AULA 3 – CINEMÁTICA VETORIAL a) O módulo do novo vetor é o que resulta da

1. Introdução multiplicação do valor absoluto de pelo módulo

de .
Uma grandeza que tem sempre o mesmo valor, b) A direção do novo vetor é a mesma de .
quando é medida por diferentes observadores em c) O sentido de é o mesmo de se for positivo
diferentes referenciais, chama-se escalar. e oposto ao de se .
Exemplos dessas grandezas são o deslocamento 3.1. Soma de vetores
( ), o intervalo de tempo ( ), a massa e a
temperatura. Sejam e dois vetores. A soma desses vetores
Alguns exemplos de grandezas físicas que não são é um terceiro vetor:
escalares são a velocidade e aceleração ao longo
de um eixo. Alterando a direção, o sentido ou a Para determinarmos o módulo, a direção e o
origem desse eixo, os valores dessas grandezas sentido desse vetor resultante, utilizamos a regra
também se alteram. Um vetor representa o do paralelogramo.
módulo, a direção e o sentido de uma grandeza Primeiramente, desenhamos o paralelogramo
física. definido a partir dos vetores e .
2. Vetor

Uma grandeza física não escalar é chamada de

vetorial e são distinguidas das grandezas escalares
por possuírem uma flecha sobre elas:

a) Módulo do vetor resultante: É dado pelo

comprimento da diagonal indicada na figura.
b) Direção: Aquela da reta que contém a diagonal.
c) Sentido: A partir do vértice formado pelos dois
Um vetor é representado graficamente através vetores. Portanto o vetor resultante é obtido
de um segmento orientado (uma flecha). A desenhando-se uma das figuras abaixo:
vantagem dessa representação é que ela permite
especificar a direção (e esta é dada pela reta que
contém a flecha) e o sentido (especificado pela
farpa da flecha). Além disso, o seu módulo
(indicado com ou ) será especificado pelo
"tamanho" da flecha, a partir de alguma
convenção para a escala.
3.2. Subtração de Vetores

Considerando os mesmos vetores e , a

subtração:
3. Operação com Vetores Resulta em um terceiro vetor (chamado
resultante), cujas propriedades são inferidas a
A representação gráfica apresentada acima
partir da soma dos vetores e (- ), que tem
permite-nos executar uma série de operações com
módulo e direção iguais ao do vetor mas tem o
vetores (soma, subtração etc.). Podemos agora
sentido oposto. Reduzimos o problema da
dizer, por exemplo, quando dois vetores são
subtração de dois vetores ao problema da soma
iguais. Eles são chamados de idênticos se tiverem
de e - .
o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo
sentido. A seguir, vão as definições das operações:
Multiplicação por um escalar (Número)
Podemos multiplicar um vetor por um número
. Dessa operação resulta um novo vetor,
, com as seguintes características:

4. Representação analítica de um vetor
Além da representação geométrica (ou gráfica)
utilizada anteriormente, podemos fazer uso de
outra representação, conhecida como
representação analítica do vetor.
Na representação analítica também utilizamos um
conjunto de três atributos de um vetor (esses
atributos são conhecidos como componentes do
vetor). Para a definição de componentes, a melhor
alternativa - e a mais fácil - é usar um sistema de
eixos cartesianos.
4.1. Componentes de um vetor
Dado um sistema de eixos cartesianos, podemos
definir as componentes de um vetor nesse sistema
de eixos tomando-se as projeções do vetor nesses
eixos.
Vamos tomar, por uma questão de simplicidade,
um sistema com dois eixos ortogonais (x e y).
Esses dois eixos estão contidos num plano.
Consideremos um vetor nesse plano. A
componente x do vetor (designada por ) é
dada pela projeção do vetor no eixo x. Para
determinarmos a projeção do vetor ao longo de
qualquer eixo, consideramos as extremidades do
vetor e por elas traçamos linhas perpendiculares
ao eixo até encontrá-lo. Tomamos então a
distância entre as interseções como a projeção se
a flecha estiver na mesma direção do eixo (isto é,
se o ângulo entre o vetor e o sentido positivo do
eixo for um ângulo agudo). Caso contrário, a
projeção será essa distância, mas com sinal
negativo.
A projeção, portanto, tem que levar em conta a
orientação do vetor em relação ao eixo. A
projeção fica melhor definida, matematicamente,
em termos do ângulo (entre o vetor e o eixo
x). Podemos escrever:
Onde é o módulo do vetor.
5. Operação usando componentes
Na multiplicação por um escalar é bastante
simples, , ss componentes do vetor
resultante serão:
O uso das componentes de um vetor facilita
especialmente na adição e subtração de vetores.
Por exemplo, na soma de vetores, ,o
vetor resultante ( ) é tal que suas componentes
são dadas pela soma das componentes de e .
Isto é:
No caso da subtração, ,
as componentes do vetor resultante serão:
6. Módulo de um vetor
Agora que conhecemos as componentes de um
vetor, fica fácil calcular seu módulo. Dado um
vetor , seu módulo é representado por ou ,
que pode ser calculado da seguinte forma:
7. Posição vetorial
Imagine um móvel deslocando-se em uma
trajetória aleatória, com uma origem O. Se
colocarmos um plano cartesiano situado nesta
origem, então poderemos localizar o móvel nesta
trajetória por meio de um vetor.
O vetor é chamado vetor posição e possui
módulo, direção e sentido.
8. Velocidade média vetorial
Considere-se um móvel percorrendo a trajetória
do gráfico acima, ocupando posições P1 e P 2 nos
instantes de tempo t1 e t2, respectivamente.

Sabemos que o deslocamento é dado pela
variação da posição. Assim, o vetor deslocamento
, é dado por:
Também já sabemos que a velocidade média é a
medida da variação da posição ao longo do
tempo. A velocidade média vetorial é definida da
mesma forma:
Perceba que o vetor velocidade tem a mesma
direção e o mesmo sentido do vetor
deslocamento, pois é obtido pela multiplicação de
pelo escalar positivo .
9. Aceleração vetorial
Considerando um móvel que percorre uma
trajetória qualquer com velocidade em um
instante e velocidade em um instante
posterior , sua aceleração média será dada por:
Assim como para o vetor velocidade, o vetor
aceleração terá o mesmo sentido e mesma
direção do vetor velocidade, pois é resultado do
produto deste vetor ( ) por um número escalar
positivo .
10. Exemplo resolvido
10.1 Um projétil é lançado a uma velocidade
igual a , formando um ângulo de 30 graus
em relação à horizontal. Calcule as componentes
vertical e horizontal do vetor velocidade.
Sabemos que o vetor velocidade, a componente
vertical e a componente horizontal do vetor
velocidade formam um triângulo retângulo, onde
o vetor é a hipotenusa, a componente vertical é o
cateto oposto e a componente horizontal o cateto
adjacente.
Assim, e serão dados por
10.2 Se o mesmo projétil do exemplo anterior
fosse lançado com uma velocidade tal que suas
componentes vertical e horizontal fossem iguais a
, qual seria o módulo da velocidade de
lançamento?
Nesta caso, o módulo do vetor velocidade definido
pelas componentes e será
10.3 Um móvel teve sua trajetória descrita por
coordenadas cartesianas dada em metros, onde
registrou-se sua passagem pelos pontos (-2,10) no
instante de tempo e (6,16) no instante
. Determine a distância percorrida pelo
móvel, em metros, e a sua velocidade de
deslocamento, em m/s.
Primeiramente, determinamos o vetor
deslocamento do móvel da seguinte forma:
Então, a distância percorrida pelo móvel será o
módulo do vetor deslocamento
Agora, fica fácil obter a velocidade de
deslocamento