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ARQUITETURA AÇO
ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 27 setembro de 2011
9 7 7 1 6 7 8 1 1 2 0 9 8 27
Soluções
rápidas
@grupodanica
Produção Contínua
de Norte a Sul
PUR/PIR
do Brasil Redução nos custos
de seguros.
4 ARQUITETURA&AÇO
Em construções temporárias, e muitas vezes emergenciais, o menor
tempo de execução da obra com a consequente antecipação da entrega para
o usuário da edificação são fatores fundamentais. Neste sentido, os sistemas
industrializados em aço têm se mostrado imbatíveis enquanto solução técnica.
Como é característico de qualquer construção em aço, os elementos componen-
tes da estrutura são executados em fábricas e apenas montados no canteiro de
obras. Este aspecto é o principal aliado na rapidez da execução.
Para esta edição de Arquitetura & Aço, selecionamos obras com características
diversificadas, algumas de curta duração e outras sem prazo definido, e ainda
soluções que são montadas diversas vezes em diferentes locais. Em comum, o
curtíssimo prazo de execução.
Mostramos o aproveitamento criativo dos contêineres de aço, no Brasil e na
Container City, criada em Londres a partir de 2001. Trazemos, também de Londres,
as propostas de grandes mestres da atualidade, com vigor e muita criatividade,
para os pavilhões temporários de verão da Serpentine Gallery: arquitetura em
aço por Oscar Niemeyer, Jean Nouvel e Zaha Hadid.
Soluções diversas para as mais variadas necessidades, como as tensoestruturas
presentes no Morro da Urca, no Rio de Janeiro, e nas tendas da Festa Literária
Internacional de Paraty (FLIP); ou o inovador projeto de Postos Comunitários de
Segurança (PCS), do arquiteto brasileiro Sérgio Parada para a capital federal, e,
ainda, um elegante bar de linhas insólitas, estruturado em steel framing e reves-
tido com aço inox, projetado pelo escritório BCMF Arquitetos para a Casa Cor
Minas Gerais 2010, em Belo Horizonte.
Para atender à crescente demanda nos aeroportos brasileiros, os denominados
“módulos operacionais” permitem a ampliação rápida das alas de embarque
e desembarque, além de oferecerem conforto e segurança aos passageiros em
trânsito, enquanto as soluções definitivas estão em projeto ou em execução.
O aço também foi um grande aliado durante a turnê mundial da banda irlande-
sa U2, quando os shows tiveram dia e hora para começar. A partir da criação do
arquiteto Mark Fisher, os músicos contaram com um palco inédito, que possibi-
litou à plateia uma visão geral do show.
Por fim, outro exemplo que ilustra as vantagens do sistema pré-fabricado em aço
é o canteiro de obras da construtora Andrade Gutierrez na Argélia. Montado em
apenas dois meses, serve de abrigo e apoio aos funcionários envolvidos na obra.
Boa leitura!
Container City
ARQUITETURA&AÇO 1
Arquitetura & Aço nº 27
setembro 2011
sumário
Silvia Scalzo
Foto da capa:
Bar da Casa Cor – Minas Gerais 24. 28. 32.
04. 10.
ENDEREÇOS 34
04. Contêineres servem como soluções criativas para moradia e comércio, entre as quais a loja Decameron, em São
Paulo, dos arquitetos Marcio Kogan e Mariana Simas. 10. Soluções arrojadas com o uso de estruturas tensionadas
no Morro da Urca, Rio de Janeiro, e nas tendas utilizadas como cobertura da FLIP, em Paraty.14. Arquiteto Sérgio
Parada cria Postos Comunitários de Segurança na capital federal, a partir de módulos pré-fabricados. 16. Bar da
Casa Cor Minas Gerais 2010 exibe partido elegante, construído em steel framing. 20. Módulos operacionais
em aço atendem à necessidade emergencial dos aeroportos brasileiros. 24. Turnê mundial da banda U2 apresenta
palco executado com estrutura em aço que possibilitou visão 360º. 28. Em Londres, os pavilhões da Serpentine Gallery
aliam aço e criatividade. 32. Módulos pré-fabricados compõem as instalações de canteiro de obras na Argélia.
Criatividade
ecoeficiente
Studio MK27
4 ARQUITETURA&AÇO
Extrapolando o uso de transporte de produtos, contêineres deixam os
portos para assumirem novas tipologias
Decameron Design,
instalada em São
Paulo. Loja colorida,
alegre, arejada
e eco-friendly
ARQUITETURA&AÇO 5
Studio MK27
Acima, a proposta do Studio MK27 foi criar um pé-direto duplo numa das áreas da loja. Os contêineres no formato de túnel permitem
um passeio pelos itens da loja e depois um descanso no jardim dos fundos. Ao lado, uma das lojas da franquia Container Ecology Store,
que também segue a proposta ambiental de reutilização das grandes caixas metálicas. Abaixo, a American Oil, no Sul do país, investiu
no seu próprio projeto ao utilizar o contêiner como escritório para rede de postos de gasolina
Casas confortáveis e cheias de estilo, prédios e escritórios Kogan e Mariana Simas, do Studio MK27.
esbanjando charme são apenas alguns dos usos criativos dos contêi- A obra foi implantada em um terreno de
neres. As grandes caixas que transportam produtos para o mundo 540 m2, com área construída de 240 m2.
inteiro por via marítima são nobres e duráveis, fabricadas com cha- Para a montagem do estabeleci-
pas de aço de maior resistência à corrosão para resistir à maresia. mento, foram necessários seis volumes
Algumas das vantagens desta nova tendência de reutilização que, soldados, formaram uma espé-
é o baixo custo, tempo de obra reduzido, além do grande benefício cie de túnel com pé-direito duplo, que
ambiental, visto que toneladas de aço são reutilizadas sem neces- dá acesso a um jardim, nos fundos. A
sidade do reprocessamento do material. Outra característica notá- aplicação na parte interna de manta
vel é a facilidade de montagem e desmontagem, como se fossem de lã de rocha, também revestida por
“peças de Lego gigantes”. chapas de MDF, garante o isolamento
Utilizados como abrigos temporários por países que passaram termoacústico. Recursos arquitetôni-
por guerras ou desastres naturais, a arte de reinventar essa estru- cos naturais adotados, tais como o uso
tura fez adeptos no Brasil. da ventilação cruzada, facilitam ainda
A Decameron Design, instalada em um dos maiores polos de mais o controle térmico. A loja também
decoração de São Paulo, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, tam- chama a atenção pelas cores vibrantes
bém apostou no conceito a partir da proposta dos arquitetos Marcio e iluminação natural na entrada.
6 ARQUITETURA&AÇO
Divulgação
Butique verde
Outro empreendimento que também chama a atenção pelo uso das caixas de aço é a Container Ecology Store, criada
pelo empresário André Krai, que dirige uma franquia de lojas desenvolvidas com o uso desses volumes. A ideia veio
de uma viagem a Cingapura, onde viu uma ação de marketing realizada numa grande caixa metálica. Ao chegar ao
Brasil, descobriu que poderia concretizar sua proposta a partir da reutilização de contêineres e decidiu investir nesta
ideia para estruturar sua empresa.
Assim como em qualquer obra, o uso do contêiner para moradia ou fins comerciais requer instalações complemen-
tares, como elétrica e hidráulica, bem como proteção térmica e acústica. No caso da proteção térmica, esta é feita
por meio de mantas isotérmicas que bloqueiam a passagem do calor. O conceito de sustentabilidade é ainda esten-
dido a outros materiais. Na área interna da Ecology Store, por exemplo, além do reaproveitamento de contêineres
com mais de 20 anos de uso, também é possível encontrar araras montadas com corrimãos de ônibus. “A partir de
2012, todos os projetos contarão com captação e utilização de energia solar”, conclui o empresário.
Edificação de apoio
A American Oil, fornecedora de combustíveis do Sul do
país, contratou o arquiteto Bruno Faria para realizar a
proposta de usar contêineres como edificação de apoio
às bombas instaladas na pista. A unidade comprada no
porto de Santa Catarina possui 2,8 m de altura, 2,4 m de
largura e 12 m de comprimento. Segundo o arquiteto,
após adaptado, abriga um escritório para duas pessoas,
dois lavabos e um depósito de produtos comercializados
no posto. Antes de chegar ao local, além de receber pro-
teção termoacústica e acabamentos internos, e ainda
instalações elétricas e hidráulicas, as caixas foram
Divulgação
ARQUITETURA&AÇO 7
Container City:
cidade sustentável
Em Londres, na Inglaterra, o contêiner
é usado nos mais diversos tipos de pro-
jetos, desde salas de aula, empresas,
prédios residenciais e aconchegantes
chalés. A Container City, idealizada
por Eric Reynolds, da Urban Space
Management, é um exemplo. Iniciou
em 2001, com apenas um prédio for-
mado por 12 conjuntos, montados em
apenas cinco meses. A ideia agradou
e, em 2003, foi instalado outro andar
com mais três apartamentos. Hoje,
o local virou uma cidade multicolori-
da, ecológica e barata no Trinity Buoy
Wharf, em Docklands, região portuária
e industrializada de Londres, onde os
contêineres são encontrados com faci-
lidade. (A.M.) M
8 ARQUITETURA&AÇO
Tudo em aço para construir a
conexão do Brasil com o futuro.
RINO COM
Tensoestruturas
Sua origem remonta às tradicionais tendas beduínas, aço, ou malhas de cabos. Ao con-
mas seu desenvolvimento se deve principalmente aos estu- trário de outras coberturas, devido
dos de Frei Otto, realizados no Instituto de Estruturas Leves da à espessura delgada da membrana,
Universidade de Stuttgart, em 1964, e baseado na observação de não suportam flexão ou compressão,
superfícies naturais mínimas. Este tipo de estrutura é adotada, sendo que sua estabilidade formal
em geral, como cobertura e pode ser classificada em três tipos: é obtida pelo tensionamento dos
estruturas tensionadas de membrana, estruturas tensionadas de cabos, submetendo toda a superfície
malha e estruturas pneumáticas, sustentadas pela pressão de ar. da membrana à tração. A resistência
As duas primeiras são compostas por três elementos: as da superfície pode variar conforme
membranas de cobertura, as estruturas metálicas e cabos de a sua forma.
10 ARQUITETURA&AÇO
Além disso, era necessária uma solução de caráter temporário e des-
Morro da Urca montável. Do ponto de vista arquitetônico, as tensoestruturas foram
> Projeto
arquitetônico: Nelson as mais apropriadas”, afirma.
Buiano Fiedler (Fiedler Design
e Engenharia)
Após diversos anteprojetos, a proposta desenvolvida e executa-
> Área construída: 750 m² da pela Fiedler Design e Engenharia conseguiu se integrar perfeita-
> Aço empregado: ASTM A36 mente às formas orgânicas da paisagem. Do ponto de vista técnico,
> Volume do aço: 107 t. o desafio era projetar uma cobertura capaz de suportar as cargas
> Projetoestrutural: Ruy Marcelo de ventos de 240 km/h. “Para tanto, foi preciso perfurar 15 m na
Pauletti e Daniel M. Guirardi rocha e cravar barras de aço, com injeção de cimento, para suportar
> Fornecimento da estrutura
a força dos ventos”, complementa Scofano.
metálica: Fiedler Engenharia
> Execuçãoda obra: Fiedler
Engenharia Montagem
> Local: Rio de Janeiro, RJ Segundo Nelson Fiedler, o canteiro de obras não era suficiente para
> Data do projeto: 2004 comportar uma grande quantidade de insumos. A alternativa foi
> Conclusão da obra: 2007 distribuir as peças conforme o local de instalação para facilitar a
montagem dos módulos que compunham os arcos.
Além dos arcos sinuosos principais, foram utilizados três arcos
transversais de sustentação, também em estrutura metálica. “A
estrutura foi dividida em 47 peças com peso aproximado de 2,5 t.
Morro da Urca, Rio de Janeiro cada, e transportadas até o Morro da Urca por meio dos bondinhos,
sempre no período noturno para não interferir nas atividades diá-
Muito utilizadas na Europa, Ásia e nos rias”, afirma Fiedler.
Estados Unidos, as tensoestruturas vêm A cobertura é composta por membrana de Policloreto de Vinilo
ganhando espaço no Brasil, em proje- (PVC) com acabamento de superfície de Polivinilideno de Fluoreto
tos de grande porte e em diferentes (PVDF), semelhante ao teflon, um material com maior durabilidade
localidades. O Morro da Urca, no Rio e de fácil manutenção, pois dificulta a aderência de partículas.
de Janeiro, é um exemplo. Em 45 dias A estrutura, inaugurada em setembro de 2007, já abrigou diver-
a cobertura tensionada foi instalada na sos eventos da CCAPA. Sua manutenção é feita a cada seis meses,
área do restaurante do Complexo do Pão com vistoria das peças, limpeza e eventual reparo, se necessário.
de Açúcar (Espaço Baía de Guanabara).
Segundo Diego Scofano, gerente
Marluce Balbino
técnico da Companhia Caminho Aéreo
Pão de Açúcar (CCAPA), como se trata de
área tombada foi necessária a aprova-
ção pelo Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional). Uma das
exigências do Instituto era a diminui-
ção da visibilidade da estrutura, locali-
zada à beira da baía, e ainda que esta
não poderia configurar uma construção
As tensoestruturas conseguiram se integrar per-
permanente. “Foi preciso criar um recuo feitamente à paisagem orgânica do Rio de Janeiro.
para não afetar a paisagem do morro. Nesta foto, vista noturna do Morro da Urca: a cobertu-
ra é capaz de suportar cargas de ventos de 240 km/h
ARQUITETURA&AÇO 11
Acima, tenda dos autores com estrutura em aço.
Fotos Nelson Kon
12 ARQUITETURA&AÇO
Festa Literária de Paraty, Rio de Janeiro
Criada pela Associação Casa Azul, da dicional tenda de cobertura dos telões para a margem esquerda do
qual o arquiteto Mauro Munhoz faz Rio Perequê-Açu, de frente para o centro histórico. “Na parte antiga
parte, a Festa Literária Internacional de Paraty ficou apenas a Flipinha e a Flipzona”, diz.
de Paraty (FLIP) tem ajudado a trans- Desenhadas pelo arquiteto e executadas pela Feeling Structu-
formar a cidade, sobretudo os locais res, todas as tendas são compostas por estrutura metálica auto-
tombados pelo Instituto do Patrimônio portante e fechamento em lona. Com 1.727 m2, a tenda dos autores,
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). que unia arcos de três direções, recebeu cobertura em tecido de
A meta, desde o princípio, foi pro- poliéster revestido com Policloreto de Vinilo (PVC) extinguível e
mover a Revitalização Urbana dos antifungo. Menores, as tendas institucional, do telão e da Flipinha
Espaços Públicos da Borda d'Água de foram projetadas com arquitetura em duas águas, a partir do uso
Paraty. Segundo Cristiana Rodrigues, de perfis em aço e cobertura do mesmo tipo. A arquiteta destaca
coordenadora-geral de arquitetura e que, ao todo, foram necessários apenas 20 dias para a montagem
urbanismo da Casa Azul, o objetivo foi de todas as tendas, que conseguiram transformar as margens do
alcançado com a transferência da tra- rio em um grande passeio público. (N. F.) M
ARQUITETURA&AÇO 13
Como mobiliário urbano
Criados a partir de módulos pré-fabricados, Postos Comunitários
de S egurança se tornam marcos visuais no D istrito F ederal
O projeto dos Postos Comunitários de Segurança (PCS) do críticas, vindas da corporação, exi-
Distrito Federal foi concebido, em 2007, pela equipe do escritório giam”, diz Parada. Ele explica que a soli-
Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados. Ao todo, 121 unida- citação do Comando da Policia Militar
des foram distribuídas entre Brasília e as cidades-satélite. Para o era a concepção de três elementos
autor do projeto, a intenção foi criar um mobiliário urbano leve modulados: um básico, um segundo
e versátil, que pudesse ser entregue pronto e com possibilidade para a torre de observação e o terceiro
de realocação. de ligação.
“Era necessário construir um abrigo para integrar as forças Os módulos foram fabricados por
públicas com a comunidade, permitindo uma relação mais pró- meio de processo industrial, com
xima, e não um bunker, uma estrutura fortificada, como algumas estrutura em aço, enquanto para o
14 ARQUITETURA&AÇO
Acima, processo industrial garante a montagem dos módulos. Totalmente estruturadas em perfis de aço, as peças têm fechamento em
fibra de vidro e EPS, e piso em chapa corrugada
ARQUITETURA&AÇO 15
Construção
Steel framing garante agilidade e facilidade na montagem
e desmontagem do Bar da Casa Cor MG 2010
Silvia Scalzo
16 ARQUITETURA&AÇO
inteligente
Silvia Scalzo
Gerais, Belo Horizonte, MG
> Local: Belo Horizonte, MG
> Data do projeto: julho de 2010
> Conclusão da obra: agosto de 2010
Com apenas uma entrada e três grandes aberturas, o espaço ao contrário de muitos outros projetos
de 69 m2 foi todo montado com o uso de steel framing. Enquanto de caráter temporário, esta inusitada
no lado externo o revestimento com telhas de aço inox polidas construção de forma irregular pode
e a superfície irregular refletem o entorno de forma fragmenta- ser retirada do local posteriormente.
da, distorcendo ao mesmo tempo o volume. Na parte interna, o Tanto que, após o término do evento,
mesmo material foi aplicado na versão fosca. O balcão e a mesa as estruturas foram removidas, trans-
também foram revestidos com aço inox. portadas com facilidade e guarda-
O arquiteto Bruno Campos lembra que, como se tratava de um das. “Este mesmo projeto poderá ser
local informal de espera e encontros, a iluminação auxiliou como implantado em momento oportuno
recurso cenográfico. As cadeiras foram eliminadas e no lugar, cria- em um parque, uma praça, um jardim,
dos bancos que se erguiam do piso em arquibancadas de carpete, ou até mesmo num terraço de prédio.
onde as pessoas chegavam simplesmente para relaxar. E o melhor, sem perder o seu impacto
O mais importante de toda a criação, segundo o arquiteto, é que visual”, conclui. (N.F.) M
18 ARQUITETURA&AÇO
ARQUITETURA&AÇO 19
Fotos Infraero
Terminais provisórios
em aço
Para atender à crescente demanda de passageiros nos aeroportos,
Infraero opta por solução rápida, eficiente e de baixo custo
20 ARQUITETURA&AÇO
À esquerda, vista geral do Aeroporto Juscelino
Kubitschek, em Brasília. À direita, módulo opera-
cional usado como sala de embarque e desem-
barque. Na sequência, saguão do Aeroporto
Internacional de Viracopos, em Campinas, inau-
gurado em agosto de 2011. Abaixo, Aeroporto
Internacional de Florianópolis, que recebeu área
adicional de cerca de 1.000 m2
ARQUITETURA&AÇO 21
Módulos operacionais instalados
- Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis (SC): em operação desde abril
de 2009, recebeu um espaço adicional de cerca de 1.000 m², para abrigar novas salas de
embarque e desembarque.
- Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF): em funcionamento desde novembro
de 2010, tem a função de sala de embarque e desembarque. A área ocupada foi de 1,2
mil m². Segundo a Infraero, a obra orçada em R$ 2,98 milhões possui capacidade para
atender 1,8 milhão de passageiros por ano. A instalação temporária contempla, ainda,
isolamento termoacústico, climatização, sistemas informativos de voos e de som, além
de lanchonete e revistaria.
- Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP): de acordo com a Infraero,
o espaço, inaugurado em agosto de 2011, amplia em mais de 1,2 mil m² o saguão de
check-in do aeroporto, elevando a capacidade em mais de 2,5 milhões de passageiros
ao ano. Além disso, oferece 22 novas posições de atendimento, sanitários e monitores
com informações sobre voos. Entre os novos balcões, 11 são adaptados para facilitar o
atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A opção por estruturas
em aço nos módulos
- Aeroporto Internacional Eurico de Aguiar Salles, em Vitória (ES): além do desembarque,
operacionais se deve à
que começou a operar em agosto deste ano, o Aeroporto de Vitória também está
eficiência e versatilida-
preparando um módulo operacional para embarque de passageiros. Somadas, as
de do material, enquan-
novas instalações terão uma área total de 2 mil m², quatro vezes maior que o espaço to obras de ampliação
atualmente disponível. Para isso, o investimento da Infraero foi de R$ 4 milhões. definitiva são realiza-
das. Abaixo, detalhes
da estrutura projetada
pela equipe de enge-
nharia da Infraero
Infraero
22 ARQUITETURA&AÇO
Corte transversal
necessária para o atendimento de aeroportos, uma vez que os MOPs podem ser montados e desmon-
passageiros, como salas de embarque, tados, quando necessário.
desembarque, saguões de check-in e “Além disso, a solução evita riscos de investimentos desneces-
inspeção de passageiros, sem perda de sários e desperdícios, principalmente quando a demanda futura é
conforto em comparação com um ter- incerta, como é o caso de algumas cidades do Brasil após os eventos
minal de passageiros-padrão. esportivos”, diz Anderson Correia, doutor em engenharia de trans-
Esse tipo de solução construtiva portes e professor de transporte aéreo e aeroportos do Instituto
temporária já vem sendo utilizado Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
em aeroportos fora do Brasil, em paí-
ses como Portugal, Catar, Alemanha, Outras instalações
Estados Unidos e França, sobretudo Soma-se a essas vantagens o fato da implantação das estruturas
durante a realização de grandes even- ser bastante rápida, cerca de 150 dias, segundo o departamento de
tos ou atendimento de demandas engenharia da Infraero. Além da estrutura metálica, a edificação
específicas, com o aumento temporá- temporária receberá cobertura com telhas termoacústicas, do tipo
rio do tráfego aéreo local. De acordo sanduíche, enquanto o fechamento será feito com painéis isolantes
com a Infraero, a opção por estruturas termoacusticos.
em aço se deve à eficiência e versatili- Para garantir qualidade à obra, que deverá acolher passageiros
dade do material, enquanto obras de de maneira tão confortável quanto a instalação permanente, no
ampliações definitivas são realizadas. projeto também serão empregados acabamento de piso em carpete
Entre os materiais pré-fabricados, de madeira, acompanhado por forro em lona tensionada e forro
o aço é o que proporciona maior velo- mineral, além do uso de vidro temperado e laminado.
cidade na execução dos módulos, leve- Quanto ao tempo médio de utilização dos módulos, a Infraero
za nas peças, facilidade na montagem lembra que é superior a dez anos, e às vezes chega a ultrapassar
e aspecto arrojado para a execução de 20 anos. Vale destacar que o tempo de uso será determinado pelo
vãos livres. Outra grande vantagem contexto e necessidades de cada aeroporto. A previsão é de que
destacada é o reaproveitamento do operem nos aeroportos até a conclusão das obras de ampliação
material para a instalação em outros permanente. (N.F.) M
ARQUITETURA&AÇO 23
Visão
360º
Executada em aço
inoxidável , a estrutura
do palco do show da banda
U2 deu nome à turnê
MRossi
24 ARQUITETURA&AÇO
As apresentações da banda U2, em São
Paulo, no Estádio do Morumbi, em abril de 2011,
contaram com uma estrutura de palco inovado-
ra, cuja concepção arquitetônica foi baseada na
visão 360º, nome adotado pela turnê. Não foi por
acaso, aliás, que se buscou este conceito. De acor-
do com o arquiteto Mark Fisher, responsável pela
criação, a solicitação dos músicos era conseguir
que a plateia tivesse plena visão do show. Até
então, na maior parte das apresentações, o palco
possuía frente única e estrutura abaixo da banda,
impossibilitando a ocupação de lugares atrás do
palco, tanto na arquibancada quanto no grama-
do. Com o palco localizado no centro do estádio,
todas estas áreas puderam ser ocupadas.
Estrutura em aço
inox, com 50 m
de altura, no
show realizado no
Morumbi, em São
Paulo. Visão 360º
ARQUITETURA&AÇO 25
Para tanto, o arquiteto propôs a execução de uma estrutura em
> Projetoarquitetônico: Mark
aço inoxidável “com quatro pernas”, denominada The Claw (a garra,
Fisher; Neil Thomas, Atelier One
em português), a partir da conjunção de três elementos: base, garras (membrana estrutural)
e suporte. De acordo com a direção artística do show, a nova confi- > Aço empregado: aço inox
guração teve inspiração na arquitetura do LAX Theme Building, um > Volume do aço: 220 t.
restaurante de Los Angeles (EUA), da década de 1960. Mas ao contrá- > Projeto
estrutural: Ziggy
rio do estabelecimento, as pernas gigantes foram executadas em aço Drozdowski (Hoberman Associates)
> Fornecimento da estrutura
inoxidável, material facilmente desmontável e transportável, já que
metálica: Stageco
o mesmo palco foi utilizado na turnê que percorreu o mundo.
> Execução da obra: Stageco
Com 50 m de altura, a criação do arquiteto Fisher lembrava uma > Local: São Paulo, SP
espécie de nave espacial, um dos maiores palcos já projetados para > Data do projeto: setembro de 2008
este tipo de espetáculo. A execução da base teve de ser realizada > Conclusão da obra: junho de 2009
com a ajuda de guindastes, enquanto as garras foram instaladas
com o auxílio de torres laterais, posicionadas ao lado de cada perna.
26 ARQUITETURA&AÇO
Detalhe da estrutura proposta por Mark Fisher: Megaestrutura deixa legado
com quatro pernas, foi denominada The Claw.
Experimentada e testada em mais de 110 concertos, em 78 cidades
Abaixo, imagem da montagem do palco no Estádio
do Morumbi. A execução da base teve de ser reali- de 30 países, a estrutura in-the-round (com a plateia em volta do
zada com a ajuda de guindastes, enquanto as gar-
palco) foi projetada para suportar grandes cargas de ventos. O
ras foram instaladas com o auxílio de torres late-
rais, posicionadas ao lado de cada perna ou garra projeto, ainda sem similar, deixará seu legado, pois as estruturas
serão vendidas. O objetivo é transformar as “garras” em grandes
pavilhões ou anfiteatros. Em entrevista à revista Billboard, o diretor
de turnês do U2, Craig Evans, disse que a intenção da produção é
realmente ver projetos como este reciclados e reaproveitados em
forma de empreendimentos permanentes e utilizáveis. (G.J.) M
Fotos MRossi
ARQUITETURA&AÇO 27
Fotos 0lll Photographs of Architecture
Arquitetura efêmera
Temporário, desmontável e, geralmente, produzido com De acordo com os organizadores, o
estrutura em aço. Assim é o projeto arquitetônico do Pavilhão de programa, com aproximadamente 300
Verão da Serpentine Gallery. O pavilhão já faz parte do programa m2 de área útil, se dá por meio da mon-
de arquitetura da cidade. Em vez de exposições arquitetônicas tagem de uma estrutura temporária
convencionais, compostas por fotos e maquetes, desde o início para uso somente no verão. Durante o
a organização do evento optou por construções temporárias, dia, a construção é utilizada como espa-
capazes de proporcionar ao público uma vivência mais intensa ço de convivência, enquanto à noite, por
do trabalho produzido por arquitetos de renome internacional, meio de recursos audiovisuais, transfor-
convidados especialmente para o projeto. ma-se em belo cenário para palestras
Serpentine Gallery
28 ARQUITETURA&AÇO
Todos os anos em Londres, os pavilhões da Serpentine Etapas construtivas do projeto em 2003. A proposta
de Niemeyer foi a criação de quatro colunas centrais
Gallery mostram novas soluções em arquitetura, para sustentar uma plataforma de 250 m2, suspensa
sempre com obras rápidas e desmontáveis 1,50 m acima do nível do solo por vigas-tirantes
Oscar Niemeyer
de arquitetura, com projeções de filmes Apesar de toda a experiência de Oscar Niemeyer com o concreto,
e outras atividades. ao ser convidado para realizar o projeto da Serpentine Gallery
Pela Serpentine Gallery já passa- em 2003, o arquiteto se rendeu ao aço devido ao perfil da obra.
ram nomes como Zaha Hadid, Daniel Sem deixar de lado as curvas, característica marcante dos projetos
Libeskind, Toyo Ito, Jean Nouvel, Frank de Niemeyer, a edificação foi criada a partir de uma rampa com
Gehry, Rem Koolhas, Alvaro Siza, Eduardo suave inclinação, recurso que facilitou o acesso a todos os tipos de
Souto de Moura e Oscar Niemeyer, dentre visitantes à galeria. Além da estrutura em aço, o edifício também
outros. Dos diversos projetos realizados dispunha de uma escada metálica com 2 m de largura para acesso
selecionamos três para esta reportagem. ao pavimento de exposição.
Serpentine Gallery
ARQUITETURA&AÇO 29
Fotos Serpentine Gallery
Jean Nouvel
Vencedor do Prêmio Pritzker 2008, o francês Jean Nouvel não em aço também recebeu alguns mate-
poderia ficar de fora da lista da Serpentine Gallery. Em 2010, seu riais leves em sua composição, como
pavilhão chamou a atenção pela cor, o vermelho vibrante, que, policarbonato, vidro e tecido. Outros
segundo o arquiteto, fez referência a alguns elementos tradicio- destaques foram os toldos retráteis e
nais da paisagem urbana londrina, entre os quais as cabines tele- uma parede inclinada e autoportante,
fônicas, as caixas de correio e os ônibus. O pavilhão estruturado de 12 m de altura.
30 ARQUITETURA&AÇO
Serpentine Gallery
ARQUITETURA&AÇO 31
Fotos Divulgação
Agilidade e exatidão
Módulos pré-fabricados compõem as instalações de canteiro de obras na Argélia
Uma estrutura prática, precisa e capaz de resistir às intem- posta de perfis de aço conformados a
péries, como ventos fortes e neve, fizeram a construtora brasileira frio, e na cobertura foram utilizadas
Andrade Gutierrez, responsável pela construção de um grande telhas nervuradas de aço galvanizad0.
viaduto em Constantin, na Argélia (África do Norte), buscar nos Também as paredes e divisórias rece-
módulos em aço pré-fabricados a solução para suas instalações beram aço galvanizado pintado, e com
temporárias no canteiro de obras. isolamento térmico realizado com a
São 1.843 m2 de módulos pré-fabricados, planejados especial- injeção de espuma de poliuretano.
mente para o terreno e suas condicionantes. O canteiro foi montado No piso foi adotada a laje seca,
em apenas dois meses para abrigar todos os trabalhadores envolvi- com 19 mm de espessura. Ocultas, as
dos na execução da obra, entre os quais, engenheiros, operários, cozi- esquadrias metálicas deram origem às
nheiros e equipe médica. Para tanto, comporta instalações de apoio, janelas estanques, fechadas por vidros
como escritórios, refeitórios, sanitários, enfermarias e portarias. transparentes de 4 mm, exceto os
João Garcez Palha, diretor comercial e de marketing da Movex, banheiros, que receberam vidros trans-
empresa portuguesa fabricante de módulos pré-fabricados, con- lúcidos. Segundo o diretor da Movex,
tratada para a execução das peças, explica que a estrutura é com- para esta obra não foi necessária a
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aplicação de materiais especiais ou (as instalações podem ser deslocadas), facilidade de transporte,
fora de padrão. “O único tratamento ampliação por acoplamento lateral e de topo, pé-direito de até 3 m,
especial foi em relação à pintura das além da possibilidade de cobertura em duas águas. “A construção
peças, em azul e branco, cores adota- por meio de módulos é segura, cumpre todas as normas de resis-
das pela Andrade Gutierrez”, esclarece. tência ao fogo, além de ser antissísmica”, acrescenta.
Outro grande benefício é que, conforme a situação, após o
Flexibilidade término da obra, as peças utilizadas no projeto permitem reapro-
Os módulos também receberam insta- veitamento. A configuração atual também pode ser repetida, por
lações complementares, como ar-con- exemplo, sendo substituídos apenas os módulos que estiverem
dicionado, rede de dados e voz, além de danificados, ou dependendo das necessidades, realizada nova con-
aquecedores, devido ao rigoroso inver- figuração. Ainda, de acordo com Palha, a reutilização é quase sem-
no na Argélia. Para Garcez Palha, den- pre vantajosa. “É evidente que, quando o transporte dos módulos
tre as vantagens, este formato de edi- for para locais muito distantes, o reaproveitamento deve ser ava-
ficação oferece conforto, flexibilidade liado”, conclui. (A.M.) M
Ao todo, são 1.843 m2 de módulos pré-fabricados, planejados especialmente para o terreno e suas condicionantes. A cobertura usou
telhas nervuradas e a estrutura perfis conformados a frio, ambos em aço galvanizado, e pintados de azul. As paredes e divisórias também
utilizaram o aço galvanizado pintado, e com 0,50mm de espessura
ARQUITETURA&AÇO 33
Endereços
34 ARQUITETURA&AÇO
NOVA EDIÇÃO
Publicidade
Material para publicação: Ricardo Werneck
Contribuições para as próximas edições podem tel: (21) 3445-6332
ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas cbca@acobrasil.org.br
pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço.
Entretanto, não nos comprometemos com a sua Roma Editora
publicação. Todo o material recebido será arquiva- Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP
do e não será devolvido. Caso seja possível publicá- Tel.: (11) 2808-6000
-lo, o autor será comunicado. cbca@arcdesign.com.br
É necessário o envio das seguintes informações
Direção
em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, Cristiano S. Barata
fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data
Coordenação Editorial
do projeto e da construção, autor do projeto, proje-
Nádia Fischer
tista estrutural e construtor) e dados do arquiteto
(endereço, telefone de contato e e-mail). Redação
Alessandra Morgado, Guilherme Jerônimo e Nádia
Fischer
Revisão
Todas as edições de Arquitetura&Aço estão Deborah Peleias
disponíveis no site: www.cbca-iabr.org.br
Editoração
A&A nº 01 - Edifícios Educacionais
A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares Cibele Cipola (edição de arte),
A&A nº 03 - Terminais de Passageiros Luiz Marques (estagiário)
A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais
A&A nº 05 - Pontes e Passarelas
A&A nº 06 - Residências
Pré-impressão e Impressão
A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas www.graficamundo.com.br
A&A nº 08 - Indústrias
A&A nº 09 - Edificações para o Esporte
A&A nº 10 - Instalações Comerciais
A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções
A&A nº 12 - Lazer e Cultura Endereço para envio de material:
A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares Revista Arquitetura & Aço – CBCA
A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos
A&A nº 15 - Marquises e Escadas Av. Rio Branco, 181 – 28º andar
A&A nº 16 - Coberturas 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ
A&A nº 17 - Instituições de Ensino II
A&A nº 18 - Envelope cbca@quadried.com.br
A&A nº 19 - Residências II
A&A nº 20 - Indústrias II
A&A nº 21 - Aeroportos
A&A nº 22 - Copa 2010
A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte.
A&A nº 24 - Metrô
A&A nº 25 - Instituições de Ensino III É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autoriza
A&A nº 26 - Mobilidade Urbana ção expressa do autor.
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Plenitude do aço
Participe!
Grandes nomes do mercado
Conferências com especialistas nacionais e internacionais,
com foco nas boas práticas e inovações tecnológicas.
Um dos principais fóruns de discussão do setor de construção em aço.
Oportunidades e negócios
Networking com o mercado da galvanização, arquitetos,
engenheiros e formadores de opinião.
Realização Apoio
CBCA
Centro Brasileiro da Construção em Aço
&AÇO
ICZ - Liderando e apoiando os setores dos metais Zinco, Níquel e Chumbo, no desenvolvimento e disseminação de suas aplicações eARQUITETURA
o uso sustentável 37
no Brasil.
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