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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO

UNIDADE II - LIVROS HISTÓRICOS

INTRODUÇÃO:
 A história do povo hebreu está narrada no Pentateuco, onde Deus escolhe a
Abraão para ser o pai de uma grande nação;
 Porém, até a entrada na terra prometida eram nômades, por isso os livros
históricos são denominados assim a partir de Josué;
 A conquista da terra estava intimamente ligada ao desenvolvimento da história
do povo hebreu.

OS LIVROS HISTORICOS:

1. JOSUÉ 5. II SAMUEL 9. II CRONICAS


2. JUÍZES 6. I REIS 10. ESDRAS
3. RUTE 7. II REIS 11. NEEMIAS
4. I SAMUEL 8. I CRÔNICAS 12. ESTER

 Esses livros cobrem aproximadamente um período de 1.000 anos, começando


no séc. XV até o séc. V a.C.

PRINCIPAIS FATOS DESSE MOMENTO HISTÓRICO:


 Conquista da terra de Canaã;
 Florescimento da nação;
 Desenvolvimento e crescimento da nação como monarquia;
 Divisão do reino;
 Decadência e o exílio;
 Retorno e a reconstrução.

A TRADIÇÃO HEBRAICA DENOMINOU OS LIVROS HISTÓRICOS DE “PROFETAS


ANTERIORES” E DE “ESCRITOS”.
 1PROFETAS ANTERIORES: Josué; Juízes; I e II Samuel; I e II Reis.

1
Profetas Anteriores - esse título vem de uma antiga tradição, segundo a qual esses livros foram compostos
por alguns dos profetas de Israel. Quanto aos qualificativos “anteriores", dever-se ao lugar que lhes foi

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 ESCRITOS: I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester.

CAPÍTULO 1 – ANÁLISE DOS CONTEXTOS: HISTÓRICOS E GEOGRAFICOS- CANAÃ

1.1. CONSTITUIÇÃO POLÍTICA


 1º CANAÃ – esse termo é usado porque os descendentes de Canaã, filho de Cão
e neto de Noé ali habitavam (Gn 10.15-20);

 2º PALESTINA – termo grego que significa Filistia, ou terra dos filisteus (termo
mais recente, usado pelos romanos). Na atualidade, o nome Palestina também é
usado para referir aos territórios ocupados pelos árabes.

FORMAÇÃO DE CANAÃ - PEQUENAS NAÇÕES ESTADOS:


 Heteus ou Hititas; Girgaseus; Amorreus; Cananeus; Perezeus ou Fereseus;
 Heveus; Jebuseus. Todos esses pequenos povos são de origem de Canaã filho
de Cam (Noé) – Gn. 10.14-18.

CARACTERISTICA DESSES POVOS:


 Sempre estiveram debaixo do jugo dos poderosos impérios. Exemplo: Egito,
os Assírios e os Babilônicos que os subjugavam com altos impostos.

ESTRUTURA POLÍTICA:
 Rei; Serviçais;
 Alguns líderes militares, embora em alguns casos o próprio rei fosse o
comandante do exército.

1.2. CONTEXTO GEOGRÁFICO


 Aprox. 290 km de norte a sul, ou seja, de Dã (norte de Israel) a Berseba (sul de
Israel);
 45 km de largura no ponto mais estreito, na altura do mar da Galiléia;
 90 km em seu ponto mais largo, de Gaza ao mar Morto;

reservado no cânon hebraico, para diferenciá-los dos "Profetas posteriores": Isaías, Jeremias, Ezequiel e os
doze Profetas Menores.

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 Área total aprox. 26.000 km2 – uma área um pouco maior que o estado do
Sergipe - Brasil (22.000 km2).

1.2.1. O QUE TORNAVA ESSA TERRA TÃO ESPECIAL

1. CENTRAL
 Considerada pelos historiadores como centro da Terra, pois era a ponte que
ligava três continentes: Europa, África e Ásia.

A SUA VOLTA ESTAVAM OS IMPÉRIOS:


 Egito, Babilônia, Assíria, Pérsia e Grécia, e até o centro do Império Romano
não ficava muito longe dali.

 RAZÃO DO DESEJO DE CONQUISTA POR ESSA REGIÃO: Era a rota de todos


esses povos, e quem ali habitava poderia influenciar todas aquelas culturas.

2. LIMITADA
 Vulnerável a muitos ataques das potências, por estar rodeada por povos rivais,
teria então que se apegar a religião e se unirem nesse propósito para
prevalecerem contra os inimigos.

3. FRUTÍFERA
 O próprio Deus expressou essa verdade para Moisés (Êx. 3.8,17);
 Posteriormente os espias constataram essa verdade (Nm. 13.26,27).

1.3. A RELIGIOSIDADE EM CANAÃ


 Religião Politeísta - Tinham um panteão de deuses onde seu principal era “El”
e sua esposa “2Aserá”. A divindade mais popular era “Baal”, um dos setenta
filhos de “3El”.
 O Culto: carregado de imoralidades; adivinhações, adoração à serpente,
prostituição sagrada, sacrifício de crianças (a maioria fruto das prostituições
cultuais).

2
Aserá – deusa mãe cananita da fertilidade do amor e da guerra.
3
El – deus criador.
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1.3.1. CARCTERISTICA DE BAAL
 Deus das tempestades e das chuvas;
 Seu nome significava = senhor do céu como na terra;
 Era o príncipe regente dos outros deuses;
 Sua esposa era a deusa da estrela vespertina 4Astarte, porém tinha um caso com
Anate, sua cunhada (deusa da guerra).

1.3.2. O EXTERMÍNIO DOS CANANEUS


 A ordem de Deus para a conquista da terra era de aniquilar todas as pessoas,
inclusive mulheres, idosas e crianças (Dt. 20.16,17).

PRINCIPAIS MOTIVOS PARA O EXTERMÍNIO DESSES POVOS:


 1º Contaminação do povo de Deus: se não fossem exterminados
contaminariam o povo de Deus (Dt. 18.9-13; 20.18).

 2º A Promessa da Terra: o Senhor havia prometido aquela terra a seu povo


(Gn. 15.18-21). Como toda terra pertence ao Senhor (Sl. 24.1,2), ele a dá a
quem quiser.

 3º Advertência a Israel: para que não se conduzisse por aqueles caminhos (Js.
23.16). Vemos que mesmo assim essas advertências caíram no esquecimento.

ERA IMPOSSÍVEL OS CANANEUS CONTINUAREM NA TERRA DE CANAÃ:


 Levítico (18.25 c/c Ap. 3.15-16; Rm. 1.28) diz que haviam sido vomitados pela
terra. Era como se a terra clamasse por habitantes mais justos.

CAPÍTULO 2 – O LIVRO DE JOSUÉ

2.1. TÍTULO DO LIVRO


 O nome deste se deve à principal figura do livro, Josué;
 Seu nome significa “Jeová e salvação” ou “Jeová salva”.

4
Vespertina Astarte – deusa da fertilidade; sexualidade.
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 Os gregos traduziram-no para “Iesous” ou “Jesus”, como está na Vulgata
Latina.

2.2. AUTOR DO LIVRO

 O livro é anônimo, porém a critica documental sugere que o livro fora escrito
por Josué, isso de acordo com o texto de (24.26);
 O livro é o primeiro entre os profetas, isso sugere que o autor tinha o cargo de
profeta;
 Outro ponto a favor de Josué é que o livro trata especificamente sobre a
liderança do mesmo.

CONSIDERAÇÃO: Obviamente que os últimos cinco versículos sobre a morte de

Josué e de Eleazar, foram escritos por um colaborador.

2.3. CONTEXTO HISTÓRICO - DATA


 Acreditando que Josué tinha a mesma idade de Calebe quando espiaram a
Terra de Canaã (40 anos – Js. 14.7) é de se admitir que o mesmo assumiu a
liderança com 79 anos de idade, isso porque morreu com 110 anos (24.29);
 Portanto, sua liderança durou 31 anos;
 A data do livro fica entre os anos de 1405-1375 a.C.

COMO CHEGAR NESTA DATA:


 No ano 480 (depois dos filhos de Israel saírem do Egito- I Rs. 6.1) somado
mais o ano de 965 (época da construção do Templo) e subtraindo 40 anos de
peregrinação.

CAPÍTULO 3 – JOSUÉ, O SUCESSOR

3.1. QUEM ERA JOSUÉ


 Tribo de Efraim (Nm. 13:8 e 16);
 Fiel auxiliar de Moisés (Êx. 24.13);
 Tinha sido um dos espias enviados a Canaã (Nm. 13.16);
 Substituto de Moisés (Dt 31.14,23);

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3.1.1. O PESO DA SUCESSÃO
 Substituir o grande líder Moisés, que haviam conduzido o povo pelo deserto,

dado suas Leis e colocado defronte da terra prometida.

DEUS FAZ PROMESSAS AO NOVO LÍDER, PORÉM, DEVERIA CUMPRIR ALGUMAS


EXIGENCIAS:
 Forte e corajoso (v. 6).
 Obedecer à Lei e não se desviar dela (v.7).
 Não deixar de falar as palavras da Lei (v.8).
 Meditar na Palavra para cumpri-la (v.8).

CONSIDERAÇÃO: quando recebemos um chamado de Deus para uma tarefa, uma

coisa é certa, também receberemos grande motivação e incentivo para realizá-la.

3.2. JOSUÉ E SUAS SIMILITUDES COM O ANTIGO LÍDER


 O POVO SEGUIU JOSUÉ, ASSIM COMO O FEZ COM MOISÉS (Js. 1.17);

 2º A IDENTIFICAÇÃO NA ESTRATÉGIA: Como Moisés havia feito Josué


também envia espias a espiar a terra de Jericó (Js. 2.1) e seus habitantes.

 3º A IDENTIFICAÇÃO NO MILAGRE INICIAL: A) Deus usou Moisés para que o


mar Vermelho se abrisse e B) Deus usou Josué para que o rio Jordão se abrisse
(Js. 3.14-17).

 4. A IDENTIFICAÇÃO NA REVELAÇÃO DIVINA: A) Moisés tinha um íntimo


relacionamento com Deus (Nm. 12.8). Deus falou com Moisés através da sarça
(Ex. 3.1-5); B) Josué está diante de uma teofania e Deus lhe diz a mesma frase
que havia dito a Moisés: “então disse o príncipe do exército do Senhor a
Josué: descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E
fez Josué assim.” (Js. 5.15).

REFLEXÃO: Porque houve semelhanças entre Moises e Josué?

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3.3. ANÁLISE DOS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS

3.3.1. A TRAVESSIA DO RIO JORDÃO


 O desafio foi maior pelo fato do Jordão estar num período de cheia, devido à
neve que se descongelará do *Hermom;
 Deus providenciou o milagre através de Josué.

*ASPECTO CLIMÁTICO DA PALESTINA:


 INVERNO – chuvoso e úmido (Novembro a Abril).
 VERÃO – quente e sem chuvas (Maio a Outubro).

OS PROPÓSITOS DE DEUS NA TRAVESSIA DO JORDÃO:


 Exaltar Josué diante do povo (Js 3.7);
 Fortalecer a fé dos hebreus (Js 3.10);
 Espalhar o medo entre os inimigos de Israel, mostrando a eles o poder de
Yahweh (Js 4.23,24; 5.1).

PASSO A PASSO DO MILAGRE - A PASSAGEM DO JORDÃO (Js. 3):


 O milagre aconteceria quando os sacerdotes pisassem as águas, tudo isso num
sinal de obediência a seu líder que havia recebido a ordem de Deus;
 Enquanto os sacerdotes iriam à frente, o povo deveria estar a 900 m atrás (Js.
3.4). Isso nos mostra que a liderança deve inspirar fé no coração das pessoas.

RESULTADO DO MILAGRE:
 Deus ordenou que se erguesse um monumento que serviria de memorial
perpétuo às futuras gerações de israelitas.
 Doze homes (1 de cada tribo) colocaram 12 pedras no centro do rio Jordão,
onde os sacerdotes ficaram em pés até a travessia se completar, e apanharam
do leito do rio outras doze pedras que foram amontoadas em Gilgal, o local do
primeiro acampamento dos hebreus na Terra da Promessa.

CONSIDERAÇÃO: diante desse episódio a liderança de Josué estava confirmada

sobre todo o povo (Js. 4.14).

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3.3.2. A TOMADA DE JERICÓ
 Primeira batalha a ser travada.

A ESTRATEGIA DE CONQUISTA: (Js. 6)


 Rodear a cidade durante sete dias. E no sétimo dia rodearam sete vezes (Js.
6.15) e o milagre ocorrerá (Js. 6.16).

CARACTERISTICAS DE JERICÓ:
 Rodeada por duas muralhas, sendo uma externa de 1.80m, um vão de
aproximadamente 4 m. E outra muralha de 3.60m de espessura, possuindo
ambas 9 m de altura.
 CAUSA DA CONQUISTA DE JERICÓ: Persistência e obediência do povo.

3.3.3. O MOVER DE DEUS NA PURIFICAÇÃO DO PECADO


 Após uma extraordinária vitória em Jericó, agora Israel sofreria uma derrota
humilhante contra a cidade de Ai.

CARACTERISTICAS DA CIDADE DE AI:


 Uma aldeia sem fortificação e com poucas pessoas.

RESULTADO DA DERROTA:
 Morte de muitos soldados israelitas;
 Levou Josué a consultar ao Senhor (Js. 7.7-9).

MOTIVO DA DERROTA:
 Tudo na cidade de Jericó era para ser destruído (Js. 6.17-18); exceto o ouro e a
prata era para o Senhor (Js. 6.19).
 Acã havia roubado os pertences que deveriam ir para o Senhor, e por isso
deveria ser exterminado – apedrejado e em seguida foi queimado (Js. 7.20-26).
 Deus entrega a Josué e ao povo a cidade de Ai (Js. 8.1ss).

3.3.4. A PARTILHA DA TERRA


 Após a conquista da terra prometida, esta seria dividida em doze tribos, ou
seja, doze filhos de Jacó.
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 A Partilha foi feita mediante a sorte (Js. 18.6 comparar com Pv. 16.33).

FATORES DA DISTRIBUIÇÃO:
 1º Judá recebeu a grande seção do sul porque Calebe era da sua tribo e Moises
lhe tinha prometido a Terra que espiar (Nm. 14.24-25).
 2º Como foi dado a José o direito de primogenitura (Gn. 48. 1-7; I Cr. 5.1),
seus dois filhos Efraim e Manassés receberam grande parte do centro. Além
disso, Josué espia fiel era da tribo de Efraim, teve o direito de escolha.
 3º Por um estranho motivo as quatro tribos (Aser, Naftali, Zebulom e Dã) que
vieram de Bila e Zilpa, servas de Jacó, acabaram ficando no extremo norte.

FORMAÇÃO DAS TRIBOS DE ISRAEL


 Tribo de Israel é o nome dado às unidades tribais patriarcais do antigo povo de
Israel e que de acordo com a tradição judaico-cristã teriam se originado dos
doze filhos de Jacó, neto de Abraão (Gn. 35.9-15);
 As doze tribos teriam o nome de dez dos filhos de Jacó. As outras duas tribos
restantes receberam os nomes dos filhos de José, abençoados por Jacó como
seus próprios filhos (Gn. 48.1-7).

OS NOMES DAS TRIBOS SÃO:

 Rubem – primogênito de Jacó, primeiro filho de Léia e Jacó(Gn 29:32);

 Simeão – segundo filho de Léia e Jacó (Gn 29:33);

 Levi – terceiro filho de Léia e Jacó (Gn 29:34);

 Judá – quarto filho de Léia e Jacó (Gn 29:35);

 Dã – quinto filho de Jacó, primeiro de Bila, serva de Raquel (Gn 30:4-6)

 Naftali – sexto filho de Jacó, segundo de Bila, serva de Raquel (Gn 30:6-8);

 Gade – sétimo filho de Jacó, primeiro filho de Zilpa, serva de Léia (Gn 30:9-
10);

 Aser – oitavo filho de Jacó, segundo filho de Zilpa, serva de Leia (Gn 30:12-
13);

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 Issacar – nono filho de Jacó, quinto filho de Leia (Gn 30:17-18);

 Zebulom – décimo filho de Jacó, sexto filho de Leia (Gn 30:19-20);

 Diná – primeira filha de Jacó, primeira filha de Léia (Gn. 30:21);

 José (Manassés e Efraim – Gn. 48.1) – décimo primeiro filho de Jacó,


primeiro filho de Raquel (Gn 41:45);

 Benjamim – casula de Jacó com Raquel. Saul e Paulo de Tarso eram dessa
tribo. (Gn. 35.18-19).

3.3.4.1. A CONQUISTA INCOMPLETA


 Josué havia subjugado e exterminado 31 reis (Js. 10.16ss; 10.29ss; 11; 12.7-
24), só que ainda faltavam muitas conquistas dentro da terra;
 A conquista não foi completa devido à idade de Josué (Js 13.1).

IMPORTANTE: O certo é que os israelitas só lutaram enquanto Josué esteve à frente

das batalhas, depois disso se acomodaram, se preocupando em dividir a terra e


descansarem o que foi muito ruim porque os Cananeus iriam influenciá-los para o
mal, e não desfrutariam a condição de ser um povo exclusivo na terra.

REFLITA: Muitos ao alcançarem aquilo que almejavam (vitorias) tendem a se

acomodarem. Cuidado, isso pode ser um caminho para derrota.

3.3.4.2. AS TERRAS A LESTE DO JORDÃO (Js. 12.1)


 Trasjordânia = significa além do Jordão;
 Essa porção havia sido dada as tribos: Rubem; Gade e a metade da tribo de
Manassés.

3.3.4.3. CALEBE E SEU QUINHÃO (Js. 14.1-15)


 No momento da realização da promessa era um homem com 85 anos de idade;
 Da tribo de Judá;
 E devido ao cumprimento com fidelidade de uma missão especial há 45 anos
(Js. 14.7) (espiar a Canaã) recebeu uma promessa de Moisés de que receberia

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juntamente com Josué uma porção de terra (Hebrom – propriedade particular
de Calebe v. 13).

3.3.4.4. TERRAS A OESTE DO JORDÃO


 Tribo de Judá: região sul de Canaã – essa área compreendia um terço de todo
território Cananeu.

CARACTERISTICAS DESSA TERRA:


 Maior parte de montanhas e um grande deserto – o Negueb, isso justificava
uma porção tão grande a Judá;
 Tribo de Simeão: numa parte do território de Judá, para que ficasse
protegida, e com o passar do tempo, essa tribo é incorporada pela forte Judá;
 Tribo de Levi - os levitas receberiam cidades em todo território para
habitarem.
 Efraim e Manassés (filhos de José) são incorporados como tribos em Israel,
em lugar de seu pai José e dos levitas. Recebem terras acima de Judá, terras
férteis e amplas, porém tiveram dificuldades em lidar com os cananeus
remanescentes (Js 1.6.10; 17.12).
 Efraim se tornou a grande força do norte e Judá a grande força do sul.
 Aser, Zebulom, Issacar e Naftali ficaram com a porção do extremo norte de
Canaã.
 Dã e Benjamim ficaram encravados entre Judá e Efraim.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE ESSAS DUAS TRIBOS:


 Dã devido às dificuldades com os cananeus em seu território preferiu migrar
para uma região do extremo norte onde conquistou a cidade de Lesem (Laís),
mudando-lhe o nome para Dã (Js 19.47).
 Judá e Benjamim – anos mais tarde se uniram formando o reino sul e as
demais tribos formaram o reino norte (Israel).

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3.3.5. CIDADE REFUGIO:

 Falou mais o Senhor a Josué, dizendo: fala aos filhos de Israel, dizendo:
Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei pelo ministério de
Moisés (Js 20.1,2).

A) MOTIVO DESAS CIDADES:


 Para mostrar o cuidado de Deus em preservar a vida do ser humano, pois não
queria que nenhuma pessoa inocente viesse a perder a vida.
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B) SEIS CIDADES DE REFÚGIO FORAM ESTRATÉGICAMENTE DESIGNADAS AO
LONGO DE TODO O TERRITÓRIO:
 Três do lado oeste do Jordão Cades, Siquém e Hebrom.
 Três do lado leste Golã, Ramote e Bezer.

C) LOCALIZAÇÃO EXATA DESSAS CIDADES REFUGIOS:


 Sempre com duas ao norte Cades e Golã;
 Duas ao centro Siquém e Ramote;
 Duas ao sul Hebron e Bezer.

D) CARACTERISTICAS DESSAS CIDADES:


 A pessoa refugiada ficaria ali até seu julgamento, se fosse inocente deveria
continuar ali até a morte do sumo sacerdote, assim podendo voltar a sua cidade
de origem;
 Caso culpada dá-se a entender que seria entregue ao vingador (Js. 20.9).

3.3.5.1. A HERANÇA DOS LEVITAS (Js. 21):


 Era encarregado de todo trabalho religioso no templo e por isso não receberiam
porção de terra, mas seriam sustentados pelos dízimos das demais tribos (Nm.
3.11-13);
 Deveriam ser amparados por cidades espalhadas por toda a nação;
 Foram designadas 48 cidades onde os levitas poderiam habitar (Js 21.8-42);
 Dessa maneira estariam espalhados entre o povo e poderiam sentir suas
necessidades e exercer seu papel sacerdotal com desenvoltura.

CAPÍTULO 4 – LIVRO DOS JUÍZES

4.1. TÍTULO DO LIVRO

 Juízes no hebraico = Shophetim em virtude dos lideres levantados por Deus em


favor do seu povo.
 Função de um juiz: líder militar e defender a justiça.

4.2. AUTORIA DO LIVRO

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 O livro é anônimo, porém a tradição judaica (Talmude) atribui o livro para
Samuel, isso porque afirmam que era era escritor e educador (I Sm. 10.25).

4.3. CONTEXTO HISTÓRICO – DATA


 A data da escrita do livro é desconhecida, porém tudo indica que fora escrito
no período inicial da monarquia (17.6) e, além disso, A declaração de que “os
jubuseus habitaram com os filhos de Benjamim em Jerusalém até ao dia de
hoje” (1.21; 19.10) aponta para um período anterior à conquista da cidade por
Davi (II Sm 5.6,7).
 Os acontecimentos do livro narram um período de 1375 – 1075 a.C.
 Data provável: 1075 a 1000 a.C.

CAPÍTULO 4.4 – CONTEXTO DO LIVRO DE JUÍZES

 Entre a morte de Josué até o estabelecimento da monarquia (Saul).


 O período dos juízes em Israel não se limita ao registro no livro dos juízes, pois
também faz parte a história de Rute e a de Samuel, o último juiz de Israel.

4.4.1. DOIS JUIZES SIMULTÂNEOS (Jz. 10.7):


4.4.1.1. A IMPORTANCIA DAS DUAS JUDICATURAS SIMULTÂNEAS:
 Ajudam-nos a entender a cronologia no livro dos juízes, pois se forem somadas
as datas no livro são encontradas o tempo de 410 anos e isso contraria o tempo
levantado por muitos estudiosos concordam que o período dos juízes durou
aproximadamente 300 anos.
JUIZ ANOS DE ANOS DE TEXTO
OPRESSOR
(LIBERTADOR) OPRESSÃO DESCANSO BÍBLICO
OTNIEL MESOPOTÂMIA 8 40 Jz. 3. 1-11
EÚDE MOABITAS 18 80 Jz. 3. 12-31
SANGAR FILISTA Jz. 3.31
DÉBORA E
CANANEUS 20 40 Jz. 4 e 5
BARAQUE
GIDEÃO MIDIANITAS 7 40 Jz. 6-8

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5
ABIMELEQUE 3 Jz. 9
TOLÁ 23 Jz. 10.1-2
JAIR 22 Jz. 10. 3-5
JEFTÉ AMOM 18 6 Jz. 11-12
IBSÃ 7 Jz. 12.8-10
ELOM 10 Jz. 12.11-12
6
ABDOM 8 Jz. 12.13-15
SANSÃO FILISTIA 40 20 Jz. 13-16

4.4.2. A CHAVE DE INTERPRETAÇÃO DO LIVRO


 Embora no tempo dos juízes haja momentos de vitória e de libertações, existem
também muitos registros de calamidade e derrota e de predomínio do pecado.

O LIVRO DE JUIZES SE ENCERRA COM A SEGUINTE FRASE:


 “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto
aos seus olhos” (Jz. 21.25).

4.4.3. FATOS QUE MOSTRAM ESSA DECADÊNCIA - RELIGIOSIDADE:


 Conquistas incompletas por parte dos israelitas: (Jz. 1.19,21, 27, 29,30);
 Revogação da aliança: (Jz. 2.2.-3; 3.1-5);
 Criou-se um ciclo vicioso de apostasia-restauração: (2.6- 3.6; 17.6);

PECADOS COMETIDOS PELO POVO:


 Roubavam uns aos outros – inclusive filhos e à própria mãe (Jz. 17.2);
 Esculpiam imagens de deuses (Jz. 17.3-5);
 Qualquer um ocupava a função sacerdotal (Jz. 17.12);
 Ignorância espiritual (Jz. 17.12);

5
ABIMELEQUE - Não foi juiz oficialmente. Usurpou o trono, matando sua própria família.
Reinou por três anos. Morreu (o moço o atravessou e morreu) com um pedaço de uma mó (é a peça
superior e rotativa de um moinho de pedra manual utilizado para moer o grão que é transformado
em farinha – Jz. 9.54-57).
6
ABDOM - Tribo de Efraim era um homem muito rico e possuía entre filhos e netos o total de 70 –
julgou por oito anos.

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 Alguns homens da cidade de benjamim chamada Gibeá violentaram a esposa
de um viajante (Jz. 21.25).

RESULTADO DO CICLO PECAMINOSO - (2.11-13):


 Eram oprimidos pelos Cananeus – 2.14-15.
 Clamavam ao Senhor – 3.9,15.
 O Senhor os libertava -2.16,18.
 No entanto isso se repetia – 2.19.

4.4.4. HISTÓRIAS DE OPRESSÃO E LIBERTAÇÃO


 Os juízes se levantavam sempre para defender o povo da opressão de alguma
nação ímpia. Porém isso ocorria em virtude do abandono de Deus por parte do
seu povo.

4.4.4.1. OS JIZES SÃO DIVIDIDOS EM DUAS PARTES:


 A) JUIZES COM NARRATIVA MAIS EXTENSA – MAIORES: Otniel; Eúde; Débora;
Gideão; Jefté e Sansão.
 B) JUIZES COM NARRATIVA MENOS EXTENSA – MENORES: Sangar; Tola; Jair;
Ibsã; Elom; Abdom.

4.4. O CLÍMAX DA DESORDEM NA NOVA NAÇÃO


 Na parte final do livro de juízes que compreendem os capítulos 17 a 21
correspondem à parte mais triste da história de Israel, em virtude da
degradação moral; ética e espiritual.

CONSIDERAÇÃO: O primeiro momento da história de Israel em seu território foi

tumultuado e desastroso, isso porque não observaram as recomendações dadas pelo


Senhor.

CAPÍTULO 5 – LIVRO DE RUTE

5.1. TÍTULO DO LIVRO

 O título deste está relacionado com a personagem principal do livro – Rute.

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 O nome Rute significa amizade, característica marcante do livro.
 É um dos livros bíblicos que levam o nome de uma mulher: a) Rute, a gentia
que se casou com um rico judeu (linhagem real); b) Ester, a judia que se casou
com um rei gentio.

5.2. AUTORIA O LIVRO

 Samuel é o provável autor do livro de juízes e também recai sobre ele a autoria

do livro de Rute.
 A tradição rabínica assegura que ele escreveu o livro na segunda metade do
séc. XI a.C. Apesar do pensamento crítico mais recente sugerir uma data pós-
exílica bem mais tardia (cerca de 500 a.C.), há evidências na linguagem da
obra bem como referencias a costumes peculiares próprios do séc. XII a.C. que
recomendam a aceitação da data mais antiga.
 Portanto a data fica entre 1050 – 500 a.C.

5.3. CONTEXTO HISTÓRICO DO LIVRO


 A data dos acontecimentos narrados no livro: Provavelmente fica entre os
anos de 1390 - 1340 a.C., isso porque é a última data provável para o
nascimento de Obede, filho de Boaz e Rute;
 O livro relata a genealogia do rei Davi (Rt. 4.21-22; I Cr. 2.11-15; Mt. 1.5-6;
Lc. 3.32);
 O livro também apresenta algo incomum, que havia fome em Belém = casa de
pão;
 Além disso, a personagem principal do livro é fruto de uma relação incestuosa
(Ló e sua filha primogênita = Moabe = Moabitas – Gn. 19.37; Nm. 25.1ss.).
 O livro é um retrato de amor, fidelidade e fé em tempos difíceis.

5.4. ANALISE DO LIVRO DE RUTE

 Amizade, fidelidade e amor;

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 A sequência de histórias envolvendo Belém objetivava apontar a Davi, que era
dessa cidade, como sendo o futuro rei de Israel. Tanto que no final do livro
aparece uma genealogia onde Rute aparece como sendo da linhagem de Davi;
 O livro também nos mostra que mesmo em tempos terríveis como esses, havia
pessoas que se mantiveram fiéis a Deus;
 Por último o livro mostra uma história de uma só família, sem relaciona-lá com
a nação ou tribo.

5.4.1. UMA HISTÓRIA ESPECIAL


 Porque mesmo diante do contexto em que viviam, vemos Elimeleque e sua
família fugindo da fome, mantiveram sua fidelidade ao Senhor;
 Dirigiram-se até Moabe, uma viagem de aprox. 75 km.

 Chegando a Moabe, Elimeleque, marido de Noemi morre, e seu filho Malom


casa-se com uma moabita chamada Rute, e seu irmão com outra chamada Órfã;

 Malom e Quiliom morreram sem deixar filhos, ficando apenas as três mulheres
sozinhas. Órfã volta a sua antiga vida, mas Rute não (Rt. 1.16-17).
 SIGNIFICADO DOS NOMES: Noemi = agradável / Rute = amizade / amiga.

5.4.2. A DEDICAÇÃO DE RUTE


 Rute não só demonstrou amizade, mas responsabilidade e solidariedade para
com Noemi a começar ao se dispor a trabalhar para sustentar as duas;
 Não conseguindo trabalho, restou a ela o rabisco do campo (Rt. 2.7, 9,22).

5.4.3. O PARENTE REMIDOR


 Noemi era parenta de Boaz por causa de seu marido Elimeleque (Rt. 2.1);
 A lei de Moisés ditava que se alguém se endividasse e perdesse suas posses, ou
fosse vendido como escravo, um parente próximo teria o direito, dever de
resgatá-lo (Lv. 25.47-48), ou sua propriedade (Lv. 25.25);
 Essa pessoa era denominada goel (remidor, ou resgatador) poderia ainda se
tornar um vingador de sangue, ou cumprir a lei do levirato - o ato de casar-se

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
com a viúva de seu irmão, ou com a viúva de um parente, se não houvesse
cunhado (Dt 25.5), o que era o caso de Rute (Rt. 2.20).

5.4.4. O DESFECHO
 Após a desistência de outro parente remidor (Rt. 3.12 c/c 4.6), Boaz casa-se
com Rute (Rt. 4.8-12);
 Casada Rute poderia desfrutar da companhia de um homem bom e fiel e
pertencer para sempre na nação israelita;
 É o final feliz de uma das mais belas histórias de amor na Bíblia sagrada.

5.4.5. CONTEXTUALIZANDO A MENSAGEM DO LIVRO


 Nossas escolhas determinam nosso destino. Exemplo: Escolha de Órfã e a
escolha de Rute.
 Os planos de Deus não levam em conta nosso passado, mas sim nossa
disponibilidade em aceita-lo (lembrando, Rute era fruto de uma relação não
comum).

CAPÍTULO 6 – OS LIVROS DE SAMUEL

6.1. TÍTULO DO LIVRO


 Deriva em virtude da figura importante do próprio livro.
 Seu nome significa = Nome de Deus ou pedido de Deus.
 No cânon hebraico os dois livros formam um único volume.
 O livro foi dividido em dois volumes pelos tradutores da Septuaginta.
 O livro era chamado de I e II Reis e os livros que atualmente chamamos de I e
II Reis eram III e IV Reis.

6.2. AUTOR
 Assim como maioria dos livros históricos, estes são considerados anônimos.
 O profeta Samuel e considerado o autor de I Samuel (1-24), e Natã e Gade os
autores restantes do livro.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Os Talmudistas afirmam com base em (I Cr. 29.29) que este texto fornece a
base para autoria de Samuel, o vidente, o Livro de Natã, o profeta, e o Livro de
Gade, o vidente.

6.3. CONTEXTO HISTÓRICO DO LIVRO - DATA


 Os acontecimentos dos dois livros cobrem o período do nascimento de Samuel
até o fim do reinado de Davi.
 Entendendo que Samuel tinha 30 anos aproximadamente quando assumiu a
liderança, isso em 1070 a.C. (cinco anos após a morte de Eli), ele deve ter
nascido em 1100 a.C.
 Isso em virtude que o reinado de Davi estendeu-se de 1010 a 970 a.C., pois o
período de tempo para os livros de Samuel é de 130 anos.
 Portanto as datas dos acontecimentos dos livros de Samuel ficam em 1100 a
970 a.C.

6.3.1. CONTEXTO RELIGIOS DE ISRAEL


1º PERÍODO É MARCADO DE IMORALIDADE E IDOLATRIA:
 Eli era o sacerdote e embora fosse fiel ao Senhor deixou de honrar a Deus
quando não disciplinou seus filhos (I Sm. 2.29; 7.3) que serviam no
Tabernáculo em 7Silo com imoralidade e cobiça.
 Em virtude disso, Deus pesou o sacerdócio de Eli e o mesmo seria afastado
dessa função (I Sm. 2.33).

2º PERÍODO DO ROUBA DA ARCA:


 O Tabernáculo e a Arca tinham estado em Silo desde os tempos de Josué até
Eli;
 Com ocasião da morte de Eli a Arca foi roubada (I Sm. 4.17) pelos filisteus,
ficando o Tabernáculo e a Arca separada por um período de 75 anos até Davi
fazer a mesma retornar em 1000 a.C.

7
Siló – cidade localizada a 56 km de Jerusalém (Sl. 78.60).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
CARACTERÍSTICA DA RELIGIOSIDADE NESSE PERÍODO: Era superficial em todo

Israel, por isso Deus permitiu que os filisteus invadissem seu povo e oprimissem.

6.3.2. CONTEXTO POLITÍCO DE ISRAEL


 1º DIVISÕES: desde morte de Josué não houve uma liderança centralizada que
culminou no enfraquecimento político e espiritual de Israel (juízes).
 2º OPRESSÕES EXTERNAS: nesse período os filisteus fizeram a maior oposição
externa contra Israel (I Sm. 4.17).
 3º UM NOVO MOMENTO DE ISRAEL: Somente com o governo de Davi que os
problemas de anarquia interna e os problemas externos foram resolvidos
(opressão). Com a liderança de Davi, os filisteus foram expulsos; Edom,
Moabe, Amom e Síria tornaram-se vassalos de Israel e fez um tratado de paz
com a Fenícia.

6.4. O SURGIMENTO DA MONARQUIA TEOCRÁTICA - SAMUEL


 Desde Josué não havia se levantada nenhuma outra liderança em Israel como a
de Samuel.

6.4.1. O NASCIMENTO DE SAMUEL


 Foi no fim do período dos juízes e foi sobrenatural, já que sua mãe (Ana) era
estéril.

6.4.1.1. O PAI DE SAMUEL


 Elcana: um homem temente a deus e religioso (I Sm. 1.3);
 Era efraimita, porém o texto (I Cr. 6.31-33) informa que ele era descendente de
Levi;
 Portanto, seus filhos teriam o direito de ministrar, mesmo não sendo um
sacerdote de linhagem.

6.4.1.2. A MÃE DE SAMUEL


 Ana (graça) recebeu sua benção (concepção) após ter passado por muitos

momentos difíceis, como por exemplo: as afrontas de Penina sua rival, o que

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
lhe causava muita angústia, pois no contexto judaico era uma grande vergonha
ser estéril (I Sm. 1.6-7).

O SIGNIFICADO DA ESTERELIDADE DA MULHER PARA OS JUDEUS:


 A mulher era vista como desfavorecida por Deus.

ANA É ACUSADA DE EMBRIAGEZ PELO SACERDOTE ELI:


 Orou no templo mexendo apenas os lábios, mesmo sendo interpretado de
maneira errada pelo sacerdote, o mesmo a abençôo.

O VOTO DE ANA SE DEUS ABRISSE SUA MADRE:


 A criança seria entregue para ser criada no Tabernáculo (I Sm. 1.11; 22).

6.4.1.3. OS ANTECESSORES DE SAMUEL


 1º ELI: SUMO-SACERDOTE JULGOU A ISRAEL Por 40 anos - 1115-1075 a.C. (I

Sm. 4.18), mas não conseguiu uma pureza total no culto ao Senhor.
OS FILHOS DE ELI:
 Hofni e Finéias mesmo sendo sacerdotes e de linhagem sacerdotal eram
homens malignos que não respeitavam a Deus (I Sm. 2.12,13).

O MOTIVO DA IRA DE DEUS CONTRA ELI (I Sm. 2.12-17):


 Por não ter punido seus filhos pelos seus pecados de usurparem as ofertas e os
sacrifícios ao Senhor (I Sm. 2.29).

6.4.1.4. O CHAMADO DE SAMUEL


 Era um menino e já ministrava na Tenda do Senhor: e o jovem Samuel servia
ao Senhor perante Eli (I Sm. 3.1).
 É o único registro de uma criança ministrando na casa do Senhor (I Sm. 2.18).

O MINISTÉRIO DE SAMUEL:
 Sacerdote: ofereceu sacrifícios no altar do Senhor (I Sm. 2.35);
 Profeta: a palavra do Senhor não se apartava dele (I Sm. 3.20; 4.1);
 Juiz: encabeçou uma luta contra o inimigo, mostrando ser corajoso e
determinado (I Sm. 4.1).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
O FIM DO SACERDOTE ELI, DE SEUS FILHOS E CONSEQUENCIA DA DERROTA:
 Hofni e Finéias – morreram em batalha contra os filisteus e Arca foi roubada (I
Sm. 4.11);

 Sacerdote Eli – morreu caindo da cadeira e quebrou o pescoço (I Sm. 4.18);

 Trinta mil soldados israelitas morreram;


 A esposa de Finéias que estava grávida, com as notícias trágicas, deu a luz e a
criança chamou-se Icabode = foi-se a glória de Israel (I Sm. 4.21).

APRENDEMOS COM ESSA DERROTA QUE DEUS JAMAIS VAI SE COADUNAR COM O
PECADO, NÃO IMPORTA QUEM ESTEJA ENVOLVIDO.

6.4.2. O FLORESCIMENTO DE UM REINO COM SAUL


 Esse momento narra à situação da nação cerca de aproximadamente 350 anos
após a conquista da terra (1400-1050 a.C);
 Momento em que o povo já havia tentado outras formas de governo e agora

pediam um rei e inicia o período da monarquia.

6.4.2.1. O PEDIDO DE UM REI


 Os anciãos, vendo que Samuel já estava velho e seus filhos (Joel e Abias) não
eram como ele, temendo ficar sem liderança, pede que institua um novo padrão
de governo que já havia em outras nações a monarquia (I Sm. 8.1-6).
 Samuel ao ouvir esse pedido sentiu-se rejeitado, mas o Senhor lhe respondeu:
“e disse o Senhor a Samuel: ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois
não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar
sobre eles (I Sm. 8.7)”.

O PROPÓSITO DE DEUS PARA NAÇÃO DE ISRAEL:


 Um governo teocrático no qual Ele mesmo governaria através de um servo não
importante quem fosse, mas o povo queria imitar outras nações e se apoiar num
governo humano e não no divino (Êx. 19.5-6).
 Houve aqui a ação da vontade permissiva de Deus.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 O povo pedia a Deus e ele permitiu.

DIANTE DA INSISTÊNCIA DO POVO DEUS OS ADVERTE ATRAVÉS DE SAMUEL:


 Haveria uma pesada carga tributária, ainda assim o povo resistiu: porém o povo

não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: não, mas haverá sobre nós um rei
(I Sm. 8.10-18).

6.4.2.1.2. UM REI PARA ISRAEL


 Saul foi escolhido para inaugurar essa nova fase, e sua futura derrocada não foi
impulsionada por deus, até porque quando foi escolhido era um dos melhores
homens da nação (I Sm. 10.1).
 Tribo Benjamim (I Sm. 10.20);
 Unção de Saul com óleo (I Sm. 10.1) - foi marcante, pois era a capacitação que
precisava para reinar;
 Samuel convocou toda a nação para conhecer seu rei que seria escolhido
através do Urim e Tumim (I Sm. 10.20);
 A tribo de benjamim foi escolhida, da família do clã de Matri (I Sm. 10.21);
 Saul foi aclamado como tal: “Viva o rei” (I Sm. 10.24).
 Saul reinou em Israel 40 anos – (1050-1010 a.C. - At. 13.21).

CUIDADO: QUANDO IMPOMOS NOSSOS DESEJOS A DEUS, ELE PODE ATÉ PERMITIR,
MAS PELA DUREZA DO NOSSO CORAÇÃO (Mt. 19.8).

PASSO A PASSO DA RUÍNA DE SAUL:


 1º FEZ SACRIFICIO: Saul não esperou a chegada de Samuel, ele mesmo fez o
sacrifício, demonstrando desobediência e rebeldia contra as ordens de Deus;
 Isso lhe custou o fim de uma dinastia que levasse o seu nome (I Sm. 13.8; 13-
14).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 2º DESOBEDECEU AO SENHOR: Deus ordenou um extermínio total dos
8
Amalequitas, mas Saul mais uma vez desobedece poupando o rei Agague e a
melhor cria do gado (I Sm. 15.1-3; 8-9; 15.11, 22).

 3º SAUL CONSULTA OS MORTOS: teve medo na luta contra os filisteus e


consultou o Senhor, mas não obteve resposta (I Sm. 28.6). Saul consultou os
espíritos. Nessa batalha Saul constatou que o Senhor o havia abandonado,
perdeu seus três filhos (Jônatas, Abinadabe e Malquisua) e sua própria vida (I
Sm. 14.49; 31.2; 4; 6). CONSULTA AOS MORTOS: prática condenada pelo
Senhor (Dt. 18.10-12 comparar Hb. 9.27).

REPROVA DE DEUS EM RELAÇÃO ÀS ATITUDES DE DESOBEDIÊNCIA DE SAUL:


 Eis que obedecer é melhor do que sacrificar (I Sm.15.22).
 Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade
e idolatria; porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou
a ti, para que não seja rei. Então Samuel lhe disse: o Senhor tem rasgado de ti
hoje o reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu (I Sm.
15.23,28).

6.4.3. A CONSOLIDAÇÃO DA NAÇÃO COM DAVI


 O personagem principal da nação de Israel nessa segunda fase da consolidação
do reino;
 Foi o melhor rei de Israel;
 Tornando-se a representação do messias;
 No seu reinado Israel viveu as suas maiores glórias como nação.

6.4.3.1. A ORIGEM DE DAVI


 Nasceu na cidade de Belém (I Sm. 16.1);
 Filho de Jessé e irmão de outros sete homens (I Sm. 16.10);

8
AMALEQUES – estes se opuseram contra Israel quando subiram do Egito, ou seja, atrapalharam a jornada
do povo (I Sm. 15.1-2).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Surge no cenário nacional em plena decadência de Saul e foi escolhido por
Deus para ocupar o lugar que pertencia a Saul (I Sm. 16.1).

A ESCOLHA DE DEUS POR DAVI (I Sm. 16.12):


 Samuel vai até a casa de Jessé e após analisar um por um dos irmãos de Davi e
quase se enganar com Eliabe, manda chamar a Davi, um pastor de ovelhas de
boa aparência, que gostava de tocar e cantar.

UM FATO MARCANTE DA VIDA DE DAVI:


 Quando foi ungido, o Espírito Santo veio sobre ele, confirmando assim o ato
executado pelo profeta (I Sm. 16.13).
 O próximo versículo (I Sm. 16.14) afirma que o Espírito do Senhor se retirou
de Saul, mostrando com quem o Senhor estava.

6.4.3.2. A PROJEÇÃO DE DAVI


 1º A vitória sobre o gigante Golias; Saul quis que Davi estivesse morando no
palácio: (I Sm. 18.2).
 2º As muitas vitórias como comandante de uma guarnição do exército real (I
Sm. 18.5ss).
 3º O fato de tornar-se genro do rei.
1º Promessa:
 Saul havia prometido sua filha a quem derrotasse Golias (I Sm. 17.25);
 Porém após a vitória ficou quieto e ignorou sua palavra.

2º Promessa:
 Resolveu então que daria a mão de sua filha mais velha Merabe se este lutasse
as batalhas do rei (I Sm. 18.17-18). Saul não cumpriu sua promessa e deu
Merabe a outro homem – Adriel, meolatita (I Sm. 18.19).

3º Promessa:
 Quando descobriu que sua filha mais nova Mical estava afeiçoada a Davi
armou-lhe uma emboscada pedindo a Davi que trouxesse 100 prepúcios de
filisteus (I Sm. 18.20-25), e daria sua filha mais nova por esposa;

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Davi trouxe-lhe 200 prepúcios, não restando outra saída a não ser cumprir sua
promessa;
 Assim Davi entrou para a família real sendo admirado por todos e ganhando a
amizade de Jonatas, filho mais velho de Saul;
 Davi estava mais próximo do trono, e nenhuma das artimanhas de Saul pode
impedir sua trajetória (I Sm. 18.27-30).

6.4.3.4. UM ASTUTO FUGITIVO (I Sm. 19 -24):


 Alguns estudiosos acreditam que Davi fugiu de Saul por cerca de 10 anos;
 Davi sabia que tinha que esperar e que apenas Deus poderia tocar em Saul.

A MORTE DE SAUL:
 Devido às objeções de Saul para capturar Davi, a nação ficou vulnerável aos
filisteus.
 Áquis, um dos reis dos filisteus convidou a Davi para lutar ao lado dos
filisteus, mas alguns com medo que ele se virasse contra o dispensaram da
peleja (I Sm. 29.4).
 Saul teve medo e consultou o Senhor, mas não obteve resposta (I Sm. 28.6).
 Nessa batalha Saul constatou que o Senhor o havia abandonado, perdeu seus
três filhos (Jônatas, Abinadabe e Malquisua) e tirou sua própria vida (I Sm.
14.49; 31.2; 4-5; 6).

6.4.3.5. DAVI AO TRONO


 Davi começou a reinar sobre Judá, sempre tendo cuidado de submeter seus
passos ao Senhor (II Sm. 2.1-4).
 Mas o restante da nação ficou sob o comando de um herdeiro de Saul - Isbosete
(II Sm. 2.8-9).
 Davi reinou por sete anos e meio em Judá (II Sm. 2.11).
 Após a morte de Abner general de Isbosete, este ficou vulnerável e logo após
Davi é ungido rei sobre toda a nação de Israel (II Sm. 3.26-27).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 A falta de uma voz profética como a de Samuel dificultou o seu
reconhecimento como ungido e Davi soube contornar bem isso com muita
sabedoria de Deus.

6.4.3.6. O REINADO DE DAVI SOBRE ISRAEL:


 Conquistou a cidade de Jerusalém que estava sob domínio dos Jebuseus (II Sm.
5.6-7).
 Elegeu a Jerusalém como capital da nação (II Sm. 5.6-7).
 Estabeleceu o culto a Deus em Jerusalém levando para lá a Arca da Aliança (II
Sm. 6) - com isso conseguiu estabelecer um poder teocrático.
 Subjugou todos os inimigos ao redor (II Sm. 5.10).
 Davi derrotou os filisteus, os Moabitas, Edomitas e amonitas e outros povos
que se tornaram tributários de Israel.
 Assim Davi consolidou a estrutura de Israel como nação e reinou sete anos e
meio sobre Judá e 33 anos sobre toda a nação (II Sm. 5.5 e II Sm. 8 -10).
 Davi reinou em Israel 40 anos – 1010-970 (II Sm. 5.4).

6. 4.3.7. OS ÚLTIMOS FEITOS DE DAVI


 NEGATIVA: Promoveu um senso para se orgulhar de sua força militar.
 POSITIVA: Planejou a construção de um Templo para Deus.

1. A CONTAGEM DO POVO – NEGATIVA:


 O motivo dessa contagem foi à vanglória, tanto que após isso Davi reconhece
seu erro confessando a Deus: ”E pesou o coração de Davi, depois de haver
numerado o povo; e disse Davi ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém
agora ó SENHOR, peço-te que perdoes a iniqüidade do teu servo; porque
tenho procedido mui loucamente” (II Sm. 24.10).

CONSEQUENCIA DO PECADO DE DAVI: O PROFETA GADE DISSE PARA ELE


ESCOLHER UMA DAS TRÊS ALTERNATIVAS DE DEUS (II Sm. 24.12-13):
 1ª Sete anos de fome sobre toda a nação (II Sm. 24.13).
 2ª Três meses de perseguição promovida pelos seus adversários (II Sm. 24.13).
 3ª Três dias de praga (II Sm. 24.13).
Prof. Ricardo Carvalho 28
INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
A ESCOLHA DE DAVI:
 Preferiu cair nas mãos de Deus, pois nele há misericórdia (II Sm. 24.14-15).
 Deus feriu então com pestes e setenta mil homens morreram.
 Porém, quando a anjo do Senhor estava com sua mão para Jerusalém, Deus
teve misericórdia e desfaz o mal (II Sm. 24.25).

REFLEXÃO: FOI JUSTO HOMENS MOREREM POR CAUSA DA ATITUDE ERRADA DE


DAVI?

2. O DESEJO DE CONSTRUIR O TEMPLO DE DEUS


 Uma promessa de Deus a Davi; porém, Deus o avisa que o seu reino será para
sempre, mas não construiria o Templo e sim seu sucessor (II Sm. 7. 1-14);
 Características do Templo: (I Cr. 22.5);
 A planta do Templo: (I Cr. 28.11-12);
 Construção riquíssima: (I Cr. 22.14).

O LEGADO DE DAVI
 Transformou Jerusalém em uma capital central.
 Deu ênfase a adoração a Deus.
 Livrou Israel de seus inimigos.
 Foi considerado o homem segundo o coração de Deus (I Sm. 13.14 c/
At.13.22).
 Teve seu nome vinculado ao do Messias (Mt. 9.27; 21.9).

CAPÍTULO 7 – OS LIVROS DE REIS

7.1. TÍTULO DO LIVRO


 O nome desses livros é em virtude às primeiras palavras com que o primeiro
deles se inicia, ou seja, Wehammelek que em hebraico significa = Sendo o
rei.
 Os hebreus consideravam-nos como um livro único, pois as histórias são
ininterruptas – Melakhim = Reis

Prof. Ricardo Carvalho 29


INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Os tradutores gregos dividiram-no em dois grupos, denominando de III e IV
Reis, isso possivelmente que a tradução possuir mais letras, precisou de dois
volumes.

7.2. AUTORIA DOS LIVROS DE REIS


 A tradição aceita que os livros foram escritos pelo profeta Jeremias e pelo seu
secretário, Baruque (Jr. 45).
 Um fato é que o autor dos livros fez uso de livros (documentos) de sua época
para redigir essas obras.

EXEMPLO DESSAS 9OBRAS UTILIZADAS:


a) Livro dos justos (II Sm. 1.18).
b) Livro dos Sucessos de Salomão (I Rs. 11.41).
c) Livro das Crônicas dos Reis de Israel (I Rs. 14.19).
d) Livro das Crônicas dos Reis de Judá (I Rs. 14.29).
e) Livro de Isaias (II Rs. 18-20 – refere-se a Is. 36-39).
f) Livro das Crônicas do Rei Davi (I Cr. 27.24).
g) Livro das Crônicas de Samuel, o vidente (I Cr. 29.29).
h) Livro das Crônicas de Natã, o profeta (I Cr. 29.29).
i) Livro das Crônicas de Gade, o vidente (I Cr. 29.29).
j) Livro das Profecias de Aías, o silonita (II Cr. 9.29).
k) Livro das Visões de Ido, o vidente (II Cr. 9.29).

7.3. CONTEXTO HISTÓRICO – DATA


 Os acontecimentos dos livros (I e II Reis) estendem-se desde a morte do rei
Davi até o cativeiro de Zedequias (último rei de Judá).
 Portanto os acontecimentos dos livros vão de um período de 970 – 560 a.C.

7.3.1. CONTEXTO POLÍTICO

9
TEÓLOGOS - denomina essas obras como livros desaparecidos, porém foram utilizados como fontes de
pesquisas de alguns escritos. Além dessas citadas, vale lembrar que existem outras, verificar no anexo I.

Prof. Ricardo Carvalho 30


INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Os livros cobrem um período da maior influencia política de Israel, na época
do rei Salomão até a completa destruição desse reino (cativeiro).
 Destruição do Reino Norte – 722 a.C. pelos Assírios.
 A destruição do Reino Sul – 586 a.C. (levados cativos para a Babilônia).

7.3.2. CONTEXTO RELIGIOSO


 A construção do Templo de Salomão no começo do período constituiu o ponto
Maximo da história religiosa de Israel.
 Porém, o momento áureo da nação como adoradora do único Deus não durou
muito e em virtude das concessões feitas por Salomão as suas muitas esposas
(construção de altares para agradar suas esposas pagãs) a idolatria tomou conta
novamente do coração do povo.
 Após a divisão do Reino Norte com o Sul, Jeroboão (norte) introduziu a
adoração ao bezerro e foi introduzido adoração a Baal (Acabe e Jezabel).

CONSIDERAÇÃO: A idolatria tanto no reino Norte (722 a.C.) como no Sul (586

a.C.), foi à causa principal da destruição de ambos os reinos. Lembre-se: Deus não
divide sua Glória com ninguém (Is. 42.8).

CAPÍTULO 7.4 – PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS NESSE PERÍODO

 Salomão, último rei sob toda a Israel.


 Reino dividido (Norte e Sul).

7.4.1. A ASCENSÃO DE SALOMÃO AO TRONO - A SUCESÃO DO TRONO – 10FILHOS


MAIS VELHOS DE DAVI:

10
FILHOS DE DAVI – primogênito foi Amnom com Ainoã, a jezrrelita; o segundo, Queliabe (Daniel), de
Abigail; o terceiro foi Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur; o quarto filho foi Adonias,
filho de Hagite; o quinto foi Sefatias, filho de Abital; o sexto filho foi Itreão, de Eglã. Seis que nasceram em
Hebrom (reinou Davi aqui por sete anos e seis meses). E estes lhe nasceram em Jerusalém: Siméia, e Sobabe,
e Natã, e Salomão; estes quatro lhe nasceram de Bate-Seba filha de Amiel. Nasceram-lhe mais Ibar,
Elisama, Elifelete, Nogá, Nefegue, Jafia, Elisama, Eliada, e Elifelete, nove. Todos estes foram filhos de
Davi, afora os filhos das concubinas e Tamar, irmã deles (I Cr. 3.1-9).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Amnom (1º na sucessão real) – havia morrido por ordem de seu próprio irmão
Absalão (II Sm. 13.24);
 Absalão (3º na sucessão real) – havia morrido pelas mãos de Joabe (II Sm.
18.9-18).
 Quileabe (2º na sucessão real) – não tem registro.

ADONIAS O FILHO MAIS VELHO NA SUCESÃO:


 Tentou usurpar o trono – (I Rs. 1.7-8);
 Uniu com Joabe (Comandantes de exercito), Abiatar (sacerdote) – (I Rs. 1.19);
 Davi foi informado e deu posse a seu filho Salomão (I Rs. 1.32-35, 40; I Rs.
2.13-15).
 Morte de Davi: (I Rs. 2.10-11).

PORQUE SALOMÃO ASSUMIU O TRONO DE DAVI, MESMO NÃO SENDO O


PROXÍMO DA SUCESSÃO REAL:
 Porque Deus o escolheu, entendemos assim, mais uma vez que o Senhor faz
*escolhas (I Cr. 22.7-10; 28.4-5).

* Não podemos confundir escolhas com acepção de pessoas, pois não é o caso de
Salomão.
7.4.2. A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
 O maior projeto de Salomão na frente da nação (I Rs. 5);
 Teve início no seu quarto ano de governo e terminou sete anos depois (I Rs.
6.38);
 Sete mil homens participaram da construção (II Cr. 2.2);
 Teve ajuda do rei de tiro – Hirão: envio-lhe madeira e um mestre de obra -
Hurão-Abi;
 O Templo também era revestido de ouro (II Cr. 3.4-9).

7.4.3.1. A DEDICAÇÃO DO TEMPLO


 Ocorreu durante catorze dias (II Cr. 7.8-9);

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Foram imolados 22 mil bois e 120 mil ovelhas como sacrifício ao Senhor (I Rs.
8.63; II Cr. 7.4-5).

A RESPOSTA DO SENHOR:
 1ª Com a introdução da Arca no Templo, Deus manifestou sou glória (I Rs.
8.10-11);
 2ª O Senhor apareceu em visão confirmando sua aprovação pelo Templo e que
ele ouviria as orações do seu povo se esse permanecesse fiel (II Cr. 7.11; 13-
16).

7.4.4. O DECLÍNIO DE SALOMÃO


 Casamentos com mulheres que não adoravam ao Deus de Israel – exemplo a
filha de faraó (I Rs. 3.1 c/c Dt. 17.14-17).
 Outros casamentos ilícitos (I Rs. 11.1-8) = 700 mulheres e 300 concubinas.

7.4.4.1. A SENTENÇA DE DEUS PARA SALOMÃO:


 O reino seria dividido (I Rs. 11.30-33).
 Salomão reinou 40 anos e adormeceu com seus pais (I Rs. 11.41-43).

CAPÍTULO 7.5. O REINO DIVIDIDO

 Roboão – o sucessor de Salomão não conseguiu manter a homogeneidade do


reino.
 O reino se dividiu em duas partes: Norte – Israel (dez tribos) e Sul – Judá (duas
tribos).

7.5.1. CARACTERÍSTICAS DO REINO DIVIDIDO

7.5.1.1. AS CAUSAS DA DIVISÃO


1º O PRBLEMA HISTÓRICO:
 A formação da nação – estrutura familiar com história de ciúmes e disputas
(José e seus irmãos).
 Miriã disputando a autoridade com Moises e seu irmão Arão (Nm. 12.1-3 5-
10).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Entrada na terra prometida – rivalidades entre as tribos. Principalmente entre
Judá ao sul e Efraim ao norte (Jz. 8.1 e 12.1).
 Outro fato histórico foi que Davi de início reinou somente sobre Judá e depois
sobre toda Israel (II Sm. 5.4-5).
 Salomão – o filho escolhido (I Rs. 1.35).

2º A QUESTÃO DA JUSTIÇA DIVINA:


 Salomão se afasta de Deus e por conseqüência Deus dividiria o reino não em
sua época, mas na do seu sucessor (I Rs. 11.9-13);
 A divisão do reino – Jeroboão (norte – dez tribo – I Rs. 11.29-35).

LEMBREM-SE: “EMBORA DEUS POSSA CONFERIR MUITOS PRIVILÉGIOS, ELE JAMAIS


CONCEDE O PRIVILÉGIO DE PECAR – NÃO, NEM MESMO PARA ALGUÉM TÃO ESPECIAL
COMO SALOMÃO”.

3º A ARROGÂNCIA DE ROBOÃO:
 Roboão foi coroado como rei de Judá – o povo vivia uma pesada carga
tributária (I Rs. 12.1-3);
 Jeroboão – o porta voz das tribos do Norte (I Rs. 12.4);
 Roboão foi aconselhado pelos anciãos a diminuir os tributos (I Rs. 12. 6-9),
mas ouviu aos jovens e os tributos permaneceram (I Rs. 12.10);
 Pela arrogância de Roboão, elegeu Jeroboão como rei das tribos do Norte (I Rs.
12.16);
 Roboão tenta unir a nação pela força, porém um profeta o alerta que isso não
agradaria ao Senhor (I Rs. 12.24).

7.5.2. JUDÁ - O REINO SUL


 A tribo de Judá e Benjamim (I Rs. 12.21) – proporção territorial e populacional
quase equivalente a do Norte.

CAUSA DO AUMENTO POPULACIONAL DO SUL:


 Culto e administração centrados em Jerusalém na época de Salomão;
 A riqueza do reino – haviam herdado a maior parte das riquezas de Salomão;

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Porque Jerusalém (cidade de Davi) – onde estava o Templo.

O REI ROBOÃO:
 Apesar de todas as vantagens do reino Sul ele não andou no caminho do
Senhor (I Rs. 14.21-22).

O INICIO E O FIM DO REINO SUL


 INÍCIO: 931 a.C. - 586 a.C.
 Capital: Jerusalém (cidade da paz) - cidade conquistada dos Jebuseus por Davi
(II Sm. 5.5-12);
 O reino de Judá teve 20 reis de uma mesma dinastia – 11Davi. Um período de
345 anos de história;
 Houve uma breve interrupção no domínio da família de Davi quando 12
Atalia
no de 841 a.C., se apossou do trono (II Rs. 11.1-20 e II Cr. 22.1; 23.21).
 TABELA CRONOLÓGICA DOS REIS DE JUDÁ – ANEXO II.

7.5.3. OS SACERDOTES E OS LEVITAS EM JERUSALÉM


 Com a divisão do reino, houve uma migração de sacerdotes e levitas para o sul,
em protesto ao paganismo instalado no reino Norte (II Cr.11.13-16);
11
Judá – a árvore real (Gn. 49.8-12). A origem real teve inicio com o rei Davi (I Sm. 16.1-13 c/c II Sm.
7.11b, 12,16).
12
Atália - era filha de Acabe, Rei de Israel e de Jezabel. Casou com Jeorão, Rei de Judá, filho de Josafá.
Com este casamento, procurou-se por fim aos conflitos e conseguir uma União Dinástica entre os reinos de
Israel Setentrional e de Judá. Ela tornou-se regente do Reino de Judá durante seis anos, sucedendo após a
morte de seu filho, Acazias. Segundo algumas cronologias, Atália terá governado entre anos 841 e 837 a.C..
Deus havia dito que não faltaria um descendente davídico sobre o trono de Israel (II Sm. 7.14-16); Atalia
usurpa o trono (filha de Acabe com Jezabel) – seu esposo foi o rei Jeorão, filho de Josafá; Com a morte de
Jeorão, seu filho Acazias (841 a.C.) ocupa o seu lugar, porém reina apenas 1 ano, diante disso Atalia ocupa
o lugar e manda matar todos os possíveis sucessores; Atalia reinou por 6 (841-835) anos e promoveu o culto
a Baal em Judá; Joás – filho de Acazias (neto de Atalia) conseguiu sobreviver, pois sua tia Jeoseba, esposa
do sacerdote Joiada esconde-o até os seis anos de idade; Joiada convenceu os principais da casa de Judá a
coroarem Joás como rei, Atalia foi assassinada e Joás foi coroado no sétimo ano de vida; Joiada foi o tutor do
rei Joás (Reinou por 40 anos).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Migração: aumento populacional e o culto a Deus no Sul foi feito de acordo
com as orientações já estabelecidas por Yahweh;
 Apesar da presença dos levitas e dos sacerdotes no Sul, existiram momentos de
idolatria (II Cr. 36.12-17) e momentos de adoração ao único Deus (II Cr. 15.8-
18; 17.3-10; 24.1-15; 29-31 E 34-35).

CONSIDERAÇÃO: O REINO SUL DUROU MAIS QUE O NORTE PELO FATO DE QUE,
COM FREQÜÊNCIA, LEVANTAVA-SE UM REI TEMENTE AO SENHOR QUE LEVAVA A
NAÇÃO DE VOLTA AOS CAMINHOS DE JUSTIÇA.

7.5.4. ISRAEL - O REINO DO NORTE


 INICIO: 931 -722 a.C.
 Formação: As 10 tribos - Formado pelas dez tribos – conhecido também com
Efraim (pela sua importância e por causa do seu primeiro rei, Jeroboão ter
vindo dessa tribo) (Is. 7.2,9 17; Os. 5).
 Rei: Jeroboão.
 Estrutura: impiedosa, não observaram os preceitos de Yahweh.

7.5.4.1. O REI JEROBOÃO, UM HOMEM ÍMPIO:


QUALIDADES NECESSARIAS PARA SER REI:
 Servir ao Senhor, não é este o caso (I Rs. 12.28-29; Dt. 17.14, 15, 18-19).
 Ser escolhido pelo Senhor – 13não é este o caso (I Rs.12.20, 28).
 Contar com a cobertura espiritual dos sacerdotes e levitas, porém esses
migraram para o sul (Dt. 17.18c).
 Jeroboão instituiu sacerdotes que não eram da tribo de Levi (I Rs. 12.31).
 A adoração no reinado de Jeroboão foi baseada na idolatria (I Rs. 12.25, 28;
13.34).
 O fim da vida de Jeroboão: e fez o que era mal aos olhos do Senhor (I Rs.
15.26; 16.2).

13
Grifo do professor (Ricardo Carvalho) - Deus escolheu a Jeroboão muito mais em virtude da idolatria do
Reino Sul (I Rs. 11. 29-33 c/c I Rs. 16.2).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
7.5.4.2. A CAPITAL DO REINO – PROBLEMAS NA ESCOLHA:
 1º SIQUÉM – local da divisão do reino;
 2º PENIEL (I Rs. 12.25);
 3º TIRZA – aparentemente a cidade que mais firmou como capital (I Rs. 14.17;
15.33; 16.8, 15);
 4º 14SAMARIA – cidade construída pelo quinto rei da nação Onri – (I Rs. 16.24).

7.5.4.3. OS REIS DE ISRAEL


 Este reino teve cinco dinastias diferentes: Jeroboão I, Baasa, Onri, Jeú e
Menaém.
 A maioria dos reis não andara pelo caminho do Senhor.
 Tiveram 19 reis – um período de 209 anos de história;
 QUADRO CRONOLÓGICO DOS REIS DE ISRAEL – ANEXO III.

CONSIDERAÇÃO: APESAR DOS REIS NÃO TEMEREM A DEUS, SEMPRE HAVERÁ


HOMENS COMPROMETIDOS COM O REINO DO SENHOR – LER I REIS 19.18.

7.5.4.4. CARACTERÍSTICA MARCANTE DE ISRAEL – NORTE:


 Descuidarem espiritualmente e pecaram contra Deus – desconsiderando toda a
história de seus pais;
 Temeram outros deuses (II Rs. 17.7-8);
 Adoraram estatuas (II Rs. 17.9-12);
 Ofereceram sacrifícios de suas crianças (II Rs. 17.17);
 Envolveram com feitiçaria e adivinhações (II Rs. 17.17).

CONSEQUENCIA DO PECADO:
 Foram invadidos pelos Assírios em 722 a.C.
 Foram dispersos por todo território Assírio;
 Tiveram seus territórios ocupados por outros povos tais como: Babilônia, de
Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim – II Rs. 17.24;

14
SAMARIA - construída por Onri em 885 a.C. e serviu como capital por mais de 160 anos.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 E por último, uma nova etnia nasceu naquele local – os samaritanos (Ed. 4.9-
10) e nunca mais o reino norte existiu.

LEMBRETE: “AQUELE QUE MUITAS VEZES ENDURECE A SUA CERVIZ, CAIRÁ NUM MAL
SEM QUE HAJA CURA” (Pv. 29.1).

CONSIDERAÇÃO: A NAÇÃO DE ISRAEL QUE CONHECEMOS HOJE É FRUTO


EXCLUSIVAMENTE DO REINO SUL.

7.5.5. UMA AVALIAÇÃO DO PERÍODO


 Com a divisão em (931 a.C.), ambos os reinos perderam. Vejamos:
 POLÍTICAMENTE – transformaram em duas nações sem nenhuma expressão

na região;
 ECONOMICAMENTE – perderam os tributos das nações subjugadas e perderam
o monopólio nas rotas comerciais;
 RELIGIOSAMENTE – ambos os reinos se enveredaram pelo caminho da
idolatria com mais freqüência o reino norte.

CONSIDERAÇÃO: A NAÇÃO DE ISRAEL QUE CONHECEMOS HOJE É FRUTO


EXCLUSIVAMENTE DO REINO SUL.

CAPÍTULO 8 – OS LIVROS DAS CRÔNICAS

8.1. TÍTULO DO LIVRO


 Crônica = nome cristão dado por Jerônimo no IV século da era cristã. O título
foi bem escolhido, pois sugere o propósito de fazer um registro cronológico da
história sagrada.
 No cânon hebraico os dois livros são denominados de = Atos dos Dias ou Atos
dos Tempos. A finalidade é uma retrospectiva da conduta divina para com a
nação israelita.
 Os tradutores gregos os denominaram de Paraleipomena = coisas esquecidas,
considerando-os um suplemento aos livros de Samuel e Reis.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
8.2. AUTORIA DOS LIVROS
 Esses livros são considerados anônimos, porém a tradição judaica credita essas
obras a Esdras, o sacerdote.
 Observando os últimos versículos de Crônicas é o primeiro versículo do livro
que leva o nome desse profeta (Esdras), o que sugere uma continuação da obra
escrita pelo mesmo autor (II Cr. 36.22 comparar Ed. 1.1).
 O autor utiliza-se de obras já existentes para escrever suas obras, vejamos:
 Pentateuco;
 Livros de Samuel e Reis;
 E faz referencia a aproximadamente doze outros documentos existentes da
época que ele deixa registrado em seus escritos: (I Cr. 9.1; 29.29; II Cr. 9.29;
12.15; 13.22; 20.34; 26.22; 27.7; 32.32; 33.19).

8.3. CONTEXTO HISTÓRICO – DATA


 Os acontecimentos dos livros relatam desde a história de Adão até Ciro, rei da
Persa (538 a.C.).
 O livro foi escrito logo após a volta do exílio (babilônico), para dar um fundo
teocrático para o próprio Esdras e Neemias.
 A maioria dos estudiosos acredita que essas obras foram escritas em 430 a.C.
 O alcance cronológico desses livros e o maior do que qualquer outro livro da
Bíblia, desde Gênesis até Malaquias.

8.3.1. CONTEXTO POLÍTICO


 Quando esses livros foram escritos, Judá não era mais uma monarquia (não
havia independência política - Persa).
 A formação era de um pequeno povo que havia retornado após 70 anos do
exílio Babilônico.
 Porém, mesmo sob o domínio estrangeiro, os judeus tiveram influencia sobre
os povos, exemplo:

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 a) Daniel chega a primeiro ministro, tanto no Império Babilônico como o dos
Persas (Dn. 2.6). b) Ester e Mordecai chegaram a ser, respectivamente, rainha e
primeiro-ministro na época de Assuero (Persa).

8.3.2. CONTEXTO RELIGIOSO


 Os acontecimentos narrados em II Crônica referem-se à Era do Templo de
Salomão, foram escritos na Era do Templo de Zorobabel (536 a.C.).
 Os judeus estavam estagnados e a promessa Messiânica não tinha
materializado.
 A estagnação religiosa é vista nos seis livros pós-exilio: Esdras; Neemias;
Ester; Ageu; Zacarias e Malaquias.
 Essa estagnação era fruto de uma esperança que o Senhor iria instituir
rapidamente o reino messiânico logo após o retorno desses a partia.
 Por isso, Esdras ao escrever suas obras (I e II Crônicas) quer lembrar o povo da
soberania e fidelidade do Senhor no decorrer da história, porém esses deveriam
ser obedientes ao Senhor (II Cr. 7.14).

CAPÍTULO 9 – OS LIVROS DE ESDRAS E NEEMIAS

INTRODUÇÃO:
 A nação de Israel viveu dos anos 606 a 536 a.C. sob as ameaças e controle dos
babilônicos, aproximadamente 70 anos;
 Os babilônicos foram à vara de correção de Deus ao seu povo.

AS CAUSAS DO EXÍLIO
 Separação de Deus (Jr. 2.8, 11 E 13).
 Adesão aos ídolos (II Cr. 36.14).
 Rejeição à porta- vozes de Yahweh - Profetas Menores e Maiores (II Cr. 36.12,
14-16).
 Orgulho e ausência de quebrantamento;
 Infidelidade a Babilônia quanto ao pagamento de impostos – o rei Zedequias se
revoltou e não mais pagou os impostos, isso causou a invasão (II Rs. 24.19).

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
O INSTRUMENTO DA CORREÇÃO DIVINA
 A Babilônia era até 626 a.C.. Província do Império Assírio.
 A partir de (626 – 606 a.C.) – com Nabopolassar, constrói uma estrutura de
poder.
 Porém, foi com Nabucodonosor, que a Babilônia domina os Assírios e
paulatinamente ocupa todos os espaços que era dos sanguinários da
Mesopotâmia.
 O império Babilônico durou de 626 – 539 a.C. (o fim desse império foi predito
pelo profeta Daniel no capítulo 5 do seu livro).

AS INVASÕES BABILÔNICAS AO REINO DE JUDÁ - JERUSALÉM:


INVASÃO DATA REI ESTRATÉGIA OCORRÊNCIA REFERÊNCIA
Deportação do
Desintegrar a primeiro II Rs. 24.1-4 e
PRIMEIRA 606 a.C. Jeoaquim
classe política. grupo Dn. 1. 1-3.

(Daniel).
Enfraquecer a
Deportação do
economia
segundo grupo II Rs. 24.10, 11,
SEGUNDA 597 a.C. Joaquim (pagar
junto com 13 -14.
novamente os
Ezequiel.
tributos).
Deportação do
Destruir o terceiro grupo, II Rs. 24. 20 e
TERCEIRA 586 a.C. Zedequias
povo. destruição de 25.1-22.

Jerusalém.

O DESTINO DO POVO NO CATIVEIRO BABILONICO:


 Daniel e os intelectuais foram para o palácio (Dn. 1.4, 6, 17-20);
 A maior parte do povo ficou em uma localidade chamada Tel-Abib, vale do
grão – próximo ao rio Quebar (braço do Eufrates), lá permaneceu por 70 anos
(Ez. 11) – profeta Ezequiel;

Prof. Ricardo Carvalho 41


INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 O povo que ficou em Jerusalém – totalmente destruída – permaneceu lá com a
esperança de restauração – profeta Jeremias.

9.1. TÍTULO DO LIVRO


 De acordo com o Talmude, esses livros eram um só volume.
 A Septuaginta também os considerava como sendo um único volume, isto é:
Esdras “B”, que seguia o livro apócrifo “Esdras A”, o qual reproduzia II
Crônica 35-36, Esdras e Neemias 7.38-8.12.
 A Vulgata Latina (Jerônimo) os dividiu em dois volumes: Esdras A e Neemias
– Esdras B.
 A Bíblia Evangélica e a hebraica moderna dividem-nos em dois volumes,
denominando de Esdras e Neemias e homenagem aos principais personagens
dos livros.

9.2. AUTORIA DOS LIVROS


 Esdras é considerado o autor dos livros (Esdras e Neemias), provavelmente
usou as memórias de Neemias para escrever o livro que leva o seu nome.
 Fontes utilizadas para escrita: a) Memórias de Esdras e Neemias e b)
Documentos oficiais como fica evidente nos textos de (Ed. 4.7; 6.18; 7.12-26).

9.2.1. QUEM ERA O AUTOR - ESDRAS:


 Filho de Seraías, sumo sacerdote que havia sido assassinado por
Nabucodonosor em 586 a.C. (Ed. 7.1; II Rs. 25.18-22).
 Irmão de Jeozadaque, o sumo sacerdote levado cativo (I Cr. 6.15).
 Considerado professor da Lei, pelo fato de ter escrito os quatro livros históricos
(I e II Crônicas, Esdras e Neemias) é comparado a Moises o autor do
Pentateuco.

9.2.2. DESAFIOS DE ESDRAS:


 Restaurar o verdadeiro culto no Templo reconstruído em 516 a.C. (Ed. 6.1-12).
 Escrever I e II Crônicas, Esdras e Neemias e Salmo 119.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Instituir Sinagogas, assim como já havia no cativeiro, para estudo das
escrituras.
 Presidir a 15
Grande Sinagoga que possivelmente determinou e organizou o
16
cânon hebraico das Escrituras.

9.3. CONTEXTO HISTÓRICO – DATA


 Os ministérios de Esdras e Neemias tiveram lugar durante o reinado de
17
Artaxerxes I (465-424 a.C.), é provável que os livros tivessem sido
completados perto do fim do período, ou seja, depois do ministério do profeta
Malaquias.
 Portanto, a data mais provável é de 430-425 a.C.

9.3.1. CONTEXTO POLÍTICO


 Os livros relatam um novo momento na história de Israel, isto é, o retorno do
exílio e a volta para sua pátria.
 Apesar do retorno, pois essa era uma prática comum entre os Persas, permitir
que os conquistados permanecessem em seus territórios, ainda estavam sob a
liderança política estrangeira.
 Além disso, é importante ressaltar que alguns judeus exerciam grande
influencia na corte, como exemplo:

15
Grande Sinagoga - segundo a literatura judaica, Esdras, na qualidade de escriba e sacerdote, presidiu um
conselho formado por 120 membros chamado Grande Sinagoga que teria selecionado e preservado os rolos
sagrados. Alguns acreditam que naquele tempo o Cânone das Escrituras do Antigo Testamento foi fixado
(Ed. 7.10,14). Entretanto esta tese é desacreditada pela crítica moderna. Os estudiosos concordam que foi
essa mesma entidade que reorganizou a vida religiosa nacional dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao
Supremo Tribunal Judaico, denominado Sinédrio. Curiosamente os Saduceus e os Samaritanos só aceitavam
como canônicos os cinco livros de Moisés. Por esta razão, os especialistas especulam que Esdras tenha
reunido apenas o Pentateuco, isto é, os cinco livros de Moisés.
16
Cânon vem do termo grego que significa literalmente cana (instrumento de medição), junco, foi aplicada
as Escrituras Sagradas com o sentido de uma coleção de livros oficialmente aceitos pela Igreja.
17
Artaxerxes - enteado de Ester, ou seja, filho de Xerxes (Assuero) – favorável aos judeus.
Prof. Ricardo Carvalho 43
INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
a) DANIEL (Dn. 2.48-49; 5.29; 6.1-3) – ficou próximo de Nabucodonosor, Belsazar
(o último rei babilônico) e de Dario o fundador do império Medo Persa (Dn. 5.31).
b) NEEMIAS – copeiro do rei Persa, função de confiança e de estima (Ne. 2.2; 5.14,
17 -18).
c) ESTER – rainha de Assuero.
d) MORDECAI - ficou no lugar de Hamã e depois se tornou a segunda pessoa em todo
o Império (Et. 8.1-2 E 9.4; 10.2-3).

9.3.1.1. PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS NESSE PERÍODO:


 Após os 70 anos de cativeiro os judeus retornam a sua terra;
 O retorno ocorreu no ano de 536 a.C., no reinado de Ciro, rei da Persa;
 O retorno dos judeus ocorreu em três etapas de acordo com a tabela abaixo:

TEXTO
RETORNO DATA LÍDER QUANTIDADE FINALIDADE
BÍBLICO
ZOROBABEL ESDRAS
49.897 RECONSTRUÇÃO
PRIMEIRO 536 a.C. (Descendente CAPÍTULO
PESSOAS DO TEMPLO.
de Davi). 1-2.
ESDRAS
ESDRAS
(Descendente RESTAURAÇÃO
SEGUNDO 456 a.C. 1800 PESSOAS CAPÍTULO
de Levi – DO CULTO.
8.
Sacerdote).
NEEMIAS
BOM RECONSTRUÇÃO
TERCEIRO 445 a.C. (Líder nato – NEEMIAS
NÚMERO DOS MUROS.
Judá).

9.3.1.2. PRINCIPAIS PERSONAGENS DESSE PERÍODO:

1. ZOROBABEL E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO


 Líder do primeiro grupo de judeus retornou a Jerusalém;
 Era descendente de Davi e foi colocado por Deus para essa importante missão;
 O retorno foi uma providência divina (Ed. 1.1-2 c/c Is. 44.28 e 45.1);
 O objetivo desse retorno era a reconstrução do Templo;

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 O Templo havia sido destruído pelos babilônicos em 586 a.C.;
 O povo reconstruiu o Templo como se fosse um só homem (Ed. 1.1 -4);
 A presença dos sacerdotes e levitas foi um fator importante na reconstrução
(Ed. 3.10-13).

2. ESDRAS E A RESTAURAÇÃO DO CULTO


 Esdras retorna a Jerusalém em 456 a.C., sessenta anos após a reconstrução do
Templo.
 Restaura a adoração no templo de forma correta (Ed. 9.1-2).

3. NEEMIAS E A RECONSTRUÇÃO DOS MUROS DA CIDADE


 Entrou em cena 12 anos depois de Esdras chegar a Jerusalém;

 Era da tribo de Judá (Ne. 1.2; 2.3; 7.2).


 Ficou sabendo das ruínas da cidade de Jerusalém e resolveu tomar uma
atitude;
 Em 445 a.C., foi para Jerusalém juntamente com um grupo de pessoas para
reconstruir a cidade;
 Quando Neemias chega a Jerusalém, já fazia 90 anos que o primeiro grupo de
judeus havia chegado lá;
 Neemias tem a função de mobilizar o povo na reconstrução de sua cidade (Ne.
2.11-13 17);
 Neemias mobilizou a todos (Ne. 3.1,8 32): sacerdotes, 18ourives, farmacêutico,
comerciantes e outras pessoas.

9.3.2. CONTEXTO RELIGIOSO: OS RESULTADOS POSITIVOS DO EXÍLIO:


 Permissão para reconstrução do Templo – local de adoração.
 Mudança de postura no culto (Sl. 137.1-6);
 Mentalidade mais aberta acerca da atuação de Deus (Ez. 37);
 A expectativa de um recomeça (II Cr. 36.21- 23);
 Desejo pela realização da promessa na vida nacional (Sl. 137.6).

18
Ourives – fabricante ou vendedor de objetos de ouro, prata, platina, etc.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
9.3.3. ANÁLISE DOS GRANDES DESAFIOS ÉTICOS E ESPIRITUAIS DA
RECONSTRUÇÃO
 1º O repovoamento da terra.
 2º A reconstrução dos valores culturais.

1. O REPOVOAMENTO DA TERRA
 Quando os judeus voltaram para sua terra (536 e 445 a.C.), havia outros
moradores, tais como:

a) SAMARITANOS:
 Oriundos a partir da invasão Assíria em 722 a.C., quando Sargão II trouxe
vários povos de origem diferente para Samaria (capital – Israel) – (I Rs. 17.24-
41).
CARACTERÍSTICAS DOS SAMARITANOS:
 Tinham uma religião sincrétista – obedeciam aos rituais religiosos judaicos,
mas também serviam aos deuses pagãos (I Rs. 17.33ss).
 Ocuparam o lado Norte, porém com a invasão dos babilônicos no Sul,
aumentaram seus domínios territoriais.

b) 19
AMONITAS - origem = relacionamento de Ló com sua filha mais nova – (Gn.

19.38).

19
AMONITAS - Os amonitas, também conhecidos como Amom ou filhos de Ammom, foi uma antiga
nação que, de acordo com o Antigo Testamento e outras fontes, ocuparam uma área ao leste do Rio Jordão,
de Gileade e do mar morto, na atual Jordânia. A cidade principal do país foi Rabá, ou Rabá Amom,
localidade da moderna cidade de Amã, capital da Jordânia. Milcom e Moloque (que podem ser o mesmo) são
citados na Bíblia como os deuses de Amom. De acordo com o relato bíblico, Gênesis 19.37-38, tanto Ben-
Ami (Amom) quanto Moabe nasceram de uma relação incestuosa entre Ló e suas duas filhas no resultado da
destruição de Sodoma e Gomorra, e a Bíblia refere-se aos Amonitas e aos Moabitas como os “filhos de Ló”.
Na Bíblia, os amonitas e os israelitas são descritos como antagonistas mútuos. Durante o Êxodo, os israelitas
foram proibidos pelos amonitas de passarem por suas terras. No livro de Juízes, os amonitas se uniram com
Eglon, rei dos moabitas, contra Israel. Ataques feitos pelos amonitas nas comunidades israelitas do leste do
Jordão foi o impulso atrás da unificação das tribos sob o comando de Saul. De acordo com 1 Rs. 14:21-31 e
2 Cr. 12.13, Naamá era uma amonita. Ela foi à primeira esposa do rei Salomão a ser mencionada pelo nome
no Tanakh como tendo um filho. Ela foi mãe do sucessor de Salomão, Reoboão.

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c) 20
MOABITAS - origem = relacionamento de Ló com sua filha primogênita – (Gn.

19.37) e os 21Árabes.
2. A RECONSTRUÇÃO DOS VALORES CULTURAIS
 Os judeus haviam se misturado com mulheres estranhas, prática não
aconselhada pelo Senhor (Ed. 9.1-2);
 O divorcio estava como prática comum, não recomendado pelo Senhor (Ml.
2.16);
 Esdras reafirmou os valores da Lei, que precisavam ser novamente ser
observados (Ne. 9.1-2).

LEMBRE-SE: A vida é um projeto inacabado, sempre estamos em construção. Toda

reconstrução para se obter sucesso é necessário olhar para frente.

CAPÍTULO 10 – LIVRO DE ESTER

10.1. TÍTULO DO LIVRO


 O título é em virtude da personagem principal do livro – Ester.

20
MOABITAS - foram um povo nômade que se estabeleceu a leste do Mar Morto por volta do século XIII
a.C., na região que mais tarde seria chamada de Moabe. Eram aparentados com os hebreus, com os quais
tiveram vários conflitos. Foram combatidos e subjugados por Davi, rei de Israel. Os moabitas readquiriram a
independência depois do cisma das doze tribos hebréias. Voltaram-se ao nomadismo e tempos depois Moabe
foi anexado como parte da província romana da Arábia. Segundo a Bíblia (Gn. 19.30-38), deu-se origem o
povo moabita através de um incesto, promovido pela filha mais velha de Ló, sobrinho de Abraão, logo após a
destruição de Sodoma e Gomorra. Depois de ser tirado de Sodoma pelos anjos, Ló não achou mais lugar para
viver nas cidades, especialmente Zoar, e foi-se para as montanhas e habitou em uma caverna. Sua filha mais
velha em uma conversa com a sua irmã mais nova, disse que o pai, Ló, já era homem velho e não havia
nenhum outro filho homem para dar continuidade na linhagem do pai, coisa que o povo da época, levava
muito a sério. Elas embebedaram o pai e as conceberam cada uma, um filho do próprio pai. A mais velha
gerou Moabe, patriarca do povo moabita e a mais nova gerou Ben-Ami, patriarca do povo de Amom, os
amonitas.
21
Árabes - integrantes de um povo heterogêneo que habita principalmente o Oriente Médio e a África
setentrional, originário da península Arábica constituída por regiões desérticas e clima subtropical
mediterrâneo no litoral. As dificuldades de plantio e criação de animais fizeram com que seus habitantes se
tornassem nômades, vagando pelo deserto em caravanas, em busca de água e de melhores condições de vida.
A essas tribos do deserto dá-se o nome de beduínos.

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 Ester – nome persa que significa = estrela.
 Hadassah – nome hebraico que significa = 22murta.

10.2. AUTORIA DO LIVRO


 O livro é de autoria desconhecida, porém o Talmude considera Esdras o seu
autor, não muito aceito.
 Outros autores dessa obra poderia ser Neemias, pelo fato de conhecer costumes
da corte real persa ou até mesmo outro personagem marcante do livro –
Mordecai.

10.3. CONTEXTO HISTÓRICO – DATA


 O livro pode ter sido escrito logo após a morte do rei Xerxes (Assuero – 465
a.C.). O livro foi escrito justamente para encorajar os judeus dispersos no
império e aqueles que regressariam em 456 (Esdras) e 445 (Neemias).

10.3.1. ANÁLISE DO TEMPO DOS ACONTECIMENTOS DO LIVRO:


 483 – a rainha Vasti foi deposta (terceiro ano de Assuero).
 479 – a rainha Ester foi coroada (sétimo ano de Assuero).
 473 – houve o livramento dos judeus do 23
Purim (décimo terceiro ano de
Assuero).
 Portanto a data mais provável para o livro é de 460 a.C.

10.4. CONTEXTO POLÍTICO


 O rei dos Persas neste momento era 24Xerxes (Assuero) - reinou no período de
(486 – 465 a.C.).
22
Murta - que é um ramo de um arbusto que nasce no deserto, e que era utilizado pelos hebreus para cobrir
as tendas na Festa dos Tabernáculos. Com isto entendemos que este nome significa cobertura, proteção.
23
Foi instituída uma festa denominada Purim (sorte) para festejar os livramentos dados pelo Senhor ao
seu povo – Et. 9.21-22.
24
Persas - em 539 - Ciro, o persa, captura a Babilônia, funda o Império Persa, que dura até 331, quando é
conquistado por Alexandre, o Grande. Ciro permite que alguns judeus exilados na Babilônia voltem à
Palestina, mas muitos hebreus preferem ficar na Babilônia, onde se estabelece o segundo grande centro
hebraico, sendo superado apenas por Jerusalém. 521- Dario I (o Grande) torna-se imperador da Pérsia,
sucedendo Cambises. Ele permite em 520-516 – que os hebreus reconstruíssem o templo de Salomão. Em

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
 Neste momento, vários judeus já haviam voltado para Jerusalém sob o
comando de Zorobabel e a reconstrução do Templo já havia terminado (516
a.C.).
 Importante destacar que nem todos os judeus retornaram para Jerusalém, uns
ficaram na extensão do império Persa – diáspora (formação de Sinagogas).
 A festa de Assuero (cento e oitenta dias) – a derrocada da rainha Vasti (ela não
aceitou entrar diante do rei – foi deposta) e ascensão de Ester como rainha (Et.
2.1-2).
 Algo importante no contexto político é que os persas utilizaram como idioma
nacional o 25aramaico, em virtude disso, os judeus acabaram tendo esse idioma
como uso no dia-a dia e o hebraico no uso do “Templo”.

CONSIDERAÇÃO: Mesmo com todas as vantagens proporcionada aos judeus por

intermédio dos Persas, não podemos esquecer que estes ainda eram “escravos”.

10.5. CONTEXTO RELIGIOSO


 Quando lemos os livros de Esdras, Neemias e o contexto dos profetas pós-
exilio (Ageu, Zacarias e Malaquias), percebemos uma religiosidade de

486-465 - Xerxes I (Assuero, esposa de Ester) é o imperador do Império Persa. Artaxerxes 465 - 425:
enteado de Éster, favorável aos judeus. Em 457: autoriza Esdras a voltar para Jerusalém. Em 444: autoriza
Neemias reedificar os muros.
25
Aramaico - O alfabeto aramaico foi um alfabeto muito difundido na região da Mesopotâmia a partir do
século VII a.C., sendo então adotado pelos persas. Diferente do Latim que caiu em desuso por volta de 1300,
o Aramaico ainda hoje é uma língua ativa nas aldeias do interior da Síria. É um idioma muito esclarecedor
para a história da humanidade e sua importância reside no fato de ser o elo de reversão ao aramaico para
conhecer a pronunciação dos nomes e dos sons das consoantes que formam o alfabeto hebraico; língua em
desuso, muito antiga que até meados do século XX era impronunciável devido a ausência das vogais.
Diferente do Hebraico, um alfabeto meramente decorativo somente visto em obras de arte e tapeçarias; o
aramaico, ao contrário, sempre foi usado no interior da Síria e sua preservação se deve ao fato de ser escrito
e falado pelos aldeões cristãos que durante milênios habitavam as diversas cidades ao norte de Damasco,
entre elas reconhecidamente em Ma'lula e Yabrud "onde Jesus Cristo morou por três dias" e outras aldeias da
Mesopotâmia reconhecidamente católicas por onde Cristo passou, como Tur'Abdin e Mardin ao sul da
Turquia fizeram com que o Aramaico chegasse intacto até os dias de hoje.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
aparências e superficial, onde a preocupação era cada um consigo mesmo do
que na adoração plena e verdadeira ao Senhor.
 Neste momento da história a influencia era da religião persa que era baseada no
26
Zoroastrismo, tinha como preceito o dualismo, isto é faziam diferença entre
os deuses beneficentes e os deuses maus, acreditavam nos espíritos bons e
maus.
 Historiadores: Entendem o interesse dos persas na ajuda da construção da
religião judaica – Templo, pois entendiam que a religiosidade judaica era
composta de espíritos bons.
 Teólogos: Creditam a ajuda dos persas como sendo uma intervenção divina em
favor do povo escolhido por Deus (Is. 49.14-19; Jr. 32.1-5; Ez. 3423-24).

CONSIDERAÇÃO: Jeremias profetizou ao povo que o cativeiro Babilônico tinha hora

para terminar, ou seja, durariam 70 anos (Jr. 25.11).

10.6. ANÁLISE DO PRINCIPAL ACONTECIMENTO DO LIVRO – EXTERMÍNIO:


O PLANO DE EXTERMÍNIO CONTRA OS JUDEUS
 O rei Assuero coloca Hamã, um dos seus oficiais em posição de destaque e
todos tinha que se inclinar perante ele (Et. 3.1);
 Hamã tinha ódio dos judeus – questão histórica (I Sm. 15. 7-9), ele era parente
dos Amalequitas;
 Mordecai não se inclina diante de Hamã (Et. 3.5);
 Hamã informou ao rei que tinha um povo espalhado por todo o seu império que
não obedecia a suas leis (Et. 3.8);
 O rei por intermédio de Hamã decretou o extermínio dos judeus (Et. 3.9-15).

26
O zoroastrismo, também chamado de masdaísmo ou parsismo, é uma religião monoteísta fundada na
antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É considerada como a
primeira manifestação de um monoteísmo ético. De acordo com historiadores da religião, algumas das suas
concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias,
viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Tem seus fundamentos fixados no Avesta e
admite a existência de duas divindades (dualismo), representando o Bem (Aúra-Masda) e o Mal (Arimã), de
cuja luta venceria o Bem.

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INTRODUÇÃO E ANÁLISE DO ANTIGO TESTAMENTO
O APELO DE ESTER AO REI
 Ester a única que poderia interceder pelo povo judeu para salva-los da fúria de
Hamã (Et. 4. 13-14);
 Ester aceita o desafio de entrar na presença do rei sem ser convidada, isso
resultaria em morte (Et. 4.15 c/c 5. 2- 4);
 Ester convida o rei e Hamã para um banquete (Et. 5.8-12);
 Hamã prepara uma forca para Mordecai (Et. 5.14);
 O rei Assuero não conseguiu dormir naquela noite e pediu para trazer o livro
dos feitos memoráveis – e lá estava escrito o feito de Mordecai, quando livrou
o rei da morte (Et. 6.1-3);
 O rei honra Mordecai pelas próprias palavras de Hamã (Et. 6.8-11);
 A rainha Ester revela os planos de Hamã ao rei (Et. 7. 5-8);
 Hamã é enforcado na sua própria forca (Et. 7.9-10).

A EXALTAÇÃO DOS JUDEUS E AS CELEBRAÇÕES PELO LIVRAMENTO


 Os judeus foram poupados por causa do livramento dado por intermédio de
Ester;
 Mordecai ficou no lugar de Hamã e depois se tornou a segunda pessoa em todo
o Império (Et. 8.1-2 E 9.4; 10.2-3);
 Foi instituída uma festa denominada Purim (sorte) para festejar os livramentos
dados pelo Senhor ao seu povo – Et. 9.21-22.

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