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FÍSICA DOS EDIFÍCIOS

Capítulo 7

Redes Prediais

Escola Superior de Tecnologia


e Gestão de Beja
Física dos Edifícios
Docente: Pedro Lança Capítulo 7 – Redes Prediais

> Redes prediais de drenagem


das águas pluviais

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Docente: Pedro Lança Capítulo 7 – Redes Prediais
Redes prediais de drenagem de água pluviais

> Generalidades

Nos sistemas de drenagem pública de águas residuais


pluviais (águas limpas) são apenas permitidos os
lançamentos de águas residuais provenientes de/da:
> chuva;
> rega de jardins, lavagem de arruamentos,
pátios e parques de estacionamento;
> Circuitos de refrigeração e instalações de
aquecimento;
> piscinas e depósitos de armazenamento de
água;
> drenagem do subsolo.

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> Constituição dos sistemas


de drenagem

Drenagem gravítica
(Fonte: Pedroso)
Sistema misto de drenagem
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Redes prediais de drenagem de água pluviais

(Fonte: Pedroso)

>Caleiras e algerozes – dispositivos de recolha para condução das águas para


ramais ou tubos de queda;
>Ramais de descarga – destinados ao transporte das águas provenientes dos
dispositivos de recolha (ralos, etc.) para o tubo de queda ou colector predial;
>Tubos de queda – transportam a soma das descargas das zonas de recolha para o
colector ou valeta;
>Colectores prediais – transportam a soma das descargas dos tubos de queda e de
possíveis ramais adjacentes para a câmara de ramal de ligação e posteriormente
para o ramal público;
>Colunas de ventilação – destinada a ventilar zonas (p.e. poços de bombagem) até
à atmosfera exterior;
>Ramal de ligação – compreendido entre a câmara de ramal de ligação e o colector
público e destinada a drenar as águas para a rede pública.
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> Materiais das tubagens

Tubagens de ferro fundido

PCV – policloreto de vinil

Ferro Galvanizado

Betão

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> Caudais de cálculo

Caso se trate de precipitação,


deverão ser obtidos com base em
curvas de intensidade, duração e
frequência, que fornecem os valores
das médias das intensidades
máximas de precipitação, para as
diferentes regiões pluviométricas.

I = a.tb

em que,
I – intensidade de precipitação (mm/h)
t – duração daprecipitação
a,b – constantes dependentes do período
de retorno

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> Caudais de cálculo


“2 – Os ramais de descarga de águas pluviais têm por
finalidade a condução destas aos respectivos tubos de
queda ou, quando estes não existam, aos colectores,
poços aborventes, valetas ou áreas de recepção
apropriadas” – art. 212º

Q=C.I.A

em que,
Q – caudal de cálculo (mm/h)
C – coeficiente de escoamento
I – intensidade de precipitação (l/min.m2)
A – área a drenar em projecção horizontal (m2)

Nota: o coeficiente de escoamento depende do valor da


pendente.

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Valores da precipitação para as diferentes regiões

Região Precipitação (l/min.m2)


A 1.75
B 1.40
C 2.10

Coeficientes de escoamento (exemplo)

Tipo de Inclinação (%)


terreno
0a1 1 a 1,5 1,5 a 8 >8
Arenoso 0.13 0.22 0.31 0.49

Compacto 0.40 0.49 0.58 0.82

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> Ramais de descarga


• O traçado dos ramais de descarga deve ser
constituído por troços rectilíneos, ligados entre si
preferencialmente por caixas de reunião ou através de
curvas de concordância permitindo.

• A ligação simultânea de vários acessórios (ralos, etc.)


a um mesmo ramal de descarga deve efectivar-se
através de caixas de reunião ou curvas de
concordância.

• Em caso algum o troço vertical de um ramal de


descarga pode exceder a altura de 2,00 metros.

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> Ramais de descarga


• Em caso algum se deverão desenvolver sob os
elementos de fundação, em zonas de acesso difícil ou
embutidas em elementos estruturais.

• Os ramais de descarga individuais poderão ser


dimensionados para escoamentos as secção cheia.

• As inclinações não deverão ser inferiores a 5


mm/m, devendo variar entre 10 mm/m e 40 mm/m.

• O diâmetro mínimo admitido para os ramais de


descarga é de 40mm, com excepção das
situações em que lhes são aplicados ralos de
pinha, passando o seu valor para 50mm.

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> Ramais de descarga


• O diâmetro interior dos ramais de descarga é
calculado como e indica (secção cheia):

> Determinação do caudal de cálculo


confluente para o ramal;
> Cálculo do diâmetro interior do ramal:

Q – caudal de cálculo (m3/s);

3 K – rugosidade da tubagem
8
Q (m1/3/s);
D= 3
0,6459.K 8 .i3 / 16 A – secção da tubagem
ocupada pelo fluido (m2);
R – raio hidráulico (m)
i – inclinação (m/m)

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> Caleiras e algerozes

(Fonte: Almeida)
• A altura líquida das caleiras e dos algerozes não deve
ultrapassar 7/10 da altura da secção transversal,
salvo se for assegurado que, em caso de transbordo,
este não se dará para o interior do edifícios.

• A inclinação das caleiras e dos algerozes deverão


oscilar entre 2 e 15 mm/m, sendo recomendada a
adopção de valores entre 5 e 10 mm/m.

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> Caleiras e algerozes

(Fonte: Pedroso)

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Quadro utilizado no
dimensionamento de
caleiras e algerozes de
secção semicircular,
admitindo uma
rugosidade K=90m1/3/s
(p.e. o zinco) e um
caudal máximo de
precipitação de
2l/min.m2.

(Fonte: Pedroso)

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> Tubos de queda


• O diâmetro mínimo admitido
para os tubos de queda não
deverá ser inferior ao maior dos
diâmetros dos ramais de
descarga confluentes, com um
mínimo de 50mm.

• O diâmetro dos tubo de queda


deve ser preferencialmente
constante ao longo do seu
desenvolvimento.

(Fonte: Almeida)

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> Tubos de queda


• Tabelas de dimensionamento

(Fonte: Pedroso)

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> Tubos de queda


• Tabelas de dimensionamento (cont.)

(Fonte: Pedroso)
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> Colectores prediais


“Os colectores prediais têm por finalidade a recolha
de águas provenientes do tubo de queda, de ramais de
descarga situados no piso superior adjacente e de
condutas elevatórias, e a sua condução para o ramal
de ligação ou outro tubo de queda” – art. 244º

• O seu diâmetro não dever ser inferior ao maior


dos diâmetros dos ramais que para ele confluem,
com um mínimo de 100mm.
• O afastamento máximo entre câmaras de
inspecção ou bocas de limpeza consecutivas
deverá ser de 15m.

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> Colectores prediais


• Em caso algum se deverão desenvolver sob os
elementos de fundação, em zonas de acesso difícil
ou embutidas em elementos estruturais.

• As inclinações não deverão estar compreendidas


entre 5 mm/m e 40 mm/m, sendo aconselhável
não utilizar valores inferiores a 10 mm/m.

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> Colectores prediais


• O diâmetro interior dos colectores prediais é
calculado como e indica (secção cheia):

> Determinação do caudal de cálculo


confluente para o colector;
> Cálculo do diâmetro interior do colector:

Q – caudal de cálculo (m3/s);

3 K – rugosidade da tubagem
8
Q (m1/3/s);
D= 3
0,6459.K 8 .i3 / 16 A – secção da tubagem
ocupada pelo fluido (m2);
R – raio hidráulico (m)
i – inclinação (m/m)

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> Colectores prediais


• Quadro para dimensionamento de colectores
prediais (K=120m1/3/s).

(Fonte: Pedroso)

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> Ramais de ligação


• A inserção directa nos colectores públicos só é de
admitir nos casos em que estes possuam diâmetro
superior a 500mm.
• As inclinações não deverão ser inferiores a
10mm/m, sendo aconselhável que se situe entre
20mm/m e 40 mm/m.
• O seu diâmetro interior não dever ser inferior ao
maior dos diâmetros das canalizações que a ele
confluem, com um mínimo de 125mm.
Colector público

Ramal de ligação
φ
≥ 2/3.φ

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> Ramais de ligação


• O diâmetro interior dos ramais de ligação é
calculado como e indica (secção cheia):

> Determinação do caudal de cálculo


confluente para o colector;
> Cálculo do diâmetro interior do ramal:

Q – caudal de cálculo (m3/s);

3 K – rugosidade da tubagem
8
Q (m1/3/s);
D= 3
0,6459.K 8 .i3 / 16 A – secção da tubagem
ocupada pelo fluido (m2);
R – raio hidráulico (m)
i – inclinação (m/m)

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> Ramais de ligação


• Quadro para dimensionamento (K=120m1/3/s).

(Fonte: Pedroso)

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> Exemplo – Traçado de uma rede de


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> Exemplo – Traçado de uma rede de


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> Exemplo – Traçado de uma rede de


drenagem de águas pluviais

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BIBLIOGRAFIA
> Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 398.
2002.
> Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 484.
2003a.
> Lança, Pedro; Mesquita, Carlos. Relatório Oz n.º 489.
2003b.
> Pedroso, Vitor M.R.. Manual dos sistemas prediais de
distribuição e drenagem de águas. Lisboa. LNEC, 2000.
> Paixão, Mário de Assis. Águas e esgotos em
urbanizações e instalações prediais. Edições Orion (2ª
edição), 1999.
> Almeida,Manuela; Silva, Sandra. Redes Prediais. Folhas
de apoio à disciplina de Climatizações das construções I.
Universidade do Minho, 2005/2006.

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