$
63.700,00, pois pelo balanço patrimonial ele está em R$ 56.300,00. Porém,
levando em consideração que o seu grau de endividamento está em R$
33.500,00 podemos perceber que a defasagem é ainda maior.
Bem, agora você também poderá elaborar o seu balanço patrimonial e
calcular o seu patrimônio líquido, porém se os números se apresentarem de
forma não satisfatória não se assuste, esta é uma realidade de muitos
brasileiros. Lembre-se, que a partir dos conhecimentos construídos por você
com este livro, você poderá começar a gerenciar melhor a sua vida financeira.

3.2 Controle mensal de gastos

O orçamento mensal é o instrumento que poderá ajudá-lo a priorizar


despesas e limitar seus gastos, e ao mesmo tempo permite a você descobrir
caminhos que possam permitir racionalizar o dinheiro utilizando-o em
economias e investimentos.
A seguir sugerimos alguns passos importantes para que você tenha um
processo racional de lidar com as suas finanças pessoais mês a mês.
1:
Anote as suas fontes de renda, todas envolvendo o salário, comissões,
rendimentos com aplicações, rendimentos com aluguéis, e outros que
identificar.

2:
Procure analisar os seus gastos. Anote seus gastos mensais e dívidas já
programadas, um ponto muito importante é incluir as despesas eventuais e
pequenas despesas, tais como cinema, lanches, etc. Lembre-se dos pequenos
valores!

3:
Anote separadamente os rendimentos e os gastos em um caderno,
planilha de computador, agenda, ou onde achar melhor. O importante é anotar
e ter registrado a evolução dos seus gastos em relação ao seu rendimento.

A partir destas sugestões é importante que você mantenha o seu


orçamento em dia, anotando todos os rendimentos e gastos de uma forma
transparente e clara, para que você possa visualizar facilmente estes dados no
dia-a-dia. Já no final do primeiro mês de controle você saberá quanto está
gastando, enfim, para onde está indo o seu dinheiro.
Para implementar a teoria aprendemos no capítulo1 “gastar menos do
que você ganha”, você precisa ser disciplinado e não deve esquecer este
princípio. Assim é importante que você identifique as despesas que se pode
cortar, de preferência tenha como foco as despesas diárias como comida e
pequenos gastos que não afetem a sua qualidade da sua vida.
Uma oportunidade é levar o seu lanche ou seu almoço de casa para o
trabalho ou escola, pelo menos duas ou três vezes por semana, diminuir os
cafezinhos, guloseimas, enfim, os gastos que não irão agregar. Porém é
importante que você tenha bom senso.
Lembre-se que para construir riqueza você deve gastar menos, qualquer
que seja a quantia que você tem. Gaste sempre menos para ter mais dinheiro
para promover investimentos e fazer com que o dinheiro investido gere mais
dinheiro, assim é possível fazer o seu patrimônio pessoal líquido crescer.
No começo pode parecer que a economia é pouca, mas não se esqueça
dos pequenos valores, eles juntos formam um montante importante. Desta
forma você irá começar a economizar, e pouco a pouco, cada moeda não gasta
será mais uma moeda a ser investida.
Além do mais, se você não economizar para depois investir, seu dinheiro
não irá render juros para você. É importante economizar e investir para que
você colha os frutos. As economias realizadas e investidas corretamente irão te
proporcionar bons lucros ao longo do tempo.
Outras sugestões são importantes para serem analisadas, pois não
adianta nada economizar e continuar bancando o sucesso do banqueiro, você
não acha? Então vamos verificar:

A:
Procure quitar as suas dívidas e mantenha-se longe de novas despesas.
É muito importante que você espere começar a obter lucro do seu dinheiro
investido, optar por fazer dívidas podem te levar ao descontrole do seu
orçamento. Quando as pessoas preocupam com gastos e gastam mais do que
ganham encontram a difícil missão de aumentar o seu patrimônio. Evite pegar
dinheiro emprestado procure gastar menos.

B:
Procure e economizar uma parcela do seu salário, de preferência entre 5
e 10%, em uma conta disponibilizada para investimentos, assim você
começará a eliminar a oportunidade de gastá-lo e estará caminhando rumo à
sua riqueza. E o mais importante é que você irá multiplicar seu patrimônio
proporcionando uma tranqüilidade financeira. É um processo no qual você
paga juros a você mesmo.
Observar os aspectos tratados neste tópico não significa você estar
perdendo qualidade de vida, mas sim um objetivo de não piorar a sua vida com
o descontrole financeiro. O seu sucesso depende de você, é importante
lembrar que para caminhar temos que dar o primeiro passo, então quanto mais
cedo você aprender a gerenciar suas finanças, mais rápido você irá aumentar
seu patrimônio e construir sua riqueza.

3.3 O fluxo de caixa – Elaborando o orçamento

O fluxo de caixa é o detalhamento mensal das rendas de uma pessoa e


também das suas despesas, ou seja, ele representa a entrada e saída de
dinheiro. Na realidade o fluxo de caixa é elaborado através da ferramenta
orçamento, vista no tópico anterior, pois tem o propósito de localizar quando,
como e onde o dinheiro é ganho, e ainda quando, como e onde ele é gasto. Um
orçamento-fluxo de caixa desenha o fluxo do seu dinheiro focalizando as
rendas e as despesas.

Renda:
É o dinheiro que você ganha ou recebe, caracterizados pelo salário,
benefícios do governo, rendas com aluguéis, participação nos lucros e
resultados, serviços eventuais, ajuda em dinheiro da Família, e outros
rendimentos.
Despesas:
É o dinheiro que você gasta, doa ou perde, e está relacionado com os
pagamentos de aluguel, seguro saúde, transporte, alimentação, contas de
água, luz e telefone, impostos, e outros.
Se você perceber a necessidade de acrescentar algum outro item
importante dentro desta estimativa, deverá inseri-lo substituindo por algum dos
itens que foram listados na tabela acima.
A elaboração de um orçamento-fluxo de caixa envolve 6 (seis) aspectos
importantes: 1) registrar todas as rendas mensais; 2) registrar todas as
despesas mensais; 3) calcular o total da renda mensal e das despesas
mensais; 4) planejar a renda e as despesas do próximo mês; 5) comparar a
renda e as despesas do mês.

A diferença renda despesa irá demonstrar para você se você tem


créditos ou débitos. Se a diferença for negativa, significa que você está
gastando mais do que ganhou, por outro lado se a diferença for positiva,
significa que você tem sobra de caixa e é neste caso que você poderá
promover os seus investimentos.
É importante saber que o seu orçamento-fluxo de caixa deve ser
apresentado por categoria de rendas e gastos e por total de categorias de
rendas e gastos, mês a mês e anual. Desta forma, você terá condições de
verificar a evolução do fluxo seu dinheiro.

3.4 Eliminando as dívidas

Entrar no limite do cheque especial e estourar o cartão de crédito são


práticas comuns na vida dos endividados, e assim a vida financeira vira uma
bagunça. O desespero não é o melhor remédio, mas sim procurar planejar-se
financeiramente para eliminar as suas dívidas, pois com os juros praticados no
mercado financeiro, nem sempre temos possibilidades de quitar o saldo
devedor no mês seguinte, ou melhor no curto prazo.
Este tópico vai trazer um roteiro para que você possa ficar livre das
dívidas, principalmente aquelas relacionadas com cartão de crédito e cheque
especial. Neste sentido este será o nosso planejamento para estipular um
prazo para zerar as dívidas. Este procedimento também envolve, sendo este o
caso, limpar um dos maiores patrimônios nossos dos cadastros de
inadimplência, ou seja o nosso nome.

Dívidas:
A dívida é caracterizada pelo dinheiro que devemos a outras pessoas,
em função de termos tomado emprestado ou em função de adquirirmos bens a
prazo, com uma promessa de reembolso do dinheiro posteriormente.
Em regra contraímos dívidas no momento em que gastamos mais
dinheiro do que estamos ganhando ou compramos algum bem ou serviço sem
ter o dinheiro para pagar imediatamente por este benefício. Importante pensar
que se estamos gastando mais do que ganhamos, temos uma dívida, ao
contrário do fato de ganharmos mais do que estamos gastando, e neste último
caso teremos uma poupança.
As dívidas não trazem benefícios às pessoas elas podem comprometer
a vida das pessoas de várias formas, por exemplo:

Crises nos relacionamentos:


Crises nos relacionamentos – muitas separações e divórcios ocorrem
pela falta de controle financeiro de um dos cônjuges, por várias vezes vemos
casais promovendo acusações sobre o uso do dinheiro e o grau de
endividamento.

Ansiedades e medos:
Ansiedades e Medos – preocupar-se com a caixa financeira que só tem
uma torneira aberta em cima e várias torneiras abertas embaixo, enfim se
estamos gastando mais do que ganhamos, as dívidas geradas em função
deste fato e os juros que vão correndo, enriquecendo os banqueiros, trazem
tensões para as pessoas causando significativas preocupações nas pessoas e
medos que as levam a crises que prejudicam a sobrevivência e o bem-estar
das pessoas.
Para eliminarmos as dívidas devemos lembrar do planejamento e
preparar um orçamento capaz de nos dar a noção das entradas e saídas no
nosso fluxo de caixa das finanças pessoais e familiares.
Em seguida você deve listar as suas dívidas, todas: empréstimos
bancários, financiamentos diversos ( carro, casa, educação, etc), empréstimos
pessoais ( tomados de amigos, família, etc), gastos com o cartão de crédito,
contas rotineira não-pagas, crediários em lojas, plano de saúde, impostos, e
outros que identificar.

Um outro ponto a ser identificado e planejado é o estabelecimento de


prioridade para pagamento das suas dívidas. Neste sentido, estabeleça metas
para primeiro pagar integralmente as dívidas de preferência as de juros mais
altos, depois as de maior valor.
Elabore um calendário de eliminação de dívida, sacrifique despesas não
essenciais para que você possa se livrar das dívidas.
Em um planejamento financeiro a eliminação das dívidas é uma das
principais prioridades. As dívidas prejudicam o nosso futuro. Elas
comprometem as nossas finanças em relação ao dinheiro que ganhamos fruto
dos nossos esforços, sem que possamos construir nada, pois as dívidas fazem
com que paguemos juros que aumentam, ainda mais, o nosso grau de
endividamento e tornam as nossas dívidas ainda mais complicadas e difíceis
de pagar.

3.5 Considerações Finais

Neste capítulo verificamos que para ter sucesso financeiro não devemos
evitar os problemas, o caminho do sucesso está em encontrar a capacidade de
resolver os problemas financeiros. Neste sentido, encarar as dívidas de frente e
eliminá-la é a sua oportunidade.
No capítulo 4, vamos estudar alguns aspectos importantes que nos
permitem ter condições de construir a nossa riqueza.
Capítulo 4
Gerenciando as finanças
Gerenciar as finanças envolve ações relacionadas com o corte de gastos
desnecessários, e este processo foi visto por nós no capítulo anterior.
Entretanto, um bom gerenciamento envolve economizar, e melhor investir as
sua economias.
Várias pessoas investem em carteiras de investimento que conhecem e
entendem, outras fazem seus investimentos cegamente, ou seja, sem conhecer
o mercado, a empresa captadora, nem mesmo o tipo de investimento. O fato é
que no mercado financeiro você pode encontrar diversos tipos de
investimentos: ações, fundos, poupança, títulos, imóveis, entre outros.
O importante é você conhecer os tipos de investimentos e investir o
dinheiro de forma planejada e coerente com o seu perfil de investidor e com o
objetivo de lucratividade determinado por você.

4.1 Analisando a Inflação

Um ponto de extrema fragilidade em um planejamento financeiro envolve


a inflação. Todos os meses os preços aumentam e nosso salário mantém-se
estável, e quando isso acontece o nosso salário perde o poder de compra, pois
na medida em que os preços das mercadorias estão maiores o valor que terá
que disponibilizar para pagar as compras será maior. Assim, ao tirar essa fatia
maior de um bolo que não cresceu, você terá perdas com este desembolso a
maior.

Inflação:
Inflação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos
preços dos bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda.
Isso faz com que o dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma
quantidade cada vez maior dele para adquirir os mesmos produtos. Quando a
inflação chega a zero dizemos que houve uma estabilidade nos preços.
Podemos perceber uma série de fatores que podem gerar inflação. O
aumento do preço de um item básico na economia pode influenciar os demais
preços provocando uma alta de preços generalizada. Neste caso temos o
exemplo do petróleo e da energia elétrica, itens de consumo que estão sempre
aumentando seus preços.
Existem muitas outras possibilidades de causar inflação, mas vamos
ficar somente com o excesso de consumo, que também é um fator que
provoca inflação, pois na medida em que estão sendo consumidos produtos
tornam-se escassos, ou seja, ficam em falta no mercado, ocasionando
aumento de seus preços.
Neste momento você deve estar se perguntando, onde é que a inflação
tem relação o meu planejamento financeiro? Simples, Não adianta você pensar
que ter 1 milhão na poupança vai resolver os seus problemas financeiros
futuros, uma vez que devido à inflação este 1 milhão estará valendo pouco
dentro de um determinado período de tempo. Pois, se hoje você compra um
apartamento de luxo com este dinheiro devido a perda do poder aquisitivo do
dinheiro pelo aumento dos preços, ou seja a inflação, dentro de pouco tempo
com este mesmo dinheiro você comprará um apartamento de status menor.
Percebemos que a inflação funciona como uma aplicação às avessas,
pois rende juros negativos, diminuindo a capacidade de compra do seu
dinheiro.
O que fazer neste sentido? Bom, o ideal é aplicar o dinheiro para que
você tenha condições de dar ao mesmo no mínimo uma correção monetária, e
melhor ainda, acrescente o montante aplicado de juros que compense você ter
este dinheiro investido.
Assim, é importante na medida em que se constrói um plano de
investimento, você considerar a inflação dentro desta perspectiva para que
você tenha condições de avaliar o ganho real. Somente conhecendo os
rendimentos que superam a taxa de inflação é que teremos condições de
verificar o quanto ganhamos no período investido.

4.2 A importância de economizar

Economizar dinheiro é uma atitude importante que resulta do


planejamento eficaz das suas finanças através de um orçamento adequado às
suas necessidades. O ato de economizar dinheiro nos mostra como podemos
aprender a ser mais disciplinados financeiramente, focalizados nos objetivos e
auto-suficientes em relação ao nosso futuro.
Lembrando da fábula da cigarra e da formiga, o futuro traz incertezas,
pois pode ser de oportunidades ou ameaças, assim preparar-se racionando os
gastos e economizando hoje pode nos preparar para este futuro inesperado.

Cigarra e da formiga:
Esta fábula conta a estória de uma cigarra que vivia saltitando e
cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa
formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente
aproveitar! O verão é para gente se divertir!
A formiga respondeu:
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É
preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo
o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer, pois para ela o
que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no
amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura
perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tremer de frio. Sentia
seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da
formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente à cigarra quase morta de
frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e
deliciosa.
Naquela hora, a formiga disse à cigarra: - No mundo das formigas todos
trabalham e se você quiser garantir o seu futuro deve cumprir com o seu dever
também.

Além de nos preparar para o futuro, devemos planejar para despesas


grandes que podem ocorrer no futuro. Quando economizamos hoje, pelo
menos um pouco, podemos evitar a acumulação de dívidas para as despesas
de amanhã, e melhor ainda promover investimentos que possam nos dar a
rentabilidade adequada para um futuro tranqüilo.
Economizar dinheiro não é uma tarefa fácil, principalmente no nosso
país onde não temos uma cultura de economia e investimento. Percebemos
que é difícil visualizar que economizando pequenas quantidades de dinheiro
durante um período de tempo pode fazer a diferença.
Mas este é o momento de quebrarmos as barreiras e lembrar,
novamente, da importância dos pequenos valores, uma vez que as pequenas
quantidades de dinheiro economizadas podem fazer demonstrar um montante
significativo.
Como exemplo vamos supor que você esteja economizando R$ 30,00
por mês durante 10 anos, mais ou menos R$ 1,00 por dia, e podemos
realmente verificar a diferença que este dinheiro faz.
Para economizar sempre, estabeleça um planejamento de economia,
Faça metas de curto e longo prazo para promover economias.
As metas de curto prazo devem ser estabelecidas para serem realizadas
dentro do período de 3 a 6 meses. Ex. Levarei lanche de casa para o trabalho
todos os dias, assim economizarei R$ 60,00 a cada mês ou R$ 360,00 em seis
meses.
As metas de longo prazo devem estabelecer os objetivos da vida. Elas
significam o seu posicionamento financeiro daqui a 3, 5, 10 ou 20 anos. Nestas
metas você deve identificar tudo o que será preciso para fazer acontecer o seu
futuro. Ex. Se vou economizar R$ 60,00 a cada mês, e em seis meses terei R$
360, 00, economizando mais R$ 30,00 mês a mês durante 3 anos terei ao final
deste período o montante de R$ 1.440,00, isto sem considerar que este
dinheiro poderá ser investido e, assim, dobrar o seu valor.

4.3 Formas eficazes de investimentos

O mercado financeiro oferece uma imensa variedade de investimentos,


cada um deles tem suas vantagens que lhe são próprias. Para ser um
investidor de sucesso é preciso conhecer as possibilidades de investimento e
identificar qual a que melhor se adapta as suas necessidades.
A regra de 72 é uma ferramenta que permite verificar de forma
aproximada a possibilidade do seu capital dobrar de valor, desta forma
proporciona uma idéia clara do seu objetivo quanto ao seu capital e permite
buscar um investimento adequado ao retorno esperado.

Regra de 72:
A regra de 72 é uma ferramenta muito útil que ajuda a determinar
quantos anos serão necessários para dobrar seu dinheiro, em um investimento
com juros compostos. Serve para demonstrar como diferentes taxas de juros
podem afetar seus investimentos. Através desta regra você pode calcular em
quantos anos seu dinheiro vai dobrar, dividindo 72 pela taxa de correção anual.
Vamos ver no exemplo:
Se os juros forem de 6% ao ano, seu dinheiro poderá dobrar a cada 12
anos, pois 72 dividido por 6 é igual a 12;
Se os juros forem de 8% ao ano, seu dinheiro irá dobrar a cada 9 anos,
pois 72 dividido por 8% é igual a 9;
E assim, 72 dividido por 12% é igual a 6 anos, ou 72 dividido por 16% é
igual 4,5 anos
Percebemos que quanto maior a taxa de juros, em menor tempo seu
capital irá dobrar, sem que você acrescente qualquer quantia ao mesmo.
Qualquer quantidade de dinheiro que você tenha para aplicar você
poderá aumentar a sua riqueza quando procurar taxas de juros interessantes e
adequadas aos seus objetivos de investimentos.
Mas é importante você saber que se você procurar retornos maiores ao
investir, os maiores retornos envolvem maior risco. Não existe investimento que
seja livre de risco, em qualquer oportunidade de investimento rentável você
poderá sofrer perdas no investimento.
Até com os investimentos considerados de segurança, tal como a
poupança, você encontrará o risco dos juros não acompanharem a taxa da
inflação e o seu dinheiro sofrer perda significativa.
Risco:
O risco é caracterizado pela possibilidade do investidor perder uma parte
ou todo o seu investimento. Muitas pessoas pensam que um bom retorno no
investimento pode ser conseguido com pouco ou nenhum risco, entretanto isso
é impossível, infelizmente, uma vez que para alcançar os seus objetivos, você
precisa assumir alguns riscos encontrados e evitar outros.
Antes de conhecer os tipos mais interessantes de investimentos, você
precisa conhecer o seu perfil de investidor:
Investidor conservador: é aquele que procura investir onde existe um pequeno
risco para o seu dinheiro.
Investidor moderado: é o investidor que aceita alguns riscos para obter
uma rentabilidade satisfatoriamente maior. Ele busca aplicar uma parcela
significativa do seu dinheiro em investimentos de risco e outra em aplicações
mais seguras.
Investidor agressivo ou especulativo: é aquele que aceita os riscos de
uma possível perda de parcela dos seus investimentos em busca da
possibilidade de alcançar um alto lucro.
A regra no mercado é que você não deve colocar o seu dinheiro em um
único investimento, deve-se buscar mais de uma alternativa de investimento.
Neste sentido, o ideal é dividir os investimentos entre as várias categorias de
risco, de acordo com o planejamento de investimento elaborado por você. Esta
estratégia pode ajudar a diluir o risco alto de um investimento agressivo ou
especulativo como risco médio ou baixo de um investimento moderado ou
conservador.

4.4 Alternativas de investimento

O mercado financeiro é caracterizado por empresas financeiras que


proporcionam às pessoas negociar dinheiro. Este mercado faz a ligação entre
as pessoas ou empresas que buscam investimentos e as pessoas ou
empresas que precisam de dinheiro através de empréstimos ou
financiamentos.

Empresas financeiras:
As empresas financeiras são chamados intermediários, empresas
bancárias que levam o dinheiro de quem investir para aqueles que precisam
dele através de uma linha de crédito ou de financiamentos, cobrando uma taxa
de juros pelo uso do dinheiro pelo tomador e remunerando o investidor pela
aplicação do dinheiro.
Dentro do mercado financeiro existem várias empresas financeiras que
apresentam uma diversidade de oportunidade de investimentos. Muitos destas
oportunidades de investimento já deve ser do seu conhecimento: Poupança,
Fundos de Investimentos, CDB, Ações, e outros.
Uma oportunidade de construir a sua riqueza é fazer o seu dinheiro
crescer através dos investimentos. Assim, procuraremos conhecer as
principais alternativas de investimento existentes. Para facilitar o nosso
aprendizado vamos dividir os investimentos a serem apresentados em dois
aspectos: Investimentos de Renda Fixa e Investimentos de Renda Variável.
Os títulos de renda fixa funcionam como um empréstimo, pois no
momento em que você compra o título é como se você estivesse emprestando
dinheiro para o banco emissor do título. Estes títulos são investimentos que em
períodos determinados remuneram o seu dinheiro aplicado. Podem ser pré-
fixados, pois a data da remuneração foi determinada como a do momento da
aplicação, ou ainda, podem ser pós-fixados onde a data da remuneração foi
determinada como a do momento resgate da aplicação.
Estes títulos são classificados de títulos públicos e privados. Vamos
conhecer os títulos privados:

Poupança:
É o investimento mais conhecido e procurado pela maioria das pessoas,
e é uma aplicação conservadora. O rendimento geralmente é de 0,5%+TR ao
mês. A TR (Taxa Referencial) é calculada diariamente com base no CDB como
forma de correção monetária. Levando em consideração o risco baixo
percebemos que o retorno também não traz grande atrativo. A liquidez (grau de
agilidade na conversão de um investimento em dinheiro) é de 30 dias, cabendo
dizer que se o dinheiro for sacado antes de decorridos 30 dias o investidor
perderá a remuneração. Não é preciso pagar o imposto de renda Sobre a
rentabilidade da poupança. e caso a aplicação permaneça depositada por
mais de três meses haverá a devolução do valor da CPMF.

Fundo de renda fixa:


Os fundos de renda fixa são fundos de investimento que reúnem as
aplicações de diversos investidores em um condomínio de investimentos.
Neste fundo o patrimônio e gerenciado por especialistas e as receitas e
despesas são divididas entre os investidores. Os administradores aplicam o
dinheiro do condomínio em títulos diversos e em outros fundos, buscando
maximizar os recursos e minimizar os riscos dos investimentos. Este tipo de
investimento é indicado para os investidores que querem diversificar os seus
investimentos através da orientação financeira de especialistas na
administração financeira.

CDB:
Os CDB’s (Certificados de Depósito Bancário) também são títulos de
renda fixa emitido por instituições bancárias. O banco emite o título para captar
dinheiro no mercado, assim vende os títulos aos clientes que tem dinheiro
destinado a investimentos. Este dinheiro será utilizado pelos bancos nas suas
operações de crédito. É como se o Banco pegasse o dinheiro emprestado com
você para emprestar a outras pessoas, é claro que o banco cobra do tomador
uma taxa bem maior do que a que remunera o capital investido por você. As
taxas de CDB são um atrativo, mas vale a pena lembrar que as taxas serão
maiores quanto maiores serão os riscos, neste caso avalie a instituição
bancária em que irá investir seu dinheiro em CDB.

Debêntures:
As debêntures são títulos emitidos por empresas de segmentos diversos
que têm prazo e remuneração certa, a garantia dos títulos são os ativos das
empresas. As empresas emitem debêntures para financiar as operações da
empresa, e a debênture funciona como se a empresa buscasse um empréstimo
a longo prazo dando títulos em troca do dinheiro captado. Quando você adquire
uma debênture é como se estivesse emprestando dinheiro para a empresa,
neste caso pode-se correr o risco de que as debêntures não venham a ser
honradas pelas empresas.

A União, os Estados e os Municípios podem emitir títulos para captar


recursos e financiar as atividades públicas tais como educação, saúde,
segurança, etc. Esses papéis são chamados títulos da dívida pública e
podem ser adquiridos por quaisquer pessoas residentes no Brasil. A
negociação dos títulos da dívida pública pode ser feita pelo site do Tesouro
Nacional, onde um sistema dá acesso à uma área exclusiva, mediante
validação do CPF e senha. Cada compra envolve um valor mínimo de R$
200,00. O resgate também é feito pelo Tesouro Nacional, e caso seja feito
antes de 30 dias haverá incidência regressiva de IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e cobrança de Imposto de Renda, retido na fonte, com
incidência de 20% sobre os rendimentos no período.
Os títulos de renda variável são ativos financeiros cujo lucro é
determinado pela diferença entre o preço de compra menos o preço de venda,
agregando-se os benefícios, tais como aluguéis, no caso de imóveis; ou
dividendos, no caso de ações. Além das ações existem outros investimentos de
renda variável, que são caracterizados por compra de moedas (euro, dólar,
libra, etc), compra de commodities (petróleo, boi, café, açúcar, soja, etc).
Quando você compra uma ação está comprando uma remuneração
incerta do capital investido. A ação lhe dá o direito de sociedade em um
negócio, é como se você tivesse uma fatia do bolo, e somente vai ver se houve
ganho quando a empresa repartir seus dividendos, ou seja, quando ao final de
um período (um ano) a empresa dividir o lucro com os acionistas. Pode-se
também verificar ganho pela valorização da ação no mercado. É como se você
ganhasse dinheiro com o crescimento da empresa ou perder caso a empresa
esteja indo mal.
O mercado de ações é um mercado considerado de risco para o
investidor, e também é caracterizado por um mercado de longo prazo, onde o
investidor terá de ter paciência para resgatar o seu dinheiro.
Para investir você não precisa ser uma pessoa experiente para obter
vantagens e ganhos reais. Primeiramente, busque certificar-se de todas as
suas responsabilidades e necessidades financeiras. Em seguida busque
investir com confiança, buscar a rentabilidade adequada e ter consistência em
seus objetivos, assim será capaz de ganhar vantagens nas oportunidades.

4.5 Fatores de independência financeira

Ser rico é ter controle de suas finanças pessoais e familiares, é buscar


padrões de comportamento para se evitar o consumismo exagerado e adotar
uma mudança de mentalidade em relação ao dinheiro. Conservar a riqueza
somente, não ajuda a continuar rico. É preciso multiplicar o dinheiro
economizado para garantir uma saúde financeira adequada.
Vamos lembrar alguns aspectos importantes para promover a nossa
saúde financeira e construir a nossa riqueza.

Consumo:
Mudando os hábitos de consumo, assim você deve utilizar o seu
orçamento para verificar o quanto você consome e determinar quais as suas
necessidades. No momento em que você entender o que consome e quando
você consome, terá condições de planejar e controlar melhor as suas finanças.

Compras:
Comprar de forma inteligente, onde você toma decisões inteligentes
perante as suas compras necessárias, aprendendo a negociar, pesquisar
preços e prazos atraentes, pechinchar, enfim tomar decisões inteligentes e
práticas, decisões que vão fazer seu dinheiro render. Você verá que é possível
conseguir mais com seu dinheiro.

Dinheiro:
Fugindo dos juros, na medida em que você utiliza o seu dinheiro, pois
utilizar o dinheiro dos outros não é uma boa idéia. Quando você esta usando o
dinheiro dos outros para pagá-los depois é uma atitude de mau uso do seu
dinheiro. As pessoas que acumulam dívidas pagam por usar o dinheiro que não
é seu. Fugir dos juros é evitar a dívida e o juro, caso esteja pagando procure
quitar esta dívida o quanto antes.
Poupança:
Criando o hábito de poupar, pois quando se poupa para comprar com
dinheiro pode-se evitar financiamentos, principalmente levando em
consideração que no financiamento você está remunerando o dinheiro dos
outros com o pagamento de juros. Os que poupam estendem seu dinheiro, e
pagam muito menos por tudo que compram.
Lembre-se que elaborar o orçamento e promover o controle das
despesas requer esforços, embora demande algum tempo, tenha certeza que
com determinação e empenho você poderá compreender melhor os seus
hábitos de consumo e terá condições de aprender a gerenciar seu dinheiro.
A elaboração do orçamento é um método eficaz que lhe permite
administrar bem seu dinheiro, desta forma você estará definindo metas
importantes para a sua vida. Inicialmente, vão surgir grandes desafios para que
você possa cumprir o orçamento, não desista, continue estudando, praticando
e aplicando os conhecimentos relacionados com o orçamento.
Você poderá verificar que terá uma vida financeira equilibrada e poderá
viver um futuro tranqüilo.

4.6 Considerações Finais

Este livro teve como objetivo trabalhar com você conceitos importantes
para ensiná-lo a administrar bem o seu dinheiro e fazer com que ele renda
mais, proporcionando equilíbrio financeiro a você e sua família. É livro simples
com conceitos simples mas que buscam ser um guia para todo os que desejam
aumentar seus rendimentos aprendendo a multiplicar seus ganhos.
Não perca a oportunidade de construir a sua riqueza, coloque desde já e
sempre os conhecimentos adquiridos através dos seus estudos e busque
sempre continuar aprendendo.

Boa sorte e Sucesso!

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