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Para Taylor o reconhecimento é antes de tudo a igualdade social como grandeza

universal, presente nas sociedades democráticas1. Porém a relação indivíduo, ou melhor,


identidade e reconhecimento está separada pelo fato da individualidade reflexiva ser
uma característica marcante na modernidade2. Apesar de fazer duras críticas ao
individualismo subjetivo, Taylor estima a individualidade construída
intersubjetivamente (self) por ser formada no horizonte societário, apontando um
modelo de sociedade plural3. Nesse sentido a cultura da autenticidade – individualidade
intersubjetiva – é uma proposta ética contra o diagnóstico moderno do individualismo
atomista, desprendido do horizonte de bem/bom partilhado socialmente. Entretanto, a
expressividade da autenticidade deve ser negociada dialogicamente para ser
reconhecida, garantindo, assim, a igualdade social expressa na noção de dignidade
humana.

O reconhecimento em Taylor é apreendido enfaticamente na arena política tendo


duas frentes: 1) a garantia e ampliação do direito civil a grupos invisibilizados; e 2) na
formulação de políticas de compensação social de combate à pobreza, fator inibidor do
gozo pleno da cidadania4. O reconhecimento político de Taylor reivindica um política
da diferença orientada através de valores universais.

1
Cf. TAYLOR, Charles. A ética da autenticidade, 2011, p. 55-56.
2
Ibidem, p. 35-36. Ver também: TAYLOR, Charles. As fontes do self: a construção da identidade moderna, 2013, p.
31.
3
Cf. Idem (2011, p. 52) e (2013, p. 55).
4
Cf. Idem. Multiculturalismo, 1994, p. 58.

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