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Apresentado no III Congresso de Psicologia inserido na programação do III Congresso Multidisciplinar de
Saúde, em Belém – PA, de 26 a 28/04/2018.
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Discentes do curso de Psicologia da Universidade da Amazônia – UNAMA.
³ Psicólogo; Docente na Universidade da Amazônia – UNAMA.
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No Brasil, final da década de 1970, inicia-se o processo da reforma psiquiátrica num contexto
em que se demonstrava a crise do modelo de cuidados centrados no hospital psiquiátrico
(hospitalocêntrico), com o surgimento dos movimentos sociais que lutavam pelos direitos das
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pessoas com transtornos mentais; o estopim da crise foram as denúncias de maus tratos que
ocorriam nos hospitais psiquiátricos brasileiros, o que levou à mobilização de vários
profissionais; posteriormente, com o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental
(MTSM), o movimento adquiriu força na década de 80 durante o processo de reivindicação e
com participação popular, resulta na Reforma Psiquiátrica que, embasada por políticas de
Estado, leis e decretos, trouxeram um grande avanço no tratamento de pessoas com
transtornos mentais, garantindo os direitos humanos dos usuários dos serviços e
potencializando a cidadania.
Outra conquista significativa foram as mudanças dos serviços de saúde mental substitutivos
ao modelo manicomial, no campo da assistência à saúde mental, a Portaria nº 224, de 29 de
janeiro de 1992 do Ministério da Saúde estabelece as diretrizes para o atendimento nos
serviços de saúde mental, normatizando vários serviços substitutivos aos hospitais
manicomiais, como: atendimento ambulatorial com serviços de saúde mental (unidade básica,
centro de saúde e ambulatório), Centros e Núcleos de atenção psicossocial (CAPS/NAPS),
Hospital-Dia (HD), serviço de urgência psiquiátrica em hospital-geral, leito psiquiátrico em
hospital-geral, além de definir padrões mínimos para o atendimento nos hospitais
psiquiátricos, até que sejam totalmente superados. A Portaria nº 106, de 11 de fevereiro de
2003, cria os Serviços Residenciais Terapêuticos em saúde mental para pacientes de longa
permanência em hospitais psiquiátricos.
No cenário regional, o Hospital Psiquiátrico “Juliano Moreira” tem origem no antigo hospício
de alienados, fundado em julho de 1892 localizado no Bairro do Marco, após 45 anos em
funcionamento passou a denominar-se “Juliano Moreira” em homenagem ao psiquiatra baiano
que contribuiu significativamente com a psiquiatria no Brasil, a mudança trouxe uma nova
forma de olhar a loucura, agora entendida como algo que podia ser tratável por meio de novos
medicamentos e novos tratamento a introdução de atividades de praxiterapia nos anos 60 -
como pintura, a escultura em argila, em gesso e em madeira, as festas dançantes e os torneios
esportivos – não evitou o lento processo de desospitalização ocorrido no início dos anos 80. O
fogo consumiu parte da estrutura do prédio levando a sua desativação em 1984.
No lugar do antigo hospital psiquiátrico, encontra-se atualmente o Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade do Estado do Pará (UEPA), na avenida Almirante
Barroso. A lei municipal nº 7892/98, dispõe sobre a assistência psiquiátrica e a
regulamentação dos serviços de saúde mental no município de Belém, o art. 3º proíbe no
município de Belém a construção e ampliação de hospitais psiquiátricos e instituições
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*As ementas das disciplinas estão ocultas para uma análise mais detalhada
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Os percentuais encontrados indicam que das quatro instituições analisadas (que foi possível
estabelecer os resultados quantitativos), elas aproximam ou ultrapassam o percentual de 50%
das disciplinas, o que evidencia, de alguma maneira, que a formação do profissional da
psicologia tem sido suficiente e coesa dentro de uma perspectiva institucional sugerida pelo
MEC quanto a ética antimanicomial. Contudo, para uma averiguação mais exata da discussão
aqui proposta, recomenda-se que seja feita uma nova pesquisa, preferencialmente incluindo o
campo, de forma a produzir dados mais completos.
A proposta pensada para esta problemática é entrar em contato com as IES, portanto, que se
pesquise junto às instituições de ensino superior, por meio de entrevistas com coordenadores,
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docentes e discentes e assim, seja viável uma discussão mais centrada na temática e
direcionada na atuação dos acadêmicos em formação, utilizando mecanismos que auxiliem
para essa conscientização teórica e prática da atuação do profissional, seja com palestras,
debates em sala de aula, projetos de intervenção na comunidade, vivências em instituições que
promovem o serviço em saúde mental e no plantão psicológico, no intuito de disseminar a
conscientização de um olhar e intervenções mais humanizadas para as pessoas que são
atendidas por tais serviços.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Brasil. Lei n.º 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadores de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. Diário Oficial da União 2001. 14 de Março, 2018.