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J. DE LENCAR.
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RIO DE JANERIO.
B. L., GARN1ER, EDICTOR
69,-r-auA DO OUVIDOR,—69
1866.
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LIVROS A; VENDA
naliivraria Garnler
69 RUÁ DO OUVIDOR 69 .
LIVRARIA GARNIER
96 R U A DO OUVIDOR 69^
AS MINAS DE PRATA
ROMANCE.
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RIO DE JAPffilRO.
B. L. GARNJ^f EDICTOR ,
69,—RUA DO^PIDOR,—69
TYPOGRAPHlA DE QUIIUNO & IRMÃO
rua da Quitanda n. 27.
A espbinge do drama no deserto.
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II
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fctt.
( . - . • '
III
A boca da botija.
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IV.
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A caca caçando o caçador.
<=S*C5
— Ohl oh!...
Os tupinambás voltaram-se ao ouvir a exclh-
mação, e reconheceram a figura gigantesca do
terrível bandeirista cuja fama enchia os sertões:
— Morubixaba ! murmuraram com respeito. Vfl
Immediatamente abaixaram as armas, e re-
trahiram sobre si, promptos sempre á deffesa,
mas disistíndo do ataque.
João Fogaça passou tranquillamente em lace
delles; apertou a mão a Estacio e beijou-a ao
Revd. Padre Ignacio. Instruído do que aconte-
cera o capitão do mato deu logo suas providen*
cias para curativo do pobre sacerdote, cujo corpo
apresentava já com a inflammação um aspecto
disforme ; as fricções de fumo e aguardente alli-
viaram o enfermo que afinal consentiu repousar
algumas horas, depois de obtida a promessa formal
de perdão para os selvagens.
João Fogaça promettou que não se derramaria
sangue, nem ioflingiria castigo corporal; mas
usando de um direito que elle se outorgara de
sua própria autoridade sobre todas as tribus sel-
vagens , o direito de feudo, escolheu dentre
os guerreiros tupinambás, dez dos mais robusto»'•*-'
e bem parecidos para encorporarlos como re-
AS MINAS DE PRATA 135
— Que ha?
O vulto fez gesto de silencio. Era um aymoré
que foi ajoelhar junto á rede e faltou ao ouvido
4o visitador :
— Os tupinambás !...
— Aonde ?
— Pela frente 1
— Vem contra nós ?
— Pergunta ao prisioneiro.
Três outros aymorés sabiam do matto pelo
mesmo caminho que oi primeiro , trazendo um
selvagem amarrado como um porco que se leva
ao talho. Descerrados os queixos da corda, quanto
bastassem para fallar, mas não para gritar, elles
acocoraram o prisioneiro deante do jesuita.
— Tu és tupinambá ?
— Sim!
— Onde estão teus irmãos ?
— Tão longe daqui como a perdiz voaria
duas vezes I
— Quantos são elles ?
— Meus pés e minhas mãos, e os teus e os
destes máos homens não chegam á metade da
conta delles.
— Que viestes tu fazer aqui ?
148 AS MINAS DE PRATA
-^SffSO-
VI
o»o
-NEXJISO
VIII
T-Oh ! de certo I
— Não tereis ganho cousa alguma. O Sadio
Padre nada poderá em:$vosso favor. 5*
— Vós me enganaes I... O doutor me assegurar}
— Vosso pudor escondeu naturalmente do ad-
vogado uma circunstancia delicada. Si lhe liou-
vesseis dito que vosso noivo se apartara alguns
minutos depois da ceremonia, deixando-vos don-
zella e casta.... .'/*. i
— Que tem essa circunstancia? ;^«sLp""1
— O Dr. Vaz Caminha vos dissera que o ma-
trimônio estava»roto pelo voto posterior; e que
já não tinheis marido.
Dulce ficou fulminada. O frade não se apro-
veitou de sen pasmo para retirar-se; ao contrario
cruzou os braços, ea involveu em seu olhar som-
brio e pesado. A dama afinal arrastou-se outra
vez de joelhos aos pés do sacerdote:
— Perdão!... Não quiz-ameaçar-vos 1 Não
tenho a força, nem o direito de faze-lo! Ainda
que o tivesse não recorreria a nenhuma justi^í
nem da terra, nem do céo 1 Quero tudodever á
vossa generosidade e compaixão I Tende piedàêe'
desta mísera 1 Uma esmola de esperança, que vos
ella supplica, não lhe recuseis!... Já não sois
AS MINAS DE PRATA 229
C=¥í
Corria abril.
Era o dia em que Pedro Alvares Cabral avistou
a terra brasileira. Celebrava a igreja naquella se-
mana a Paschoa de Nosso Senhor.
Seriam cerca de onze horas da manhã. O céo
arreiava-se do seu mais puro azul; nem um ca-
232 AS MINAS DE PRATA
OCWG^- , . ^,
X
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acsse*-
XI.
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-*£>3Tt
XII
— Aonde ?
— Para as bandas da Sé.
— Acodi 1...
Estas vozes sinistras ecboaram dolorosamente
n'alma já tão ulcerada de Estacio.
h Ainda havia naquella cidade de desolação e luto,
'para elle viuvo de suas mais queridas affeições,
um derradeiro amigo; e esse habitava justamente
aquelle canto, onde lavrava o incêndio. Tomou-o
tal espanto e terror, que sem volver um olhar
ao oratório, da varanda em que estava, ganhou
a rua e seguio a corrente do povo.
O incêndio era por detraz da Sé, e justa-
mente na casa de Vaz Caminha.
O advogado depois que Gil partira voltara a
escrever : havia tempos que elle trabalhava com
affinco na sua grande obra, que a promulgação
das novas Ordenações Philipinas em 1603, mo-
dificara profundamente, exigindo grandes retoques
e augmentos. Depois da morte de D. Mencia es-
pecialmente essa actividade do trabalho redobrara,
e tornou-se quasi uma febre.
' Vaz Caminha tinha um presentimento de seu
fim próximo; não queria deixar o mundo sem
concluir a obra que consumira a melhor seiva de
320 AS MINAS DE PRATA
. — Castigo 1 Castigo!
— Não tinha que ver!
— Tão mal agouraüas bodas, não podiam sur-
tir bem.
Estacio ouvira o toque de finados e as v02.es
destacadas da gente com curiosidade indiíferente
e como uma diversão á sua angustia ; mas de im-
proviso soltou um grande gemida, e lançou-se
apoz a turba.
•>£>:•
XIII
Levantou-se resoluta :
— Não matarei meu filho, não!... Morrerei
ra que elle não nasça á vergonha e á deshonra !
Rebuçando-se á pressa em escura manta, res-
tou como sombra ao longo do corredor. Já corre
> direcção da cidade ; passa a porta de S. Bento;
u instincto a leva á Sé, cujo caminho conhece.
Ia sabe que Ávila mora nas immediações, e es-
ira poder orientar-se ali chegando.
A gente do povo, que concorria á casa do fi-
ilgo para ver chegar os noivos, a guiou ; quando
cortejo já apparecia no principio da rua, Elvira
m dar fé delle atravessou da outra banda e en-
ou na habitação de Christovão.
Esgueirou-se como um phantasma ao longo das
içadas e deslisou pelos aposentos illuminados ; de
ipente abriu-se deante delia uma porta, e seus
hos viram o leito nupcial ricamente adornado,
m torno as aias da noiva dispunham suas roupas
3 dormir sobre o cochim de velludo, e davam o
Ifímo alinho á camera festiva.
— Christovão!... Christovão!... exclamou El-
ra arrojando-se no aposento, e recuando ante
juelle apparato.
As mulheres que ali estavam volveram para a
336 AS MINAS DE PRATA
-^oeso-
XIV.
A beira de um csquife.
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Vol. VI 31
E P Í L O G O .
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ÍNDICE DO VOLUME VI
»
I A esphinge do drama no deserto 5
II Remonta a águia os vôos 37
III A boca da botija 71
IV A creança engeitada e a herança regeitada... 101
V A caça caçando o caçador 125
VI O canos eterno do coração da mulher 151
VII Um impedimento matrimonial não cogitado
pelos canonistas 181
VIII Estrangulação de uma derradeira esperança. 209
IX Itinerário da decepção ao desengano 231
X Onde o acaso representa seu papel de bufo na
tragédia humana 255
XI Em que Estacio prosegue na sua via dolorosa. 281
XII Vanitas vanitatum et vanitas 307
XIII A rosa reflorida e a bonina ceifada 327
XIV A beira de um esquife 345
Epílogo 363
Advertência.
VOLUME III.
Pag. Lin. Erros. Correcções.
6 16 umheroé outro heroe
9 15 principio príncipe
27 24 carruscava corruscava
31 4 agrada me agrada
37 23 D.José D. Annibal
44 13 se partou se partiu
45 6 1595 1597
54 16 Nunez Vellez
65 17 exprimiu espremeu
88 23 1599 1600
97 1 Oito. Sete
121 3 cahiu cahia
121 25 encyclica collectiva
186 11 primeiro primeiro....
192 2 baijar. beijar
VOLUME IV.
Paj. Lin. Erros. Correcções.
21 17 Sr. D. José D.José
26 19 por este meio com este meio
27 10 Lembra-vos Lembrai-vos
30 24 filho alferes
36 14 si roubou " . . . se roubou
43 18 affagava affogava
45 20 os perdeu a perdeu
55 2 D. Marina D. Dulce
64 1 evocou avocou
68 8 voz falia
75 15 alfirn afim
81 24 distan distancia
138 21 como que como
167 6e7 Samuel Simeão
169 21 um anno cinco annos
177 19 amanhã domingo
200 6 Pacientae Paciência
204 11 amante namorado
254 2 siso riso
254 18 guardar guardas
282 t aos 8 aos 16 '
300 13 decorastes descorastes
301 11 empenho de honras empenhos de honra
307 21 pela face pelo matiz
VOLUME V.
Pag. Lin. Erros. Correcções.
19 16 objecto facto
53 6 judeão judeu
58 14 Pereira Antão
92 10 fez.. fizemos
200 3 André Pedro
203 10 conseguisse a conseguisse
AS MINAS DE PRATA 371
VOLUME VI.
Pag. Lin. Erros. Correcções.
orientaes occidentaes
145 21 fazendo mudando
152 13 miiagem imagem
155 2 guarda guardai
157 6 cruz luz
157 16 elle bem bem
161 15 estes estas
162 8 no mez de Março... nessa estação
163 12 acheguae-vos .* achegae-vos
165 4 paasado passado
179 14 hei de heis de
184 13 á esperança a esperança
211 24 felidade.'. felicidade*
214 14 segunda-feira terça-feira
216 21 Roto é Roto foi
219 2 peço faço
219 11 esquecerte esquecestes
228 16 em seu em um
229 4 confessionário !.... confessionário,
234 4 seguira seguiram
244 15 the lhe
246 11 enião então
275 21 Ccaminhou Caminhou
276 3 desespero desprezo
Noticia histórica geographicd e estatística da
Republica do Paraguay por P. T. Xavier de 0
Brito; 1. v. broch. ; 1$>00
Filho do Pescador, romance brasileiro por A.
G. Teixeira e Souza; 1 v.enc.
Maria ou a menina roubada, romance por A.
G. Teixeira e Souza; 1 v.enc.
Poesias de B. J. da Silva Guimarães, 1 v.enc. 6$000
Opnscul.»sfhistóricos e litterarios por D. J.
G. de Magalhães, 1 v. ene 63ÍOOO
Tristezas á beira-mar, romance por M. Pi-
nheiro Chagas, 1 v. ene .. 2^500
Motins politicos, ou historia dos principaes
acontecimentos políticos da província do Pará
desde o anno de 1821 até 1835 por D. A.
Raiai, preço de cada parte 2$, já se achão pu-
blicadas duas.
Vista das fortificações de Humaitá... ,.. lftCJDO
Da Oceania ft Lisboa, viagem de Francisco
ú Travassos Valdez, 1 v. broch
As nacionalidades mortas, hontem, hoje, pelo
5!S000
COLOMBO 1
ou o --
DESCOBRIMENTO DA AMERICA
PELO SR. M. DE ARAÚJO PORTO-ALEGRE,
S volumes bem impressos e encadernados 8#ooo.
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