Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BOA VISTA, RR
2019
JOCICLEY RODRIGUES DAMASCENO
BOA VISTA, RR
2019
Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)
Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima
D155a Damasceno, Jocicley Rodrigues.
Análise histórica : à introdução do gado nos campos naturais do rio
Branco no final do século XVIII / Jocicley Rodrigues Damasceno. –
Boa Vista, 2019.
43 f. : il.
CDU - 930.24:636.2
_____________________________________________________
Prof. Me. Orlando de Lira Carneiro
Orientador
_____________________________________________________
Profª Drª Maria das Graças Santos
Membro
_____________________________________________________
Profª Drª Shirlei Martins dos Santos
Membro
A Deus,
À minha mãe, Clotilde ,
pelo amparo e exemplo diário de
luta e fé na vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus, por seu amor e sua graça para com todos nós.
The present research is based on the New History and its methodological instrument
will be the historical method of analysis of texts, within this field that will make an
analysis on the introduction of cattle in Rio Branco was a process, not only turned to
an economic question, but , which had meanings directed to Portuguese political and
administrative interests. The various expeditions planned to venture into the upper
Amazon River, which triggered the spread of Portuguese lands to the White, made
possible a contact between the Portuguese-Brazilians and the native peoples who
lived in that region, which enabled the Portuguese advance and resistance of the
Portuguese. new areas, the attempted settlement of the new conquered lands would
lead the Portuguese government through the person of Lobo D'Almada to introduce
cattle breeding in the region in the late eighteenth century, being a mechanism to
provide the population fixation, whether indigenous or not -indigens.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 41
11
1 INTRODUÇÃO
Ainda com aporte em Bloch, fazendo papel de historiadora, não posso deixar
de mencionar e propagar tal conhecimento, dialogando com o passado de forma a
produzir o conhecimento que venha possibilitar um combate à ignorância. Dessa
maneira, não somente apresento um conhecimento isolado, mas parte da
construção da história do Estado de Roraima, terra que vivo.
1
Princípio do direito internacional que, em disputas envolvendo soberania territorial, reconhece a
legalidade e a legitimidade do poder estatal que de fato exerce controle político e militar sobre a
região em litígio.
14
2
Fato corrido em 1500, após descobrir o rio Amazonas, Vicente Yanez Pizon visitou as ilhas da foz,
nessa ilha foi bem recebido pelos Uruãs, mesmo sendo bem acolhido Pizon se apoderou de trinta
indígenas com o objetivo de vendê-los como escravos. Tal atitude perdurou por séculos.
3
Em 1542, quando Francisco de Orellana ou Dorella, ao descer o rio Amazonas pela primeira vez e
descobrir seus afluentes, teve que passar pela Foz de Nhamundá, sendo ele atacado por mulheres
guerreiras, as famosas amazonas, conhecidas hoje como parte de um grupo de guerreiras da
cultura Conduru ou Tapajós.
4
No ano de 1558, houve a divulgação da lenda do Paititi, que seria a eminencia de um reservatório
em que o ouro era abundante, essa divulgação foi realizada pelos índios tupinambás, quer eram
próximos a Chachapoyas. O vice-rei do Peru organizou uma expedição a comando de Pedro de
Ursua com a finalidade de procurar o local que exalava ouro. Essa procura se estendeu de
Topesana, no Huallaga em 1560,a expedição era composta por 300 espanhóis e 2.000 índios
aliados, toda via não conseguiram alcançar seus objetivos. Todavia, redundou na primeira tentativa
de divisão nas Américas, isso no ano de 1561, quando Fernando de Guzman foi aclamado rei das
possessões espanholas, contudo, após mil peripécias, o título recebido por Fernando foi repassado
a Lopo de Aguirre, que em um de seus atos, desceu o rio e atacou algumas das Antilhas, com seus
marañones acabando justiçados.
15
Fica nítido pela descrição de Loureiro que a região amazônica não era
desbravada e muito menos conhecida pelos portugueses. Dessa maneira, Cardoso
(2003 apud VIEIRA e FILHO, 2015) afirma que a região Amazônica no início do
século XVII era bem mais conhecida por holandeses, irlandeses, ingleses e
franceses, ao invés dos portugueses e espanhóis serem os detentores desse
conhecimento, já que as duas nações eram “donos” do Território pelo Tratado de
Tordesilhas. Um dos principais motivos, se não o principal, que levou o interesse
das nações europeias por essas região foi à proximidade da Amazônia do comércio
caribenho.
5
Etnia indígena que ajudou a construção do Presépio de Santa Maria de Belém Presépio de Santa
Maria de Belém.
16
alastra para a região de Belém, ocorrendo dessa maneira à destruição das aldeias
de Cuju, Mortiguara, Iguapé e Guamá. Mesmo com a derrota em alguns conflitos,
os tupinambás não se deram por vencidos e no ano de 1618, no dia 7 de janeiro,
liderados por Guaimiaba, atacaram Belém, todavia, devido à morte de seu líder,
que fora acertado por um tiro, a conquista de Belém foi diluída.
Com aporte em Loureiro (1982) este conflito gerou consequência, pois o ano
de 1619 foi marcado, o capitão-mor do Pará, Jerônimo Fragoso de Albuquerque
acometeu um ataque às aldeias tupinambás, o objetivo desse ataque foi escravizar
os indígenas com a pretensão de coloca-los para trabalhar nas lavouras, pesca,
construções e auxílios nas guerras. No mesmo ano, ocorreu o extermínio dos
tupinambás, realizado por 80 soldados e 400 índios tabajaras, potiguaras e caetás
que foram recrutados no nordeste, esse extermínio foi liderado por Bento Maciel
Parente. Com a vontade de empenho na missão de extermínio dos tupinambás,
Bento Maciel Parente durante três anos arrasou as aldeias de Cumã, Tapuitapera,
do Caeté e do Pará, matando uma quantidade de milhares de índios, com isso, os
tupinambás se espalharam, uns ficaram sob o domínio português e outra parte
emigrou para o amazonas acima. Nessa análise convém destacar ainda que:
novo forte, avançando as suas fronteiras, os combates eram revestidos pela união
pelo lado português, sendo composto o exercito por portugueses e indígenas que
eram milhares. Torrego (1628) foi arrasado em 1629, North (1629) foi destituído em
1631 e Camau (1628) foi ocupado em 1631, pois:
A expedição realizada por Pedro Teixeira foi a primeira a subir o curso das
águas do Amazonas, sua partida se deu do Maranhão a 25 de julho de 1637, e
teve uma passagem por Belém do Pará no dia 28 de outubro de 1637, local que
partiu para o seu destino. A expedição contou um número de duas mil pessoas,
dos quais eram compostos por 70 soldados, 1200 flecheiros e remadores
23
Dessa forma, é justamente no final do século XVIII, uma vez mais que o
aldeamento havia fracassado que o novo projeto referente à ocupação do território
será definitivamente adotado, demonstrando dessa maneira que Portugal
realmente tinha interesse em manter as terras sobre seu domínio. Com isso, a falta
de uma atividade econômica de caráter mercantil que possibilitasse a vinda de não-
indígenas para região, fez com que fosse introduzido a cultura pecuária com a
criação das chamadas “fazendas Reais” e a introdução do gado, essas mudanças
29
Fica evidente através do relato que, a ocupação não era algo de imediato ou
até mesmo de interesse inicial. Todavia, a partir do final do Século XVII ocorre um
aumento significativo de atividades nessa região, quer seja por meio de militares,
religiosos ou civis, mas, o efetivo domínio dessa região se deu a partir da segunda
metade do século XVIII. O grande conflito que ocorreu no início da década de
1770, onde envolveu os espanhóis foi o ponto de partida para a abrangência do
território. O conflito possibilitou a construção de um forte que teria como principal
objetivo a proteção de maneira militarizada contra qualquer tipo de invasão de
outras nações europeias.
Nesse sentido Farage (1991) vai apontar que o projeto do Marquês de Pombal
incluiu, entre as diversas medidas, a expulsão das ordens religiosas, a instituição
da Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará, e a proibição de
escravização indígena.
As vastas áreas do Rio Branco eram notórias e deveriam ser bem vistas,
antes de tudo a extensão de seus campos, que possibilita a propagação de uma
quantidade de gado que chegaria a milhares de cabeça, isso sendo possibilitado
pela boa qualidade do pasto que a região fornece. (SAMPAIO, 1777)
Não existe uma data precisa sobre a introdução do gado na região do Rio
Branco, os registros são controversos. Barbosa (1993) vai apontar que
6
Outro meio de colonizar o rio Branco seria não só permitir em toda a liberdade, e mesmo promover
que os soldados casassem com índias deste território. Mas excital-los para isso com o donativo de
algumas vaccas, e algumas egoas que se lhe dessem por conta da fazendo real: e que esta data se
distribuísse se realmentemente a qualquer outro homem casado, que ali se fosse estabelecer: se
todo assim se houvesse da praticar, coloniar o rio Branco, em forma que se podesse confiar na
existência das suas povoações seria mais fácil do que parece. (D’ALMADA, 1787, p. 681)
34
No ano de 1787, foi solicitado por Lôbo D’Almada à Pereira Caldas, que
fosse emitido uma remessa de cabeças de gados para fazer a povoação daquela
região com a finalidade de povoar os seus campos, esse pedido foi realizado
mediante a carta de 18 de maio de 1787 sendo levada por Nicolau de Sá
Sarmento. Reis (1982) faz o seguinte apontamento:
O plantel de Roraima foi então formado então formado com animais do Rio
Negro e gado espanhol deixado por Requeña, em Tefé, fundando Lobo
D’Almada a fazenda de São Marcos. Outras fazendas foram a de São
José, estabelecida pelo criador José Antônio Freire de Évora, de Barcelos
e a de São bento, Governo. Em 1806, o Rio Branco já possuía 2126 bois e
68 cavalos nas fazendas reais. (REIS, 1892, p. 140)
7
Os confrontos que se seguiram resultaram em mais violência ao longo de 1790. Foi nessa
conjuntura que as margens do rio Branco se tornaram cenários de diversas batalhas entre índios e
as tropas portuguesas, inclusive com a mais famosa de todas, que ficou conhecida como “Revolta
da Praia do Sangue” (OLIVEIRA, 2003, p. 81).
37
Em uma visão mais ampla sobre esse período, Magalhães (2008) vai
pontuar que:
Dessa forma, a virada do século XVIII para o XIX, teria como um mapa das
fronteiras portuguesas na região do alto Rio Branco desenhada da seguinte
maneira, os vizinhos europeus eram os espanhóis no Orinoco e os ingleses no
Essequibo, sendo que tais posições geopolíticas se consolidariam no século XIX, já
as povoações que fizeram parte das tentativas de instalação por parte dos
portugueses foram quase que totalmente extintas devida as rebeliões indígenas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS