Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Definição:
Um sistema elétrico trifásico é denominado equilibrado ou simétrico se as tensões e
correntes em cada fase têm as mesmas amplitudes com defasagens exatas de 120º entre si.
Se uma ou simultaneamente ambas as condições anteriores não são satisfeitas, dizemos que o
sistema se encontra desequilibrado ou assimétrico. Na figura 01 é mostrado os níveis de
tensão produzidos por uma fonte trifásica com as tensões equilibradas em ângulo e em
amplitude. Na figura 02 é mostrado os sinais de tensão produzidos pela fonte trifásica em que
se observa o desequilíbrio na amplitude e na figura 03 o desequilíbrio observado é no ângulo
de defasamento entre as fases
1
Figura 03 – Tensões Desequilibradas em ângulo e em amplitude
2. Componentes Simétricos:
Para a análise de sistemas desequilibrados utilizam-se os componentes simétricos,
derivados do teorema de Fortescue, que afirma: “Qualquer sistema desequilibrado de N
fasores pode ser decomposto por N sistemas equilibrados”. O sistema é decomposto em três
sistemas denominados de componentes de seqüência positiva ou direta, componente de
seqüência negativa ou inversa, e componente de seqüência zero ou homopolar.
V 0 1 1 1 V A V A 1 1 1 V 0
V = 1 ⋅ 1 a a ⋅ V
2 V = 1 ⋅ 1 a 2
a ⋅ V
+
3 B
B
3 +
V − 1 a 2
a V C
VC
1 a a V
2
−
j ⋅120 0
Operador Rotacional (defasagem): a=e
Exercício:
Decompor as tensões desbalanceadas mostradas abaixo em uma soma fasorial dos
componentes simétricos.
2
3. Fator de Desbalanço:
O impacto econômico decorrente da operação sob condições não ideais e, especificamente
quanto ao grau de desbalanço, a sua medição torna-se um aspecto de suma importância em
termos de Qualidade de Energia. O fator de desbalanço quantifica o desequilibro observado.
Existem diferentes modos para a determinação do fator de desbalanço (Fd ou K), são eles:
a) Componentes Simétricos;
b) NEMA
c) CIGRE
d) IEEE
d
V 1
V
2
- Módulo da tensão de seqüência negativa
V
1
- Módulo da tensão de seqüência positiva
Método b) NEMA
ab bc ca
∆V
F = k = 100 ⋅
d
V AV
3
Método C) CIGRE (CIGRE – C04)
4 4 4
1− 3 − 6 ⋅ β V +V +V
F = 100 ⋅ onde: β= AB BC CA
d
1+ 3 − 6 ⋅ β (V AB
2
+V BC
2
+V
CA
2
) 2
Método D) IEEE
3 ⋅ (V − V )
F (% ) =
d
máx
⋅100min
Este método também é utilizado pela NEMA.
V +V +V
A B C
4. Procedimento:
Medição das três tensões fase-neutro no ponto de conexão, usando uma janela de
amostragem com duração múltipla inteira do período da freqüência fundamental.
Tratamento digital baseado na Transformada Rápida de Fourier (FFT – Fast Fourier
Transform).
Cálculo dos componentes de seqüência positiva e negativa a partir das componentes
fundamentais das tensões fase-neutro e da matriz de transformação.
Tratamento estatístico das informações.
Deve ser adotado um período de observação mínimo de 1 semana completa (7 dias
consecutivos), para permitir a comparação dos níveis de desbalanços de tensão presentes na
rede com os limites recomendados.
Como resultado desta etapa tem-se os blocos diários de fator de desbalanço de curta-
duração, k, tratados estatisticamente com a determinação dos fatores k 95% e k 99%.
K 95%: fator de desbalanço que foi superado em 5% do número de amostras.
K 99%: fator de desbalanço que foi superado em 1% do número de amostras.
4
O fator k 99% é considerado o estado de referência da perturbação de tensão por
debalanço.
Os valores indicativos do estado de referência da perturbação da tensão não deverão
exceder os limites recomendados pelo GCOI/GTCP e edscritos nos procedimentos de rede do
OND (submódulos 2.2 e 3.8)
Limite global: fator de desquilibrio de tensão provocado pela operação conjunta de todos
os usuários deve ser menor ou igual à 2%. Não deve ser excedido em nenhum ponto do
sistema elétrico.
Limite por usuário: fator de desequilíbrios de tensão provocado por um único usuário não
deve ultrapassar o valor de 1,5%.
5. Causas:
6. Efeitos:
7
relativa do campo inverso visto pelo rotor. Nesses casos, convém reduzir a potência de saída
para não comprometer a vida útil do motor.
8
Simulação com Fd = 3,5% - Corrente
9
Simulação com Fd = 3,5% - Torque
Figura 12
6.2 Transformadores:
- Transformadores operando com tensão de seqüência negativa induzem tensões secundárias
semelhante a condições ideais, somente com componentes de seqüência positiva;
- O comportamento sob tensões de seqüência zero dependerá das conexões dos enrolamentos
e de modo particular, da presença ou não do condutor neutro;
- Se um dos lados apresenta conexão a quatro condutores, as correntes de neutro podem
circular. Se o outro lado é conectado em delta, como em transformadores típicos de
distribuição, a corrente de seqüência zero é transformada em corrente de circulação interna ao
delta, causando aquecimento adicional;
- Novamente, dependendo do fator de desbalanço, uma redução na potência efetiva (derating)
deverá ser considerada, para preservar os respectivos limites térmicos sem comprometimento
da vida útil.
11
Figura 13
12
7. Compensação:
13
Figura 17
14
Figura 18-conexão delta aberto.
15
Figura 19-Esquema de ligação com dois Tp’s.
16
Figura 20 - Esquema de ligação para medir seqüência positiva.
17
8.3.6. Corrente de Seqüência zero
A componente de seqüência zero é igual a um terço da corrente de neutro que circula
diretamente na conexão com a terra. (neutro distribuído).
Os 3 TCs conectados em paralelo (figura 8) permitem a seguinte medida no amperímetro:
= Ia + Ib + Ic = 3.I 0
1
I 0 = .( Ia + Ib + Ic) ;
3
Um transformador toroidal envolvendo a totalidade dos condutores permite também esta
medida pela soma vetorial das correntes de fase.
BIBLIOGRAFIA:
[1] Trabalho de Conclusão Curso – Gustavo Viecilli
[2] SEL – Schwitzer Engineering Laboratories, Comercial Ltda.
18