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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL
CURSO DE ENGENHARIA DE AQÜICULTURA
DISCIPLINA ECOLOGIA DO SOLO

Caio
Marcelo Fortunato
Taise Dias

Trabalho sobre a utilização de Lemna e Azolla como complementação de ração para


Lebiste, Tetra mato grosso e tricogaster leeri

FLORIANÓPOLIS
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL
CURSO DE ENGENHARIA DE AQÜICULTURA
DISCIPLINA ECOLOGIA DO SOLO

Caio
Marcelo Fortunato
Taise Dias

Trabalho sobre a utilização de Lemna e Azolla como complementação de ração para


Lebiste.

Professor: Paul R. Miller

FLORIANÓPOLIS
2010
SUMÁRIO
RESUMO 4
1. INTRODUÇÃO 5
2. DESENVOLVIMENTO 6

3. CONCLUSÃO 11
4. REFERÊNCIAS 12
ANEXOS 13
4

RESUMO

Palavras chaves:
5

1. INTRODUÇÃO

As plantas da família Lemnaceae são consideradas as menores plantas vasculares do mundo.


São conhecidas como lentilhas d´água ou somente Lemnas. Possuem hábito aquático e geralmente
são encontradas na superfície de águas paradas e ricas em nutrientes. Adaptam-se às mais variadas
condições climáticas e podem ser encontradas mundialmente (Tavares et al, 2007). Elas são capazes
de assimilar diretamente moléculas orgânicas como carboidratos e aminoácidos e demonstram
preferência pela absorção de amônia. As plantas absorvem o nitrogênio e o convertem em biomassa
rica em proteínas.
Falar sobre o peixe
Provavelmente o peixe de aquário mais popular do mundo.

Os machos de guppy são aqueles com corpos mais esguios e caudas grandes, enquanto as fêmeas são
mais encorpadas (especialmente quando grávidas, o que é quase sempre) e de maneira geral são
menos coloridas. Se você olhar com cuidado a nadadeira anal (aquela logo à frente de onde saem as
fezes) vai ver também a diferença entre a nadadeira normal em forma de leque da fêmea, e a
nadadeira modificada em forma de tubo do macho (gonopódio).

Costumes Reprodutivos: O Lebiste é uma espécie vivípara não-placentária (antigamente chamados


de ovovivíparos) em que houve uma mudança na nadadeira anal do macho, para um órgão copulador
chamado "Gonopódio". É com este órgão que o macho copula com a fêmea. Com uma alta taxa
reprodutiva, é aconselhável um aquário bem cheio de plantas, pois é costume dos lebistes comerem
seus recém-nascidos no aquário.
Guppies são razoavelmente tolerantes às condições da água e muitos iniciantes conseguem mantê-los
vivos por um ano ou dois sem fazer nenhum tipo de monitoramento, mas se você tentar manter um
pH estável de neutro a levemente alcalino (7.0-7.5), temperatura estável em torno de 26-28°C, e uma
boa rotina de manutenção, vai ter guppies mais coloridos, mais saudáveis e de vida mais longa (3-5
anos). Alimentar guppies é banal, eles estão sempre com fome e aceitam todos os tipos de comida,
mas existem rações comerciais especializadas para favorecer o crescimento da cauda e a coloração.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1

2.2 Utilização na Alimentação de Peixes, Gados, Aves e Suínos

A utilização de Lemnas e Azolla na alimentação de peixes é uma forma viável e mais barata,
sendo fornecida de forma fresca como alimento, ou seca como suplemento alimentar, especialmente
peixes herbívoros e onívoros como, por exemplo, as carpas. As Lemnas podem ser utilizadas na
alimentação de alevinos e larvas de peixe, como exemplo na China, que são utilizadas na alimentação
de alevinos de carpa capim. Além disso, podem contribuir para a sustentabilidade do sistema, por
tratar os efluentes e servir como alimento.

2.3

2.4 Materiais e Métodos

No dia 07 de outubro de 2010 foi realizada a coleta da Lemna sp. e Azolla no mangue do
Itacorubi, Florianópolis – SC, mas precisamente ao lado do NEPAQ/UFSC (Núcleo de Estudos em
Patologia Aquática), em uma pequena lagoa de água doce. A lagoa era um antigo e abandonado
viveiro de peixes da própria UFSC. O material foi coletado e em seguida levado ao laboratório de
Ecologia do Solo no CCA/UFSC, onde foi pesado, totalizando 1,985kg.
O material foi dividido em 3 bandejas (Figura???), após retirar os galhos e folhas, uma
bandeja continha o peso úmido de 608g, outra de 645g e mais uma de 535g, totalizando 1,788kg. A
lemna/azola colhida foi levada à estufa e secada com temperatura de aproximadamente 60ºC durante
24h.
O material seco foi novamente pesado, tendo este o peso seco de 22g, 24g e 21g,
respectivamente, totalizando 67g ou 3,7% do peso inicial.
O preparo da alimentação dos peixes aconteceu em duas etapas, conforme descrito a seguir.
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Na primeira etapa, foi preparada uma alimentação constituída apenas por lemna/azola,
conforme os seguintes passos:
1) A lemna/azola seca passou por uma triagem cujo objetivo foi separar, novamente, os galhos,
folhas e outros materiais.
2) A lemna/azola, então, foi esfarelada e acondicionada em recipiente com tampa ficando pronta
para ser oferecida aos peixes.

Na segunda etapa, foi preparada uma alimentação constituída de lemna/azola e ração


comercial para Guppi da Alcom, conforme os seguintes passos:

1) Uma porção da ração comercial foi separada e esfarelada (fig xx).


2) A lemna/azola foi novamente esfarelada , para que se misturasse completamente à
ração Guppi.
3) Em uma proporção de 50% para cada composto, a ração e o farelo de lemna/azolla
foram misturadas.
4) À essa mistura, foi adicionado, aproximadamente, 30ml de água mineral.
5) O composto foi misturado até formar uma massa homogênea, colocado em uma forma
em pequenas porções e levado ao forno a aproximadamente 50ºC por cerca 10 minutos.
6) A mistura foi retirada do forno e, com auxílio de uma colher, foi raspada da forma,
novamente esfarelada e acondicionada em pote com tampa ficando pronta para uso na alimentação
dos peixes.

A fase de alimentação dos peixes foi realizada em dois aquários, no período de 10 de outubro
2010 até 01 de dezembro 2010, e obedeceu os seguintes procedimentos.
O aquário 1, de capacidade de 50L e medindo 60x30x40cm, continha 2 fêmeas e 1 macho de
Gupi. O aquário 2, de capacidade de 40L e medindo 50x30x30, continha 6 tetra Mato Grosso e 1
Tricogaster azul.

A ração de lemna foi oferecida aos peixes pela manhã e pela noite por 3 dias. Observando-se
a pouca aceitação da ração pura de lemna/azola, inseriu-se na alimentação a ração Guppi. Nesta fase
a lemna/azola e a ração Guppi foram oferecidas no mesmo momento, no entanto, separadamente, por
4 dias.
Uma semana após o início do experimento a fêmea Guppi desovou aproximadamente 20
alevinos e os Guppis adultos foram colocados no aquário 2.
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Os alevinos, no aquário 1, receberam como alimentação somente a lemna/azola por 1


semana. Enquanto o aquário 2 continuou recebendo lemna/azola e ração separadamente.
Pôde-se observar que a aceitação da lemna/azola pelos alevinos foi diminuindo. A modo de
observação, uma pequena quantidade de ração Guppi foi oferecida aos alevinos, quando foi possível
observar que a aceitação era muito maior.
Depois de uma semana após a primeira desova, a segunda fêmea Guppi foi colocada no
aquário 1 para desova e novamente levada ao aquário 2. Dessa forma, a partir do 15º dia de
experimento, foi oferecida a mistura de 50% de lemna/azola e 50% ração Guppi para os dois
aquários.
Passado 1 mês da primeira desova, a primeira fêmea desovou novamente. Nessa fase, o
aquário 1 estava com aproximadamente 60 alevinos. Passado uma semana da terceira desova, a
segunda fêmea desovou novamente. Nessa fase, o aquário 1 estava com aproximadamente 80
alevinos.
A tabela abaixo resume a administração da ração e da lemna/azola:
Aquário 1 Aquário 2
Constituição Alimentação Constituição Alimentação
Início 2 fêmeas Guppi Ração de lemna/azola 6 Mato Grosso Ração de lemna/azola 2x ao
experimento 1 macha Guppi 2x ao dia 1 Tricogaster dia
Ração de lemna/azola e
Ração de lemna/azola e ração
2 fêmeas Guppi ração Guppi 6 Mato Grosso
4º dia Guppi separadamente 2x ao
1 macha Guppi separadamente 2x ao 1 Tricogaster
dia
dia
6 Mato Grosso
Ração de lemna/azola e ração
Ração de lemna/azola 1 Tricogaster
8º dia 20 alevinos Guppi Guppi separadamente 2x ao
2x ao dia 2 fêmeas Guppi
dia
1 macho Guppi
6 Mato Grosso
Mistura 50% de
1 Tricogaster Mistura 50% de lemna/azola
15º dia 40 alevinos Guppi lemna/azola e ração
2 fêmeas Guppi e ração Guppi 2x ao dia
Guppi 2x ao dia
1 macha Guppi
6 Mato Grosso
Mistura 50% de
1 Tricogaster Mistura 50% de lemna/azola
38º dia 60 alevinos Guppi lemna/azola e ração
2 fêmeas Guppi e ração Guppi 2x ao dia
Guppi 2x ao dia
1 macha Guppi
6 Mato Grosso
Mistura 50% de
1 Tricogaster Mistura 50% de lemna/azola
45º dia 80 alevinos Guppi lemna/azola e ração
2 fêmeas Guppi e ração Guppi 2x ao dia
Guppi 2x ao dia
1 macha Guppi
Quadro 1: Descrição da constituição dos aquários e alimentação administrada durante o período de experimento (10/10 a
01/12/2010)

3. Análise dos resultados


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A alimentação dos peixes adultos somente com a lemna/azola teve baixa aceitação. As
observações mostraram que os peixes não se atraíam pela ração de lemna/azola. Esse aspecto foi
evidenciado principalmente no momento em que foi colocada a ração Guppi, pela qual os peixes
ficaram imediatamente atraídos. Vale ressaltar que estes peixes vinham sendo alimentados com a
ração Guppi há mais tempo fato que pode explicar a baixa aceitação da lemna.
Com relação à mistura de lemna/azola e ração Guppi, observamos que a aceitação foi melhor,
sendo equiparada à aceitação da ração Guppi pura. Evidenciamos também que as fêmeas tiveram
duas desovas cada uma, no período em que a lemna/azola já estava constituindo a dieta dos peixes.
No primeiro grupo de 20 alevinos, que foi alimentado somente com lemna/azola por uma
semana, observamos que a aceitação da lemna foi diminuindo com o passar dos dias. Esse aspecto
foi novamente evidenciado principalmente no momento em que foi colocada a ração Guppi, pela
qual os alevinos se mostraram mais atraídos.
Já a mistura de lemna e ração, oferecida desde o momento em que o ocorreu a desova do
segundo grupo de alevinos, foi bem aceita desde o início por todos os alevinos. Assim, foi possível
observar que os alevinos de todas as desovas, tendo a lemna/azola inserida na sua alimentação,
tiveram crescimento satisfatório.
Em outras observações adjacentes à pesquisa, além da aplicação da lemna/azola seca na
alimentação dos peixes, as plantas foram também colocadas vivas nos aquários. Provavelmente pela
inserção da lemna viva nos aquários, pôde-se observar que a taxa de amônia permaneceu baixa e
estável no período do experimento.
Observamos também que uma porção de lemna in natura, colocada em um recipiente com água
em ambiente externo e recebendo maior incidência de luz solar, tiveram desenvolvimento
visivelmente maior do que aquelas colocadas nos aquários.

4. Críticas e sugestões

Atentamos para o fato de que não foi possível separar totalmente a lemna, azola e os outros
materiais nem no momento da coleta no mangue nem na separação após a coleta (antes da
secagem). Após a secagem, essa atividade tornou-se ainda mais complexa pois fica difícil detectar os
diferentes materiais como folhas, galhos e até pequenos organismos vivos (larvas, etc).
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Neste sentido, atentamos para o fato de que não é possível afirmar com precisão a
composição da ração, pois outros materiais não identificados podem ter sido consumidos pelos
peixes. Assim, o baixo nível de aceitação da Lemna pode ser também atribuído a esse fato.
Sugerimos também, para um experimento futuro da mesma natureza, separar os alevinos em
dois grupos, alimento um grupo somente com ração comercial, e o outro grupo com a mistura de
ração e lemna. Acreditamos que este procedimento pode trazer resultados interessantes.
É possível ainda fazer este mesmo experimento com porcentagens diferentes de mistura de
lemna e ração, testando essas misturas em diferentes grupos de peixes.

5. CONCLUSÃO
A lemna e a azolla serviram com certeza como complemento de ração para os peixes do
experimento. Os peixes adultos alimentados neste período apresentaram-se bem de saúde, não
ocorrendo nenhuma mortalidade. Os alevinos de guppi se desenvolveram bem, com bom
crescimento e também nenhuma mortalidade.
4. REFERÊNCIAS

TAVARES, F. A. Eficiência de Lemna sp. no tratamento de efluentes de


suinocultura e a sua utilização como fonte alternativa de alimento
para tilápias. 2004. 108 páginas. Dissertação de mestrado – Universidade
Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de
Aquicultura.

TAVARES, F. A. et al II-123 - POLIMENTO DE EFLUENTES DE LAGOAS


DE ESTABILIZAÇÃO COM A MACRÓFITA AQUÁTICA LEMNA sp. Anais
do 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Disponivel em:
http://www.saneamento.poli.ufrj.br/documentos/24CBES/II-123.pdf acesso em
19 de outubro de 2010.

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