Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
−∆u + λu = Q(x)|u|p−2 u em Ω,
In this work, we are studying the existence of positive solutions for the following
class of problem:
−∆u + λu = Q(x)|u|p−2 u em Ω,
por
sob orientação do
Campina Grande - PB
22 de Outubro de 2004
Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Ciências e Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Matemática
Curso de Mestrado em Matemática
Aprovada por:
————————————————————————
Prof. Dr. Paulo César Carrião - UFMG
————————————————————————
Prof. Dr. Marco Aurélio Soares Souto - UFCG
————————————————————————
Prof. Dr. Claudianor Oliveira Alves - UFCG
Orientador
22 de Outubro de 2004
ii
Agradecimentos
- A Deus pelo Dom da Vida e pelo grande auxílio que me deu em todas as etapas
deste trabalho.
- Ao professor Claudianor pela orientação sempre disponível e eficiente, que me
permitiu adquirir os conhecimentos necessários para a minha formação. Pelo seu
exemplo de profissional dedicado, paciente e ao mesmo tempo rigoroso.
- Aos professores Marco Aurélio e Paulo C. Carrião por se apresentarem disponível
nesta tarefa de me avaliar, fazendo parte da banca examinadora.
- Ao meu pai, Severino, que sempre me apoiou nos estudos, tendo um papel
fundamental na formação da minha pessoa como homem e profissional. A minha
primeira mãe, Maria José, que me gerou e faleceu quando eu tinha apenas três anos.
E a minha segunda mãe, Maria da Conceição, que me auxiliou nas primeiras lições
escolares.
- A minha esposa Rosicleide, e às minhas filhas Lavínia e Lívia, por fazerem parte de
minha vida.
- Aos meus irmãos Antônio Carlos, Marcelo, Ana Márcia e Mércia por todas as
palavras de incentivo na minha vida e pelos favores feitos que me possibilitaram o
término desta etapa.
- A todos que também fazem parte de minha família; como avós, tios, primos,
cunhados, sobrinhos e sogros que acompanharam todo este processo de formação e
sempre acreditaram em mim.
- Aos professores da Pós-Graduação: Daniel Cordeiro, Marco Aurélio e Bráulio pelas
disciplinas que lecionaram e que contribuiram para a formação do meu conhecimento.
- A todos que fazem o departamento de Matemática e Estatística da UFCG.
- Aos meus amigos da Pós-Graduação: José Fernando, Cícero Alfredo, Dorival,
Rúbia, Orlando e Thiciany pelos momentos que compartilhamos.
- A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho.
iii
Dedicatória
iv
Conteúdo
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Existência de Solução em RN 20
2.1 Simetria e compacidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 O caso simétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3 Um resultado de compacidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.4 O caso não simétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Bibliografia 133
Introdução
este funcional, e portanto, a solução do problema elíptico ao qual ele está associado.
1 N 1 N
HO(N ) (R ) = {u ∈ H (R ) : gu = u, ∀g ∈ O(N )},
onde O(N ) é o grupo das rotações no RN . Neste capítulo, mostramos que vale a
imersão compacta
1 p N ∗
HO(N ) ,→ L (R ), para 2 < p < 2
||u||2 = Mλ e |u|p = 1,
onde ||.|| e |.|p são normas definidas em Ho1 (Ω) e Lp (Ω), respectivamente. Então, na
busca por uma solução positiva para (P1 ), recorremos a um Lema de Compacidade que
é fundamental uma vez que para este tipo de domínio não valem as imersões compactas
de Rellich. A partir deste Lema mostramos que, sob certas condições, o funcional I
associado ao problema (P1 ) satisfaz a condição Palais-Smale. Isto significa que dada
uma seqüência {un } em Ho1 (Ω), podemos extrair uma subseqüência convergente.
Resultados como deste lema somam-se a outros como o da Simetrização de
Schwarz, o estudo feito por Guidas, Ni & Nirenberg sobre soluções positivas simétricas
para Equações Elípticas no RN , as propriedades básicas do grau topológico de Brouwer
e uma versão do Lema de Deformação para mostrar que vale o seguinte teorema
Teorema A: Considere N ≥ 3, 2 < p < 2∗ e considere xo ∈ RN \ Ω. Então para todo
λ existe um ρ = ρ(λ) tal que se
RN \ Ω ⊂ Bρ (xo ) = {x ∈ RN : |x − xo | ≤ ρ},
λo = λo (Ω) tal que para cada λ ∈ (0, λo ) o problema (P1 ), tem pelo menos uma solução
positiva.
Este capítulo tem como principal referência o artigo de Benci & Cerami [4], além
de outras referências que são de grande utilidade para esta parte do trabalho como
Alves [1], Gidas, Ni & Nirenberg [9] e Kavian [11].
I d = {u ∈ H : I(u) ≤ d}.
Lema 1.1 Sejam H um espaço de Hilbert, I ∈ C 2 (H, R), c ∈ R e > 0. Assuma que
0
||I (u)|| ≥ 2, ∀u ∈ I −1 ([c − 2, c + 2]).
c − ≤ I(u) ≤ c +
logo
Dado w ∈ H, temos que f1 (w) + f2 (w) > 0, temos que existem uma vizinhança W de
w e um a > 0 tais que
Daí,
1
|Ψ(u) − Ψ(v)| ≤ ||u − v||, ∀u, v ∈ W .
a
Provando com isto a afirmação 1.
∇I(u) ∇I(v)
1
≤
||∇I(u)|| 2 − ||∇I(v)||2
+ 2
|Ψ(u) − Ψ(v)|.
∇I(u) ∇I(u)
∇I(u) ∇I(v)
≤
||∇I(u)|| 2 − ||∇I(v)||2
+
||∇I(v)|| 2 − ||∇I(v)||2
implicando em
∇I(u) ∇I(v)
||∇I(v)||2 −||∇I(u)||2 1
||∇I(u)||2 − ||∇I(v)||2
≤ k∇I(u)k ||∇I(u)||2 ||∇I(v)||2 + k∇I(u) − ∇I(v)k
||∇I(v)||2
.
1 ||∇I(v)||2 −||∇I(u)||2 1
≤ 3 ||∇I(u)||2 ||∇I(v)||2 + 2 k∇I(u) − ∇I(v)k
8 4
Além disso, notemos que, sendo I ∈ C 2 (H, R), pelo Teorema do Valor Médio
∇I(u) ∇I(v)
||∇I(u)||2 − ||∇I(v)||2
≤ c1 .||u − v||.
Deste modo
mostrando a Afirmação 2.
1
Sendo ϕ localmente Lipschitz contínua em H e ||ϕ(u)|| ≤ em H, então para cada
2
u ∈ H o problema de Cauchy
( d
σ(t, u) = ϕ(σ(t, u))
dt
σ(0, u) = u
σ(t, u) = u, ∀t ∈ R.
Então,
d
σ(t, u) = 0
dt
e
provando (i).
Prova de (ii):
Pela Regra da Cadeia e pelo Teorema da Representação de Riesz, obtemos
d 0 d d
I(σ(t, u)) = I (σ(t, u)). σ(t, u) = ∇I(σ(t, u)), σ(t, u) ,
dt dt dt
pelo problema de Cauchy, então
d
I(σ(t, u)) = h∇I(σ(t, u)), ϕ(σ(t, u))i.
dt
Desta forma, se σ(t, u) ∈ H \ A, temos
15
d
I(σ(t, u)) = h∇I(σ(t, u)), 0i = 0.
dt
Por outro lado, se σ(t, u) ∈ A, decorre que
d ∇I(σ(t, u))
I(σ(t, u)) = ∇I(σ(t, u)), −Ψ(σ(t, u)) = −Ψ(σ(t, u)).
dt ||∇I(σ(t, u))||2
d
Desde que Ψ(σ(t, u)) ≥ 0, então I(σ(t, u)) ≤ 0. Implicando que I(σ(., u)) é não
dt
crescente.
I(η(u)) ≤ c − ,
ou seja,
I(σ(2, u)) ≤ c − .
Observemos que se existir to ∈ [0, 2] tal que I(σ(to , u)) ≤ c − , e sendo I(σ(., u)) não
crescente temos que
satisfazendo (ii).
Se, por outro lado
Note que sendo u ∈ I c+ , então I(u) ≤ c + . Além disso, σ(t, u) ∈ I −1 ([c − , c + ]),
para todo t ∈ [0, 2], logo por definição Ψ(σ(t, u)) = 1. Com estes fatos concluímos que
Z 2
I(σ(2, u)) ≤ c + − dt = c + − 2 = c − .
0
16
onde
f : [0, 1] −→ R
t 7−→ f (t) = ||I(γ(t)||.
Note que f (0) = ||I(γ(0)|| = ||0|| = 0 e f (1) = ||I(γ(1)|| = ||v|| > r, daí pelo Teorema
do Valor Intermediário temos que existe to ∈ [0, 1] tal que
implicando que
b ≤ max I(γ(t)).
t∈[0,1]
b ≤ c ≤ max I(γ(t)).
t∈[0,1]
Suponha que o teorema não seja satisfeito para algum ∈ (0, 2c ). Podemos assumir
que
Assim, temos que assumindo as hipóteses do teorema, para cada ∈ (0, 2c ) existe
u ∈ H tal que
c − 2 ≤ I(u) ≤ c + 2.
Isto nos levar a concluir que se o teorema não vale para algum ∈ (0, 2c ), então é
porque
0
||I (u)|| ≥ 2, ∀u ∈ I −1 ([c − 2, c + 2]).
Consideremos β = η ◦ γ, daí
c ≤ max I(β(t)).
t∈[0,1]
logo,
Portanto
ou seja,
Para que o valor c encontrado pelo Teorema do Passo da Montanha seja um valor
crítico de I é necessário uma condição de compacidade, que é a seguinte:
0
I(un ) → c e I (un ) → 0.
Por outro lado, como I satisfaz a condição (P S)c , então {un } tem uma subseqüência
convergente, ou seja, existe u ∈ H tal que
0
I(u) = c e I (u) = 0.
Capítulo 2
Existência de Solução em RN
e
Z 1/p
p
|u|Lp (RN ) = |u| dx
RN
mos a existência de uma solução para o problema (P1 ). Começaremos a trilhar este
caminho demonstrando o seguinte lema devido a P. L. Lions [14]
Lema 2.1 Seja r > 0 e 2 ≤ q < 2∗ . Se {un } é uma seqüência limitada em H 1 (RN ) e
se
Z
sup |un |q dx −→ 0, quando n → +∞,
y∈RN Br (y)
0 < θ < 1.
Novamente usando as Imersões de Sobolev, temos que existe c1 > 0 tal que
Assim,
ou seja,
22
Z
(1−θ)s
|u|s dx ≤ cθs θs
1 |u|Lq (Br (y)) .||u||H 1 (Br (y)) .
Br (y)
N
Agora, cobrindo o R por bolas de raio r, de tal modo que cada ponto do RN esteja
contido no máximo em N + 1 bolas, temos
Z ∞ Z
X k Z
X
s s
|u| dx ≤ |u| dx = lim |u|s dx.
RN Br (yn ) k→∞ Br (yn )
n=1 n=1
e escolhendo θs = 2
Z Z (1−θ)s
q
k Z
X
s 2 q
|u| dx ≤ c1 sup |u| dx . lim (|∇u|2 + λu2 )dx.
RN y∈RN Br (y) k→∞ Br (yn )
n=1
Z k
!
X
= χBr (yn ) (|∇u|2 + λu2 )dx
RN n=1
Z
≤ (N + 1) (|∇u|2 + λu2 )dx,
RN
logo
Z Z (1−θ)s
q
Z
s
|u| dx ≤ (N + 1)c21 sup q
|u| dx (|∇u|2 + λu2 )dx.
RN y∈RN Br (y) RN
concluimos que
un → 0 em Ls (RN ). (2.2)
Considerando 2 < p < 2∗ , vamos considerar s de tal modo que p < s < 2∗ e que (2.2)
ocorre.
Usando o fato de que H 1 (RN ) está imerso continuamente em L2 (RN ) e em Ls (RN ),
então u ∈ L2 (RN ) ∩ Ls (RN ).
p−2 s
Considerando µ = . , mostra-se que
s−2 p
23
1 1−µ µ
0<µ<1 e = + .
p 2 s
Assim, aplicando novamente Desigualdade de Interpolação e a imersão contínua de
H 1 (RN ) em L2 (RN ) temos que
lim m(y, r, G) = ∞.
|y|→∞
dist(y,Ω)≤r
1
Demonstração: Assumindo que un * 0 em Ho,G (Ω). Denotando por m o número
m(y, r, G), observemos que para cada n ∈ N
24
m Z
X Z Z
2 2
|un | dx = |un | dx ≤ |un |2 dx ≤ sup |un |2L2 (RN ) .
j=1 Br (gj y) ∪m
j=1 Br (gj y) RN n
Logo se x ∈ Br (gj y), fazendo mudança de variáveis obtemos que existe z ∈ Br (y) tal
que z é da forma z = gj−1 x, ou seja, x = gj z.
Sendo assim, pela mudança de variáveis
Z Z Z
2 2
|un (x)| dx = |un (x)| dx = |un (gj z)|2 | det gj |dz.
(Br (gj y)) gj (Br (y)) Br (y)
1
e sendo {un } ⊂ Ho,G (Ω), obtemos
Z Z
−1 2
|gj un (z)| dz = |un (z)|2 dz.
Br (y) Br (y)
Assim,
Z Z
2
|un (x)| dx = |un (z)|2 dz.
(Br (gj y)) Br (y)
donde segue
Z
m |un |2 dx ≤ sup |un |2L2 (RN ) ,
Br (y) n
lim m(y, r, G) = ∞.
|y|→∞
dist(y,Ω)≤r
Então dado > 0, existe R > 0 tal que para |y| ≥ R > 0 temos que
2
m≥ sup |un |2L2 (RN ) .
n
Daí, para cada n ∈ N ocorre que sendo |y| ≥ R
25
Z sup |un |2L2 (RN )
n
|un |2 dx ≤ =
2 2
Br (y) sup |un |2L2 (RN )
n
e portanto
Z
sup |un |2 dx ≤ ∀n ∈ N (2.4)
|y|≥R Br (y) 2
Temos pelo Teorema de Rellich (ver Apêndice A) que a seguinte imersão é compacta
1
desde que un * 0 em Ho,G (Ω)
Z
|un |2 dx −→ 0, quando n → ∞.
BR+r (0)
|x| = |x − y + y| ≤ |x − y| + |y| ≤ r + R,
e assim x ∈ BR+r (0). Implicando que Br (y) ⊂ BR+r (0), para |y| ≤ R.
Z Z
2
sup |un | dx ≤ |un |2 dx −→ 0, quando n → ∞,
|y|≤R Br (y) BR+r (0)
1
Ho,G (Ω) ,→ Lp (Ω), para 2 < p < 2∗ .
26
k
X
Corolário 2.1 Sejam Nj ≥ 2, j = 1, 2, ..., k, Nj = N e
j=1
dist(y, RN ) = 0, ∀y ∈ RN .
lim m(y, r, G) = ∞
|y|→∞
dist(y,RN )≤r
1 N p N ∗
HO(N ) (R ) ,→ L (R ), para 2 < p < 2 .
27
G × H −→ H
(g, u) 7−→ gu
tal que
1.u = u
(gh)u = g(hu)
u 7→ gu é linear.
A ação é isométrica se
||gu|| = ||u||.
F ix(G) = {u ∈ H : gu = u, ∀g ∈ G}
0 0
I (gu).v = I (u).g −1 v. (2.7)
0 0
h∇I(gu), vi = I (gu).v = I (u).g −1 v = h∇I(u), g −1 vi.
Além disso,
0
I (u).v = 0, ∀v ∈ F ix(G)
ou seja,
h∇I(u), vi = 0, ∀v ∈ F ix(G)
I : H −→ R
Z Z
1 2 21
u −
7 → I(u) = (|∇u| + λu )dx − (u+ )p dx
2 RN p RN
onde (u+ )(x) = max {u(x), 0} e nesta demonstração denotaremos por H o espaço
1 N
HO(N ) (R ) para simplificar as notações.
logo,
1 1
I(u) ≥ ||u||2RN − |u|pLp (RN ) .
2 p
Uma vez que a imersão de H em Lp (RN ) é contínua, para 2 ≤ p ≤ 2∗ e N ≥ 3, existe
c1 > 0 tal que
donde segue
1 cp
I(u) ≥ ||u||2RN − 1 ||u||pRN .
2 p
Sendo p > 2, existe r > 0 de modo que
1 1 1
I(u) ≥ r2 − r2 = r2 > 0, ∀u ∈ H com ||u||RN = r.
2 4 4
Temos que I(0) = 0. E mais ainda, fixando w ∈ H com w > 0, então w+ = w, e assim
para t ≥ 0 tem-se
t2 2 tp p
I(tw) = ||w||RN − |w|Lp (RN ) .
2 p
Desde que p > 2 e w está fixado, então existe to ∈ R (basta considerá-lo
suficientemente grande) tal que considerando v = to w temos que:
e
t2o 2 tpo p
I(v) = ||w||RN − |w|Lp (RN ) < 0.
2 p
E portanto, existe v ∈ H tal que
onde
e
Z Z
0
I (un ).v = (∇un ∇v + λun v)dx − (u+
n)
p−1
vdx,
RN RN
obtemos
1 0 1 1
I(un ) − I (un ).un = − ||un ||2RN .
p 2 p
Por outro lado,
I(un ) − I (un ).un ≤ |I(un )| + 1 ||I 0 (un )|| 0 ||un ||RN .
1 0
H
p p
Desde que
I(un ) −→ c,
|I(un )| ≤ c2 .
E daí,
1 1 c2 c3
− ≤ 2
+
2 p ||unk ||RN p||unk ||RN
o que é um absurdo, pois o lado direito desta expressão vai para zero, enquanto que o
lado esquerdo é uma constante positiva, uma vez que p > 2.
Portanto, {un } é limitada em H.
Afirmação 2: A seqüência {un } possui uma subseqüência convergente em
H.
Sendo {un } é limitada em H e H um espaço de Banach reflexivo, existem
unj ⊂ {un } e u ∈ H tais que
unj * u em H. (2.9)
Por simplicidade denotaremos por {un } a seqüência {unj }. De (2.9), temos que
Z Z
(∇un ∇v + λun v)dx −→ (∇u∇v + λuv)dx.
RN RN
e
Z Z
(u+ p
n ) dx −→ (u+ )p dx. (2.11)
RN RN
0 R 0
Note que I (un ).un = ||un ||2RN − RN
(u+ p
n ) dx e desde que I (un ).un = on (1), pois
0
I (un ) → 0 e {un } é limitada em H, verificamos que
Z
2
||un ||RN −→ (u+ p
n ) dx
RN
de (2.11), obtemos
Z
||un ||2RN −→ (u+ )p dx.
RN
33
Observe que
Z Z
0
I (un ).u = (∇un ∇u + λun u)dx − (u+
n)
p−1
udx.
RN RN
0
I (u).u = 0,
ou seja,
Z
||u||2RN = (u+ )p dx.
RN
Logo,
un → u em H.
donde segue
Z Z
(∇u∇w + λuw)dx − (u+ )p−2 uwdx, ∀w ∈ H 1 (RN ).
RN RN
daí, obtemos que ||u− || = 0, ou seja, u− = 0. Logo u é uma solução não negativa do
problema (P0 ). Pelo Princípio do Máximo u é positiva.
Resta-nos mostrar que u é uma solução clássica do problema (P0 ), ou seja,
u ∈ C 2 (RN ). Observe que
N
−∆u = au, onde a = |u|p−2 − 1 ∈ Lloc
2
(RN ).
34
4
Sendo 2 < p < 2∗ , então 0 < p − 2 < 2∗ − 2 < . Logo, ficamos com a seguinte
N −2
estimativa
N
0 < (p − 2) < 2∗ .
2
Além disso, |a| = ||u|p−2 − 1| ≤ |u|p−2 + 1, e desde que 1 ∈ L1loc (RN ) então devemos
N
mostrar que |u|p−2 ∈ Lloc
2
(RN ).
Consideremos as seguintes hipóteses:
N ∗
(i) se |u| > 1, então temos que |u|(p−2) 2 < |u|2 ;
N
(ii) se |u| ≤ 1, então temos que |u|(p−2) 2 ≤ 1.
N ∗
Assim de (i) e (ii), concluímos que |u|(p−2) 2 ≤ |u|2 + 1.
∗
Sendo u ∈ H 1 (RN ) e pela imersão contínua de H 1 (RN ) em L2 (RN ), se N ≥ 3, então
∗
|u|2 ∈ L1loc (RN ).
Usando o fato que 1 ∈ L1loc (RN ), obtemos que
N
|u|(p−2) 2 ∈ L1loc (RN ).
Do Teorema de Brézis-Kato temos que u ∈ Lploc (RN ) para 1 ≤ p < ∞. Donde segue
2,p
que u ∈ Wloc (RN ) para 1 ≤ p < ∞. Usando os Teoremas de imersão de Sobolev,
temos:
N N
se m − 1 < < m, W j+m,p (Ω) ,→ C j,α (Ω), 0 ≤ α ≤ m −
p p
considerando m = 1 e j = 0, existe po tal que
N N
0< < 1, W 1,po (Ω) ,→ C 0,α (Ω), 0 ≤ α ≤ 1 −
po po
implicando em
0,α
−∆u = au ∈ Cloc (RN ),
2,α
u ∈ Cloc (RN ).
35
E portanto
u ∈ C 2 (RN ),
mostrando que existe uma solução clássica, radialmente simétrica, positiva de (P0 ).
Logo, esta seqüência é limitada e desde que H 1 (RN ) é reflexivo existem {unj } ⊂ {un }
e u ∈ H 1 (RN ) tais que
unj * u em H 1 (RN )
Vamos mostrar que |u|Lp (RN ) = 1. Tal fato, juntamente com a desigualdade anterior,
implica que ||u||2RN = Mλ .
Considere a seguinte função
ϕ : H 1 (RN ) −→ R
u 7−→ ϕ(u) = |u|pLp (RN )
isto é,
|u|Lp (RN ) ≤ 1.
v y (x) = v(x + y)
satisfaz
Z
1
= (|∇v(z)|2 + λ|v(z)|2 )dz = ||v||2RN .
2 RN
Então existe uma seqüência {yn } ⊂ RN tal que {uynn } contém uma subseqüência con-
vergente. Em particular, existe um minimizador para Mλ .
e sendo {un } é limitada em H 1 (RN ), então pelo Lema 2.1 temos que
implicando que
Uma vez que {vn } é limitada em H 1 (RN ), que é um espaço reflexivo, então existem
uma subseqüência {vnj } ⊂ {vn } e v ∈ H 1 (RN ) tais que
vnj * v em H 1 (RN ).
e
38
vnj → v q.t.p. em RN .
implicando que
e de modo semelhante
Logo
Mλ = ||v||2RN + lim ||vn − v||2RN ≥ Mλ |v|2Lp (RN ) + lim Mλ |vn − v|2Lp (RN ) .
n→∞ n→∞
De (2.12)
h 2 2
i
Mλ ≥ Mλ (|v|pLp (RN ) ) p + (1 − |v|pLp (RN ) ) p .
2 2
(|v|pLp (RN ) ) p + (1 − |v|pLp (RN ) ) p ≤ 1 (2.13)
Por outro lado, vimos anteriormente que |v|Lp (RN ) ≤ 1, donde segue
39
2 2
(|v|pLp (RN ) ) p + (1 − |v|pLp (RN ) ) p ≥ (|v|pLp (RN ) ) + (1 − |v|pLp (RN ) ) = 1. (2.14)
2 2
(|v|pLp (RN ) ) p + (1 − |v|pLp (RN ) ) p = 1. (2.15)
|v|pLp (RN ) = 1,
||v||2RN = Mλ .
vn → v em H 1 (RN ).
Portanto {vn } possui uma subseqüência convergente, provando também que existe
um minimizador para Mλ .
40
I : H 1 (RN ) −→ R
Z Z
1 2 1
2
u 7−→ I(u) = (|∇u| + λu )dx − Q(x)(u+ )p dx
2 RN p RN
que é de classe C 2 H 1 (RN ), R .
O lema a seguir nos mostra uma condição de compacidade para o funcional
definido acima, este fato juntamente com Teorema do Passo da Montanha vai nos
garantir a existência de uma solução para o problema (P1 ).
Lema 2.2 Seja Q satisfazendo (Q1) e (Q2). Então qualquer seqüência {un } ⊂ H 1 (RN )
tal que
∗ 1 1 p
e
Z
0
I (un ).un = ||un ||2RN − Q(x)(u+ p
n ) dx.
RN
Assim,
1 0 1 1
I(un ) − I (un ).un = − ||un ||2RN . (2.16)
p 2 p
unj * u em H 1 (RN )
unj → u em Lploc (RN )
unj → u q.t.p. em RN .
ou seja,
p
(u+
n)
p−1 p−1
∈ Lloc (RN ).
(u+
n)
p−1
→ (u+ )p−1 em Lloc
p−1
(RN ).
Sendo
Z Z
0
I (un ).v = (∇un ∇v + λun v)dx − Q(x)(u+
n)
p−1
vdx ∀v ∈ Co∞ (RN ),
RN RN
então
42
Z Z
0
I (un ).v −→ (∇u∇v + λuv)dx − Q(x)(u+ )p−1 vdx, ∀v ∈ Co∞ (RN ).
RN RN
0
I (un ).v → 0, ∀v ∈ Co∞ (RN ).
Seja qualquer Ψ ∈ H 1 (RN ), por densidade temos que existe {vn } ⊂ Co∞ (RN ) de modo
que
vn → Ψ.
Desta forma
A partir deste momento vamos considerar que un ≥ 0 para cada n, basta trocarmos
un por u+ +
n , para cada n e observarmos que a seqüência {un } satisfaz as hipóteses do
lema.
Afirmação 1: Se {un } satisfaz as hipóteses do lema, então {u+
n } também
satisfaz.
Considerando u−
n (x) = min{un (x), 0}, temos que
−
un = u+
n + un ,
donde segue
43
− 2
||un ||2RN = ||u+ 2
n ||RN + ||un ||RN .
Logo
Z
1 1 − 2 1 ∗
I(un ) = ||u+ 2
n ||RN + ||un ||RN − Q(x)(u+ p
n ) dx ≤ d < c ,
2 2 p RN
∗
sup I(u+
n) ≤ d < c .
n
0 −1
Resta-nos mostrar que I (u+
n ) = on (1) em H .
Primeiramente, observemos que sendo {un } limitada em H 1 (RN ), o mesmo ocorre
0
para {u−
n }. Além disso, desde que I (un ) = on (1) em H
−1
, temos
0
I (un ).u−
n = on (1).
de onde segue
||u− 2
n ||RN = on (1).
−
desde que un = u+
n + un , segue-se
0 0 −
I (un ).v = I (u+
n ).v + hun , vi.
Sendo assim,
0 0 −
|I (u+
n ).v| ≤ |I (un ).v| + | hun , vi |.
0
Por hipótese I (un ) = on (1) em H −1 , e desde que ||u− 2
n ||RN = on (1), concluímos que
0
||I (u+
n )||H −1 = on (1).
onde vn = un −Zu. Z Z
p p
Afirmação 2: Q(x)|un | dx = Q(x)|u| dx + |vn |p dx + on (1).
RN RN RN
Note que por definição Q(x) > 0 para todo x ∈ RN , implicando que
Z Z Z
p p
Q(x)|un | dx = Q(x)|u| dx + Q(x)|vn |p dx + on (1). (2.20)
RN RN RN
Desde que Q ∈ C(RN ) e lim Q(x) = inf Q(x) = 1, então podemos concluir que
|x|→∞ x∈RN
dado > 0 existe R > 0 tal que
Q(x) − 1 < para todo x ∈ RN \ BR (0),
2k
Z
onde k = sup |vn |p dx.
n RN
Além disso, por definição vemos que Q é limitada em BR (0),ou seja, existe c2 > 0 tal
que
Z Z Z
p p
Q(x)|vn | dx − |vn | dx = (Q(x) − 1)|vn |p dx
RN RN RN
Z Z
p
= (Q(x) − 1)|vn | dx + (Q(x) − 1)|vn |p dx
BR (0) RN \BR (0)
Z Z
p
≤ (Q(x) − 1)|vn | dx + |vn |p dx
BR (0) RN \BR (0) 2k
Z Z Z
p p
Q(x)|vn | dx − |vn | dx ≤ c2 |vn |p dx + .
RN RN BR (0) 2
mostrando a Afirmação 2.
Assumindo que I(un ) → c ≤ d, então
Z
1 1
2
||un ||RN − Q(x)|un |p dx = c + on (1).
2 p RN
Logo,
Z Z
1 1 p 1
||un ||2RN − Q(x)|u| dx − |vn |p dx = c + on (1),
2 p RN p RN
46
ou seja,
Z
1 1 1
||un ||2RN + I(u) − ||u||2RN − |vn |p dx = c + on (1). (2.22)
2 2 p RN
e sendo vn = un − u, então
||vn ||2RN = ||un ||2RN − 2 hun , ui + ||u||2RN = ||un ||2RN − ||u||2RN + on (1). (2.23)
Z Z
p
||un ||2RN − Q(x)|u| dx − |vn |p dx = on (1)
RN RN
Z Z
p
||vn ||2RN + ||u||2RN − Q(x)|u| dx − |vn |p dx = on (1).
RN RN
Desde que
Z
0
I (u).u = ||u||2RN − Q(x)|u|p dx = 0,
RN
então
Z
||vn ||2RN − |vn |p dx = on (1).
RN
Se b = 0, então
de onde segue
p
b ≥ Mλp−2 .
Assim,
Z
0
f (t) = t||v||2RN −t p−1
Q(x)v p dx.
RN
0
Fazendo f (t) = 0, uma vez que queremos encontrar o máximo de f para t ≥ 0,
obtemos
Z
p
t ||v||2RN −t p−2
Q(x)v dx = 0.
RN
p
2 ! p−2
||v||2RN ||v||2H 1 (RN )
p−2 Z
1 1
max I(tv) = R . ||v||2H 1 (RN ) − R . Q(x)v p dx
t≥0
RN
Q(x)v p dx 2 RN
Q(x)v p dx p RN
p
p−2
||v||2RN
1 1
= − R p2 .
2 p Q(x)v p dx
RN
Segue de (2.26)
p
" # p−2
||v||2RN
1 1 1 1 p
Sendo
49
Z Z
1 1 1 c1
I(u) = ||u||2RN − Q(x)(u ) dx ≥ ||u||2RN −
+ p
(u+ )p dx,
2 p RN 2 p RN
Z
1 c1 1 c1
I(u) ≥ ||u||2H 1 (RN ) − |u|p dx = ||u||2RN − |u|pLp (RN ) .
2 p RN 2 p
Além disso,
Logo
1 c1 1
I(u) ≥ ||u||2RN − . p ||u||pH 1 (RN ) .
2 p M2
λ
Assim,
Segue-se de (2.27)
Pelo Lema 2.2 e pelo Teorema do Passo da Montanha, I tem um valor crítico c tal que
inf I(u) ≤ c < c∗ . Uma vez que podemos considerar que a seqüência {un } é tal
||u||RN =r
que un ≥ 0 para todo n, então o problema (P1 ) tem uma solução positiva não trivial.
Capítulo 3
e
Z 1/p
p
|u|p = |u| dx
Ω
e
Z
2 1 p
µλ = inf ||u|| ; u ∈ Ho (Ω), |u| dx = 1 . (3.2)
Ω
Definição 3.1 Dizemos que v é uma ground state solution de um problema elíp-
tico, quando esta solução é de menor energia entre todas as soluções não triviais do
problema.
I : H 1 (RN ) −→ R
Z Z
1 2 2 1
|w|p dx.
w 7 → I(w) =
− |∇w| + λw dx −
2 RN p RN
Logo
Z Z
1 2 2 1
|v|p dx
I(v) = |∇v| + λv dx −
2 RN p RN
Z Z
1 2
2 2 1 p
|u|p dx
= Mλp−2 |∇u| + λu dx − Mλp−2
2 RN p RN
1 1 p
I(v) = − Mλp−2 .
2 p
Supondo agora que exista uma outra solução para o problema (P0 ), e denotando esta
outra solução por v, então
Z Z
(∇v∇h + λvh) dx = |v|p−2 vhdx, ∀h ∈ H 1 (RN ).
RN RN
Considerando h = v, obtemos
Z Z
2 2
|v|p dx.
|∇v| + λv dx = (3.3)
RN RN
|∇v|2 + λv 2 dx ≥ Mλp−2 .
(3.5)
RN
Z
1 1
|∇v|2 + λv 2 dx =
= −
2 p RN
1 1 p
Teorema 3.1 Seja N ≥ 3. O problema (P2 ) não tem ground state solution.
Demonstração: Observemos que qualquer u ∈ Ho1 (Ω) pode ser extendida por zero
fora de Ω, logo podemos considerar Ho1 (Ω) como um subespaço de H 1 (RN ) e com isto
M λ ≤ µλ . (3.6)
φn (x) = cn ζ(x)u(x − yn )
onde
.{yn } ⊂ Ω é uma seqüência de pontos tal que |yn | → +∞, quando n → +∞;
.u ∈ H 1 (RN ) é um minimizador de (3.1) radialmante simétrico em torno da origem;
.ζ : RN → [0, 1] é uma função de classe C ∞ definida por ζ(x) = ξ |x|
ρ
, sendo ρ o
menor número positivo tal que
53
RN \ Ω ⊂ Bρ = {x ∈ RN : |x| < ρ}
ξ(t) = 0 ∀t ≤ 1 e ξ(t) = 1 ∀t ≥ 2;
Z p1
= |ζ(z + yn )u(z) − u(z)|p dz .
RN
fn (z) → 0 q.t.p. em RN .
Além disso,
Assim, desde que u ∈ H 1 (RN ) das imersões de Sobolev temos que u ∈ Lp (RN ),
conseqüentemente
ou seja,
Z
|ζ(z + yn )u(z) − u(z)|p dz −→ 0.
RN
Mostrando que
ζ(. + yn )u → u em Lp (RN ).
54
Z p1 Z p1
p p
= |ζ(z + yn )u(z)| dz = |u(z)| dz + on (1).
RN RN
logo
cn → 1, quando n → +∞.
gn (z) → 0 q.t.p. em RN .
Além disso,
Sendo assim,
55
pois u ∈ H 1 (RN ), implicando pela definição deste espaço que |u| e |∇u| pertencem a
L2 (RN ).
Utilizando o Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue, temos que
Z
|∇ (ζ(z + yn )u(z) − u(z)) |2 dz = on (1) (3.8)
RN
||φn ||2RN = ||cn ζ(x)u(x − yn )||2RN = ||cn ζ(x)u(x − yn )||2 = ||φn ||2 .
µλ ≤ ||φn ||2 , ∀n ∈ N.
56
µλ ≤ M λ . (3.9)
µλ = M λ .
I: Ho1 (Ω) −→ R
Z Z
1 2 2 1
b(x)|u|p dx,
u 7−→ I(u) = |∇u| + a(x)u dx −
2 Ω p Ω
I : H 1 (RN ) −→ R
Z Z
1 2 2 1
β|u|p dx
u 7 → I(u) =
− |∇u| + λu dx −
2 RN p RN
onde a e b são funções contínuas limitadas satisfazendo
e
57
Z Z
2 2 1 N p
M∞ = inf |∇u| + λu dx, u ∈ H (R ), β|u| dx = 1 . (3.11)
RN RN
M ≤ M∞ .
Lema 3.1 Seja {un } ⊂ Ho1 (Ω) uma seqüência tal que
0
I(un ) → c e I (un ) → 0 em H −1 (Ω)
Demonstração:
Afirmação 1: A seqüência {un } é limitada em Ho1 (Ω).
Consideremos as seguintes funções a1 (x) = a(x) − λ e b1 (x) = b(x) − β. Assim
58
Z Z
1 1 β 1
I(un ) = ||un ||2 + a1 (x)u2n dx − |un |pp − b1 (x)|un |p dx
2 2 Ω p p Ω
e
Z Z
0
I (un ).un = ||un || + 2
a1 (x)u2n dx − β|un |pp − b1 (x)|un |p dx.
Ω Ω
Sendo assim,
Z
1 0 1 1 1 1
I(un ) − I (un ).un = − ||un || +2
− a1 (x)u2n dx.
p 2 p 2 p Ω
Uma vez que a(x) ≥ δ1 , então passando ao limite quando |x| → +∞, concluímos que
λ ≥ δ1 ,
ou seja,
δ1
− 1 ≤ 0.
λ
Com isto, obtemos
Z Z Z
a1 (x)un dx = (a(x) − λ)un dx ≥ (δ1 − λ)u2n dx
2 2
Ω Ω Ω
Z Z
δ1 δ1
a1 (x)u2n dx ≥ −1 2
λun dx ≥ − 1 ||un ||2 .
Ω λ Ω λ
Logo,
1 0 1 1 2 1 1 δ1
I(un ) − I (un ).un ≥ − ||un || + − − 1 ||un ||2
p 2 p 2 p λ
1 0 1 1 δ1
I(un ) − I (un ).un ≥ − ||un ||2 .
p 2 p λ
Por outro lado, desde que
0
I(un ) → c e I (un ) → 0
mostrando que {un } é uma seqüência limitada em Ho1 (Ω), isto é, demonstramos a
afirmação 1.
Sendo este espaço reflexivo, existem uma subseqüência de {un } (a qual por
simplicidade de notação continuaremos denotando por {un }) e u0 ∈ Ho1 (Ω) tais que
un * u0 em Ho1 (Ω)
un → u0 q.t.p. em Ω.
implicando que {un } é limitada em Lp (Ω). Assim, pelo Lema de Brézis e Lieb (ver
Lema C.1 no Apêndice C)temos que
un * u0 em Lp (Ω).
então
Z Z
0
I (un ).v = (∇un ∇v + a(x)un v) dx − b(x)|un |p−2 un vdx.
Ω Ω
Para cada w ∈ Ho1 (Ω), considere o funcional Fw em Ho1 (Ω), definido por
Z
Fw (u) = (∇u∇w + a(x)uw) dx.
Ω
Note que Fw é um funcional linear e contínuo para cada w ∈ Ho1 (Ω), então
ou seja,
Z Z
∇u0 ∇w + a(x)u0 w dx, ∀w ∈ Ho1 (Ω).
(∇un ∇w + a(x)un w) dx −→ (3.12)
Ω Ω
Z
≤N |un |p dx < +∞
Ω
implicando que
p
{b(x)|un |p−2 un } ⊂ L p−1 (Ω).
Desde que
então
Além disso,
Z p−1
p
p
|b(x)|un |p−2 un | p = |b(x)|un |p−2 un | p−1 dx ≤ N |un |p−1
p ,
L p−1 (Ω)
Ω
ou seja,
Z Z
p−2
b(x)|un | un vdx −→ b(x)|u0 |p−2 u0 vdx, ∀v ∈ Lp (Ω),
Ω Ω
em particular
Z Z
p−2
b(x)|un | un wdx −→ b(x)|u0 |p−2 u0 wdx, ∀w ∈ Ho1 (Ω). (3.13)
Ω Ω
Desde que
segue-se o limite
||ψn1 ||2RN = ||ψn1 ||2 = ||un − u0 ||2 = ||un ||2 − 2 hun , u0 i + ||u0 ||2 ,
ou seja,
||ψn1 ||2RN = ||ψn1 ||2 = ||un ||2 − ||u0 ||2 + on (1). (3.14)
portanto
|un |pLp (RN ) = |un |pp = |u0 |pp + |ψn1 |pp + on (1) = |u0 |pp + |ψn1 |pLp (RN ) + on (1). (3.15)
Desde que lim a(x) = λ, então lim a1 (x) = 0, ou seja, dado > 0, existe R > 0
|x|→+∞ |x|→+∞
tal que
|a1 (x)| < , quando |x| > R,
2c4
onde c4 > 0 é tal que
Z
2
ψn1 dx ≤ c4 . (3.16)
RN
De fato, por (3.15) para p = 2 e sendo {un } limitada em Lp (Ω), concluímos que existe
c4 tal que (3.16) ocorre.
Note que
Z Z
a1 (x) ψn1 2 dx =
2
ψn1
a1 (x) dx
Ω RN
Z Z
2 2
= a1 (x) ψn1 dx + a1 (x) ψn1 dx
|x|>R |x|≤R
Z Z
2 2
≤ a1 (x) ψn1 dx + a1 (x) ψn1 dx
|x|>R |x|≤R
Z Z Z
1
2 2 2
a1 (x) ψn dx ≤
|a1 (x)| ψn1 dx + |a1 (x)| ψn1 dx.
Ω |x|>R |x|≤R
Desta forma, desde que a é limitada então existe c5 tal que |a1 | ≤ c5 e de (3.16)
decorre que
Z Z Z Z
1
2 2 2 2
a1 (x) ψn dx ≤ ψn1 dx + c5 ψn1 dx ≤ + c5 ψn1 dx.
Ω
|x|>R 2c4 |x|≤R 2 |x|≤R
implicando que
Z
1 2
lim a1 (x) ψn dx ≤ ,
n→∞ Ω
ou seja,
Z
2
a1 (x) ψn1 dx −→ 0, quando n → +∞. (3.17)
Ω
Z Z Z
1 1 2 1 1
I(ψn1 ) = ||ψn1 ||2 + a1 (x) ψn1 dx − b1 |ψn1 |p dx − β|ψn1 |p dx
2 2 Ω p Ω p Ω
Z Z Z
1 1 1 2 1 1
= ||un ||2 − ||u0 ||2 + a1 (x) ψn1 dx − b1 |ψn1 |p dx − β|ψn1 |p dx + on (1)
2 2 2 Ω p Ω p Ω
Z
1 1 1
I(ψn1 ) = ||un ||2 − ||u0 ||2 − β|ψn1 |p dx + on (1).
2 2 p Ω
Z Z
1 1 1
0 2
− ||u0 ||2 − a1 (x)(u ) dx + b(x)|u0 |p dx.
2 2 Ω p Ω
Além disso,
64
Z Z
a1 (x)(ψn1 )2 dx = a1 (x)(un − u0 )2 dx
Ω Ω
Z Z Z Z
⇒ a1 (x)(ψn1 )2 dx = 2
a1 (x)(un ) dx − 2 a1 (x)un u dx + 0
a1 (x)(u0 )2 dx,
Ω Ω Ω Ω
isto é,
Z Z
1 1 1 1
I(un ) − I(u ) = ||un ||2 − ||u0 ||2 −
0
b1 (x)|ψn1 |p dx − β|ψn1 |p dx + on (1).
2 2 p Ω p Ω
Provando a afirmação 3.
0
0 0 0
Afirmação 4: I (ψn1 ) = I (ψn1 ) + on (1) = I (un ) − I (u0 ) + on (1) = on (1).
Para cada v ∈ Ho1 (Ω) com ||v|| = 1, temos que
Z Z
0
∇ψn ∇v + a(x)ψn v dx − b(x)|ψn1 |p−2 ψn1 vdx
1 1
1
I (ψn ).v =
Ω Ω
e
65
Z Z
0
∇ψn1 ∇v λψn1 v β|ψn1 |p−2 ψn1 vdx
I (ψn1 ).v = + dx −
RN RN
Z Z
0
∇ψn1 ∇v λψn1 v β|ψn1 |p−2 ψn1 vdx.
⇒ I (ψn1 ).v = + dx −
Ω Ω
Logo
Z Z
0
0
I (ψn1 ) −I (ψn1 ) .v = a1 (x)ψn1 vdx − b1 (x)|ψn1 |p−2 ψn1 vdx.
Ω Ω
Decorrendo que
Z Z
0
0 1 1
1 p−2 1
I (ψn ) − I (ψn1 ) .v ≤ a1 (x)ψn vdx + b1 (x)|ψn | ψn vdx
Ω Ω
Z Z
0
0 1
1
⇒ I (ψn ) − I (ψn ) .v ≤ a1 (x)ψn v dx + b1 (x)|ψn1 |p−2 ψn1 v dx.
1
Ω Ω
a1 ψn1 ∈ L2 (Ω).
Além do mais, das imersões de Sobolev temos que v ∈ L2 (Ω) e existe c6 > 0 tal que
|v|2 ≤ c6 ||v||.
Z Z 21
⇒ a1 (x)ψn1 v dx ≤ c6 |a1 (x)| 2
(ψn1 )2 dx ||v||.
Ω Ω
Uma vez que lim a1 (x) = 0, então dado > 0 existe R > 0 tal que
|x|→+∞
|a1 (x)| < √ para |x| > R,
2c6 2c4
onde c4 é mesma constante em (3.16).
Por outro lado, vimos anteriormente que |a1 | ≤ c5 e desde que ψn1 → 0 em L2loc (Ω),
então existe no tal que
66
2
Z
(ψn1 )2 dx ≤ , para n ≤ no .
|x|≤R 8c25 c26
Assim,
Z 2 Z Z
a1 (x)ψn1 v dx ≤ c26 |a1 (x)| 2
(ψn1 )2 dx + |a1 (x)|2 (ψn1 )2 dx
Ω |x|>R |x|≤R
2
2 2
2
Z
2 2
⇒ a1 (x)ψn1 v dx ≤ c26 c 4 + c 6 c 5 = ,
Ω 8c26 c4 8c25 c26 4
logo, para n suficientemente grande, obtemos
Z
a1 (x)ψn1 v dx ≤ .
Ω 2
Utilizando argumentos semelhantes teremos
Z Z p−1
p
b1 (x)|ψn1 |p−2 ψn1 v dx ≤ |b1 (x)|p/p−1 |ψn1 |p dx |v|p
Ω Ω
Z Z p−1
p
⇒ b1 (x)|ψn1 |p−2 ψn1 v dx ≤ c6 |b1 (x)|p/p−1
|ψn1 |p dx .
Ω Ω
Assim, para n suficientemente grande e para todo v ∈ Ho1 (Ω) com ||v|| ≤ 1, temos que
0
0 1 1
I (ψn ) − I (ψn ) .v ≤ .
ou seja,
0 0
0 1 1 0 1 1
I (ψn ) − I (ψn ) = sup I (ψn ) − I (ψn ) .v ≤ ,
H −1 (Ω) ||v||≤1
0 0 0
I (ψn1 ) = I (un ) − I (u0 ) + on (1).
Observe o seguinte
67
Z Z
0 0 0
∇ψn1 ∇v a(x)ψn1 v b(x)|ψn1 |p−2 ψn1 vdx
I (ψn1 ) − I (un ) + I (u ) .v = 0
+ dx −
Ω Ω
Z Z
− (∇un ∇v + a(x)un v) dx + b(x)|un |p−2 un vdx
Ω Ω
Z Z
0 0
b(x)|u0 |p−2 u0 vdx
+ ∇u ∇v + a(x)u v dx −
Ω Ω
0 0 0
I (ψn1 ) − I (un ) + I (u0 ) .v =
Z
b(x)|un |p−2 un − b(x)|u0 |p−2 u0 − b(x)|ψn1 |p−2 ψn1 vdx.
=
Ω
Z p−1
p
p
≤ b(x)|un |p−2 un − b(x)|u0 |p−2 u0 − b(x)|ψn1 |p−2 ψn1 p−1 dx |v|Lp (Ω)
Ω
sendo assim, desde que v ∈ Ho1 (Ω) com ||v|| ≤ 1 e pelas imersões de Sobolev
0 1
I (ψn ) − I 0 (un ) + I 0 (u0 ) .v ≤
Z p−1
p
p
≤ c7 b(x)|un |p−2 un − b(x)|u0 |p−2 u0 − b(x)|ψn1 |p−2 ψn1 p−1 dx .
Ω
0 0 0
I (ψn1 ) = I (un ) − I (u0 ) + on (1).
0
Além do mais, observemos que por hipótese I (un ) → 0 e desde que u0 é solução de
0
(1), temos que I (u0 ) = 0. Implicando, finalmente, em
0
0 0 0
I (ψn1 ) = I (ψn1 ) + on (1) = I (un ) − I (u0 ) + on (1) = on (1).
Logo
1 1 1 1
I(ψn1 ) = ||ψn1 ||2RN − ||ψn1 ||2RN + on (1) = − ||ψn1 ||2RN + on (1). (3.20)
2 p 2 p
Uma vez que ψn1 6→ 0 em H 1 (RN ), então existe c8 > 0 tal que para n suficientemente
grande
||ψn1 ||2RN ≥ c8 .
Sendo assim,
1 1
I(ψn1 ) ≥ − c8 + on (1).
2 p
mostrando que para n suficientemente grande, existe α > 0 tal que
I(ψn1 ) ≥ α > 0.
2p
logo, considerando c9 = > 0, obtemos o seguinte
(p − 2)β
Z
1
c9 I(ψn ) = |ψn1 |p dx + on (1).
RN
69
Das imersões de Sobolev temos que existe c10 > 0 tal que
conseqüentemente
X X
dp−2
n |ψn1 |2Lp (Qi ) ≤ dp−2
n c10 ||ψn1 ||2H 1 (Qi ) = dnp−2 c10 ||ψn1 ||2RN .
i i
De (3.20), segue-se
c9 I(ψn1 ) ≤ dp−2 1
n c10 c9 βI(ψn ) + on (1).
dn ≥ γ > 0.
Agora denotemos por yn1 o centro do hipercubo Qi no qual |ψn1 |Lp (Qi ) = dn . Vamos
supor que a seqüência {yn1 } é limitada e assim existe R > 0 tal que
Z Z
1 p
|ψn | dx ≥ |ψn1 |p dx = dpn > γ p > 0. (3.22)
BR (0) 1)
Qi (yn
ψn1 * 0 em H 1 (RN ),
implicando que
70
ou seja,
Z
|ψn1 |p dx −→ 0, quando n → +∞.
BR (0)
Consideremos v ∈ Co∞ (RN ) com ||v||RN ≤ 1, e portanto, desde que |yn1 | → +∞, temos
que existe no ∈ N tal que o suporte de v está contido em Ωn para todo n ≥ no .
Agora, notemos que
71
Z
1 1
I(ψn1 (. + yn1 )) = ||ψn1 (. + yn1 )||2RN − β|ψn1 (. + yn1 )|p dx,
2 p RN
donde obtemos
Z
0
∇ψn1 (x + yn1 )∇v + λψn1 (x + yn1 )v dx
I (ψn1 (. + yn1 )).v =
RN
Z
− β|ψn1 (x + yn1 )|p−2 ψn1 (x + yn1 )vdx.
RN
Z
− β|ψn1 (z)|p−2 ψn1 (z)v(z − yn1 )dz,
RN
ou seja,
0 0
I (ψn1 (. + yn1 )).v = I (ψn1 ).v n , onde v n = v(. − yn1 ).
v n ∈ Ho1 (Ω), ∀n ≥ no .
Por outro lado, pela convergência fraca e pelo Lema de Brézis e Lieb (ver Lema C.1
no Apêndice C) temos que para todo v ∈ H 1 (RN )
Z Z
1 1 1 1
∇u1 ∇v + λu1 v dx
∇ψn (x + yn )∇v + λψn (x + yn )v dx −→
RN Z Z RN
β|ψn1 (x + yn1 )|p−2 ψn1 (x + yn1 )vdx −→ β|u1 |p−2 u1 vdx.
RN RN
Considere agora w ∈ H 1 (RN ), por densidade existe uma seqüência {vn } ∈ Co∞ (RN )
tal que
vn → w,
Passando ao limite
Z Z
1 1
β|u1 |p−2 u1 wdx = 0, ∀w ∈ H 1 (RN ).
∇u ∇w + λu w dx −
RN RN
e
j−1
X
I(ψnj ) = I(ψnj−1 ) − I(u j−1 0
) + on (1) = I(un ) − I(u ) − I(ui ) + on (1). (3.25)
i=1
De (3.23)
73
o que implica em
Z
1 1 1
= ||ψnj−1 ||2RN − ||uj−1 ||2RN − β|ψnj−1 (x + ynj−1 ) − uj−1 |p dx + on (1)
2 2 p RN
Z
1
+ β|uj−1 |p dx + on (1),
p RN
donde segue-se
j−2
X
2
= ||un || − ||u || − 0 2
||ui ||2RN − ||uj−1 2
n ||RN + on (1)
i=1
mostrando que
j−1
X
||ψnj ||2RN 2
= ||un || − ||u || − 0 2
||ui ||2RN + on (1).
i=1
De modo análogo
74
j−2
X
= I(un ) − I(u ) − 0
I(ui ) − I(uj−1 ) + on (1)
i=1
e assim,
j−1
X
I(ψnj ) = I(un ) − I(u ) − 0
I(ui ) + on (1).
i=1
e portanto
uj p
Z
β 1/p dx = 1.
RN c
j
donde segue-se
p
Uma vez que {un } é limitada em Ho1 (Ω), então existe c11 > 0 tal que ||un || ≤ c11 , e de
(3.26) temos que
j−1 p p
X
||ψnj ||2RN 0 2
≤ c11 − ||u || − p−2
M∞ + on (1) = c11 − ||u0 ||2 − (j − 1)M∞
p−2
+ on (1),
i=1
desde que ||ψnj ||2RN ≥ 0 para todo j, então existe k ≥ 0 tal que
k
X
2 0 2
||un || − ||u || − ||ui ||2RN + on (1) = ||ψnk+1 ||2RN = on (1),
i=1
mostrando que
k
X
2
||un || −→ ||u || + 0 2
||ui ||2RN , quando n → +∞
i=1
75
Corolário 3.1 Assuma que {un } é uma seqüência que satisfaz as mesmas condições
do Lema anterior e
1 1 p
p−2
c< − M∞ .
2 p
Então {un } possui uma subsqüência convergente.
0
I(un ) → c e I (un ) → 0,
1 1 p
p−2
onde estamos considerando que c < − M∞ .
2 p
Pelo procedimento do Lema 3.1 concluimos que {un } é limitada em Ho1 (Ω) e
portanto, a menos de subseqüência existe u0 ∈ Ho1 (Ω) tal que
un * u0 em Ho1 (Ω).
Supondo que un 6→ u0 em Ho1 (Ω), segue do Lema 3.1 que existe k tal que
k
X
2 0 2
||un || = ||u || + ||ui ||2RN + on (1)
i=1
e
k
X
0
I(un ) = I(u ) + I(ui ) + on (1).
i=1
Desde que para cada j, uj solução de (2) e por (3.26), então concluímos que
1 1 1 1 p
c< − M∞ .
2 p
Mostrando que
un → u0 em Ho1 (Ω),
Corolário 3.2 Seja P o conjunto das funções não negativas em Ho1 (Ω) e assuma que
existe uma única solução positiva de (2) e {un } ⊂ P satisfaz as hipóteses do Lema
anterior. Então se
1 1 p
p−2 1 1 h p−2 p p
i
− M∞ < c < − M∞ + M p−2 ,
2 p 2 p
{un } possui uma subseqüência convergente.
un * u0 em Ho1 (Ω).
Supondo que un 6→ u0 em Ho1 (Ω), segue do Lema 3.1 que existe k ≥ 1 tal que
k
X
||un ||2 = ||u0 ||2 + ||ui ||2RN + on (1)
i=1
e
k
X
I(un ) = I(u0 ) + I(ui ) + on (1).
i=1
I(u ) = − M∞ .
2 p
Logo,
0 1 0 1 1 p
p−2
I(un ) = I(u ) + I(u ) + on (1) = I(u ) + − M∞ + on (1).
2 p
Se u0 = 0, então
1 1 p−2
p
I(un ) = − M∞ + on (1),
2 p
contradizendo a hipótese do nível c.
Portanto u0 6= 0 e devemos ter
0 1 1 p
I(u ) ≥ − M p−2 .
2 p
Desta forma
h
1 1 p
p−2
p
i
I(un ) ≥ − M∞ + M p−2 + on (1),
2 p
contradizendo novamente a hipótese do nível c, portanto não podemos ter k = 1, o
que implica
un → u0 em Ho1 (Ω).
Considere o subconjunto
Z
p
V = u∈ Ho1 (Ω) : |u| dx = 1
Ω
J(u) = ||u||2 .
0 0
||J (u)||∗ = sup |J (u).w|,
w∈Tu V
||w||≤1
onde
0
Tu V = v ∈ Ho1 (Ω) : G (u).v = 0
M ∞ = M λ e M = µλ .
0
Por hipótese ||J (un )||∗ → 0, então
0 0
J (un ) − λn G (un ) = on (1) em H −1 (Ω). (3.27)
1
Considere w ∈ Ho1 (Ω) tal que ||w|| ≤ 1. E desde que vn = c p−2 un , temos
1 p−1
0 1 0 1 0 c p−2 0 c p−2 0
I (vn ).w = J (vn ) − G (vn ).w = J (un ) − G (un ).w.
2 p 2 p
De (3.27) segue
1 p−1
0 c p−2 0 c p−2 0
I (vn ).w = λn G (un ).w − G (un ).w + on (1).
2 p
Logo
p−1
1
c p−2 c p−2 0
0 0
|I (vn ).w| ≤
λn G (un ) − G (un )
||w|| + on (1),
2 p
ou seja,
p−1
1
c p−2 c p−2
0 0
|I (vn ).w| ≤ λn −
G (un )
+ on (1),
2 p
ou seja,
2
λn → c.
p
80
Sendo assim,
1 p−1
c p−2 c p−2
λn − = on (1).
2 p
0
Além disso, ||G (un )|| é limitada. Portanto
0
|I (vn ).w| ≤ on (1).
implicando que
0
I (vn ) = on (1) em H −1 (Ω).
Com isto terminamos de verificar as hipóteses do Corolário 3.2. Assim, aplicando tal
Corolário, temos que {vn } possui uma subseqüência convergente, e assim a {un }
possui uma subseqüência convergente. Portanto o funcional J satisfaz a condição
Palais-Smale em Z.
Demonstrando assim o Corolário.
φρ : RN → H 1 (RN )
definido por
vyρ (x)
φρ (y) ≡ |vyρ |Lp (RN )
,
onde
|x|
vyρ (x) = ζ(x)u(x − y) = ξ ρ
u(x − y),
||φρ || = ||φρ ||RN , |φρ |p = |φρ |Lp (RN ) , ||vyρ || = ||vyρ ||RN e |vyρ |p = |vyρ |Lp (RN ) .
Lema 3.2
81
Prova de (3.28):
Note que
Z p 1
|x| p
|vyρ − u(. − y)|Lp (RN ) = ξ u(x − y) − u(x − y) dx .
RN
ρ
Logo
p ! p1
|x|
Z
|vyρ − u(. − y)|Lp (RN ) = ξ − 1 u(x − y) dx .
B2ρ (0)
ρ
ou seja, quando ρ → 0
Notemos que
Z 2
|x|
∇ ξ ρ u(x − y) − u(x − y) dx =
RN
Z 2
|x| |x|
= u(x − y)∇ξ ρ + ξ ρ ∇u(x − y) − ∇u(x − y) dx
RN
Z 2
|x| |x|
≤ u(x − y)∇ξ ρ + ξ ρ ∇u(x − y) − ∇u(x − y) dx.
RN
assim,
Z 2 Z
|x|
∇ ξ ρ u(x − y) − u(x − y) dx ≤ |∇u(x − y)|2 dx+
RN |x|≤ρ
Z 2
|x| |x|
+ u(x − y)∇ξ ρ + ξ ρ ∇u(x − y) − ∇u(x − y) dx.
ρ≤|x|≤2ρ
Z n o2
|x| |x|
+ 2 sup u(x − y)∇ξ ρ , ξ ρ ∇u(x − y) − ∇u(x − y) dx,
ρ≤|x|≤2ρ RN
83
logo
Z 2
|x|
∇ ξ ρ u(x − y) − u(x − y) dx ≤ K3 med(Bρ (0))+
RN
Z 2 2
|x| |x|
+4 sup u(x − y)∇ξ ρ , ξ ρ ∇u(x − y) − ∇u(x − y) dx
ρ≤|x|≤2ρ RN
ou seja,
Z 2
|x|
∇ ξ ρ u(x − y) − u(x − y) dx ≤
RN
Z 2
N
≤ K4 ρ + 4 sup u(x − y)∇ξ |x| dx+
ρ
ρ≤|x|≤2ρ RN
Z 2
+4 sup ξ |x| ∇u(x − y) − ∇u(x − y) dx,
ρ
ρ≤|x|≤2ρ RN
implicando que
Z 2
|x|
∇ ξ ρ u(x − y) − u(x − y) dx ≤
RN
Z 2
N
K5 ρ + 4 sup u(x − y)∇ξ |x| dx.
ρ
ρ≤|x|≤2ρ RN
h i2 x2 1
+ ξ |x|
0
ρ
. n2 . 2 .
|x| ρ
Efetuando os cálculos, conseguimos o seguinte
2
|x| 1 h 0 |x| i2
∇ξ ρ = 2 ξ ρ .
ρ
Donde segue
Z 2
|x|
∇ ξ u(x − y) − u(x − y) dx ≤
ρ
RN
Z
1 2
sup u(x − y)ξ |x|
N 0
≤ K5 ρ + 4 2 dx
ρ
ρ ρ≤|x|≤2ρ RN
≤ K5 ρN + K6 ρN −2 ,
84
Uma vez que N ≥ 3, então quando ρ tende a zero tem-se por (3.30) e (3.31) que
independentemente de y
ou seja, quando ρ → 0
uniformemente em y.
Mostrando, assim (3.29).
Agora, de (3.28) e (3.29) concluímos que
vyρ
φρ (y) = → u(. − y) em H 1 (RN )
|vyρ |Lp (RN )
uniformemente em y, quando ρ → 0. E portanto terminamos de mostrar (i).
Para mostrar (ii) observemos que para cada ρ fixado, considerando uma seqüência
arbitrária {yn } ⊂ RN tal que |yn | → +∞, e procedendo de modo análogo ao que foi
feito na demonstração do Teorema 3.1, então conseguiremos mostrar que
e daí
p−2
Mλ < 2 p Mλ .
Mλ ≤ ||φρ (y)||2RN ≤ Mλ + , ∀ρ ≤ ρ e y ∈ RN .
Portanto
p−2 p−2
sup ||φρ (y)||2RN ≤ Mλ + < Mλ + 2 p Mλ − Mλ < 2 p Mλ ,
y∈RN
demonstrando o corolário.
Agora vamos fixar Ω de tal modo que ρ < ρ, onde ρ é o menor número positivo tal que
RN \ Ω ⊂ Bρ (0).
τ : H 1 (RN ) −→ RN
Z
u 7−→ τ (u) = u(x).χ(||x||).xdx
RN
To = {u ∈ V ∩ P : τ (u) = 0},
co > M λ
Demontração: Sendo co = inf ||u||2 , µλ = inf ||u||2 (conforme foi definida em 3.2) e
u∈To u∈V
por definição To ⊂ V , então
µλ ≤ c o .
M λ ≤ µλ ,
mostrando que
Mλ ≤ c o .
|vn |p = 1 e τ (vn ) = 0, ∀n ∈ N
e mais,
Além disso, desde que V é um espaço métrico completo e {vn } é uma seqüência
minimizante, usando o Princípio Variacional de Ekeland existe uma seqüência {v̂n }
tal que
1
. Mλ ≤ J(v̂n ) ≤ J(vn ) + ;
n
1
. ||v̂n − vn || ≤ √ ;
n
1
. J(v̂n ) ≤ J(u) + √ ||v̂n − u||, ∀u ∈ V ,
n
onde J é um funcional em Ho1 (Ω) definido como sendo J(u) = ||u||2 .
Considere para cada n um caminho diferenciável γn em V tal que
0
γn (0) = v̂n e γn (0) = w,
87
e sendo assim
1
J(v̂n ) ≤ J(γn (t)) + √ ||v̂n − γn (t)||
n
ou seja, podemos rescrever a expressão acima da seguinte forma
1 ||γn (t) − γn (0)|| J(γn (t)) − J(γn (0))
−√ ≤
n t t
obtendo
1 0
− √ ||w|| ≤ J (v̂n ).w.
n
Nesta última expressão podemos substituir w por −w e deste modo conseguimos o
seguinte resultado
1 0
√ ||w|| ≥ J (v̂n ).w,
n
e portanto
0 1
|J (v̂n ).w| ≤ √ ||w||.
n
Considerando a norma ||.||∗ no espaço H −1 (Ω) definida anteriormente, temos que
0 1
||J (v̂n )||∗ ≤ √ .
n
Uma vez que τ é linear e v̂n = vn + on (1), então
0
J(v̂n ) → Mλ e ||J (v̂n )||∗ → 0.
0
f (ûn ) = on (1) em H −1 (Ω).
Além disso,
88
Z Z
1 2 2
1 p 1 1 p
e
k
X
f (un ) → f (u ) + 0
f (uj ),
j=1
f (un ) → f (u ) + f (u ) ≥ f (u ) + k − Mλp−2 .
j=1
2 p
Desde que f (u0 ) ≥ 0, então vemos que k não pode ser maior que 1, pois
1 1 p
f (un ) → f (u ) + f (u ) ≥ f (u ) + − Mλp−2 .
2 p
Logo, devemos ter k = 0 ou k = 1. Se k = 0, então ||un ||2 → ||u0 ||2 .
Por outro lado
un * u0 em Ho1 (Ω),
implicando que
un → u0 em Ho1 (Ω).
Porém, isto contradiz o fato de que Mλ não é atingido na variedade V , pois teriamos
p
Logo k 6= 0.
Para k = 1, devemos considerar u0 = 0, pois do contrário não teríamos
1 1 p
u n * u0 ≡ 0
obtemos o seguinte
||ψn1 (. + yn1 )||2RN = ||un (. + yn1 )||2RN = ||un ||2RN = ||un ||2 → ||u1 ||2RN .
un (. + yn1 ) → u1 em H 1 (RN ).
de onde segue
wn → 0 em H 1 (RN ).
90
N −
(RN )+ N
n = {x ∈ R : hx, yn iRN > 0} e (R )n = R
N
\ (RN )+
n.
tal que
1
u(x − yn ) ≥ u(0) > 0, ∀x ∈ Br̂ (yn )
2
e além do mais,
K
u(x − yn ) ≤ N −1 , ∀x ∈ (RN )−
n,
e|x−yn | |x − yn | 2
então, pelo Teorema do Valor Intermediário, podemos afirmar que existe r̂ > 0 tal que
1
u(z) = u(0) > 0, ∀z ∈ RN com |z| = r̂.
2
Considerando z = x − yn , obtemos
1
u(x − yn ) = u(0) > 0, ∀x ∈ RN com |x − yn | = r̂,
2
logo
1
u(x − yn ) ≥ u(0) > 0, ∀x ∈ Br̂ (yn ).
2
Desde que
e desde que {yn } é tal que |yn | → +∞, existe no de modo que
implicando em
hx, yn i > 0, ∀n ≥ no .
hx, yn i ≤ 0, ∀x ∈ (RN )−
n,
e assim,
implicando que
Pela definição de limite, dado > 0 temos que para n suficientemente grande
N −1
|x−yn |
|x − y | e u(x − y ) − γ < ,
2
n n
logo, obtemos
N −1
|x − yn | 2 e|x−yn | u(x − yn ) < + γ ≤ K,
K
u(x − yn ) ≤ N −1 , ∀x ∈ (RN )−
n. (3.32)
e|x−yn | |x − yn | 2
Z
hτ (u(x − yn )), yn iRN = u(x − yn ).χ(||x||). hx, yn i dx
RN
Z Z
= u(x − yn ).χ(||x||). hx, yn i dx + u(x − yn ).χ(||x||). hx, yn i dx.
(RN )+
n (RN )−
n
Desde que
então
Z Z
u(x − yn ).χ(||x||). hx, yn i dx ≥ u(x − yn ).χ(||x||). hx, yn i dx.
(RN )+
n Br̂ (yn )
Além disso,
u(0)
u(x − yn ) ≥ , ∀x ∈ Br̂ (yn )
2
e sendo
implicando que
implicando que
e de (3.32), obtemos
Z Z
K
−u(x − yn ).χ(||x||).|x||yn |dx ≥ − N −1 .χ(||x||).|x||yn |dx.
(RN )−
n (RN )−
n e|x−yn | |x − yn | 2
R
χ(||x||).|x| = .|x| = R, se|x| > R;
|x|
donde segue que
χ(||x||).|x| ≤ R.
Logo
Z Z
K K
− N −1 .χ(||x||).|x||yn |dx ≥ − N −1 .R|yn |dx.
(RN )−
n e|x−yn | |x − yn | 2 (RN )−
n e|x−yn | |x − yn | 2
que
94
|x − yn | ≥ |x| e |x − yn | ≥ M > 0 ∀n
implicando em
1
|ψn1 (x)| ≥ ,
e|x| M
1
onde é uma função integrável em RN .
e|x|
Logo, pelo Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue
Z Z
1 1
ψn (x)dx = N −1 dx = on (1).
|x−yn | |x − y | 2
(RN )−
n n e
(RN )− n
Portanto
yn u(0)
τ (u(x − yn )), ≥R med(Br̂ (yn )) − on (1) > 0.
|yn | RN 4
Uma vez que
wn → 0 em H 1 (RN ),
obtemos
e desde que
τ (v̂n ) = on (1),
logo
τ (un ) = on (1).
τ (u(x − yn )) = on (1),
co > M λ .
95
Prova de a :
Desde que
e pelo Teorema 3.1, temos que não existe ground state solution, isto é,
||φρ (y)||2 6= Mλ .
Assim
E de fato ρ está fixo, pois anteriormente fixamos Ω e pela definição de limite temos
que dado
co − Mλ
0<< ,
2
existe Ro tal que
donde segue-se
c o − Mλ c o + Mλ
||φρ (y)||2 < + Mλ < + Mλ = ,
2 2
ou seja,
2 c o + Mλ
||φρ (y)|| ∈ Mλ , , ∀y ∈ RN tal que |y| ≥ Ro
2
mostrando portanto o item a do Lema 3.3.
Prova de b :
Agora, observe o seguinte
Z
hτ (φρ (y)), yiRN = φρ (y).χ(||x||). hx, yi dx,
RN
Sendo assim,
|x|
Z
1
hτ (φρ (y)), yiRN = ξ u(x − y)χ(|x|) hx, yi dx
|vyρ |Lp (RN ) (RN )+ ρ
|x|
Z
1
+ ξ u(x − y)χ(|x|) hx, yi dx.
|vyρ |Lp (RN ) (RN )− ρ
|x|
Z
1 K
+ −ξ .χ(||x||).|x||y|dx.
|vyρ |Lp (RN ) (RN )− ρ e|x−y| |x − y|
N −1
2
|y| ≤ r̂ + |x|
u(0)
≥ RRo med(Br̂ (y)) > 0.
4
Temos também que
|x|
Z Z
K K
−ξ N −1 .χ(||x||).|x||y|dx ≥ − N −1 .RRo dx.
(RN )− ρ e|x−y| |x − y| 2 (RN )− e|x−y| |x − y| 2
Desta forma pela escolha feita de Ro é possível termos
Z
1 u(0)
K N −1 dx < med(Br̂ (y)).
(RN )− e|x−y| |x − y| 2 8
Γ = {A ⊂ P ∩ V : A = h(Σ), h ∈ H}.
J ≡ (τ ◦ h ◦ φρ ) : RN → RN
Devemos mostrar 0 ∈
/ F(t, ∂BRo ).
Considere |y| = Ro , e assim pelo item a do Lema 3.3 temos que
c o + Mλ
||φρ (y)||2 <
2
e desde que h ∈ H, então
implicando que
98
Logo
d (J , BRo , 0) = 1.
J (ŷ) = (τ ◦ h ◦ φρ )(ŷ) = 0
provando o Lema.
Consideremos o seguinte:
e
99
Kc = u ∈ P ∩ V : J(u) = ||u||2 = c e ∇J|V (u) = 0 .
Lγ = {u ∈ V : J(u) ≤ γ}.
RN \ Ω ⊂ Bρ (xo ) = {x ∈ RN : |x − xo | ≤ ρ},
o problema
(
−∆u + λu = |u|p−2 u, Ω
(P2 )
u ∈ Ho1 (Ω) ,
De fato, pelo Lema 3.4 para todo A ∈ Γ temos que A ∩ To 6= φ. Assim, para cada
A ∈ Γ existe u ∈ A ∩ To , daí
implicando que
Mλ < c.
c ≤ sup ||u||2
u∈A
Sendo assim
Portanto
p−2
Mλ < c < 2 p Mλ .
Deste modo, pelo Corolário 3.3, segue-se que o funcional J satisfaz a condição
Palais-Smale no nível c para o seguinte subconjunto
n p−2
o
1
Z = P ∩ V ∩ u ∈ Ho (Ω) : Mλ < J(u) < 2 Mλ .
p
η : [0, 1] × V ∩ P −→ V ∩ P
η 1, Lc+ 2o ⊂ Lc− 2o .
101
o
J(u) < c + 2
, ∀u ∈ A
implicando que
A ⊂ Lc+ 2o .
ou seja,
o
J(u) < c − , ∀u ∈ η(1, A)
2
implicando que
o
sup J(u) < c − . (3.34)
u∈η(1,A) 2
η(1, .) ∈ C(V ∩ P, V ∩ P ).
Além disso, desde que A ∈ Γ, então existe h ∈ H tal que A = h(Σ). Logo
h = η(1, .) ◦ h ∈ C(V ∩ P, V ∩ P ).
h ∈ H.
η(1, A) ∈ Γ.
c ≤ sup J(u)
u∈η(1,A)
Teorema 3.3 Assuma as hipóteses do Teorema 3.2. Então existe λo = λo (Ω) tal que
para cada λ ∈ (0, λo ) o problema (P2 ) tem ao menos uma solução positiva.
Demonstração:
No Problema (P2 ), façamos a seguinte mudança de variáveis w(x) = u(θx), com isto
obtemos o seguinte
daí
Deste modo
( 1 p−2
−∆w + w = |w| w, Ωλ
λ .
w = 0, ∂Ωλ
Este último problema é equivalente a
( 1
−∆(αw) + αw = p−2
|αw|p−2 αw, Ωλ
λα ,
αw = 0, ∂Ωλ
ou seja, fazendo a mudança v = αw, obtemos
( 1
−∆v + v = |v|p−2 v, Ωλ
λαp−2 .
v = 0, ∂Ωλ
1 1
Considerando p−2
= 1, isto é, v = 1 w chegamos ao seguinte problema
λα λ p−2
(
−∆v + v = |v|p−2 v, Ωλ
(1) .
v = 0, ∂Ωλ
Pelo Teorema 3.2, considere xo ∈ RN \ Ωλ e assim, existe ρ = ρ(1) tal que se
RN \ Ωλ ⊂ Bρ (xo ) = {x ∈ RN : |x − xo | ≤ ρ}
Então, temos que existe λo dependendo de Ω tal que para cada λ ∈ (0, λo ) o problema
(1) tem pelo menos uma solução positiva.
Portanto, de acordo com as mudanças de variáveis feitas concluímos que existe
λo = λo (Ω) tal que para cada λ ∈ (0, λo ) o problema (P2 ) tem ao menos uma solução
positiva.
Apêndice A
Funcionais diferenciáveis
Observações:
i) Se H é um espaço de Hilbert e I tem derivada de Gateaux em u ∈ U , o
gradiente de I em u é denotado por ∇I(u) e é tal que
0
h∇I(u), hi = I (u).h, ∀h ∈ H
0
I (u).h = hg, hi , ∀h ∈ H.
Além disso,
105
0
||g||H = ||I (u)||H 0 .
0 1
I (u).h = lim [I(u + th) − I(u)].
t→0 t
Proposição A.1 Se I tem derivada de Gateaux contínua sobre U , então I ∈ C 1 (U, R).
Note que
0 0 0
I(u + h) − I(u) − I (u).h = I (u + θh).h − I (u).h.
de onde segue
1 0 1 0 0
[I(u + h) − I(u) − I (u).h] = [I (u + θh).h − I (u).h]
||h|| ||h||
0 0 h
= [I (u + θh) − I (u)]. .
||h||
Deste modo
1 0
0
= I (u + θh) − I 0 (u) .
||h|| [I(u + h) − I(u) − I (u).h]
Uma vez que a derivada de Gateaux é contínua, dado > 0 existe δ > 0 tal que se
||h|| < δ, segue-se
0
I (u + θh) − I 0 (u) < .
Logo
1 0
lim [I(u + h) − I(u) − I (u).h] = 0.
h→0 ||h||
Definição A.2 Seja I ∈ C 1 (U, R). O funcional I tem uma derivada segunda de
0
Gateaux L ∈ L(H, H ) em u ∈ U se, para cada h, v ∈ H,
1 0 0
lim [I (u + th) − I (u) − Lth].v = 0.
t→0 t
00
A derivada segunda de Gateaux de I em u é denotada por I (u). O funcional I
0
tem a derivada segunda de Fréchet L ∈ L(H, H ) em u ∈ U se
1 0 0
lim [I (u + h) − I (u) − Lh] = 0.
h→0 ||h||
O funcional I ∈ C 2 (U, R) se a derivada segunda de Fréchet de I existe e é
contínua em U .
Nosso objetivo a seguir é mostrar que o funcional I em Ho1 (Ω) definido por
Z Z
1 2 2 1 1 1
I(u) = (|∇u| + λu )dx − |u|p dx = J(u) − G(u).
2 Ω p Ω 2 p
é de classe C 2 (Ho1 (Ω), R).
Consideremos os funcionais J e G no espaço de Hilbert Ho1 (Ω) definidos por
Z
2
J(u) = ||u|| e G(u) = |u|p dx
Ω
Demonstração:
Existência da derivada de Gateaux de J
Dado u ∈ Ho1 (Ω), então para cada h ∈ Ho1 (Ω)
0 1
||u + th||2 − ||u||2
J (u).h = lim
t→0 t
0 1
2t hu, hi + t2 ||h||2 = 2 hu, hi.
J (u).h = lim
t→0 t
0 0
|(J (un ) − J (u)).h| = |2 hun − u, hi | ≤ ||un − u||.||h|| <
implicando em
108
0 0 0 0
||J (un ) − J (u)||H −1 = sup |(J (un ) − J (u)).h| ≤ .
1 (Ω)
h∈Ho
||h||≤1
Portanto
0 0
||J (un ) − J (u)||H −1 −→ 0 quando n → +∞,
mostrando que
00 00
||J (un ) − J (u)|| = 0
fn → f = p|u|p uh.
Desde que
Logo
Z Z Z
1 p p
lim |u + th| dx − |u| dx =p |u|p−2 uhdx.
t→0 t Ω Ω Ω
Observe o seguinte
Z Z
0 0
p−2 p−2
|(G (un ) − G (u)).h| = p |un | un hdx − p |u| uhdx
Ω Ω
Z
p−2 p−2
= p |un | un − |u| u hdx .
Ω
110
donde segue
0 0
||G (un ) − G (u)||H −1 =≤ cp||un |p−2 un − |u|p−2 u| p .
L p−1 (Ω)
Portanto
0 0
||G (un ) − G (u)||H −1 −→ 0 quando n → +∞,
implicando em
|p|u(x) + th(x)|p−2 (u(x) + th(x)) − p|u(x)|p−2 (u(x)||v(x)|
=
|t|
Logo
Z Z
00 00
p−2 p−2
|(G (un ) − G (u))h.v| = p(p − 1) |un | hv − p(p − 1) |u| hv
ZΩ Ω
p−2 p−2
= p(p − 1)
|un | − |u| hv .
Ω
p
Note que |u|p−2 ∈ L p−2 e h, v ∈ Lp (Ω), e desde que
1 1 1
p + + =1
p−2
p p
00 00
|(G (un ) − G (u))h.v| = p(p − 1)||un |p−2 − |u|p−2 | p |h|Lp (Ω) |v|Lp (Ω) .
L p−2
00 00
|(G (un ) − G (u))h.v| = c2 p(p − 1)||un |p−2 − |u|p−2 | p ||h||||v||.
L p−2
Logo
00 00
||G (un ) − G (u)|| ≤ c2 p(p − 1)||un |p−2 − |u|p−2 | p ,
L p−2
implicando que
00 00
||G (un ) − G (u)|| −→ 0 quando n → +∞
Simetrização de Schwarz
Se Ai = [f = ai ] = {x ∈ RN : f (x) = ai } então
n
X
f= ai χAi
i=1
f = λ1 χ[f ≥a1 ] + λ2 χ[f ≥a2 ] + ... + λk−1 χ[f ≥ak−1 ] + ak χ[f ≥ak ] − ak+1 χ[f ≥ak ] +
+ak+1 χ[f ≥ak+1 ] − ak+2 χ[f ≥ak+1 ]
= λ1 χ[f ≥a1 ] + λ2 χ[f ≥a2 ] + ... + λk−1 χ[f ≥ak−1 ] + ak χ[f ≥ak ] −
−ak+1 χ[f ≥ak ] + ak+1 χ[f ≥ak+1 ] ,
115
Mostrando com isto que se a expressão vale para n = k também vale para n = k + 1,
e portanto acabamos de mostrar por indução que realmente podemos fazer a mudança
indicada anteriormente.
Desta forma a simetrização de f é dado por
n
X
∗
f = λi fi∗
i=1
onde Ri verifica
G : R+ −→ R+ ,
Proposição B.2 O ínfimo em (3.1) é atingido e para qualquer u tal que ||u||2RN = Mλ
e |u|Lp (RN ) = 1 corresponde uma solução regular positiva de
(
−∆u + λu = |u|p−2 u, RN
(P0 )
u ∈ H 1 (RN ) .
Além disso, qualquer solução regular positiva de (P0 ) é radialmente simétrica sobre
algum ponto do RN , ur < 0, para r > 0, r sendo a coordenada radial em relação ao
ponto e
N −1
lim r 2 er u(r) = γ > 0.
r→+∞
Considerando uma seqüência minimizante {un } para (3.1), de modo que un ≥ 0 para
cada n ∈ N.
De fato, basta trocar {un } por {|un |}. Definindo u+ (x) = max{u(x), 0} e
u− (x) = min{u(x), 0}, notemos que
− 2 − 2
|| |un | ||2RN = ||u+ + 2 2
n − un ||RN = ||un ||RN + ||un ||RN = ||un ||RN
G : R+ −→ R+
t 7−→ G(t) = λt2
onde λ > 0.
Notemos que esta função é crescente, logo pelo Teorema B.1 visto na Simetrização de
Schwarz temos que
Z Z
G(u∗n )dx = G(un )dx,
RN RN
ou seja,
Z Z
λ(u∗n )2 dx = λu2n dx. (B.3)
RN RN
H : R+ −→ R+
t 7−→ H(t) = |t|p
Logo,
tais que
u∗nj * u em HO(N
1 N
) (R ).
1 N p N
HO(N ) (R ) ,→ L (R )
2N
é compacta para 2 < p < N −2
, obtemos
u∗nj → u em Lp (RN ).
J : H 1 (RN ) −→ R
Z
|∇v|2 + λv 2 dx
v 7−→ J(v) =
RN
e
F : H 1 (RN ) −→ R
Z
v 7−→ J(v) = |v|p dx
RN
Considerando h = v, temos
Z
0
F (v).v = p |v|p dx = p 6= 0,
RN
logo
0
F (v) 6= 0, ∀v ∈ V .
Assim, pelo Teorema do Multiplicador de Lagrange existe uma constante δ > 0 tal que
0 0
J (u) = δF (u)
ou seja,
0 0
J (u).h = δF (u).h, ∀h ∈ H 1 (RN ).
δp
Considerando h = u, e desde que J(u) = Mλ e F (u) = 1 temos que = Mλ , ou seja,
2
Z Z
(∇u∇h + λuh) dx = Mλ |u|p−2 uhdx, ∀h ∈ H 1 (RN ).
RN RN
Com isto e pelo fato de u ≥ 0 (uma vez que u é o limite fraco de uma seqüência de
funções não negativas em H 1 (RN )), temos que u é solução do seguinte problema
(
−∆u + λu = Mλ up−1 , RN
(P3 )
u ∈ H 1 (RN ) .
Apêndice C
Neste apêndice demonstraremos alguns Lemas devido a Brézis e Lieb que diz
respeito a convergências de funções nos espaços Lp . Estas versões foram utilizados no
nosso trabalho.
Lema C.1 Sejam 1 < p < ∞ e {fn } uma seqüência limitada de Lp (Ω) tal que
fn → f q.t.p. em Ω.
Então
fn * f em Lp (Ω).
Demonstração: Primeiramente, uma vez que {fn } é limitada em Lp (Ω) e sendo este
um espaço de Banach reflxivo, então existem g ∈ Lp (Ω) e {fni } ⊂ {fn } tais que
Considere
supp(φ) ⊂ Ωn .
De (C.1) tem-se
Z Z
fni .φdx −→ g.φdx.
Ω Ω
122
fn → f q.t.p. em Ω
logo
fn .φ → f.φ q.t.p. em Ω.
Assim, temos que pela desigualdade de Hölder f.φ ∈ L1 (Ω) e desde que φ tem suporte
compacto em Ω então
Φn → Ψ.
implicando que
g = f q.t.p. em Ω.
fni * f em Lp (Ω)
portanto
fn * f em Lp (Ω). (C.2)
Considere que (C.2) não ocorre. Portanto, existem uma subseqüência {fnj } de {fn },
F : Lp (Ω) → R e o > 0 tais que
fnjk * f em Lp (Ω),
Lema C.2 Seja Ω um subconjunto aberto do RN e seja {un } ⊂ Lp (Ω) para 1 ≤ p < ∞.
Se
então
lim |un |pLp (Ω) − |un − u|pLp (Ω) = |u|pLp (Ω) .
n→+∞
Demonstração: Desde que {un } ⊂ Lp (Ω), segue-se que {|un |p } ⊂ L1 (Ω). Pelo Lema
de Fatou e sendo {un } limitada em Lp (Ω)
Z Z
lim |un | dx ≤ lim |un |p dx < ∞.
p
Ω n n Ω
logo
||a + b|p − |a|p | = p|a + θb|p−1 |b| ≤ p (|a| + θ|b|)p−1 |b| ≤ p (2 max{|a|, θ|b|})p−1 |b|
≤ 2p−1 p max{|a|p−1 , |b|p−1 }|b| ≤ 2p−1 p(|a|p−1 + |b|p−1 )|b|.
Assim
fn = (||un |p − |un − u|p − |u|p | − |un − u|p )+ ≤ (1 + c()) |u|p . (C.5)
Se
(||un |p − |un − u|p − |u|p | − |un − u|p )+ = ||un |p − |un − u|p − |u|p | − |un − u|p .
fn → 0 q.t.p. em Ω.
Logo
Z
lim ||un |p − |un − u|p − |u|p |dx ≤ sup |un − u|pLP (Ω) .
n→∞ Ω n
126
e portanto
lim |un |pLp (Ω) − |un − u|pLp (Ω) = |u|pLp (Ω) .
n→+∞
temos que
Z
p
|A(un + w) − A(un ) − A(w)| p−1 dx = on (1)
RN
Logo,
Z 1
|A(un + w) − A(un )| ≤ (p − 1)|w| |un + tw|p−2 dt ≤ (p − 1)|w| (|un | + |w|)p−2 .
0
Pela Desigualdade de Young para cada > 0, existe c() tal que
p−1
De fato, para cada o > 0 uma vez que p − 1 e expoentes conjugados, então
p−2
pela Desigualdade de Young temos que
1 p − 2 p−1 1
|un |p−2 |w| = o |un |p−2 |w| ≤ op−2 |un |p−1 + |w|p−1 .
o p−1 (p − 1)p−1
o
Logo
p−1
p−2 p−1 p−2 p−2 p−2 1
|A(un + w) − A(un )| ≤ (p − 1)2 |w| + (p − 1)2 |un |p−1
p−1 o
+ (p−1)p−1
|w|p−1
o
p−1
1
≤ (p − 2)2p−2 op−2 |un |p−1 + 2p−2 (p − 1) + |w|p−1
op−1
p−1
Considere = (p − 2)2p−2 op−2 , então existe c() tal que (C.6) ocorre.
Agora, para cada > 0 consideremos a seguinte função
+
fn (x) = (|A(un + w) − A(un ) − A(w)|(x) − |un |p−1 (x))
isto é,
p p p
|A(un + w) − A(un ) − A(w)| p−1 ≤ (fn + |un |p−1 ) p−1 ≤ (2 max {fn , |un |p−1 }) p−1
p
n p p
o p p p p
≤ 2 p−1 max |fn | p−1 , p−1 |un |p ≤ 2 p−1 |fn | p−1 + 2 p−1 p−1 |un |p .
p p
≤ 2 p−1 p−1 .C p
implicando que
Z
p
lim |A(un + w) − A(un ) − A(w)| p−1 dx = 0.
n→∞ RN
Apêndice D
φ(x) = b (D.1)
em Ω. Isto pode ser feito em certos casos usando-se o chamado grau de Brouwer
da aplicação φ (relativo a Ω no ponto b), d(φ, Ω, b), o qual é um inteiro que representa
uma "contagem algébrica" do número de soluções de (D.1).
. X é um conjunto mensurável;
. µ é uma medida em X;
. M + é o conjunto das funções mensuráveis não-negativas em X.
f ∈ Lr (Ω) ∀p ≤ r ≤ q
e
1 θ 1−θ
|f g|Lr (Ω) ≤ |f |θLp (Ω) |g|1−θ
Lq (Ω) , com 0 ≤ θ ≤ 1 tal que = + .
r p q
Teorema E.4 Sejam {fn } uma seqüência de Lp (Ω) e f ∈ Lp (Ω), tais que
fn → f em Lp (Ω).
unj * u em H.
un → u em H.
−∆u = g(., u) em Ω.
Então u ∈ Lploc (Ω) para qualquer p < ∞. Se u ∈ Ho1 (Ω), e a ∈ LN/2 (Ω), então
u ∈ Lp (Ω) para qualquer p < ∞.
Então u(x) é esfericamente simétrica sobre algum ponto do RN e ur < 0 para r > 0,
onde r é a cordenada radial sobre tal ponto. Além disso
[1] ALVES, Claudianor Oliveira, Existence of positive solutions for a problem with
lack of compactness involving the p-Laplacian. Nonlinear Analysis, num 51,
2002, p. 1187-1206.
[2] BARTLE, Robert G., The Elements of Real Analysis. 2a ed. Wiley, 1975.
[3] BARTLE, Robert G., The Elements of Integration and Lebesgue Measure. Wiley,
1995.
[4] BENCI, Vieri & CERAMI, Giovanna, Positive Solutions of Some Nonlinear
Elliptic Problems in Exterior Domains. Archive fo Racional Mechanics and
Analysis, 1987, p. 283-300
[9] GIDAS, B., NI, Wei-Ming & NIRENBERG, L., Symmetry of positive solutions
of nonlinear elliptic equations in Rn . Mathematical Analysis and Applications
Part A. vol. 7A, 1981, p. 369-402.
[10] GILBARG, David & TRUNDINGER, Neil S. Elliptic partial differential equations
of second order. Springer-Verlag, 1977.
134
[16] STRAUSS, W. A., Existence of solitary waves in higher dimensions. Comm. Math.
Phys. 55, 1977, p. 149-162.