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1.

Variáveis dendrométricas

Segundo Pelissari et al. (2014) as características dendrométricas inerentes as


espécies florestais, como por exemplo área basal (Gi) e volume (Vi), por apresentarem
estrutura de dependência espacial, possuem grande potencial em análise geoestatísticas.
Na ciência florestal, em nível mundial, os primeiros estudos de características
dendrométricas com continuidade espacial começaram a ser desenvolvidos no final da
década de 80 (MELLO, 2004). Esses trabalhos podem ser categorizados de acordo com
as grandes áreas do setor.
Nos primeiros trabalhos da mensuração forestal, Semra et al.(1989), avaliando o
uso da ferramentas geoestatísticas no inventário florestal em um plantio de Melia
azedarach Linn. (cinamomo) na Índia, recomendou o uso da krigagem na obtenção de
estimativas precisas (Syx(%) igual a 9) de altura para o mapeamento do inventário
florestal. No Brasil, em plantio de Tectona grandis localizado no estado de Mato
Grosso, a elaboração de mapas temáticos de volume permitiu a indicação precisa das
áreas com maior potencial para desbaste, uma vez que a competição intraespecífica é
intensa para esta espécie e a intervenção é necessária para o reestabelecimento do
crescimento dos indivíduos (PELISSARI et al., 2014).
Em povoamento clonal de Eucalyptus sp., Guedes et al. (2015), avaliando a
continuidade espacial das características dendrométricas altura dominante, volume e
incremento médio anual em cinco idades sucessivas, verificou que o grau de
dependência espacial se manteve ao longo do crescimento, demonstrando que o
crescimento temporal das árvores não afetou na dependência espacial dessas
características.
No manejo florestal, foi empregado no inventário florestal o uso de técnicas
geoestatísticas em florestas naturais com estudos de características dendrométricas
variando da biomassa área, volume, número de árvores e área basal de espécies nativas
brasileiras, nos biomas Amazônia, Cerrado a Floresta Atlântica (ALVARENGA et al.,
2012; BENÍTEZ; ANDERSON; FORMAGGIO, 2016; ROVEDA et al., 2016; SOUZA
et al., 2010).

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1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARENGA, L. H. V et al. Performance of stratification in a brazilian savanna


fragment by using geoestatistical interpolator . Desempenho da estratificação em um
fragmento de cerrado stricto sensu utilizando interpolador geoestatístico, v. 18, n.
4, p. 675–681, 2012.

BENÍTEZ, F. L.; ANDERSON, L. O.; FORMAGGIO, A. R. Evaluation of


geostatistical techniques to estimate the spatial distribution of aboveground biomass in
the Amazon rainforest using high-resolution remote sensing data. Acta Amazonica, v.
46, n. 2, p. 151–160, 2016.

MELLO, J. M. DE. Geoestatística Aplicada ao Inventário Florestal. p. 110, 2004.

PELISSARI, A. L. et al. Geoestatística aplicada ao manejo de povoamentos florestais


de teca, em períodos pré-desbaste seletivo, no estado do Mato Grosso. Revista
Brasileira de Biomassa, v. 32, n. 3, p. 430–444, 2014.

ROVEDA, M. et al. Continuidade espacial do número de árvores e da área basal de uma


floresta ombrófila mista sob diferentes formas e tamanhos de unidades amostrais.
Cerne, v. 22, n. 2, p. 189–196, 2016.

SAMRA, J.S. GILL, H.S.; BHATIA, V.K. Spatial stochastic modelling of growth and
forest resource evaluation. Forest Science , v.35, n.3, p.663-676, 1989

SOUZA, Z. M. DE et al. Análise dos atributos do solo e da produtividade da cultura de


cana-de-açúcar com o uso da geoestatística e árvore de decisão. Ciência Rural, v. 40, n.
4, p. 840–847, 2010.

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