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JUN 1993 NBR 5748


Análise quím ica de cim ento Portland -
Determ inação de óxido de cálcio livre
ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas

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Rio de Janeiro
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NORMATÉCNICA
Origem: Projeto NBR 5748/1977
CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados
CE-18:103.01 - Comissão de Estudo de Métodos de Análise Química de Cimento
Portland e de suas Matérias-Primas
NBR 5748 - Chemical analysis of Portland cement - Determination of free calcium
oxyde - Method of test
Descriptor: Portland cement
Esta Norma substitui a NBR 5748/1977
Copyright © 1990,
ABNT–Associação Brasileira
Válida a partir de 30.07.1993
de Normas Técnicas
Printed in Brazil/
Impresso no Brasil Palavra-chave: Cimento Portland 3 páginas
Todos os direitos reservados

1 Objetivo reservatório de 100 mL com a entrada de ar ligada a um


tubo contendo soda-amianto e sulfato de cálcio anidro ou
1.1 Esta Norma estabelece o processo para determinar o qualquer outro agente adequado para reter dióxido de
teor do óxido de cálcio livre em clínquer de cimento carbono e umidade.
Portland. Quando aplicado o cimento Portland ou o clín-
quer velho, há possibilidade de presença do hidróxido de 3 Execução do ensaio
cálcio e deve ser levado em consideração que esta Norma
não diferencia óxido de cálcio livre (CaO) de hidróxido de 3.1 Reagentes
cálcio livre (Ca(OH)2).
3.1.1 Acetato de amônio
1.2 Esta Norma é baseada na dissolução do óxido de cál-
cio livre em solução quente da mistura álcool glicerol e Normalmente o acetato de amônio é úmido quando rece-
subseqüente titulação de cal dissolvida com uma solução bido ou após ser estocado no laboratório, necessitando
alcoólica de acetato de amônio. ser dessecado antes de ser usado. Isso é feito no desse-
cador, por um período de, pelo menos, duas semanas
2 Aparelhagem usando como agente dessecante sulfato de cálcio anidro
ou outro agente de eficiência equivalente. Se o acetato de
2.1 Conjunto para ebulição amônio apresentar-se úmido após este período de desi-
dratação, é sinal de presença de ácido acético livre, de-
O frasco usado para ferver a amostra com a solução de- vendo ser usado um novo suprimento de acetato de
ve ser de fundo chato e gargalo curto, ou frasco de amônio.
Erlenmeyer de 200 mL a 250 mL de capacidade. O con-
densador de refluxo deve ter, pelo menos, 300 mm de 3.1.2 Solução padronizada de acetato de amônio
comprimento se for resfriado por água ou 500 mm se for (1 mL = 0,005 g CaO)
resfriado por ar. Recomendam-se ligações cônicas es-
merilhadas, embora se permita rolha de borracha branca Prepara-se uma solução padronizada de acetato de amô-
com vedação perfeita. nio (N H 4O 2H 3O 2) dissolvendo-se 16 g de acetato de am ônio
dessecado em 1 L de etanol absoluto em um frasco limpo,
2.2 Bureta seco e bem arrolhado. Calibra-se a solução como segue:

É necessária uma bureta de 10 mL de capacidade, gra- a) calcina-se aproximadamente 0,1 g de carbonato


duada em unidades de, pelo menos, 0,05 mL. Recomen- de cálcio (CaCo) de oxalato de cálcio (CaC2O2), am-
da-se uma semimicrobureta do tipo de reenchimento com bos puros para análise, em cadinho de platina a
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900°C-1000°C, resfria-se em dessecador e pesa- 2,5 L 360 mL de glicerol e 1800 mL de etanol, usando o
se com aproximação de 0,0001 g até peso cons- etanol para lavar e transferir completamente o glicerol
tante; para o frasco.

b) as pesadas devem ser bem rápidas para evitar 3.1.5.1.1 A essa mistura, juntam-se 0,18 g de fenolftaleína.
absorção de umidade e gás carbônico (CO2);
3.1.5.2 Arrolha-se imediatamente o frasco e aquece-se li-
c) transfere-se imediatamente o CaO sem moer geiramente sobre uma superfície que esteja abaixo de
para um frasco de ebulição limpo e seco de 120°C, agitando com freqüência para espalhar o calor
200 mL-250 mL com fundo chato e gargalo esme- até que o indicador fique completamente dissolvido e in-
rilhado ligado ao condensador de refluxo; timamente misturado.

d) pesa-se o cadinho vazio com aproximação de


3.1.5.3 A mistura deve estar levemente alcalina, indicada
0,0001 g para determinar o peso de CaO usado; por uma cor rosa-pálido quando resfriada à temperatu-
ra ambiente.
e) juntam-se ao frasco 60 mL de solvente etanol-
glicerol e algumas pérolas de vidro para assegu-
3.1.5.3.1 Se a mistura estiver descorada, junta-se, pouco
rar uma ebulição e agitação intensa e sem cho-
a pouco, uma solução recente de hidróxido de sódio
ques durante a ebulição. D ispersa-se o C aO na so-
(NaOH) em etanol absoluto, até formar uma coloração
lução agitando-se bem o frasco e liga-se ao con-
rosa-pálido.
densador de refluxo;

f) ferve-se e titula-se como descrito em 3.2.2, to- 3.1.5.3.2 Um ponto neutro é considerado aprovado
mando-se a precaução de não se aquecer com quando a cor rosa-pálido de 60 mL da mistura solven-
chama devido ao solvente ser inflamável; titula-se te desaparecer pela fervura ou for dispersada por uma
com intervalos de 5 min nos primeiros 20 min de gota (0,02 mL) da solução de acetato de amônio
ebulição para evitar a formação de cristais de gli- (1 mL - 0,005 CaO).
cerato de cálcio que se dissolvem lentamente, au-
mentando o tempo necessário para completar a 3.1.5.3.3 Se a cor da mistura solvente preparada estiver
titulação; rosa-forte quando resfriada à temperatura ambiente, dis-
persa-se a cor pela adição de pequena quantidade da
g) a cor da solução deve ser usada como guia aos solução de acetato de amônio até atingir a cor rosa-páli-
intervalos de titulação; do acima especificada.

h) a titulação é completada quando a cor rosa não 3.1.5.3.4 Se a mistura solvente tornar-se ácida, o que é
aparecer na solução durante 1 h de ebulição con- indicado pelo desaparecimento da cor rosa-pálido, a al-
tínua; calinidade deve ser reajustada ao rosa-pálido pela adição
gradativa de uma solução recente de NaOH em etanol. (O
i) se o ponto final for determinado com precisão, a erro resultante de um excesso de alcalinidade equivalen-
solução voltará ao rosa pelo resfriamento, uma vez te a 0,02 mL da solução de acetato de amônio é de ape-
que o ponto final é o mesmo para uma solução nas 0,01% de CaO livre e pode ser desprezado.)
quente ou fria,
Nota: Recomenda-se que os reagentes e as soluções sejam pro-
- isto pode servir como evidência de que o ponto tegidos contra umidade e dióxido de carbono.
final não foi ultrapassado;
3.2 Procedimento
j) calcula-se o equivalente em CaO da solução de
acetato de amônio em gramas por mililitro, divi- 3.2.1 Tritura-se bem cerca de 1,2 g de amostra em um gral
dindo-se o peso de CaO usado pelo volume da de ágata durante 5 min (Ver Nota “a”). Pesa-se 1,000 g da
solução usada. amostra finamente moída e coloca-se em um balão limpo
e seco de 200 mL ou 250 mL de fundo chato e boca côni-
3.1.3 Etanol ca esmerilhada, juntam-se 60 mL de solvente glicerol-
etanol, algumas pérolas de vidro, e agita-se para disper-
Etanol absoluto é preferido, porém pode ser substituído sar a amostra (ver Nota “b”). Logo em seguida, liga-se um
por etanol anidro. condensador de refluxo e ferve-se até 20 min a solução do
frasco em chapa quente (o emprego de chama não é re-
3.1.4 Glicerol comendado por apresentar perigo de incêndio) até se ve-
rificar o aparecimento da coloração rosa-intenso. É ne-
Normalmente o glicerol contém água como impureza. cessária uma fervura mais forte com cimento do que CaO
Para garantir um teor de água inferior a 5%, determina-se puro usado na padronização da solução de acetato, que
o seu peso específico a 25°C por meio de um picnômetro, deve ser conduzida de forma a não ser preciso agitar o
o qual não deve ser inferior a 1,249. frasco.

3.1.5 Solvente neutro de glicerol-etanol Notas: a) É indispensável uma completa trituração da amostra
para expulsar pequenos grãos de óxido de cálcio livre
3.1.5.1 Prepara-se uma solução de um volume de glicerol que muitas vezes ficam oclusos nos cristais de silicato
e cinco volumes de etanol, juntando-se a um frasco de tricálcico do cimento.
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b) Pode-se usar cloreto de sódio (NaCl), cloreto de bário titulações podem ter a freqüência de 5 min, nunca deven-
(BaCl2) seco ou nitrato de estrôncio anidro (Sr(NO3)2) do exceder 20 min nos primeiros estágios. Continuam-se
para acelerar a dissolução da cal livre. Quando usar as titulações até que não se intensifique a coloração rosa-
BaCl2 ou (Sr(NO3)2), juntam-se ao solvente, antes da pálido obtida na titulação anterior, e a porcentagem de
neutralização, 36 g ou 22 g, respectivamente, depois de
CaO livre da amostra não aumente em mais de 0,05 pela
secar previamente o sal algumas horas entre 120°C e
130°C. Quando usar NaCl, juntar 0,5 g diretamente ao
adição da solução de acetato após 2 h de ebulição. Pode-
frasco contendo a amostra e o solvente. se usar um refletor com lâmpada de luz solar como auxí-
lio para o julgamento do ponto final por comparação do
3.2.2 Retira-se o condensador e titula-se rapidamente conteúdo do frasco com o de outro frasco que contenha
bem próximo à fervura, com a solução padronizada de um excesso da solução de acetato de amônio.
acetato de amônio (1 mL = 0,005 g (CaO)). Uma ligeira co-
loração rosa deve permanecer após quase o final da titu- 4 Resultado
lação, uma vez que um excesso da solução de acetato
reage com o aluminato e os silicatos de cálcio existentes Calcula-se a porcentagem de CaO livre com aproximação
na amostra. (Se for necessário interromper a determina- de 0,1, como segue:
ção, remove-se o frasco do condensador, titula-se até co-
loração rosa-pálido e arrolha-se hermeticamente o fras- CaO livre % = EV x 100
co.)
Onde:
3.2.3 Liga-se o condensador, recoloca-se o frasco na cha-
pa quente e ferve-se como antes. E = equivalente em CaO da solução de acetato de
amônio, em gramas por mililitro
3.2.4 Continua-se em ciclos de titulação e fervura enquan-
to a solução se tornar profundamente rosa ou vermelha, V = volume, em mililitro, da solução de acetato de
dependendo da rapidez da solubilização do CaO livre. As amônio exigido pela amostra

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