XXII Seminário Nacional da Cebola

XIII Seminário da Cebola do Mercosul

Situação atual e perspectivas da

produção de cebola no Brasil
Prof. Dr. Paulo César Tavares de Melo
USP/ESALQ
Associação Brasileira de Horticultura (ABH)
 Brasil: Produção, área e valor da safra
das principais hortaliças, 2008

Cultura Produção (t) Área (mil ha) Safra (R$)

Tomate 3.868.000 61.000 4.215.744.000
Batata 3.677.000 145.000 4.469.649.000
Melancia 1.995.000 89.000 1.775.733.000
Cebola 1.367.000 65.000 1.380.737.000
Cenoura 784.000 26.000 815.610.000
Batata-Doce 548.000 46.000 553.922.000
Melão 340.000 16.000 422.175.000
Alho 92.000 10.000 320.999.000
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal, 2009
 Brasil: Principais Estados Produtores
de Cebola em 2008/09

0,0 %
SC 33,3 %
BA 15,0 %
24,15 %
SP 13,1 %
0,0 %
RS 12,6 %
20,36 %
* PR 9,5 %
PE 9,1 %
55,47 % MG 7,2 %
Total: 1.362.558 t
*No IBGE não consta dados estatísticos para a produção de cebola no Centro-Oeste; a ANACE estimou oferta de 64.025 t na
safra 2008/09; Fonte: Agrianual – Previsão feita em agosto de 2009.
 Brasil: Valor do mercado de sementes das
principais hortaliças cultivadas, 2007

Cultura Valor de Mercado (R$)*

Tomate 72.514.300,00
Melão 30.172.759,00
CEBOLA 21.213.397,00
Cenoura 20.604.411,00
Alface 17.227.035,00
Melancia 16.662.969,00
Pimentão 16.367.110,00
Abóbora 11.992.969,00
Couve-Flor 11.424.487,00
Pepino 9.867.221,00
Milho-Doce 8.893.795,00
Repolho 6.665.615,00
*Valor Total do Mercado: R$ 298.300,00; **Volume Total: 112.766 kg; Fonte: ABCSEM
 Características
da cebolicultura brasileira

• Atende majoritariamente o mercado interno, sendo

que uma pequena parte da produção é exportada;
• Se caracteriza como típica atividade de pequenas e
médias propriedades de natureza familiar,
principalmente no Sul e no Nordeste brasileiro;
• O consumo de cebola se mantém inalterado há vários
anos  6 kg/habitante/ano;
• Após a integração do Brasil ao MERCOSUL, verificou-
se uma nítida dicotomia entre as zonas tradicionais e
as novas fronteiras de produção  rearranjamento da
produção e maior competitividade entre as diferentes
regiões de cultivo do país.
 Zonas tradicionais vs novas
fronteiras de produção
• Novas fronteiras de produção:
– possuem condições agroecológicas altamente favoráveis
ao cultivo da cebola e o relevo plano facilita a
mecanização das operações de manejo cultural;
– produtores encaram a atividade com mentalidade
empresarial com produção em larga escala e investem
em tecnologia visando à obtenção de alta produtividade
e redução de custos;
– predomina o uso de híbridos de alto potencial produtivo
e de outros insumos modernos;
– os cultivos são irrigados com pivô central, plantados
pelo sistema de semeadura direta usando máquinas de
precisão com alta densidade de semeadura;
– produtividade média é superior a 60 t/ha enquanto a
média nacional é de aproximadamente 20 t/ha.
 Brasil: Produtividade média na década de 2000 nos
principais Estados produtores de cebola

60
60

50
Produtividade média (t/ha)

40 36,6

30 27,8
23
18,5
20 17

11,2
10

0
GO MG SP BA SC RS BRASIL
 Novas Fronteiras

Lavoura de cebola no sistema de semeadura direta

em alta densidade, Chapada Diamantina, BA
 Novas Fronteiras
Lavoura de cebola no sistema de semeadura direta em alta
densidade, Chapada Diamantina, BA
Novas Fronteiras

Bulbos da cv. IPA 11

 Novas Fronteiras
Lavoura de cebola no sistema de semeadura direta em alta
densidade, São Gotardo, MG
 Zonas tradicionais: Tecnologia muda
perfil da produção

• No contraste entre as décadas de 1990 e

2000, ocorreu uma redução de 13,3 % na área
cultivada, enquanto a produção aumentou em
31,7 % e produtividade foi 37,8 % maior;
• Esse expressivo ganho de produtividade não
pode ser creditado exclusivamente às novas
fronteiras;
• Os avanços conquistados devem também ser
atribuídos aos investimentos na melhoria da
tecnologia de cultivo realizados pelos
pequenos e médios produtores das zonas
tradicionais visando à elevação do rendimento
com destaque para SC, SP e BA/PE.
 Brasil: Evolução da produtividade média de cebola
nos principais Estados em 5 quinquênios

Safra (t/ha)
Estado*
1990 1995 2000 2005 2009
SP 17,6 22,2 25,7 28,2 28,6
SC 10,8 10,3 18,8 20,4 21,6
RS 7,6 7,8 10,9 14,0 15,9
BA 13,4 13,6 16,5 21,3 23,6
PE 12,5 14,0 15,9 17,6 20,9
PR 8,0 8,9 11,5 13,6 17,8
MG 7,8 12,7 26,8 30,0 48,5
*No IBGE não consta dados estatísticos sobre a produção de cebola no estado de Goiás, cujo
rendimento é superior a 60 t/ha.
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009

Área Produção Produtividade % Total

Sistema da área
(ha) (t) (t/ha)
Convencional 1.570 55.000 35 50,6

Bulbinho 700 14.000 20 22,6

Semeadura direta 680 34.000 50 21,9

Plantio direto 150 9.000 60 4,8

Total 3.100 112. 000 Média: 41

Fonte: Cooxupé – Núcleo de São José do Rio Pardo, SP
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009

• Em 1993 a COOXUPÉ instituiu o Programa de

Incentivo à Produtividade e Qualidade da Cebola
visando:
– incentivar os cooperados a melhorar a qualidade e
uniformidade do plantio, gerando ganhos de
produtividade e melhoria da competitividade;
– disseminar entre os participantes do programa, a
ideia de que não adianta atingir altos rendimentos
sem que exista preocupação com a preservação do
meio ambiente;
– Introduzir novos sistemas de cultivo como a
semeadura direta e o cultivo mínimo ou plantio
direto na palhada  combate à erosão;
– solucionar o problema de escassez de mão-de-obra.
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009

• Plantio direto com máquinas de precisão;

• Distribuição uniforme das sementes nas linhas em alta
densidade  900.000 sementes/ha (3 a 4 kg/ha);
• A boa capacidade de arranjo espacial que os bulbos
possuem permite a eliminação da onerosa operação de
desbaste  estande final de 600.000 a 650.000
plantas/ha;
• Obtenção de rendimentos acima de 80 t/ha e bulbos
com excelente padrão de qualidade para o mercado;
• O sistema propicia economia de mão-de-obra, maior
agilidade operacional e significativa redução do custo
por tonelada de bulbo produzido.
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009

Lavoura de cebola no sistema de semeadura

direta, Fazenda São Paulo, São José do Rio
Pardo, SP, 2009
 Sistemas de produção de cebola
adotados em SJRPardo e região, SP, 2009

Bulbos do híbrido Optima

 Perspectivas
para a década de 2010

• O balanço da cadeia brasileira produtiva de

cebola na primeira década do novo século
mostrou que:
– ocorreram avanços tecnológicos importantes
tanto nas zonas tradicionais como nas novas
fronteiras de produção;
– a integração do Brasil ao MERCOSUL gerou uma
efetiva integração do mercado de cebola entre
Brasil e Argentina, levando a um rearranjamento
nos setores de produção e de abastecimento de
ambos os países;
 Perspectivas
para a década de 2010

• O cenário que se projeta para cebolicultura brasileira na

nova década que está iniciando enseja maiores avanços,
destacando-se os seguintes aspectos pontuais:
– Ajuste dos sistemas de cultivo para assegurar a
sustentabilidade ambiental e a competitividade do
agronegócio de cebola, especialmente para os pequenos e
médios produtores que são responsáveis pela maior parte da
produção no país;
– Implementação de estratégias inovadoras de marketing
focadas em novas formas de apresentação do produto ao
consumidor final;
– Promoção de iniciativas visando à segmentação varietal por
meio do incentivo à produção de cultivares de cebola de
bulbos roxos, brancos e de cultivares de pungência suave
para atender os mercados interno e externo;
– Desenvolvimento de campanhas que visem ao aumento do
consumo de cebola, enaltecendo suas qualidades como uma
das hortaliças com maior conteúdo de substâncias funcionais
capazes de prevenir doenças;
 Perspectivas
para a década de 2010
– Apoio a medidas voltadas à expansão da
produção de processados de cebola para
abastecimento dos mercados interno e externo,
constituindo-se em mais uma opção de geração
de emprego e renda para a cadeia agroindustrial
da cebola;
– Atuação mais efetiva dos órgãos de assistência
técnica, essencial, principalmente para os
produtores das zonas tradicionais;
– Fortalecimento dos programas de pesquisa das
instituições públicas, que têm contribuído com o
lançamento de muitas cultivares de polinização
aberta. Essas cultivares permitiram ganhos
expressivos de produtividade especialmente, nas
regiões Sul e Nordeste, além do aperfeiçoamento
de sistemas de produção, manejo de adubação e
de irrigação entre outros temas;
 Recomendação

– Faz-se necessária uma organização

mais eficiente por parte de todos os
elos da cadeia produtiva da cebola,
visando aumentar a competitividade do
segmento por meio da modernização
dos sistemas produtivos e de
comercialização  conquista de maior
representatividade no agronegócio de
hortaliças do Brasil.
 Brasil: Produção, Área e Valor da Safra
das Principais hortaliças, 2008

Cultura Produção (t) Área (mil ha) Safra (R$)

Tomate 3.868.000 61.000 4.215.744.000
Batata 3.677.000 145.000 4.469.649.000
Melancia 1.995.000 89.000 1.775.733.000
Cebola 1.367.000 65.000 1.380.737.000
Cenoura 784.000 26.000 815.610.000
Batata-Doce 548.000 46.000 553.922.000
Melão 340.000 16.000 422.175.000
Alho 92.000 10.000 320.999.000
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal, 2009
 Representatividade

Audiência do Presidente da ANAPA com o Ministro da Agricultura - 2009

Representatividade
 Representatividade

Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de

Hortaliças do MAPA, Brasília, DF - 2009
Estande da ABASMIG na Fruit Logistica
2010 – Berlim, Alemanha
Estande da AME na Fruit Logistica
2010 – Berlim, Alemanha
 Histórico

Manoel Abílio de Queiroz, Edinardo Ferraz,

Paulo César Tavares de Melo, Dimas
Menezes, Jonas Araújo Candeia, Luiz Jorge Dr. Luiz Jorge da Gama
da Gama Wanderley (esquerda para direita) Wanderley
 Histórico

Chegada de cebola no Porto de Belém do São

Francisco, PE, início da década de 1970
 Histórico

Chegada de cebola no Porto de Belém do São

Francisco, PE, início da década de 1970
 Histórico

Estação Experimental de Jatinã (IPA), Belém do São Francisco, PE

 Histórico

Paulo César Tavares de Melo (à direita) em campo de seleção de

cebola na E. E. de Jatinã (IPA) em 1973
Muito obrigado!
pctmelo@esalq.usp.br