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Apresentação......................................................................................... 3
Como Escolhemos Nossas Músicas Favoritas?.............................................4
A Influência de Cada Parte no Todo...........................................................5
Apresentando a Escala “Musipontos”......................................................... 6
As Etapas (e truques) da Produção........................................................... 7
1.Criação.......................................................................................8
2.Registro Original........................................................................ 10
3.Análises.................................................................................... 11
4.Experimentações....................................................................... 13
5.Gravação-Guia...........................................................................15
6.Captação das Bases................................................................... 17
7.Captação das Coberturas............................................................ 19
8.Overdubs e Rough Mix................................................................20
9.Mixagem...................................................................................22
10.Masterização........................................................................... 25
A Produção está Concluída!.................................................................... 27
Por Dentro da Escala Musipontos............................................................ 28
Cenário Musical - A Verdade Nua e Crua.................................................. 31
Avaliando Músicas com Musipontos......................................................... 33
O Papel da Tecnologia........................................................................... 35
Glossário............................................................................................. 37
Para se Aprofundar no Assunto............................................................... 37
(*tocar no rádio - aparecer nas paradas etc. - depende de outro fatores de pós-
produção, algumas músicas 4 já tocaram no rádio e muitas outras 6 ou 7 nunca, são
apenas referências para reforçar o valor de uma pontuação)
Composição
1. Criação
2. Registro Original
Pré-produção
3. Análises
4. Experimentações
5. Gravação Guia
Produção
6. Captação da Base
7. Captação da Cobertura
8. Overdubs e Rough Mix
9. Mixagem
10. Masterização
1. Criação
Tudo começa com uma boa matéria prima. O fundamento de uma
música sempre foi e sempre será o seu conteúdo lírico e musical. Existem
inúmeras escolas de ensino, teorias e cursos superiores de Música, e
portanto, sobre a arte de compor, reger, arranjar e interpretar músicas.
Algumas dos conhecimentos essenciais de um bom compositor são:
● Harmonia
● Contraponto
● Ritmo
● Arranjo e Instrumentação
● Ouvido absoluto e/ou relativo
● Instrumentos e Timbres
● Vocabulário musical
● Tipos de rimas
Procure registrar suas idéias assim que elas acontecem. Muitas vezes,
isso ocorre pela manhã, quando nossa cabeça ainda está "vazia" e
despreocupada. Tenha sempre à mão lápis e papel, ou um gravador portátil
(muitos celulares possuem esta função). Este estalo é quase sempre o ponto
de partida de uma grande composição.
Como as pessoas se comportam? O que as interessa? Como VOCÊ
enxerga uma determinada situação? Provavelmente há muitas outras pessoas
que se identificam com o seu ponto de vista!
2. Registro Original
A música concebida precisa ser registrada de alguma forma. Tanto
para fins de proteção dos direitos autorais quanto para viabilizar uma
produção – poder ser revisitada, estudada, otimizada, analisada, comunicada
a outros profissionais. O registro pode acontecer de várias formas, sendo que
as mais comuns são: partituras, tablaturas, cifras, letras ou uma simples
gravação do áudio que registra apenas letras sobre melodia, melodia sobre
harmonia ou simplesmente ideias melódicas.
Em futuras reuniões com o produtor musical, o compositor ou
intérprete discutirá objetivos, expectativas, cronogramas, custos, alternativas,
referências e repertórios. Além de ser utilizado como ponto de partida para a
pré-produção, este registro também servirá para comunicar ao produtor e sua
equipe qual é a essência da música – sua mensagem, conteúdo lírico e
musical. Trata-se, portanto, do primeiro registro objetivo do compositor.
Quando gravado em formato de áudio, possui uma particularidade de
extrema importância – captou intenções espontâneas do artista, que são
importantes e não devem ser esquecidas durante as próximas fases.
3. Análises
Esta fase inicia a Pré-Produção.
4. Experimentações
Neste momento, as análises já estão documentadas e diversas
decisões foram tomadas. Até agora, o processo ocorreu através de reuniões e
discussões entre artista e produtor. A próxima fase começa a fazer uso de
áudio no estúdio e/ou técnica. Versões são gravadas para se testar tonalidade
e andamento, estudar complexidade e alternativas.
É uma espécie de ensaio da gravação e da mixagem, para que músicos
e técnicos possam testar arranjos, formas e variações, retirando qualquer
dúvida ainda existente após as análises. Ao mesmo tempo, são realizadas
algumas gravações que serão úteis durante o desenrolar do processo.
O registro original da composição (em áudio) pode ser utilizado como
base para as versões experimentais, economizando-se tempo.
Por questões de agilidade, o próprio produtor ou outra pessoa da
equipe pode tocar alguns instrumentos ou mesmo cantar nas versões guias.
Neste caso, o artista não deveria se sentir "traído" de maneira alguma.
5. Gravação-Guia
Naturalmente, todas as experimentações e as várias gravações
realizadas durante a pré-produção caminham para uma gravação-referência,
um mix que resume todas as ideias e contém uma estrutura candidata à
forma final. Esta será a versão final da pré-produção.
Às vezes, esta gravação-guia consegue atingir um resultado tao bom
(artístico e técnico) que passa a fazer parte do CD demo (demonstração), do
EP ou mesmo do LP do artista*. Principalmente quando não há orçamento
para se seguir adiante com a produção, ou quando é importante uma rápida
divulgação.
9. Mixagem
sta etapa só deve começar quando todas as captações estiverem
concluídas, editadas e compiladas. Mixar, na verdade, nada mais é do que
misturar.
10. Masterização
Se a produção caminhou bem até este momento (e somente se
caminhou bem), este último musiponto (mix+master) é fundamental! Sendo
apenas um ponto, nunca poderá elevar uma produção de 4 para 8, mas pode
sim transformar uma música 5 em 6 ou outra 7 em 6 – neste último caso, um
verdadeiro desperdício. Costumo dizer que a função da mixagem e da
masterização é fazer jus à produção, simplesmente não estragar o que foi
feito nas etapas anteriores.
Na verdade, uma produção 7 que tenha uma deficiente masterização
(ou mixagem, nota 0 no último quesito) é de fato uma produção 8. Considero
que o ponto de mix/master é quase uma obrigação. Trata-se de um ponto que
pode ser conseguido, em último caso, com dinheiro - basta contratarmos bons
profissionais. Por outro lado, nem sempre o dinheiro poderá melhorar a nota
de uma composição.
A masterização é talvez uma das atividades mais especializadas e
menos compreendidas na produção musical. Muitos acreditam que seja a
principal responsável pela sonoridade final de um CD. Outros imaginam que é
uma etapa desnecessária, a qual somente as grandes produções burocráticas
tenham acesso. Pior ainda é pensar que pode ser realizada por algum plugin
mágico.
Pecar na masterização é como servir um sofisticado prato da culinária
francesa em um marmitex de alumínio - não faz o menor sentido e
certamente desvaloriza o produto. Teremos uma apresentação prejudicada,
menor interesse, pior experiência de consumo, até mesmo outra percepção
de sabores.
A masterização tem várias funções e algumas das principais são:
● Composição – 0 a 4 pontos
(muito simples, simples, boa, ótima, genial)
● Pré-Produção – 0 a 3 pontos
(nula, razoável, bem feita, impecável)
● Gravação – 0 a 2 pontos
(experimental, amadora, profissional)
Para fins práticos, vamos considerar que não existem notas quebradas.
Assim, cada música tem 10 graus de avaliação (1, 2, ...10). Não consigo
imaginar uma música que tenha 0 (zero) musipontos, embora você deva
concordar comigo que algumas que conhecemos estão bem próximas!
Exemplos:
● Uma composição primordial (4), que não foi pré-produzida (0),
relativamente mal gravada (1) e bem mixada (1), somaria apenas
4+0+1+1=6 musipontos, o que é um grande desperdício de talento!
● Uma composição razoável (2) e muito bem produzida (2 pré +
2 rec + 1 mix/master) atingirá uma nota 2+2+2+1=7, definitivamente
se destacando da média de mercado.
●Uma composição fraca (0) pode até ser bem produzida (4), mas
nunca será mais do que "mediana" (esta parece ser a receita atual:
investir muito nas últimas etapas, inundando o mercado com produtos
similares, enjoativos, supérfluos e descartáveis).
● Uma produção top (7 ou mais musipontos) requer excelência
técnica e artística em todas as etapas. Não basta ser apenas uma boa
composição ou ser masterizada na Sterling Sound.
● Quando uma excelente composição (4) é bem pré-produzida
(3), o resultado é ótimo (7), mesmo que não esteja muito bem mixada
ou masterizada. Porém, um cuidado adicional nestas últimas etapas
poderia consagrá-la como um clássico.
O Papel da Tecnologia
A tecnologia deveria ajudar na qualidade das músicas, certo? Eu
acredito que sim, mas o fato é que ela não tem conseguido realizar essa
missão com tanta eficácia. Entendo que muitas pessoas envolvidas na
produção musical encaram a tecnologia como um substituto para criatividade
e trabalho. Este é um grande engano.