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A fenomenologia na arquitetura sacra: um estudo sobre a Sagrada Família de Gaudí

Dezembro/2018

A fenomenologia na arquitetura sacra: um estudo sobre a


Sagrada Família de Gaudí
Ana Clara Montera Cordoba - anaclara.mcordoba@gmail.com
Design de Interiores: Ambientação e Produção do Espaço
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Brasília, DF, 10/02/2018

Resumo
O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre como o espaço físico influencia no
comportamento do homem, tendo como base de análise a Basílica da Sagrada Família de
Antoni Gaudí em Barcelona, Espanha. Desde sempre a arquitetura sacra teve a preocupação
de transmitir mensagens por meio da configuração de seu espaço. Porém, com o passar do
tempo a arquitetura vem perdendo essa habilidade em seu processo projetual. Embasado nos
conceitos da fenomenologia e nos significados da arquitetura sacra, pretende-se identificar e
resgatar a conexão do espaço com o homem através dos elementos arquitetônicos que o
configuram. Possibilitando, assim, a aplicação desse conteúdo em projetos atuais ou futuros.

Palavras-chave: Fenomenologia. Arquitetura Sacra. Conexão. Espaço-Homem. Gaudí.

1. Introdução
Com o tempo, a arquitetura foi perdendo a capacidade de surpreender e de transmitir
sensações por meio de seu espaço, restringindo-se a funções e padrões métricos. Esse
fenômeno se intensificou através do modernismo e do pós-modernismo, que pela excessiva
racionalidade acabou engessando o processo de projetação e gerando os chamados espaços
standards.

Fundamentado nos conceitos da fenomenologia, autores e arquitetos consideram ter


encontrado uma forma de humanizar a intensa racionalidade moderna, com a reivindicação da
prioridade da vivência humana e da experiência perceptiva, sendo necessária uma mudança
fenomenológica em arquitetura (SCARSO, 2016, pp. 1049-1050).

Partindo do princípio que arquitetura tem o poder de inspirar e transformar nossa existência
do dia-a-dia e com o intuito de recuperar os significados e sentidos que a arquitetura sacra
deve transmitir, o presente trabalho propõe-se a discorrer sobre como os elementos
arquitetônicos influenciam diretamente para essa percepção.

As construções dos templos, visam manifestar um sinal de uma experiência interna. Em todas
as religiões, o templo é o lugar sagrado onde se acredita que a divindade torna-se presente aos
homens e onde podem prestar culto. Imagina-se que a real morada dos deuses não pertença a
esse mundo, mas graças ao templo, o homem entra em harmonia com o mundo dos deuses
(DEVELLARD, 2000).

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
A fenomenologia na arquitetura sacra: um estudo sobre a Sagrada Família de Gaudí

Dezembro/2018

Trazendo como estudo de caso para análise a Basílica da Sagrada Família de Gaudí, pretende-
se aplicar uma análise fenomenológica em uma obra de arquitetura sacra, a fim de identificar
os elementos simbólicos que a compõem.
2. Fenomenologia
A fenomenologia surgiu no início do século XIX, na Alemanha, com Edmundo Husserl, o
qual recebeu influências do pensamento de Platão, Descartes e Brentano. Entre os pensadores
que sofreram a influência do pensamento husserliano, podem-se destacar: Martin Heidegger,
Alfred Schutz, Jean Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty. Além da Europa teve repercussão
nos Estados Unidos e na atualidade, disseminou-se por todos os continentes (SCARSO,
2016).
O termo fenomenologia vem do grego phainesthai - aquilo que se apresenta ou que mostra - e
logos - explicação, estudo; ou seja, estudo dos fenômenos, daquilo que aparece à consciência
quando busca explorá-lo. Foi um movimento filosófico segundo o qual descreve que, assim
que algo se revela frente à consciência humana, o homem inicialmente observa e o percebe
em completa conformidade com sua forma, do ponto de vista da sua capacidade perceptiva.
Sendo assim, a matéria externa é inserida em seu campo consciencial convertendo-se, assim,
em um fenômeno (SANTANA, 2016).
Segundo concepção de Merleau-Ponty, a filosofia permite um novo aprendizado do olhar
sobre o universo que envolve, um retorno à essência do objeto. O homem é o núcleo dos
debates sobre o conhecer, que é criado e percebido em seu corpo. Na análise minuciosa da
percepção, o filósofo transpõe o processo fenomenológico em uma modalidade existencial,
sintetizando no estudo a estrutura do mundo (SANTANA, 2016).
A história dessa disciplina está completamente ligada ao desenvolvimento da geometria e
possui um caráter técnico-racional que é inegável. De modo geral, todos de alguma maneira,
já vimos a reprodução do desenho de Leonardo da Vinci conhecido como “homem
vitruviano”, com que o artista e inventor ilustrou a teoria das proporções ideais do corpo
humano que Vitrúvio, arquiteto do século I a.C, apresentou nos dez livros de seu De
artchitectura. Não seria difícil observar nessa imagem, e na própria noção de proporções
ideais, uma prévia diminuição do humano a sua dimensão geométrico-racional (SCARSO,
2016).
Mais tarde, por volta do século XVII Claud Perrault, médico e arquiteto francês, publicava
uma nova tradução do De artchitectura, e pouco depois um ensaio sobre a Classificação das
Cinco Ordens de Colunas, onde, com base na análise das medidas de alguns dos mais
importantes edifícios da época clássica e do renascimento, mostra como nenhum deles aplica
de forma coerente qualquer noção de proporção e muito menos aquelas representadas no
“homem vitruviano”. Pois nem o corpo, nem a natureza era capaz de fornecer qualquer
critério claro e estável, sendo que os únicos instrumentos de que se poderia confiar seriam
nossa razão e nossa capacidade de medir (SCARSO, 2016).
Contudo o pensamento fenomenológico, vem como uma fórmula de um possível remédio
para esse processo de desencantamento, uma inspiração ao retorno a uma arquitetura que seja

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mais fiel às propriedades essenciais da nossa experiência, que se desenvolve originalmente no


plano corpóreo e sensível e não no plano do conhecimento ou da técnica (SCARSO, 2016).
A arquitetura tem a capacidade de inspirar e modificar nossa vivência do dia-a-dia. O ato
rotineiro de segurar a maçaneta de uma porta e abri-la a um ambiente luminoso pode se
transformar num ato profundo se o analisamos com uma consciência sensibilizada. Tornar-se
o sujeito dos sentidos significa ver e sentir estas qualidades físicas (HOLL, 2012).
Mais que outras formas artísticas, a arquitetura percebe a instantaneidade de nossas
percepções sensoriais. A passagem do tempo, da luz, da sombra e da transparência; os
fenômenos cromáticos, a textura, o material e os detalhes, tudo isso participa na experiência
total da arquitetura, enquanto outras artes de representação bidimensional, se encontram
sujeitas a limites específicos e, por isso, captam, parcialmente a enxurrada de sensações que
evoca a arquitetura. Somente a arquitetura pode despertar simultaneamente todos os sentidos,
todas as complexidades da percepção (HOLL, 2012).
Uma experiência sensorial de uma catedral de pedra, por exemplo, pode levar o observador
através dela, ou inclusive fazê-lo voltar fotograficamente no tempo, mas só o edifício real
permite que o olho vagueie livremente por entre os detalhes. Somente a arquitetura oferece as
sensações táteis da textura da pedra e dos bancos polidos de madeira, a experiência da luz
variável com o movimento, o cheiro e os sons que ecoam no espaço e as relações corporais de
escala e proporção (HOLL, 2012).
Steven Holl afirma que:
A relação entre as qualidades experienciais da arquitetura e os conceitos generativos
é análoga à tensão que existe entre o empírico e o racional; é aqui onde a lógica dos
conceitos preexistentes se encontra com a contingência e particularidade da
experiência (HOLL, 2012).
Com isso diz que as questões da percepção arquitetônica são implícitas às questões de
intenção, pois esta “intencionalidade” afasta a arquitetura da pura fenomenologia associada às
ciências naturais. A finalidade fundamental da arquitetura é de estimular em quem habita ou
percorre um espaço edificado a experiência de um espaço vivido no plano tangível e sensível.
Nesse sentido, considera necessário contrastar a tendência que julga ser um traço essencial da
modernidade, a favorecer o espaço pensado, o espaço puro da geometria cartesiana e da
perspectiva renascentista, que daquele espaço existencial primitivo são apenas extensões
abstratas e desvanecidas (SCARSO, 2016).
Desde o ponto de vista empírico, um edifício poderia nos satisfazer como uma criatura
simplesmente físico-espacial, mas desde o ponto de vista intelectivo e espiritual necessitamos
entender os estímulos que envolve. Esta dualidade de intenção e de fenômenos é similar à
interação que existe entre o objetivo e o subjetivo ou, entre o pensamento e o sentimento. O
desafio da arquitetura consiste em estimular tanto a percepção interior como a exterior, em
evidenciar a experiência fenomênica enquanto, simultaneamente, se expressa o significado, e
desenvolver esta dualidade em resposta às particularidades do lugar e da circunstância
(HOLL, 2012).

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3. Arquitetura Sacra
Um ponto importante para o estudo é compreendermos a diferença entre dois termos, espaço e
lugar, o que auxiliará na compreensão do que seria tanto espaço sagrado quanto lugar sagrado.
Cotidianamente, espaço e lugar são empregados como sinônimos e se confundem, embora
existam especificidades entre os dois termos que os diferem entre si (VIANA &
CAVALCANTE, 2016).
Para Viana e Cavalcante (2016), “a partir de uma perspectiva temporal, o lugar é definido
como pausa, contrapondo-o a espaço, o qual pode ser abordado como movimento”.
Com base nessa afirmativa, evidencia-se, que as ideias de espaço e lugar não podem ser
definidas uma sem a outra, pois “o que começa como espaço indefinido transforma-se em
lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor” (VIANA &
CAVALCANTE, 2016).
Outra particularidade que se pode identificar consiste no fato de o espaço poder ser entendido
como o ambiente físico, material, enquanto o lugar remete aos sentidos que os usuários
atribuem a esse espaço físico. O espaço se transforma em lugar quando adquire uma
relevância para o usuário. São as vivências boas ou ruins do sujeito com o espaço que irão
justificar sua transformação em lugar (ITTELSON, PROSHANSKY, RIVLIN, & WINKEL,
2005).
O templo construído, de madeira, pedra, alvenaria, vidro ou concreto, é muitas vezes um
símbolo coletivo, uma forma de exposição da imagem institucional da Igreja, que não trata-se
de um retrato passivo, mas sim de um elemento ativo e criativo na comparação da instituição
com a imagem construída (DEVELLARD, 2000).
Na cidade o templo era uma manifestação visível do homem em relação a Deus, onde tudo se
convergia nele e para ele. A Igreja torna-se uma presença física entre as casas, como símbolo
de louvor e serviço, além de um lugar de encontro comunitário, lugar de paz e de silêncio,
lugar de oração e reflexão. Um ambiente onde a paz do ser humano era resguardada
completamente (DEVELLARD, 2000).
A possibilidade de transcendência do mundo profano, no interior do local sagrado, pode ser
expressa por meio de vários elementos arquitetônicos, como as proporções monumentais, a
luz e suas geometrias que remetem o olhar para o alto, representação para o homem religioso
da comunicação com Deus e da ascensão ao Céu.
A arquitetura sacra e seu simbolismo se baseiam na operação da quadratura do círculo. O
círculo e o quadrado são símbolos puros, primordiais e, em nível mais elevado, na ordem
metafísica, representam a Perfeição Divina nos seus dois aspectos. Onde o círculo ou esfera,
que não tem princípio nem fim, representa a Unidade ilimitada de Deus, a Sua Perfeição e o
quadrado ou cubo, forma de qualquer base estável, é a imagem da Sua Imutabilidade, da Sua
Eternidade (VIANA & CAVALCANTE, 2016).
Viana e Cavalcante (2016), mostram em sua obra outras correspondências, por exemplo: o
círculo, ou a esfera, associa-se simbolicamente à cúpula ou à abóbada do templo. Por sua vez,
o quadrado ou o cubo corresponde simbolicamente à nave central da igreja, à assembleia de

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fiéis. O círculo, como símbolo do céu, representa a cabeça de Cristo, enquanto o quadrado,
símbolo da terra, representa o corpo de Cristo, que é a convenção dos fiéis. Dessa forma,
chama-se atenção para a evolução simbólica e dinâmica do fiel no templo, evidenciando sua
passagem do “cubo” como plano horizontal – geometria plana, para a “esfera”, como plano
vertical – geometria no espaço, que simboliza Cristo.
Por meio de pesquisas teóricas e empíricas, verificou-se que mesmo quem entra em um
templo com o objetivo de pesquisar irá se relacionar não só com o “espaço físico”, mas
também com toda a atmosfera religiosa-espiritual da igreja. Essa ambiência religiosa exerce
influência fundamental na função psíquica do homem, resultante, em boa parte, dos rituais e
das experiências coletivas que acontecem no interior da igreja. Na história do simbolismo e
do seu papel na vida de diferentes culturas, verificou que alguns símbolos se relacionariam
com o desenvolvimento do psiquismo em suas diversas fases e com os ciclos da vida, como
por exemplo, o símbolo de Cristo, representa o exemplo da síntese, a totalidade do “Eu”
(VIANA & CAVALCANTE, 2016).
4. Basílica da Sagrada Família
A ideia da construção do Templo Expiatório da Sagrada Família surgiu em 1866, ano em que
Josep Maria Bocabella i Verdaguer fundou a associação Espiritual de Devotos de São José,
que a partir de 1874 promoveu a construção de um templo expiatório dedicado a Sagrada
Família, no município de Barcelona, Espanha. Posteriormente a associação comprou uma
parcela de um terreno de 12.800m² entre as ruas de Marina, Provença; Sardenya e Mallorca
para a construção do templo (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada
Família, 2018).
A partir de então se iniciou a construção, primeiramente pela cripta, situada debaixo da
abside, segundo o desenho neogótico do arquiteto Francisco de Paula del Villar y Lozano,
primeiro arquiteto do templo, que pouco tempo depois, por discrepâncias com os promotores,
abandona a direção da obra e passa o encargo a Antoni Gaudí.
Já com a direção, Gaudí planeja fazer um novo projeto, desconsiderando o desenho neogótico
anterior e propõe um projeto monumental e inovador tanto pelas formas e estruturas, como
pela construção. O projeto consiste em uma igreja de grandes dimensões, com a planta em
cruz latina e torres de grandes alturas. É concentrado uma grande carga simbólica, tanto em
forma arquitetônica e escultórica como sensorial com o intuito de ser uma explicação
catequética dos ensinamentos dos Evangelhos e da Igreja (Fundació Junta Constructora del
Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).

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Figura 1: Planta da Basílica (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).

Depois da morte de Gaudí, o templo passou por vários arquitetos e construtores e ainda hoje
se encontra inacabada, mas a construção ainda se encontra em andamento. Vale ressaltar que
sempre foi respeitado a ideia original do arquiteto. Atualmente 70% da Basílica está
construída (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
Como afirma o arquiteto, “O templo, em seu conjunto, além da utilidade de celebrar o culto
divino, representará plasticamente as verdade da religião e a glorificação de Deus e de seus
santos” (A. Gaudí). A concepção da Sagrada Família foi embasada na tradição das catedrais
góticas e bizantinas. Com a arquitetura e a beleza do edifício, Gaudí queria expressar as
crenças cristãs, e transmitir a todo o mundo a mensagem do evangelho. Com a simbiose entre
forma e simbolismo, conseguiu, com uma peculiar arquitetura gerada por estruturas, formas e
geometrias novas, mas de grande lógica e inspiradas na natureza, com um importante
protagonismo da luz e da cor. O arquiteto não utiliza somente das geometrias do quadrado e
do círculo (quadratura do círculo) referente aos templos antigos, no entanto as aprimora
criando novos formatos estéticos e construtivos (Fundació Junta Constructora del Temple
Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
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O significado da Sagrada Família de comunica com a forma e expressividade da arquitetura,


das imagens e dos conjuntos escultóricos. Os diferentes elementos arquitetônicos possuem um
simbolismo cristão ordenado hierarquicamente. Assim, cada uma das dezoito torres tem uma
dedicação. No centro estará Jesus Cristo, ao seu redor, as quatro torres que representam os
evangelhos, os livros que explicam a vida e os ensinamentos de Jesus. A única torre da
abside, coroada por uma estrela, representa sua mãe, Maria, e as doze torres restantes os doze
apóstolos, testemunhos de suas palavras e gestos. Uma vez acabadas essas dezoito torres
oferecerão uma visão extraordinária e darão a sensação de elevação ao redor da torre central,
dedicada a Jesus Cristo (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada
Família, 2018).
A verticalidade, de fato, é uma das características da igreja que propõe Gaudí com o objetivo
simbólico de elevar-se até Deus: uma forma de pirâmide desde o exterior, uma altura elevada
nas naves e nos pináculos, no topo das torres, que parecem confundir-se com o céu.

Figura 2: Vista do contexto da Basílica e de sua proporção monumental (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori
de la Sagrada Família, 2018).

Nos portais das fachadas se explicam a vida e os ensinamentos de Cristo. Cada uma
representa um dos três momentos culminantes de sua vida: (1) o nascimento, (2) a paixão e
morte e (3) ressurreição e sua glória presente e futura. À medida que passa o dia, a luz acentua
ainda mais as características (generosas, dramáticas ou harmoniosas) de cada fachada
(Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
Para o arquiteto, a luz no interior do templo deviaria ser harmoniosa e ressaltar a plasticidade
da nave, e que, sobretudo, teria que induzir à introspecção e ao recolhimento espiritual.
As colunas arborescentes, além de sua função estrutural, refletem a ideia de que o interior do
templo deve ser como um bosque que convida à oração, e que seja adequado para a
celebração eucarística (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada
Família, 2018).
A fim de liberar o peso da cobertura e trazer iluminação, nos espaços situados entre as
colunas projetou claraboias, concebidas a partir de hiperboloides, construídos com peças de

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vidro douradas e verdes e com telhas, por onde entra e reflete a luz solar. Todos os vitrais da
abside seguem uma degradação de tonalidade que busca criar uma atmosfera que propicia a
introspecção (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família,
2018).
Segundo Gaudí, “a intimidade com a amplitude é a do bosque, que será o interior do templo
da Sagrada Família”. Nesse contexto, Gaudí idealizou nessa obra arquitetônica, grandes
aberturas na nave central, que em sua parte externa apresenta frutos, na zona superior do
edifício, e folhas na zona interior (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la
Sagrada Família, 2018).

Figura 3: Vista do teto da nave central (Fundació Junta Figura 4: Comparação das colunas com uma árvore
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la
2018). Sagrada Família, 2018).

Em seu profundo estudo da natureza e em sua observação da Criação, uma vez mais,
encontrou nos frutos e nas folhas, uma via de catequese, utilizou de expressão estética para
falar do valor da Palavra de Deus e de como esta acompanha a história dos homens. Os frutos
recebem o alimento, graças a luz do sol que chega até as folhas de cada planta. Sem as folhas
e sua função, uma planta nunca chegaria a produzir frutos, uma vez que necessita da luz para
alcançar o fruto maduro. Sendo assim, segundo Gaudí, o mesmo ocorre conosco, os homens.
Necessitamos da Palavra de Deus para amadurecer, para o nosso desenvolvimento autêntico
como pessoas, é imprescindível o alimento da Palavra (SOTOO, 2011).
Conforme afirma Esturo Sotoo, o simbolismo de Gaudí, ao colocar os frutos na parte superior
da nave, e a folhas na parte inferior, aborda mais uma reflexão, de que nosso mundo tem
frutos e folhas. Sendo assim, quando a alma humana madura, sobe, ascende até Deus e ela já
não necessita das folhas, por isso os frutos ocupam o nível superior. As folhas, instrumentos
que serviram na terra para alimentar-se espiritualmente, ficam no solo, na parte inferior do
edifício, porque uma vez que se está em contemplação com Deus Criador, do sol que
alimenta, já não é necessária a mediação da palavra pela qual foi transmitida a mensagem

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(SOTOO, 2011).
A variedade de plantas de espécies diferentes, com que Gaudí desejou adornar a Sagrada
Família é, assim mesmo, reflexo do trabalho de Deus na criação, onde há um Deus que, em
seu amor infinito por suas criaturas, se compadece nas diversidades de formas (SOTOO,
2011).
Estrutura e forma
Gaudí tinha a intensão de construir um edifício que marcasse a paisagem urbanística da
cidade, mas por vez mostrava a sua veneração pela obra Divina, que em sua opinião o homem
nunca deveria superar. Por este motivo, com 172,5 metros de altura, a Sagrada Família é um
dos edifícios religiosos mais altos do mundo, porém continua se mantém vários metros abaixo
de Montjuïc, a colina mais alta do município de Barcelona (Fundació Junta Constructora del
Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018). Símbolo de que a natureza criada por Deus é
sempre superior à construção do homem.
Geometria
Consciente de que não seria possível finalizar a construção do templo em vida, Gaudí optou
por planificar a edificação da Sagrada Família por partes, começando pela abside e pela
fachada do Nascimento, pensando, assim, que se deixasse alguma das fachadas acabada seria
mais difícil que se abandonasse sua construção (Fundació Junta Constructora del Temple
Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
Em sua intensão de superação dos defeitos que encontrou no sistema estrutural gótico, Gaudí
optou por criar uma nova arquitetura, com estruturas equilibradas e auto-resistentes. Em seu
laboratório experimentava e definia mediante maquetes as soluções construtivas que tinha que
aplicar na obra. Esse método permaneceu sendo utilizado por seus sucessores e todavia agora
se pratica na oficina técnica do templo. A Sagrada Família é e tem sido um desafio
cosntrutivo: sendo um dos maiores laboratórios de construção do mundo (Fundació Junta
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
As duas maiores fontes de inspiração de Gaudí eram a mensagem cristã e a natureza. A
primeira está diretamente ligada as Sagradas Escrituras, a tradição e a liturgia. A segunda
deriva da observação da natureza, que lhe proporcionou uma base conceitual e metodológica.
Gaudí não copiava a natureza, mas analisava o funcionamento de seus elementos para novas
propostas estruturais e formais que pudesse aplicar na arquitetura (Fundació Junta
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
Possibilivelmente Gaudí já percebia a necessidade de encontrar um sistema claro e único de
transmitir a forma de prosseguir as obras que deixava inacabadas. O arquiteto projetou muitas
partes do templo para a futura construção combinando formas geométricas, eleitas por suas
qualidades formais, estruturais, luminosas, acústicas e construtivas. Grande parte dessas
superfícies seguem algumasregras, o que facilita a construção (Fundació Junta Constructora
del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
Algumas delas são:

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− Hiperboloides: podem ser maciços para passar da coluna às abobades, os


buracos por onde entrará a luz, símbolo de Deus para Gaudí, até o interior
do templo. Podem ser encontradas nas aberturas das claraboias e das
abóbadas.

Figura 5: Hiperboloide de uma folha (KOSUMA, Figura 6: Hiperboloide de duas folhas (KOSUMA,
CARDIA, & KAWAUCHI, 2006). CARDIA, & KAWAUCHI, 2006).

Figura 7: Abóbada (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).

− Parabolóides: Com os paraboloides, gaudí criou superfícies de enlace nas


bobeada e as coberturas e as colunas da fachada da paixão, assim como
elemento de mais amplitude com as torres e as sacristias. Para o arquiteto
representa a Santíssima Trindade.

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Figura 8: Paraboloide hiperbólico (KOSUMA, Figura 9: Paraboloide de revolução (KOSUMA,


CARDIA, & KAWAUCHI, 2006). CARDIA, & KAWAUCHI, 2006).

Figura 10: Pilares com forma paraboloide (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la
Sagrada Família, 2018)

− Helicoides: Segundo a simbologia de Gaudí representava o movimento


ascensional que relaciona a terra com o céu, como vemos nas imagens
abaixo.

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Figura 11: Forma helicoidal (KOSUMA, CARDIA, &


KAWAUCHI, 2006).
Figura 12: Escada helicoidal (Fundació Junta
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada
Família, 2018).

Figura 13: Forma da escada inspirada na natureza (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família,
2018)

− Elipsoides: Gaudí criou os nós dos capiteis das colunas principais com
elipsoides, onde se subdividem as colunas em ramos.

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Figura 14: Elipsoide (KOSUMA, CARDIA, & KAWAUCHI, 2006).

Figura 15: Nós nos capiteis das colunas (Fundació Figura 16: Forma elipsoide. (Fundació Junta
Junta Constructora del Temple Expiatori de la Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada
Sagrada Família, 2018). Família, 2018).

− Coluna de duplo giro: Para conseguir mais estabilidade e um efeito estético


mais estilizado, Gaudí concebeu todas as colunas ramificadas como umas
colunas de duplo giro, formadas por duas colunas helicoidais: cada coluna
tem como bade um polígono e uma estrela que, a medica que cresce girando
a direita e para esquerda, se vai transformando em um círculo.

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Figura 17: Colunas de duplo giro (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família,
2018).

Figura 18: Proporções dos diâmetros e alturas das colunas (Fundació Junta Constructora del Temple
Expiatori de la Sagrada Família, 2018).

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− Conoides: A melhor representação de convides na Sagrada Família está nas


fachadas cobertas do edifício das escolas paroquiais (Fundació Junta
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).

Figura 19: Geometria conoide (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família,
2018).

Fruto de um extenso e meticuloso estudo empírico de modelos e pesos invertidos com cadeias
ou cordéis e de cálculos gráficos, o arquiteto teve a revolucionária ideia das colunas
inclinadas bifurcadas em forma de árvore e de utilizar o bosque. Não somente como espaço
mágico de luzes que convida à intimidade e ao recolhimento, mas também como estrutura
ordenada e hierárquica que sustenta visualmente uma preciosa abóbada de folhas. Cada árvore
se bifurca em diferentes ramos e sustentam uma parte das abóbadas e quando “cai” uma
árvore, não se “cai” todo o bosque (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la
Sagrada Família, 2018).
Luz e Cor
Para dar esplendor e expressividade a sua arquitetura, Gaudí recorreu à luz. Os raios solares
reluzem os pináculos situados no alto de todas as torres e das clarabóias. O sol nascente
ilumina os portais da fachada do nascimento e acentua a alegria da vida que é o Nascimento
de Jesus.
Na fachada da Paixão, o jogo de luzes e sombras produzido pelo reflexo do sol poente,
aumenta seu caráter áspero e duro, enquanto que na fachada da Glória, o sol do meio dia fará
esplandecer as dezesseis lanternas da varanda monumental e iluminará a basílica (Fundació
Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
Dizia Gaudí que a cor é a expressão da vida, e por isso quis que estivesse presente na Basílica.

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018
A fenomenologia na arquitetura sacra: um estudo sobre a Sagrada Família de Gaudí

Dezembro/2018

A encontramos, entre outras partes, no cipreste da fachada do Nascimento, nos pináculos e


nos diferentes terminais das torres e capelas do templo, em forma de atributos episcopais, de
frutas, de espigas de trigo e uvas, que representam os símbolos eucarísticos do pão e do vinho,
feitos com fragmentos de vidro veneziano e com cerâmica esmaltada de cores variadas, com
ladrilhos e pedra (Fundació Junta Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família,
2018).
No interior, além das cores que aportam os próprios materiais construtivos, como os
diferentes tipos de pedras utilizadas no azulejo das abóbadas, também terá muitos elementos
com simbologia coloridos, como vitrais e as inscrições dos pontos de luz situados nos nós de
cada coluna do cruzeiro da nave central e dos difusores das abóbadas (Fundació Junta
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).

Figura 20: Luz advinda da claraboia (Fundació Junta Figura 21: Luz proveniente dos vitrais (Fundació Junta
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família,
2018). 2018).

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Figura 22: Mosaico do pináculo (Fundació Junta Figura 23: Cores dos vitrais (Fundació Junta Constructora
Constructora del Temple Expiatori de la Sagrada Família, del Temple Expiatori de la Sagrada Família, 2018).
2018)

5. Conclusão
A partir desse estudo foi possível concluir que através dos conceitos afirmados na
fenomenologia, o qual prima pela capacidade perceptiva do espaço pelo homem, aplicado na
arquitetura possibilita a criação de ambientes de maior qualidade, não somente funcional, mas
principalmente sensorial. A fenomenologia e a arquitetura podem caminhar juntas na
construção de lugares, ao invés de meros espaços.
A arte é a concretização do que o homem pode oferecer de mais íntimo e genuíno
representando e ao mesmo tempo eternizando a sua relação com o Supremo. A arquitetura
sacra, em sua essência, deveria sempre estabelecer um canal de comunicação com o homem,
inclusive por ser um espaço onde ele se conecta com Deus.
Antes mesmo do conceito da fenomenologia ser agregado à arquitetura, Gaudí já prezava pela
experiência do homem no espaço. É possível identificar em sua arquitetura a utilização de
muitos símbolos, que são capazes de transmitir percepções e sensações no homem.
Apesar do senso comum normalmente acreditar que a escassez de luz tem a capacidade de
inspirar a meditação, é surpreendente a maneira que Gaudí trabalha com a luz em sua
arquitetura, tornando-a um elemento de introspecção e recolhimento.
A utilização de formas e elementos da natureza na construção, cria a oportunidade do
indivíduo reconhecer no espaço algo que já experimentou ou viveu no passado, é possível,
então, estabelecer vínculo com alguma memória afetiva guardada em seu subconsciente e
com a divindade.
Como restabelecimento de um uma arquitetura voltada para as percepções do homem, a
arquitetura de modo em geral deveria resgatar e utilizar com frequência os simbolismos para
transmitir sensações ao espaço.

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