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Caso 4 – Ana

Ana estava com 4 anos quando foi avaliada por um psiquiatra infantil em razão de
alterações alarmantes em seu comportamento nos últimos dois meses. Ela é primogênita de
um casal de profissionais liberais. De acordo com eles, a menina era um bebê normalmente
sociável, cujo desenvolvimento inicial estava inteiramente dentro dos limites normais – ela
estava caminhando e dizendo palavras simples no primeiro aniversário e falava frases antes
dos 2 anos. Ela foi matriculada em uma escolinha maternal aos 3 anos e já estava treinando
para o toalete nesta época. Os pais dizem possuir gravações mostrando que seu
desenvolvimento até aquele momento fora inteiramente normal.
Dois meses atrás, logo após o nascimento do irmão, Ana pareceu tornar-se ansiosa e
agitada de um modo inespecífico. No decorrer de algumas semanas, seu comportamento
regrediu acentuadamente em múltiplas áreas: ela não mais apresentava treinamento de
toalete, não mais se engajava em atividades de cuidados pessoais apropriados à idade e seus
pais observaram que ela agora passava horas balançando-se para a frente e para trás.
A avaliação psiquiátrica indicou que, embora com 4 anos, ela agora funcionava no
nível de 12 meses de idade, em termos de suas capacidades cognitivas e comunicativas. Em
observação direta e descrições de seu comportamento pelos pais, ela exibia muitos aspectos
sugestivos relacionados aos Transtornos invasivos do desenvolvimento (por ex. falta de
resposta social, dificuldades com transições, movimentos estereotipados). A revisão de
vídeos de seu desenvolvimento inicial confirmou a história de desenvolvimento relatada
pelos pais.
O psiquiatra solicitou exames extensos, incluindo eletroencefalograma, ressonância
magnética e exames laboratoriais. Entretanto, esses não revelaram qualquer condição
médica específica que pudesse explicar a perturbação.

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