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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PATRICK FERNANDES VIEIRA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA ÁGUA DE CHUVA PARA FINS


NÃO POTÁVEIS: ANÁLISE DO PROJETO DE UM CONDOMÍNIO
RESIDENCIAL VERTICAL EM CURITIBA-PR

CURITIBA
2012
PATRICK FERNANDES VIEIRA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA ÁGUA DE CHUVA PARA FINS


NÃO POTÁVEIS: ANÁLISE DO PROJETO DE UM CONDOMÍNIO
RESIDENCIAL VERTICAL EM CURITIBA-PR

Monografia apresentada para obtenção do título de


Especialista no Curso de Pós Graduação em
Construções Sustentáveis, Departamento Acadêmico
de Construção Civil, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, UTFPR.
Orientadora: Profª. Drª. Celimar Azambuja Teixeira.

CURITIBA
2012
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, aos meus pais Joaquim Vieira e Maria Isabel de
Souza F. Vieira, e aos meus irmãos Frederick F. Vieira e Débora F. Vieira, pelo estímulo.
Aos colegas de turma pelo companheirismo e pela oportunidade de mesclar
experiências profissionais durante o curso.
A minha namorada Maria Maia pela compreensão e auxílio nos momentos de
dificuldade.
A orientadora Celimar Azambuja Teixeira por sua dedicação, apoio para o
desenvolvimento e conclusão deste trabalho, além de incentivar a continuação do mesmo para
uma proposta futura.
RESUMO

A carência de água é um obstáculo cada vez mais rígido em todo o planeta devido a elementos
como: o desperdício de água, as mudanças climáticas, a poluição da água e o consumo
desordenado dos recursos hídricos. Sob essas circunstâncias, mecanismos habituais ou a
adoção de novas fontes alternativas, como por exemplo, o aproveitamento da água pluvial, é
considerado uma alternativa viável para reduzir o consumo de água potável. Neste contexto, o
presente trabalho tem o propósito de estimar o consumo não potável de um condomínio
residencial vertical localizado no município de Curitiba, em fase de construção, e avaliar a
demanda dos reservatórios de aproveitamento e retenção projetados para atender as exigências
legais do município. Primeiramente coletaram-se os dados dos projetos aprovados que cita o
volume dimensionado para os reservatórios de aproveitamento e acumulação. Após a
realização do levantamento, calculou-se a demanda de água para abastecer o consumo não
potável do condomínio através de parâmetros estimados, que possibilitaram definir estes usos
para o aproveitamento do volume de água pluvial reservada. Para os fins não potáveis do
condomínio, considerou-se o uso da descarga da bacia sanitária dos apartamentos e das áreas
condominiais de uso comum, lavagem de pisos e automóveis, irrigação do jardim e
manutenção da piscina. Com a demanda definida, outros métodos de dimensionamento foram
ensaiados para comparar e avaliar os reservatórios projetados com o volume de 70,00 m3 para
o aproveitamento e 103,00 m3 para a acumulação de cheias. Com a demanda mensal estimada
de 897,45 m3 para o uso não potável do condomínio residencial, avaliou-se a capacidade
estimada de redução do consumo de água potável ao utilizar a água de chuva reservada. Com
o volume projetado de 70,00 m3 é possível atender 8 % da demanda total do condomínio, ou
prever um valor estimado de 8 % de substituição de água potável por água de chuva. Ao
adicionar o volume do reservatório de acumulação, soma-se um total reservado de 173,00 m3,
que possibilita suprir 19% da demanda, ou elevar em 19% o potencial de redução de água
potável para fins menos nobres.

Palavras-chaves: fins não potáveis; aproveitamento da água de chuva; demanda;


dimensionamento.
ABSTRACT

The water shortage is a huge obstacle in all the planet, due to many conjoint factors as the
waste of water, the climate, the pollution and the disordered consumption use of the hidric
resources. Under these circumstances, usual mechanisms are considered or the introduction of
new ways of exploring the alternatives sources, as for example, the rain water, which is
considered a viable alternative to reduce the use and waste of drinkable water. In this context,
this thesis has the purpose of estimating the non potable water of a vertical residential
condominium in fase of construction, localized in Curitiba-Brasil, and evaluate the water
supply of the water reservatories of reuse and retention projected to attend the legal
obligations of the City Hall. The study was started by collecting all the information of the
approved projects that mention the volume and dimension for the water reservatories of reuse
and accumulation. After the data collection, it was calculated the water supply and its use of
non-potable water of the condominium, trough estimated parameters that helps defining the
possible uses of non-potable water for reuse that was stored. It was defined that the non-
potable stored water will be used in flushing cisterns of the apartments, common areas, floor
and car cleaning, garden irrigation and swimming pool maintenance. With all the necessities
defined, other dimensioning methods were tried in due of compare and analyze the water
tanks with the volume of 70,00 m3 for reuse and 103,00 m3 for Rainwater accumulation. With
the monthly necessities estimated in 897,45 m3 for non-potable water uses of the
condominium, it was verified a possibility of reduction of drinkable water while using the
stored rainwater. With a projected volume of 70,00 m3 it is possible to supply 8 % of total
needs of water of the condominium, or predict an estimated value of 8% of replacement of
drinkable water for Rainwater. By adding the volume of the storing tank, the total sum will be
of 173,00 m3 of stored water, that can enable 19% elimination, or elevate in 19% the
reduction of drinkable water for less noble purposes.

Keywords: non-potable water uses; Rainwater use; water supply; drinkable water needs;
dimensioning.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa das bacias hidrográficas do Paraná................................................................ 15


Figura 2 - Mapa da Bacia do Alto Iguaçu................................................................................. 16
Figura 3 - Sistema comum de aproveitamento da água de chuva............................................. 25
Figura 4 - Superfície inclinada.................................................................................................. 28
Figura 5 - Superfície plana horizontal.......................................................................................28
Figura 6 - Descarte da primeira chuva com o reservatório de eliminação................................29
Figura 7 - Descarte da primeira chuva por bola flutuante.........................................................30
Figura 8 - Implantação do condomínio residencial...................................................................38
Figura 9 - Áreas impermeáveis do terreno................................................................................ 40
Figura 10 - Planta dos reservatórios de Contenção 01 e Aproveitamento 01........................... 41
Figura 11 - Corte dos reservatórios de Contenção 01 e Aproveitamento 01............................ 41
Figura 12 - Planta do reservatório de Contenção 03................................................................. 42
Figura 13 - Corte do reservatório de Contenção 03.................................................................. 42
Figura 14 - Planta e Corte dos reservatórios de Contenção 02 e Aproveitamento 02.............. 43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estimativa da área total do SAG e sua distribuição por país................................... 13


Tabela 2 - Produção hídrica do mundo por região ................................................................... 13
Tabela 3 - Produção hídrica de superfície da América do Sul ................................................. 14
Tabela 4 - Disponibilidade hídrica no Brasil por regiões ......................................................... 14
Tabela 5 - Regiões do Brasil com áreas em km2 e população ................................................. 14
Tabela 6 - Rio Iguaçu, entre a captação da Sanepar na BR-277 e Porto Amazonas ................ 16
Tabela 7 - Estado trófico dos reservatórios (Cenários) ano de 2005 ........................................ 17
Tabela 8 - Consumo por quantidade de dormitórios ................................................................ 19
Tabela 9 - Exigências do PURAE para os diversos tipos de edificações ................................. 20
Tabela 10 - Diâmetro do orifício regulador de acordo com o volume ..................................... 22
Tabela 11 - Média de consumo de água interno de uma residência nos Estados Unidos ........ 23
Tabela 12 - Estimativa da demanda residencial de água potável para uso externo .................. 24
Tabela 13 - Distribuição por % de consumo domiciliar de água por ponto de consumo ......... 24
Tabela 14 - Média de consumo de água interno de uma residência nos Estados Unidos ........ 25
Tabela 15 - Coeficiente de Runoff médios ............................................................................... 27
Tabela 16 - Coeficiente de Runoff de Paulo Sampaio Wilken ................................................. 27
Tabela 17 - Coeficientes de Runoff adotados para aproveitamento de água pluvial ............... 27
Tabela 18 - Parâmetros de qualidade da água de chuva para usos restritivos não potáveis ..... 32
Tabela 19 - Frequência de manutenção .................................................................................... 37
Tabela 20 - Estatística do Projeto Arquitetônico ...................................................................... 39
Tabela 21 - Descrição das unidades ......................................................................................... 39
Tabela 22 - Áreas de recreação................................................................................................. 39
Tabela 23 - Consumo diário por quartos em litros/dia ............................................................. 43
Tabela 24 - Índice Pluviométrico de Curitiba .......................................................................... 44
Tabela 25 - Descrição dos espaços condominiais com sua capacidade ................................... 45
Tabela 26 - Áreas externas do condomínio .............................................................................. 46
Tabela 27 - Demanda para o uso da descarga sanitária dos apartamentos ............................... 47
Tabela 28 - Demanda para o uso da descarga sanitária dos banheiros de uso comum ............ 47
Tabela 29 - Demanda com 30% como referência para a descarga sanitária de uso comum .... 48
Tabela 30 - Demanda para o uso externo do condomínio ........................................................ 48
Tabela 31 - Demanda para a lavagem de veículos ................................................................... 49
Tabela 32 - Consumo estimado para fins não potáveis do condomínio residencial ................. 49
Tabela 33 - Porcentagem armazenada pela demanda total ....................................................... 50
Tabela 34 - Demanda estimada para o volume reservado de 70,00 m3 ................................... 51
Tabela 35 - Demanda estimada para o volume reservado de 173,00 m3 ................................. 51
Tabela 36 - Informações para a aplicação dos métodos ........................................................... 53
Tabela 37 - Resultados do dimensionamento do reservatório .................................................. 53
Tabela 38 - Ensaio pelo método Rippl ..................................................................................... 60
Tabela 39 - Ensaio pelo método Rippl ..................................................................................... 60
Tabela 40 - Ensaio pelo método da Simulação ........................................................................ 61
Tabela 41 - Ensaio pelo método da Simulação ........................................................................ 61
Tabela 42 - Ensaio pelo método Australiano ........................................................................... 62
Tabela 43 - Ensaio pelo método Azevedo Neto ....................................................................... 62
Tabela 44 - Ensaio pelo método Prático Alemão ..................................................................... 62
Tabela 45 - Ensaio pelo método Prático Inglês ........................................................................ 63
Tabela 46 - Ensaio pelo método da NBR 15227 ...................................................................... 63
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9
1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 10
1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 12
2.1 DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS ................................................. 12
2.2 LEI QUE ESTABELECE O PURAE NO MUNICÍPIO DE CURITIBA-PR........... 17
2.2.1 DECRETO QUE REGULAMENTA A LEI Nº 10.785 DE 2003 ............................ 18
2.2.2 DECRETO QUE DISPÕE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DOS MECANISMOS DE
CONTENÇÃO DE CHEIAS .................................................................................................... 21
2.3 PREVISÃO DE CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL .............................................. 23
2.4 SISTEMA DE APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA ............................. 25
2.4.1 CAPTAÇÃO.............................................................................................................. 26
2.4.2 TRATAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS ........... 28
2.4.3 QUALIDADE DA ÁGUA DE CHUVA ................................................................... 30
2.4.4 MÉTODOS PARA O DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS ............. 33
2.4.5 MANUTENÇÃO DO SISTEMA E INSTALAÇÕES PREDIAIS ........................... 36
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 37
3.1 OBJETO DE ESTUDO ............................................................................................. 37
3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................. 38
3.2.1 DADOS DO PROJETO ............................................................................................ 38
3.2.2 CÁLCULO DO RESERVATÓRIO DE CONTENÇÃO DE CHEIAS .................... 40
3.2.3 CÁLCULO DO RESERVATÓRIO DE APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE
CHUVA....................................................................................................................................42
3.2.4 ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO DE CURITIBA .......................................................... 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 45
4.1 CONSUMO ESTIMADO PARA FINS NÃO POTÁVEIS DO CONDOMÍNIO .... 45
4.2 DEMANDA ESTIMADA PARA O USO NÃO POTÁVEL DA ÁGUA DE CHUVA
ARMAZENADA NOS RESERVATÓRIOS ........................................................................... 50
4.3 SIMULAÇÃO PARA O DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO COM A
APLICAÇÃO DE OUTROS MÉTODOS................................................................................ 52
5 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 55
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 57
7 APÊNDICE ................................................................................................................ 60
9

1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Programa Hidrológico Internacional da UNESCO, a água ocupa


aproximadamente 70% da superfície do nosso planeta. Mas de 97,5% da água do planeta é
salgada. Da parcela de água doce, 68,9% encontram-se nas geleiras, calotas polares ou em
regiões montanhosas, 29,9% em águas subterrâneas, 0,9% compõe a umidade do solo e dos
pântanos e apenas 0,3% constitui a porção superficial de água doce presente em rios e lagos.
O Brasil é um país privilegiado quanto ao volume de recursos hídricos, pois abriga
12% da água doce do mundo. Porém, a disponibilidade desses recursos não é uniforme, mais
de 68,5% da água superficial disponível no país encontra-se na bacia Amazônica que é
habitada por 7,4% da população. Apenas 31,5% dos recursos hídricos brasileiros estão
disponíveis para as demais regiões, onde residem 92% da população do país (TOMAZ, 2005).
O meio urbano consome excessivamente os recursos naturais, a água e os alimentos
que são consumidos, são provenientes de regiões distantes das concentrações urbanas. Além
da interdependência, o desperdício de bens e produtos é elevado, e os rejeitos dessa utilização
são grandes fontes de poluição para o próprio ambiente das cidades, do seu entorno e até
mesmo de áreas mais distantes. A poluição atmosférica por gases e partículas, a contaminação
das águas pelos esgotos urbanos e industriais, o lixo e o entulho gerados, são os principais
exemplos desses rejeitos.
A baixa quantidade e qualidade dos cursos hídricos disponíveis para o consumo, o
crescente aumento da demanda, e o desperdício da água potável para fins menos nobres, tem
imposto a adoção de programas para a conservação de água e a utilização de novas fontes
alternativas em substituição às existentes, o aproveitamento de água pluvial precipitada nas
residências do meio urbano enquadra-se nesta categoria. Segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 15527/07 é considerado a captação da água de
chuva para a utilização não potável: o uso para descargas em bacias sanitárias, irrigação de
gramados e jardins, lavagem de veículos, limpeza de ruas, pátios, calçadas, espelhos d’águas e
usos industriais. O sistema de aproveitamento da água pluvial possui diversas vantagens,
como: utilizar as estruturas existentes das edificações, coberturas e telhados para a captação,
aproveitar as águas reservadas nos mecanismos de acumulação e retenção, amenizar a carga
de água pluvial lançada na rede de drenagem; reduzir as áreas de riscos de inundações e
alagamentos, erosão e assoreamento dos leitos dos rios no período de chuvas torrenciais e em
ocorrências isoladas, aumentar o potencial hídrico para atender o crescimento populacional ou
abastecer setores deficientes, diminuir o volume e os investimentos na captação da água em
10

mananciais afastados e reduzir os custos para tratamento da água sendo a utilização para fins
não potáveis.
Nesta visão, o presente trabalho pretende avaliar o potencial de aproveitamento da
água de chuva e a necessidade de aplicar sistemas e métodos para a redução do consumo nas
edificações residenciais verticais na região urbana de Curitiba.

1.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem por objetivo verificar a demanda necessária para o uso não potável
da água de chuva armazenada nos reservatórios de aproveitamento e contenção de cheias de
um condomínio residencial vertical, dimensionados em conformidade com as exigências
estabelecidas pela legislação específica do município de Curitiba.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Levantar o volume calculado de acordo com o decreto municipal para o


dimensionamento dos reservatórios;
• Verificar o consumo estimado para fins não potáveis do condomínio residencial;
• Estimar a demanda não potável em conformidade com os reservatórios projetados e o
volume armazenado;
• Comparar com outros métodos de cálculo para o dimensionamento do reservatório;
• Estimar a capacidade de redução do consumo de água potável através do uso da água
pluvial armazenada nos reservatórios dimensionados em concordância com os
decretos municipais.

1.3 JUSTIFICATIVA

Com o crescimento populacional da cidade, o espaço urbano avança sem organização,


o progresso é acelerado e o planejamento é lento. A urbanização provoca alterações no
ambiente da cidade, o ciclo das águas é alterado pela impermeabilização do solo, a água
pluvial é canalizada por galerias, sistemas de drenagem, e essa água torna-se imprópria para o
uso. Os corpos d’água são modificados, sem respeitar a existência das matas ciliares e áreas
verdes, assim as águas atingem os fundos de vale rapidamente, e sem condições de vazão
11

suficiente, causam as enchentes. Além disso, as águas carregam para os rios, materiais como:
terra, lixo e entulhos que contribuem com o assoreamento dos mesmos.
A água é um recurso escasso e a dificuldade é ampla a procura de novos mananciais e
fontes hídricas com qualidade suficiente para o consumo humano. Atualmente a maior
concentração de água potável para o abastecimento de Curitiba está localizada na região
metropolitana, nos municípios limítrofes, sendo o município de Piraquara o principal
abastecedor.
O poder municipal lentamente estabelece e define decretos e leis que propõem ações
alternativas para a retenção, captação e uso racional da água. Para a conservação dos recursos
hídricos é essencial que as edificações sejam projetadas com mecanismos e sistemas para a
redução do consumo da água potável e do escoamento superficial urbano, mesmo que o
estágio inicial seja para os fins não potáveis, através da utilização da água de chuva
depositada nos reservatórios de aproveitamento, acumulação e drenagem, que são projetados
para a contenção de cheias e descartam o excedente diretamente para a rede pluvial.
12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo American Water Works Association – AWWA (1993) apud Tomaz (2005)
definiu a conservação da água como a prática, tecnologias e incentivos que aperfeiçoam a
eficiência do uso da água. Um programa de conservação da água constitui-se de medidas e
incentivos. Medidas são as tecnologias e mudanças de comportamento, chamada de práticas,
que resultam no uso mais eficiente da água. Incentivos de conservação da água são: a
educação pública, as campanhas, a estrutura tarifária e os regulamentos que motivam o
consumidor a adotar as medidas específicas. Uns dos meios de conservação da água é o
aproveitamento da água pluvial que é captada em telhados e superfícies impermeabilizadas,
transportada por coletores horizontais e condutores verticais que depositam e conservam em
reservatórios sobre o solo ou enterrado.
O armazenamento da água de chuva é feito desde a antiguidade. Na ilha de Creta
inúmeros reservatórios eram escavados em rochas com a finalidade para o consumo humano.
Nessa mesma ilha, no palácio de Knossos, aproximadamente em 2000 a.C, era
aproveitada a água de chuva para descarga em bacias sanitárias. A grande fortaleza e
convento dos Templários, localizada na cidade de Tomar, Portugal, que foi construído em 01
de março de 1160, existem dois reservatórios para o aproveitamento da água de chuva, sendo
um com 215,00 m³ e outro com 145,00 m³. (KÖNING, 2001 apud TOMAZ, 2005).
Conforme Piazza (1983) apud Seeger (2008), em Santa Catarina, a primeira utilização
comprovada da água de chuva é datada do século XVIII, na Fortaleza de Ratones. Por estar
desprovida de fonte de água, foi construída, nesta ilha, uma cisterna que coletava a água dos
telhados para diversas finalidades, inclusive para o consumo das tropas.

2.1 DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS

Os recursos hídricos disponíveis estão distribuídos tanto na superfície ou no


subterrâneo em uma localidade específica ou bacia hidrográfica. A reserva de água doce no
mundo corresponde a 2,5%. Deste volume total, 29,9% é a parcela correspondente à água
acondicionada no subterrâneo e 0,3% representa os rios, lagos e reservatórios, e o restante está
na biomassa e na atmosfera sob a forma de vapor. (TOMAZ, 2005).
O Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero
Guarani (PSAG), confirmou a existência do Sistema Aquífero Guarani (SAG) como um
extenso conjunto de formações geológicas com características aquíferas, que formam um
13

vasto reservatório subterrâneo de água. Os estudos realizados ajustaram a sua área a


1.087.879 Km2, o que corresponde a 92% da estimativa original. (ORGANIZAÇÃO DOS
ESTADOS AMERICANOS, 2009). O aquífero está presente no subsolo dos territórios do
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, com um volume estimado em 50 mil km3, sendo 61%
da reserva localizada no território brasileiro.

Tabela 1 - Estimativa da área total do SAG e sua distribuição por país


Pais Área km2 % do total
Argentina 228.255 20,98
Brasil 735.918 61,65
Paraguai 87.536 8,05
Uruguai 36.170 3,32
Área Total SAG 1.087.879 100

Fonte: OEA, 2009.

No Mundo, os maiores volumes de água estão concentrados nas regiões da Ásia e


América do Sul. A Ásia detém a maior fração com uma vazão média de 458.000 m3/s, com o
total aproximado de 31,6 % da produção hídrica mundial, seguido da América do Sul com
23,1 %. (TOMAZ, 2005).

Tabela 2 - Produção hídrica do mundo por região


Regiões do Mundo Vazão média (m3/s) % Porcentagem
Ásia 458.000 31,6
América do Sul 334.000 23,1
América do Norte 260.000 18,0
África 145.000 10,0
Europa 102.000 7,0
Antártida 73.000 5,0
Oceania 65.000 4,5
Austrália e Tasmânia 11.000 0,8
Total 1.448.000 100

Fonte: TOMAZ, 2005.

Na América do Sul, o Brasil representa a maior produção hídrica com uma vazão
média de 177.900 m3/s, que corresponde 53% da vazão média de 334.000 m3/s. (TOMAZ,
2005).
14

Tabela 3 - Produção hídrica de superfície da América do Sul


América do Sul Vazão média (m3/s) % Porcentagem
Brasil 177.900 53
Outros países 156.100 47
Total 334.000 100

Fonte: TOMAZ, 2005.

Nos quadros a seguir, a maior acumulação de água superficial está localizada na


Região Norte, com 68,5% do potencial hídrico do país para uma população relativamente
reduzida que representa 7,40 % da população nacional.
Existe um desequilíbrio entre a oferta e a necessidade, a região Sudeste possui o maior
número de habitantes, e uma disponibilidade restrita de recursos hídricos, o problema é
agravado pela poluição e a contaminação dos rios em consequência das atividades industriais,
defensivos agrícolas e despejos urbanos. (TOMAZ, 2005).

Tabela 4 - Disponibilidade hídrica no Brasil por regiões

Regiões do Brasil Vazão média (m3/s) % Porcentagem


Norte 3.845,5 68,5
Nordeste 186,20 3,3
Sudeste 334,20 6,0
Sul 365,40 6,5
Centro Oeste 878,7 15,7
Total 5.610,0 100%

Fonte: TOMAZ, 2005.

Tabela 5 - Regiões do Brasil com áreas em km2 e população


Regiões do Brasil Área (km2) População 1999 % População
Norte 3.869.637 12.133.705 7,40
Nordeste 1.561.177 46.289.042 28,23
Sudeste 927.286 69.858.115 42,61
Sul 577.214 24.445.950 14,91
Centro Oeste 1.612.077 11.220.742 6,85
Total 8.547.403 163.947.554 100%
Fonte: IBGE, 1999.
15

O Estado do Paraná possui 16 bacias hidrográficas, entre os principais rios, podem-se


citar os rios: Paraná, Iguaçu, Paranapanema, Ivaí, Tibagi e o Piquiri. Na figura 1, apresenta-se
o mapa com as delimitações das bacias e os principais rios. (SUDERHSA, 2007).

Figura 1 - Mapa das bacias hidrográficas do Paraná


Fonte: SUDERHSA, 2007.

A Bacia do Alto Iguaçu está compreendida entre a Serra do Mar e a Escarpa


Devoniana, apresentando diferentes regiões morfológicas.
Com uma área de aproximadamente 3.000 km2, é composta pelas bacias hidrográficas
dos rios formadores do Iguaçu na Região Metropolitana de Curitiba.
Esta região engloba total ou parcialmente os seguintes municípios: Curitiba,
Colombo, Campina Grande do Sul, Quatro Barras, Piraquara, Pinhais, São José dos Pinhais,
Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Araucária, Contenda, Balsa Nova, Campo Largo, Campo
Magro e Almirante Tamandaré. (SUDERHSA, 2000).
16

Figura 2 - Mapa da Bacia do Alto Iguaçu


Fonte: SUDERHSA, 2000.

Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), foram desenvolvidos estudos e


análises físico-químicas e biológicas especificamente nos mananciais urbanos da região
metropolitana para avaliar a qualidade da água e o grau de contaminação dos cursos d’água.
Na tabela 6, os dados foram monitorados no trecho do Rio Iguaçu, entre a estação de
captação da Sanepar na BR-277 e o município de Porto Amazonas.
É importante analisar que a área avaliada está no raio de abrangência da captação para
o abastecimento de água potável do município de Curitiba. (IAP, 2007).

Tabela 6 - Rio Iguaçu, entre a captação da Sanepar na BR-277 e Porto Amazonas

Fonte: IAP, 2007.

Também foi avaliada a qualidade da água dos reservatórios situados na Bacia do Alto
Iguaçu. Este plano caracterizou os reservatórios por estados tróficos de eutrofização, ou seja,
os limites dos estados tróficos quanto à concentração de fósforo. (SUDERHSA, 2000).
17

Tabela 7 - Estado trófico dos reservatórios (Cenários) ano de 2005

Fonte: SUDERHSA, 2007.

As análises mostram que não somente os rios que são afetados com a degradação da
qualidade da água, os níveis de concentração de fósforo em alguns reservatórios da bacia
também são alarmantes. Com relação ao ano de 2005 o reservatório do Iraí está com grande
comprometimento da qualidade de suas águas para a potabilidade. O reservatório do Passaúna
com grande potencial de atingir uma qualidade negativa ao longo do tempo. Já os
reservatórios de Piraquara I, Miringuava e Pequeno estão em situação ideal para reservatórios
destinados ao abastecimento público. (SUDERHSA, 2000).

2.2 LEI QUE ESTABELECE O PURAE NO MUNICÍPIO DE CURITIBA-PR

A lei nº 10.785 de 18 de setembro de 2003, cria no município de Curitiba, o programa


de conservação e uso racional da água nas edificações - PURAE. (CURITIBA, 2003).
O Programa tem a finalidade de estabelecer medidas que induzam a conservação, uso
racional e a utilização de fontes alternativas para a captação de água para as novas
edificações, além de conscientizar a população sobre a importância de preservar os recursos
hídricos existentes.
Para os efeitos desta lei e aplicação, são adotadas as seguintes definições:
(CURITIBA, 2003).

• Utilização de aparelhos e dispositivos economizadores de água, como: bacias


sanitárias com volume de descarga reduzido, torneiras com arejadores e
chuveiros e lavatórios de volumes fixos de descarga;
• Instalação de hidrômetros para a medição individualizada;
18

• Utilização de águas servidas provenientes do tanque ou máquina de lavar,


chuveiro ou banheira;
• As águas servidas serão direcionadas através de tubulação individualizada com
o reservatório destinado para abastecer as descargas sanitárias, após o uso será
descarregada na rede pública de esgoto;
• Captação da água de chuva na cobertura das edificações, armazenada em
cisternas ou tanques, para o uso não potável, como: irrigação de jardim e horta,
lavagem de roupas, veículos, calçadas e pisos;
• Combater o desperdício através de campanhas educativas para a
conscientização em escolas da rede pública municipal.

O não cumprimento da presente lei implica na negativa para a concessão do alvará de


construção para as futuras edificações. (CURITIBA, 2003).

2.2.1 DECRETO QUE REGULAMENTA A LEI Nº 10.785 DE 2003

No dia 22 de março de 2006, foi instituído o Decreto nº 293 que regulamenta a lei nº
10.785 de 2003. Este decreto dispõe dos seguintes critérios: (CURITIBA, 2006).

• Para o licenciamento das construções no município é obrigatório que no


projeto de instalações hidráulicas seja previsto a implantação de mecanismo de
aproveitamento da água de chuva;
• A execução dos dispositivos é de responsabilidade do proprietário e do
profissional responsável pela execução da obra, a conclusão deve ocorrer antes
da moradia na edificação;
• Os edifícios de habitação coletiva com área total construída por unidade igual
ou superior a 250,00 m2, e nas habitações unifamiliares em série e conjuntos
habitacionais independente da área construída. Também será exigida a
instalação de hidrômetros para a medição individualizada por unidade;
• Para os edifícios de habitação coletiva, deverá ser considerado o valor total
construído por unidade, mediante aplicação da seguinte fórmula: (CURITIBA,
2006).
a) A unidade = AT / Nº unidades, onde:
19

b) A unidade = Área construída por unidade, em m2;


c) AT = Área total construída no lote, em m2;
d) Nº unidades = número de unidades habitacionais.

• Na aprovação do projeto deverá ser apresentado o Termo de Responsabilidade


do proprietário e do responsável técnico quanto o atendimento do presente
decreto;
• As cisternas e os reservatórios deverão ser instalados na própria área do
imóvel, sendo excluídas as faixas de recuo predial obrigatório;
• Nas edificações habitacionais o dimensionamento do volume do reservatório
deverá ser calculado de acordo com a seguinte fórmula: (CURITIBA, 2006).

a) V= N x C x d x 0,25,
b) Onde:
V= Volume em litros
N= Número de unidades
C= Consumo diário em litros/dia

Para o consumo diário em litros/dia, devem-se adotar os valores conforme a tabela 8:

Tabela 8 - Consumo por quantidade de dormitórios


Quantidade de quartos Consumo (litros/dia)
1 (um) 400
2 (dois) 600
3 (três) 800
4 (quatro) ou mais 1000
Fonte: CURITIBA, 2006.

Nas edificações comerciais o dimensionamento do volume necessário para o


armazenamento deverá ser calculado mediante a seguinte fórmula: (CURITIBA, 2006).

a) V= AC x 0,75
b) Onde:
V= Volume em litros
AC= Área total computável da edificação
20

Em todos os casos fica estabelecido um reservatório com volume mínimo de 500


litros. Nas edificações comerciais e industriais com área computável construída igual ou
superior a 5.000,00 m2, deverá ser previsto o sistema de coleta e tratamento de águas servidas
de acordo com as normas vigentes onde não se faz uso necessário de água potável.
Abaixo a tabela 9, relaciona os tipos de edificações com as seguintes exigências do
PURAE: (CURITIBA, 2006).

1 - Captação e armazenamento da água de chuva;


2 - Dispositivos hidráulicos redutores do consumo de água potável;
3 - Hidrômetros individuais;
4 - Sistema de coleta e tratamento das águas servidas.

Tabela 9 - Exigências do PURAE para os diversos tipos de edificações

Exigências
Tipos de Edificações
1 2 3 4
Habitação Unifamiliar X X
Habitação de Uso Institucional X X
Habitação Transitória 1 (Apartamento, Hotel e Pensão) X X
Habitação Transitório 2 (Hotel) X X
Habitação Transitória 3 (Motel) X X
Comunitário 1-Ensino, Assistência Social a Saúde e Biblioteca. X X
Comunitário 2-Lazer, Cultura, Ensino, Saúde e Culto Religiosos. X X
Comunitário 3-Lazer e Ensino X X
Comércio e Serviço até 400m2 X X
Posto de Abastecimento X X
Habitação Coletiva e ou Conjunto Residencial (edifícios com área total construída por unidade
X X X
igual ou superior a 250m2 e nas residências isoladas)
Habitação Unifamilar em Série X X X
Casas Populares em Série X X X
Comércio e Serviço cima de 400m2 X X X
Edifício de Escritórios X X X
Estacionamento Comercial X X X
Centro Comercial X X X
Super e Hipermercado X X X
Lava Rápido X X X
Clínica e Ambulatório X X X
Indústria X X X
Fonte: CURITIBA, 2007.
21

2.2.2 DECRETO QUE DISPÕE SOBRE A IMPLANTAÇÃO DOS MECANISMOS


DE CONTENÇÃO DE CHEIAS

No dia 20 de março de 2007, foram dispostos os critérios para implantação dos


mecanismos de contenção de cheias sob o Decreto nº 176, que estabelece o controle de
alagamentos, consiste em acumular o máximo possível do excedente hídrico, possibilitando o
retardamento do pico da enchente, para as chuvas de curta duração e maior intensidade.
(CURITIBA, 2007).
Para efeito de aplicação, os mecanismos de contenção de cheias ficam definidos:

• Bacias ou reservatórios de detenção são dispositivos abertos ou fechados


capazes de reter e acumular parte das águas provenientes de chuvas intensas;
• Tem por função regular a vazão, aliviando os canais e as galerias responsáveis
pela macrodrenagem;
• O projeto deverá ser aprovado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas –
SMOP, que é também responsável pela análise do projeto e fiscalização;
• É obrigatório nos novos empreendimentos, ampliações ou reformas,
independente do uso e localização, que impermeabilizam área igual ou superior
a 3.000,00 m2;
• Nos novos empreendimentos, ampliações ou reformas, independente do uso e
localização, que apresentarem redução da taxa de permeabilidade de 25%;
• Para o dimensionamento do volume do reservatório de retenção onde houver a
redução da taxa de permeabilidade: (CURITIBA, 2007).

a) De 25% até 15% será considerada a área total impermeabilizada no


lote;
b) Abaixo de 15% será considerada para cálculo a área total do terreno,
deverá ser mantido o paisagismo no recuo obrigatório.

• É considerado como impermeável além das edificações: as áreas de piscinas,


acessos de veículos, estacionamentos descobertos e quadras esportivas.
• O dimensionamento do volume do reservatório deve ser calculado mediante a
fórmula a seguir: (CURITIBA, 2007).
22

a) V= K x I x A
Onde:
V= volume do reservatório
K= constante dimensional = 0,20
I= intensidade da chuva = 0,080 m/h
A= área prevista de acordo com a redução da taxa de permeabilidade

• A saída do reservatório para a rede pública de drenagem deverá funcionar


preferencialmente por gravidade;
• Os reservatórios não poderão ser implantados nos recuos obrigatórios;
• O proprietário do empreendimento é responsável pela manutenção, limpeza
periódica de forma a garantir o escoamento das águas pluviais.

A pessoa física ou jurídica que infringir o presente decreto está sujeito a penalidades
estabelecidas de acordo com a lei 11.095/2004. (CURITIBA, 2007).
O diâmetro do orifício regulador deverá obedecer aos critérios da tabela abaixo:

Tabela 10 - Diâmetro do orifício regulador de acordo com o volume

Volume Diâmetro
Até 2 m3 25 mm
3 a 6 m3 40 mm
7 a 26 m3 50 mm
27 a 60 m3 75 mm
61 a 134 m3 100 mm
135 a 355 m3 150 mm
356 a 405 m3 200 mm
406 a 800 m3 300 mm
801 a 1300 m3 400 mm
1301 a 2000 m3 500 mm
Fonte: CURITIBA, 2007.
23

2.3 PREVISÃO DE CONSUMO DE ÁGUA POTÁVEL

É possível prever o consumo de água potável residencial em uma edificação aplicando


parâmetros de engenharia.
Existem poucas pesquisas sobre o consumo em residências no Brasil e por isso os
valores são estimados.
Nas tabelas 11 e 12, estão os parâmetros de engenharia empregados nos Estados
Unidos para o consumo residencial de água. (TOMAZ, 2005).

Tabela 11 - Média de consumo de água interno de uma residência nos Estados Unidos
Parâmetros
Uso Interno Unidades
Inferior Superior Mais provável
Gasto Mensal M3/pessoa/mês 3 5 5

Numero pessoas na casa Pessoa 2 5 3

Descarga na bacia Descarga/pessoa/dia 4 6 5

Volume de descarga Litros/descarga 6,8 18 9

Vazamento bacias sanitárias Percentagem 0 30 9

Frequência de banho Banho/pessoa/dia 0 1 1

Duração do banho Minutos 5 15 7,3

Vazão dos chuveiros Litros/segundo 0,08 0,30 0,15

Uso da banheira Banho/pessoa/dia 0 0,2 0,1

Volume de água Litros/banho 113 189 113

Máquina de lavar pratos Carga/pessoa/dia 0,1 0,3 0,1

Volume de água Litro/ciclo 18 70 18

Máquina de lavar roupas Carga/pessoa/dia 0,2 0,37 0,37

Volume de água Litro/ciclo 108 189 108

Torneira da cozinha Minuto/pessoa/dia 0,5 4 4

Vazão da torneira Litros/segundo 0,126 0,189 0,15

Torneira de banheiro Minuto/pessoa/dia 0,5 4 4

Vazão da torneira Litros/segundo 0,126 0,189 0,15

Nota: Foi considerada a pressão nas instalações de 40 m.ca.


Fonte: TOMAZ, 2005.
24

Tabela 12 - Estimativa da demanda residencial de água potável para uso externo

Uso Externo Unidades Valores

Casas com piscina Porcentagem 0,1


Gramado ou jardim Litros/dia/m2 2
Lavagem de carros Litros/lavagem/carro 150
Lavagem de carros: frequência Lavagem/mês 4
Mangueira de jardim ½ x 20m Litros/dia 50
Manutenção de Piscina Litros/dia/m2 3
Perdas por evaporação em piscina Litros/dia/m2 5,75
Reenchimento de piscinas Anos 10
Tamanho da casa M2 30 a 450
Tamanho do lote M2 125 a 750

Fonte: TOMAZ, 2005.

Segundo Fendrich (2002) apud Zolet (2005) onde cita o Programa Nacional de
Combate ao Desperdício de Água – PNCDA (1998), que retrata a estimativa feita por
Gonçalves (1995), da distribuição do consumo domiciliar por ponto de consumo.
É importante analisar neste quadro, que a bacia sanitária tem o maior consumo entre
os demais pontos e representa 38% do total de consumo.

Tabela 13 - Distribuição por % de consumo domiciliar de água por ponto de consumo


Pontos de Consumo % em Relação ao Total
Bacia sanitária 38%
Banho / Chuveiro 29%
Lavatório 5%
Lavagem de Roupa 17%
Lavagem de Louça 6%
Beber/Cozinhar 5%

Total 100

Fonte: FENDRICH, 2002 apud ZOLET, 2005.

Na tabela 14, apresenta também a média de consumo interno de uma residência nos
Estados Unidos. (AMY VICKERS, 2001 apud TOMAZ, 2005).
25

Tabela 14 - Média de consumo de água interno de uma residência nos Estados Unidos
Tipo de usos da água Porcentagem
Descargas na bacia sanitária 27%
Chuveiro 17%
Lavagem de roupa 22%
Vazamentos em geral 14%
Lavagem de pratos 2%
Consumo nas torneiras 16%
Outros 2%
Total 100%

Fonte: VICKERS, 2001 apud TOMAZ, 2005.

As descargas na bacia sanitária variam de 27% a 38% do consumo total de água


potável, é o principal ponto de consumo de uma residência que pode ser substituída pelo uso
da água de chuva. Estes dados são referências favoráveis para estimar o consumo de água não
potável.

2.4 SISTEMA DE APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA

As instalações de um sistema de aproveitamento da água de chuva estão segmentadas


em quatro funções: captação, filtragem, armazenamento e distribuição.

Figura 3 - Sistema comum de aproveitamento da água de chuva


Fonte: http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-chuva.htm
26

Na figura 3, é ilustrado um perfil esquemático de um sistema comum utilizado em


residências.
A captação é realizada na superfície do telhado, a água é coletada através das calhas e
direcionada por condutores verticais até o reservatório para o armazenamento, e disponível
para o uso. Opcionalmente pode ser instalado algum mecanismo como: tela, peneira ou filtro
para obstrução de materiais sólidos e impurezas do telhado.
Os detalhes do funcionamento de cada parte do sistema serão apresentados nos
próximos capítulos.

2.4.1 CAPTAÇÃO

O método mais habitual é coletar a água de chuva em superfícies cobertas ou no solo,


a técnica de captação em telhado é considerada mais simples e recolhe a água precipitada com
qualidade superior em relação aos demais meios coletores.
Para a coleta de água em áreas impermeáveis é fundamental evitar as superfícies por
onde circulam os veículos, pois nesses casos a água terá qualidade inferior, sendo
contaminada por óleos combustíveis e resíduos de pneus.
Segundo Tomaz (1998) apud Christan (2008) a capacidade máxima de água de chuva
que pode ser armazenada no reservatório pelo período de um mês em uma determinada área
de captação, pode ser calculada através da seguinte equação:

Q = P x A x C, onde:
Q = volume do reservatório (m3)
P = precipitação média mensal em milímetros (mm)
A = área de coleta (m2 )
C = coeficiente de Runoff

O volume de água de chuva aproveitável não é o mesmo que o precipitado. Para isto, é
aplicado o coeficiente de escoamento superficial que é chamado de coeficiente de Runoff
(indicado pela letra C), que considera a perda da água por evaporação, por absorção da
superfície da telha, limpeza do telhado, autolimpeza e outros.
Os coeficientes pesquisados vão de 0,67 a 0,95. Na Flórida é adotado o C=0,67 e na
Austrália o C=0,80. (TOMAZ, 2005).
27

Tabela 15 - Coeficiente de Runoff médios

Telhado de captação Coeficiente de Runoff


Telhas cerâmicas 0,8 a 0,9
Telhas corrugadas de metal 0,7 a 0,9

Fonte: HOFKES e FRASIER, 1996 apud TOMAZ, 2005.

Tabela 16 - Coeficiente de Runoff de Paulo Sampaio Wilken


Superfície Coeficiente “C”
Telhados 0,70 a 0,95
Pavimentos 0,40 a 0,90
Vias macadamizadas 0,25 a 0,60
Vias e passeios apedregulhados 0,15 a 0,30

Quintais e lotes vazios 0,10 a 0,30


Parques, jardins, gramados
0,00 a 0,25
dependendo da declividade.

Fonte: WILKEN, 1978 apud TOMAZ, 2005.

Tabela 17 - Coeficientes de Runoff adotados para aproveitamento de água pluvial

Locais Coeficiente de Runoff “C”


Flórida 0,67
Alemanha 0,75
Austrália 0,80
Arnold Pacey e Adrian Cullis 0,80
Ilhas Virgem 0,85

Fonte: TOMAZ, 2005.

A área de captação do telhado é calculada de acordo com a NBR 10.844, de


instalações prediais de águas pluviais.
As figuras a seguir, apresentam as fórmulas de cálculo para as áreas de coleta em
telhados de superfície inclinada e plana horizontal. (NBR 10.844, 1989).
28

Figura 4 - Superfície inclinada


Fonte: ABNT, 1989

Figura 5 - Superfície plana horizontal


Fonte: ABNT, 1989

2.4.2 TRATAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS

Para o funcionamento eficiente do sistema é necessário algum processo de filtragem


para impedir a entrada de folhas, galhos e outros materiais grosseiros no interior do
reservatório e dos condutores verticais e coletores horizontais.
São instalados junto às calhas ou nas tubulações verticais, alguns instrumentos como:
grades, telas ou filtros para a retenção dos materiais sólidos.
Porém é essencial à manutenção e limpeza regular da sujeira acumulada nas calhas e
filtros. Estes instrumentos evitam o entupimento do sistema e impedem a acumulação de
resíduos no fundo do reservatório, ocorrendo à decomposição e prejudicando a qualidade da
água armazenada. (ANA, 2005).
29

A chuva tem a função de carregar as partículas menores e de limpar a superfície de


captação que está carregada de impurezas acumuladas durante o período sem chuvas.
Um procedimento simples é o descarte da primeira chuva através de um dispositivo
auxiliar que é chamado de reservatório de autolimpeza, os primeiros milímetros de chuva são
desviados do reservatório de armazenamento automaticamente. (TOMAZ, 2005).
Para a eliminação da água com impurezas alguns parâmetros práticos são indicados
para o dimensionamento do componente de eliminação.
Na Flórida, utiliza-se 40 litros para cada 100 m2 para o volume do reservatório de
autolimpeza, ou seja, 0,4 L/m2. (TOMAZ, 2005).
Dois modelos de sistemas de descarte da primeira chuva são ilustrados nas figuras 6 e
7. No exemplo da figura 7, o armazenamento é realizado na própria tubulação vertical de
PVC, a entrada de água é vedada por uma bola flutuante, quando o tubo está cheio o volume
extravasa para o reservatório de armazenamento.
Para o modelo da figura 6, o que difere é a complementação do sistema com um
reservatório específico para a retenção.

Figura 6 - Descarte da primeira chuva com o reservatório de eliminação


Fonte: IPT, 2012.
30

Figura 7 - Descarte da primeira chuva por bola flutuante


Fonte: http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/minicisterna/separador-de-agua-de-chuva.htm

Existem outros meios de desinfecção através do uso da cloração ou radiação


ultravioleta, são processos mais complexos de tratamento e geralmente direcionados para
situações de utilização da água de chuva para fins potáveis, tais sistemas possuem um custo
superior de implantação e manutenção.

2.4.3 QUALIDADE DA ÁGUA DE CHUVA

A qualidade da água de chuva pode ser dividida em quatro etapas: antes de atingir o
solo, após escorrer pelo telhado, no interior do reservatório e no ponto de uso.

• Antes de atingir o solo

A composição da água de chuva é alterada de acordo com a localização geográfica do


ponto de amostragem, com as condições meteorológicas (intensidade, duração, e tipo de
chuva, regime de ventos, estações do ano, etc.) com a presença ou não de vegetação e também
com a influência da carga poluidora. (TOMAZ, 2005).
Nas regiões costeiras, a água de chuva apresenta elementos como sódio, potássio,
magnésio, cloro e cálcio em concentrações proporcionais às encontradas na água do mar.
Distante da costa, os elementos encontrados são de origem terrestre: partículas de solo
que contém, por exemplo: sílica, alumínio e ferro, e elementos cuja emissão é de característica
biológica, como: o nitrogênio, fósforo e enxofre. (TOMAZ, 2005).
31

Em aglomerados urbanos e zonas industriais, são identificadas modificações na


composição natural da água de chuva devido à poluição atmosférica, como o dióxido de
enxofre (SO²), óxidos de nitrogênio (NOx), ou ainda chumbo, zinco e outros.
A reação de certos gases na atmosfera, como dióxido de carbono (CO²), dióxido de
enxofre (SO²), e óxidos de nitrogênio (NOx), com a chuva, formam ácidos que reduzem o pH
da água da chuva. (TOMAZ, 2005).
Pode-se dizer, portanto que o pH da chuva é sempre ácido, e mesmo em localidades
que não houveram alterações é encontrado o pH em torno de 5,0. Em regiões poluídas, pode-
se chegar ao valor de pH de 3,5, e neste caso é quando ocorre o fenômeno da “chuva ácida”.
A região do Brasil que compreende do estado do Espírito Santo até o Rio Grande do
Sul é considerada a área com problemas potenciais para a ocorrência de chuva ácida (ONU,
1995 apud TOMAZ, 2005).
Em geral, a água de chuva deve ser usada somente para o uso não potável,
principalmente em regiões industriais, onde é grande a poluição atmosférica. A conhecida
chuva ácida é aquela cujo pH é menor que 5,6. (TOMAZ, 2005).

• Após escorrer pelo telhado

No aproveitamento da água de chuva, a coleta ocorre em telhados e de acordo com os


materiais empregados para a sua confecção, a contaminação pode ser ainda maior.
Alguns exemplos de contaminantes que podem ser encontrados na superfície da
cobertura são: fezes de aves, roedores e outros animais, poeira, folhas de árvores,
revestimento do telhado, fibrocimento, tintas e etc. (TOMAZ, 2005).
As fezes dos pássaros e de outros animais podem trazer problemas de contaminação
por bactérias e parasitas gastrointestinais. Por esta razão é indicado o descarte da primeira
água para a limpeza e o escoamento das substâncias impuras. O chumbo e o arsênio também
podem ser encontrados na água de chuva. (TOMAZ, 2005).
Conforme Terry (2001) apud Tomaz (2005), os telhados que possuem a melhor
eficiência bacteriológica são pela seguinte ordem: metálico, fibrocimento, plásticos e telhas
cerâmicas.
O volume de água que deve ser rejeitado nas primeiras chuvas, depende do tipo de
material do telhado e da quantidade de contaminação. Como regra prática, Terry (2001) apud
Tomaz (2005), aconselha que os primeiros 1 a 2 milímetros (mm) de chuva, devem ser
rejeitados pois apresentam uma grande quantidade de bactérias.
32

• No interior do reservatório

A chuva pode carregar algumas substâncias pesadas provenientes do ar e quando


ocorre à sedimentação no fundo do reservatório uma pequena camada de lama é formada.
Os micro-organismos oriundos do telhado e dos encanamentos encontram no interior
do reservatório um lugar propício para o desenvolvimento, colocando em risco o uso da água
de chuva para fins potáveis, podendo causar infecções gastrointestinais. Mesmo com a
finalidade de aproveitar a água de chuva para fins não potáveis é importante realizar a limpeza
e a manutenção periódica no sistema. (TOMAZ, 2005).

• No ponto de uso

Os padrões de qualidade devem ser definidos pelo projetista de acordo com a


utilização prevista. Para usos mais restritivos, deve ser utilizada a tabela 18. (NBR 15527,
2007).

Tabela 18 - Parâmetros de qualidade da água de chuva para usos restritivos não potáveis

Parâmetro Análise Valor


Coliformes totais Semestral Ausência em 100 mL
Coliformes termotolerantes Semestral Ausência em 100 mL
Cloro residual livre Mensal 0,5 a 3,0 mg/L

< 2,0 uT b , para usos menos


Turbidez Mensal restritivos
< 5,0 Ut
Cor aparente (caso não seja utilizado
nenhum corante, ou antes, da sua Mensal < 15 uH c
utilização).
pH de 6,0 a 8,0 no caso de
Deve prever ajuste de pH para proteção das
Mensal tubulação de aço carbono ou
redes de distribuição, caso necessário
galvanizado
Nota: Podem ser usados outros processos de desinfecção além do cloro, como aplicação
de raio ultravioleta e aplicação de ozônio.
a No caso de serem utilizados compostos de cloro para desinfecção
b uT é a unidade de turbidez.
c uH é a unidade Hazen.
Fonte: NBR 15527, 2007.
33

2.4.4 MÉTODOS PARA O DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS

Na condição de manter o sistema eficaz e com um custo de execução viável, alguns


estudos de dimensionamento de reservatórios para o armazenamento da água de chuva
procuram conciliar a produtividade e a demanda, atestando o percentual da demanda com
condições de ser atendida em cada mecanismo, sabe-se que em alguns períodos poderá haver
chuva suficiente para atender toda a demanda, e em outras ocasiões, não será praticável o
armazenamento de toda precipitação, principalmente por questões físicas e econômicas.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR
15527 de 2007, o volume dos reservatórios deve ser dimensionado com base em critérios
técnicos, econômicos e ambientais, levando em conta as boas práticas da engenharia,
podendo, a critério do projetista, ser utilizados os métodos contidos no anexo A ou outro,
desde que devidamente justificado. Devem ser considerados no projeto: o extravasor,
dispositivo de esgotamento, cobertura, inspeção, ventilação e segurança.
A seguir os métodos de cálculos para o dimensionamento dos reservatórios
mencionados no Anexo A da NBR 15.527 de 2007.

A. Método de Rippl: São adotadas as séries históricas mensais ou diárias.

S (t) = D (t) – Q (t)

Q (t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação

V = Σ S (t) , somente para valores S (t) > 0

Sendo que: Σ D (t) < Σ Q (t)

Onde:
S (t) = volume de água no reservatório no tempo t;

Q (t) = volume de chuva aproveitável no tempo t;

D (t) = demanda ou consumo no tempo t;

V = volume do reservatório;
C = coeficiente de escoamento superficial.

B. Método da Simulação: Neste método a evaporação da água não é considerada. Para


um determinado mês, aplica-se a equação da continuidade a um reservatório finito.
34

S (t) = Q (t) + S (t-1) – D (t)

Q (t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação

Sendo que: 0 ≤ S (t) ≤ V

Onde:
S (t) = volume de água no reservatório no tempo t;

S (t-1) = volume de água no reservatório no tempo t – 1;

Q (t) é = volume de chuva no tempo t;

D (t) = consumo ou demanda no tempo t;

V = volume do reservatório fixado;


C = coeficiente de escoamento superficial.

Para este método duas hipóteses devem ser feitas, o reservatório está cheio no início
da contagem do tempo “t”, os dados históricos são representativos para as condições futuras.

C. Método Azevedo Neto: O volume de chuva é obtido pela seguinte equação:

V = 0,042 x P x A x T, onde:
P = valor numérico da precipitação média anual, expresso em milímetros (mm);
T = valor numérico do número de meses de pouca chuva ou seco;
A = valor numérico da área de coleta em projeção, expresso em metros quadrados
2
(m );
V = valor numérico do volume de água aproveitável e o volume de água do
reservatório, expresso em litros (L).

D. Método prático alemão: Trata-se de um método empírico que adota o menor volume
do reservatório. Esse volume é igual a 6% do volume anual de consumo ou 6% do
volume anual de precipitação aproveitável.

Vadotado = mínimo de (volume anual precipitado aproveitável e volume anual de

consumo) x 0,06 (6 %)
Vadotado= mín. (V; D) x 0,06, onde:
35

V = valor numérico do volume aproveitável de água de chuva anual, expresso em


litros (L);
D = valor numérico da demanda anual de água não potável, expresso em litros (L);
Vadotado = valor numérico do volume de água do reservatório, expresso em litros (L).

E. Método prático inglês: O volume de chuva é obtido pela seguinte equação abaixo:

V = 0,05 x P x A, onde:
P = valor numérico da precipitação média anual, expresso em milímetros (mm);
A = valor numérico da área de coleta em projeção, expresso em metros quadrados
2
(m );
V = valor numérico do volume de água aproveitável e o volume de água da cisterna,
expresso em litros (L).

F. Método prático australiano:

Q= A x C x (P – I), onde:
C = coeficiente de escoamento superficial, geralmente 0,80;
P = precipitação média mensal;
I = interceptação da água que molha as superfícies e perdas por evaporação,
geralmente 2 milímetros (mm);
A = área de coleta;
Q = volume mensal produzido pela chuva.

O cálculo do volume do reservatório é realizado por tentativas, até que sejam


utilizados valores otimizados de confiança e volume do reservatório.
Vt = Vt-1 + Qt – Dt , onde:

Qt = volume mensal produzido pela chuva no mês t;

Vt = volume de água que está no tanque no fim do mês t;

Vt-1 = volume de água que está no tanque no início do mês t;

Dt = demanda mensal;

Para o primeiro mês, considera-se o reservatório vazio.


36

Quando (Vt-1 + Qt – D) < 0, então o Vt = 0

O volume do tanque escolhido será T.


Confiança:
Pr = Nr / N , onde:

Pr é a falha;

Nr é o número de meses em que o reservatório não atendeu à demanda, isto é, quando

Vt = 0;

N é o número de meses considerado, geralmente 12 meses;


Confiança = (1 - Pr)

Recomenda-se que os valores de confiança estejam entre 90 % e 99 %.

2.4.5 MANUTENÇÃO DO SISTEMA E INSTALAÇÕES PREDIAIS

O reservatório de aproveitamento da água de chuva pode ser complementado com o


fornecimento de água potável, mas é necessária a instalação de um dispositivo que impeça a
conexão cruzada, que é a separação atmosférica entre o tubo de alimentação de água potável e
o reservatório de água pluvial, o sistema de distribuição também deve ser independente do
sistema de água potável. (NBR 15527, 2007)
Quando o reservatório está cheio o volume excedente pode ser extravasado
diretamente para a rede de galeria pluvial, na via pública ou em valas de infiltração total ou
parcial para a drenagem no próprio terreno, desde que não haja perigo de contaminação do
lençol freático, a critério da autoridade local competente. O esgotamento pode ser feito por
gravidade ou por bombeamento.
Alguns cuidados especiais deveram ser tomados, tais como, evitar a incidência direta
da luz solar e de calor no reservatório, são condições favoráveis para a proliferação e o
crescimento de algas. (NBR 15527, 2007)
A tampa de inspeção dever ser hermeticamente fechada. Na saída do extravasor deve
conter uma grade para impedir a entrada de pequenos animais e roedores.
As tubulações e demais componentes do sistema de aproveitamento da água de chuva
devem estar claramente diferenciados das tubulações de água potável.
As torneiras de jardim e demais pontos de consumo devem conter a instalação de
acionamento de uso restrito e identificação através de placa de advertência com a descrição
informativa de “água não potável”. (NBR 15527, 2007)
37

De acordo com a NBR 15527 de 2007, a tabela abaixo indica a frequência necessária
para a realização da manutenção periódica em todo o sistema de aproveitamento da água de
chuva.

Tabela 19 - Frequência de manutenção


Componente Frequência de manutenção
Inspeção mensal
Dispositivo de descarte de detritos
Limpeza trimestral
Dispositivo de descarte do escoamento inicial Limpeza mensal
Calhas, condutores verticais e horizontais. Semestral
Dispositivos de desinfecção Mensal
Bombas Mensal
Reservatório Limpeza e desinfecção anual
Fonte: NBR 15.527, 2007.

Quando da utilização de produtos potencialmente nocivos à saúde humana na área de


captação, o sistema deve ser desconectado, impedindo a entrada desses produtos no
reservatório de água de chuva. A conexão deve ser estabelecida somente após a lavagem
adequada, quando não haja mais risco de contaminação pelos produtos utilizados. (NBR
15.527, 2007)

3 METODOLOGIA

Para a elaboração do trabalho foram realizadas as seguintes etapas: descrição do objeto


de estudo, levantamento de dados dos projetos aprovados, cálculo de dimensionamento e
volume dos reservatórios projetados, dados pluviométricos do município de Curitiba,
estimativa de consumo para fins não potáveis do condomínio, demanda estimada para o uso
da água de chuva armazenada, comparativo através de outros métodos de cálculo para o
dimensionamento dos reservatórios projetados, e avaliar a capacidade estimada de redução do
consumo de água potável ao utilizar a água de chuva reservada.

3.1 OBJETO DE ESTUDO

O objeto de estudo deste trabalho é um condomínio residencial vertical localizado na


Rua Guaianazes, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, PR.
A avaliação foi realizada sobre o projeto da edificação em fase de construção com a
previsão de término das obras para o mês de Agosto de 2013.
38

Figura 8 - Implantação do condomínio residencial


Fonte: CURITIBA, 2010.

A área de terreno do condomínio é de 7.486,57 m2, e está distribuído em dois níveis


de subsolo com duas torres de seis apartamentos por andar e duas torres de quatro
apartamentos por andar. As edificações possuem oito pavimentos, mais o pavimento técnico,
com unidades de três dormitórios de 93,00 m2 e quatro dormitórios de 126,00 m2 privativos.
Os reservatórios de contenção de cheias e de aproveitamento da água de chuva do
empreendimento foram calculados em conformidade com os decretos nº176 de 2007 e nº 293
de 2006.

3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS

Para realizar a estimativa do uso da água de chuva e a capacidade de redução do


consumo de água potável do condomínio residencial, foi necessário à coleta de dados dos
projetos e memoriais aprovados pelos órgãos municipais.

3.2.1 DADOS DO PROJETO

As informações gráficas, os dados estatísticos, as áreas e os memoriais descritivos


foram coletados dos projetos: arquitetônico e de contenção de cheias, aprovados no ano de
2010, para emissão do alvará de autorização e execução de obra, licença expedida pela
39

Prefeitura Municipal de Curitiba, com o visto da Secretaria Municipal de Urbanismo e


Secretaria Municipal de Obras Públicas.
Abaixo segue o quadro de áreas:

Tabela 20 - Estatística do Projeto Arquitetônico


Estatística
Área do Terreno 7.486,57
Área Permeável 1.062,19
Área Impermeável 6.424,38
Área Total Construída 29.246,93
Total de Vagas 187
Taxa Permeabilidade 14,19%
Coef. de Aproveitamento 2,26
Fonte: CURITIBA, 2010.

Tabela 21 - Descrição das unidades


Total de Unidades
Apartamentos Quantidade
3 Dormitórios 60
4 Dormitórios 92
Total 152
Fonte: CURITIBA, 2010.

Tabela 22 - Áreas de recreação


Áreas de Recreação
Quiosque 61,18
Piscina 339,47
Torre A 240,35
Torre B 240,35
Torre C 43,80
Torre D 43,80
Descoberta 1.722,38
Total (m2) 2.691,33
Fonte: CURITIBA, 2010.
40

3.2.2 CÁLCULO DO RESERVATÓRIO DE CONTENÇÃO DE CHEIAS

De acordo com as diretrizes do decreto municipal nº 176 de 2007, o volume


dimensionado para o reservatório de contenção de cheias, foi calculado mediante a aplicação
da seguinte fórmula:

A. V= K x I x A
V= volume do reservatório;
K= constante dimensional = 0,20;
I= intensidade da chuva = 0,080 m/h;
A= área prevista (inciso 2º, do artigo 5º, do decreto nº 176 de 2007).

Figura 9 - Áreas impermeáveis do terreno


Fonte: CURITIBA, 2010.

B. Memorial de Cálculo Total


Área impermeabilizada = 6.424,38 m2
V= K x I x A
V=0,20 x 0,080 x 6.424,38
V=103,00 m3
41

Figura 10 - Planta dos reservatórios de Contenção 01 e Aproveitamento 01


Fonte: CURITIBA, 2010.

Figura 11 - Corte dos reservatórios de Contenção 01 e Aproveitamento 01


Fonte: CURITIBA, 2010.

C. Memorial de Cálculo Contenção 01


Área impermeabilizada = 1.983,24 m2
V=K x I x A
V=0,20 x 0,080 x 1.983,24
V=32,00 m3

D. Memorial de Cálculo Contenção 02


Área impermeabilizada = 2.878,91 m2
V=K x I x A
V=0,20 x 0,080 x 2.878,91
V=46,00 m3

E. Memorial de Cálculo Contenção 03


Área impermeabilizada = 1.562,23 m2
V=K x I x A
V=0,20 x 0,080 x 1.562,23
V= 25,00 m3
42

Figura 12 - Planta do reservatório de Contenção 03


Fonte: CURITIBA, 2010.

Figura 13 - Corte do reservatório de Contenção 03


Fonte: CURITIBA, 2010.

3.2.3 CÁLCULO DO RESERVATÓRIO DE APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE


CHUVA

De acordo com os critérios do decreto municipal nº 293 de 2006, para as edificações


habitacionais a fórmula a ser usada deve ser a seguinte:

A. V = N x C x d x 0,25, onde:
V = Volume em litros;
N = Número de unidades;
d = Número de dias de reserva = 2
C = Consumo diário em litros/dia, adotando-se os valores conforme a tabela 23.
43

Tabela 23 - Consumo diário por quartos em litros/dia

Quantidade de quartos Consumo (litros/dia)

1 (um) 400
2 (dois) 600
3 (três) 800
4 (quatro), ou mais 1.000
Fonte: CURITIBA, 2006.

B. Memorial de Cálculo
N= 60 unidades de três quartos
V= 60 x 800 x 2 x 0,25
V= 24,00 m3

N= 92 unidades de quatro quartos


V= 92 x 1000 x 2 x 0,25
V= 46,00 m3

C. Volume total do reservatório


V= 24,00 + 46,00 = 70,00 m3

Figura 14 - Planta e Corte dos reservatórios de Contenção 02 e Aproveitamento 02


Fonte: CURITIBA, 2010.
44

3.2.4 ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO DE CURITIBA

Os dados da tabela abaixo apresentam o índice de precipitação em milímetros (mm),


com a média mensal mensurada a partir do ano de 1982 até o ano de 2011, e a média total
acumulada no ano. Os valores foram fornecidos pelo Instituto das Águas do Paraná, medido
através da Estação Prado Velho - PUC, referente à Bacia do Iguaçu.

Tabela 24 - Índice Pluviométrico de Curitiba

MESES TOTAL
ANO
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANUAL

1982 36,10 230,80 55,60 36,10 63,90 240,90 102,20 41,40 18,60 191,50 249,70 141,10 1407,90
1983 203,60 64,30 89,10 156,70 300,60 218,40 262,40 5,10 235,80 77,30 43,20 221,30 1877,80
1984 111,50 22,30 192,00 121,20 150,20 145,70 51,60 193,60 118,30 41,30 164,80 127,20 1439,70
1985 33,70 132,90 64,60 97,70 17,10 37,60 27,80 7,30 126,20 55,00 45,40 88,60 733,90
1986 227,90 125,40 123,10 84,20 84,10 12,20 36,10 116,10 59,50 98,40 184,70 264,30 1416,00
1987 120,50 213,50 26,00 130,00 283,80 112,60 41,40 53,70 87,70 121,00 59,00 141,20 1390,40
1988 120,10 125,60 133,20 99,10 276,10 75,40 19,60 1,90 75,90 101,50 28,80 176,30 1233,50
1989 304,60 122,80 59,20 154,80 103,20 47,70 130,50 37,50 144,90 85,80 76,40 139,10 1406,50
1990 288,30 105,30 214,10 165,00 88,80 88,10 236,90 142,50 116,00 145,10 163,30 82,80 1836,20
1991 136,70 137,00 188,80 51,00 49,60 131,70 1,60 69,20 38,10 167,50 56,50 163,80 1191,50
1992 108,50 157,80 172,00 17,30 292,20 26,00 154,00 150,00 70,10 63,40 115,40 54,80 1381,50
1993 249,60 191,20 125,50 87,30 169,90 80,70 110,60 27,40 360,50 178,30 91,80 119,60 1792,40
1994 228,60 161,60 56,10 77,00 80,40 88,40 124,00 3,40 5,00 139,40 149,90 164,00 1277,80
1995 423,50 120,90 126,00 63,60 37,40 104,70 102,10 65,30 148,40 149,90 82,40 150,20 1574,40
1996 246,00 243,80 238,70 27,00 2,40 113,30 95,90 79,40 192,60 177,10 168,10 233,50 1817,80
1997 370,00 260,60 52,50 16,50 54,30 144,60 45,60 105,90 159,80 209,40 245,20 160,20 1824,60
1998 131,50 181,40 318,20 112,60 33,20 93,80 133,80 267,80 369,00 206,40 14,10 108,80 1970,60
1999 303,60 374,60 120,60 62,80 70,60 64,20 141,20 12,60 116,20 105,40 70,20 120,00 1562,00
2000 100,00 193,10 119,60 11,40 21,80 121,20 72,00 74,20 223,40 149,60 139,00 183,70 1409,00
2001 131,00 376,40 171,80 78,80 180,20 104,20 175,80 46,40 48,60 238,00 132,60 135,40 1819,20
2002 225,80 186,60 69,20 100,00 106,20 25,60 41,60 104,20 179,20 116,60 170,40 162,10 1487,50
2003 208,40 141,40 233,20 63,20 10,80 98,00 138,40 10,80 158,40 71,30 154,00 204,00 1491,90
2004 141,60 57,20 218,60 120,00 117,40 69,50 42,20 18,20 53,00 154,00 58,00 163,40 1213,10
2005 108,40 82,00 62,80 121,60 87,70 83,60 136,40 144,40 327,20 230,20 82,30 30,20 1496,80
2006 159,20 175,40 151,20 13,00 13,00 34,40 45,40 39,20 185,60 52,90 134,80 126,40 1130,50
2007 203,40 119,80 128,00 120,00 194,00 0,00 93,40 12,80 89,40 140,20 108,60 168,60 1378,20
2008 133,40 67,00 188,80 137,80 45,40 111,00 27,40 94,80 36,20 218,60 54,40 60,40 1175,20
2009 141,60 111,20 79,60 52,20 28,20 60,30 216,20 71,80 284,60 148,40 196,40 156,40 1546,90
2010 348,20 132,20 205,80 195,60 97,60 84,80 120,20 47,40 50,60 152,80 88,60 333,60 1857,40
2011 310,20 325,80 71,40 119,40 29,40 102,20 154,40 264,20 66,40 196,00 64,80 111,80 1816,00
Fonte: INSTITUTO DAS ÁGUAS DO PARANÁ, 2012.
45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados: o consumo de água estimada para suprir à demanda
não potável do condomínio, cálculo estimado da demanda não potável a ser atendida pelo
volume armazenado de água pluvial, definição de quais usos não potáveis serão atendidos,
simulação do reservatório projetado através de outros métodos de dimensionamento,
comparativo do volume reservado da água de chuva pela demanda total não potável do
condomínio.

4.1 CONSUMO ESTIMADO PARA FINS NÃO POTÁVEIS DO CONDOMÍNIO

Para estimar o consumo de água para fins não potáveis do condomínio residencial,
alguns dados foram obtidos do projeto aprovado na Prefeitura Municipal de Curitiba,
principalmente as áreas de uso comum que serão administradas pelo condomínio.
As áreas condominiais estão distribuídas em doze ambientes mobiliados que permitem
a ocupação máxima de 160 pessoas. Na tabela 25, segue a relação dos usos com sua
respectiva capacidade.

Tabela 25 - Descrição dos espaços condominiais com sua capacidade


Áreas de uso comum (condominial)

Espaços Capacidade
Salão Gourmet 24
Brinquedoteca 22
Festas Infantil 27
Fitness 14
Cinema 9
Festas Adulto 24
Jogos 10
Espaço Teen 8
Espaço Mulher 10
Vestiário 10
Portaria 1
Guarita 1
Total 160

Fonte: CURITIBA, 2010.


46

Junto aos espaços de uso coletivo foram projetados onze banheiros, mais um vestiário
para o uso de dez funcionários do condomínio e um banheiro exclusivo para o uso da portaria
de acesso de pedestres e outro para a guarita de acesso de veículos, totalizando quatorze
banheiros.
A previsão da empresa contratada para administrar o condomínio nos primeiros seis
meses após a entrega do empreendimento é de contratar dez funcionários, sendo quatro
pessoas designadas para a limpeza, ou seja, um funcionário por torre, dois porteiros e mais
dois para realizar o revezamento na escala de trabalho, um jardineiro e um zelador.
As áreas externas de uso comum do condomínio estão descritas na tabela 26. Para o
lazer externo foram idealizadas duas piscinas cobertas aquecidas com área de 120,00 m2,
entre a circulação e os passeios, áreas de jardins com vegetação e gramado que compõem a
superfície permeável de 1.062,19 m2.
As áreas de calçadas, praças, acessos, quadra esportiva, playground e quiosques com
churrasqueiras somam o total impermeabilizado de 1.560,32 m2.

Tabela 26 - Áreas externas do condomínio

Áreas de uso comum externo

Usos Quantidade Unidade


Piscinas 120,00 m2
Banheiros 14 Unidade
Pisos e calçadas 1.560,32 m2
Jardim 1.062,19 m2
Estacionamento 187 Vagas
Fonte: CURITIBA, 2010.

Segundo a NBR 15.527 de 2007 e Tomaz (2005), foram definidos os seguintes usos
não potáveis: a descarga de bacias sanitárias, a rega de jardins, limpeza de pisos e calçadas,
manutenção das piscinas e lavagem de veículos.
O empreendimento possui 152 apartamentos, distribuídos entre 60 unidades de três
dormitórios e 92 unidades de quatro dormitórios.
Para estimar a demanda de água a ser utilizada em descarga de bacias sanitárias para
todos os apartamentos, foram estimados quatro habitantes para a moradia de três dormitórios,
sendo um casal para a suíte e para os demais quartos uma pessoa por dormitório.
47

Nas unidades de quatro dormitórios foram estimados cinco habitantes, um casal para a
suíte e para os demais quartos uma pessoa por dormitório, o total estimado é de 700
moradores.
De acordo com o memorial descritivo fornecido pela construtora, para todos os
banheiros do condomínio, será instalada a bacia sanitária com caixa acoplada de consumo
reduzido de 6,0 litros por descarga.
Neste caso não foi considerado o volume sugerido de 9,0 litros por descarga de acordo
com a tabela 11. Estimou-se a frequência de uso de cinco vezes ao dia por habitante, a tabela
abaixo apresenta a demanda estimada para atender a descarga da bacia sanitária de todas as
unidades do condomínio residencial.

Tabela 27 - Demanda para o uso da descarga sanitária dos apartamentos


Demanda para a descarga da bacia sanitária dos apartamentos
População Consumo Frequência Volume Volume (m3/
Apartamentos Qtd.
(hab.) (litros/descarga) (uso/dia/hab.) (m3/dia) mês)
3 dormitórios 60 4 6,00 5 7,20 216,00
4 dormitórios 92 5 6,00 5 13,80 414,00
Total Consumo (m3) 630,00
Fonte: Autoria própria.

Na tabela 27, o volume necessário para abastecer a descarga das bacias sanitárias dos
152 apartamentos é de 21,00 m3 por dia, totalizando um consumo de 630,00 m3 por mês.

Tabela 28 - Demanda para o uso da descarga sanitária dos banheiros de uso comum
Demanda para a descarga da bacia sanitária dos banheiros da área condominial

População Consumo Frequência Volume Volume


Apartamentos Qtd.
(hab.) (litros/descarga) (uso/dia/hab.) (m3/dia) (m3/ mês)

Banheiros 14 160 6,00 5 4,80 144,00


Total Consumo (m3) 144,00
Fonte: Autoria própria.

Nos quatorzes banheiros destinados para o uso comum, considerou-se uma população
total de 160 pessoas de acordo com a capacidade máxima permitida para cada ambiente
condominial, visto na tabela 25. Os parâmetros estabelecidos para calcular o consumo da
descarga da bacia sanitária, seguiram os mesmos valores estimados para o cálculo da
demanda dos apartamentos, de acordo com a tabela 28.
O consumo estimado é de 144,00 m3 ao mês, mas estes espaços condominiais podem
não estar ocupados no mesmo período, alguns com uma menor frequência de utilização,
48

ocorrendo uma variação de uso entre os finais de semana e dias úteis, deste modo uma
referência de 30% sobre os parâmetros estimados é o mais indicado para prever o consumo
mensal, que na tabela 29, representa o valor de 43,20 m3 ao mês.

Tabela 29 - Demanda com 30% como referência para a descarga sanitária de uso comum
Demanda descarga da bacia sanitária dos banheiros da área condominial

População Consumo Frequência Volume Volume


Apartamentos Qtd.
(hab.) (litros/descarga) (uso/dia/hab.) (m3/dia) (m3/ mês)

Banheiros 14 160 6,00 1 0,96 28,80


Banheiros 14 160 3,00 1 0,48 14,40
Total Consumo (m3) 43,20
Fonte: Autoria própria.

Para o cálculo da demanda da descarga sanitária dos apartamentos, utilizou-se a


frequência de cinco vezes ao dia, ao considerar 30% como referência, a regularidade de uso é
de 1,5 para a descarga de 6,0 litros. Porém ao acrescentar a possibilidade de utilização da
descarga de 3,0 litros, o uso estimado é de duas vezes ao dia por pessoa, sendo uma para a
descarga de 6,0 e outra para a de 3,0 litros.

Tabela 30 - Demanda para o uso externo do condomínio


Demanda uso externo
Consumo Volume Volume
Uso Área (m2)
(litros/dia/m2) (m3/dia) (m3/ mês)
Piscinas 120,00 3,00 0,36 10,80
Rega de jardim 1.062,19 2,00 2,12 63,73
Lavagem de Pisos 1.560,32 2,00 3,12 93,62
Total Consumo (m3) 168,15
Fonte: Autoria própria.

Nas áreas externas do condomínio, os usos não potáveis estabelecidos são para a
manutenção das piscinas, irrigação de jardins, lavagem de pisos e veículos.
Na tabela 30, são fornecidos os valores para a manutenção das piscinas com área de
120,00 m2, estimou-se o consumo de 3,0 litros por m2 ao dia, que gera um volume de 10,80
m3 ao mês. Para a rega de jardins, superfícies gramadas e arborizadas que somam a totalidade
de 1.062,19 m2, mensurou-se o valor de 2,0 litros por m2 ao dia que produz a demanda
mensal de 63,73 m3. A lavagem de pisos, calçadas, pátios e demais áreas impermeabilizadas
representa um total de 1.560,32 m2, estabeleceu-se o consumo de 2,0 litros por m2 ao dia para
o cálculo da demanda, que proporciona um montante mensal de 93,62 m3.
49

Tabela 31 - Demanda para a lavagem de veículos


Demanda lavagem de veículos
Frequência Consumo Número Volume (m3/
Uso
(lavagens/mês/carro) (litros/lavagem/carro) de carros mês)
Lavagem de
4,00 150,00 187,00 112,20
carros
Total Consumo (m3) 112,20
Fonte: Autoria própria.

Correspondente à tabela 31, para a lavagem de automóveis o consumo estimado é de


150,00 litros por veículos com uma frequência de quatro lavagens ao mês, o estacionamento
do condomínio tem capacidade para 187 vagas, e o volume consumido é de 112,20 m3 ao
mês. O valor relacionado à regularidade de lavagens no período mensal são parâmetros
estimados referentes aos hábitos de consumo nos Estados Unidos, no Brasil a frequência de
lavagem ao mês é menor e por isso recomendou-se a regularidade de duas lavagens ao mês,
totalizando um consumo mensal de 56,10 m3.
A somatória de todas as demandas resulta no consumo mensal de 897,45 m3 para
atender todas as necessidades não potáveis do condomínio residencial, conforme tabela 32.
O reservatório de aproveitamento de água de chuva projetado para armazenar um
volume de 70,00 m3, ao relacionar a demanda com a capacidade reservada, o uso da água de
chuva representa 8% da demanda mensal do condomínio residencial, ou seja, uma conta
aproximada significa que 8% da demanda é atendida por água da chuva e o restante com o
fornecimento de água potável, conforme demonstração da tabela 33.

Tabela 32 - Consumo estimado para fins não potáveis do condomínio residencial

Demanda total não potável do condomínio


residencial
Volume
Uso
(m3/ mês)
Descarga bacia sanitária dos
630,00
Apartamentos
Descarga bacia sanitária áreas
43,20
condominiais

Áreas externas de uso


168,15
condominial

Lavagem de veículos 56,10

Total Consumo (m3) 897,45


Fonte: Autoria própria.
50

O reservatório de contenção de cheias é projetado para a retenção, com a função de


acumular o excedente pluvial, sem a intenção de usufruir do volume armazenado.
Caso seja utilizado o volume reservado de 103,00 m3, amplia o aproveitamento da
água de chuva para 173,00 m3.
Na tabela 33, é apresentado um comparativo que relaciona à capacidade armazenada
pelo consumo não potável do condomínio.
Ao utilizar o total reservado de 173,00 m3, é elevado o potencial de uso da água de
chuva de 8% para 19%, ou seja, 19% da demanda para o uso não potável do condomínio
residencial pode ser abastecido por água pluvial.

Tabela 33 - Porcentagem armazenada pela demanda total

Comparativo do volume armazenado pela demanda total


Volume % Armazenada
Demanda total
Reservatórios armazenado pela Demanda
(m3/ mês)
(m3/mês) Total
Volume reservatório de
70,00 897,45 8%
aproveitamento
Volume reservatório de
103,00 897,45 11%
contenção de cheias
Total reservado 173,00 897,45 19%
Fonte: Autoria própria.

4.2 DEMANDA ESTIMADA PARA O USO NÃO POTÁVEL DA ÁGUA DE


CHUVA ARMAZENADA NOS RESERVATÓRIOS

Conforme o apresentado nos capítulos anteriores, o reservatório dimensionado para o


aproveitamento de água de chuva do condomínio residencial atende os critérios definidos pelo
decreto nº 293 de 2006. O reservatório projetado tem a capacidade de armazenar 70,00 m3.
A fórmula estabelecida no decreto para o cálculo de dimensionamento do reservatório
não avalia a área de captação ou coleta disponível, os dados pluviométricos e a demanda a ser
atendida.
Para estabelecer a capacidade de atendimento do reservatório para as necessidades não
potáveis do condomínio, foram realizados cálculos estimados do consumo com a aplicação
dos parâmetros e valores mencionados nas tabelas 11 e 12.
51

Tabela 34 - Demanda estimada para o volume reservado de 70,00 m3

Demanda estimada para o volume reservado de 70,00 m3


Volume Volume (m3/ Volume (m3/
Usos não potáveis
(m3/ mês) mês) mês)

Consumo rega de jardim (m3/mês) - - 63,73

Consumo manutenção das piscinas


10,80 10,80 -
(m3/mês)
Consumo descarga bacia sanitária uso
43,20 - -
comum (m3/mês)
Consumo lavagem de veículos
- 56,10 -
(m3/mês)
Demanda total não potável
54,00 66,90 63,73
(m3/mês)
Fonte: Autoria própria.

Na tabela 34, o volume armazenado pode suprir as demandas não potáveis a seguir
como: o volume mensal de 54,00 m3 que adiciona a descarga da bacia sanitária dos banheiros
de uso comum e a manutenção das piscinas.
Também é possível abastecer a demanda mensal de 66,90 m3, para a lavagem de
veículos e a manutenção das piscinas ou atender apenas a irrigação do jardim que consome
um volume de 63,73 m3 ao mês.

Tabela 35 - Demanda estimada para o volume reservado de 173,00 m3


Demanda estimada para o volume reservado de 173,00 m3
Volume Volume Volume Volume Volume (m3/
Usos não potáveis
(m3/ mês) (m3/ mês) (m3/ mês) (m3/ mês) mês)
Consumo lavagem de pisos
93,62 - 93,62 93,62 93,62
(m3/mês)

Consumo rega de jardim (m3/mês) 63,73 63,73 - - -

Consumo manutenção das piscinas


10,80 - - 10,80 10,80
(m3/mês)
Consumo descarga bacia sanitária
- 43,20 - 43,20 -
uso comum (m3/mês)
Consumo lavagem de veículos
- 56,10 56,10 - 56,10
(m3/mês)
Demanda total não potável
168,15 163,03 149,72 147,62 160,52
(m3/mês)
Fonte: Autoria própria.
52

Ao agregar o volume retido do reservatório de contenção de cheias dimensionado e


projetado com a capacidade de reservar 103,00 m3 por exigências do decreto nº 176 de 2007,
somado ao reservatório de aproveitamento possibilita um volume potencial de 173,00 m3.
Na tabela 35, é apresentado um comparativo com os devidos usos para fins não
potáveis com os seus respectivos consumos mensais estimados. Ao aproveitar o volume
acumulado de 173,00 m3 é possível atender as seguintes demandas mensais abaixo.
Abastecer o consumo mensal de 168,15 m3 para a lavagem de pisos, irrigação do
jardim e manutenção das piscinas, ou suprir o volume mensal de 163,03 m3 para a lavagem
de veículos, uso na descarga da bacia sanitária dos banheiros condominiais e irrigação das
superfícies vegetadas.
Outras demandas podem também serem compostas como: o volume mensal de 149,72
m3 para a lavagem de veículos e pisos, o consumo mensal de 147,62 m3 para a descarga da
bacia sanitária de uso comum, manutenção das piscinas e a lavagem de pisos, e por último a
demanda mensal de 160,52 m3 para a manutenção das piscinas e lavagem de automóveis e
pisos.

4.3 SIMULAÇÃO PARA O DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO COM A


APLICAÇÃO DE OUTROS MÉTODOS

Para avaliar o dimensionamento do reservatório através de outros métodos citados pela


NBR 15527 de 2007, algumas bases foram coletadas para a realização das simulações.
Na tabela 36, são apresentados os principais valores aplicados para a realização dos
cálculos, a demanda foi resultado da estimativa elaborada para o uso da água de chuva
armazenada nos reservatórios de contenção de cheias e aproveitamento, que totalizam um
volume projetado de 173,00 m2, a demanda por tanto definida é de 168,15 m3, e abastece o
consumo mensal do condomínio residencial para a lavagem de pisos, rega de jardim e
manutenção da piscina.
Tais valores foram obtidos com a utilização do modelo desenvolvido por Christan
(2008) e apresentadas no ANEXO A da norma.
As quatro torres possibilitam uma superfície coberta aproveitável de 960,00 m2 para a
coleta da água de chuva. Os valores médios de precipitação foram extraídos da tabela 24, que
apresentam as médias mensais de 1982 a 2011 coletados na estação pluviométrica do Instituto
das Águas do Paraná. A precipitação média acumulada de 1982 a 2011 é de 1498,54
53

milímetros (mm), a base do ano médio é de 2005, que acumulou um total anual de 1496,80
milímetros (mm).

Tabela 36 - Informações para a aplicação dos métodos


Dados para a simulação

Média de precipitação dos últimos


1.498,54
30 anos em milímetros (mm)
Ano médio de 2005 em
1.496,80
milímetros (mm)
Demanda mensal (m3) 168,15
Área de coleta (m2) 960,00

Reservatório adotado (m3) 173,00

Coef. de Runoff (Telhas metálicas) 0,8

Fonte: Autoria própria.

A tabela abaixo resume os valores obtidos dos ensaios para o dimensionamento do


reservatório, onde foram calculados através de sete métodos diferentes para análise e
comparação com o reservatório projetado e dimensionado em conformidade com os decretos
municipais. As equações estão expressas no capítulo 2.4.4 e as simulações estão no apêndice
do trabalho. Todas as simulações foram elaboradas com base no ano médio de 2005.
Na simulação pelo método de Rippl, a demanda de 168,15 m3 produz um volume
anual de 2017,80 m3, que projetou um reservatório com capacidade de 960,04 m3 para
abastecer a demanda. Durante o ano haverá 171 dias de suprimento com água de chuva,
confiança de 100% do sistema e eficiência de 100%.

Tabela 37 - Resultados do dimensionamento do reservatório


Métodos Volume (m3)

Rippl 960,04

Simulação 173,00

Australiano 173,00

Azevedo Neto 60,35

Prático Alemão 68,97

Prático Inglês 71,85

NBR 15527 76,64


Fonte: Autoria própria
54

Ao examinar as diferenças entre os métodos de Rippl, Simulação e Australiano na


tabela acima, pode-se dizer que os métodos a seguir possuem uma diferença considerável.
Nos métodos Azevedo Neto, Prático alemão, Inglês e a equação proposta pela NBR
15527, apresentam valores aproximados, sendo o Azevedo Neto com um reservatório
dimensionado para 60,35 m3 e a NBR 15527 com um volume de 76,64 m3.
Nos ensaios pelos métodos, Australiano e Simulação, os resultados foram os
seguintes: o reservatório de 173,00 m3 adotado para a verificação no método da Simulação
alcançou 100% de eficiência do sistema, sendo cheio e vazio. No australiano o reservatório de
173,00 m3 atendeu em 100% de eficiência e confiança.
55

5 CONCLUSÕES

Os condomínios habitacionais representam um grande desafio, por conta da elevada


concentração de habitantes, quantidade de torres, oferta de grandes espaços condominiais,
com uma diversidade de opções de lazer, e que a cada dia são mais comuns na paisagem
urbana.
Nos anos de 2006 e 2007, a Prefeitura Municipal de Curitiba criou os respectivos
decretos para a conservação e uso racional da água nas edificações, e a implantação de
mecanismos de contenção de cheias, exigências requisitadas para a aprovação dos projetos e
expedição do alvará de construção. O decreto municipal estabelece uma metodologia própria
de cálculo para o dimensionamento dos reservatórios, que não ponderam a demanda mensal, a
área de coleta disponível para a captação e a precipitação média anual, distintos dos métodos
mencionados pela NBR 15527/2007 do ANEXO A.
O presente estudo avaliou os reservatórios projetados para um condomínio residencial
vertical em fase de construção na cidade de Curitiba - PR.
Com base nos dados obtidos foi possível concluir que:
Com o volume projetado e construído de 173,00 m3, somando os reservatórios para
captação e aproveitamento da água de chuva e o de retenção de águas pluviais, será possível
atender em 19% a demanda total mensal do condomínio em estudo, para os fins não potáveis,
ou seja, um percentual muito pequeno. Isso se deve a grande população que ocupará o
referido condomínio.
O consumo mensal total do condomínio para fins não potáveis é de 897,45 m3, o que
representa um volume anual de 10.769,40 m3. Portanto, conclui-se que o volume projetado
dos reservatórios para o armazenamento da água de chuva não será suficiente para atender
toda a demanda não potável, mesmo com uma média de chuva de 1498,54 milímetros (mm)
ao ano. Para atender esta demanda, seria necessário um amplo espaço físico para o
armazenamento e uma extensa área de captação, resultando num alto custo de investimento
para a construção do reservatório. Visto que, com a aplicação do método de Rippl, o volume
do reservatório resultou no valor de 960,04 m3 para atender apenas uma parcela da demanda
de uso não potável. Isto serve como exemplo para demonstrar que dependendo do método
utilizado para o dimensionamento citado no anexo da norma, a demanda total de 897,45 m3
pode gerar um reservatório muito maior do que o especificado pelo decreto municipal.
Uma alternativa viável para o caso em estudo é empregar um sistema de fontes mistas
para o abastecimento de água, que complementa o aproveitamento da água de chuva
56

juntamente com o sistema de reuso de água cinza. Uma sugestão para ser desenvolvida num
próximo trabalho, com o cálculo do volume de água cinza aproveitável, avaliação da
capacidade estimada para a complementação da reserva de água pluvial e comparação da
quantidade disponível para substituir o fornecimento potável. Nos dois casos descritos não
foram considerados a viabilidade econômica, ou seja, o “payback” dos sistemas, mas é
possível assumir previamente que o investimento aplicado na implantação do sistema de reuso
é elevado e requer a necessidade de admitir um profissional responsável pela estação de
tratamento e custear a manutenção periódica deste sistema.
Além disso, conclui-se que o aproveitamento de água de chuva é um sistema mais
viável para o uso em residências unifamiliares, visto que a demanda é menor e como o
potencial pluviométrico do município é elevado, desta forma, aumentam as chances do
atendimento da demanda total para fins não potáveis.
Para o caso em estudo, verificou-se a impossibilidade de atender toda a demanda para
fins não potáveis com os reservatórios projetados com base no decreto municipal. Portanto,
optou-se por atender parte da demanda de uso não potável da área condominial de uso
comum. Mesmo com o atendimento parcial da demanda de uso não potável para o
condomínio em questão, verificou-se a importância de coletar, armazenar e aproveitar a água
de chuva.
Para grandes condomínios e com grandes demandas, uma opção sustentável, porém
ainda com alto custo, é o reuso de água cinza.
Todas as alternativas de fontes de abastecimento de água são viáveis de análise, pois
este é um recurso imprescindível para a vida e cada vez mais escasso em nosso planeta.
57

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Águas Pluviais. Rio de Janeiro, 1989.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626: Instalação Predial de


Água Fria. Rio de Janeiro, 1998.

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Aproveitamento em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos. Rio de Janeiro, 2007.

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CHRISTAN, Priscila. Análise das exigências impostas pelo Programa de Conservação e


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CURITIBA. Lei nº. 10.785, de 18 de setembro de 2003. Cria no município de Curitiba o


Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações. Curitiba, 18 de setembro
de 2003.

CURITIBA. Decreto nº. 293, de 22 de março de 2006. Regulamenta a Lei nº 10.785 de 2003
e dispõe sobre os critérios do uso e conservação racional da água nas edificações e dá outras
providências. Curitiba, 22 de março de 2003.

CURITIBA. Decreto nº. 176, de 20 de março de 2007. Dispõe sobre os critérios para
implantação dos mecanismos de contenção de cheias. Curitiba, 20 de março de 2007.

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ. Plano da Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do


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INSTITUTO DAS ÁGUAS DO PARANÁ. Sistema de Monitoramento e Alerta da Bacia


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58

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO.


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59

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URBANO, Edison. Sempre sustentável. Projetos experimentais de baixo custo. São Paulo:
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ZOLET, Marcelo. Potencial de aproveitamento de água de chuva para uso residencial na


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Acesso em: 31 ago. 2012.
60

7 APÊNDICE

Tabela 38 - Ensaio pelo método Rippl


Chuva Volume de Demanda (m3) Volume de
Média Demanda Área de Coeficiente Chuva Mensal - Volume de Água no
Meses Mensal Mensal Coleta de Runoff (m3) Chuva Reservatório
Q (m3) =C x I x
I (mm) D (m3) A (m2) C A S (m3) = D - Q D - Q > 0 (m3)
Janeiro 108,40 168,15 960,00 0,80 83,25 84,90 84,90
Fevereiro 82,00 168,15 960,00 0,80 62,98 105,17 105,17
Março 62,80 168,15 960,00 0,80 48,23 119,92 119,92
Abril 121,60 168,15 960,00 0,80 93,39 74,76 74,76
Maio 87,70 168,15 960,00 0,80 67,35 100,80 100,80
Junho 83,60 168,15 960,00 0,80 64,20 103,95 103,95
Julho 136,40 168,15 960,00 0,80 104,76 63,39 63,39
Agosto 144,40 168,15 960,00 0,80 110,90 57,25 57,25
Setembro 327,20 168,15 960,00 0,80 251,29 -83,14 0,00
Outubro 230,20 168,15 960,00 0,80 176,79 -8,64 0,00
Novembro 82,30 168,15 960,00 0,80 63,21 104,94 104,94
Dezembro 30,20 168,15 960,00 0,80 23,19 144,96 144,96
Total 1496,80 2017,80 1149,54 960,04
3
Número dias que haverá suprimento com Volume do (m ) litros
água de chuva: 171
reservatório 960,04 960040,80

Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.

Tabela 39 - Ensaio pelo método Rippl

Chuva Volume
Demanda Área de
Média Coeficiente de Chuva Volume do Volume do Volume do
Mensal Coleta Overflow Suprimento
Mensal de Runoff Mensal Reservatório Reservatório Reservatório
Meses (m3) (m2)
(mm) (mm)
Q (m3) =C
(T) (m3) (m3) (m3)
I (mm) D (m3) A (m2) C xIxA (m3) (T-1) (m3)
Janeiro 108,40 168,15 960,00 0,80 83,25 960,04 0,00 -84,90 0,00 0,00
Fevereiro 82,00 168,15 960,00 0,80 62,98 960,04 -84,90 -190,07 0,00 0,00
Março 62,80 168,15 960,00 0,80 48,23 960,04 -190,07 -309,99 0,00 0,00
Abril 121,60 168,15 960,00 0,80 93,39 960,04 -309,99 -384,75 0,00 0,00
Maio 87,70 168,15 960,00 0,80 67,35 960,04 -384,75 -485,55 0,00 0,00
Junho 83,60 168,15 960,00 0,80 64,20 960,04 -485,55 -589,50 0,00 0,00
Julho 136,40 168,15 960,00 0,80 104,76 960,04 -589,50 -652,89 0,00 0,00
Agosto 144,40 168,15 960,00 0,80 110,90 960,04 -652,89 -710,14 0,00 0,00
Setembro 327,20 168,15 960,00 0,80 251,29 960,04 -710,14 -627,00 0,00 0,00
Outubro 230,20 168,15 960,00 0,80 176,79 960,04 -627,00 -618,36 0,00 0,00
Novembro 82,30 168,15 960,00 0,80 63,21 960,04 -618,36 -723,30 0,00 0,00
Dezembro 30,20 168,15 960,00 0,80 23,19 960,04 -723,30 -868,26 0,00 0,00
Total 1496,80 2017,80 1149,54 0,00
Confiança Eficiência
Número de vezes que o reservatório não atendeu a
demanda
0 do sistema 100,00% do sistema 100,00%
(%) (%)

Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.


61

Tabela 40 - Ensaio pelo método da Simulação


Volume
Chuva Área Volume de Volume de
Demanda de
Média de Coeficiente Volume do água no água no
Mensal Chuva Overflow Suprimento
Mensal Coleta de Runoff reservatório Reservatório Reservatório
(m3) Mensal
Meses (mm) (m2) (T-1) (T)
(mm)
Q (m3)
=C x I x Fixado - S(m3) = Q + (m3) (m3)
I (mm) D (m3) A (m2) C A (m3) S(t-1) (m3) S(t-1) - D
Janeiro 108,40 168,15 960,00 0,80 83,25 173,00 0,00 -84,90 0,00 84,90
Fevereiro 82,00 168,15 960,00 0,80 62,98 173,00 -84,90 -190,07 0,00 190,07
Março 62,80 168,15 960,00 0,80 48,23 173,00 -190,07 -309,99 0,00 309,99
Abril 121,60 168,15 960,00 0,80 93,39 173,00 -309,99 -384,75 0,00 384,75
Maio 87,70 168,15 960,00 0,80 67,35 173,00 -384,75 -485,55 0,00 485,55
Junho 83,60 168,15 960,00 0,80 64,20 173,00 -485,55 -589,50 0,00 589,50
Julho 136,40 168,15 960,00 0,80 104,76 173,00 -589,50 -652,89 0,00 652,89
Agosto 144,40 168,15 960,00 0,80 110,90 173,00 -652,89 -710,14 0,00 710,14
Setembro 327,20 168,15 960,00 0,80 251,29 173,00 -710,14 -627,00 0,00 627,00
Outubro 230,20 168,15 960,00 0,80 176,79 173,00 -627,00 -618,36 0,00 618,36
Novembro 82,30 168,15 960,00 0,80 63,21 173,00 -618,36 -723,30 0,00 723,30
Dezembro 30,20 168,15 960,00 0,80 23,19 173,00 -723,30 -868,26 0,00 868,26
Total 1496,80 2017,80 1149,54 0,00
Eficiência
Confiança
Número de vezes que o reservatório não atendeu a do
demanda
12 do sistema 0,00% sistema 100,00%
(%)
(%)
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.

Tabela 41 - Ensaio pelo método da Simulação


Volume
Chuva Área Volume de Volume de
Demanda de
Média de Coeficiente Volume do água no água no
Mensal Chuva Overflow Suprimento
Mensal Coleta de Runoff reservatório Reservatório Reservatório
(m3) Mensal
Meses (mm) (m2) (T-1) (T)
(mm)
Q (m3)
=C x I x Fixado - S(m3) = Q + (m3) (m3)
I (mm) D (m3) A (m2) C A (m3) S(t-1) (m3) S(t-1) - D
Janeiro 108,40 168,15 960,00 0,80 83,25 173,00 173,00 88,10 0,00 0,00
Fevereiro 82,00 168,15 960,00 0,80 62,98 173,00 88,10 -17,07 0,00 0,00
Março 62,80 168,15 960,00 0,80 48,23 173,00 -17,07 -136,99 0,00 0,00
Abril 121,60 168,15 960,00 0,80 93,39 173,00 -136,99 -211,75 0,00 0,00
Maio 87,70 168,15 960,00 0,80 67,35 173,00 -211,75 -312,55 0,00 0,00
Junho 83,60 168,15 960,00 0,80 64,20 173,00 -312,55 -416,50 0,00 0,00
Julho 136,40 168,15 960,00 0,80 104,76 173,00 -416,50 -479,89 0,00 0,00
Agosto 144,40 168,15 960,00 0,80 110,90 173,00 -479,89 -537,14 0,00 0,00
Setembro 327,20 168,15 960,00 0,80 251,29 173,00 -537,14 -454,00 0,00 0,00
Outubro 230,20 168,15 960,00 0,80 176,79 173,00 -454,00 -445,36 0,00 0,00
Novembro 82,30 168,15 960,00 0,80 63,21 173,00 -445,36 -550,30 0,00 0,00
Dezembro 30,20 168,15 960,00 0,80 23,19 173,00 -550,30 -695,26 0,00 0,00
Total 1496,80 2017,80 1149,54 0,00
Eficiência
Confiança
Número de vezes que o reservatório não atendeu a do
demanda
0 do sistema 100,00% sistema 100,00%
(%)
(%)
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.
62

Tabela 42 - Ensaio pelo método Australiano

Chuva Volume de
Demanda Área de Perdas Coef. Volume Volume Volume
Média Chuva
Mensal Coleta por de do do do Overflow Suprimento
Mensal Mensal
Meses (m3) (m2) evaporação Runoff Reservatório Reservatório Reservatório
(mm) (mm)
Q (m3) =A x 3 3 3
(T) (m ) (m ) (m )
I (mm) D (m3) A (m2) I (mm) C C x (P - I) fixado - (m3) (T-1) (m3)
Janeiro 108,40 168,15 960,00 2,00 0,80 81,72 173,00 0,00 -86,43 0,00 0,00
Fevereiro 82,00 168,15 960,00 2,00 0,80 61,44 173,00 -86,43 -193,14 0,00 0,00
Março 62,80 168,15 960,00 2,00 0,80 46,69 173,00 -193,14 -314,60 0,00 0,00
Abril 121,60 168,15 960,00 2,00 0,80 91,85 173,00 -314,60 -390,90 0,00 0,00
Maio 87,70 168,15 960,00 2,00 0,80 65,82 173,00 -390,90 -493,23 0,00 0,00
Junho 83,60 168,15 960,00 2,00 0,80 62,67 173,00 -493,23 -598,71 0,00 0,00
Julho 136,40 168,15 960,00 2,00 0,80 103,22 173,00 -598,71 -663,64 0,00 0,00
Agosto 144,40 168,15 960,00 2,00 0,80 109,36 173,00 -663,64 -722,43 0,00 0,00
Setembro 327,20 168,15 960,00 2,00 0,80 249,75 173,00 -722,43 -640,83 0,00 0,00
Outubro 230,20 168,15 960,00 2,00 0,80 175,26 173,00 -640,83 -633,72 0,00 0,00
Novembro 82,30 168,15 960,00 2,00 0,80 61,67 173,00 -633,72 -740,20 0,00 0,00
Dezembro 30,20 168,15 960,00 2,00 0,80 21,66 173,00 -740,20 -886,69 0,00 0,00
Total 1496,80 2017,80 1131,11 0,00
Confiança
Eficiência do
Número de vezes que o reservatório não atendeu a demanda 0 do sistema 100,00% 100,00%
sistema (%)
(%)
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.

Tabela 43 - Ensaio pelo método Azevedo Neto


Precipitação Área de
3
média anual - P coleta - A Número de meses Volume do reservatório Litros (m )
2)
(mm) (m com pouca chuva – T
1496,80 960,00 1 V = 0,042 x P x A x T 60350,98 60,35
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.

Tabela 44 - Ensaio pelo método Prático Alemão

Volume anual de Volume anual de chuva Volume do reservatório Litros (m )


3
consumo - D (litros) aproveitável - V (litros)
2017800,00 1149542,40 V = mín. (V; D) 68972,54 68,97
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.
63

Tabela 45 - Ensaio pelo método Prático Inglês

Precipitação média anual - Área de coleta - A Volume do reservatório Litros


3
(m )
2
P (mm) (m )
1496,80 960,00 V = 0,05 x P x A 71846,40 71,85
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.

Tabela 46 - Ensaio pelo método da NBR 15227

Precipitação média Área de Coeficiente de N (fator de V (litros/mês)= P x A x 3


(m )
2)
mensal - P (mm) coleta - A (m Runoff captação) CxN
124,73 960 0,8 0,8 76636 76,64
Fonte: Adaptado de CHRISTAN, 2008.

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