Você está na página 1de 62

Área de Preservação Ambiental-APA

ÁREA PRESERVADA LOCALIZADA


AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA DENTRO DA ÁREA DO LOTEAMENTO
RESIDENCIAL BOSQUES DO MADEIRA

Consultoria Ambiental
Aquática Engenharia Ltda – CREA 1178-EM/RO
Rua José Camacho n°3415, Bairro Embratel
76.820-886 Porto Velho – RO
Fone: (69) 3224-4525
Aquática Engenharia
AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA
ÁREA PRESERVADA LOCALIZADA DENTRO DA
ÁREA DO LOTEAMENTO RESIDENCIAL
BOSQUES DO MADEIRA

Consultoria Ambiental
Aquática Engenharia Ltda – CREA 1178-EM/RO
CNPJ: 84.748.433/0001-10
Rua José Camacho n°3415, Bairro Embratel
76.820-886 Porto Velho – RO
Fone: (69) 3224-4525

Empreendedor:
Bosques do madeira empreendimento imobiliário SPE LTDA
CNPJ: 11.145.621/0001-80
Rua Dom Pedro II, 993-a – Sala 1, Bairro Centro
76.801-151 Porto Velho - RO

Porto Velho – Rondônia


Agosto - 2016

2
Índice de Ilustrações

Figura 1: Mapa de Zoneamento Urbano do município de Porto Velho .............................................. 52

Gráfico 1: Gráficos informativos da população de Porto Velho .......................................................... 47


Gráfico 2: Tabela do Desenvolvimento Humano em Porto Velho, 2010 ............................................. 48
Gráfico 3: Composição econômica de Porto Velho .............................................................................. 49

Mapa 1: Localização e acesso a área Estação Ecológica.................................................................... 11


Mapa 2: Área de Influência Direta e Indireta do empreendimento .................................................... 12
Mapa 3: mapa de delimitação dos corredores de tráfego de Porto Velho.......................................... 53
Mapa 4: Sistema de drenagem de Porto Velho ................................................................................... 55
Mapa 5: Mapa de Áreas verdes e dos igarapés ................................................................................... 56

Quadro 1: 20 melhores e 10 piores municípios em população atendida com água tratada. ............. 54
Quadro 2: Dez melhores e dez piores municípios em população com coleta de esgotos.................... 57

Tabela 1: Espécies de mamíferos com potencial ocorrência na área estudada .............................. 24


Tabela 2: Espécies de anfíbio e répteis ocorrentes na área localizada Estrada do Santo Antônio,
Bairro Triângulo, tendo como registro, Procura Visual (Pv); Encontros Ocasionais (Eo);
Entrevistas semi-estruturadas (Ee)................................................................................................... 32
Tabela 3: Espécies de aves registradas na área. ............................................................................... 36
Tabela 4: Descrição de algumas espécies entomológicas e ictiológicas levantadas na área em
estudo. ................................................................................................................................................. 38

Imagem 1: Mamífero encontrado na área da ordem Pilosa (Bicho preguiça/preguiça) ....................... 25


Imagem 2: Mamífero encontrado na área da ordem Pilosa (Bicho preguiça/preguiça) ....................... 25
Imagem 3: Mamífero encontrado na área da ordem Pilosa (Tamanduá) ............................................. 26
Imagem 4: Floresta Ombrófila aberta na Área de Preservação ............................................................ 40
Imagem 5: Floresta Ombrófila aberta na Área de Preservação ............................................................ 41
Imagem 6: Floresta de várzea na Área de Preservação ....................................................................... 41
Imagem 7: Floresta de várzea na Área de Preservação ....................................................................... 42
Imagem 8: Floresta de várzea na Área de Preservação ....................................................................... 42
Imagem 9: Floresta de várzea na Área de Preservação ....................................................................... 43
Imagem 10: Floresta de terra firme na Área de Preservação ............................................................... 43
Imagem 11: Floresta de terra firme na Área de Preservação ............................................................... 44

3
Sumário

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................................6
2. LEGISLAÇÃO APLICADA ...............................................................................................................................................7
2.1 Legislação Federal .................................................................................................................... 7
2.2 Resolução CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente ................................................. 7
2.3 Normas Técnicas Brasileiras - NBR .......................................................................................... 8
2.4 Legislação Estadual .................................................................................................................. 8
2.5 Legislação Municipal ................................................................................................................ 8
3. OBJETIVO ............................................................................................................................................................................9
4. HISTÓRICO DA ÁREA .................................................................................................................................................. 10
4.1 Localização e acesso ................................................................................................................11
5. ÁREA DE INFLUÊNCIA ............................................................................................................................................... 12
6. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO.................................................................................................. 13
6.1 Clima ........................................................................................................................................13
6.2 Relevo .......................................................................................................................................13
6.3 Geologia ...................................................................................................................................13
6.4 Hidrologia ................................................................................................................................14
7. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO .............................................................................................. 15
7.1 Fauna .......................................................................................................................................15
7.1.1 Mastofauna ...............................................................................................................................17
7.1.1.1 Materiais e métodos para levantamento da Mastofauna ................................................... 18
7.1.1.2 Local de coleta de dados ...................................................................................................... 20
7.1.1.3 Resultados e discussões da Mastofauna .............................................................................. 20
7.1.2 Introdução a Herpetofauna ......................................................................................................27
7.1.2.1 Materiais e métodos para levantamento da hepertofauna ................................................. 28
7.1.2.2 Resultado e discussões do levantamento da herpetofauna ................................................. 30
7.1.3 Introdução à Avifauna ..............................................................................................................33
7.1.3.1 Materiais e métodos de pesquisa da avifauna .................................................................... 35
7.1.3.2 Resultados e discussões da avifauna ................................................................................... 36
7.1.4 Caracterização da entomofauna e ictiofauna ...........................................................................37
7.1.5 Síntese do levantamento da fauna local ....................................................................................38
7.2 Flora.........................................................................................................................................39
7.2.1.1 Floresta Ombrófila aberta ................................................................................................... 40
7.2.1.2 Floresta de Várzea ............................................................................................................... 41
7.2.1.3 Floresta de Terra Firme ........................................................................................................ 43
7.2.1.4 O papel das florestas ........................................................................................................... 44

4
8. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO SOCIOECONÔMICO ........................................................................ 47
8.1 População.................................................................................................................................47
8.2 Qualidade de Vida ....................................................................................................................48
8.3 Economia..................................................................................................................................49
8.4 Habitação .................................................................................................................................49
8.5 Serviços de Saúde .....................................................................................................................50
8.5.1 Sistema viário ...........................................................................................................................53
8.5.2 Abastecimento de Água ............................................................................................................53
8.5.3 Abastecimento de Água tratada ................................................................................................54
8.5.4 Rede de Drenagem ...................................................................................................................55
8.5.5 Esgotamento Sanitário .............................................................................................................57
8.5.6 Fornecimento de Energia Elétrica e Iluminação Pública .........................................................57
8.5.7 Serviços de coleta de resíduos sólidos urbanos ........................................................................58
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 59
10. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................... 60
11. ANEXOS............................................................................................................................................................................. 62

5
1. Introdução

O Licenciamento Ambiental é um Instrumento da Política Nacional do Meio


Ambiente, estabelecido pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 e tem como principal
conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente.

O projeto em estudo prevê a área preservada do Município, localizado no


loteamento Bosque do Madeira Empreendimento Imobiliário SPE LTDA, reúne todas as
informações relacionadas à localização da área e Identifica e analisa os aspectos legais
no âmbito Federal, Estadual e Municipal; Define as áreas de influência e informações
relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do empreendimento.

Com a elaboração deste estudo, atende a legislação federal quanto às


várias exigências quanto a criação de áreas de preservação e a instituição de Sistema de
Unidade de Conversação.

6
2. Legislação Aplicada

A implantação de novos empreendimentos é controlada por instrumentos legais


e técnicos que definem a obrigatoriedade de serem submetidos à análise dos órgãos
municipais competentes de transporte e trânsito, ambiental e de planejamento.

2.1 Legislação Federal

Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2010


Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Lei n° 10.257 de 10 de julho de 2001
Regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal que estabelecem
diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
Constituição Federal 1988
Artigo 225 que dispõe sobre meio ambiente;
Artigo 182 que dispõe sobre desenvolvimento urbano.
Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981
Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação e dá outras providências.
Lei n° 6.766/1979
Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano.
Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965
Lei 98985, de 18 de julho de 2000
Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras
providências.
Lei 6.902, 27 de abril de 1981
Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental e dá
outras providências.
Código Florestal Brasileiro.
2.2 Resolução CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
Resolução CONAMA 307/2002
Dispõe sobre o destino dos resíduos sólidos de obras.
Resolução CONAMA 237/1997

7
Dispõe sobre licenciamento ambiental; competência da União, Estados e
Municípios; listagem de atividades sujeitas ao licenciamento; Estudos
Ambientais, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.
Resolução CONAMA 001/1986
Política Nacional do Meio Ambiente.
Resolução Conama/Nº 010 de 14 de dezembro de 1988

2.3 Normas Técnicas Brasileiras - NBR


ABNT/NBR 1367 - canteiro de obras;
ABNT/NBR 10151-níveis de ruído;
ABNT/NBR 15112 e 15113 - destino dos resíduos de obras.

2.4 Legislação Estadual


Constituição do Estado de Rondônia
- Artigo 261 que dispõe sobre meio ambiente.

2.5 Legislação Municipal


Lei n° 1.954 de 2011
Estabelece Padronização para as calçadas de Porto Velho
Lei Complementar n° 336 de 2009
Altera o artigo 114 e revoga o Anexo 5 quadro 3 - referente ao sistema viário, de
que dispõem a Lei Complementar nº 097 de 29 de Dezembro de 1999.
Lei Complementar nº 311 de 2008
Dispõe sobre o Plano diretor do Município de Porto Velho.
Lei Complementar n° 138 de 2001
Dos princípios do Código Municipal de Meio Ambiente.
Portaria Municipal 265 de 2001
Dispõe sobre impactos sobre a morfologia urbana.
Lei Complementar nº110 de dezembro de 2000
Altera dispositivos da LC nº 097
Lei Complementar n° 097, 29 de dezembro de 1999
Dispõe sobre o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Município de Porto
Velho.
Lei Orgânica do Município de Porto Velho de 1990

8
3. Objetivo

O Diagnóstico Ambiental consiste na elaboração de uma descrição e análise dos


recursos ambientais e suas interações
O estudo tem por objetivo elencar e delimitar a área que compreende a área
preservada do município, determinando toda a estrutura no qual ela se insere.
As áreas de conservação ambiental tem por finalidade a conservação de
processos naturais e da biodiversidade, através da orientação, do desenvolvimento e da
adequação das várias atividades humanas às características ambientais da área.

9
4. Histórico da área

A área em estudo possui característica de área de expansão urbana,


demonstrando ter sofrido forte pressão antrópica pelo avanço da urbanização, estando
hoje parcialmente antropizada.

Originalmente a cobertura vegetal da área do empreendimento a ser


instalado, correspondia de acordo com o Inventário Florestal Diagnóstico da 2ª
Aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico de Rondônia, a Floresta
Ombrófila Aberta. Este tipo de floresta ocorre em relevo plano a suavemente ondulado.

Foi verificado que na área de influencia do empreendimento a vegetação é


caracterizada por mata primária nas áreas de preservação permanente, e de mata
secundária, capoeira e pastagem no restante das áreas, demonstrando que já houve a
interferência humana na área, principalmente nas bordas como pode ser observado nas
imagens aéreas atuais da área onde será implantado o empreendimento e seu entorno.

De acordo com a legislação vigente e os levantamentos característicos área


preservada, logo se tem uma vocação da área, uma Estação Ecológica, de acordo com a
Lei 9.985, no qual expõe a sua instituição e se elenca suas funcionalidades ( art 9°),
proibições (art 9º, § 2°) e exceções de alterações (art 9°, § 4°) aos quais a própria
legislação permite.

A área a que se destina a APA é 227.900 m² conforme estudo e


dimensionamento realizado.

10
4.1 Localização e acesso

A área a que se refere o estudo está localizada, na Estrada do Santo Antônio,


S/N, Bairro Triângulo na Estrada 13 de Setembro, S/N, Bairro Cidade do Lobo, em Porto
Velho, sob as coordenadas geográficas: 8°49’20.11”S-63°52’24.24”O.

Limitações:

A área possui as seguintes confrontações:

Ao Norte – Limita-se com a APA do Rio Madeira;

Ao Sul – Com condomínio;

A Leste – Condomínio Residencial Bosque do Madeira;

A Oeste – Terras Particulares.

Mapa 1: Localização e acesso a área Estação Ecológica

11
5. Área de Influência

A área de influência é aquela que de alguma forma sofrerá ou exercerá


influência sobre o empreendimento, seja nos aspectos físico-bióticos ou
socioeconômicos, e normalmente pode ser divididas em Área de Influência Direta - AID e
Área de Influência Indireta-AII. Sua delimitação deu-se em razão das características
sociais, econômicas, físicas e biológicas do local onde se pretende inserir o
empreendimento e das particularidades do projeto.

Área de Influência Direta-AID é a área sujeita aos impactos diretos da


implantação e operação do empreendimento. Neste sentido definiu-se como Área de
Influência Indireta-AID, toda a área do empreendimento.
Área de influência Indireta-AII: é aquela real ou potencialmente sujeita aos
impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento. Considerando as
características do projeto e os aspectos sociais inerentes à dinamização dos processos
com a implantação do empreendimento, neste sentido definiu-se como Área de
Influência Indireta-AII, a área que abrange a cidade de Porto Velho.

Porto Velho

Mapa 2: Área de Influência Direta e Indireta do empreendimento


Fonte: Google Maps

12
6. Diagnóstico Ambiental do meio Físico

Este diagnóstico caracteriza o meio físico da Área de Influência Direta e Indireta


do empreendimento, e consiste na elaboração de uma descrição e análise dos seus recursos e
suas interações, considerando ainda, as características do município de Porto Velho, cidade
de implantação do empreendimento.

6.1 Clima

O empreendimento localiza-se a região de Porto Velho, onde o clima que se


apresenta é equatorial quente e úmido, do tipo AM (Koppen 1948), com precipitação média
do mês mais seco inferior a 10 mm e uma precipitação média anual de 2.355mm entre
1993/98, com 66,36 % das chuvas ocorrendo nos meses de novembro a março e 2,38 %
entre os meses de junho e julho, período considerado seco. Caracterizando uma estação
chuvosa com precipitação elevada, e outra estação mais curta e seca.

6.2 Relevo

A região de Porto Velho situa-se no vale do Rio Madeira, entre a planície


amazônica e o planalto central brasileiro. O relevo do município de Porto Velho é pouco
acidentado, não apresentando grandes elevações ou depressões, o que justifica a pouca
variação de na área do empreendimento.

6.3 Geologia

A área de estudo, segundo a classificação de Rizzotto et al (2005) localiza-se na


formação Rio Madeira, onde segundo os mesmos autores reúne depósitos sedimentares
resultantes da formação e evolução do leito ativo e planície de inundação do rio Madeira.
Neste local, encontram-se pequenas rochas ferro-siltosas dispostas aleatoriamente, na parte
mais alta, no interior da mata, que também foram observados por Rizzotto et al (2005), que
afirmaram que “nesta mesma formação há uma junção a um pacote de argila siltosa
amarelada, onde neste contato, ocorrem níveis centímetros e endurecidos por óxidos e
hidróxidos de ferro”.

13
6.4 Hidrologia

A hidrologia local caracteriza-se pelo Igarapé Bate Estacas e dois cursos d’água
sem denominação, extensões de terras permanentemente inundadas, que se confronta com
o mesmo ramal. Estas águas ficam retidas devido às características dos solos que compõe a
área de estudo, impedindo assim um maior fluxo subterrâneo, e sofrem represamento pelo
Bate Estacas. De acordo com moradores locais, estes corpos d’água apresentam fluxos
contínuos ao longo do ano, mas diminuem seu fluxo à medida que as chuvas diminuem.

Desta forma, o solo ao redor destes cursos d’água apresenta uma grande
quantidade de argila misturada com sedimentos orgânicos que dão uma característica de
áreas alagadas permanentemente. Nota-se desta forma que a água apresenta uma maior
dificuldade em adentrar o perfil de solo, tanto pelas propriedades hidrofóbicas da argila,
como pelo abatimento da superfície, ocasionado pelo grande fluxo de pessoas na área de
estudo, causando assim uma maior dureza no solo.

O solo neste local apresenta uma característica mais escura do que o solo
dominante na região da área de estudo. Desta forma, destaca-se a grande quantidade de
matéria orgânica misturada com o mesmo que faz com que se apresente a cor característica
de áreas predominantemente alagadas.

Na área do empreendimento, encontram-se duas nascentes, próximas à área de


maior densidade vegetal. As duas nascentes ficam relativamente afastadas, sendo que uma
está localizada em uma área de maior densidade florestal do que a outra. Apesar disto, os
solos das proximidades de ambas apresentam características semelhantes das descritas
anteriormente no que se refere ao solo que compõe o interior da mata, rico em matéria
orgânica em uma camada fina e um material siltoso misturado com esta matéria orgânica em
uma camada inferior. Estes cursos d’água apresentam pequena profundidade e largura não
superior a 1,5 metros. Abaixo da camada de húmus que encobre toda borda dos corpos
d’água, a 15 cm de profundidade, encontra-se um solo siltoso amarelado que se junta com o
material orgânico, formando uma semi-camada amarelo-acinzentada.

14
7. Diagnóstico ambiental do meio biótico

Este diagnóstico caracteriza o meio biótico da área de influência direta e indireta


do empreendimento, e consiste na elaboração de uma descrição e análise dos seus recursos e
suas interações, considerando ainda, as características do município de Porto Velho, cidade
de implantação do empreendimento.

7.1 Fauna

Em nenhum lugar do mundo, existem mais espécies de animais e de plantas do


que na Amazônia, tanto em termos de espécies habitando a região como um todo
(diversidade gama), como coexistindo em um mesmo ponto (diversidade alfa). Entretanto,
apesar da Amazônia ser a região de maior biodiversidade do planeta, apenas uma fração
dessa biodiversidade é conhecida.

Os artrópodes (insetos, aranhas, escorpiões, lacraias e centopéias, etc.)


constituem a maior parte das espécies de animais existentes no planeta. Na Amazônia, estes
animais se diversificaram de forma explosiva, sendo a copa de árvores das florestas tropicais
o centro da sua maior diversificação. Apesar de dominar a Floresta Amazônica em termos de
número de espécies, número de indivíduos e biomassa animal, e da sua importância para o
bom funcionamento dos ecossistemas, estima-se que mais de 70% das espécies amazônicas
ainda não possuem nomes científicos e, considerando o ritmo atual de trabalhos de
levantamento e taxonomia, tal situação permanecerá por muito tempo. Atualmente, são
conhecidas 7.500 espécies de borboletas no mundo, sendo 1.800 na Amazônia. Para as
formigas, que contribuem com quase um terço da biomassa animal das copas de árvores na
Floresta Amazônica, a estimativa é de mais de 3.000 espécies. Com relação às abelhas, há no
mundo mais de 30.000 espécies descritas sendo de 2.500 a 3.000 na Amazônia.

O número de espécies de peixes na América do Sul ainda é desconhecido, sendo


sua maior diversidade centralizada na Amazônia. Estima-se que, o número de espécies de
peixes para toda a bacia seja maior que 1300, quantidade superior a que é encontrada nas
demais bacias do mundo. O estado atual de conhecimento da ictiofauna da América do Sul se
equipara ao dos Estados Unidos e Canadá de um século atrás e pelo menos 40% das espécies
ainda não foram descritas, o que elevaria o número de espécies de peixes para além de

15
1.800. Apenas no rio Negro já foram registradas 450 espécies. Em toda a Europa, as espécies
de água doce não passam de 200.

Um total de 163 registros de espécies de anfíbios foi encontrado para a Amazônia


brasileira. Esta cifra equivale a aproximadamente 4% das 4.000 espécies que se pressupõe
existir no mundo e 27% das 600 estimadas para o Brasil. A riqueza de espécies de anfíbios é
altamente subestimada. A grande maioria dos estudos concentra-se em regiões ao longo das
margens dos principais afluentes do rio Amazonas ou em localidades mais bem servidas pela
malha rodoviária. Foram encontradas 29 localidades inventariadas para anfíbios na
Amazônia brasileira. Deste total, apenas 13 apresentaram mais de 2 meses de duração. Isso
significa que, a Amazônia é um grande vazio em termos do conhecimento sobre os anfíbios e
muito ainda há que ser feito.

O número total de espécies de répteis no mundo é estimado em 6.000, sendo


próximo de 240 espécies o número de espécies identificadas para a Amazônia brasileira,
muitas das quais restritas à Amazônia ou a parte dela. Mais da metade dessas espécies são
de cobras, e o segundo maior grupo é o dos lagartos. Embora já se tenha uma visão geral das
espécies que compõem a fauna de répteis da Amazônia, certamente ainda existem espécies
não descritas pela ciência. Além disso, o nível de informação em termos da distribuição das
espécies, informações sobre o ambiente onde vivem, aspectos de reprodução e outros
ligados à biologia do animal, assim como, sobre a relação filogenética (de parentesco) entre
as espécies é ainda baixo.

As aves constituem um dos grupos mais bem estudados entre os vertebrados,


com número de espécies estimado em 9.700 no mundo. Na Amazônia, há mais de 1000
espécies, das quais 283 possuem distribuição restrita ou são muito raras. A Amazônia é a
terra dos grandes Cracidae (mutuns), Tinamidae (inhambus), Psittacidae (araras, papagaios,
periquitos), Ramphastidae (tucanos e araçaris) e muitos Passeriformes como por exemplo,
os Formicariidae, Pipridae e Cotingidae.

O número total de mamíferos existentes no mundo é estimado em 4.650. Na


Amazônia, são registradas atualmente 311 espécies. Os quirópteros e os roedores são os
grupos com maior número de espécies. Mesmo sendo o grupo de mamíferos mais bem
conhecido da Amazônia, nos últimos anos, várias espécies de primatas tem sido descobertas,
inclusive o sagüi-anão-da-coroa-preta, e o sauim-de-cara-branca, Callithrix saterei.

16
Portanto, além da necessidade de mais inventários biológicos, um considerável
esforço de amostragem também é necessário para se identificar os padrões e os processos
ecológicos e biogeográficos.

7.1.1 Mastofauna

O Estado de Rondônia está localizado na porção sul da região Amazônica, numa


faixa de transição entre o Bioma Cerrado e Bioma Amazônico. Esta Localização privilegiada,
torna as florestas do Estado ricas em biodiversidade e com endemismo de várias espécies.
Porém, toda essa riqueza vem sendo ameaçada devido ao acelerado ritmo de desmatamento
que ocorre em Rondônia, desde o Inicio do processo de colonização, mas que se acentuou
durante a década de 1.970 com a intensa migração decorrente de projetos de assentamento
para reforma agrária, onde levas de trabalhadores rurais do sul e sudeste do país vieram
para o Estado em busca de melhores condições de vida.

Os primeiros levantamentos faunísticos, dentro da região geográfica que hoje


constitui o Estado de Rondônia, foram realizados no Rio Madeira/ Mamoré, por volta do final
do século 18 (pelzeln, 1883), mas, o sul do Estado foi explorado pela primeira vez somente
no inicio do século atual, através da Comissão Rondon e a Expedição Roosevelt- Rondon
(Miranda-Ribeiro, 1914; Allen, 1916; Miller, 1916), cujas incursões, incluíram o Rio
Roosevelt.

Os levantamentos subsequentes foram realizados a partir da década de oitenta,


através dos Programas Polonoroeste (de Vivo, 1985; Marques, 1990) e Planafloro (Ferrari et
al, 1995,1996ª, 1998), e de outros estudos mais específicos (p.ex. Schneider et al, 1990;
Ferrari & Lopes, 1992ª).

De acordo com as informações disponíveis, o Estado de Rondônia abriga, pelo


menos, 280 espécies de mamíferos terrestres (Ferrari et al., 1998), mais da metade do total
que compõe a Mastofauna brasileira, excluindo espécies aquáticas (Fonseca et al, 1996),
sendo que, os levantamentos realizados ao longo de todo o Estado de Rondônia por Ferrari
et al., (1995, 1996ª,1996b, 1997, 1998), confirmaram sua grande diversidade de mamíferos
e apontaram o sul do Estado, como área de grande importância para a conservação da
Mastofauna, devido à diversidade de ecossistemas encontrados. Além da floresta alta de

17
terra firme, típica da planície amazônica, o sul de Rondônia engloba uma série de ambientes
caracterizados por vegetação mais ou menos aberta, que sofre influência, tanto da transição
entre a “Hiléia” amazônica e a savana aberta, ou cerrado, do Brasil central, como da
geomorfologia de chapadas e serras (RADAM Brasil, 1974).

Atualmente, Rondônia passa por um processo de fragmentação florestal, apesar


da existência de grandes áreas protegidas, o processo de desmatamento não poupa, em
muitos casos, as áreas destinadas a reservas legais e Áreas de Preservação Permanente, as
quais são de extrema importância na dinâmica de fragmentação, uma vez que, quando
preservadas servem de corredores de fauna, possibilitando o fluxo gênico com grandes
maciços florestais, como Unidades de conservação e Terras Indígenas. Quando estes
fragmentos ficam isolados, não atendem mais as necessidades ecológicas de determinadas
espécies, iniciando assim, processos de extinção local.

Objetivo geral deste estudo é realizar um levantamento rápido de Fauna de uma


área onde será implantado o empreendimento destinado a casas habitacionais, no município
de Porto Velho-Ro, com os objetivos específicos de maior compreensão da fauna residente
no local; propor medidas de minimização aos impactos que serão causados pela supressão
da vegetação, à fauna e, estimar a riqueza faunística da área.

7.1.1.1 Materiais e métodos para levantamento da Mastofauna

 Busca visual ou transecção linear

A transecção linear - "linear transect", foi proposto por Burham em 1980,


seguindo procedimento padrão estabelecido para estudos de populações de mamíferos
diurnos e noturnos de florestas tropicais (p.ex. EISENBERG et al., 1979; EMMONS, 1984;
BROCKELMAN e ALI, 1986; PERES, 1990, 1996, 1997b; BODMER et al., 1997). Este é o
método mais utilizado para censo de mamíferos neotropicais e já foi empregado em vários
levantamentos realizados no Estado de Rondônia (FERRARI et al., 1995, 1996; LEMOS DE SÁ,
1996; segunda aproximação do ZSEE, 1998; MESSIAS, 2002a e 2002b; TERRASSINI &
ALBUQUERQUE, 2008). Também tem sido amplamente utilizado por vários pesquisadores e
centros de pesquisas na Amazônia brasileira para o estudo de populações de mamíferos
diurnos e noturnos (EMMONS, 1984; LOPES, 1993; PERES, 1990, 1996, 1997) e também, em

18
outros biomas como a Mata Atlântica (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2000) e em estudos
de inventários das usinas do Madeira.

Foi utilizado o método de detecção visual (observação direta por “Busca Ativa”)
com auxílio de binóculos 10X70 e câmeras fotográficas com lentes tele (55-300mm) para
avistamento de mamíferos de médio e grande porte (terrestre e arborícolas). A área de
estudo foi realizada em vários pontos, durante 2 (dois) dias (de 3 a 4 de Abril de 2015) por
profissionais habilitados, além de indícios da presença de espécimes (pegadas, fezes, abrigos
e vocalizações), tendo um esforço amostral de 14 horas/dia por técnico, totalizando 28
horas de esforço amostral.

As amostragens realizadas em três pontos distintos, com atividades diurnas,


seguindo as linhas definidas e, anotados, fotografados e identificados (quando possível) os
mamíferos e, os que não foram avistados no local, eram feitos levantamentos de
identificação com auxílio de literatura específica no laboratório com análise das informações
coletadas, como: fotos, anotações, entrevista com moradores do entorno e/ou vestígios
encontrados.

 Procura Ativa por Vestígio

Os mamíferos de modo geral, com exceção das espécies sociais, como os primatas,
podem ser considerados como um grupo críptico, particularmente em ambientes de floresta
tropical, visto que, muitas espécies apresentam habito solitário, crepuscular ou noturno,
terrestre ou escansorial. Dessa forma, a busca por vestígios deixados na área por estas
espécies é de grande relevância para a realização de um inventário de mamíferos terrestres.
Esses vestígios consistem em: fezes, pegadas, tocas, abrigos, carcaças, ranhuras em árvores e
frutas parcialmente consumidas com as marcas de dentição.

 Entrevista semi-estruturada

O método de entrevista semi-estruturadas muito utilizada em estudos de


Mastofauna na Amazônia, é considerado um método complementar ao levantamento das
espécies de mamíferos de médio e grande porte, particularmente, em inventários de rápida
duração, como é o caso deste. Este método foi empregado com alguns dos moradores
residentes em volta do entorno da área de estudada.

19
 Encontros ocasionais

Consiste no registro de todas as espécies encontradas enquanto estiverem sendo


executadas nenhuma outra metodologia, seja durante os deslocamentos entre trilhas ou no
trajeto de volta das trilhas. Essa metodologia, permite o registro de espécies que podem não
ter sido encontradas na região, utilizando-se de alguma das metodologias anteriores. Esta
serve de complemento às demais a serem aplicadas.

 Revisão literária

Esta consiste em buscar uma fundamentação através de pesquisas anteriores,


publicadas em sites, anais de eventos e congressos, a fim de complementar, artigos, etc., no
sentido de complementar a pesquisa em questão, de forma a garantir que as diferentes
espécies sejam citadas, mesmo que não tenham sido encontradas, através das diversas
metodologias utilizadas.

7.1.1.2 Local de coleta de dados

Os locais para realização da coleta de dados foram escolhidos de acordo com a


relevância de conservação. Devido a curto tempo de amostragem, os locais de coleta também
foram escolhidos visando uma maior probabilidade de registro de espécies, tendo em vista
uma amostragem completa, deveria ser realizada ao longo de pelo menos um ano. Portanto,
locais onde se sabe que há uma maior abundância de espécimes e espécies, foram escolhidos
lagoas e poças temporárias, a fim de otimizar as coletas. Também foram amostrados alguns
pontos de mata de terra firme, a fim de, não se tendenciar os dados obtidos amostrando
somente espécies típicas de áreas riparias.

7.1.1.3 Resultados e discussões da Mastofauna

O estudo, para mamíferos de médio e grande porte (terrestre e arborícolas)


foram determinados 3 (três) pontos, durante 2 (dois) dias, por dois profissionais,
totalizando um esforço amostral de 14 horas/dia por técnico num total de 28 horas. As
metodologias utilizadas foram busca visual ou transecção linear, entrevista semi-
estruturada, encontros ocasionais, local de coleta de dados e revisão literária.

20
Atualmente, são consideradas 652 espécies nativas no Brasil, e na floresta amazônica,
possui cerca de 45% com 311 espécies descritas, e dentro deste imenso grupo as quatro
ordens mais diversificadas e com expectativas de aumento do número de espécies são
Rodentia, Chiroptera, Didelphimorphia e Primates, sendo as três primeiras com a taxonomia
ainda mal definida.

 Mamíferos de pequeno porte “não voadores" e (ordens Rodentia e


Didelphomorphia)

Entre os grupos pertencentes à classe Mammalia, os pequenos mamíferos


(roedores e marsupiais) estão entre os táxons mais diversificados dentro deste grupo de
fauna. Estima-se que, cerca de dois terços da diversidade total de mamíferos amazônicos
seja composta por espécies de pequenos mamíferos. Somente para o grupo dos pequenos
mamíferos não-voadores são descritas atualmente 22 espécies de marsupiais e 72 espécies
de roedores para a Amazônia Brasileira (da SILVA et al., 2001).

Sabe-se que, a fertilidade do solo e a densidade do sub-bosque são fatores


ecológicos primários responsáveis pela riqueza de espécies local destes grupos, sendo a
quantidade e o padrão anual de chuvas relativamente menos importante (EMMONS, 1984).
Estudos preliminares com roedores e marsupiais sugerem que na Amazônia os sistemas de
água preta (segundo SIOLI 1990, águas pobres em material em suspensão e ricas em
substâncias úmidas dissolvidas) podem ser muito mais sensíveis a ações antrópicas, uma vez
que, a abundância relativa de espécies é menor nessas áreas do que em áreas de água branca
(isto é, águas com coloração barrenta devido à grande quantidade de sedimentos em
suspensão, segundo SIOLI, 1990). Esse grupo taxonômico desempenha importantes papéis
dentro das comunidades ecológicas devido em parte, aos seus amplos hábitos alimentares,
variando entre insetívoro, frutívoro e herbívoro. Essas espécies podem ser potenciais
dispersores de sementes (participam dos processos de sucessão ecológica) e fungos
(MALCOLM, 1991; JANOS et al., 1995; MANGAN & ADLER, 1999; 2002; SILVA, 2005) e ainda
fazem parte da dieta de outras espécies carnívoras como: aves, répteis e outros mamíferos
de médio e grande porte (ROCHA et al., 2004; ACUÑA et al., 2004; FREITAS, 2008).

Populações de pequenos mamíferos são indicadas como reservatórios


importantes de Anta vírus, Leishmania spp., Trypanosoma cruzi (REIG & USECHE, 1976) e
várias outras doenças silvestres.

21
Desta forma, é necessário grande conhecimento sobre a diversidade e biologia
deste grupo taxonômico, perante sua relevância no ecossistema Amazônico.

 Mamíferos de pequeno porte “voadores” (ordem Chiroptera)

A modificação da paisagem pelo homem tornou-se regra na maior parte do


planeta. Ao modificar as áreas silvestres de um modo profundo, as pessoas estão criando
novos tipos de habitat e paisagens sobre as quais pouco se conhece. Compreender as
paisagens modificadas pelo homem é uma das chaves para a compreensão da diversidade
ecológica e funcionamento dos biomas. Considerando que, o interesse nas paisagens, criadas
ou modificadas pelo homem é relativamente recente, mesmo algumas das questões básicas
sobre essas paisagens, ainda precisam ser respondidas, por exemplo: Que espécies ocorrem
no presente e persistem nos habitat dominados pelo homem? De que maneira esses
elementos da biota são funcionalmente similares ou diferentes das comunidades silvestres
que foram modificadas? (MAYFIELD et al., 2006).

Esses animais estão agrupados na Ordem Chiroptera, que abrange cerca de


aproximadamente 202 gêneros e 1120 espécies (SIMMONS, 2005, REIS, 2007) e representa
um quarto de toda a fauna de mamíferos do mundo, sendo a segunda maior, atrás apenas da
Rondentia. Estão distribuídos em duas subordens, Megachiroptera, restrita à África, Ásia e
Oceania e Microchiroptera, com ampla distribuição geográfica, incluindo três famílias
cosmopolitas, e também os da ordem pilosa. Tão presentes quanto desconhecidos, os
morcegos têm participação decisiva na manutenção dos ecossistemas. Além da dispersão de
sementes, da polinização e do controle de insetos, esses mamíferos voadores podem, por
outro lado, abrigar agentes patogênicos como vários tipos de bactérias, fungos e vírus
(FREITAS, 2008).

Segundo Reis (2007) os morcegos são animais de hábito noturno, que também
enxergam durante o dia, ainda, utilizam um interessante sistema de orientação e
comunicação por meio de sons de alta frequência, conhecido como eco-localização. Esse
sistema exclusivo dos micro quirópteros permite não só a locomoção no escuro, como a
exploração de vários habitats, que acaba por favorecer a diversidade alimentar.
Aproximadamente setenta por cento das espécies de morcegos são insetívoras. Sua
contribuição no controle de insetos é indiscutível. Os Fitófagos (frugívoros, polinívoros e

22
nectarívoros) participam da recuperação de áreas degradadas e da manutenção das florestas
tropicais. Os carnívoros controlam populações de roedores e outros pequenos animais e
existem ainda morcegos que se alimentam de peixes (piscívoros). Talvez o hábito alimentar
que mais impressiona nesses animais seja o da sanguivoria (hematófagos), sendo que
apenas três espécies de morcegos são hematófagas e sua distribuição vai do norte da
Argentina ao norte do México (BREDT, 1998).

Levantamentos em outras regiões da Amazônia brasileira foram realizados,


principalmente, nas proximidades dos centros urbanos. Inventários recentes realizados no
Rio Madeira e no Parque Nacional do Jaú revelam um novo olhar para as áreas com menor
ação antrópica. Bobrowiec (2007) encontrou 29 espécies de morcegos (n=349) após 22
noites (414 horas/rede e 1.172 metros de rede) em levantamento na área do Rio Madeira, a
família Phyllostomidae foi a mais representativa com 25 espécies capturadas.

 Mamíferos de médio e grande porte

Os mamíferos deste grupo apresentam grande importância ecológica, tanto no


que diz respeito à estruturação de toda a comunidade de mamíferos (papel exercido pelos
carnívoros predadores de topo, como os felinos e canídeos), como em processos
relacionados à regeneração da floresta, como a dispersão de sementes (como os primatas
frugívoros, antas, cutias entre outros) e polinização, além do papel dos predadores de
semente (TERASSINI & ALBUQUERQUE, 2008).

De acordo com as referências bibliográficas utilizadas para este trabalho foi


produzida uma listagem das espécies de mamíferos com potencial ocorrência na área em
questão, ficando da seguinte forma:

ORDEM NOME CIENTIFICO NOME VULGAR

Didelphis marsupialis Mucura, Gambá

Metachirus mudicaudatas Cuica-de-quatro-olhos


Didelphimorphia
Marmosa murina Cuíca, Marmosa

Marmosops sp. Cuíca

23
Caluromys philander Cuíca-lanosa

Pilosa Cyclopes didactylus Tamanduaí

Pilosa Folivora Bicho preguiça

Cingulata Dasypus septemcintus Tatuí, Tatu-sete-cintas

Dasypus novemcinctus Tatu-galinha

Primates Ateles chamek Macaco-aranha, Coatá

Urosciurus spadiceus Esquilo

Neacomys spinosus Rato

Nectomys sp. Rato

Oecomys bicolor Rato

Oligoryzomys microtis Rato


Rodentia
Isothrix bistriata Rato

Mesomys hispidus Rato

Proechimys sp. Rato

Acuchi Cutia

Cuniculus Paca Paca

Tabela 1: Espécies de mamíferos com potencial ocorrência na área estudada


Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com o levantamento realizado na área do empreendimento, foram
registradas espécies da Ordem, Cingulata (1), Pilosa (2), Chiptera (2), Primates (6),
Carnivora (1), Artiodactyla (1), Rodentia (3).

24
Imagem 1: Mamífero encontrado na área da ordem Pilosa (Bicho preguiça/preguiça)

Imagem 2: Mamífero encontrado na área da ordem Pilosa (Bicho preguiça/preguiça)

25
Imagem 3: Mamífero encontrado na área da ordem Pilosa (Tamanduá)

O número total de mamíferos registrados durante o trabalho mostra que a área


possui uma quantidade não representativa da mastofauna amazônica. Foi observado uma
antropização ocasionada pela expansão da zona oeste da Cidade para aquela região, fato
constatado, uma vez que, a finalidade deste estudo é a indicação da Vocação ambiental para
implantação da APA. A vegetação encontra-se reduzida, antropizada, com registro apenas de
vegetação secundária que fazem ligação com outras matas do entorno, o que justifica o
número pequeno de mamíferos naquela que, provavelmente, migram para área de estudo
em busca de abrigo e alimentação.

A lista de espécies de mamíferos com potencial ocorrência na área estudada foi


baseada no estudo denominado ‘Plano de Manejo do Parque Natural Municipal de Porto
Velho’ uma vez que, a área está mais conservada que a área estudada, porém esta vem
sofrendo as mesmas pressões antrópicas da urbanização, assemelhando-se, a situação de
expansão urbana, o bioma e vegetação em questão. Para tanto, tal lista poderá embasar
estudos mais aprofundados para aquela região e seu entorno de tal forma que garanta a
caracterização mais especifica da região já que o tempo de estudo foi reduzido e o período

26
de realização deste foi no período das chuvas na região norte, diminuindo assim, a
possibilidade de novos registros.

7.1.2 Introdução a Herpetofauna

Os estudos da herpetofauna na Amazônia são escassos e geralmente


concentrados na parte ocidental desta região (Azevedo–Ramos & Galatti, 2001; Vogt et al.,
2001), deixando assim, uma enorme lacuna no que diz respeito à composição desta fauna,
numa das regiões de maior diversidade do mundo. A herpetofauna amazônica é dividida em
270 espécies de anfíbios (Cadwell, 1996) e 550 de répteis (Dixon, 1979). Porém, este grupo
ainda é pouco conhecido, principalmente no que diz respeito à Classe Amphibia e à Ordem
Squamata (serpentes e lagartos), sendo poucos os estudos ligados às comunidades de
algumas regiões ou mesmo inventários preliminares (Duellman, 1978; Cunha & Nascimento,
1993; Gascon & Pereira, 1993).

A recente aceleração do desenvolvimento econômico brasileiro causou alterações


nos ambientes naturais numa escala sem precedentes. Uma das consequências imediatas
dessas alterações ambientais foi a perda da biodiversidade, devido à incapacidade de muitas
espécies de suportar as alterações ambientais provocadas pelas atividades humanas (Pavan
& Dixo, 2004).

Porém, o estado de Rondônia, em conjunto com os estados do Amazonas e Pará,


são os Estados melhor estudados quanto sua herpetofauna (e. g., VANZOLINI 1986,
NASCIMENTO et al., 1988, JORGE-DA-SILVA JUNIOR 1993, BERNARDE & ABE 2006,
BERNARDE 2007; AVILA-PIRES et al., 2009). No entanto, mesmo com muitos estudos
pontuais já realizados são recorrentes os registros de espécies ainda não relatadas para a
herpetofauna rondoniense (FREITAS et al.,2012; MENEGHELLI et al., 2011; HOOGMOED et
al. 2012; MELO-SAMPAIO et al. 2012; OLIVEIRA et al., 2012), bem como, novas espécies em
fase de descrição, todas com sua devida importância ecológica e até mesmo potencial
econômico (obs. pess.).

As unidades de conservação são imprescindíveis para a preservação não só da


herpetofauna como, de modo geral, para a manutenção e conservação da biota como um
todo. Não obstante disto, os parques urbanos, por vezes, acabam por serem os últimos

27
refúgios para a vida silvestre em regiões antropizada como as grandes cidades, neste caso a
Cidade de Porto Velho, Rondônia, Brasil.

Tanto a herpetofauna, quanto o restante da fauna e flora rondoniense, vem


sofrendo há décadas as consequências de uma colonização conturbada acarretada dos
impactos gerados por grandes ciclos econômicos, como o da cassiterita, ouro e borracha, a
construção da BR 364, bem como, os impactos gerados diretamente e indiretamente pela
perda e fragmentação de hábitat devido o desflorestamento para fins do agronegócio e
habitacional (TEIXEIRA et al. 2006).

Recentemente, a herpetofauna do norte do estado de Rondônia vem sofrendo


grandes impactos gerados em decorrência da implantação de duas grandes hidrelétricas, em
particular a UHE de Santo Antônio, localizada nas mediações da capital do Estado na região
do médio Rio Madeira e vizinha a área estudada, o que, torna áreas de conservação como de
suma importância para a conservação da fauna local de répteis e anfíbios, apesar de possuir
uma extensão relativamente pequena e ser isolada de outras áreas de conservação.

Além disso, o contato da população portovelhense para com sua fauna e flora
local é limitado, tornando-se perceptível o parcial ou por vezes total desconhecimento e
ignorância sobre a importância do meio ambiente como todo. Parques urbanos podem ser
importantes para a aproximação da população local à biota local, tornando-se um forte
aliado à geração de conhecimento e mudanças de maus hábitos, os quais se tratam de
importantes aliados para a conservação e preservação da herpetofauna e de todo o
ecossistema.

7.1.2.1 Materiais e métodos para levantamento da hepertofauna

A herpetofauna, de modo geral, utiliza uma série de micro-organismos específicos


como área de vida podendo se encontrar anfíbios em ambientes aquáticos, fossoreais,
Terrestres e arbóreos (CAMPBELL & CHRISTMAN, 1982). Para tanto, para o registro da real
diversidade da herpetofauna faz-se necessário a utilização de métodos de coleta
complementares, obedecendo aos momentos sazonais de cada região, por exemplo, na
região Amazônica, o período chuvoso e o período de estiagem, a fim de se amostrar de
maneira mais eficiente todos os possíveis micro-habitats e pico de atividades das espécies

28
características da herpetofauna. Para estudo devido a limitações de tempo e orçamento
foram empregados apenas três métodos de coleta: procura visual (PV); encontros ocasionais
(EO) e (EN).

 Procura Visual (PV)

Tal metodologia consiste basicamente em vasculhar visualmente todos os


possíveis micro habitats utilizados pela herpetofauna terrestre como área de vida, desde a
borda dos rios, igarapés, poças d´água, igapós, serrapilheira, vegetação herbácea, arbustiva,
sub-bosque e do céu. Nesta, os coletores se deslocam em uma velocidade reduzida (cerca de
0,5 km/h) ao longo de um determinado transecto, à procura de possíveis espécimes da
herpetofauna em atividade ou mesmo em repouso. Uma das vantagens deste método
consiste na possibilidade de registro de diversas espécies em diversos micro habitats, além
de poder se obter dados biológicos das espécies como: dieta, comportamento defensivo, uso
de habitat, entre outros.

 Encontros Ocasionais (EO)

Consiste no registro de todas as espécies encontradas enquanto estiverem sendo


executadas nenhuma outra metodologia, seja durante os deslocamentos entre trilhas, no
trajeto de volta das trilhas. Essa metodologia permite o registro de espécies que podem não
ter sido encontradas utilizando-se de alguma das metodologias anteriores. Esta serve de
complemento as demais metodologias.

 Entrevista semi-estruturada

O método de entrevista semi-estruturadas, muito utilizada em estudos de


herpetofauna na Amazônia, é considerado um método complementar ao levantamento das
espécies de mamíferos de médio e grande porte. Particularmente, em inventários de rápida
duração. Este método foi empregado com os moradores do entorno da área de estudo.

29
7.1.2.2 Resultado e discussões do levantamento da herpetofauna

Segundo Poug et al.(1999) a herpetofauna é de grande importância na cadeia


alimentar das comunidades, presumivelmente controla populações de invertebrados e
pequenos vertebrados dos quais se alimentam e servem de alimento para várias espécies de
peixes, aves, serpentes e mamíferos. Segundo estes autores, boa parte do grupo,
principalmente, os anuros e lagartos, ocupam posição importante no fluxo de energia dos
ecossistemas, uma vez que, convertem o alimento em energia, que pode ser então adquirida
através dos níveis superiores da pirâmide de energia.

Em geral, as espécies de répteis são menos exigentes do que as espécies de


anfíbios em relação aos fatores ambientais, principalmente, a umidade, já que possuem a
pele recoberta por escamas, o que evita a evapotranspiração. Além disso, possuem os ovos
resistentes à dissecação e eliminam ácido úrico (menos tóxico) ao invés de amônia e uréia,
que necessitam de mais água para sua eliminação, tornado assim, este grupo bastante
adaptado ao ambiente terrestre (Stebbins & Cohen, 1995). Sendo assim, poucas espécies de
répteis são sensíveis às alterações ambientais. Uma das poucas espécies com tal
sensibilidade é a surucucu (Lachesis muta), espécie encontrada somente em florestas
primárias (Bernardiet al., 2002).

Por outro lado, os anfíbios são animais que têm pouco controle interno sobre seu
metabolismo, dependendo de condições climáticas favoráveis para se alimentar e
reproduzir. Entre os vertebrados, os anfíbios formam o único grupo de animais onde ocorre
o livre fluxo de água, energia, osmólitos e gases (Feder & Burggren, 1992). A pele permeável
deste grupo os torna aparentemente mais sensíveis à s condições climáticas em relação aos
outros vertebrados terrestres (Barinaga, 1990; Blaustein & Wake, 1990; Vitt et al., 1990;
Wake, 1991).

Fatores ambientais, tais como: precipitação, temperatura e umidade relativa do


ar determinam a distribuição ecológica e geográfica das espécies de anuros (Crump, 1974;
Duellman & Thomas, 1996; Zimmerman & Simberloff, 1996). Estes fatores também
influenciam a freqüência e intensidade do consumo de alimento, reprodução e os processos
de migração, determinando, dessa forma, a densidade das populações e as interações entre
estas (Crump, 1974; Galatti, 1992).

30
Em função do seu ciclo de vida complexo, que normalmente inclui uma fase larval
aquática, os anfíbios dependem estritamente da disponibilidade de micro habitats aquáticos
e terrestres adequados à reprodução. Este fato, aliado à permeabilidade de sua pele e dos
ovos, torna esses animais mais sensíveis às mudanças climáticas e vulneráveis aos agentes
poluentes do ambiente (agrotóxicos, metais pesados, chuva ácida, etc.), constituindo-se,
assim, um excelente grupo indicador de qualidade ambiental (Barinaga, 1990; Blaustein &
Wake, 1990; Vitt et al.,1990; Wake, 1991).

O levantamento faunístico voltado a herpetologia realizado na área em questão


constatou a presença de animais da ordem Anura e Squamata , distribuídas entre as Famílias,
Bufonidae, Hylidae , Leptodactylidae , Strabomantidae, Colubridae, Gekkonidae, Dipsadidae,
Elapidae, Boidade, Viperidae . O tamanho da área estudada consiste em 22,79 hectares. O
principal objetivo desse estudo é realizar o levantamento rápido faunístico da área em
questão com a finalidade de indicação de vocação para implantação da APA.

Para tal levantamento foi utilizados as metodologias Procura Visual (Pv);


Encontros Ocasionais (Eo); Entrevistas semi-estruturadas (Ee). Na área de estudo foram
encontradas as seguintes espécies:

FAMÍLIA NOME CIENTIFICO NOME VULGAR


FORMA DE REGISTRO
Pv Eo Ee
ANURA (ORDEM)
Rhinella margaritifera Sapo-folha x
Bufonidae Rhinella major Sapo x
Rhinella marina Sapo-cururu x x
Hylidae Hypsiboas geographicus Perereca x
Hypsyboas lanciformis Perereca x
Phyllomedusa tomopterna Perereca x
Phyllomedusa vailantii Perereca-macaco x
Leptodactylidae
Scinax ruber -- x
Leptodactylus chaquensis Rã-de-linha-branca x
Leptodactylus pentadactylus -- x
Strabomantidae Pristimantis reichlei -- x
SQUAMATA (ORDEM)
Leptophis ahaetulla Azulão-boi x
Colubridae Imantodes cenchoa Cobra-cipo, Dormideira x
Spilotes pullatus Caninana x

31
Cobra-cipó, Cobra- x
Oxybelis aeneus
bicuda
Leptophis ahaetulla Cobra-verde x
Lagartixa-doméstica- x
Gekkonidae Hemidactylus mabouia x
tropical
Imantodes cenchoa Dormideira x
Dipsadidae
Erythrolamprus aesculapii Cobra-coral-falsa x
Elapidae Micrurus hemprichii Cobra-coral-verdadeira x
Boidade Boa constrictor Jibóia x
Jararaca-de-rabo- x
Viperidae Botrops atrox
branco

Tabela 2: Espécies de anfíbio e répteis ocorrentes na área localizada Estrada do Santo Antônio,
Bairro Triângulo, tendo como registro, Procura Visual (Pv); Encontros Ocasionais (Eo); Entrevistas
semi-estruturadas (Ee).
Fonte: Dados da pesquisa
MAMÍF

A ordem Anura é representada por cerca de 4.500 espécies, que incluem os sapos,
as rãs e as pererecas. A fauna brasileira é muito rica em anuros, contando com cerca de 600
espécies já descritas. Os anuros não possuem cauda e seus membros posteriores são
adaptados para o salto. A fecundação pode ser interna ou externa - e o desenvolvimento é
indireto. Os membros da ordem Anura demonstraram pouca representatividade totalizando
onze indivíduos registrados, sendo um número baixo quando se é considerado a abundância
de tal grupo, considerando-se ainda um fator mais preocupante o fato de as coletas terem
sido realizadas no período do ano mais chuvoso na região amazônica, e o fato de as coletas
terem sido realizadas momentos depois de chuvas densas. Tal fato pode ser justificado pela
diminuição de áreas alagadas e a diminuição da dinâmica faunística da região, uma vez que,
muitas espécies de anfíbios serem considerados sensíveis a poluição, onde estes são
utilizados para determinação da qualidade ambiental, fator preocupante já que a Cidade
avança cada vez mais para aquela região (Zona Sul) de Porto Velho, uma vez que, ocorra
diminuição de tais espécies, este, pode indicar aumento da poluição ambiental.

A ordem Squamata possui três subordens. São representados pelos lagartos


(incluindo a família Mosasauridae de répteis pré-históricos extintos no Mesozóico),
pelas serpentes (serpentes) e pelo grupo Amphisbaenia (anfisbênias). Os répteis constituem
um dos grupos de destaque entre as principais taxocenoses terrestres (Dixo & Verdade,
2006), com cerca de 8860 espécies conhecidas (Uetz et al., 2006). Para o Brasil, são
registradas atualmente 708 espécies de répteis, sendo 666 de Squamata (64 anfisbênias, 237

32
lagartos e 365 serpentes; Bérnils, 2009). Essa riqueza pode ser ainda maior, frente às
grandes lacunas geográficas a serem amostradas, bem como, as frequentes descrições de
novas espécies a cada ano. Nesse contexto, inventários faunísticos são fundamentais para o
conhecimento acerca da biodiversidade e, conseqüentemente, para o planejamento e tomada
de decisões sobre estratégias de conservação (Haddad, 1998; Santos et al., 2005),
especialmente de remanescentes florestais amazônicos (Freire, 2001). Na área de estudo foi
encontrada onze espécies da ordem Squamata, dividindo-se entre seis famílias Colubridae,
Gekkonidae, Dipsadidae , Elapidae , Boidade, Viperidae. Considerando o exposto que pode se
concluir é que o número de indivíduos de tal ordem e das demais encontradas neste estudo
foi muito pequena, destacando seu valor ambiental para o equilíbrio ambiental. Tal fato pode
ser justificado pela expansão urbana daquela região que aumenta a pressão sob a mata
sofrendo redução e assim diminuindo o habitat de diversos indivíduos, exceto; por aqueles
que conseguem se adaptar a ambientes urbanos, como algumas serpentes como Boa
constrictor (Jibóia), entre outros, tais como: escorpiões, aranhas e até mesmo sapos. O que
pode se considerar ainda é a poluição que chega sorrateiramente através dos igarapés, fato
comprovado pelos moradores mais antigos da região, que relatam, o aumento da poluição do
ambiente com a aproximação urbana na região.

7.1.3 Introdução à Avifauna

A região da Amazônia Ocidental é provavelmente, a mais diversa do planeta em


termos de animais vertebrados (VOSS & EMMONS, 1996). Apenas na Amazônia brasileira
existem cerca de 1.000 espécies de aves, sendo 32 delas endêmicas a Amazônia brasileira
(MMA, 2002). Tal número corresponde a, aproximadamente, 11% do total de espécies de
aves existentes no mundo (OREN, 2001).

No entanto, a riqueza em espécies da avifauna na Amazônia brasileira pode estar


subestimada, já que, a região é ainda pouco conhecida, sendo que, inúmeras áreas nunca
foram amostradas (OREN, 2001; LEWINSOHN & PRADO, 2002; PERES, 2005).
Especificamente, no que diz respeito a levantamentos ornitológicos conduzidos em áreas
urbanas e suburbanas da Amazônia brasileira (BORGES & GUILHERME, 2000; GUILHERME,
2001; RASMUSSEN et al., 2005).

33
As aves estão entre os organismos vertebrados mais conspícuos e de maior
biomassa em ambientes florestais neotropicais (TERBORGH et al., 1990), atuando como
polinizadores e dispersos chave de diversos grupos de angiospermas (LEVEY et al., 2005).
Além disso, por existir uma grande diversidade, permite que várias espécies sejam utilizadas
como bioindicadoras (FURNESS & GREENWOOD, 1993), devido a diversos fatores:
Facilidade de identificação das espécies; amplo conhecimento de sua biologia e ecologia,
ciclo de vida que possibilita monitoramentos em logo prazo; grande interesse público; e por
ocuparem, muitas vezes, o topo de cadeias alimentares (famílias Falconidae e Accipitridae,
por exemplo), possibilitando estudos de bioacumulação em ambientes, inclusive, aqueles
que sofrem ou sofreram ações antrópicas (OREN 2001).

Bioindicadores são organismos capazes de responder a alterações no equilíbrio


do meio ambiente, através de alterações na distribuição das espécies, disfunções
comportamentais, fisiológicas e anatômicas, ou no sucesso reprodutivo, causado por um
estresse (FRANZLE, 2003). Bioindicadores da sustentabilidade e qualidade do ambiente
florestal poderão ser encontrados em um determinado fragmento ou, mesmo em uma área
que tenha sofrido alteração, como por exemplo, a presença de aves no topo de cadeia como
espécies da família Accipitridae – gaviões, (MARTUSCELLI, 1996; LUZ, 2005; CASTRO &
COSTA, 2007).

Entretanto, não é de hoje que o meio ambiente vem sofrendo profundos impactos
pela ação humana resultando em perda da biodiversidade (FEARNSIDE, 2005; 2006),
extinção de espécies, degradação ambiental e perda na qualidade de vida (FERREIRA 2000),
de todos os seres vivos existentes no planeta. A fragmentação florestal é um problema
eminente para a conservação da biodiversidade (LAURANCE, et al., 2002). E, com o
isolamento florestal, há maior susceptibilidade a extinção e redução na biodiversidade
(MIRANDA & MATTOS, 1992; BIERREGAARD et al., 1992; TERBORGH, 1992). Sendo que, a
redução da cobertura florestal a fragmentos pequenos vem trazendo consequências
negativas para a avifauna, empobrecendo-a consideravelmente (D’ ÂNGELO-NETO et al.,
1998). A perda de hábitat pura e simples da oferta de recursos (alimentos, refúgios),
provocando a redução do tamanho das populações locais ou mesmo a exclusão imediata –
efeito em curto prazo (CHIARELLO et al., 2008).

34
Contudo, ao se preservar ambientes naturais, pequenos fragmentos de vegetação
nativa, e áreas cobertas por vegetação secundária também não se podem ser negligenciadas,
visto que, são importantes para as aves em deslocamento (LEVEY, 1988) e contribuem para
a manutenção da diversidade local e regional (MARSDEN et al., 2000), pode-se reduzir
significativamente a perda de biodiversidade.

Sendo assim, torna-se essencial a realização de pesquisas com o intuito de avaliar


o grau de impacto e degradação, formular estratégias para minimizar esses efeitos negativos
e contribuir para o desenvolvimento sustentável (FIGUEIREDO, 1993). Assim, o objetivo
deste estudo é apresentar uma listagem preliminar das aves ocorrentes naquela região, a
afim de que se possam traçar medidas para a conservação das espécies distribuídas ao longo
do local em estudo para servirem de estudos posteriores de sua biologia e ecologia, como
também, de manter preservada

uma área extremamente importante para a avifauna local.

Devido à importância ecológica do grupo, associada à sensibilidade, à perda e


fragmentação de habitats, o conhecimento científico, desde inventários básicos até a
investigação dos processos que levam a perda de espécies, é necessário para orientar
estratégias de conservação não apenas o grupo, mas toda a biodiversidade da região.

7.1.3.1 Materiais e métodos de pesquisa da avifauna

Os trabalhos ornitológicos foram conduzidos a fim de cobrir a maior área do


referido local de levantamento de fauna. O qual consistiu em caminhadas diurnas através
das trilhas existentes com o objetivo de registrar as aves presentes a partir de contatos
visuais e/ou auditivos (veja p. ex., FONSECA, 2001).

Essa metodologia viabiliza nos dias de hoje, a pesquisa mesmo em áreas


pequenas, remanescentes de ambientes ameaçados, e que, seriam vulneráveis à coleta
seletiva, compatibilizando o trabalho do ornitólogo e do conservacionista (BELLIA et al.,
2004). O método visual/auditivo faz com que, o observador fique muito mais atento às
manifestações das aves, conduz a um aprimoramento da técnica de observação e a um
crescente acúmulo de experiências de campo específicas que podem ser intercambiadas. As
transecções foram realizadas, sobretudo, durante o início do amanhecer e ao final da tarde,

35
evitando-se os períodos de calor mais intenso quando a atividade das aves diminui
substancialmente e no dia do estudo, havia chovido na região, o que possibilitou o
avistamento de determinadas espécies in loco.

Entrevistas semi-estruturadas (CESTARI, 2009), também foram realizadas com


os moradores da área do entorno da região. A ordem taxonômica e os nomes científicos das
espécies seguem o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – CBRO (2011).

7.1.3.2 Resultados e discussões da avifauna

As atividades de campo foram desenvolvidas durante 2 (dois) dias, por


profissionais habilitados, totalizando um esforço amostral de 14 horas/dia, totalizando 28
horas, sendo as observações realizadas ao longo de todas as trilhas existentes na região.

O estudo totalizou os seguintes registros das espécies de aves:

Família Nome Científico Nome Vulgar Forma de Registro

A Vi E
Accipitridae Accipiter superciliosus gavião-miudinho X
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta X
Buteo platypterus gavião-de-asa-larga X
Buteogallus schistaceus gavião-azul X
Harpia harpyja gavião-real X
Gampsonyx swainsonii gaviãozinho X
Ardeidae Tigrisoma lineatum Socó-boi X

Caprimulgidae Hydropsalis albicollis Bacurau X


Hydropsalis nigrescens bacurau-de-alejado X
Cathartidae Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta X

Sarcoramplhus papa urubu-rei X


Columbidae Patogioenas cayennensis Pomba-galega X
Cuculidae Crotophaga ani Anu-preto X

Charadriidae Vanellus cayanus quero-quero X


Emberizidae Sporophila angolensis Curió X
Brotogeris cyanoptera Periquito-de-asa-azul X
Psittacidae Brotogeris sanctithomae periquito-testinha X
Picidae Campephilus rubricollis pica-pau-de-barriga-vermelha X

Picumnus aurifrons pica-pau-anão-dourado X X

Ramphastidae Ramphastus tucanus tucano-grande-de-papo-grande X


Strigidae Megascops choliba Corujinha-do-mato X
Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem-te-vi X X X
Myozetetes luteiventris Bem-te-vi-barulhento
Tabela 3: Espécies de aves registradas na área.
Fonte: Dados da pesquisa

36
Os resultados obtidos no estudo mostram uma quantidade baixa quanto o
número de espécies levantadas, todavia; tal fato poderá estar relacionado a alguns fatores,
dentes eles: área já antropizada, processos de queimadas ocasionadas por ação humana,
pouca vegetação existente, o que, impossibilita a entrada de outras aves na região em busca
de abrigos e alimentos, bem como, ruídos e barulhos no entorno da área, ocasionando o
afugentamento das aves.

Levando-se em consideração que, este é um levantamento rápido de fauna


associado ao tamanho da área florestal remanescente e sua proximidade com a cidade de
Porto Velho, pode-se considerar que, devido aos fatores mencionados acima, pode-se
justificar que, o total de espécies encontradas na referida região, está dentro do padrão
esperado.

7.1.4 Caracterização da entomofauna e ictiofauna

Detectar e descrever a fauna de uma determinada região, e interpretar os dados


obtidos em campo, não se constitui em tarefa fácil, mesmo em grupos pouco diversificados. A
elaboração de uma lista de qualquer táxon de vertebrados ou invertebrados não é uma
tarefa trivial, e, envolve, além da utilização de técnicas específicas e eficientes para amostrar
um determinado grupo, um conhecimento razoável sobre sua sistemática, taxonomia,
ecologia e história natural em geral.

Entretanto, é fundamental que se entenda que os componentes dessa diversidade


jamais serão amostrados de forma completa, afinal, a essência do termo amostragem é a
obtenção de uma parte que represente, de forma adequada, a totalidade do objeto de estudo.
Os resultados de qualquer amostragem constituem-se no somatório da(s) técnica(s)
utilizada(s), da habilidade de quem conduz o inventário em detectar os organismos no
espaço amostral e do componente temporal, expresso tanto em razão das horas gastas em
campo quanto da própria composição histórica da fauna, que, naturalmente, vai variar entre
as localidades.

Característica importante da área estudada é a forte pressão antrópica sofrida


pelo avanço da urbanização, o qual provoca o afugentamento da vida silvestre, redução da
vegetação do entorno, que reduz ainda, a proteção de igarapés que cortam a área, onde se
torna visível que, mesmo tal pesquisa tenha sido realizada em época de chuva, tais igarapés

37
não possuem água suficiente para abrigar grandes espécies de peixes. Da mesma forma,
acontece com algumas espécies entomológicas. O esforço amostral e a redução da vegetação,
se demonstrou não suficiente para geração de dados sobre tal temática, considerando o
exposto.

Abaixo observa-se o registro das espécies entomológicas e ictiológicas listadas


abaixo:

ICTIOLOGIA
NOME
FAMILIA NOME POPULAR FORMA DE REGISTRO
CIENTÍFICO
Erythrinidae Hoplias sp. Traíra Entrevista
Akysidae Liposarcus Entrevista
multiradiatus Bagre
Leporinus Entrevista
Anostomidae Piau
freiderici
ENTOMOLOGIA
Lasiodora Caranguejeira
Theraphosidae parahybana
EntrevistaCtenidae Phoneutria sp. Armadeira

Tabela 4: Descrição de algumas espécies entomológicas e ictiológicas levantadas na área em estudo.


Fonte: Dados da pesquisa.

7.1.5 Síntese do levantamento da fauna local

De maneira geral, a área apresenta uma baixa composição faunística, com


presença de espécies de grande resiliência, e que, se adaptam facilmente às modificações
ambientais, além de ter espécies invasoras na sua composição, o tamanho do fragmento,
bem como, seu formato, tem grande relação com o efeito de borda, o que,
consequentemente, afeta na diversidade de espécies, e, associada a outros fatores como:
proximidade com estradas, ruídos e proximidade com residências, os quais contribuíram
mais ainda para esta redução.

Entretanto, mais importante do que a lista de espécies ocorrentes em uma


determinada área, são as recomendações para conservação da fauna em uma determinada
região.

38
7.2 Flora

Na área de influência do empreendimento a vegetação é caracterizada por Floresta


Ombrófila Aberta, floresta de várzea e de terra firme. Esses três tipos de vegetação são
característicos da região Amazônica.
A floresta Ombrófila Aberta é considerada uma área de transição entre a Floresta
Amazônica e as áreas extra-amazônicas. Este tipo de floresta apresenta quatro faciações
florísticas que alteram a fisionomia ecológica da floresta ombrófila densa : *com palmeira –
cocal; *com bambu – bambuzal; *com cipó – cipozal; * com sororoca – sororocal. Essa
A floresta de várzea é um tipo de vegetação característico da Amazônia, que ocorre
ao longo dos rios e planícies inundáveis. Esse ambiente é periodicamente inundado e está
sob o regime hidrológico do Rio Amazonas e de seus tributários mais próximos, por isso é
bastante dinâmico, sendo constantemente remodelado pelos rios. Os rios que inundam a
várzea possuem grande quantidade de sedimento, a deposição desses sedimentos e de
matéria orgânica submersa torna os solos da várzea naturalmente férteis, contemplando
espécies restritas e características desse ecossistema. Além disso, a várzea apresenta uma
alta concentração de biomassa, resultado da grande quantidade de nutrientes no solo. A
estrutura dessa floresta é dividida em dois tipos principais: várzea alta e baixa. A várzea alta
acompanha as margens dos rios, onde partículas maiores de sedimentos são depositadas.
Nessa região o tempo de inundação é menor e a água seca completamente durante os meses
menos chuvosos. Caracteriza-se pela presença de espécies arbóreas como a sumaúma,
assacu, andiroba e copaíba, além de palmeiras.
Florestas de terra firme são florestas situadas em uma região mais alta do
relevo amazônico, onde não há alagamento como na floresta de igapó ou várzea. Sua
vegetação pode atingir cerca de 40 metros de altura. Mata de terra firme se desenvolve em
áreas que não estão sujeitas a inundações por estarem situadas em relevos mais elevados.
Essa característica favorece a proliferação de árvores de grande porte, podendo alcançar até
50 metros de altura. Nesse aspecto vegetativo as folhas das árvores se entrelaçam
impedindo a penetração de luz solar no seu interior, por isso não desenvolvem grande
quantidade de plantas rasteiras.
O Estudo Florístico realizado na área, mostrou uma concentração de poucas
espécies, entre os indivíduos inventariados. As famílias com maiores números de indivíduos,
foram: Leguminosae, predominando Ingá, Myrtaceae predominando a Azeitoneira,

39
Lecythidaceae predominando o Mata matá, Sapotácea predominando Abiurana e Arecaceae
predominando o Babaçu. Diante dessa assertiva podemos concluir que essa área apresenta
uma baixa diversidade de espécies e baixa ocorrência de espécies madeiráveis de maiores
portes. A área apresenta uma grande ocorrência de palmeiras, da espécie Babaçu Attaleia
speciosa, família Areacaeae, que no seu estágio inicial de crescimento são mais conhecidas
por palheiras, características de áreas que sofreram ação antrópica, além de vegetações do
tipo hidrófilas, como vitória régia, bromélias e orquídeas.

7.2.1.1 Floresta Ombrófila aberta

Imagem 4: Floresta Ombrófila aberta na Área de Preservação

40
Imagem 5: Floresta Ombrófila aberta na Área de Preservação

7.2.1.2 Floresta de Várzea

Imagem 6: Floresta de várzea na Área de Preservação

41
Imagem 7: Floresta de várzea na Área de Preservação

Imagem 8: Floresta de várzea na Área de Preservação

42
Imagem 9: Floresta de várzea na Área de Preservação

7.2.1.3 Floresta de Terra Firme

Imagem 10: Floresta de terra firme na Área de Preservação

43
Imagem 11: Floresta de terra firme na Área de Preservação

7.2.1.4 O papel das florestas

As fisionomias florestais naturais, formações vegetais predominantes na região,


reservam para si a relevante função de oferecer à biota as condições básicas de manutenção
da vida. Com efeito, as florestas assumem múltiplas funções, dentre as quais se cita a seguir:

 Conservação dos solos

Ao oferecer resistência ao impacto direto das gotas das chuvas, especialmente as


da região amazônica (de grande intensidade), as florestas exercitam a função de protetoras
do solo, amenizando assim os efeitos nocivos da erosão (perda das camadas superficiais do
solo), reduzindo as enxurradas e propiciando desta maneira, uma melhor infiltração e
armazenamento da água no solo.

 Conservação da água

Como consequência direta de sua ação na redução da erosão e das enxurradas


ocorre uma substantiva redução na taxa de assoreamento dos rios, igarapés e mananciais
hídricos, facultando-lhes a perenidade e com isso a perpetuação do ecossistema aquático.
Por outro lado, a manutenção da cobertura florestal, ao agir como elemento regulador da

44
infiltração/percolação de água, desempenha o importante papel de funcionar como
elemento de equilíbrio no suprimento dos aquíferos subsuperficiais (lençóis freáticos),
controlando e mantendo sua vazão e controlando assim os fluxos mínimos e máximos de
água dos mananciais.

 Condicionador dos solos

Ao manter-se em equilíbrio uma floresta não exporta nutriente, mas, sobretudo


recicla-os, produzindo biomassa que será decomposta em elementos essenciais,
posteriormente incorporados ao solo, restabelecendo a saturação de bases e contribuindo
para elevar a capacidade de troca catiônica (CTC), razão direta de um maior nível de matéria
orgânica dos solos que, por sua vez, a floresta em equilíbrio propicia. Assim a elevação do
teor de matéria orgânica dos solos, possibilita além dos efeitos diretos auferidos sobre a sua
parte química, efeitos indiretos como sua influência sobre a melhor estruturação e floculação
de partículas que, por sua vez, resulta em uma estrutura mais porosa, além de um maior
nível de atividade microbiológica que se traduz ao final, em uma melhor qualidade físico-
química dos solos.

 Regularizador térmico

Uma floresta pela sua própria estrutura heterogênea oferece proteção à


superfície do solo quanto à incidência direta dos raios solares. Em assim o fazendo permite
um comportamento diferenciado desta superfície em relação à incidência direta da luz.
Desta feita, parte dos raios solares é refletida, parte refratado e parte são absorvidos,
evitando uma condição alternativa e indesejável de um grande aquecimento na superfície
dos solos, condição esta que traria efeitos indesejáveis elevando, sobremaneira, a
temperatura dos horizontes subsuperficiais, próximos à superfície dos solos.

Do contrário, a presença de maciços florestais permite uma redução deste


fenômeno de superaquecimento da superfície dos solos, resultando em uma amenização do
aquecimento das camadas de solo próximas àquela superfície, favorecendo tanto a atividade
microbiológica, como também a uma redução das temperaturas máximas. Em complemento,
vale o registro de que a cobertura florestal ocasiona uma maior taxa de evapotranspiração,
elevando, por conseguinte, a umidade relativa do ar próximo às superfícies do solo, agindo
também no que diz respeito ao equilíbrio e ao processo de formação de chuvas,
especialmente as convectivas.

45
 Mantenedor da biodiversidade

A estrutura de uma floresta heterogênea como a amazônica traz consigo uma


série de elementos contribuidores à formação e à manutenção das variadas formas de vida,
e, sobretudo, provedores das diversas cadeias tróficas que ali estejam estabelecidas. Assim,
através de seus muitos frutos, sementes, folhas e raízes alimentam uma série de animais,
quer no ambiente aquático, quer no ambiente terrestre, que, por sua vez, constituem a base
de uma cadeia alimentar que tende a se complexificar.

Vale considerar que a floresta não é estática, do contrário, revela um grau de


dinamismo surpreendente pelo qual atravessa vários estágios de desenvolvimento até
atingir um ponto de equilíbrio, também chamado de estágio de maturação ecológica onde, o
somatório das perdas é exatamente igual ao somatório dos ganhos, ocasião em que se diz a
floresta estar em clímax.

Para atingir o clímax a floresta passa por um verdadeiro processo de maturação


ecológica, de maneira que no princípio da corrida sucessional predominam espécies
pioneiras de rápido crescimento, enquanto ao longo do processo vai sendo alterada a
composição florística do povoamento, passando a existir o predomínio de espécies
secundárias, tardias e finalmente clímax. Cada grupo possui características singulares
quanto à composição, competição por água, luz, nutrientes, espaço, determinando a
estratificação do dossel. Ademais, é relevante notar a importância ecológica diferenciada que
os vários grupos de espécies possuem, determinando diferentes níveis de inter-relação com
a fauna existente no local.

A preservação das florestas é fundamental para a sustentabilidade dos recursos


naturais renováveis, sendo de responsabilidade de todos, os limites de exploração de
determinadas populações ou espécies, tanto animais quanto vegetais. A instituição de APA –
Área de Preservação Ambiental para a proteção da diversidade biológica, e para disciplinar o
processo de ocupação na região e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

46
8. Diagnóstico ambiental do meio socioeconômico

Este diagnóstico caracteriza o meio socioeconômico da área de influência direta e


indireta do empreendimento, e consiste na elaboração de uma descrição e análise dos seus
recursos e suas interações, considerando ainda, as características do município de Porto
Velho, cidade de implantação do empreendimento.

8.1 População

Porto Velho é a capital e o maior município, tanto em extensão territorial quanto


em população, do Estado de Rondônia. Com uma área de 34.096,00 km², o município é maior
que os estados de Sergipe e Alagoas. Contudo, sua população com 500.000 habitantes, sendo
a terceira maior capital da região Norte, é superada apenas pelas cidades de Manaus e
Belém. O crescimento populacional ao longo dos 10 anos (2000-2010), foi de 28,05%. Foi
visível a explosão demográfica causada pelo auge das contratações de mão de obra de
outros municípios, pelo grandes empreendimentos das usinas do Madeira na evolução do
período de 2009/2010.

Evolução demográfica de Porto Velho


600.000
369.345 428.527
382.829
400.000 334.661

200.000

-
2000 2007 2009 2010

Gráfico 1: Gráficos informativos da população de Porto Velho


Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010

47
8.2 Qualidade de Vida

Para mensurar a qualidade de vida da população do município de Porto Velho, foi


utilizado o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, criado pelo PNUD - Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento e referência de comparação entre países, utiliza
dados oriundos de institutos oficiais de pesquisas referentes a longevidade (esperança de
vida ao nascer), educação (número médio de anos de estudo e taxa de analfabetismo) e
renda familiar per capita (razão entre a soma da renda pessoal de todos os familiares e o
número total de indivíduos na unidade familiar), aos quais são atribuídos pesos iguais.

Este índice tem uma variação de 0 a 1, no qual é considerado de elevado IDH o


território que atingir igual ou maior valor que 0,700, de médio de 0,500 a 0,699, e baixo os
valores inferiores a 0,500.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) - Porto Velho é 0,736, em 2010, o


que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e
0,799). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice
de 0,819, seguida de Renda, com índice de 0,764, e de Educação, com índice de 0,638.

0,660 0,633 0,290

0,697 0,704 0,669

0,764 0,819 0,638

Gráfico 2: Tabela do Desenvolvimento Humano em Porto Velho, 2010


Fonte: PNUD Brasil
“Desenvolvimento sustentável trata do avanço do desenvolvimento
humano dentro dos limites da natureza e os limites da natureza
estão sob grave estresse, e a desigualdade está crescendo em
muitos países. Portanto, temos alguns desafios importantes em
todas as dimensões do desenvolvimento sustentável e precisamos
enfrentá-los simultaneamente”.
Helen Clark, Administradora do PNUD
Fonte: PNUD no Brasil

48
8.3 Economia

Porto Velho nasceu e cresceu a partir das instalações ferroviárias da Estrada de


Ferro Madeira-Mamoré. Graças aos tantos ciclos econômicos que se seguiram, exploração de
borracha e posteriormente de cassiterita e de ouro, o município foi se consolidando e
acolhendo os migrantes que hoje formam a sua população e a diversidade de produção
econômica. Por ser uma capital de estado relativamente nova, até pouco tempo havia baixa
qualificação de mão de obra, sendo grande parte da mão-de-obra especializada vinda de
outros estados. Como sede das instalações do Governo do Estado de Rondônia o
funcionalismo público possui forte influência no cenário econômico.

No extrativismo vegetal, destaca-se a participação de Porto Velho na exportação


de madeira, tanto para o mercado interno quanto externo. É ainda notável a paticipação na
pecuária, com produção de bovinos, suinos, equinos, aves e ovinos e seus derivados. Porém
há dificuldades quanto ao escoamento de alguns derivados como leite de vaca, ovos de
galinha, mel de abelha.Destaca-se também, na produção agropecuária baseada no cultivo
permanente de banana, café e palmito e cultivo temporário de mandioca, na maioria das
pequenas propriedades.

O projeto executado das


usinas hidrelétricas do Complexo do
Composição econômica de Porto Velho
Rio Madeira foi responsável pela 10,90%
vinda de empresas que geraram em
5,30%
torno de trinta mil novos empregos.
Serviços
O desdobramento dessa massa de
Agropecuária
salários promoveu um incremento
Indústria
nos setores da indústria, comércio e
dos serviços de Porto Velho e 83,80%

adjacências.

Hoje, a maior participação na


Gráfico 3: Composição econômica de Porto Velho
formação do PIB é dos setores Fonte: IBGE, Censo demográfico 2010
secundários
8.4 e terciários.
Habitação

49
Desde 2005 a Prefeitura do Município de Porto Velho promoveu o programa de
regularização fundiária, com a entrega de vinte e cinco mil títulos definitivos de imóveis
urbanos que até então possuíam apenas direito de uso ou posse.

O Plano Diretor, do município instituiu as ZEIS - Zonas Especiais de Interesse


Social, destinadas inclusive para regularização fundiária de assentamento irregular já
existente e a produção de habitações de Interesse Social através do programa Minha Casa
Minha Vida do Ministério das Cidades, em parceria com a Caixa Econômica Federal para
viabilizar o acesso à moradia digna para a população de baixa renda, combatendo o déficit
habitacional do município que é de 27.058 famílias, sendo 7.015 (26%) na zona rural e
20.042 (74%) na zona urbana, conforme dados da Fundação João Pinheiro, que mapeou o
déficit habitacional no Brasil.

Hoje em Porto Velho tem a instalação de vários empreendimentos imobiliários


para atender a população do programa MCMV do governo federal, e paralelamente, a
instalação de vários empreendimentos imobiliários para atender a demanda existente.

8.5 Serviços de Saúde

Segundo o Diagnóstico local do município de Porto Velho, 2008, realizado pela


Secretaria Municipal de Saúde e pela Universidade federal de Rondônia, a estrutura dos
serviços de saúde conta com unidades básicas de saúde, unidades de saúde da família e de
pronto-atendimento. Nestas unidades são realizados: atendimento ambulatorial básico,
procedimentos médicos, de enfermagem e de odontologia. Existem ainda serviços
especializados como uma Policlínica, três Centros Especializados de Odontologia, um Serviço
de Referência à Saúde da Mulher, um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), além de
uma Maternidade Municipal, duas Farmácias Básicas e 02 UPAs que são estruturas de
complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência
hospitalares, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de atenção às
urgências. São integrantes do componente pré-hospitalar fixo e foram implantadas em locais
estratégicos, sendo uma na Zona Leste e outra na Zona Sul da Capital, com capacidade
individual de 350 atendimentos diários.

50
Há três hospitais estaduais no município servem para internação da população de
Porto Velho e de Rondônia, de acordo com suas necessidades. A porta de entrada para
qualquer um dos hospitais estaduais é o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, que atende
as emergências e urgências, clínicas médicas, cirúrgica, de emergência e psiquiátrica. Há um
hospital de referência infantil-juvenil, o Hospital e Pronto Socorro Cosme e Damião. O
hospital de Base Dr. Ary Pinheiro que é referência para todo o estado atendendo diversas
especialidades de alta complexidade.

Há ainda o Centro de Medicina Tropical de Rondônia –CEMETRON, instituição de


referência para as doenças tropicais e infecciosas de Rondônia. Além disso, em Porto Velho
há as seguintes unidades de saúde estaduais: o FHEMERON (Fundação de Hematologia e
Hemoterapia de Rondônia) e a Policlínica Oswaldo Cruz, com serviço ambulatorial de média
complexidade, entre elas oftalmologia, neurologia, cardiologia e ortopedia, totalmente
reformada.

O município conta ainda com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência


(SAMU), que é um programa de âmbito federal que tem como finalidade prestar o socorro à
população em casos de emergência, através de unidades móveis de nível pré-hospitalar. O
SAMU em funcionamento desde maio de 2005, passou a operar com cinco unidades de
atendimentos, dispondo de cinco ambulâncias equipadas para os atendimentos de urgência,
sendo que uma delas possui a estrutura completa de uma Unidade de Tratamento Intensivo-
UTI, realizando atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais
de trabalho e vias públicas. O socorro é feito depois de chamada gratuita. As Equipes operam
24 horas por dia, dispondo de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além do
apoio de áreas administrativas, realizando a Assistência pré-Hospitalar, conforme o
preconizado na Portaria n° 5055 GB/ MS, de 24 de abril de 2004.

51
Figura 1: Mapa de Zoneamento Urbano do município de Porto Velho
Fonte: Plano Diretor do Município de Porto Velho

52
8.5.1 Sistema viário

A estrutura urbana tem como


foco o Centro e a saída pela Av. Jorge
Teixeira, que é formada por dois eixos
viários principais. Considerados a
partir do núcleo rodoviário da cidade,
o primeiro segue no rumo sul e é
formado pela BR-364, O outro no
rumo norte formado pela BR-319.

8.5.2 Abastecimento de Água

Mapa 3: mapa de delimitação dos corredores de tráfego de Porto Velho


Fonte: Plano Diretor de Porto Velho

53
8.5.3 Abastecimento de Água tratada

Apenas 30,77% da população de Porto Velho têm abastecimento com água tratada (SNIS,2013).

De acordo com os dados do Ministério das Cidades (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, 2013), 82,5% da
população do país era abastecida com água tratada, ou seja, mais de 35 milhões de brasileiros não possuíam este serviço. Ao trazer esta
realidade para as 100 maiores cidades do país, onde vive 40% da população brasileira, nota-se que as situações mais críticas
permanecem em cidades do Norte e Nordeste, com várias capitais ocupando as piores colocações. O Sudeste é a região que concentra a
maior parte das melhores cidades em saneamento (14 entre as 20 melhores).

Quadro 1: 20 melhores e 10 piores municípios em população atendida com água tratada.


Fonte: SINIS,2013

54
8.5.4 Rede de Drenagem

O Rio Madeira é o coletor principal de toda a área urbana de Porto Velho o seu nível da água é quem controla a vazão, e
consequentemente o nível da água nos afluentes.
No decorrer dos anos, o processo de urbanização
tem repercussões no rio, no trecho urbano como em toda a
rede de drenagem da bacia hidrográfica, podendo ser
identificadas na própria dinâmica do rio, na área urbana, a
montante e a jusante da mesma (VIEIRA, 2003).

Conforme pode ser observado no mapa do sistema


de drenagem de Porto Velho, a área do empreendimento é
atendida por canais naturais. Ainda, observando-se no
mapa de canais e áreas verdes, anexo do Plano Diretor de
Porto Velho, o Igarapé Bate Estacas atravessa boa parte da
área do empreendimento, obtendo-se um sistema de
drenagem natural eficiente.

Mapa 4: Sistema de drenagem de Porto Velho


Fonte: Plano Diretor de Porto Velho

55
Mapa 5: Mapa de Áreas verdes e dos igarapés
Fonte: Plano Diretor Porto Velho

56
8.5.5 Esgotamento Sanitário

São despejados no meio ambiente, todos os dias, bilhões de litros de esgoto sem
tratamento algum, contaminando solo, rios, mananciais e praias do País, com impactos
diretos à saúde da população.

O novo Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades, feito pelo Instituto Trata
Brasil em parceria com a consultoria GO Associados, teve como base os números do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS ano 2013) traz a situação do acesso da
população aos serviços de água tratada, coleta e tratamento de esgotos nas 100 maiores
cidades do Brasil, onde vive 40% da população. Com 2,7% da população atendida com
coleta de esgotos, Porto Velho ocupa o 98° lugar, um dos piores lugares do ranking nacional.

Quadro 2: Dez melhores e dez piores municípios em população com coleta de esgotos.

8.5.6 Fornecimento de Energia Elétrica e Iluminação Pública

O fornecimento de energia elétrica do município de Porto Velho é realizado pela


ELETROBRÁS.

O projeto do empreendimento contempla a execução de toda infraestrutura


elétrica de alta, média e baixa tensão, bem como a iluminação pública, as quais serão ligadas
à rede de distribuição local determinada pela companhia de distribuição.

57
8.5.7 Serviços de coleta de resíduos sólidos urbanos

Dados da Secretaria Municipal de Planejamento – SEMPLA – indicam uma


geração de lixo da ordem de 215 toneladas por dia, com o atendimento de 80% da
população, com coletas no mínimo 03 vezes por semana conforme calendário de coleta da
Prefeitura Municipal.

A área do empreendimento não está inclusa neste sistema de coleta. Por se tratar
de área em expansão este serviço deverá ser adequado.

O destino final é feito com a deposição dos resíduos coletados em uma área
próxima à Universidade Federal de Rondônia – UNIR, junto à BR-364, que não pode ser
considerada um aterro sanitário controlado.

O município está em fase de procedimentos de contrato com empresa


especializada para realizar a construção do Aterro Sanitário Municipal que deverá ser
implantado em uma área localizada na altura do km 9 da rodovia BR-364, no sentido de
Cuiabá, que substituirá o “lixão” atual.

58
9. Considerações Finais

Este estudo visa atender as orientações fornecidas pela legislação ambiental, para
indicação de aptidão ambiental na área apresentada no Estudo.

A análise realizada a partir do diagnóstico ambiental simplificado apontou a


vocação da área para que se institua como Área de Preservação Ambiental – APA, sendo esta
a Estação Ecológica do Madeira.

59
10. Bibliografia

Código Ambiental do Município de Porto Velho- SEMA


Código de postura do Município de Porto Velho
Código de Uso e Ocupação do Solo do Município de Porto Velho
Análise Ambiental: Uma visão multidisciplinar; Sâmia Maria Tauk-2000/2002;
Gestão Ambiental; Maria Almeida Burztyn – 1998/2000;
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Imagem de capa e cabeçalho: www.overmundo.com.br/banco/folhas-vermelhas-e-
tronco-quebrado-ceu-ao-fundo-fotografia de Felipe Obrer.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Fragmentação de Ecossistemas: causas,
efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas publicas. 1 ed. Brasília,
2003.
CULLEN JR, L., RUDRAN, R., PADUA, C. V. (Organizadores). Métodos de Estudo em
Biologia da Conservação & Manejo da Vida Silvestre. Editora UFPR. Curitiba,
2003.
EISENBERG, J. F.; REDFORD, K. H. Mammals of the Neotropics. Chicago: University
of Chicago Press.. v. 3. 1999.
EMMONS, L. H. e F. FEER.Neotropical Rainforest Mammals.A Field Guide.Second
Edition. Chicago: University of Chicago Press. 1997.
DE VIVO, M. On some monkeys from Rondônia, Brazil (Primates: Callitrichidae,
Cebidae). Papeis Avulsos do Departamento de Zoologia da Universidade de São
Paulo. Págs. 36: 103-110. 1985
FERRARI, S. F.; IWANAGA, S. & DA SILVA, J. L. Platyrrhines in Pimenta Bueno,
Rondônia. Neotropical Primates. Págs. 4: 151-153. 1996
FERRONATO, M. L. 2006. Inventário e estimativa populacional da mastofauna
de médio e grande porte na fazenda Manoa, Cujubim/RO: Um estudo de caso
do impacto da exploração florestal manejada na mastofauna amazônica. 61 f.
Monografia. Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Campus Porto Velho.
http://www.wikiaves.com.br/ acesso em 15 de julho de 2012.
LIMA BORGES, P. A. e TOMÁS, W. M. Guia de Rastros e outros Vestígios de
mamíferos do Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal. 148 p. 2004.
MARQUES, S. A.Levantamento Faunístico da Área sob Influência da BR 364
(Cuiabá-Porto Velho). Relatório de pesquisa no. 4 ao Programa Polonoroeste. PTU,
Brasília. 1990.

60
PRIMAK, R. B. e RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Editora Planta. 1ª ed.
Londrina. 2001.
RONDÔNIA. 2ª Aproximação do zoneamento sócio-econômico-ecológico de
Rondônia, escala 1:250.000 (Relatórios parciais). SEPLAN/SEDAM, Porto Velho,.
1999.
ROOSMALEN, M.G.M.; ROOSMALEN, T; MITTERMEIER, R.A. A Taxonomic Review of
the Titi Monkeys, Genus Callicebus Thomas, 1903, with the description of two new
species, Callicebusbernhardi and Callicebusstephennashi, from Brazilian Amazonia.
Neotropical Primates, Washington, DC: 1-52, june 2002.
SIGRIST, T. e BRETTAS, E. P. 2008. Guia de Campo: Aves da Amazônia Brasileira.
(Série Guias de Campo Avis Brasilis) Tradução: Bruna LugliStraccini.São Paulo. 1ª
edição. 472 p.
AMARAL, Paulo Henrique Coelho et al. Floresta para Sempre: um Manual para
Produção de Madeira na Amazônia. Belém: IMAZON, 1998.
SILVA, José Natalino Macedo et al. Diretrizes para instalação e medição de
parcelas permanentes em florestas naturais da Amazõnia Brasileira. – Belém,
PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2005.
SILVA, José Natalino Macedo et al. Manejo Florestal de Baixo Impacto. Belém, PA:
FFT , 2002.
PAULA, José Elias de. Madeiras nativas do Brasil: anatomia – dendrologia –
dendrometria – produção – uso. – Porto Alegre: Cinco Continentes, 2007.

61
11. Anexos

 ART / CREA.

62

Você também pode gostar