U LT R AOSP6 OMELHORES

R TÁT E I S
EXAME INFORMÁTICA

EM TE
TESTE
SETEMBRO 2020 ○ N.° 303 ○ MENSAL ○ ANO 25 ○ €4 ○ PORTUGAL CONTINENTAL
PARA QUEM GOSTA DE TECNOLOGIA

CARMO FONSECA
EM ENTREVISTA
NOVAS SOLUÇÕES PARA
DESENVOLVER VACINAS SEGUNDO
A LÍDER DA RNA SOCIETY

CIRURGIA 3D
REALIDADE AUMENTADA
ENTADA APLICADA
AO CANCRO
RO DA MAMA
ACELERE O PC
A

EXAMEINFORMATICA.PT ○ FACEBOOK.COM/EXAMEINFORMATICA
RMAT ○

AS MELHORES TÉCNICAS PARA TORNAR O WINDOWS

MAIS RÁPIDO, FIÁVEL E SEGURO
SEM GASTAR UM CÊNTIMO

ROG GALAXY
ALAXY
PHONE 3
PHO NOTE
OTE 20 AUSCULTADORES
DESEMP
DESEMPENHO
RECORDE PARA
RECORD
O MELHOR
SMARTPHONE
MARTPHONE
ANC
OS GAM
GAMERS DE SEMPRE? TESTE DE GRUPO A HEADPHONES
QUE ELIMINAM O RUÍDO
DOMINE EXTERIOR

O ZOOM
OS SEGREDOS, AS
FUNCIONALIDADES DVD
303 SETEMBRO 2020

E A SEGURANÇA APLICAÇÕES PARA

OTIMIZAR O PC
PEÇA O SEU NA BANCA!
O FUTURO DA ENERGIA NUCLEAR €1,90 O POWERBANK PARA CASA AMEAÇA DO LIXO ESPACIAL
(CONT.)

PARA QUEM GOSTA DE TECNOLOGIA
40
23 Teste de grupo a
ultraportáteis premium:
Microsoft Surface Book 3,
Asus ExpertBook B9,
Lenovo ThinkPad X1 Yoga,
HP Dragonfly, MSI Prestige 14
e Huawei MateBook 14
29 iRobot Roomba 976, o
aspirador robótico de 'gama
média'
30 Auscultadores com
cancelamento de ruído: Jabra
Elite 85H, Harmon Kardon Fly
ANC, JBL Tune750 BTNC e
Sennheiser HD450BT
33 Huawei MatePad 10.4, o tablet
que valoriza a relação
qualidade/preço
34 Primeiro contacto com os
Galaxy Note 20 da Samsung
36 LG ProBeam BU50NST, um
projetor 4K para ambientes
profissionais
37 Fairphone 3
38 A surpresa da Canon: EOS R6
39 Melhor Wi-Fi com os kits Devolo
Magic 2 WiFi Next e Fritz!
40
Powerline 1260E WLAN
Asus ROG Phone 3, a máquina
de jogos
42 Lifestyle: Garmin Instinct Solar
- Surf Edition
44 O monitor portátil EliteDisplay
S14 da HP
45 Como otimizar o sistema do seu
computador sem gastar um
cêntimo
09.2020
56
CARMO FONSECA, PRESIDENTE DO
INSTITUTO DE MEDICINA MOLECULAR
37
FAIRPHONE 3, O SMARTPHONE QUE
56 Carmo Fonseca está à frente QUER AJUDAR A SALVAR O PLANETA
de uma sociedade científica
internacional que junta
especialistas em RNA
60 Os Hololens na sala de operações
63 Máscaras que protegem a
saúde e o ambiente 60
64 Aquacultura otimizada de
ouriços-do-mar COMO A REALIDADE AUMENTADA JÁ
66 Recriar na Terra o processo de MARCA PRESENÇA EM CIRURGIAS
produção de energia do Sol
68 Exploração espacial mais limpa
e segura
70 Ecoflow Delta 1300, um
powerbank gigantesco
71 Ford Tourneo Custom Plug-In
Hybrid
72 Dominar o Zoom
76 Otimizar o desempenho do
armazenamento USB
COMO ACEDER À SUA SEMANAL
78 Consultório: resposta aos Se é assinante digital da Exame
leitores Informática, tem direito à edição
Semanal, que sai às sextas-feiras.
Em exameinformaticadigital.
exameinformatica.pt.
Caso não se encontre registado,
79 Fall Guys: Ultimate Knockout por favor contacte-nos através do
81 Deadly Premonition 2: A Blessing Apoio ao Cliente.
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Shield Expansion Pack 21 870 50 50
(dias úteis das 9h às 19h)
82 LOL: Crtl+Alt+Del,
Tiro ao Lado e Erro de Sistema loja.trustinnews.pt
3
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 EDITORIAL
SÉRGIO MAGNO | DIRETOR
QUANDO NÃO OS PODES
VENCER, BLOQUEIA-OS
D
e acordo com as sondagens, é pouco provável que
Donald Trump seja reeleito presidente dos Estados
Unidos. O que significa que muita coisa pode mudar
no início de 2021 na política americana. Mas, por
enquanto, Trump tem vindo a reforçar as hostilidades perante
as tecnológicas chinesas. Depois de tudo que o se passou com a
Huawei, primeiro com o bloqueio dos serviços Google e, depois,
com o bloqueio ao fornecimento de processadores produzidos pela
TSMC (Taiwan), Trump virou-se para o TikTok (e WeChat). Não
são alvos aleatórios. A Huawei era (e é) uma forte ameaça à in-
dústria de telecomunicações norte-americana na implementação
do 5G, um negócio avaliado em milhares de milhões de dólares.
O TikTok é uma ameaça à hegemonia dos norte-americanos nas
redes sociais, onde se destacam Facebook, Instagram e Twitter.
Neste aspeto, é preciso lembrar que a China não é uma vítima:
foi a China quem bloqueou primeiro os serviços americanos
através do que é conhecido pela ‘grande firewall da China’. Na-
quele país, não é possível usar livremente o Facebook, o Twitter
ou o Google. E não é só, o sofisticado sistema de censura digital
chinês também bloqueia o acesso a vários órgãos de comunicação
social ocidentais. Ambos os países sabem que quem dominar a
tecnologia vai liderar o mundo. Um domínio que não passa apenas
pela economia. Trump sabe que foi graças a muita manipulação
das redes sociais que conseguiu chegar à presidência. Mais uma
razão para não ‘deixar o TikTok por mãos alheias’.
Esta tentativa de Trump conquistar através do bloqueio é
tanto mais evidente quando ficou claro que o TikTok pode evitar
ser banido nos EUA se aceitar ser comprado por uma empresa
americana. E estou convencido que se a Huawei optar por usar
processadores Snapdragon, da americana Qualcomm, o bloqueio
das autoridades dos EUA à marca chinesa vai ser levantado, nem
que seja parcialmente. E talvez seja a única escolha que resta à
Huawei, que não vai poder produzir os chips Kirin na TSMC nem
tem alternativas à altura deste fabricante na China, onde as mais
avançadas fábricas de semicondutores estão duas ou três gera-
ções atrasadas. Ou seja, o governo de Trump está a aplicar uma
política mais sofisticada do que aparenta à primeira vista: limitar
fortemente a possibilidade de empresas chinesas liderarem na
inovação, onde estão as maiores 'fatias do bolo', atirando-as para
o papel secundário que têm tido, que é a produção, deixando as
grandes margens do negócio para as marcas ocidentais. E não me
parece claro que esta política, na sua essência, venha a mudar
mesmo que Trump abandone a Casa Branca.
smagno@exameinformatica.pt facebook.com/sergio.magno
4
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
Proprietária/Editora: TRUST IN NEWS, UNIPESSOAL LDA.
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LIGUE JÁ
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 INSTANTÂNEOS FACEBOOK.COM/
E X A M E I N F O R M AT I C A
Não houve verão da minha PARQUE EÓLICO
infância açoriana sem um FLUTUANTE
WINDFLOAT
espinho de ouriço-do-mar JÁ ESTÁ NA MÁXIMA
enfiado nos pés. Também CAPACIDADE
recordo momentos em que a Delta PJ Pinto

fome apertava e nos atirávamos Nem mesmo assim

baixam os valores
às suas ovas laranja. Agora, da eletricidade.
parece que as gónadas deste O governo/povo a pagar
o MW a 80 ou 90 eur,
invertebrado são uma iguaria
enquanto aqui na vizinha
e há quem esteja a tentar Espanha 40/50eu MW.
produzi-los em aquacultura. Tanta inovação, mas os
p80 lucros assim como as
Sara Sá
despesas são sempre
direcionados para
os mesmos.
Portugal Portugal
Sinais dos tempos: o ano
28/7 às 1:03 ○ Reações ○ 0
passado fui a Amesterdão
conhecer o Samsung Note
10; este ano fui a Lisboa ter JÁ É POSSÍVEL
INICIAR O WINDOWS
contacto com o Note 20,
95 DENTRO
com as devidas precauções DE MINECRAFT
de segurança impostas pela E JOGAR DOOM
pandemia. Apesar das Gilberto Coutinho Inception

condicionantes, é bom ver 27/7 às 16:52 ○ Reações ○ 2

que o setor não para.

p34
Paulo Matos CONHEÇA
O CENTRO
TECNOLÓGICO
E NUCLEAR,
Se esta fotografia podia ter
EM LOURES,
sido tirada na areia enquanto ÚNICO NA
restabelecia os níveis de PENÍNSULA
vitamina D? Podia, mas não IBÉRICA
era a mesma coisa. Mas um Carlos Marxo Dias
A parte do "nuclear"
destes quatro auscultadores deixou de fazer muito
ainda vai a tempo de ser a sentido quando
desmantelaram o reactor
sua companhia para o que
nuclear experimental.
falta gozar do verão. Este reactor foi
Rui da Rocha Ferreira construído no contexto
p30 do Programa Nuclear
Português, suspenso
pelo Cavaco Silva e
terminado pelo Guterres,
iniciando a histeria da
A Canon EOS R6 é uma ecotreta em Portugal.
câmara mais importante Portugal apenas produz
do que aparenta. Isto cerca de metade da
electricidade que
porque traz a Canon, consome. Metade da
definitivamente, para a era electricidade é importada
ou gerada em centrais
das mirrorless sem que
termoelectricas que
isso signifique qualquer queima carvão e gás.
concessão relativamente Como não temos carvão,
nem gás, importamos tudo
às reflex (SLR) isto também. (...)
Sérgio Magno 7/8 às 11:11 ○ Reações ○ 0
p38

ESTE ROBÔ
DESINFETA
HOSPITAIS
E JÁ FOI TESTADO
ESTAMOS EM TODOS
NOVO EM VALONGO
OS DISPOSITIVOS Flavio Santos Ponham isso
dentro dos aviões JÁ
A Exame Informática
31/7 às 17:26 ○ Reações ○ 0
está disponível para
smartphones, tablets e PCs em
exameinformaticadigital.exameinformatica.pt

6
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 LIGA-TE A
UMA NOVA FORMA
DE APRENDER

SAMSUNG
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Já foram apelidados
de brilhantes, génios,
visionários e apresentados
como os próximos ídolos
e forças dominantes do
mundo da tecnologia.
Mas nem todas as ideias
que prometem mudar o mundo
têm um final feliz e estes
são alguns dos ‘anjos caídos’
de Silicon Valley
Texto: Rui da Rocha Ferreira Fotos: D.R.

CAÍDOS EM
DESGRAÇA 8
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 ANDY RUBIN
Durante largos anos, Andy
Rubin gozou do estatuto de
‘semi-deus’ em Silicon Valley
– afinal de contas, este é
considerado o ‘pai’ do sistema
operativo Android, o mais
popular em todo o mundo. Em
2014, o norte-americano saiu
da Google, naquela que se
julgou ser uma decisão para
iniciar um novo projeto. Esse
projeto nasceu mesmo – a
startup Essential, responsável
pela criação de smartphones
topo de gama com o mesmo
nome. Mesmo sem grande
sucesso comercial, a Essential
tinha grande cobertura
mediática. Até que a bomba
estourou. Andy Rubin não saiu
simplesmente da Google – foi
afastado, depois de ter sido
acusado por uma funcionária
de assédio sexual. Apesar
das alegações graves contra
o executivo, a Google ainda
lhe deu uma compensação
de 90 milhões de dólares,
uma decisão que motivou
fortes críticas. Mais tarde,
em 2019, foi acusado de estar
por trás de uma rede sexual –
com Rubin a dizer que é mentira.
Em fevereiro de 2020, a
startup de alto perfil que criou,
a Essential, declarou falência e
encerrou operações.
ANTHONY
LEVANDOWSKI
Se há carros que já conduzem
sozinhos, mesmo em ambiente
urbano, uma parte desse
trabalho deve-se a este
norte-americano. Em 2009, foi
um dos fundadores da divisão
de carros autónomos da Google
e que daria origem à empresa
Waymo. Mas quando em 2016
saiu para fundar uma startup,
chamada Otto, e poucos meses
depois vendeu esse negócio
à Uber por 680 milhões de
dólares, Levandowski viu-se
metido numa embrulhada legal.
Resultado: foi condenado,
em agosto deste ano, pelo
roubo de segredos comerciais
e propriedade intelectual da
Waymo. O próprio já veio pedir
desculpa aos colegas que teve
na Google pela usurpação de
documentos que viriam a ser
usados na startup que fundou,
alguns dos quais acabaram
nas mãos da Uber (a Waymo
e a Uber chegaram a acordo
num julgamento em separado).
Apesar do reconhecimento
público da genialidade de
Levandowski, o guru dos carros
autónomos vai, em breve, ter de
cumprir 18 meses de pena de
prisão e ainda pagar uma multa
de quase 680 mil euros.
ADAM NEUMANN
A WeWork também já figurou na
lista das startups mais valiosas
do mundo – chegou a valer
47 mil milhões de dólares (!). O
negócio? A empresa comprava
ou alugava edifícios em cidades,
renovava fachadas e interiores
de acordo com o espírito de
escritórios ‘cool’ que Silicon
Valley tanto popularizou e
alugava ou subalugava depois a
outras empresas. Apesar de ter
aberto 425 escritórios em 36
países, a operação da WeWork
nunca deu lucro. O seu maior
cartão de visita era mesmo
o fundador Adam Neumann,
norte-americano conhecido
por ser um bom negociador
e por galvanizar os clientes
numa missão de construir um
mundo melhor com base numa
cultura empresarial moderna.
Em 2019, após a empresa
submeter documentos para
um processo que culminaria
com a entrada na bolsa de
valores através de uma Oferta
Pública Inicial, Neumann foi
afastado do cargo de CEO pelos
investidores, após descobrirem
que o negócio não era, e estava
longe de ser, lucrativo. Em
outubro a empresa foi salva por
um dos maiores investidores,
a Softbank – empresa que
Neumann está a processar.
ELISABETH
HOLMES
Os olhos azuis grandes, as
camisolas pretas de gola alta
e a voz grave tornaram-se na
imagem de marca daquela que
entre 2010 e 2016 foi uma
das figuras mais cintilantes de
Silicon Valley. Foi comparada
inúmeras vezes a Steve Jobs,
cofundador da Apple e figura
por quem Elisabeth Holmes
tinha grande admiração. Foi
capa em prestigiadas revistas
de economia e tecnologia. A
empresa de equipamentos
de testes sanguíneos que
criou, chamada Theranos,
chegou a estar avaliada em
nove mil milhões de dólares.
Prometia, numa pequena
máquina e com apenas uma
gota de sangue recolhida do
dedo do utilizador, realizar
dezenas de testes clínicos.
As máquinas existiam e os
testes eram feitos, mas
muitas vezes com resultados
errados ou com recurso, na
realidade, a máquinas da
concorrência – tudo sem
que os muitos e poderosos
investidores da empresa
soubessem. Em 2015, o The
Wall Street Journal começou
a expor práticas duvidosas
da startup e esse foi o início
da derrocada de Elisabeth
Holmes. Agora aguarda
julgamento por crimes de
fraude financeira e eletrónica,

TRAVIS KALANICK depois de já ter chegado a

um acordo com a entidade
reguladora do mercado
Se estes empreendedores fossem definidos por um cognome, então o de Travis Kalanick seria ‘O Tenaz’ mobiliário, a Comissão de
– um ícone do mote “move fast, break things” (move-te rápido, parte coisas, em tradução livre), numa Títulos e Câmbio dos Estados
alusão à força que uma revolução tecnológica pode ter em contornar regras que parecem inabaláveis. Unidos (SEC em inglês) – foi
O problema é quando essa ambição torna-se quase desmedida e não conhece limites. Resultado: obrigada a devolver todas as
uma cultura tóxica na Uber, de machismo e assédio sexual, que levou ao afastamento de dezenas de ações que tinha na empresa,
funcionários; rastreamento dos utilizadores mesmo depois de estes terem desinstalado a aplicação a pagar uma multa de 500
e que quase valeu à Uber a expulsão da App Store da Apple; criação de uma ferramenta para perceber mil dólares e está afastada
quais utilizadores eram polícias e mostrar-lhes uma versão diferente da app; e esconder um de cargos de direção em
mega-ataque informático que roubou dados de 57 milhões de utilizadores. A gota final foi um vídeo empresas públicas por um
no qual Kalanick discute com um motorista da Uber. Pouco depois foi afastado da empresa. período de 10 anos.

9
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 APPS
ProtonVPN
Uma forma de
ligar-se a redes
privadas virtuais
GRATUITO (VPN) para simular
(COMPRAS
INTEGRADAS)
que está noutro
ANDROID país e aumentar
iOS a privacidade da
navegação online.
A versão gratuita
dá acesso a três
localizações.

Star Walk 2 Free

Uma introdução
ao mundo da A TV tem 20 algoritmos para
astronomia sob adaptar imagem e som ao conteúdo
a forma de app.

XIAOMI LANÇA TV OLED

GRATUITO
(COMPRAS Apenas precisa
INTEGRADAS)
ANDROID
de apontar o
iOS
smartphone ou

COM ECRÃ TRANSPARENTE

tablet para o céu para
começar a explorar
no ecrã inúmeras
estrelas, satélites
e cometas.
Decore o nome Mi TV Lux OLED Trans- do televisor, que incorpora toda a tec-
TheNews.im
parent Edition, pois promete tornar-se nologia que permite dar vida ao painel
Esta app junta
notícias de meios no primeiro televisor de grande produção produzido pela fabricante chinesa – mas
de comunicação com um ecrã transparente. É importante que ao que tudo indica, tem por base a
GRATUITO internacionais de salientar que não é a primeira TV trans- tecnologia de OLED transparentes da LG.
ANDROID tecnologia e agrega parente a ser apresentada, mas a Xiaomi Como consequência, a espessura do ecrã é
iOS ainda as publicações
promete fazer ‘barulho’ a ponto de ser a muito reduzida e o televisor praticamente
mais populares de
plataformas tão primeira a ser mais facilmente encon- não tem margens, à exceção da parte
diferentes como trada em casa dos utilizadores – isto se o inferior. Em termos de especificações,
a Hacker News, preço equivalente a 6100 euros não for garante ainda uma taxa de atualização de
Medium, Github e um entrave, claro. O televisor utiliza um 120 Hz, um tempo de resposta de apenas
Reddit, entre outros. painel OLED transparente de 55" que, um milissegundo e uma profundidade
Free Now quando está desligado, fica totalmente de cor de 10 bits (cada cor primária tem
Começou por transparente. Conjugado com pequenas 1024 variações de tons). A empresa criou
chamar-se MyTaxi, animações – como uma borboleta a voar, ainda uma nova interface, pensada es-
mas mudou de como a marca demonstrou –, parece que pecificamente para o ecrã transparente,
GRATUITO nome e estratégia. estes elementos estão a flutuar diante e tem uma funcionalidade de ecrã sem-
ANDROID Agora integra
dos olhos do utilizador. Já quando está pre ‘acordado’ que permite ao utilizador
iOS igualmente a Kapten,
transformando- totalmente ligado, emite imagens e cores configurar que elementos aparecem no
-se assim numa tal como seria de esperar de um televisor ecrã quando está desligado. Por agora o
plataforma de normal, mas sempre com transparência Mi TV Lux OLED Transparent Edition só
mobilidade que à mistura. Parte do segredo está na base está disponível na China. R.R.F.
reúne TVDE, táxis,
trotinetes e bicicletas
elétricas numa única
app. Disponível
na grande Lisboa
e grande Porto. RUMOR
Cross Land
Translator
Uma ferramenta
PREÇOS DA PLAYSTATION 5 REVELADOS PELO... CARREFOUR?
capaz de traduzir Listagens de produtos em sites como a Amazon e o eBay revelam muitas vezes,
GRATUITO texto, voz e páginas
ANDROID da Internet para de forma antecipada, os preços de gadgets muito aguardados pelo mercado.
mais de 50 línguas.
Ocupa pouco espaço Desta vez a fuga de informação veio do site francês do Carrefour: a PlayStation 5
de armazenamento Digital Edition foi listada a €399 e a PlayStation 5 com leitor de discos a €499.
e aposta na rapidez
da tradução. No mesmo site havia ainda um preço para a Xbox Series X – também era de €399
10
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 PESSOAS

“A Tesla está dois anos Hackers chineses infetaram

à frente em termos sistemas de redes de fabricantes
de semicondutores em Taiwan
de computação e arquitetura
de software, bem como

ROUBOS, RESGATES E
na condução autónoma”
MARKUS DUESMANN
O CEO do grupo Audi admite
publicamente a desvantagem e refere

PROMESSA DE SANÇÕES
que os Tesla têm baterias maiores
porque foram construídos em torno
desse componente z Handelsblatt

“É um cálice envenenado”
BILL GATES
O filantropo não está otimista
com os resultados da potencial
aquisição do TikTok por parte
da Microsoft z Wired
A empresa de cibersegurança CyCraft con-
duziu uma investigação onde concluiu que,
pelo menos, sete fabricantes de semincon-
dutores de Taiwan foram vítimas da ope-
ração Skeleton Key, uma ação orquestrada
por um grupo de hackers a soldo do gover-
no da China. As intrusões destinaram-se a
obter o máximo de propriedade intelectual
possível, ‘açambarcando’ tudo, desde có-
digo-fonte a kits de desenvolvimento de
software e ao design dos chips. Os fabri-
cantes em questão não foram identificados,
mas os hackers foram ligados ao grupo
Winnti, também apelidado de Barium ou
Axiom. Os cibercriminosos terão acedido
às redes das vítimas através das ligações de
VPN e depois usaram uma versão persona-
lizada da ferramenta de teste de penetração
Cobalt Strike, disfarçada de ficheiro de
atualização do Google Chrome, com um
servidor de comando e controlo nos ser-
viços cloud da Google ou da Microsoft para
não levantar suspeitas.
Curiosamente, e não diretamente rela-
cionado com este caso, a União Europeia
revelou que, pela primeira vez, vai aplicar
sanções económicas contra três nações
(China, Rússia e Coreia do Norte) acusa-
das de orquestrarem ataques informáticos
contra indivíduos e empresas. Isto numa

“A Comissão está ciente

das preocupações em torno
das regras da App Store
É FAZER AS CONTAS
da Apple”

100
25
ARIANNA PODESTA Capacidade de produção
A porta-voz da Comissão Europeia
reage às queixas de Facebook e energética, em megawatts
Microsoft sobre como a Apple
apresenta os sistemas de jogos dos milhões (MW), do parque eólico
principais rivais e as regras restritivas
de acesso à loja de apps z Reuters Idade, em anos, de micróbios que flutuante instalado ao
foram encontrados com vida, a 5700 largo de Viana do Castelo
metros de profundidade no oceano
Pacífico, por investigadores japoneses e que já está operacional

“Tão nojento ver as chamadas

“Tendências” do Twitter, onde
taaantas tendências são sobre
mim, e nenhuma é boa”
DONALD TRUMP
O presidente americano considera a
funcionalidade da rede social ridícula,
ilegal e injusta z Twitter
160
Número de nomeações que as séries da Netflix
conquistaram na corrida aos Emmys, prémios de
televisão, superando de longe as rivais HBO (107),
Amazon (30), Disney+ (19) e Apple TV+ (18)
1000
milhões
Smartphones Android que
estão vulneráveis depois de
terem sido descobertas 400
falhas em chips Snapdragon

12
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 PUBLIREPORTAGEM

MAGIC 2 WIFI NEXT:

NOVA GERAÇÃO WIFI MESH
COM O POWERLINE MAIS RÁPIDO

SOBE & DESCE

Escola 42
Chega a Portugal depois
de se ter transformado
num enorme sucesso em
França, onde começou,
e também em Espanha
ou nos Estados Unidos.
Esta escola de
programação, totalmente
gratuita e que não exige
formação prévia, assenta
num modelo de interajuda
e aprendizagem autónoma
e apresenta uma taxa A devolo acaba de fazer upgrade ao topo da gama dos seus adap-
de colocação dos seus tadores powerline com WiFi com os novos Magic 2 WiFi next –
alunos de cem por cento. mantendo o preço, mas oferecendo mais funcionalidades e ainda
Duas semanas após
melhor desempenho.
a apresentação,
inscreveram-se 2400 Uma vez que a devolo já usa o melhor chipset powerline do mer-
candidatos para 150 vagas. cado na gama Magic 2, o foco destes novos adaptadores esteve na
melhoria das funcionalidades WiFi. Os Magic 2 WiFi next aumen-
Campeão elétrico tam a velocidade através da tecnologia MU-MIMO (MIMO multiu-
António Félix da Costa tilizador), a qual melhora o desempenho WiFi ao tornar possível
sagrou-se campeão fornecer a múltiplos dispositivos, e em simultâneo, a melhor capa-
mundial de Fórmula E,
cidade de transmissão sem fios.
a principal competição
internacional de veículos MU-MIMO: WiFi eficiente
elétricos. Além de ser mais
uma página importante Na prática, isto significa que quando uma série em 4K está a ser
na história do desporto transmitidos na sala, os mais novos estão a jogar online num tablet e
português, a conquista
de Félix da Costa pode
uma videochamada está a ser feita no escritório, o MU-MIMO contro-
inspirar uma nova geração la os fluxos de dados Wi-Fi de forma mais eficiente e num processo
de pilotos, já totalmente totalmente automatizado e transparente para o utilizador.
dedicada aos veículos
elétricos, e ajudar Portugal WiFi Mesh mais completo
a conquistar um espaço
importante neste novo Toda a gama devolo Magic oferece Mesh WiFi, mas o Magic 2 WiFi
segmento desportivo. next vai mais longe, ao adicionar “access point steering” ao seu le-
que de funcionalidades Mesh: o cliente é ligado ao ponto de acesso
WiFi mais forte na sua proximidade, para que o smartphone, tablet
Cópia descarada ou outro dispositivo móvel obtenha sempre a velocidade mais rápi-
Os responsáveis da da, mesmo quando o utilizador está a andar pela casa.
Facebook parecem fãs As funcionalidades Mesh WiFi do novo devolo Magic 2 WiFi next
da citação "a imitação são complementadas por funções adicionais como “fast roaming”,
é a forma mais sincera
“band steering”, “airtime fairness” e “config sync” (SSID único),
de elogio" e decidiram
'homenagear' o TikTok que já são usadas em todos os adaptadores Magic WiFi.
com o lançamento da
funcionalidade Reels no
A melhor rede, automaticamente
Instagram. Nada de novo
O “fast roaming” (ou “client steering”) garante uma ligação rápida
depois de terem feito o
mesmo com as stories do dos clientes ao ponto de acesso WiFi mais forte, mas a ativação é
Snapchat. feita pelo utilizador. O “band steering”, integrado nos adaptadores
WiFi Magic 2, assegura que todos os clientes WiFi são automatica-
Sempre o TikTok mente ligados à melhor banda de frequência possível – em vez da
O Wall Street Journal frequentemente congestionada banda dos 2,4 GHz, os clientes usam
revelou que as autoridades
automaticamente a banda dos 5 GHz, sem intervenção do utilizador.
norte-americanas têm
razão para desconfiar da Velocidade para todos
forma como a rede social
TikTok trata os dados: a Graças à função “airtime fairness”, os clientes mais rápidos obtêm
app contornou medidas mais disponibilidade (tempo de ligação ao ponto de acesso WiFi) e já
de segurança do Android
são abrandados por clientes mais antigos e lentos. O “config sync”
para conseguir rastrear
os endereços MAC dos permite que os dados de configuração WiFi (nome da rede e respeti-
smartphones. va password) sejam sincronizados entre todos os pontos de acesso
Magic.
Os adaptadores Magic 2 WiFi next estão disponíveis em Portugal
desde o final de junho.
13
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA Mais informação em https://www.devolo.pt/magic-2-wifi-next

COMPREENDER O FUTURO
BIOHACKING
Esta prática é definida pela otimização do funcionamento do corpo
humano – nem que para isso seja necessário introduzir tecnologia
Estamos habituados a associar a palavra
hacking a intrusões mal intencionadas em
sistemas informáticos, mas o termo é mais
abrangente – significa encontrar maneira
de dar outra funcionalidade a algo, além
daquela pela qual foi criada em primeiro
lugar. Por exemplo, há pessoas que são
especialistas em ‘hackear’ mobiliário,
tornando-o muito mais funcional. E aplicar
a mesmo lógica ao corpo humano? É aqui
que nasce o conceito de biohacking, que na
prática significa otimizar o funcionamento
do corpo para que consiga fazer mais e
melhor. Existem três grandes motivações
que levam as pessoas a praticar biohacking:
melhorar o desempenho numa tarefa
específica; tentar aumentar a longevidade;
ou dar ao corpo funcionalidades que não
tem. E dependendo do objetivo pretendido,
as atividades de biohacking podem ser
mais ou menos intrusivas. Um exemplo
comum é o registo de informação, por
meio de wearables, dos ciclos de sono –
mediante a informação, é possível depois
criar práticas e hábitos para ‘forçar’ o
corpo a dormir melhor. Mas dentro do
biohacking, o transhumanismo é uma das
áreas que começa a ganhar maior destaque
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
“COMPREENDER
O FUTURO”
É UMA PARCERIA ENTRE A
EXAME INFORMÁTICA E A
ALTICE EMPRESAS PARA
EXPLICAR NOVOS CONCEITOS
NA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
É
IMPORTANTE
PORQUE…
– na prática significa a incorporação Com o
de tecnologia para melhorar e evoluir o desenvolvimento
da robótica
corpo. Neil Harbisson, conhecido como
e da Inteligência
o homem-ciborgue, tem uma antena na Artificial, há quem
cabeça que lhe permite ‘ouvir’ cores. A acredite que,
artista Moon Ribas tem um sensor num para o Homem
se manter
braço que vibra sempre que há um tremor
competitivo, terá
de terra, para que possa dançar ao ‘som’ de evoluir – um
do mundo. A empresa Epicenter, de caminho que
origem sueca, implanta chips no corpo passará muito pela
integração
dos funcionários (nos que o permitem)
de sensores,
para que possam abrir portas, ativar chips e módulos
impressoras e comprar alimentos em tecnológicos no
máquinas de venda automática. Elon tecido biológico
Musk, o conhecido empreendedor sul-
africano, através da empresa Neuralink,
está a desenvolver implantes cerebrais
que vão permitir comunicar através do
pensamento e carregar novas informações
(upload) para o cérebro. A Universidade
da Califórnia, nos EUA, está a desenvolver
tatuagens eletrónicas que monitorizam os
níveis de glicose no sangue, essencial para
pessoas com diabetes. Seja por comodismo
ou por necessidade, o biohacking promete
continuar a ganhar cada vez mais adeptos
– e, se quiser fazê-lo, procure sempre
ajuda de um profissional de saúde.
14
 RUÍDO NA REDE
PEDRO MIGUEL OLIVEIRA | DIRETOR DE PARCERIAS E NOVOS NEGÓCIOS

TIKTOK, O PRESENTE
ENVENENADO PARA A MICROSOFT POR ESSE
MUNDO FORA...

N
ão estão fáceis os tempos para as empresas chinesas que fazem
negócio internacional. Já sabemos o que a Huawei tem sofrido (e
ainda aguardamos a apresentação de provas dos alegados softwares Nuggets de frango
espiões que estão nos equipamentos das marca); e agora chegou criados em impressora 3D
A KFC juntou esforços com a 3D
a vez de Trump olhar para aquela que é a rede social mais popular entre os
Bioprinting Solutions da Rússia
jovens - a TikTok. A rede pertence a uma empresa chinesa e tem ramificações para criar tecnologia que ‘imprima’
por todos os continentes. As alegações de que o governo chinês pode estar a os populares nuggets de frango
utilizar software espião para obter informações dos utilizadores do TikTok já da marca. A cadeia de fast food
fez com que o serviço fosse banido da Índia, por exemplo. Trump também vai fornecer ingredientes como as
especiarias e o pão ralado e a 3D
desconfia e quer que a filial da empresa nos EUA seja comprada por uma
Bioprinting Solutions, por sua vez,
empresa norte-americana. A Microsoft tem agora 45 dias para concretizar vai tentar imprimir carne de frango
um negócio que pode trazer-lhe milhões de utilizadores. em impressoras 3D, com recurso
O que ganha a Microsoft com este negócio? Uma potencial dor de a células de frango e material de
cabeça gigante. Vamos por partes, só desde a entrada de Satya Nadella é plantas. Os testes começarão em
Moscovo no outono.
que a Microsoft começou a abrir-se ao mundo. Até aí, colocar o Office a
trabalhar no iOS e nos iPad era tida como um crime de extrema gravidade
para qualquer VP da Microsoft que o sugerisse à administração. A empresa Os falsos apoiantes
estava murada e agarrada a um negócio baseado no licenciamento de romenos de Trump
O Facebook removeu 35 contas
software. Foi preciso perder a 'guerra das plataformas móveis' para que e três páginas criadas a partir da
a empresa do Windows percebesse que o mundo tinha mudado. Com a Roménia que se faziam passar por
saída de Ballmer e a entrada de Nadella, a Microsoft virou-se para a Nuvem utilizadores dos Estados Unidos, a
e colocou as suas plataformas disponíveis no maior número de sistemas. que se juntam mais 88 contas do
É esta a empresa que pode vir agora gerir um pesadelo chamado TikTok. Instagram. Esta rede dedicava-se
a publicar mensagens e conteúdos
Porquê “pesadelo”? A empresa criada por Bill Gates não tem experiên- relevantes para a vida política
cia na gestão de redes sociais. Afinal, a sua principal experiência é com americana, sempre com uma visão
a LinkedIn, que é uma rede profissional que quase se auto-regula pelos alinhada com a de Donald Trump.
utilizadores. Imagine-se a dor de cabeça que vai ser controlar os conteúdos
de uma rede como a TikTok... com milhares de conteúdos a terem de ser
filtrados a todo o momento! E não podemos esquecer toda a componente
de segurança: garantir que a plataforma é entregue sem qualquer 'bura-
co' que permita a possível entrada de piratas. Depois, todo o esforço de
desenvolvimento que é necessário para a manter vigiada e à prova de
ataques. Ou seja, uma dor de cabeça impensável para uma empresa que
tem a sua maior força, reforço, em soluções para o mercado profissional.
E depois há a questão de pensar até quando é que esta rede vai continuar
a crescer? Até porque a Microsoft não está a comprar toda a operação fora
da China. É preciso não esquecer que a Instagram está neste momento a Robô autónomo em
colocar em prática a Reels, que vai permitir aos utilizadores desta rede supermercado português
terem todas as funcionalidades do TikTok, incluindo o excelente algoritmo A Auchan está a testar um robô
desenvolvido pela tecnológica
de recomendação que é o grande delta da rede chinesa. Aliás, a grande
lusa Trax para detetar ruturas de
maioria dos criadores de conteúdos que estão na TikTok aconselham as stock e problemas como a falta
pessoas a acompanhá-los no Instagram – com o Reels e com o dinheiro de preços nos corredores do
que a empresa de Zuckerberg está a despejar em alguns utilizadores da hipermercado de Alfragide.
TikTok para que mudem de casa... é importante perguntar até que ponto
é que esta rede vai continuar a ter pertinência.

16
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

CONHEÇA MENSALMENTE
TODAS AS NOVIDADES QUE
ESCOLHEMOS PARA SI!
LEVI’S® X PEANUTS®
O Charlie Brown tornou-se
conhecido pelas suas Inúmerass
tar
tentativas - e falhanços – a tentar
chutar e acertar numa bola.
Claramente, entre a família
Peanuts®, o Snoopyy
é o verdadeiro atleta. a.
Do futebol americano, no,
ao ténis, passando
pelo basebol e até
pelo skate, basta dar ar
uma vista de olhoss aos
bermos
livros, para percebermos
que o melhor amigo igo do
ade,
Charlie é na verdade,
um atleta nato!
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“STUDIO” DAVID CARREIRA
X SEASIDE
Assinada por David Carreira é lançada,
a partir de 8 de julho, “Studio” David Carreira
x Seaside, uma Coleção que transmite
energia e estilo, e reforça a vontade
de ir mais longe, nos palcos da vida,
vencendo desafios e incentivando
a compra do que é nacional!
É uma Coleção unissexo, e daí a presença
da irmã, Sara Carreira, para participar
na sessão fotográfica e contribuir para
efo
forç
rço de uma Campanh
o reforço Campanha ha
o ta aoo tema daa igualdade
or
que se reporta
ro, apresentando-se
de género, apresentanddo-se como
uumaa coleçã
um ão inclusiva.
coleção
SALES GROUP
A Sales Group disponibiliza agora aos
seus clientes máscaras sociais certificadas
personalizáveis, contando com a parceria
de uma empresa portuguesa esa de referência
tria têxtil pela qualidade e inovação
na indústria
dos seus produtos. São máscaras 100%
nacionais, reutilizáveis, certificadas pelo
CITEVE para proteção de nível 2 e 3
contra a Covid-19.
LG OLED GALLERY
CHEGA A PORTUGAL
COM UM DESIGN
ELEVADO AO
MUNDO DA ARTE
A nova linha Gallery da
LG é a personificação do
design e da tecnologia
ao mais alto nível. Sendo
reconhecida pelo
desenvolvimento de
televisões únicas, com
um design inovador e
totalmente vanguardista,
a LG Electronics voltou a superar-se com a série GX – Gallery Design, a
nova linha de OLED TVs que combinam engenharia e design ao mais alto
nível em produtos sublimes inspirados no mundo da arte.
 ZOOM

A CASA QUE SERÁ IMPRESSA EM MARTE

Marsha é o nome do projeto que ganhou o prémio da NASA para melhor habitat
para ser usado em Marte. Trata-se de uma casa oval impressa em 3D

ALTURA DIÂMETRO MATÉRIAS PRIMAS TÉCNICA DE PRODUÇÃO

CERCA DE

QUATRO 5 BASALTO E
PLÁSTICO ORGÂNICO
3D
ANDARES METROS IMPRESSÃO

UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS LOCAIS

Os habitats Marsha serão construídos por impressão
3D controlada por robôs autónomos. O material de
impressão é uma mistura de basalto, um tipo de rocha
abundante na superfície de Marte, com PLA, um plástico
orgânico criado a partir de plantas. O PLA funcionará,
simultaneamente, como a cola e a massa que vai
preencher os espaços e o basalto dará a resistência.
O que significa que as casas Marsha só poderão ser
construídas após existirem plantações em Marte.

VISTA PARA MARTE

Uma das características mais distintiva deste projeto
relativamente aos concorrentes é a habitabilidade.
Nas casas Marsha há vários andares, incluindo
zonas comuns e zonas privadas. Há, até, janelas para
ver o que se passa na superfície. Características
consideradas fundamentais para garantir uma boa
saúde mental dos astronautas. Muito diferente de
outras soluções que criam uma sensação de maior
isolamento e/ou de falta de privacidade.
‘OVO DE COLOMBO’
O formato de ovo garante uma
grande solidez estrutural ao
mesmo tempo que reduz a área
de contacto com a superfície
de Marte, importante para
evitar problemas causados por
movimentos tectónicos. Este
design garante ainda maior
facilidade da construção por
impressão 3D, nomeadamente
na criação de duas paredes
(uma externa e outra interna)
para reduzir os efeitos das
radiações.
TEXTO: SÉRGIO MAGNO FOTOS: D.R.

18
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

INTEL DEIXA-SE
ATRASAR… NOVAMENTE
Enquanto anunciava os últimos resul-
tados financeiros, a Intel confirmou
que, na melhor das hipóteses, vai co-
meçar a produzir chips com processo
de fabrico de 7 nanómetros em 2022.
Ou seja, muito depois do inicialmen-
te previsto. E, ainda mais importante,
muito depois de concorrentes como a
AMD, Samsung e TSMC, que já produ-
zem processadores de 7 nanómetros
desde 2018. Mesmo considerando que
há diferenças nos processos de fabrico,
esta decisão vem comprovar que a Intel
perdeu a liderança no processo contínuo
de miniaturização dos processadores.
Um processo que até originou a conhe-
cida Lei de Moore, criada por um dos
cofundadores da Intel.
A situação poderá ainda ficar um pou-
co mais complicada para a Intel se se
confirmarem as notícias que indicam
que a Samsung se vai juntar à AMD e
B U Z Z WO R D
STARLINKED
Ser 'starlinked' é fotografar grandes áreas do céu noturno, sempre com tempos
de exposição (shutter speed) prolongados, e ficar com a imagem estragada
pela passagem dos satélites Starlink, da empresa com o mesmo nome fundada
por Elon Musk. A passagem do cometa Neowise evidenciou este problema.
Os Tiger Lake
chegam em setembro
e representam os
Core de 11º geração
ARM para criar uma geração de chips
móveis. Aqui, o principal alvo é a Qual-
comm, que produz os processadores
Snapdragon. Mas, considerando a ten-
dência de se utilizar chips com arqui-
tetura ARM em PCs, esta união poderá
afetar muito o mercado dos processa-
dores para portáteis que a Intel lidera.
Nos grandes servidores, a IBM vai chegar
aos 7 nm brevemente com os Power10.
Entretanto, a Intel vai focar-se no
crescimento do portefólio de CPUs Intel
Core de 10 nm, com os primeiros Tiger
Lake a chegarem ao mercado em breve
e os primeiros CPU Ice Lake para ser-
vidores planeados para o fim do ano.
No segundo semestre de 2021, a Intel
vai lançar os chips com nome de código
Alder Lake, o que inclui novos chips de
10 nm para desktop um nova CPU para
servidores, também de 10 nm, com nome
de código Sapphire Rapids. S.M.
19
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
TWEETS
T WEETS
W
Xbox Series X
chega sem Halo Infinite
#Jogos A Microsoft tornou
oficial a informação de
que a nova consola chega
ao mercado em novembro.
Contudo, Halo Infinite foi
adiado para 2021. A empresa
deverá ainda lançar uma
segunda consola, de custo
mais baixo, chamada Xbox
Series S.
Rui Pinto: libertado e a
cooperar com o Estado
#Justiça Após mais de um
ano de prisão preventiva,
o hacker foi libertado e
colocado numa residência
segura sob vigilância da PSP.
O responsável pelo Football
Leaks e Luanda Leaks terá
revelado as passwords dos 10
discos rígidos apreendidos e
cooperará com as autoridades
como investigador.
ARM está à venda
e Nvidia interessada
#Gigantes O grupo japonês
SoftBank está interessado
em vender a ARM e a Nvidia
parece ser a principal
interessada. A Apple terá
avançado com discussões
preliminares para a aquisição,
mas teve receio de que os
reguladores considerassem
que ficaria em abuso
de posição dominante.
Astronautas regressam
'à boleia' da SpaceX
#História Os passageiros
da Crew Dragon da SpaceX
conseguiram pousar no mar do
Golfo do México em segurança
e fizeram História: pela
primeira vez, uma empresa
privada conseguiu transportar
dois astronautas até à
Estação Espacial Internacional
e trazê-los de volta.
Huawei sem chips
para smartphones
#Guerra A marca chinesa
confirmou que os fabricantes
não aceitaram mais
encomendas para lá de
15 de setembro e que não
vai conseguir produzir
mais chips Kirin de topo
para os seus smartphones.
SUPERCOMPUTADORES
TAMBÉM SÃO ÚTEIS Galáxia vista pelo
ALMA sob o efeito

ÀS PME lente gravitacional e a

imagem reconstruida

Um supercomputador não serve apenas

'GÉMEA' DA VIA LÁCTEA

para cientistas fazerem cálculos compli-
cados. Podem ser muito úteis à indústria,
mesmo às pequenas e médias empresas.

DESCOBERTA A 12 MIL
Esta é a premissa de um projeto de in-
vestigação liderado pela Universidade de
Coimbra (UC) que para o demonstrar irá

MILHÕES DE ANOS LUZ

aplicar os poderes da supercomputação
numa empresa de moldes. O consórcio
estabelecido entre a UC e o Centro Tecno-
lógico da Indústria de Moldes, Ferramen-
tas Especiais e Plásticos (CENTIMFE), da
Marinha Grande, irá começar por apoiar
uma empresa nacional no desenvolvimen-
to de ventiladores inovadores que reduzam
substancialmente o ruído dos sistemas de
ar condicionado automóvel e que pode-
rão ser integrados na próxima geração de
veículos elétricos. “A computação de alto
desempenho permite otimizar processos
e aumentar a produtividade, assim como
reduzir custos e aumentar a qualidade e
a velocidade da produção”, afirma o res-
ponsável pelo projeto, da UC, Pedro Vieira
Alberto. Neste projeto serão utilizados pro-
cessadores de 64 núcleos que irão executar
sofisticados e complexos cálculos a um
ritmo “ultrassónico”, equivalentes a 250
mil horas de computação tradicional num
só processador. S.S.
É jovem e está a formar estrelas a bom ritmo. Porém mantém-se ordeira e
organizada – o que está a surpreender os cientistas. Observações do teles-
cópio ALMA no Chile mostraram, pela primeira vez, uma galáxia parecida
com a Via Láctea, embora numa fase muito mais precoce da existência,
quando o Universo tinha apenas 1,4 mil milhões de anos. Com o nome de
código SPT0418-4, a galáxia está a 12 mil milhões de anos luz, o que significa
que a sua luz demorou todo este tempo até chegar às antenas do telescópio
situado a cinco mil metros de altitude em pleno deserto do Atacama. E vem
contrariar a teoria que aponta para um Universo primordial conturbado e
turbulento. “O que descobrimos era bastante intrigante; apesar de estar a
formar estrelas a uma taxa elevada e, consequentemente, ser um local de
processos altamente energéticos, a SPT0418-47 é a galáxia de disco mais bem
ordenada que alguma vez observámos no Universo primordial,” explica em
comunicado uma das autoras do artigo científico publicado na revista Na-
ture, Simona Vegetti, do Instituto Max Planck de Astrofísica. Um resultado
inesperado que obriga a repensar os processos que se seguiram ao Big Bang.
Esta observação também é importante pelo facto de mostrar que as estruturas
características de galáxias espirais próximas e da nossa Via Láctea já existiam
há 12 mil milhões de anos. S.S.

VER MAIS À FRENTE

HIDROGÉNIO SERÁ AMD CHEGA AOS 5 HUAWEI ADOTA ARM CHEGA

A ENERGIA DO FUTURO NANÓMETROS EM 2021 CHIPS SNAPDRAGON AOS DESKTOPS

26 %
PORQUE
O desenvolvimento das
baterias está a levar
cada vez mais marcas
automóveis a abandonar
o hidrogénio. Um método
de produção de energia
caro e pouco eficiente.
45 %
PORQUE
A AMD terá planeado
chegar ao processo de
fabrico de 5 nanómetros
no próximo ano, mas os
atrasos da Intel deverão
levar a AMD a adiar
o investimento
74 %
PORQUE
Sem possibilidade de produzir
os chips Kirin na TSMC
(bloqueio imposto pelos EUA),
a utilização dos Snapdragon
será a única forma de a Huawei
continuar a ter smartphones
de alto desempenho
87 %
PORQUE
Na China, a Huawei vai lançar
um PC com CPU de arquitetura
ARM, a Apple já anunciou
os seus próprios chips ARM...
A eficiência da arquitetura
vai acabar por conquistar
todos os formatos de PCs.

20
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 RECEBA EM CASA HOJE

A REVISTA
DO AMANHÃ

ASSINE A EXAME INFORMÁTICA

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Na praia ou na montanha, estas câmaras são ideais para registar
SIGNIFICADO
DAS ESTRELAS
Só classificamos produtos que cheguem
em versão final. A nota global é a
mais importante, porque representa a
classificação geral que damos ao produto.

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graus capaz de produzir imagens
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classificação do grupo.

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acessórios, esta é a câmara de ação com
melhor qualidade de imagem.
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Apenas para testes de grupo,
atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.

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ecrã articulado, que facilita o
enquadramento, e um sistema de
4 QUALIDADE/PREÇO
Apenas para testes de grupo,
registo de desportos integrado. atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.

AS NOTAS DAS ANÁLISES

A nota global que atribuímos

5
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GOPRO HERO 7 SILVER aritmética das subclassificações

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Esta câmara dá acesso a todo o
ecossistema GoPro e oferece uma
qualidade muito elevada em Full HD
a um preço acessível.
Desempenho (testes de hardware)
ou Interface (testes de software),
Características e Qualidade/preço.
As notas variam
de 0 (péssimo) a 5 (excelente).

22
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 FA L A M O S E S P E C I A L I S TA S

PEQUENAS
GRANDES
MÁQUINAS
ULTRAPORTÁTEIS PREMIUM

Tamanho já não é sinónimo de desempenho.

Reunimos seis ultraportáteis que mostram que
não é preciso ser grande para ser poderoso.
São computadores premium que apelam
primordialmente a utilizadores que os usem como
a principal ferramenta de trabalho. Os preços
não são simpáticos, mas são os valores a pagar
por equipamentos onde impera a qualidade de
construção e a atenção aos pormenores
Textos Paulo Matos

23
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 ECRÃ
MUITO BOM
LIVRO DE CAPA DURA
MICROSOFT SURFACE BOOK 3 €2849
Este é um daqueles portáteis a
quem o nome assenta na perfeição,
já que a dobradiça tem, de facto,
semelhanças com a lombada de
um livro. E este é um livro de capa
dura, com a Microsoft a apostar no
magnésio para apresentar um chassis
robusto e com uma qualidade de
construção imaculada. Contudo, o
formato peculiar da dobradiça não
é uma mera escolha estética, até
porque ela contribui para aumentar
consideravelmente a espessura
do Book 3 nessa zona. É, sim, uma
ferramenta que permite transformar
este Surface num verdadeiro
multifuncional, ou seja, passá-lo
de um portátil para um tablet ou
um convertível. Para libertar o ecrã
tátil do teclado é necessário ter o
computador ligado e carregar numa
tecla de atalho para a função ou
recorrer ao Windows, uma vez que
a ligação não é magnética e sim
mecânica. Importa salientar que
esta opção permite usar o Book não
só como um tablet de 13,5” (está
também disponível uma versão de
15”) como também encaixá-lo ao
contrário no teclado e ficar com um
convertível. Esta versatilidade implica
que a Microsoft tenha colocado
o botão de energia, volume e jack
de 3,5 mm para auscultadores na
UMA MÁQUINA VERSÁTIL E COM BOM DESEMPENHO, VOCACIONADA
PRIMORDIALMENTE PARA CRIATIVOS, QUE É PENALIZADA PELO PREÇO ELEVADO
UTILIZAÇÃO DESIGN AUTONOMIA
MUITO BOM MUITO BOM
O processador
encontra-se na zona do
ecrã, mas é no teclado
que fica a gráfica
dedicada
Há portas para
carregamento
tanto no ecrã
como no teclado
parte do ecrã, com as portas para
conectividade a ficarem nas laterais
do teclado.
PROIBIDO FAZER BARULHO
O ecrã tem uma resolução elevada e
consegue replicar boas cores, mas
achámos que surgem demasiados
reflexos no painel quando estamos
num ambiente com muita luz. Além
disso, as molduras ainda têm um
tamanho considerável (algo a que
damos desconto por contarmos
com uma fiável câmara frontal para
autenticação facial com Windows
Hello) e o rácio de 3:2 pode não
ser do agrado de todos. Gostámos
muito de escrever neste teclado
(retroiluminado em três níveis), com
as teclas a terem uma dimensão
ergonómica. Contudo, este magnésio
não é o material mais confortável para
a zona de descanso dos pulsos.
A nível de desempenho, começámos
por ficar impressionados com o
absoluto silêncio em que o Book 3
trabalha. Mesmo perante tarefas mais
exigentes, não há ruído. E a fluidez é
uma constante. Aliás, este foi um dos
portáteis com melhores resultados
globais deste teste de grupo nos
nossos benchmarks, algo que não nos
surpreende se olharmos para o preço,
espessura e peso desta máquina, que
24
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
MUITO BOM
NOTA FINAL
3,8
microsoft.com/pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã tátil PixelSense de 13,5” (3000x2000)
○ Proc. Core i7-1065G7 de 4 núcleos a 1,5
GHz ○ Gráfica GeForce GTX 1650 ○ 32 GB
de RAM e SSD de 512 GB ○ 2x USB, USB-C,
2x portas Surface Connect (uma na base
e uma no tablet), leitor de cartões SDXC ○
312x232x15-23 mm ○ 1,6 kg
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 3610 z Essenciais
7097 z Produtividade 6043 z Criação
Conteúdo Digital 3273 z Jogos 3272 z
3DMark: Sky Diver 11429 z Night Raid
12411 z Time Spy 1533 z Cinebench
R20 1216 z Final Fantasy XV (FHD,
Standard) 2279 z PCMark 10 Autonomia
(Produtividade) 9 h 37 m
também são superiores à dos outros
PCs. Há outras configurações deste
Surface à disposição (algumas até
mais modestas), mas neste Book 3
temos de realçar a presença de 32
GB de RAM (!) e até de uma placa
gráfica GeForce GTX 1650 da Nvidia
(com Max-Q Design). Isto significa
que, além de ser muito eficiente a
lidar com tarefas de produtividade,
esta é uma máquina que já permite
jogar de forma satisfatória. O
estilete é um acessório que ajuda a
complementar a experiência Surface,
mas a Microsoft vende-o à parte.
 ECRÃ
MUITO BOM
A dobradiça eleva a
inclinação do teclado
para tornar a escrita
mais ergonómica
PILHA INFINDÁVEL
ASUS EXPERTBOOK B9450F €1721,99
Se nos pedissem para ilustrar a
definição de um ultraportátil num
dicionário, usaríamos uma imagem do
ExpertBook B9. Esta é uma máquina
que se destaca imediatamente pela
qualidade de construção soberba e
peso reduzido – fica abaixo da barreira
psicológica do quilo. Em vez do mais
tradicional chassis em alumínio,
aqui recorre-se a uma liga metálica
em magnésio-lítio, um material que
é, simultaneamente, mais leve e
resistente (embora mais caro). Refira-se
que a Asus recorreu a um processo de
maquinação CNC em vez do clássico
método de moldagem de metal, o
que permite criar ligeiros declives na
superfície à volta do teclado – elegante
e agradável ao tato. Este é um portátil
de 14”, mas o chassis corresponde a
um de 13”. É que a Asus conseguiu
reduzir quase ao mínimo as molduras,
apresentando um rácio ecrã/corpo de
94%. Isto apesar de conseguir colocar
no topo uma câmara de infravermelhos
(que tem um mecanismo que permite
tapá-la com o deslizar de uma patilha).
Refira-se que o painel é antirreflexo,
mas sentimos que faltava um pouco
mais de brilho e de cores mais vivas.
FEITO PARA TRABALHAR
Como já se tornou hábito nos
UM ‘ULTRALEVE’ DE DESIGN MINIMALISTA COM UMA DAS MELHORES QUALIDADES
DE CONSTRUÇÃO QUE JÁ VIMOS. PERFEITO PARA PROFISSIONAIS QUE TÊM
DE ANDAR SEMPRE COM O COMPUTADOR, JÁ QUE A AUTONOMIA É GIGANTESCA
UTILIZAÇÃO DESIGN
EXCELENTE EXCELENTE
portáteis premium da Asus, este
ExpertBook conta com duas
funcionalidades diferenciadoras: o
touchpad que pode ser transformado
em NumberPad (ou teclado numérico)
com um simples toque; e a dobradiça
ErgoLift, que no caso do B9450F
eleva o teclado em 5° para tornar a
escrita mais confortável e permite até
colocar o ecrã num ângulo de 180°.
As teclas têm um curso de 1,5 mm,
há retroiluminação de três níveis e
o teclado é resistente a pequenos
derrames de líquidos. Esta é uma
máquina apontada ao segmento
profissional – daí o preço parecer
estranho, mas ser consequência de
corresponder no mercado empresarial
a €1399,99 + IVA – e os nossos
testes mostram que é um portátil
que lida muito bem com tarefas de
produtividade (editor de texto, folhas
de cálculo, bases de dados, etc.).
Olhando para todos os benchmarks,
pode ser tentado a julgar que os
números globais são mais fracos
por não brilhar na componente
gráfica, já que não ostenta uma
GPU dedicada, mas o B9 cumpre
plenamente no que se pode esperar
num ultraportátil topo de gama. E
tem uma autonomia assombrosa! Um
dos segredos da Asus para conseguir
25
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
AUTONOMIA
EXCELENTE
A tecnologia Panel
Self Refresh contribui
para uma autonomia
enorme
NOTA FINAL
4
asus.com/pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã IPS FHD (1920x1080) ○ Processador
Core i7-10510U de 4 núcleos a 2,3 GHz com
GPU UHD 620 ○ 16 GB de RAM e SSD de
1 TB ○ 2x Thunderbolt 3 USB-C, USB 3.1,
HDMI, LAN RJ45 via porta micro HDMI ○
320x203x14,9 mm ○ 995 g
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 2336 z Essenciais
9287 z Produtividade 6551 z Criação
Conteúdo Digital 2062 z Jogos 642 z
3DMark: Sky Diver 2801 z Night Raid
4064 z Time Spy 332 z Cinebench
R20 1026 z Final Fantasy XV (FHD,
Standard) 522 z PCMark 10 Autonomia
(Produtividade) 21 h 34 m
rentabilizar a bateria de 66 Wh está
no recurso à tecnologia Panel Self
Refresh, que é baseada em memória
dedicada incorporada no próprio
painel LCD e que, quando o ecrã
apresenta uma imagem estática,
desliga o processador de vídeo e os
seus circuitos para poupar energia.
Duas breves notas finais para referir
que a Asus oferece um adaptador
micro HDMI para LAN (em termos de
conectividade, há ainda a destacar
as portas Thunderbolt 3 e HDMI de
tamanho normal) e uma elegante
bolsa protetora.
 ECRÃ
MUITO BOM
O estilete
guarda-se dentro
do próprio chassis
do computador
GINÁSTICA CLÁSSICA
LENOVO THINKPAD X1 YOGA GEN 5 €2669
O X1 Carbon foi um dos portáteis
que mais saudades deixou na
nossa redação, pelo que foi com
uma curiosidade acrescida que
pegámos neste Yoga Gen 5. O design
segue uma linha clássica – o que se
torna ainda mais evidente quando
colocamos este PC ao lado dos outros
deste teste de grupo – e familiar
à linha ThinkPad. Assim, impera a
sobriedade num chassis em alumínio
com um tom cinzento – é uma
máquina que transmite um claro ar de
CEO ao utilizador. Um pormenor: o
ponto da letra ‘i’ de ThinkPad na tampa
é um LED vermelho que se acende
quando o computador está ligado.
Como pode depreender pela
designação Yoga, este Lenovo é um
convertível. Isto significa que o ecrã
pode ser rodado em 360° e ser usado
como tablet (ou em qualquer outra
posição intermédia). Isto implica que
estejamos perante um ecrã tátil e,
no X1 que nos chegou, conta com
uma resolução 4K, sendo que tem o
condão de apresentar cores vivas. E a
Lenovo disponibiliza uma mais-valia:
a ThinkPad Pen Pro. Este estilete tem
a particularidade de estar embutido
no próprio chassis (numa lateral,
junto ao botão de energia), o que
permite que seja carregado enquanto
está armazenado. A experiência de
UM CONVERTÍVEL COM UM ECRÃ 4K E QUE TRAZ UM ESTILETE
EMBUTIDO NO PRÓPRIO CHASSIS. MAS O PREÇO…
UTILIZAÇÃO DESIGN
MUITO BOM BOM SATISFATÓRIO
utilização de um convertível tem
muito a ganhar com a inclusão de uma
caneta digital, seja para desenhar,
tomar notas ou assinar documentos.
Esta Pen Pro é fina e pequena
(talvez até demasiado pequena para
quem tem mãos grandes) e ficámos
impressionados com a velocidade e
a fiabilidade do reconhecimento dos
nossos traços.
CARREGAR MUITO
EM POUCO TEMPO
Este ThinkPad mantém outra
característica que já nos tinha
conquistado no passado: as teclas
são ligeiramente concavas, o que
facilita um pouco a escrita. Além
disso, o teclado (retroiluminado em
dois níveis) é resistente a derrames e
conta com duas teclas de atalho para
VoIP (o F10 e F11), que permitem
atender/desligar chamadas do
Skype for Business ou do Microsoft
Teams. Há ainda espaço para um
trackpoint vermelho sensivelmente a
meio do teclado (uma pequena bola
que funciona como um touchpad).
Achámos que o touchpad podia ser
um pouco mais largo, mas gostámos
do facto de haver um leitor de
impressões digitais Match-On-Chip
ao lado. O desempenho é claramente
satisfatório, especialmente em
26
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
AUTONOMIA
Vintage Lenovo:
um ecrã tátil 4K
que pode ser
rodado em 360°
NOTA FINAL
3,7lenovo.com
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã 4K de 14” (3840x2160) ○ Proc. Core
i7-10510U de quatro núcleos a 2,3 GHz
com GPU UHD 620 ○ 16 GB de RAM e SSD
de 512 GB ○ 2x USB-C Thunderbolt 3, 2x
USB 3.1, HDMI 1.4, extensão de rede para
ligação à base mecânica Ethernet/lateral ○
323x218x15,2 mm ○ 1,3 kg
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 2673 z Essenciais
8249 z Produtividade 5901 z Criação
Conteúdo Digital 2913 z Jogos 974 z
3DMark: Sky Diver 4689 z Night Raid 5616
z Time Spy 468 z Cinebench R20 1522
z Final Fantasy XV (FHD, Standard) 650
z PCMark 10 Autonomia (Produtividade)
5 h 07 m
tarefas de produtividade, que é o
foco primordial deste teste de grupo.
Contudo, tendo em conta o elevado
preço pedido para esta configuração,
esperávamos um ‘golpe de asa’, como
uma gráfica dedicada. Até porque
notámos que, quando o ligámos à
corrente e puxámos pelo grau de
exigência das tarefas, surgiu algum
ruído e a base aqueceu muito. Isto
apesar de sentirmos o ar quente a ser
expelido pela lateral. Esperávamos
um pouco mais de autonomia, embora
tenhamos carregado 80% da bateria
em cerca de uma hora.
 ECRÃ
MUITO BOM
O peso reduzido
e a versatilidade
podem atrair os
profissionais
em constante
movimento
DRAGÃO VOADOR
HP ELITEBOOK DRAGONFLY €2139
O DragonFly é uma espécie de
velho conhecido nosso, que é como
quem diz:já tivemos possibilidade
de o testar anteriormente. Contudo,
a versão que nos chegou desta
vez tem uma grande diferença: o
ecrã. Estamos perante um ecrã
Full HD – uma resolução inferior
à Ultra Alta Definição do primeiro
modelo que analisámos – que traz
tecnologia HP Sure View Reflect.
Esta funcionalidade proporciona
maior privacidade, uma vez que
basta um toque na tecla F2 para
ajustar as definições do ecrã de
modo a que seja impossível a
outras pessoas verem o que está
a ser exibido – apenas quem está
de frente para o portátil consegue
ver o conteúdo. Testámos o Sure
View em diferentes circunstâncias
e ficámos impressionados com
a sua eficácia contra o chamado
hacking visual. É muito útil para quem
está a trabalhar em documentos
sensíveis durante, por exemplo, uma
viagem e quer impedir espreitadelas
indevidas. Como já se tornou hábito
nas máquinas empresariais da HP,
a marca faz uma aposta declarada
na componente de segurança. Isso
tanto é notório em pequenos detalhes
no chassis – como o obturador da
webcam ou a presença de um leitor
UM CONVERTÍVEL MUITO LEVE, COM DESEMPENHO Q.B. E UM ECRÃ
‘ANTI-ESPIONAGEM’, QUE PROTEGE O CONTEÚDO DE OLHARES INDEVIDOS
UTILIZAÇÃO DESIGN AUTONOMIA
MUITO BOM MUITO BOM MUITO BOM
de impressões digitais – como no
software disponibilizado. Nesta
área destacamos duas aplicações:
Sure Start, que, sempre que se liga
o computador, verifica a integridade
da BIOS; e Sure Sense, que recorre
a deep learning e redes neurais para
identificar traços comportamentais
e neutralizar malware que nunca foi
visto anteriormente.
A INSUSTENTÁVEL
LEVEZA DO MAGNÉSIO
Outro traço a que nos habituámos nos
topos de gama da HP é a elegância.
A fabricante encontrou um ponto de
equilíbrio há já alguns anos e tem
mexido pouco (demasiado pouco?)
na estética das suas máquinas. No
DragonFly encontramos um chassis
de magnésio e um design sóbrio com
linhas simples, onde o azul acaba por
ser o maior fator diferenciador. Este
é um convertível, o que significa que
o ecrã pode ser rodado em 360° e
ser utilizado como tablet (ou, como
já referimos para o Lenovo Yoga, em
qualquer outra posição intermédia),
sendo que as dobradiças são
elegantes. Isto significa que estamos
perante um ecrã tátil e temos de
destacar que o recurso ao magnésio
permite apresentar uma máquina
realmente leve (1 quilo). Em relação
27
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
A tecnologia
Sure View é
muito eficaz
a combater o
hacking visual
NOTA FINAL
3,7 hp.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Ecrã tátil FHD com Sure View de 13,3”
(1920x1080) ○ Proc. Core i7-8565U de 4
núcleos a 2 GHz ○ 16 GB de RAM e SSD de
512 GB ○ 2x UBS-C com Thunderbolt, USB
3.1, HDMI, 4G/LTE ○ 304x197x16,1 ○ 1 kg
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 2652 z Essenciais
8406 z Produtividade 6463 z Criação
Conteúdo Digital 2734 z Jogos 901 z
3DMark: Sky Diver 4185 z Night Raid 5102
z Time Spy 421 z Cinebench R20 1099
z Final Fantasy XV (FHD, Standard) 632
z PCMark 10 Autonomia (Produtividade)
10 h 02 m
ao hardware, custa-nos ver um
processador Core i7 de 8ª geração
numa máquina com um preço tão
elevado (a concorrência já vai na 10ª
geração), embora seja justo realçar
que em termos de desempenho em
tarefas de produtividade o DragonFly
não fica atrás dos outros PCs deste
teste de grupo. Uma nota final para
salientar que este HP conta com um
módulo 4G/LTE integrado, que é mais
um sinal de que é primordialmente
vocacionado para utilizadores
profissionais. Uma ideia reforçada
pela versão Pro do Windows 10 e
pelos 3 anos de garantia.
 JOGAR COM ELEGÂNCIA
MSI PRESTIGE 14 A10SC €1549
O Prestige 14 é uma prova do quanto evoluíram
os ultraportáteis graças ao contínuo processo de
miniaturização dos componentes, uma vez que
consegue ser elegante, fino e leve ao mesmo tempo
que disponibiliza uma gráfica dedicada. Uma espécie
de imagem de marca da MSI, aliás. Neste Prestige
é, portanto, possível atacar não só as tarefas de
produtividade do quotidiano como já mergulhar um
ECRÃ pouco no mundo dos jogos graças à incorporação de
MUITO BOM
uma GTX 1650 com Max-Q Design e 4 GB GDDR5.
Contudo, sempre que confrontámos este MSI com
UTILIZAÇÃO tarefas muito exigentes, o sistema de dissipação fazia
BOM
um ruído apreciável e, mais grave, aquecia muito.
O que é uma pena, porque gostámos do pormenor
DESIGN da base ter pequenos furos – que lhe dá um ar de
MUITO BOM
equalizador de música –, sendo que não o conseguirá
ter ao colo neste tipo de cenário. Além disso, também
AUTONOMIA esperávamos mais da autonomia. Pela positiva,
FRACO
gostámos muito da resolução elevada do ecrã e de
três aspetos que, por vezes, passam despercebidos,
mas que elevam a experiência de utilização: a forte
retroiluminação do teclado (três níveis disponíveis),
que faz realmente a diferença em ambientes mais
escuros; o touchpad com uma largura muito generosa
(e com um sensor de impressões digitais); e o jack de
3,5 mm que tem a porta reforçada, para evitar uma
potencial degradação ao longo do tempo.
CARACTERÍSTICAS DESEMPENHO NOTA FINAL
4,2
Ecrã 4K de 14” (3840x2160)
○ Proc. Core i7-10710U de 6
núcleos a 1,6 GHz ○ Gráfica CARACTERÍSTICAS
GeForce GTX 1650 ○ 16 GB
de RAM e SSD de 256 GB ○ 2x
USB-C com Thunderbolt 3, 2x QUALIDADE/PREÇO
USB2.0, leitor de cartões micro
SD ○ 319x215x15,9 mm ○ 1,3 kg globaldata.pt
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 4302 z Essenciais 7693 z Produtividade 5620 z Criação
Conteúdo Digital 4135 z Jogos 5179 z 3DMark: Sky Diver 2798 z Night Raid
13874 z Fire Strike 6432 z Time Spy 421 z Cinebench R20 1522 z Final Fantasy
XV (FHD, Standard) 2033 z PCMark 10 Autonomia (Produtividade) 2 h 09 m
28
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
DESEMPENHO COM ESTILO
HUAWEI MATEBOOK 14 2020 i7 €1299,99
Já tínhamos achado o MateBook D14 equipado
com um processador da AMD uma solução deveras
tentadora no segmento abaixo dos €700 e a
Huawei continua a trilhar um caminho de sucesso
na versão do ultraportátil com CPU da Intel. Como
os benchmarks comprovam, o Core i7 de 10º
geração ‘despacha-se’ mesmo muito bem. E, como
há muita memória RAM e um rápido SSD, tudo flui.
Além disso, conta com uma gráfica dedicada, uma ECRÃ
MUITO BOM
GeForce MX350. A capacidade de processamento
deste chip da Nvidia já é suficiente para correr jogos
menos exigentes, nem que para isso se tenha de UTILIZAÇÃO
MUITO BOM
baixar a resolução para 720p. Refira-se ainda que
o ecrã é tátil, algo que até nos parece dispensável
num portátil que não é convertível. A nível de design, DESIGN
MUITO BOM
o MateBook é uma ‘homenagem’ (para usarmos
um eufemismo) ao MacBook Pro da Apple. As
semelhanças são visíveis até nos pequenos AUTONOMIA
EXCELENTE
detalhes, como os arredondados do entalhe da zona
do teclado ou do ecrã. A qualidade de construção
está muito bem conseguida e o alumínio transmite
um toque premium ao computador. A nível de
conetividade, é quase garantido não irá precisar de
recorrer a adaptadores, já que são disponibilizadas
duas portas USB, uma USB-C (que é também a de
carregamento) e uma HDMI full size. Só ficou mesmo
a faltar uma Ethernet.
NOTA FINAL DESEMPENHO CARACTERÍSTICAS
4,3
Ecrã de 14” (2160x1440) ○
Processador Core-i7 10510U
CARACTERÍSTICAS de 4 núcleos 1,8-4,9 GHz ○
16 GB DDR4 ○ GPU GeForce
MX350 2 GB ○ SSD de 512
QUALIDADE/PREÇO GB ○ Wi-Fi AC, Bluetooth 5.0
○ USB-C, USB 3.0, USB 2.0 ○
consumer.huawei.com/pt 308x224x16 mm ○ 1,5 kg
BENCHMARKS
PCMark 10 Extended: 4131 z Essenciais 9334 z Produtividade 7744 z
Criação Conteúdo Digital 3371 z Jogos 3232 z 3DMark: Sky Diver 4012
z Night Raid 13362 z Time Spy 482 z Cinebench R20 1617 z PCMark 10
Autonomia (Produtividade) 13h 21 m

O ROOMBA
DE GAMA MÉDIA
iROBOT ROOMBA 976 €499,99
É
normal que tenha a tentação de
associar o nome Roomba a aspi-
radores robóticos de topo – o i7+
é, afinal, o melhor produto deste géne-
ro que já testámos –, mas com o 976 a
iRobot pretende disponibilizar alguma
da tecnologia que já nos habituámos a
encontrar nos equipamentos mais caros
da marca a um preço mais acessível. O
design segue os trâmites habituais da
iRobot: aspeto premium e um perfil algo
elevado (9,1 cm). Quem desejar fazer
uma utilização básica deste robô apenas
precisa de ligar a estação de carrega-
mento a uma tomada, pô-lo a carregar e
utilizar os botões físicos do Roomba para
dar os comandos de limpeza. Contudo,
recomendamos vivamente a instalação
da app. É que este software tem uma
interface agradável, está totalmente em
português (embora a voz do robô só esteja
disponível em inglês, francês, espanhol,
italiano, alemão e russo) e dá acesso a
uma série de diferentes opções. As mais
evidentes são a possibilidade de controlar
o aspirador a partir do smartphone – iní-
cio e fim de limpeza ou agendamentos
para qualquer um dos dias da semana,
por exemplo –, mas é igualmente possível
ter acesso a dados referentes ao mapea-
A app permite
ativar o robô
remotamente e dá
acesso ao histórico
das limpezas
mento da casa (embora não dê para isolar
divisões e pedir para o Roomba limpar
apenas determinadas assoalhadas), ao
histórico e a definições como o número
de passagens que o robô faz. Gostámos
muito da possibilidade de associar o
Roomba 976 a assistentes de voz como
o Google Assistant e o Amazon Alexa ou
ao serviço IFTTT.
CAÇA AOS PELOS
Utilizámos uma casa com três quartos
para testar o desempenho deste Room-
ba e ele esteve 86 minutos a aspirar até
voltar à base para recarregar a bateria.
Esteve 76 minutos a receber energia e
depois partiu para terminar a tarefa, que,
saliente-se, apenas lhe levou mais três
minutos. Voltou novamente à base, sem-
pre sem problema, sendo que se encon-
trava no extremo oposto da casa. Bastou
um ciclo de limpeza para recebermos
UM ROBÔ ASPIRADOR EFICIENTE NA
LIMPEZA E COM BOA CAPACIDADE DE
SUCÇÃO. GOSTARÍAMOS DE UM DEPÓSITO
MAIOR E, NESTA GAMA DE PREÇO,
ENFRENTA CONCORRÊNCIA DE PESO
29
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
A limpeza é feita
em linhas retas.
O Roomba só se
afasta destas rotas
perante obstáculos
NOTA FINAL DESEMPENHO
4
loja.irobot.pt
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Tecnologias de ligação Imprint Link e de navegação
vSLAM ○ Sistema de navegação iAdapt 2.0 com
tecnologia vSLAM ○ Nível de ruído: 65 dB ○ Autonomia
anunciada: 75 minutos ○ Tempo de carregamento
anunciado: 3 h ○ 350 x 91 mm ○ 3,9 kg
no smartphone a notificação de que o
depósito estava cheio e tinha de ser es-
vaziado. Achámos que isto era indicativo
da parca capacidade do depósito, mas
temos de dar alguma folga ao Roomba
976 porque pusemo-lo a aspirar uma casa
com três gatos numa altura do ano em
que eles têm tendência a perder muito
pelo. Refira-se ainda que o utilizador
também recebe uma notificação se o
robô se deparar com algum problema
no caminho que o impeça de continuar
a limpeza. Se bem que tal será raro, já
que este é um daqueles aspiradores que
‘mete uma abaixo’ e lá vai ele… Foi por
isso que acabou por sugar alguns fios
que encontrou pelo caminho. Além dis-
so, como tínhamos a opção Limpeza de
Rebordos ativa, achámo-lo um pouco
‘bruto’, isto é, levou as taças de ração
dos felinos à frente. Contudo, não bateu
em móveis e paredes. Mostrou-se, por-
tanto, eficaz na identificação de objetos
de grandes dimensões, mas vai ter de
deixar a casa minimamente preparada
antes da limpeza. Para terminar, há que
referir que o Roomba 976 está equipa-
do com tecnologia Imprint Link, o que
significa que pode funcionar em con-
junto com o Braava Jet m6: assim que
a aspiração termina, o robô esfregona
arranca para lavar o chão. Uma solução
que antes só estava presente nas séries
Roomba i, mas que obriga à aquisição de
dois equipamentos distintos, sendo que a
concorrência – Xiaomi Mi Robot Vacuum
Mop e Rowenta Explorer Serie 60 Animal
Kit – consegue conciliar as duas funções
num único dispositivo. Paulo Matos
 SILÊNCIO,
QUE VAMOS
OUVIR MÚSICA O cancelamento ativo de ruído
(ANC na sigla em inglês) faz milagres pela
qualidade de som dos auscultadores.
Mas este não é o único elemento
a ter em conta na hora
de comprar uns
headphones novos

Textos
Rui da Rocha Ferreira

JABRA ELITE 85H €249,99

NOTA FINAL

4,5
emea.jabra.com
Comecemos por esclarecer uma
curiosidade que nos parece relevante:
apesar de usar “85h” no nome e ao
contrário daquilo que parece indicar,
esta não é a autonomia estimada
DESEMPENHO destes auscultadores. São, ainda
assim, os melhores do teste neste
CARACTERÍSTICAS
capítulo: 41 horas no total e 36
horas com o cancelamento de ruído
QUALIDADE/PREÇO
ativado. Apesar de não termos levado
a bateria ao limite, a verdade é que
CARACTERÍSTICAS ao fim de três horas de reprodução
Altifalante 40 mm ○ Frequências
entre 10 Hz e 20.000 Hz ○ de áudio, o nível da bateria quase não
8 microfones ○ Bluetooth 5.0, mexeu. E esta é uma característica
USB-C, jack 3,5 mm ○ Autonomia
até 41h ou até 36h com ANC ○ que consideramos importante nuns
195x82x225 mm ○ 296 g
auscultadores, ainda para mais com
ANC. E que belíssimo sistema de
cancelamento de ruído: estes Jabra
Elite entram diretamente no nosso
top cinco de melhores sistemas
de som com ANC. A pergunta para
‘queijinho’ é: são melhores do que
os Sony WH-1000XM3? Não, mas
pelo preço (menos €130 do que
os rivais japoneses) são uma muito
boa alternativa. Além disso, destes
quatro modelos que testámos, são
os que têm melhor cancelamento
de ruído (na mistura entre ativo e
passivo), sendo capazes de bloquear
por completo todo o ruído que nos
circunda, em ambiente de escritório,
quando estamos a reproduzir
música. Mesmo sem qualquer som a
reproduzir, suprime um nível muito
considerável de barulho.

30
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 ANC: O QUE É
E COMO FUNCIONA?
Active Noise Cancellation (cancelamento
ativo de ruído, em tradução livre) é uma
tecnologia que usa microfones (externos,
internos ou uma combinação dos dois) para
captar e analisar a frequência e amplitude
do som ambiente no qual o utilizador está
inserido. Depois é criada uma versão espelho,
totalmente oposta, dessa frequência e
que é introduzida no som que está a ser
reproduzido nos auscultadores. Resultado?
Cerca de 70% do ruído externo é suprimido.
Este ruído inverso ‘bloqueia’ o som que rodeia
o utilizador, seja de pessoas a conversar ou
de veículos a passarem na rua.
O ‘anti-barulho’ é criado nos próprios
headphones, o que significa que com este
modo ativado há um maior consumo de
energia e consequente redução
da autonomia máxima.
Acrescente-se a isso o facto
de serem os que estão mais
apetrechado de funcionalidades
– deteta quando os retiramos e
colocamos para pausar ou iniciar
a reprodução, tem a aplicação que
nos permite maior personalização
do áudio, tem um total de
oito microfones – e a relação
qualidade-preço é muito tentadora.
Mas existem elementos neste
Jabra que não nos convenceram. O
sistema de ajuste do aro superior
é pouco prático e obriga a usar
alguma força para colocar os
auriculares à nossa medida. E são
os únicos do teste que têm botões
para controlar o volume num painel
lateral. Gostamos, por outro lado, do
conforto que proporcionam – ainda
que as almofadas pudessem ser mais
‘gordas’ – e também da qualidade
dos materiais de construção, que
dão a estes headphones um aspeto
premium. Testamos o modelo bege,
propenso a sujidade, mas os Jabra
Elite 85h estão disponíveis noutras
cores. Na caixa vem um estojo rígido
de transporte, mais um ponto extra
que ajuda a justificar o investimento
nestes auscultadores. Já no que
a qualidade de som diz respeito,
estamos perante uma experiência
sonora de alto nível, com graves
fortes e suaves, reprodução clara das
vozes e que é capaz de atingir níveis
de volume elevados sem distorção. O
facto de suportar o emparelhamento
com dois dispositivos em simultâneo
é um extra muito bem-vindo.
Resumindo, tem quase tudo aquilo
que uns bons headphones devem
ter e o preço deixa-os, de forma
merecida, entre os melhores.
E O CANCELAMENTO
PASSIVO?
Se o cancelamento ativo de ruído
é alcançado eletronicamente, o
cancelamento passivo de ruído
diz respeito às capacidades
de bloqueio de som da própria
estrutura física dos auscultadores.
Ou seja, o tamanho das almofadas,
a grossura das mesmas e o próprio
material de construção,
são elementos que
contribuem para um
bloqueio ‘natural’
do som externo.
NOTA FINAL
4,3 magnelusa.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Driver 40 mm ○ Frequências entre 16 Hz e
22.000 Hz ○ Bluetooth 4.2, microUSB, jack
3,5 mm ○ Autonomia até 30h ou até 20h com
ANC ○ 223x87,8x204 mm ○ 281 g
HARMON KARDON
FLY ANC €249,99
Num confronto direto com os Jabra,
estes Harmon Kardon saem a perder
– mas não por muito, o que significa
que a escolha de investir nuns ou
noutros resume-se aos detalhes.
Se é verdade que os Jabra têm um
melhor sistema de ANC – notamos,
sem a reprodução de música, que
a supressão é ligeiramente mais
eficaz –, quando temos uma música
a reproduzir o resultado final é
exatamente o mesmo, já que ambos
conseguem ‘isolar-nos’ do mundo
e num nível de volume mediano.
Já em termos de qualidade sonora
propriamente dita, os testes
mostram que nos Harmon Kardon
há um domínio dos tons médios
relativamente aos graves e agudos
– o que por um lado resulta numa
experiência sonora muito agradável,
com sons equilibrados, por outro
lado significa que os sons são menos
intensos. Sentimos sobretudo que
falta força e impacto aos graves. Já
na reprodução de voz, em música
31
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
e podcast, estes foram os nossos
auscultadores preferidos do teste.
Outra área na qual se destacam é no
equilíbrio de reprodução entre os dois
canais de áudio (esquerdo e direito), o
que resulta numa boa reprodução de
pequenos pormenores que existem
no som e que os mais atentos gostam
de ‘degustar’. Áreas nas quais os
Harmon Kardon levam vantagem é
no design, por terem um perfil mais
discreto, sobretudo nos encaixes das
orelhas, mas sem prejudicar o bom
tamanho da almofada, e também
nos botões integrados – podemos
controlar o volume, pausar ou iniciar a
reprodução, ativar o emparelhamento
por Bluetooth e também ligar ou
desligar o ANC. A qualidade de
construção, sendo diferente das
do Jabra, também é de alto nível,
e apesar de serem mais leves,
preferimos os concorrentes no que
ao capítulo do conforto diz respeito.
A própria aplicação da Harmon
Kardon para smartphones tem
menos opções de otimização.
Apesar de perder no confronto
direto com os Jabra, é importante
salientar que os Harmon Kardon
estão a ‘milhas’ de distância das
outras duas opções deste teste,
o que atesta a boa qualidade global
destes headphones e ajuda ainda
a justificar a diferença de preço
que existe entre os modelos.

NOTA FINAL
4,1
magnelusa.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Driver 40 mm ○ Frequências entre
20 Hz e 20.000 Hz ○ Bluetooth
4.2, microUSB, jack 3,5 mm ○
Autonomia até 22h ou até 15h
com ANC ○ 204x61,9x223 mm
○ 220,3 g
JBL TUNE 750 BTNC €129,90
Neste mini-teste de grupo, estes auscultadores são
os que têm a melhor relação qualidade/preço. Porquê?
Apesar de ficarem uns furos abaixo dos modelos mais
caros na qualidade de som e de não terem a mesma
qualidade de construção, entregam uma experiência
sonora e de ANC muito satisfatória, mesmo sendo os
mais baratos. Notamos poupanças logo no aro superior,
com a almofada apenas a existir na parte central. Em
contraste, as almofadas laterais são generosas em
tamanho, o que torna os JBL confortáveis. Apesar de
haver botões de controlo de volume, o feedback das
teclas é muito oco, refletindo mais uma vez a construção
barata, ainda que do lado positivo os botões sejam
salientes e fáceis de ‘encontrar’. A restante construção
em plástico tira brilhantismo aos Tune 750 BTNC e
faz-nos sentir que, pelo preço, merecíamos melhor, mas
a componente do som compensa esta parte. Destaque
claríssimo para os graves, que têm força e que dão logo
outro ‘corpo’ às músicas. Mas também na reprodução de
agudos sentimos um som limpo e sem distorções, exceto
nos níveis de volume mais elevados, naquele que é um
desempenho bom para o preço. Sentimos por outro lado
que o som, no geral, é reproduzido de forma um pouco
abafada, o que tira potencial a estes headphones. O
ANC consegue reduzir uma parte significativa do som
à nossa volta, mas não tem capacidade suficiente para
abafar por completo as conversas de quem está próximo
de nós. Ainda assim, e sobretudo se puxarmos o volume,
conseguimos estar num mundo musical só nosso. Dois
detalhes finais: a JBL tem uma app, mas este modelo
não é suportado; e é possível ter os Tune BTNC ligados a
dois equipamentos em simultâneo.
O ALVO
A ABATER
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4
magnelusa.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Driver 32 mm ○ 101,48 dB
○ Frequências entre 18 Hz e
22.000 Hz ○ Bluetooth 5.0,
USB-C, jack 3,5 mm ○ Autonomia
até 22h ou até 15h com ANC ○
154,9x66x193 mm ○ 238 g
SENNHEISER HD 450BT
€149,90
O nome Sennheiser traz consigo um grande
peso – foram já vários os produtos da marca que
receberam o selo de "Recomendado" da Exame
Informática –, mas dos quatro headphones deste
teste, este modelo é o menos convincente. Duas
justificações para isto: o facto de serem os menos
confortáveis, tendo as almofadas mais pequenas
e também o aro superior com menor proteção; e
serem os que têm o ANC menos eficaz. A diferença
para os JBL no cancelamento de ruído não é
significativa, mas, além de melhor, o concorrente
direto também é mais barato. No áudio, os sons
graves têm presença, mas esperávamos maior
clareza na reprodução de agudos. E estes são mais
uns headphones que se deixam dominar pelos sons
médios, o que tira espetacularidade e impacto a
algumas músicas. O equilíbrio entre os canais de
áudio está bem assegurado e isso ajuda a tornar a
experiência sonora positiva. Em termos de design
e construção, gostamos mais destes Sennheiser:
apesar de serem maioritariamente em plástico,
tal como os JBL, o aspeto e os acabamentos
estão melhor conseguidos, com destaque para a
cobertura da almofada dos auscultadores que é
muito suave. Funcionam com a app da Sennheiser
para smartphones, o que permite, em tempo real,
ajustar a reprodução de som para graves mais
fortes ou com maior destaque para os agudos, uma
forma de compensar aquilo que os auscultadores
deviam entregar de origem. Suportam aptX
(menor perda de qualidade do áudio na ligação
por Bluetooth) e são, neste teste, os que ocupam
menos volume quando estão fechados.
Os Sony WH-1000XM3, anunciados em agosto de 2018, ainda são os nossos
preferidos e líderes indiscutíveis entre os auscultadores ANC: o cancelamento de ruído
é superior, são mais confortáveis, têm melhores graves e reprodução de voz, e são mais
caros (€379). Mas atenção: a empresa já anunciou uma nova geração (WH-1000XM4),
cujo teste – para 'ouvir' na EI nº 304 – não foi possível antes do fecho desta edição.
32

O MELHOR ENTRE
OS ACESSÍVEIS?
HUAWEI MATEPAD 10.4 €349,99
Q
uem leu a nossa análise ao Ma-
tePad Pro sabe que ficámos bem
impressionados com o tablet
topo de gama da Huawei. Um
dispositivo que, para muitos perfis de
utilização, consegue ser uma alterna-
tiva válida aos ultraportáteis graças ao
elevado desempenho oferecido e à fun-
cionalidade da capa/teclado opcional.
Mas os cerca de €700 pedidos deixam o
MatePad Pro longe de muitas carteiras. E
é aqui que entra o MatePad 10.4. Tem um
design similar, mas faz várias concessões
para chegar a um preço que é, aproxi-
madamente, metade do valor do Pro.
O QUE IMPORTA É O EQUILÍBRIO
Relativamente à versão Pro, neste tablet
o ecrã é um pouco mais pequeno, há
menos memória RAM e armazenamento
e o processador é menos poderoso. Mas
isto não significa que o MatePad 10.4 seja
lento ou mal construído. Nada disso. Na
verdade, o desempenho conseguido é
muito satisfatório. É importante realçar
que o Kirin 810 é um processador de úl-
tima geração, fabricado a 7 nanómetros e
com oito núcleos sofisticados. Podemos
dizer que está para o Kirin 990 como um
Core i5 está para um Core i7. Ou seja,
permite um desempenho assinalável
O ecrã é muito O boleado do
refletivo, o chassis torna este
que penaliza tablet confortável
a ergonomia de agarrar
em tarefas de produtividade e mesmo
em jogos. Na verdade, para a esmagado-
ra maioria das apps que utilizamos nos
tablets, a capacidade de processamento
do MatePad 10.4 mais do que responde à
altura. Pelo preço pedido, é o mais rápido
que já testámos. Mais até que o concor-
rente direto, o Tab S6 Lite da Samsung.
Quanto à qualidade de construção, é
muito próxima da versão Pro. O chassis
tem um design elegante com um boleado
que torna o agarrar mais confortável.
As molduras não são muito finas, mas,
mesmo assim, não há espaço para leitor
de impressões digitais. Como na versão
Pro, o desbloqueio tem de ser feito via
reconhecimento facial ou à antiga, ou
seja, com código.
O ecrã tem brilho q.b. mesmo para
enfrentar dias de verão, mas funciona
quase como um espelho para reflexos, o
que penaliza a ergonomia. A autonomia
pode chegar a vários dias em utilização
NOTA FINAL DESEMPENHO
ocasional e facilmente dá para ver alguns
4
filmes de seguida.
CARACTERÍSTICAS Sendo um dispositivo Huawei recente,
não tem acesso aos Google Mobile Ser-
QUALIDADE/PREÇO vices, o que impede o acesso a muitas
huawei.com apps populares. Mas, como referimos
na análise do Pro, esta falha é menos
CARACTERÍSTICAS
Ecrã IPS de 10,4” (2000x1200) ○ Proc. Kirin 810 de oito limitativa num tablet que num smar-
núcleos (1,88 -2,27 GHz) e GPU Mali-G52 MP6 ○ 4 GB
de RAM e 64 GB de armaz. (exp. microSDXC) ○ Bat. de
tphone. Sobretudo se usarmos o tablet
7250 mAh ○ Cams.: traseira de 8 MP e frontal de 8 MP ○ para tarefas de produtividade, como
Android 10 com EMUI10 ○ 245x155x7,4 mm ○ 450 g
apps tipo Office.
De origem, este aparelho inclui uma
ECRÃ UTILIZAÇÃO DESIGN AUTONOMIA
Bom Bom Muito bom Excelente app que lança o modo criança. Quanto
ativada, a interface passa a apresentar
BENCHMARKS um tema infantil com algumas apps in-
Antutu Não correu z 3DMark Sling Shot Extreme OpenGL
2832 z Gráficos 2700 z Física 3417 z Vulkan 2621 z
dicadas para os mais novos. Mas o adul-
Gráficos 2528 z Física 2010 z PCMark Work 2.0 7674 z to responsável pode adicionar acesso a
Autonomia (PCMark) 21h10
outras apps (e outros conteúdos), bem
como definir tempos de utilização totais
e por sessão, bem como o tempo de in-
tervalo obrigatório entre utilizações. Um
espaço de onde as crianças não podem
sair a não ser que conheçam o código
pin. Um sistema mais simples de utilizar
ESTE É O MELHOR TABLET que outros métodos de controlo parental
QUE JÁ TESTÁMOS NO QUE CONCERNE que já experimentámos.
À RELAÇÃO QUALIDADE/PREÇO… Há ainda que considerar que este
tablet suporta o excelente estilete da
PARA QUEM NÃO VALORIZA Huawei que, em algumas situações pro-
AS APPS DA GOOGLE mocionais, até é oferecido. Sérgio Magno
33
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

O Note 20 tem
6,7", menos
0,2" que o
modelo Ultra
Está disponível
uma versão com
5G integrado por
mais €100
D I G N O
DE TOMAR NOTA
SAMSUNG GALAXY NOTE 20 €989,90
SAMSUNG GALAXY NOTE 20 ULTRA 5G €1339,90
L
imitada pelo confinamento so-
cial imposto pela pandemia, a
Samsung realizou o evento Un-
packed online a partir da Coreia do Sul
e apresentou oficialmente uma série de
equipamentos (ver caixa), mas foram
os novos Note que estiveram no centro
das atenções. A Exame Informática este-
ve num evento de pré-lançamento em
Lisboa, onde teve um primeiro contacto
com os novos smartphones da marca
coreana – sim, são dois: o Note 20 e o
Note 20 Ultra. Antes de mais, salienta-
mos que foram confirmados quase todos
1º CONTACTO
os rumores que já circulavam há algum
tempo. A começar pelo processador. O
mercado europeu já se habituou a receber
os topos de gama com CPUs Exynos,
fabricados pela própria Samsung, em
vez dos Snapdragon 865+ que chegam,
por exemplo, ao mercado americano.
Contudo, desta vez, os Note não estreiam
um novo Exynos, utilizam o mesmo que
já marcava presença na linha Galaxy S20,
que foi lançado em fevereiro deste ano.
De resto, como habitual, há muita RAM
à disposição, pelo que a nossa previsão
é que estes novos smartphones venham
34
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
O ecrã da
versão Ultra
é edge
A S Pen é capaz
de reconhecer
cinco novos
gestos
a conseguir benchmarks elevados, sem
quebrarem recordes. Para uma utilização
quotidiana – e pelo que pudemos mexer
durante a apresentação –, a fluidez será
uma constante.
O que nos impressionou imediata-
mente, mais uma vez, foi a S Pen. Fina
e leve, armazena-se dentro do próprio
smartphone. Nada de novo, certo? Sim,
mas, se já éramos fãs da grande sensibili-
dade e baixa latência deste estilete, estes
dois aspetos foram ainda mais refinados,
tornando a tomada de notas ou o desenho
em tarefas ainda mais intuitivas. Con-
PA R C E I R O S D E
ECOSSISTEMA
TAB S7 E S7+
Os novos tablets vêm equipados com o
processador Snapdragon 865+ e com a S
Pen (a mesma dos Note). O S7 tem 11” e
o S7+ possui 12,4”, ambos com uma taxa
de atualização até 120 Hz. O preço varia
entre os €759 e os €1169, consoante o
modelo e a configuração escolhidos.
seguimos até gravar ficheiros de áudio
diretamente nas notas de forma simples e
rápida. Estamos com curiosidade em ver
até onde a renovada colaboração com a
Microsoft é capaz de elevar as tarefas de
produtividade, com uma maior simbiose A câmara
entre as notas e o Office. Note-se ainda principal
do Note 20
que a funcionalidade DeX, que permite tem 64 MP
transformar o smartphone numa espécie
de computador e ligá-lo a um monitor,
tem agora disponível o emparelhamento
sem fios através de Miracast.
PISCAR O OLHO SAMSUNG
AOS JOGADORES NOTE 20
Se estamos habituados desde sempre a
associar a linha Note à produtividade, E XPECTATIVA

4,5
notámos que com o Note 20 os res-
ponsáveis da Samsung também deram
grande destaque ao gaming. Assim, nos
novos smartphones é possível jogar na
cloud com o Xbox Game Pass Ultimate samsung.com/pt
(mais uma prova do estreitar de relações
com a Microsoft). Nos jogos será muito
CARACTERÍSTICAS
útil a taxa de atualização adaptativa do Ecrã FHD de 6,7” (20:9, 60Hz) ○

BUDS LIVE Note 20 Ultra, que é capaz de chegar

Estes auriculares têm um formato de
feijão e possuem cancelamento de ruído
ativo (ANC). Estão disponíveis nas cores
branco, preto ou bronze por €199.
aos 120 Hz. O Note 20 standard, con-
tudo, fica-se pelos 60 Hz. É aqui que
começamos a entrar nos pontos onde
os dois terminais se diferenciam. O ecrã
Processador Exynos 990 (7 nm) +
S5123 ○ 8 GB LPDDR5 de RAM ○ 256
GB de armazenamento ○ Bateria de
4300 mAh ○ Câmaras: frontal de 10
MP (F2.2, 1.22μm); traseiras de 12 MP
(F1.8, 1.8μm) + 64 MP (F2.0, 0.8μm,
OIS, 3x zoom híbrido) + 12 MP (F2.2,
1.4μm) ○ 192 g

AMOLED do Ultra tem 6,9 polegadas

e uma resolução WQHD+, enquanto
o ‘mano mais novo’ se fica pelas 6,7
polegadas e FHD+.
A nível de câmaras também há dife-
renças. O Note 20 Ultra mantém o sensor
de 108 MP que já conhecemos do S20
Apesar do
Ultra, mas a Samsung revela que agora sensor de

WATCH 3
Um relógio inteligente que assume um
design mais clássico. Chega em versões
LTE ou Wi-Fi. O modelo de 41 mm começa
nos €429, enquanto o de 45 mm tem um
preço base de €469.
o zoom fica limitado a 50x (em vez dos 108 MP, o
100x). O Note 20 standard conta com Note 20 Ultra
uma lente principal de 64 MP. A terceira 'fica-se' por
um zoom de
câmara na traseira e a frontal são idênti- 50x
cas nos dois terminais. É possível gravar
vídeo em 8K e houve uma funcionalidade
que nos prendeu a atenção: é possível
comutar entre dois microfones durante
a gravação de um vídeo. SAMSUNG
Para terminar, os preços. Os valores NOTE 20 ULTRA
variam consoante a versão escolhida: o
Note 20 custa €989, com o modelo com E XPECTATIVA

4,5
5G a ter um preço de €1089; e o Note 20
Ultra 5G tem um preço de €1339, com
a versão com mais memória a ficar por
€1439. Em termos de cores, destaque-
Z FOLD2 -se que o Note 20 estará disponível em samsung.com/pt

A nova versão do dobrável conta com um
ecrã de capa de 6,2” (o Fold original tinha
um de 4,6”) e, quando aberto, um ecrã
principal de 7,6”. A bateria é de 4500 mAh
e este dobrável tem 6 mm de espessura
quando se encontra aberto. Mais detalhes
ficaram prometidos para setembro.
verde – o tom de que mais gostámos –,
cinzento ou bronze. Já o Ultra chega nos
tons branco, preto ou bronze. Todas as
cores são mate, o que também garante
que os smartphones não ficam facilmente
marcados por dedadas. Paulo Matos
35
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
CARACTERÍSTICAS
Ecrã WQHD+ de 6,9” (19.3:9, taxa de
atualização adaptativa de 120Hz) ○ Proc.
Exynos 990 (7 nm) + S5123 ○ 8 ou 12 GB
LPDDR5 de RAM ○ 256 ou 512 GB de
armaz. ○ Bateria de 4500 mAh ○ Câmaras:
frontal de 10 MP (F2.2, 1.22μm); e
traseiras de 108 MP (F1.8, 0.8μm) + 12
MP (F3.0, 1.0μm, OIS, 5x zoom ótico) + 12
MP (F2.2, 1.4μm) ○ 208 g
PROJETOR 4K
PARA ‘PRÓS’
LG PROBEAM BU50NST €3499
„ Uma das provas de que este é um projetor mais pensado para
um ambiente profissional está nas dimensões generosas que
apresenta e de que são exemplo os quase 10 quilos de peso
e o corpo de 16,7 litros. Gostámos muito do design ‘limpo’ do
ProBeam, que apresenta linhas simples e aposta na cor branca –

H
sinais de que se irá enquadrar bem nos mais variados cenários.
á pessoas que preferem usar um projetor para Refira-se que este projetor também pode ser fixado no teto ou,
substituir a TV em casa, mas este ProBeam pre- na forma mais tradicional, pousado em qualquer superfície.
tende alcançar um público diferente: escolas,
empresas e hospitais. Terá este dispositivo da LG os
„ A qualidade de imagem é convincente. Estávamos otimistas
argumentos necessários para projetar com qualidade
antes do teste por sabermos que este é um projetor laser capaz
gráficos e diagramas detalhados sem causar fadiga ocu- de chegar à resolução 4K e gostámos do grau de detalhe que foi
lar? Luzes, câmara, ação! Paulo Matos possível visualizar nas imagens, sendo que o tamanho pode ir das
40 às 300 polegadas. Os 5000 lúmenes ANSI proporcionam um
brilho satisfatório, mas quem está muito habituado a monitores ou
televisores vai sentir falta de cores mais vivas.
„ O parâmetro do som surpreendeu-nos
sob dois aspetos: o ruído de funcionamento
é inferior ao que antecipávamos; e os dois
„ As portas para a conectividade estão
altifalantes de 5 W apresentaram uma
todas localizadas na traseira: 2x USB,
qualidade de áudio convincente, com o
2x HDMI, 2x Ethernet, VGA. Ou seja, neste
volume a atingir um nível elevado. Tenha
ProBeam há, à partida, soluções para
atenção, porém, que o consumo energético
todas as necessidades. E há igualmente a
do ProBeam não é diminuto. Nos nossos
possibilidade de estabelecer ligações sem
testes registámos valores de 323 W.
fios, seja por Wi-Fi, Bluetooth ou Miracast.

„ O BU50NST conta com uma roda numa

UM PROJETOR LASER
lateral que permite o deslocamento da lente, 4K PRIMORDIALMENTE
isto é, ajustar a imagem para a direita/esquerda
(+/- 20%) e para cima/baixo (+/-50%). Depois é VOCACIONADO
possível ajustar o foco e fazer zoom (1,6x) nos PARA AMBIENTES
anéis da lente. Toda a restante interação é feita
através do recurso a um comando, que é muito PROFISSIONAIS.
similar ao de uma SmartTV. Algo que é reforçado
pela presença do WebOS, o que significa que se
A QUALIDADE DE IMAGEM
irá deparar com uma interface muito similar à de É CONVINCENTE E HÁ
uma TV inteligente da LG. É até possível alternar
entre os vários perfis de imagem pré-configurados
MUITA CONECTIVIDADE
(standard, cinema, ambiente escuro, etc.). À DISPOSIÇÃO

NOTA FINAL DESEMPENHO

4
lg.com/pt
CARACTERÍSTICAS

QUALIDADE/PREÇO

CARACTERÍSTICAS
Resolução 4K UHD (3840x2160) ○ 40~300 polegadas
○ Rácios: 16:9, Original, 4:3, Vertical Zoom, All-Direction
Zoom ○ Brilho: 5000 lúmenes ○ Ajuste de distorção
trapezoidal de 12 pontos ○ Lâmpada: Laser com duração
anunciada de 20000 horas ○ 2x 5 W ○ 2x HDMI, 2x USB,
2x Ethernet, VGA ○ 370x290x155 mm ○ 9,7 kg

36
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

Conte, na
traseira, com
um leitor de
impressões
digitais
para maior
segurança
A capa
transparente,
que permite
ver o interior
do smartphone,
dá-lhe um
aspeto louco
MISSÃO:
SALVAR O PLANETA
FAIRPHONE 3 €449,99
C
omprar um Fairphone 3 é dife-
rente de comprar qualquer outro
smartphone pela missão que está
associada ao dispositivo: contribuir para
um mundo mais ecológico e socialmente
responsável. Como? Não traz cabo ou
carregador de origem, logo, contribui
para menos lixo eletrónico, é composto
por seis módulos que pode substituir
– já lá vamos – e usa materiais como
tungsténio de zonas livres de conflito,
plásticos reciclados e ouro de comér-
cio certificado. Se, do ponto de vista da
missão, o Fairphone 3 é, logo à partida,
irrepreensível, o mesmo já não pode ser
dito do desempenho. É preciso salientar
que estamos perante um modelo lançado
em 2019, mas que só recentemente pas-
sou a ter venda direta em Portugal. Daí
que os resultados dos benchmarks não
impressionem. Ainda assim, tem o que
é preciso para assegurar uma utilização
sem problemas no dia-a-dia, para na-
vegação web, redes sociais e consumo
de conteúdos multimédia. Mesmo ao
nível dos jogos, não entregando uma
experiência de topo, permite-nos jogar
de forma aceitável títulos como Gangs-
tar Vegas, Hillside Racing ou o frenético
Hawk. Ponto positivo para o ecrã, que
se destaca pela muito boa definição e
nitidez, assim como pela boa reprodução
de cores. O ponto fraco do smartphone é
claramente a câmara fotográfica – sim,
leu bem, só tem uma câmara na par-
te traseira. O sensor de 12 megapíxeis
até é capaz de garantir algumas fotos
decentes, mas, no geral, a experiência
está muito abaixo daquilo que um equi-
pamento deste preço deveria entregar.
Mesmo tendo em consideração a data de
lançamento, basta recordar que por mais
50 euros, smartphones como o TCL 10
Pro ou o Samsung Galaxy A71 têm quatro
câmaras e entregam um desempenho
fotográfico muito, muito superior.
MÃOS NA MASSA
E, claro, tínhamos de testar a reparabi-
lidade deste smartphone. Com a chave-
-estrela que vem na caixa, conseguimos
desmontar o dispositivo em seis módulos.
O MUNDO PRECISA DE MAIS 'FAIRPHONES' E FICA PROVADO
QUE PODE SER ECOLÓGICO, AMIGO DO CONSUMIDOR E
TAMBÉM BONITO. MAS FALTA ESTRATÉGIA À MARCA
37
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL DESEMPENHO
3
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
ingrammicro.com
CARACTERÍSTICAS
Ecrã LCD IPS 5,65”, 2160x1080p ○ Processador
Snapdragon 632 de oito núcleos 1,8 GHz, GPU Adreno
506 ○ 4 GB RAM, 64 GB armazenamento ○ Câmara 12
MP, 8 MP (selfie) ○ BT 5, USB-C, áudio 3,5 mm ○ Android 9
○ Bateria 3000 mAh ○ 158x71,8x9,89 mm ○ 189 g
CONSTRUÇÃO CÂMARAS ECRÃ AUTONOMIA
Muito bom Mau Muito bom Bom
BENCHMARKS
Antutu: 151628 z CPU 59462 z GPU 15097 z Memória
47495 z UX 29574 z 3DMark Sling Shot Extreme OpenGL
510 z Vulkan 445 z Gráficos 2192 z Física 5737 z PCMark
Work 2.0 5737 z Autonomia (PcMark) Não correu
Em cerca de meia hora desmontámos e
voltamos a montar o Fairphone 3 e atestá-
mos que é de facto uma tarefa ao alcance
até dos que se consideram um desastre
em ‘bricolage’ e eletrónica. Um ponto
muito positivo: além de poucos parafusos,
são todos iguais, pelo que não há confusão
na hora de voltar a colocá-los no sítio.
Sentimos dificuldades em tirar o módulo
da câmara principal, por haver pouco
espaço para colocar a unha e levantar
a ligação eletrónica. E tenha também
atenção à forma como tira o parafuso que
fica imediatamente ao lado do módulo
da câmara principal, para não riscar.
Mas 'hey', quando é que foi a última vez
que nos ouviu dizer, num smartphone,
para ter cuidado a tirar os parafusos? Só
isto é uma grande vitória para o consu-
midor! Se ajudar, há tutoriais em vídeo
no YouTube, da própria marca, sobre o
processo de desmontagem e montagem
do smartphone e no site da Fairphone
tem as peças suplentes para compra – um
módulo de ecrã novo custa €89,95 e uma
bateria €29,95, por exemplo. E, apesar
de já estarmos a caminhar para o final de
2020, ainda estamos presos ao Android
9 – um maior compromisso com atua-
lizações de software também ajudaria a
ganhar mais uns clientes, certamente. No
geral, o Fairphone tem um conceito que
gostávamos de ver mais popularizado,
mas sobretudo pelo preço pedido, não
entrega uma experiência ao nível do que
se exige atualmente. Rui da Rocha Ferreira
AGORA SIM,
O GIGANTE
ACORDOU
CANON EOS R6 €2849

A
Canon andou um pouco perdida no que diz respeito
ao mirrorless. Chegou tarde e nem sempre bem.
Mas com esta EOS R6, a marca japonesa acertou
em cheio. Esta é uma câmara que junta o melhor que co-
nhecemos das reflex tradicionais às vantagens funcionais
„ Muitos vão estar a pensar “só 20 MP?”. É verdade que há
do mirrorless (câmaras que permitem trocar de objetiva, concorrentes com maior resolução, mas preferimos sempre
mas que não são reflex). A R6 fica tão bem colocada no qualidade à quantidade em termos de píxeis. E 20 milhões já
segmento das mirrorless quanto a EOS 6D está no seg- garantem definição suficiente para fotos carregadas de detalhe
mento das SLR. Uma câmara feita à medida dos fotográfos e este sensor consegue lidar de forma exemplar com a falta de luz
ou com cenas muito contrastantes. No vídeo, destaque para os 10
entusiastas da nova geração. Sérgio Magno
bits de cor tão importantes para muitos profissionais. Claro que
para quem corre atrás dos megapíxeis, esta R6 não impressiona.
O que também não impressiona é a relação qualidade/preço.
Quase €3000 é demais considerando os preços da concorrência.

„ Tudo é rápido e preciso nesta câmara. A começar pela focagem

automática. Quase instantânea em fotografia e com uma
progressividade cinematográfica, que permite passagens de foco
suaves, em vídeo. Nesta nova geração R, já não se sente qualquer
concessão no desempenho, ao contrário do que acontecia nas
EOS reflex (SLR), onde usar o modo Liveview (usar o ecrã LCD
em vez do visor ótico) significava perda de desempenho. Neste
aspeto, é importante referir as ranhuras redundantes para cartões
SD de alta performance.

„ Os menus são muito bem conseguidos. Tudo o que importa é de

„ Finalmente, a Canon
incluiu um estabilizador no
sensor. E que diferença faz.
Conseguem-se fazer fotos
sem tripé a velocidades de
obturação e/ou níveis de
zoom que seriam impensáveis
em modelos anteriores.
Ainda mais quando se junta
uma objetiva estabilizada,
já que é possível 'somar' os
dois sistemas. E por falar
em objetivas, as opções
são muitas já que se podem
usar, através de adaptador,
objetivas EF/EF-S sem
acesso rápido. Há uma clara evolução positiva relativamente às
primeiras R. E gostámos muito de a Canon ter adicionado a roda
de comando grande traseira das EOS relflex às duas rodas que já
existiam nas primeiras R. Há ainda um joystick programável, que
„ A R6 foi apresentada em só não percebemos porque não vem ativado de origem – é preciso
simultâneo com a mais profissional escolher as funções no menu. Uma ergonomia exemplar num
R5. Há várias diferenças corpo à prova de chuva e de pó.
importantes, com destaque para
a capacidade de a R5 gravar
vídeo em 8K e ter um sensor de
maior resolução. Mas a R6 tem
características suficientes para ser A R6 TRAZ O DESEMPENHO E FUNCIONALIDADE A QUE A CANON
considerada pelos mais exigentes, NOS HABITUOU NA SLR PARA AS CÂMARAS MIRRORLESS.
EXCELENTE DESEMPENHO, MAS O PREÇO É UM POUCO EXAGERADO
a começar por um sensor full frame
de grande intervalo dinâmico,
elevada sensibilidade à luz,
gravação vídeo em 4K (10 bits) e
CONSIDERANDO AS CONCORRENTES MAIS PRÓXIMAS
estabilizador de cinco eixos. Tudo
combinado, permite imagens de
grande qualidade, mesmo com

perda de funcionalidades.
Importante, sobretudo, para
quem já investiu em 'vidro' de
qualidade para câmaras SLR
da Canon.
4,3
DESEMPENHO NOTA FINAL CARACTERÍSTICAS
pouca luz ambiente e sem sermos CMOS Full Frame 20,1 MP ○
obrigados a recorrer a um tripé. Estabilizador 5 eixos ○ ISO 100-
CARACTERÍSTICAS 102400 (exp. 50-204800) ○ Foto
contínua com AF: até 20 fps ○ Ecrã
3” articulado (tátil) ○ Wi-Fi, BT ○
QUALIDADE/PREÇO Vídeo 4K (60p/50p), 1920x1080
(120p), 10 bits ○ cartões: 2x SD
canon.pt USH-II ○ 138x98x 88 mm ○ 680 g

QUAL. IMAGEM VÍDEO CONSTRUÇÃO VELOCIDADE

Excelente Muito bom Muito bom Excelente

38
2020 EXAME INFORMÁTICA
SETEMBRO 202
 LEVAR O WI-FI MAIS LONGE
FRITZ! POWERLINE 1260E WLAN SET €159,50
DEVOLO MAGIC 2 WIFI NEXT STARTER KIT €199,99

P
roblemas com o Wi-Fi em casa, quem os não tem? Os adaptadores
Já gabámos em análises anteriores o potencial das da Fritz! são
mais compactos
tecnologias Powerline – que utiliza os cabos da rede que os da Devolo
elétrica para transferir dados, ou seja, transforma tomadas
elétricas em portas de rede cabladas – e Mesh – arquitetura
de redes sem fios que permite juntar os diferentes pontos
de acesso para criar uma única rede Wi-Fi virtual, que
possibilita aos aparelhos conectados comutarem automa-
ticamente para o ponto de acesso com maior força de sinal
– e agora colocamos à prova um par de equipamentos que
conjugam as duas. Nesta arquitetura híbrida, os adaptadores
comunicam uns com os outros via Powerline e criam uma
rede Wi-Fi Mesh para ligar os vários dispositivos da casa.
O processo de instalação é similar nos kits da Devolo e da
Fritz. Assim, há que ligar o adaptador Powerline à tomada
da parede e conectá-lo ao router com o cabo de rede forne-
cido; depois é colocar o segundo adaptador numa tomada
próxima (algo que só é necessário na primeira vez, depois
pode colocá-lo na tomada que desejar). A partir daqui todo
o processo de emparelhamento é automático.

4
DESEMPENHO NOTA FINAL CARACTERÍSTICAS
Dois adaptadores (principal
com tomada duas portas
GANHOS DE VELOCIDADE CARACTERÍSTICAS LAN e módulo Wi-Fi com
uma porta LAN) ○ 2x2 MIMO
Para o nosso teste, recorremos a um domicílio com dois ○ WPA2, AES de 128 bits
○ 67x132x32 mm ○ 200 g
pontos de referência: a sala, onde está colocado o router QUALIDADE/PREÇO
(cada adaptador)
do operador; e um quarto, onde, devido à localização mais fritzbox.pt
distante e à presença de paredes pelo caminho, o sinal do
Wi-Fi tem mais dificuldades em chegar. Como valores
de referência, medimos uma média de 120 Mbps para
download e upload na sala e de 13 Mbps (download) e 8
Mbps (upload) no quarto. Isto quando usámos a banda dos
5 GHz, porque, naturalmente, os valores baixaram quando
passámos para a banda dos 2,4 GHz: 72 Mbps (download)
/ 43 Mbps (upload) na sala; e 2 Mbps (download) / 13
Mbps (upload) no quarto. Como seria expectável, tanto o
equipamento da Devolo como o da Fritz registaram valores O segundo
similares na sala, sendo que ambos andaram de braço dado adaptador
da Devolo
quando fizemos as medições no quarto com estes disposi-
tem tomada
tivos de Powerline Mesh Wi-Fi: 20 Mbps (download) e 28 bypass, o que
Mbps (upload) na banda dos 5 GHz; e 14 Mbps (download) é muito útil
e 26 Mbps (upload) na dos 2,4 GHz. Ou seja, o desempenho
de ambos foi idêntico e uma clara melhoria quando com-
parada com os números verificados quando não usámos
nenhum equipamento. Um pormenor de que gostámos
particularmente no Magic 2 foi o facto do adaptador Wi-Fi
ter uma tomada bypass, o que é muito útil para se poder

4,3
DESEMPENHO NOTA FINAL CARACTERÍSTICAS
Dois adaptadores com tomada
ligar, por exemplo, uma SmartTv ou um desktop e tirar bypass (principal com uma
partido das portas Ethernet para uma ligação cablada à CARACTERÍSTICAS porta Ethernet e módulo Wi-Fi
com duas portas Ethernet)
Internet. Se a Devolo leva vantagem neste campo, a Fritz ○ MU-MIMO, Access Point

consegue apresentar adaptadores mais compactos e um QUALIDADE/PREÇO Steering, Fast Roaming, Band
Steering, Airtime Fairness,
preço ligeiramente mais em conta. Paulo Matos devolo.pt Config Sync ○ WPA3

39
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 O ROG Phone 3
é muito parecido
com o modelo
anterior e mais
diferenciação era
bem-vinda
Função de
gravação do ecrã?
Câmara que capta
vídeos em 8K?
Os youtubers vão
gostar!
INDOMINUS REX
ASUS ROG PHONE 3 €1099
C
urve-se, caro leitor, perante o
smartphone mais poderoso da
atualidade. Bem sabemos que
este é um título que troca de mãos três
a quatro vezes por ano, fruto da con-
corrência entre marcas, mas gostamos
sempre de assinalar quando a vénia é
merecida. E este ROG Phone 3 é, sem
dúvida, merecedor das devidas honras
da corte, pois é o novo rei indomável
(daí a expressão, em latim, do título) dos
Android. Se a capacidade de processa-
mento e, acima de tudo, o desempenho
gráfico não têm rival, há apontamentos
neste smartphone aos quais deve prestar
atenção antes de o comprar.
DESEMPENHO OLÍMPICO
Convidamo-lo a desviar o olhar ali para
o cantinho dos benchmarks. Os números
são impressionantes: basta referir que
nunca tivemos no nosso laboratório um
smartphone que tivesse ultrapassado os
600 mil pontos no resultado global do
Antutu ou os 6500 pontos no Vulkan.
Traduzindo por miúdos: se é desempe-
nho e potência que procura num smar-
tphone, este é o modelo que tem de estar
na topo das suas preferências. Todos os
jogos que testámos executam de forma
fluída, sem falhas e sempre no limite de
frames por segundos (fps) que conse-
guem atingir: Fortnite a 29 fps, FIFA a 30
fps, Mortal Kombat entre os 130 e os 140
fps, e Oddmar constantemente acima
dos 120 fps são exemplos esclarecedores.
Melhor: se quiser dar um ‘boost’ extra de
desempenho, então pode ativar o Modo
X, que otimiza o smartphone para que
o utilizador tenha a melhor experiência
possível no título que está a jogar. Uma
característica que também herda do ROG
Phone 2 e que consideramos bastante po-
sitiva é a aplicação Armoury Crate e que,
na prática, nos permite definir exatamente
os parâmetros de desempenho e as prio-
40
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
Há um leitor
de impressões
digitais integrado
diretamente no
ecrã: é superrápido
e eficaz
ridades que queremos em determinado
jogo. Por exemplo, um jogo como Od-
dball, mais animado, não é graficamente
tão exigente como Fortnite, pelo que não
temos necessidade de libertar todo o poder
de fogo do smartphone, o que nos ajuda a
poupar um pouco da bateria.
Mas a característica que mais nos dei-
xou de boca aberta e que não vai deixar
os utilizadores indiferentes é a taxa de
atualização máxima de 144 Hz do ecrã
(e que chega aos 160 Hz de modo não
oficial, através de ferramentas de desen-
volvimento). O que isto significa é que
temos uma resposta visual ultrarrápida
de todas as interações que fazemos no
smartphone, sobretudo quando estamos
a navegar nos menus, em páginas web ou
em aplicações de redes sociais. É de uma
fluidez assinável e é um dos pontos fortes
de experiência de utilização deste smar-
tphone. Para quem tem ou experimentou
o ROG Phone 2 e quer saber se há dife-

BRILHO
DE GAMER
Não podemos deixar de assinalar
o logótipo que se ilumina na parte
de trás do smartphone quando
estamos com o modo de jogo
ativado. É personalizável, nas cores
e na pulsação, e dá um toque de
personalidade a um equipamento
que apesar de ser de gaming,
mantém um aspeto relativamente
sóbrio, ainda que muito semelhante
ao modelo anterior. Pontos
extra para a caixa na qual vem o
smartphone: é uma espécie de
pirâmida que temos de desmontar
e é daqueles pormenores que
fazem a diferença sobretudo num
equipamento deste nível de preço.
rença entre os 120 Hz que o smartphone
já atingia e estes novos 144 Hz, podemos
dizer que sim, é uma diferença que se
nota, ainda que por si só não justifique
a troca para o novo smartphone.
O ROG Phone 3 é ainda à prova do fu-
turo: o modelo deste teste tem 16 GB de
memória RAM e 512 GB de armazena-
mento disponíveis, que dificilmente vão
ficar completos ao ponto de começarem a
‘sufocar’ o desempenho do equipamento.
Referência ainda para a autonomia de topo
deste smartphone: não só tem o que é
suficiente para garantir um dia recheado
de jogabilidade pelo meio, como se o usar
de forma mais regrada – ecrã a 60 Hz e
brilho mediano – conseguirá dois dias
de utilização.
FORÇA VIDEOGRÁFICA
Um dos pontos positivos que destacámos
no ROG Phone 2 (EI nº 291) era o facto de
a marca apostar forte também na área da
fotografia, um elemento indispensável
no segmento topo de gama. Com este
novo modelo, a Asus volta a deixar essa
aposta clara, sobretudo com aquilo que o
smartphone faz na área do vídeo. O ROG
Phone 3 grava em 8K e o nível de detalhe
é muito bom – ao ponto de conseguirmos
fazer um zoom considerável no vídeo
e percebermos bem os contorno e as
texturas dos elementos que gravamos.
Acrescente-se a isto a possibilidade de
gravação em 4K a 60 fps ou em Full HD
Além de ter um efeito
prático – arrefece o
smartphone –, dá-lhe
ainda mais aspeto de
smartphone de gaming
NOTA FINAL DESEMPENHO
4,6
REFRIGERAÇÃO
CARACTERÍSTICAS
EXTERNA
QUALIDADE/PREÇO
asus.com/pt
CARACTERÍSTICAS
Na caixa do ROG Phone 3
Ecrã AMOLED HDR 6,59”, 2340x1080p, 144 Hz ○
Processador Snapdragon 865 Plus 5G de oito núcleos vem um acessório que ajuda a
3,1 GHz, GPU Adreno 650 ○ 16 GB RAM, 512 GB
armazenamento ○ Câmara 64 MP, 13 MP (grande reduzir a temperatura externa
angular), 5 MP (macro), 24 MP (selfie) ○ Vídeo HD 480 fps
do smartphone até 4 graus. E
até 8K ○ BT 5.1, USB-C, Wi-Fi 6 ○ Android 10 ○ Bateria
6000 mAh ○ 171x78x9,85 mm ○ 240 g não é que funciona? Assim que
colocámos o AeroActive Cooler
CONSTRUÇÃO CÂMARAS ECRÃ AUTONOMIA 3 na ligação lateral que existe
Muito bom Muito bom Muito bom Excelente
para acessórios, a ventoinha
do periférico ‘dispara’ e em
BENCHMARKS
poucos minutos conseguimos
Antutu 611429 z CPU 185236 z GPU 235323 z
Memória 110275 z UX 80595 z 3D Mark Sling Shot sentir que a temperatura
Extreme OpenGL 7694 z Vulkan 6505 z Gráficos 7983
z Física 3947 z PCMark Work 2.0 10924 z Autonomia externa do smartphone baixa.
(PcMark) 17h33m Além disso, é um acessório que
podemos usar sem problemas
em super câmara lenta (240 fps) e te- durante as sessões de jogo,
mos um equipamento bastante versátil. já que não estorva – mas
Ainda relacionado com este tema, mas atenção, pois aumenta o
não relativo às câmaras, o smartphone consumo energético. Além
tem integrada uma funcionalidade que deste acessório, há outros que
permite fazer gravação ao ecrã, ideal pode comprar em separado,
para produtores de conteúdos de gaming como uma doca para desktop
focados em jogos mobile. ou um comando dedicado.
Na área da fotografia, o ROG Phone
3 destaca-se em duas áreas: muito boa
reprodução de cores e captação fidedigna
dos contrastes. O sensor principal é de 64
megapíxeis e uma garantia de imagens há outros apontamentos neste super-
com bom detalhe, e o sensor secundário smartphone da Asus. O ecrã suporta
é de 13 megapíxeis, garantindo grandes conteúdos HDR, mas a diferença no
angulares de encher o olho. Há uma no- brilho e na reprodução de cores não é
vidade, um terceiro sensor, para foto- tão boa como já vimos noutros smar-
grafias macro, mas que não convenceu tphones. E apesar de ter um ecrã bri-
nos nossos testes, pela falta de definição lhante, a marca podia ter ido mais além,
e detalhe. Apesar da boa experiência sobretudo a pensar em quem faz sessões
fotográfica do ROG Phone 3, é preciso de jogos fora de portas. E não esquecer
salientar que no campeonato em que que estamos perante um smartphone
joga, dos topo de gama, está muito longe de grandes dimensões e que é pesado.
da qualidade fotográfica de um Huawei Sentimos ainda que a jogar, aquece mais
P40 Pro ou de um Galaxy S20 Ultra 5G. do que o ROG Phone 2, mas há uma
solução para este problema (ver caixa
A PERFEIÇÃO NÃO EXISTE em cima). Questões que não colocam
Além de não acompanhar a qualidade em causa o merecido selo de recomen-
fotográfica dos melhores do mercado, dação. Rui da Rocha Ferreira
41
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 L I F E
NA CRISTA DA ONDA
GARMIN INSTINCT SOLAR – SURF EDITION €449,99
A Garmin tem reputação de fazer
bons relógios desportivos e este
Instinct Solar – Surf Edition continua
a trilhar esse caminho de sucesso.
Mas, como se pode depreender
pelo nome do smartwatch, este
é um wearable com algumas
particularidades. Comecemos
pelo facto de possuir Power Glass,
uma tecnologia desenvolvida
pelos engenheiros da Garmin. Na
prática, significa que este relógio
conta com uma espécie de painel
solar no ecrã, que, no fundo, é uma
capa semitransparente de células
fotovoltaicas que recolhem energia
do sol ao longo do dia (quando o
equipamento é exposto a este
tipo de luz, como é óbvio). Isto
significa que o painel do Instinct
Solar está protegido por Corning
Gorilla Glass 3, reforçado com um
tratamento DX resistente à prova
de riscos, anti-brilho e à prova de
impressões digitais. Por outro lado,
vai precisar de uma exposição
prolongada à luz solar para sentir
os efeitos reais do carregamento
NOTA FINAL
4
da bateria, porque se o utilizar
como um smartwatch normal e o
levar para o trabalho no escritório,
a tecnologia Power Glass não será
rentabilizada. Diga-se, contudo,
que, como habitual nos Garmin, a
autonomia não é um problema. No
nosso teste, conseguimos estar
cerca de duas semanas sem ser
preciso ligar este Instinct a uma
fonte de alimentação. Estes valores
irão aumentar ou diminuir consoante
o tipo de utilização que faz deste
wearable (se liga o GPS muitas
42
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
vezes, etc.). Gostámos muito da
informação presente na interface
predefinida pela Garmin, que mostra
um gráfico com a exposição solar
a que o relógio esteve exposto nas
seis horas anteriores. E diga-se que
este é um ecrã de fácil leitura mesmo
em ambientes com uma iluminação
muito forte.
MARÉ BAIXA OU MARÉ ALTA
Passamos agora para a análise
referente à segunda parte do nome
deste Garmin: Surf Edition. Como
calcula, este é um smartwatch
que dispõe de funcionalidades
específicas para os praticantes
de surf, o que se repercute na
disponibilização de métricas
referentes ao desempenho neste
desporto: contagem de ondas,
velocidade máxima alcançada,
distância percorrida, tempo
de prática e dados da maré.
Infelizmente, o nosso período de
testes com este Instinct coincidiu
com as datas em que a Garmin
foi alvo de um ciberataque de
ransomware, o que nos impediu de
sincronizar os dados registados no
relógio com a app Connect (a Garmin
disponibiliza uma única aplicação
para todos os seus wearables).
Na altura em que escrevemos
esta análise, esta impossibilidade
mantinha-se, mas é altamente
provável que, quando a estiver
a ler, o problema já se encontre
sanado. Para terminar, gostámos
muito da escolha cromática da
Garmin para o modelo do Instinct
Solar que recebemos para a teste:
a conjugação do tom branco com
os apontamentos em verde escuro
resulta bem esteticamente e dá
um ar distinto a este wearable,
que, julgamos, faz todo o sentido
para os surfistas (ou para um
público-alvo menos formal).
Ao contrário do que já nos aconteceu
com outros Garmin, o controlo dos
menus através dos botões físicos –
o ecrã não é tátil – pareceu-nos
de fácil domínio. Paulo Matos
buygarmin.com
 LUME CUBE
PANEL GO
€119
Este painel conta
com 112 LEDs
bicolor, que permite
regular a intensidade
entre 1% e 100% e
ajustar a temperatura de
cor entre 3200K e 5600K.
Possui um ecrã LCD a cores
para visualização das definições que
exibe, por exemplo, a temperatura de
cor, intensidade e nível da bateria. De
dimensão compacta, pode ser montado
em tripés com rosca de 1/4”-20 e
possui um filtro difusor incorporado
para dispersão de luz suave.
HAMA SNAPDROP €14,99
robisa.es
Parece um ovo, mas a SnapDrop é um produto
2-em-1: tanto pode funcionar como coluna
Bluetooth como ser utilizada para ativar a
câmara do smartphone à distância. Portanto,
basta colocar o telemóvel na posição que se
quer, escolher uma pose e usar o botão deste
dispositivo da Hama para tirar a fotografia de
forma remota. O equipamento possui ainda
microfone e funcionalidades de atendimento
de chamadas mãos-livres.

pt.hama.com

SONY SRS-LSR200
€179
Uma coluna sem fios para
televisores que possui
uma pega para facilitar o
transporte e que é resistente
a salpicos de água. Estas
características fazem com
que este equipamento seja
adequado para se levar para
qualquer divisão e continuar a
ouvir o som da TV. Conta com
um telecomando integrado,
suporte para carregamento,
três altifalantes, radiadores
passivos e tecnologia Voice
Zoom para otimizar as
frequências auditivas
do diálogo falado.

sony.pt

43
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
O CAIXEIRO-VIAJANTE
HP ELITEDISPLAY S14 €289
O
teletrabalho traz nova vida a
produtos que nunca conhece-
ram grande popularidade, como
é o caso dos monitores portáteis. Com
este EliteDisplay S14, a HP acerta em
muitos dos requisitos que tornam um
gadget destes num investimento a con-
siderar pelos ‘caixeiros-viajantes’ do sé-
culo XXI. Para começar, o formato deste
ecrã de 14" está muito bem conseguido:
a espessura é mínima e quase parece que
estamos a transportar um tablet de gran-
des dimensões. Claro que há diferenças
no peso – o S14 tem um quilograma –,
mas não vemos este monitor como um
equipamento difícil de transportar. Ain-
da melhor: é muito fácil de configurar.
Graças à porta USB-C, basta ligar o cabo
entre o monitor e o dispositivo-fonte –
pode ser um computador ou um smar-
tphone –, que imediatamente temos a
imagem a ser reproduzida no monitor.
Além disso, a transmissão de conteúdo
é feita de forma instantânea, pelo que
pode estar a jogar no smartphone e a
ver no monitor que não há latência pelo
meio a estragar a jogabilidade. A ligação
é simples, mas há considerações a fazer:
atenção ao consumo de bateria extra
que o monitor implica, que nos nossos
testes, ligado a um portátil, duplicou o
consumo, ‘sugando’ 15% em 20 minutos
na reprodução de vídeo, quando esses
mesmos 15% dariam para 45 minutos;
já nos dispositivos móveis, nem todos
suportam saída de vídeo por USB-C,
mas testámos esta ligação com sucesso
nos modelos Asus ROG Phone 3 e Sam-
sung Galaxy S20 Ultra 5G, sendo que no
caso do Samsung conseguimos até ter
acesso ao modo de experiência desktop
Samsung DeX. Ou seja, há trabalhos
que pode fazer ligando o smartphone ao
monitor, o que reduz e muito o ‘setup’
necessário para teletrabalho. Há outros
dois elementos dos quais gostamos bas-
tante: na caixa do EliteDisplay S14 vem
uma capa magnética que funciona como
o suporte deste tablet, já que a mesma
pode ser dobrada num triângulo que
funciona de base ao monitor. E como
este é um monitor pensado para andar
de um lado para o outro, o ecrã antir-
reflexos, com acabamento mate, é um
extra bem-vindo. Ou seja, em termos
A taxa de
atualização do
ecrã é de 60 Hz,
mas notamos
que lhe falta
fluidez
NOTA FINAL DESEMPENHO
3,5
CARACTERÍSTICAS
de design e usabilidade, esta proposta
da HP está muito bem executada. Mas
QUALIDADE/PREÇO
também há limitações que considera-
hp.com/pt mos relevantes. O nível de brilho é baixo
CARACTERÍSTICAS – mesmo em ambiente de escritório,
Ecrã LED IPS 14”, 1920x1080p, 16:9, antirreflexo ○
Taxa atualização 60 Hz ○ Brilho 200 cd/m² ○ Contraste
sentimos falta de maior luminosidade,
5000000:1 ○ 1 porta USB-C com DisplayPort 1.2 ○ 1 kg o que dificulta a visualização de conteú-
○ 327,8x8,6x209,5 mm
dos. E apesar de prometer ângulos de
visualização de 178º, perdemos muito
CORES BRILHO MENUS ERGONOMIA
Bom Satisfatório Muito bom Satisfatório brilho e cor à medida que ficamos mais
enviesados relativamente ao monitor.
E, por ser portátil e ter um sistema de
suporte ‘à la tablet’, é um monitor com
TER UM MONITOR DE 14" uma única posição, não sendo possí-
FÁCIL DE TRANSPORTAR É O SONHO vel ajustar a inclinação. Também falta
DE MUITOS TRABALHADORES vivacidade às cores reproduzidas pelo
EliteDisplay, ainda que no capítulo do
REMOTOS, MAS O PREÇO É ELEVADO, intervalo dinâmico cumpra muito bem
FALTA-LHE BRILHO E PUJANÇA as diferenças entre tons. O painel Full
NAS CORES HD garante uma boa definição, ainda
que não tenha a mesma nitidez e deta-
lhe de um monitor ‘tradicional’ ou até
do ecrã de um computador portátil. No
final, é preciso considerar que apesar de
estarmos perante um monitor portátil
e cuja fonte de alimentação pode ser o
seu smartphone, custa 289 euros, o que
ainda é um valor considerável, tendo
em conta que monitores fixos com me-
lhor qualidade de imagem e a mesma
resolução custam cerca de metade. A
relação qualidade/preço é pouco con-
A capa, semelhante
vidativa, mas este é um parâmetro que
à dos tablets, funciona
como proteção e suporte varia quanto mais necessitar de um ecrã
para o monitor portátil. Rui da Rocha Ferreira
44
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 D O W S
W I
Á
N
P I D O
R EGURO E

S páginas
pá
Nas próximas
áginas vamos explicar-lhe
como otimizar o desempenho
desempenh
e
nho
do seu PC para conseguir um sistema
sist
stema
mais rápido e seguro em todo o tipo
de tarefas. Com estas técnicas vai
conseguir ter o Windows 10 a funcionar
à máxima velocidade permitida pelo
hardware do seu computador
Textos Sérgio Magno

45
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
provérbio ‘é certo como o destino’
é bem mais antigo do que o PC. Mas
pode muito bem ser empregue às

ARRANQUE
nossas máquinas: por mais rápido
que seja o sistema, ao longo dos me-
ses acumulam-se ineficiências, erros
e lixo que afetam negativamente o
desempenho. Todos temos aquela

MAIS
sensação de que ‘o PC já não tem
o mesmo desempenho de quando
era novo’. Felizmente, esta degra-
dação do desempenho já não é tão
notória no Windows 10 quanto era

em versões anteriores deste sistema
operativo. A Microsoft tem conse-
guido fazer um bom trabalho para
manter a eficiência do sistema com a
passagem do tempo. E se é daqueles
que raramente instala software além
do estritamente necessário e segue
as boas práticas, então é possível
que o desempenho continue muito
próximo do original. Mas mesmo
neste caso é sempre possível conse-
guir um pouco mais de velocidade.
E é isso que vamos fazer nas próximas
páginas: selecionámos as melhores
técnicas para melhorar o desempe-
nho do sistema sem colocar em risco
a funcionalidade ou a fiabilidade.
RÁPIDO
Se o seu sistema demora muito a iniciar o Windows, é muito provável
que tenha acumulado uma série de aplicações e processos que
arrancam automaticamente com o sistema. Muitos dos quais serão
perfeitamente desnecessários. Regra geral, quantos mais ícones
aparecem ao lado do relógio da barra de tarefas, mais tempo demora
o sistema a arrancar. Esta não é a análise mais precisa para se
identificar se há muitas aplicações a serem iniciadas com o Windows,
mas costuma ser um bom indicador. A solução passa, naturalmente,
por reduzir as aplicações e processos que são iniciados
automaticamente. Atenção que isto não significa necessariamente
que tem de desinstalar software. Muitos destes utilitários podem
continuar a ser utilizados se precisarmos deles, mesmo se não forem
iniciados automaticamente com o Windows.

46
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
DESATIVAR ARRANQUE
AUTOMÁTICO DE APLICAÇÕES
Abra Definições: botão Windows > clique no ícone
1
roda dentada no menu ou digite Definições no campo
de pesquisa
Abra Aplicações e, na barra da esquerda, escolha
2
Arranque. Nesta lista são mostradas as aplicações
que são iniciadas automaticamente com o Windows.
Para verificar quais as aplicações com mais impacto
3
no arranque, ou seja, aquelas que mais atrasam o
início do Windows, escolha a opção Impacto de arranque
disponível em Ordenar por.
Agora só tem de desligar as aplicações que não
4
necessita – basta mudar a posição da corrediça
em frente de cada uma das aplicações. Não há risco em
fazê-lo porque depois, se sentir falta de alguma coisa, pode
sempre voltar a ativá-las. É provável que não precise que
muitas das aplicações arranquem automaticamente, já que
as pode iniciar de modo manual sempre que precisar delas.
47
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
MODO AVANÇADO
A utilização da ferramenta msconfig permite um controlo
mais apurado das aplicações e dos serviços que arrancam
com o sistema operativo. Mas isto também significa que
temos de ter mais cuidado com as opções que fazemos já
que há o risco de se ir longe de mais e remover serviços que
são essenciais para que o sistema funcione corretamente,
como é o caso de serviços associados a software de
segurança (antivírus). A melhor solução, embora um pouco
mais demorada, é desativar um serviço, reiniciar o sistema,
verificar se está tudo OK e avançar para outro serviço. Se
algo correr mal, reative o serviço em análise.
Inicie a ferramenta de configuração: digite msconfig
1
e pressione a tecla [Enter].
Escolha o separador Serviços para ver uma listagem
2
de todos os serviços que estão a ser iniciados com o
sistema operativo. Há diferentes formas de organizar esta
lista. Se clicar na coluna Estado pode alternar entre listar
os serviços por Em execução (ativos) ou por Parado (não
ativos e, como tal, sem efeito atual no sistema).
Umas das técnicas para evitar problemas é escolher
3
a opção Ocultar todos os serviços Microsoft.
Dependendo do tipo de utilização dado ao PC, até poderá
desativar alguns serviços da Microsoft sem impacto
negativo, mas não o recomendamos a não ser que tenha
a certeza do que está a fazer. Com esta opção ativada,
é mais seguro desativar serviços porque sabemos que
não há o risco de se cortar software essencial ao sistema
operativo. No nosso exemplo, desativámos entradas
relacionadas com sistemas de pesquisa e atualização de
drivers e de software, ferramentas que fazem atualizações
automáticas que, como tal, podem ser iniciadas de modo
manual. Também desativámos algumas ferramentas de
suporte da marca do PC.
ATIVAR O ‘TURBO’
NO ARRANQUE
Se o seu PC ainda não tem uma unidade SSD (Solid
State Drive), que permite um início muito mais rápido do
sistema do que um disco rígido tradicional, é possível
acelerar o arranque através da ativação do ReadyBoost.
Para o efeito, precisa de uma pen USB ou, caso o seu
PC tenha uma ranhura para o efeito, de um cartão de
memória SD/MicroSD. Esta técnica funcionará melhor
se a pen ou o conjunto leitor de cartões/cartão forem
rápidos. Se possível, com ligação USB 3.0 ou superior.
Atenção: se Windows já está instalado numa unidade
SSD, então não deverá aplicar esta técnica. O
ReadyBoost só faz sentido em sistemas com disco
rígido tradicional ou unidade eMMC (baixo desempenho).
Aliás, o Windows nem permite ativar o ReadyBoost
quando o sistema deteta que não há vantagem em
usar esta técnica. O Ready Boost utiliza uma unidade IMPEDIR QUE APLICAÇÕES
amovível para armazenar memória cache, uma parte
dos dados que o Windows precisa de carregar durante
REINICIEM AUTOMATICAMENTE
o arranque. Se estes dados estiverem disponíveis numa É provável que, após o arranque do Windows,
unidade de maior desempenho do que o disco rígido, sejam iniciadas aplicações que não tenha fechado
então o resultado é uma aceleração do arranque. quando encerrou o PC pela última vez. Uma funcionalidade
que muitos utilizadores consideram prática – permite-lhes
continuar onde ficaram – mas que aumenta o tempo
de arranque do sistema. Abra Definições > Contas >
escolha, no menu da esquerda, Opções de início
de sessão > em Privacidade escolha desligue
a opção Utilize as minhas informações de início
de sessão para concluir a configuração do meu
dispositivo automaticamente e reabrir as minhas
aplicações após uma atualização ou reinício.

Abra o Explorador de ficheiros, escolha Este PC no

1
menu da esquerda, clique com a tecla direita do rato
sobre a unidade que vai usar (a pen ou o cartão, que tem de
estar ligado ao PC) e escolha Propriedades.

U P DAT E D E H A R DWA R E R E C O M E N DA D O
TROCAR UM DISCO RÍGIDO
POR UM SSD
Se o sistema operativo do seu PC ainda está instalado
num disco rígido tradicional, está mais do que na altura
de fazer uma atualização para uma unidade SSD.
Para tarefas de produtividade, é, regra geral,
a atualização que mais reatividade traz ao sistema.
Selecione o separador ReadyBoost e escolha a Por exemplo, o arranque completo do Windows pode
2
opção Dedicar este dispositivo ao ReadyBoost passar de um ou dois minutos para apenas alguns
(Dedicate this device to ReadyBoost) e aceite a segundos. O mesmo se passa com as aplicações
e ficheiros: abrem muito mais rapidamente.
recomendação do Windows relativamente ao espaço usado.
Clique em Aplicar e em OK.

48
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 L I B E R TA R
MEMÓRIA
RAM
É a memória RAM que ‘alimenta’ o processador com
os dados. Quanto não há memória livre, tudo se torna
muito mais lento no sistema. Neste caso, mesmo que
o processador seja muito poderoso, simplesmente não
recebe dados para avançar com o trabalho. É como ter
uma fábrica de móveis capaz de produzir 100 cadeiras
por hora, mas que apenas recebe madeira para 50
cadeiras. Ou seja, para melhor reatividade do sistema,
convém ter sempre memória livre q.b.. O que significa que
devemos retirar da memória tudo o que não é importante
para libertar espaço para os programas que vamos usar.

PONTO DA SITUAÇÃO
O primeiro passo que recomendamos é verificar até que ponto a memória RAM do seu sistema está a ser
utilizada. Ou seja, analisar se precisa realmente de libertar memória ou se ainda há espaço disponível q.b.
para usar. Há uma ferramenta para isso mesmo: pressione, simultaneamente, as teclas [Ctrl]+[Shif]+[Esc].

Escolha o separador Processos. Clique no topo da coluna

Escolha o separador Desempenho e, à esquerda, selecione
Memória. Isto faz abrir um gráfico com a utilização da memória
ao longo do tempo. Mantenha esta janela aberta enquanto abre
os programas que costuma utilizar e vá observando a evolução do
gráfico. No exemplo que mostramos, um PC com 16 GB de RAM
tem, em regra, 50% de memória ocupada, o que significa que tem
espaço satisfatório para abrir novas aplicações mais ‘pesadas’ a
qualquer momento.
Memória para reorganizar a listagem do software que está a ser
executado. Deste modo pode ver quais as aplicações que mais
memória RAM ocupam e procurar por software não essencial, que
pode ser encerrado do modo que vamos explicar mais à frente.
Outra vantagem desta ferramenta é que nos permite comparar a
ocupação de memória de aplicações concorrentes, o que nos pode
ajudar a escolher qual a aplicação que usamos – em máquinas com
limitações de memória RAM é uma boa ideia escolher aplicações
mais ‘leves’. No exemplo desta imagem, abrimos exatamente os
mesmos cinco sites nos browsers Chrome e Edge (no topo da
lista) e verificámos que a memória ocupada pelo Chrome foi de,
aproximadamente, 960 MB enquanto o Edge ocupava, para o
mesmo trabalho, mais de 1 GB. Ou seja, sob o ponto de vista de
ocupação da memória RAM, é melhor usar a versão mais recente do
Chrome que o Edge. Pelo menos para os sites testados.

49
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 REINICIAR O PC
COM MAIS FREQUÊNCIA
É a dica mais simples e uma das mais eficientes:
a memória RAM é completamente limpa sempre
que reiniciamos o PC. Se é daqueles utilizadores
que tem por hábito deixar o PC ligado durante dias
consecutivos, mesmo que em stand-by (modo de
poupança de energia), o melhor é mudar de prática
e reiniciar o sistema com maior regularidade.
Recomendamos pelo menos uma vez por dia, mas
melhor ainda é reiniciar duas ou três vezes: sempre
que fizer uma pausa na utilização do PC, por exemplo.
Deste modo tem um sistema ‘fresco’, sem dados
desnecessários carregados para a memória RAM.
DESATIVAR SOFTWARE QUE
CORRE EM SEGUNDO PLANO
Uma das vantagens de desativar o arranque
automático de aplicações, como explicado
anteriormente, é que se liberta memória RAM. Ou seja,
já conhece uma técnica para atingir este objetivo.
Mas o Windows 10 tem uma ferramenta que permite
irmos um pouco mais longe na libertação de memória.
Abra o menu Privacidade: Definições >
1
Privacidade. No menu lateral da esquerda,
escolha Aplicações em segundo plano (está mais
abaixo na listagem).
Mude a corrediça de Ligado para Desligado no
2
máximo de aplicações. Vai certamente encontrar
aplicações que raramente utiliza e que, como tal,
não têm de estar neste primeiro nível de acesso.
Atenção que as aplicações vão poder continuar
a ser utilizadas – basta iniciá-las manualmente.
50
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
LIBERTAR MEMÓRIA,
A FORMA FÁCIL
Há muitas aplicações que prometem otimizar o uso da
memória RAM. Em regra, preferimos não ter de recorrer
a estas aplicações porque não só elas próprias ocupam
memória como, em alguns casos, as funcionalidades
de limpeza de memória são demasiado agressivas e
criam problemas e instabilidade. Ou seja, é preferível
usar as técnicas que recomendámos. Dito isto, existem
algumas aplicações que, de facto, conseguem melhorias
visíveis e facilitam o processo para quem não quer andar
a fazer alterações ‘à unha’. As melhores são pagas, mas
também existem algumas gratuitas com bons resultados.
Atualmente, entre os gratuitos, a nossa recomendação
vai para o Wise Memory Optimizer (wisecleaner.com).
Uma ferramenta simples e, também por isso, eficaz. Após
a instalação, só temos de clicar em Otimizar e esperar
que a ferramenta analise os dados que estão na memória
RAM, libertando informação que considere desnecessária.
Em Definições, no canto superior direito (roda dentada),
podemos escolher a opção Executar quando o Windows
inicia. Mas não o recomendamos porque vai contra o
conceito de acelerar o arranque do Windows. Ou seja,
é melhor iniciar esta ferramenta manualmente quando
considerar que o PC está a ficar lento. Ou antes de iniciar
aplicações particularmente exigentes, como jogos ‘pesado’
ou aplicações de edição de fotografia e vídeo.
U P DAT E D E H A R DWA R E R E C O M E N DA D O
AUMENTAR A MEMÓRIA RAM
Atualmente, 8 GB de RAM é o mínimo que
recomendamos para um PC com Windows 10. Mas
se tem por hábito utilizar aplicações um pouco mais
pesados e/ou várias aplicações em simultâneo,
recomendamos o mínimo de 16 GB. A grande maioria
dos PC, de secretária e portáteis, permitem aumentar
a memória RAM. Um update que pode ter um custo
inferior a €100 e que vale bem a pena. Se tem apenas 4
GB, então recomendamos vivamente esta atualização.
SEGURANÇA AJUDA
NO DESEMPENHO
Muitas vezes associa-se a utilização de aplicações de segurança, como antivírus, à
redução do desempenho do sistema. De facto, aplicações que verificam tudo o que se
passa no sistema podem diminuir um pouco o desempenho global. Mas é importante
considerar o ‘outro lado da moeda’: infeções, sobretudo do tipo spyware, não só põem em
risco a segurança e privacidade dos dados do utilizador como podem tornar o sistema
muito mais lento. Felizmente, o Windows 10 já integra várias ferramentas para impedir,
detetar e eliminar estas infeções, mas há software extra que ajuda muito nesta missão.

TUDO ATUALIZADO
É uma das regras mais simples, que toda a gente já deve conhecer, mas os
dados estatísticos provam que muitos utilizadores continuam a ignorá-la:
mantenha o sistema atualizado. Pode ser importante para o desempenho,
mas é ainda mais importante para a segurança. Use o Windows Update
com regularidade e, de preferência, ative as atualizações automáticas.
Mas isto não chega. Verifique se há atualizações para as aplicações que
mais utiliza e faça o mesmo para os controladores do hardware (drivers).
Um update muitas vezes esquecido, mas de importância fundamental:
a BIOS da placa-mãe. Em sistemas recentes, é provável que exista uma
aplicação no site do fabricante da placa que faça esta atualização de
modo automático. Em máquinas mais antigas é provável que a atualização
passe por descarregar um ficheiro, copiá-lo para uma pen, reiniciar o PC,
entrar na configuração da BIOS e fazer a atualização a partir da pen.
Normalmente é fácil encontrar as instruções pormenorizadas no site
dos fabricantes, na zona de suporte associada ao modelo da placa-mãe
(motherboard). Estas atualizações muitas vezes levam a melhorias de
desempenho e de segurança importantes.

51
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 CUIDADO COM O MALWARE
Como referimos, o Windows já inclui boas ferramentas
para combater malware (código malicioso). E é por aqui que deve começar.

No campo de pesquisa digite Segurança do

1
Windows e inicie a aplicação com o mesmo
nome. Aqui poderá ver um relatório global do estado da
segurança do sistema e aplicar correções a possíveis
ameaças. Quando está tudo verde é bom sinal. Clique nos
ícones a amarelo e vermelho para corrigir as falhas
Selecione a opção Análise completa e clique em
4
Analisar agora. Este método é mais demorado,
mas permite uma análise exaustiva o que aumenta
a possibilidade de detetar malware. Crie o hábito de
realizar esta pesquisa regularmente – uma vez por semana,
por exemplo.

Clique em Proteção contra vírus e ameaças >

2
Procurar atualizações e confirme esta intenção na
janela seguinte.

Se o Windows Defender não funcionar, este é um

Volte ao menu Segurança do Windows e, em
3
Ameaças atuais, clique em Opções de análise.
5
forte sinal que o sistema pode estar infetado (muitos
malware começam por atacar a ‘polícia’ do sistema para
conseguirem ter mais sucesso). Neste caso, tenta usar o
modo offline do Windows Defender. Volte ao menu Opções
de análise e experimente o modo Análise do Windows
Defende Offline. Siga as instruções.

A LT E R N AT I VA S G R ÁT I S À S E G U R A N Ç A D O W I N D O W S
Há muitas opções pagas e gratuitas para garantir a segurança do PC.
Naturalmente, as opções pagas são mais vastas na proteção. Por exemplo,
vão além da simples pesquisa por malware e já conseguem até proteger
os utilizadores de ataques que recorrem a técnicas sociais. Mas no âmbito
deste artigo, estamos a focar-nos em sistemas que detetam e eliminam
malware que afeta o desempenho: adware e spyware. Para o efeito, há
programas de utilização gratuita muito poderosos. Pode encontrar vários
no DVD da Exame Informática que está disponível nas bancas, com
destaque para o Malwarebytes e para o SpyBot Search & Destroy.

52
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 OTIMIZAÇÕES GLOBAIS
Depois de tratarmos do arranque, da memória RAM e da segurança, vamos dar-lhe
uma série de dicas que afetam, de uma forma ou de outra, o desempenho global do sistema.
TORNAR O WINDOWS
MAIS LEVE
Todos gostamos de menus atrativos, de papéis de parede
mais bonitos e de alguns efeitos gráficos. Mas, sejamos
francos, ao fim de meses de utilização acabamos por
habituar-nos a estes artifícios e passamos a valorizar
cada vez mais a reatividade do sistema. Se não se importa
que o Windows fique menos bonito para ganhar um pouco
mais de velocidade, siga os seguintes passos.
Clique, com a tecla direita do rato sobre botão Windows,
1
e escolha Sistema. Clique em Informações do sistema.
53
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
Na zona da esquerda, clique em Definições avançadas
2
do sistema, escolha o separador Avançadas e, no campo
Desempenho, clique em Definições.
Na janela Opções de desempenho escolha o separador
3
Efeitos visuais. Regra geral, o Windows faz um
bom trabalho de configuração automática (opção Deixar o
Windows decidir o que é melhor para o computador). No
entanto, se procura a máxima reatividade e libertar todos os
bytes de memória RAM que conseguir, o melhor é escolher
a opção Ajustar para o melhor desempenho. Se há alguns
efeitos gráficos que considera fundamentais, pode ativá-los
manualmente na listagem em Personalizar.
Até o papel de parede tem algum ‘peso’ na memória RAM.
4
O que significa que vai libertar um pouco de memória
se optar por uma cor sólida de fundo em vez de uma foto. Já
agora, é também boa política deixar o ambiente de trabalho
despoluído. Ou seja, evite deixar pastas e ficheiros no ambiente
de trabalho. Mova-os para outras pastas. Se dá jeito ter um
acesso rápido a estes ficheiros, crie atalhos que pode colocar
no ambiente de trabalho.
MENOS PÓ,
MAIOR VELOCIDADE
Pode parecer, à partida, estranho, mas é verdade:
computadores com sistemas de dissipação
térmica obstruídos ou sujos podem ficar com
o desempenho reduzido. Em situações mais
graves, mesmo muito reduzido. Nos casos
mais extremos, até podem levar a bloqueios
do sistema ou a desligamentos de prevenção.
Isto acontece porque desde há muitos anos
que os computadores incluem sistemas de
proteção que podem desligar a máquina em
caso de sobreaquecimento de modo a evitar
'queimar' os chips. E também desde há vários
anos que os processadores são capazes de A pasta
diminuir automaticamente a frequência quando térmica, que ‘liga’
a temperatura ultrapassa determinado valor – o processador
aos dissipadores,
daí o desempenho da máquina poder baixar em
perde características
consequência do aumento da temperatura. ao longo
Estes problemas normalmente não surgem em dos anos
PCs novos, com menos de dois ou três anos de
utilização. No entanto, com o passar do tempo,
é natural que se acumule sujidade no sistema
de dissipação térmica. E é simples de perceber
porque é que isto acontece: as ventoinhas que
aspiram ar fresco para dentro da máquina para
arrefecer os componentes também aspiram
detritos presentes no ar ou na zona em redor do
PC. Pó, cabelos e outras sujidades acabam por
ficar retidos dentro dos canais de refrigeração
e nas ventoinhas, o que diminui o caudal de ar
movido (quanto maior for a sujidade acumulada,
menos espaço há para passar o ar) e diminui
também a transferência de calor dos dissipadores
para o ar (os detritos presos funcionam como uma
barreira térmica entre o dissipadores metálicos
de grande condutividade e o ar). Este é um
problema muito mais evidente nos portáteis do
que nos PCs de secretária.
A solução passa por limpar o melhor possível
os sistemas de dissipação térmica. Nos PCs de
secretária, onde o acesso ao interior costuma
ser facilitado, abra a máquina (com a energia
desligada) e, recorrendo a pincéis e/ou escovas
RENOVAR A PASTA TÉRMICA
de limpeza, remova o pó e outros detritos das Entre os dissipadores e os chips a arrefecer é aplicada uma
ventoinhas, dissipadores (partes em metal por pasta térmica que tem por objetivo melhorar a condutividade
baixo das ventoinhas), entradas e saídas de ar. entre os dois elementos. Em máquinas mais antigas, esta
Em muitos casos, o melhor é recorrer pasta pode ter perdido a eficiência, reduzindo a condutividade
a sopradores de ar comprimido ou a térmica (deixa passar menos calor dos chips para os
aspiradores – cuidado para não aspirar peças. dissipadores). Em situações limite, até pode acontecer que
Nos portáteis nem sempre é fácil aceder ao a pasta passou a ser uma barreira à condutividade. Nestas
interior. Use uma escova ou pincel para libertar a situações, a resolução do problema já não passa apenas por
sujidade das entradas e saídas de ar. Há escovas uma limpeza, por mais aprofundada que seja, mas sim por um
criadas para este trabalho, que permitem uma verdadeiro recondicionamento do sistema de dissipação. Isto
limpeza mais profunda – permitem penetrar porque trocar a pasta térmica exige desmontar o sistema de
os canais criados pelos dissipadores. Mas um dissipação. Só assim é possível remover a pasta antiga e aplica
pincel estreito e com filamentos longos pode ser nova pasta. Um processo complexo, que não recomendamos
suficiente. Pode juntar três ou quatro fios de nylon que seja realizado por utilizadores com pouca experiência
para criar um género de pincel muito longo que em mexer nas 'entranhas' do computador, sobretudo se for
permitirá libertar detritos que estejam mais longe portátil. Se a limpeza não resolver o problema, o melhor será
das entradas e saídas do ar do portátil. levar a sua máquina aos profissionais.

54
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
REDUZIR A INDEXAÇÃO OPTIMIZADORES
A indexação dos dados armazenados no PC é o que DO SISTEMA
permite que o Windows consiga apresentar, quase
instantemente, resultados quando utiliza a pesquisa. Há uma série de aplicações criadas
Funciona de forma similar aos motores de busca como a para procurar e corrigir ineficiências no
Google. Se não valoriza esta funcionalidade, pode ganhar Windows, incluindo entradas no registo
desempenho eliminando ou reduzindo a indexação. já não válidas, ficheiros redundantes
e problemas na configuração da
rede. Selecionámos os melhores –
pode encontrá-los no DVD da Exame
Informática disponível nas bancas em
conjunto com muitos outros optimizadores.

CCLEANER
GRATUITO
ccleaner.com
É um verdadeiro clássico entre os optimizadores
do Windows. O CCleaner corrige erros de registo
Abra Definições, clique em Procurar e, no menu da
1 e permite desinstalar completamente aplicações,
esquerda, selecione Procurar no Windows. impedindo que fiquem ‘resíduos’ que ocupam
espaço em disco, mas que não são necessários.

DRIVER BOOSTER
GRATUITO
iobit.com
Uma ferramenta que faz por nós
o trabalho de atualizar os drivers
dos diversos componentes do PC.

SYSTEM MECHANIC
€49,15
Iolo.com
Este é um optimizador que opera em
Mais no final da página, à direita, clique em Definições
2 várias áreas do sistema operativo. Identifica
Avançadas do Indexador de Pesquisas. e corrige diferentes tipos de erros, remove
software desnecessário que ocupa recursos e,
não menos importante, inclui ferramentas
para melhorar a privacidade e segurança
online. Um programa que, de facto,
traz vantagens visíveis no desempenho.

PANDA CLOUD CLEANER

GRATUITO
pandasecurity.com
Por vezes há infeções de malware
tão fortes que até impedem que o Windows
arranque. Esta ferramenta permite criar
uma pen USB para resolver esse problema.
Clique no botão Modificar e em Mostrar todas as O melhor é fazer já esta pen e tê-la guardada
3 para o caso de ser necessária.
localizações (se já não estiver ativado).

RAZER CORTEX GAME BOOSTER

GRATUITO
razer.com
A Razer, conhecida pelos ratos e outros
periféricos dedicados aos jogos, tem esta
ferramenta que otimiza o sistema para os jogos.
Uma boa opção para quem joga com frequência.

REVO UNINSTALLER
GRATUITO
revouninstaller.com
Remova a seleção de todos os itens (janela superior)
4 Uma aplicação que permite remover
e clique em OK e depois em Fechar. Deste modo o por completo software do sistema, o que evita
sistema de indexação vai continuar a funcionar, mas vai deixar a acumulação de ficheiros desnecessários.
de indexar as localizações que foram retiradas, o que vai tornar
o sistema mais rápido.

55
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
“ESTAMOS SEMPRE
A DESCOBRIR NOVOS RNAs.
ATÉ FAÇO UM PARALELISMO
COM O MUNDO DA FÍSICA,
EM QUE ESTÃO SEMPRE
A SER DESCOBERTAS
NOVAS PARTÍCULAS.
À MEDIDA QUE VAMOS TENDO
NOVOS INSTRUMENTOS
DESCOBRIMOS QUE HÁ MAIS
E MAIS ‘HABITANTES’”

56
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 CARMO FONSECA

A VITÓRIA
DO MENSAGEIRO
A Presidente do Instituto de Medicina Molecular estará à frente
de uma sociedade científica internacional que junta especialistas
em RNA – uma molécula essencial ao funcionamento da célula
e com enorme potencial para o tratamento de doenças graves
Texto Sara Sá Fotos Diana Tinoco

A
imagem da dupla hélice de ADN, a chamada
‘molécula da vida’, está na cabeça de todos nós.
Durante muito tempo todas as expectativas rela-
tivas a terapias promissoras e futurísticas estive-
ram concentradas naquela estrutura helicoidal. Nos últimos
anos, a comunidade científica começou a perceber que uma
molécula sua ‘prima’, o RNA, tem um papel determinante na
regulação dos processos celulares, representando um enorme
potencial no tratamento de doenças até agora incuráveis. Um
sinal claro desta mudança de paradigma foi a atribuição em
2006 do prémio Nobel da Medicina ao biólogo americano, de
origem açoriana, Craig Mello que juntamente com Andrew
Fire identificou um tipo de RNAi, dito de interferência, e cuja
manipulação permite tratar patologias como o cancro. Foi
graças ao desenvolvimento de novas tecnologias e processos
químicos que se tornou possível estudar e manipular esta
molécula que controla a expressão dos genes, atingindo-se
esta visão da Biologia Molecular.
Durante muito tempo a Ciência estava completamente foca-
da no DNA. No entanto nos últimos anos começou ser muito
estudado o seu ‘primo’ RNA. O que levou a esta mudança?
Durante o grande boom da Biologia Molecular o RNA [Ácido
Ribonucleico] era o parente pobre porque as atenções esta-
vam todas no DNA [Ácido Desoxiribonucleico]. Os cientistas
são enviesados no tema das suas pesquisas por aquilo que
é possível fazer. No início era mais fácil estudar o DNA por
esta molécula ser mais estável. A diferença entre uma e outra
molécula é apenas um oxigénio – desoxi significa menos um
oxigénio. O oxigénio é um átomo extremamente reativo e isso
torna mais difícil manter a estabilidade. Antes, para estudar
o RNA era preciso entrar numa sala descontaminada, sem
compostos oxidantes. Portanto, do ponto de vista prático
era mais difícil.
Como é que se contornou a questão?
Com químicos, produtos que permitem trabalhar em bancadas
abertas mantendo a estabilidade.
E aí a perceção começou a mudar?
Exato. Nos anos 80 começou a ver-se que não era bem assim.
Ou seja, quando passou a ser mais acessível trabalhar com
RNA começam a surgir as descobertas e então esta molécula
deixa de ser o parente pobre, apenas o mensageiro, aquele
que se limitava a transportar a mensagem, o correio, sendo a
molécula importante aquela que mandava a carta, o DNA. Nos
anos 90 começou-se a pensar que poderíamos manipular o RNA
para tratar doenças e hoje sabe-se que há vários tipos de RNA.
Qual a vantagem de basear os tratamentos no RNA relati-
vamente à manipulação do DNA?
É mais simples e em princípio mais seguro. Hoje sabemos
atuar sobre o DNA, através da tecnologia de Crispr [tecnologia
simplificada de edição de genes]. A questão é que, se houver
um erro no processo, ficará lá para sempre, é definitivo. Se
a manipulação for no RNA não será definitiva – não esta-
mos a corrigir a alteração de base, mas as consequências
da alteração genética. Cada RNA tem um período de vida
curto, transitório.
Fala-se numa vacina de Covid com base no RNA. Será a
primeira?
Não é bem assim. Nada em ciência nasce por geração espon-
tânea, há sempre uma história. Agora com a Covid tem-se
falado muito em fazer isto ou aquilo pela primeira vez, como
por exemplo uma vacina. Mas já antes existiam vacinas de
RNA, em que se usa a molécula de RNA para ensinar às células
do sistema imune contra que inimigo nos têm de defender.
No caso deste tipo de vacinas a mensagem é dada através do
RNA, ao contrário do método clássico que passa por mostrar
a própria proteína.

57
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

O que é que usar a molécula de RNA traz de novo e benéfico
relativamente ao método clássico de se fazer vacinas?
É um método muito mais rápido e seguro.
Falou em história. O que está na origem destas vacinas?
As vacinas de RNA começaram a ser testadas já há vários anos.
As primeiras experiências foram contra o cancro. Como já
disse, é um sistema muito rápido e seguro e isto em cancro,
uma situação em que precisamos de ter uma vacina para cada
doente, é muito importante.
Já está a ser feito então?
Sim, sim. Ainda a nível experimental, mas já houve resultados
muito promissores em pessoas com melanoma.
Como é o processo?
Cada cancro é um cancro. O que se faz é uma biópsia para
depois se poder analisar as proteínas que o cancro está a ex-
pressar. Para que o nosso sistema imune seja capaz de atacar
o tumor tem de reconhecer algo que seja específico das células
tumorais e que não esteja nas células normais. A partir destas
biópsias faz-se uma análise, que envolve o recurso a inteligência
artificial. Primeiro, compara-se as células saudáveis com as
doentes. A partir daí e das diferenças encontradas procuram-se
as moléculas mais imunogénicas.
As proteínas que induzem maior resposta do sistema imu-
nitário?
Exato. E depois codifica-se estas proteínas mais imunogénicas
em RNA sintético, feito em laboratório, para aquele doente.
Esta síntese, pelos métodos clássicos, demoraria seis meses,
seria impossível. O RNA aparece como um método rápido,
que permite fazer uma vacina em um mês. Para esta rapidez, é
fundamental o recurso a sistemas de inteligência artificial, na
identificação dos imunogénicos e do RNA que será mais eficaz.
Já antes da Covid se pensava neste como o método ideal para
a produção de uma vacina durante uma pandemia.
É o que está a fazer a empresa Moderna, com a sua vacina
para Covid.
Já na última pandemia de gripe se pensou usar este tipo de
vacinas. Com a Covid tornou-se óbvio que esta seria uma das
tecnologias a desenvolver. Agora a eficácia é que só testando.
Que tipos de terapias de base genéticas existem?
Há dois grandes tipos de doenças genéticas. Aquelas em que
o gene deixa de funcionar e aí, para solucionar o problema,
precisamos de introduzir um gene extra - neste momento, há
poucas terapias genéticas com base nesta solução aprovadas. E
outras, a maioria das doenças genéticas, fazem parte da cate-
goria em que a alteração provoca um funcionamento anormal
de uma proteína. Aí é que a única tecnologia para corrigir este
defeito é a Crispr – que passa por ir ao local na célula em que se
encontra o erro, modificar ou cortar o nucleótido [uma parcela
do DNA] e corrigir a falha. Mas é um processo que ainda não é
suficientemente seguro para ser usado em humanos. Depois
temos as terapias ao nível do RNA que permitem ir corrigi-lo
58
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
CARMO FONSECA
Licenciada em Medicina e Presidente do Instituto de
Medicina Molecular, recebeu o Prémio Pessoa em
2010. Como investigadora tem-se dedicado ao estudo
do envelhecimento e dos mecanismos moleculares
envolvidos no RNA e as suas implicações na saúde e
na doença. Aos 60 anos foi eleita presidente da RNA
Society, sendo a primeira vez que um cientista português
irá estar à frente desta sociedade internacional.
– por exemplo, num daqueles casos em que a mutação dá
origem a uma proteína que causa a doença. É possível destruir
o RNA da proteína que causa a doença - e este é o tratamento
aprovado em 2018, para a doença dos pezinhos. Nestes casos,
o que estamos a fazer é tratar a doença, destruindo o RNA da
proteína que causa a doença. Temos em Santa Maria vários
doentes a serem tratados, com resultados excelentes.
Além do medicamento para a doença dos pezinhos, que ou-
tros tratamentos de base genética já estão a ser aplicados?
Há um outro medicamento, aprovado em 2016, com muito bons
resultados, que é para a atrofia muscular, a que afetou o bebé
Matilde, de que se falou muito. Curiosamente foram aprovados
mais ou menos ao mesmo tempo dois medicamentos para a
mesma doença. Um deles baseado em RNA e o outro terapia
genética, de ADN, uma vez que neste caso o gene deixa de fun-
cionar e portanto pode-se dar um gene adicional para corrigir
o funcionamento da célula. No caso do bebé Matilde, optou-se
pela terapia da DNA. Mas há crianças tratados com a terapia de
RNA com resultados impressionantes. Casos de bebés que já não
conseguiam levantar a cabeça e passaram a conseguir fazê-lo.
Ou seja, também há uma regressão dos sintomas?
Exato!
As terapias de RNA são mais baratas?
Bem, a de DNA pode ser mais cara mas só é aplicada uma vez.
Na de RNA, cada tratamento pode não ser tão caro, mas é para
ser administrado para o resto da vida. Em geral, estas terapias
destinam-se ao tratamento de doenças raras. No entanto, há
uma grande vantagem que é poderem ser aplicadas a doenças
semelhantes. Já aconteceu no caso de um bebé nos EUA que
tinha um problema parecido com a atrofia muscular e que foi
tratado com uma solução adaptada do medicamento da atrofia.
Uma vez que em praticamente todas as patologias há uma
componente genética, como é o caso do cancro e dos pro-
blemas cardiovasculares, faz sentido que se tente aplicar
esta estratégia também a estes problemas de saúde, muito
mais comuns?
Precisamente! Não só porque estas patologias resultam de
alterações de um gene, mas também de modificações no RNA.
Desde que se perceba quais as alterações que estão na origem
do problema, pode-se tentar encontrar tratamentos com base
no RNA. Volta a ser uma questão de tecnologia, de termos
instrumentos que identifiquem todos os tipos de RNA que
existem, incluindo aqueles em circulação ou os mais pequeninos
que nos tenham escapado. Estamos sempre a descobrir novos
RNAs. Até faço um paralelismo com o mundo da Física, em que
estão sempre a ser descobertas novas partículas. À medida que
vamos tendo novos instrumentos descobrimos que há mais e
mais ‘habitantes’. Estamos muito longe de saber tudo sobre a
célula. E aí entra a importância das ciências da computação,
não só a Inteligência Artificial, de que precisamos para analisar
os dados, mas também os instrumentos.
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 INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Aplicadas à Medicina,
as HoloLens da Microsoft
permitem ver o corpo
dos doentes, evitando
as surpresas durante
a cirurgia e melhorando
a precisão

CA N C R O
DA M A M A
E M F O R M AT O
D I G I TA L
Um cirurgião português desenvolveu um método de realidade
aumentada que lhe permite visualizar o tumor mamário
antes da cirurgia. O sistema já foi aplicado a uma doente
Texto: Sara Sá Fotos: D.R.

60
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 Pedro Gouveia é um grande fã da tecnologia.
Quando não encontrou no mercado uma solução, inventou-a
H
á duas boas notícias em cancro
da mama que acabam por se
traduzir num problema: No
mundo ocidental, 80% das
mulheres continua viva dez anos depois
do diagnóstico e a maior parte dos tumo-
res são detetados numa fase precoce da
doença. E porque é que isto pode ser um
problema? Porque torna mais imperiosa a
necessidade de limitar o dano da cirurgia
e porque dificulta a visualização da lesão
tumoral, já que esta não é detetável na
apalpação.
Pedro Gouveia, cirurgião e investiga-
dor da Unidade de Mama, da Fundação
Champalimaud, não se contenta em ga-
rantir anos de vida às suas doentes. O
médico, fã de Star Wars, trouxe o futuro
para o bloco operatório e para ele inteli-
gência artificial e realidade aumentada já
são o presente da sua vida de cirurgião,
especialista em cancro da mama.
Antes de uma mulher ser submetida a
uma cirurgia para remoção de um tumor
mamário, fez uma série de exames, como
a mamografia e a ressonância magnéti-
ca, que identificaram e caracterizaram o
tumor. No entanto, cada um destes exa-
mes decorre numa posição diferente – a
mamografia é feita de pé, com a mama
espalmada; na ressonância magnética a
mulher está deitada, de barriga para bai-
xo, com o peito deformado pela ação da
gravidade. Resta ao cirurgião visualizar
o tumor, construindo na sua cabeça uma
imagem tridimensional da área doente
que tem de ser extraída. “O cirurgião
tem de fazer uma interpretação espacial
para a localização do tumor”, observa
Pedro Gouveia. Para se orientarem du-
rante a operação, os médicos costumam
recorrer a um de três métodos possíveis: a
61
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
colocação de um fio guia, metálico, uma
tatuagem em carbono ou a aplicação de
sementes radioativas. “Todos estes são
métodos invasivos”, sublinha o médico.
O que é que o fã de tecnologia se lem-
brou de fazer? Combinar uma imagem
captada por um scanner 3D de superfície
com a ressonância magnética para criar
um modelo tridimensional do corpo da
mulher, com o tumor bem visível. “Isto
permite-nos ter uma visualização direta
do tumor, dentro da mama da pacien-
te, antes ou durante a cirurgia”, reforça
Pedro Gouveia.
Dito assim até parece fácil, mas para
chegar à solução final o médico e uma
equipa de cientistas e engenheiros dos
seus parceiros INESC TEC, Universidade
do Porto, e as duas Faculdades de Medici-
na, da Nova e da Universidade de Lisboa,
tiveram de demonstrar, num ensaio clí-
nico, que o modelo era fiável e que havia
uma correspondência fidedigna entre
os pontos no modelo tridimensional e
a imagem da ressonância magnética.
Para isso, foram recrutadas 16 pacien-
tes do Centro Clínico Champalimaud,
com cancro da mama nos estádios T1 a
T3, e que seriam submetidas a cirurgia
conservativa. A experiência está publi-
cada num artigo científico da revista The
Breast, portanto já passou o crivo da va-
lidação pelos pares. “Conseguimos criar
um modelo digital específico para cada
paciente”, orgulha-se Pedro Gouveia.
IA E ÓLEO DE FÍGADO
DE BACALHAU
Para a transformação da posição deitada
para a posição vertical foi utilizado um
sistema de inteligência artificial, que
fez corresponder a cada ponto no scan
 / PORTUGAL FAZ BEM
PAS S O
A PAS S O
DO MODELO
1º
Scanner 3D do corpo da paciente
2º
Ressonância magnética
3º
Aplicação de um algoritmo de fusão,
que sobrepõe uma e outra imagem
4º
Construção do modelo da mama da
paciente com a localização precisa do
tumor. A visualização é feita
com recurso aos smart glasses
com realidade aumentada
HoloLens, da Microsoft
de superfície um ponto 3D na vertical.
Mas nem tudo no processo envolveu
tecnologia do futuro. Também foi pre-
ciso recorrer a soluções engenhosas,
como a utilização de pastilhas de óleo
de fígado de bacalhau, visíveis na res-
sonância magnética, para a marcação
dos pontos no torso da mulher. A vi-
sualização é feita depois num sistema de
realidade aumentada, com os HoloLens
da Microsoft. Ou seja, produz-se o mo-
delo, este é carregado para os óculos,
sincroniza-se com o corpo da doente e
está pronto a usar.
“Um modelo digital da mama pode ser
muito útil em diversas situações clínicas,
como o teatro operatório, ao aumentar a
precisão relativa à localização do tumor,
através de realidade aumentada, em ci-
rurgia conservativa do cancro da mama”,
defende a equipa no artigo científico.
“A interpretação espacial e visuali-
zação pela equipa de médicos pode ser
aumentada pelo modelo de realidade
aumentada, que integra imagens ra-
diológicas e que é específico para cada
doente”, concluem.
A 23 de janeiro aconteceu a grande es-
treia do sistema, com uma paciente a ser
operada depois de Pedro Gouveia ter visto
o seu tumor antes de começar a cortar.
“Não é preciso ver durante a cirurgia, a
imagem fica na minha cabeça”, conta
o especialista.
O cancro da mama é a doença onco-
lógica mais comum, em mulheres, em
todo o mundo, afetando 2,1 milhões de
novos casos por ano. Graças à evolução
no tratamento e à deteção cada vez mais
precoce da doença, a expetativa é de
que a grande maioria das mulheres viva
62
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
AS VA N TAG E N S
DA R E A L I DA D E
AU M E N TA DA
A P L I CA DA
À CIRURGIA
PERMITE À DOENTE PERCEBER,
ANTECIPADAMENTE, COMO
FICARÁ A MAMA DEPOIS
DA CIRURGIA
AJUDA O CIRURGIÃO A TER
UMA NOÇÃO MAIS CLARA DA
LOCALIZAÇÃO DO TUMOR
DISPENSA O RECURSO
A MÉTODOS INVASIVOS,
DOLOROSOS E
DESCONFORTÁVEIS DE
MARCAÇÃO DA ZONA DA LESÃO
É UMA TECNOLOGIA
100% VERDE
muitos anos com as marcas da cirurgia.
Além desta ferramenta permitir a loca-
lização do tumor de forma instantânea e
mais eficiente, substituindo os métodos
disponíveis que são invasivos, também
pode ser usado para mostrar à mulher
o resultado final dos procedimentos ci-
rúrgicos. E ainda poupar o ambiente,
reforça Pedro Gouveia. “É um sistema
mais eficiente para o sistema de saúde e
que também ajuda o Planeta”. Isto por-
que se trata de um sistema 100% digital,
que recorre a servidores verdes. Agora
é percorrer o caminho da certificação.
 / PORTUGAL FAZ BEM
MODA AMIGA
DO AMBIENTE
A Tintex quer reduzir a pegada
ecológica dos tecidos que
produz e que estão a ser
usados no fabrico de máscaras
de proteção contra a Covid
Texto Sara Sá Fotos D.R.
N
ão são apenas os casacos de
pele que são inimigos da na-
tureza. Um look casual, feito
da vulgar t-shirt de algodão
e calças de ganga, pode ser um verda-
deiro atentado. Só o balanço ao consumo
de água chega aos 13 mil litros – cerca
de dez mil pelas calças, à volta de 2700
litros à conta da t-shirt. A fatura ener-
gética também não é nada famosa e as
estimativas apontam para uma negra
evolução do setor até 2050, ano em que
a indústria têxtil se tornará no segundo
maior emissor de dióxido de carbono.
Ricardo Silva, engenheiro químico, res-
ponsável de operações da Tintex, entrou
no negócio da família comprometido com
a sustentabilidade. Na empresa têxtil,
conhecida pelos tecidos que fabrica e
sobretudo pelas técnicas de tingimento, o
departamento de inovação emprega oito
pessoas, num total de 130 trabalhadores.
“As questões ambientais e sociais são es-
tratégicas para nós”, afirma Ricardo Silva.
No mercado internacional, a Tintex fez
nome graças às suas técnicas de acaba-
mento que tornam os tecidos macios e
confortáveis ao toque e sem encolher de-
pois das lavagens. Também a tecnologia
anti-borboto - que funciona pela adição
de uma enzima que degrada as fibras à
superfície, numa espécie de polimento
- tornou os algodões aqui tecidos numa
mais-valia muito reconhecida.
Em todos estes processos a preocupa-
ção com a sustentabilidade está presen-
te, tornando-se na imagem de marca da
Conforto e respirabilidade são
as características das máscaras
produzidas com o tecido da Tintex
Extratos naturais para tingir e redução
do consumo de água são algumas das
medidas de sustentabilidade adotadas,
que exigiram um grande investimento
empresa. A grande mudança até agora
está na redução do consumo de água.
Depois de um investimento de 26 mi-
lhões de euros aplicado à investigação
e desenvolvimento, com mudança de
equipamentos e de processo, a empresa
de Vila Nova de Cerveira reduziu em
trinta por cento o seu consumo de água.
“Há cinco anos gastávamos um milhão
de litros por dia [para a produção de seis
toneladas de tecido], hoje gastamos 700
mil litros”, orgulha-se Ricardo Silva.
A água, captada em furos, é tratada
numa etar própria para depois poder
ser descarregada no rio. Pelo menos
metade da água é reutilizada no próprio
processo fabril.
REGRESSO AO PASSADO
Ao nível do tingimento, a Tintex está a
fazer uma espécie de viagem ao passado,
voltando-se para os extratos naturais
que vão substituir os corantes de síntese
química. Usam-se plantas como o casta-
nheiro ou o hortelã-pimenta e também
cogumelos. Para a função de amaciador,
os silicones estão a ser trocados também
por produtos naturais. “Queremos voltar
ao tingimento natural, do antigamente,
e abandonar os metais pesados”, resume
Ricardo Silva. “Mas sem que o tecido
fique com aquele aspeto manchado do
tingimento caseiro.”
Quando começaram a sair os requisi-
tos técnicos para o fabrico de máscaras
de proteção da Covid-19, a equipa da
Tintex submeteu alguns dos seus tecidos
63
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
ao teste do Centro Tecnológico Têxtil e
Vestuário, Citeve, instituto responsável
pela acreditação das máscaras sociais em
Portugal. “O desafio que assumimos foi
o de conseguir o mesmo nível de perfor-
mance com as máscaras de tecido que é
atingido com as de poliéster, mas usando
um material mais amigo do ambiente”,
admite o responsável. É que as máscaras
de material sintético, as ditas cirúrgicas,
são leves e oferecem um elevado grau de
proteção, mas tardam pelo menos 500
anos até se degradarem.
OS CINCO
PRINCÍPIOS PARA
UM GUARDA-ROUPA
SUSTENTÁVEL
No mundo, são compradas 80 mil
milhões de peças de roupa anualmente,
um valor que tende a aumentar e que
levará a que em 2050 um quarto das
emissões de carbono terá origem na
indústria têxtil. Para inverter esta
tendência, a plataforma Fashion for Good
aconselha que no momento da compra
de um novo ‘trapo’ se tenha em conta o
respeito pelos seguintes critérios:
BONS MATERIAIS
que possam ser reutilizados e reciclados
ECONOMIA CIRCULAR
que beneficie todos os envolvidos
ENERGIA
renovável e limpa
ÁGUA
redução no seu consumo
QUALIDADE DE VIDA
salários justos e respeito pelos
direitos dos trabalhadores
 / PORTUGAL FAZ BEM
CAVIAR DE LABORATÓRIO
Para responder à crescente procura de ouriços-do-mar, o dito caviar
português, uma equipa do MARE quer otimizar um sistema de aquacultura,
de forma a garantir a produção da fecundação ao adulto
M
arta Ressurreição e Tiago
Verdelhos caminham por
cima das rochas revestidas
de mexilhões, lapas e cara-
mujos. Inspecionam as poças à procu-
ra de ouriços-do-mar e rapidamente,
com um olhar, os detetam, agarrados
às pedras, camuflados nas reentrâncias
e rendilhados de malgas e calcários. De
cada vez que fazem uma colheita o in-
vestigador do MARE (da sigla em inglês
para Centro de Ciências Marinhas e Am-
bientais), da Universidade de Coimbra,
e a bióloga marinha usam uma sonda
para analisar as principais características
do ambiente em que o animal estava
envolvido: temperatura, salinidade, con-
dutividade, PH… Também contabilizam
quantos ouriços existem por poça, a par-
tir de um sistema de amostragem.
Concentrados no ecossistema da zona
de rebentação nas praias da Figueira
da Foz e Cabo Mondego, o trabalho de
campo tem vários objetivos, científicos
e também empresariais, congregados
no projeto OtimO (Otimização dos pro-
cessos de produção de ouriço-do-mar)
Texto Sara Sá Fotos André Moreira e D.R.
– que tem financiamento do programa
operacional MAR2020, através da As-
sociação de Desenvolvimento Local da
Bairrada e Mondego.
Se por um lado Tiago quer perceber
quais as condições que favorecem um
melhor crescimentos desta espécie, Mar-
ta pretende perceber como será possível
manter uma produção destes invertebra-
dos marinhos em sistema de aquacultura.
Para isso, criou uma start up, alojada no
laboratório MAREFOZ, da incubadora
de empresas da Figueira da Foz. É aqui,
É nas poças à beira da praia que se
recolhem os ouriços. Sempre que há uma
colheita, são medidos parâmetros como a
temperatura e a salinidade da água
64
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
em quinze aquários de 200 litros cada,
numa sala que cheira a mar, que decorre
a segunda parte do projeto. Em cada um
dos tanques habitado por exemplares
da espécie Paracentrotus lividus, a mais
comum em Portugal, há animais em
diferentes fases do desenvolvimento.
“Queremos otimizar o cultivo de ouri-
ço-do-mar em aquacultura, para con-
seguirmos escalar a produção”, avança
Marta Ressurreição. “Para que a atividade
seja lucrativa a taxa de sobrevivência dos
animais tem de estar à volta de 70%, o
que já temos conseguido no laboratório.
Mas há alturas em que não passamos
dos trinta por cento”, admite a CEO da
Vértice Cristalino.
CAVIAR PORTUGUÊS
Até há pouco tempo o consumo de ou-
riços-do-mar não passava muito do
apanhar e comer na praia, que acon-
tecia esporadicamente em algumas re-
giões piscatórias. “Há pessoas que têm
memória de em pequenas, há 30 ou 40
anos, comerem ouriços”, relata a bióloga
marinha. Nos últimos anos, o alimento

RECEITA
PARA UM
OURIÇO DE
LABORATÓRIO
1º
INDUÇÃO DA REPRODUÇÃO
A libertação das células sexuais, ou
gâmetas, é induzida, normalmente
pela injeção de cloreto de potássio.
2º
FECUNDAÇÃO
Num recipiente mistura-se o
material libertado pelas fêmeas
- um líquido laranja vivo – e pelos
machos – um líquido amarelo
claro. A mistura deve ter mais
material das fêmeas uma vez que a
concentração de gâmetas é menor.
3º
FASE LARVAR
A formação e desenvolvimento
das larvas corresponde à fase
mais sensível de todo o processo
e demora de um a dois meses. Na
sala onde estão estes aquários
há um controle muito rigoroso da
iluminação e da temperatura.
4º
FASE DE FIXAÇÃO
Já com forma de ouriço, o animal
precisa de se fixar num substrato.
Em laboratório tenta-se reproduzir
o ambiente marinho das rochas. Os
animais são alimentados, em geral,
com algas.
5º
MATURAÇÃO
O animal é ‘engordado’ até pelo
menos aos dois anos, idade em que
já se conseguem reproduzir e em
que o tamanho já está adequado à
comercialização.
entrou na moda e na gastronomia re-
quintada, sobretudo em zonas como a
Ericeira, onde se promove inclusivamen-
te o festival do ouriço. Se por um lado há
quem lhe chame o caviar português e lhe
gabe as propriedades únicas, por outro
teme-se que este aumento na procura se
traduza numa exploração desmesurada.
“A procura das ovas do ouriço-do-mar,
tanto em Portugal como no mercado
internacional, tem provocado a intensi-
ficação da apanha, muitas vezes de for-
ma desregrada”, alerta Tiago Verdelhos.
Inclusivamente já houve avistamentos
de barcos espanhóis e asiáticos na costa
portuguesa que estarão envolvidos na
captura destes invertebrados. “O pro-
jeto tem uma componente económica
e de preservação, já que o objetivo de
conseguir uma produção cem por cento
laboratorial contribui para a diminuição
da pressão sobre os stocks naturais”,
sublinha Tiago Verdelhos.
Em cada fase do desenvolvimento está
associada uma taxa de mortalidade, mas
como é habitual em projetos de aquacul-
tura, a fase larvar é a mais sensível e pra-
ticamente todos os projetos, em que se
pretende garantir uma produção integral,
da fecundação ao animal adulto, aca-
baram por não ser bem sucedidos. “Há
condições que já sabemos que provocam
mortalidade, como os picos de amónia na
água, ou o aparecimento de parasitas que
ameaçam as larvas”, diz o investigador
do MARE. Mesmo no caso dos peixes,
normalmente as maternidades, unidades
A parte comestível dos ouriços-do-mar
são as ovas ou gónadas. Só um animal
adulto, com cerca de dois anos,
pode ser consumido
65
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
Em laboratório é feita
a fecundação, pela
mistura dos gâmetas
femininos, laranja, e
dos masculinos, mais
esbranquiçados
muito controladas, não costumam estar
integradas nos sistemas que fazem a dita
engorda. A nível mundial só algumas ex-
periências na Escócia, França e Noruega
conseguem chegar a um animal adulto,
pronto a comer. Mas até agora não há ne-
nhum projeto que possa ser considerado
um sucesso. “O mais bonito [quando se
trabalha em aquacultura] é observar a
transformação da larva num animal já
com aspeto de ouriço”, deslumbra-se
a bióloga marinha. “Em cativeiro nor-
malmente temos 50 a 100 reprodutores.
Muito menos do que existe nas poças ou
nas zonas rochosas.”
QUANTO MAIS LARANJA MELHOR
Do ouriço o que se come são as ovas ou
gónadas, portanto, só o animal adulto
está a modos de ser apreciado. O consu-
midor normalmente procura umas ovas
laranja vivo, com uma boa consistência
e aquele sabor a mar, ligeiramente ado-
cicado. Outro dos desafios do sistema de
aquacultura é conseguir um fornecer
uma alimentação que garanta todas es-
tas características. “As pessoas notam
diferença na cor e na textura”, observa
Tiago. “Ainda não se conseguiu atingir as
características de um animal que cresce
em ambiente natural. Por exemplo, em
cativeiro a cor é mais pálida”, compara o
investigador. Para isso estão a ser testa-
dos corantes naturais, a adição de milho
e cenoura à alimentação e variação no
tipo de algas. Também falta conseguir
acelerar o processo de crescimento e ma-
turação dos animais porque não adianta
ter um animal grande se as suas ovas não
estiverem bem desenvolvidas.
O sistema baseia-se na aquacultura
multitrófica, com recirculação de água,
para reduzir o impacto ambiental. “Ali-
mentamos uma espécie, o ouriço, e há
uma espécie do nível abaixo, a das ma-
croalgas, que se alimenta da amónia,
dos nitritos e dos nitratos libertados”,
concretiza Tiago. “Tudo o que fazemos
tem de ser baseado na evidência”, ob-
serva Marta Ressurreição. Um trabalho
que nunca estará acabado.
 / TENDÊNCIAS

A ENERGIA
DAS ESTRELAS
Neste desenho técnico vemos um
reator tokamak 'cortado ao meio': ao
centro, a câmara em forma de donut
que vai confinar o plasma (representado
a rosa) necessário à fusão nuclear

É um dos maiores desafios e projetos tecnológicos de de décadas de investigação, chegou a fase

de colocar todo o conceito em prática:
sempre: recriar na Terra o processo de produção de energia
no início de agosto, o Reator Termonu-
do Sol. Para lá chegar são necessárias dez milhões de peças, clear Experimental Internacional (ITER
temperaturas de 150 milhões de graus centígrados e, claro, no acrónimo em inglês), o maior reator
com engenharia portuguesa à mistura de fusão nuclear do mundo, entrou ofi-
cialmente na fase de montagem.
Texto Rui da Rocha Ferreira Fotos D.R.
O QUARTO ESTADO DA MATÉRIA

“F
uuuuuu...são!”. Esta expressão
trará, certamente, memórias a
muitos leitores que acompa-
nharam, na década de 1990, a
série de desenhos animados Dragon Ball
Z, um êxito da televisão portuguesa da
altura. Para combater um novo inimigo,
duas personagens tinham de executar
uma pequena dança que terminava com
a já referida expressão e um toque entre
os dedos indicadores dos intervenientes.
Quando a fusão acontecia, era liberta-
da uma grande onda de energia e daí
resultava uma nova personagem, com
um aspeto diferente e novas habilidades.
O processo para criar energia de fusão
nuclear funciona de forma semelhante –
dois núcleos atómicos leves são fundidos
para dar origem a um núcleo mais pesado,
libertando uma grande quantidade de
energia neste processo. União Europeia,
EUA, China, Rússia, Japão, Índia e Coreia
do Sul são potências que acreditam que
uma parte da resposta para as crescentes
necessidades energéticas do mundo passa
obrigatoriamente por esta nova tecnolo-
gia – em teoria, é autossustentável, não
gera dióxido de carbono, é ininterrupta e
irá produzir até 40 vezes mais energia do
que aquela que consome. Agora, e depois
"O ITER vai provar a viabilidade cien-
tífica e tecnológica de produzir energia
de fusão nuclear. Não vai produzir ainda
energia elétrica, mas vai ter uns módu-
los que testam a conversão de energia e
vai testar como é que toda a tecnologia
funciona, garantir que conseguimos ope-
rar o dispositivo por períodos longos”,
explica Bruno Gonçalves, presidente do
Instituto de Plasmas e Fusão de Partícu-
las (IPFN), do Instituto Superior Técnico
(IST), a propósito deste projeto. O ITER,
que está a ser construído em Saint-Paul-
-lès-Durance, no sul de França, vai ser
composto por um reator de fusão nuclear

66
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

conhecido como tokamak, uma câmara
de confinamento magnético, em forma
de donut, cujo interior vai atingir os
150 milhões de graus centígrados. Estas
temperaturas, superiores às do próprio
Sol, são necessárias para criar plasma, o
quarto estado da matéria (além de sólido,
líquido e gasoso) que é caracterizado por
ser um gás ionizado e de cargas elétricas
globalmente neutras. Só com a presença
deste plasma é que estão reunidas as con-
dições que permitem colidir e fundir os
núcleos dos átomos – que neste caso será
entre elementos de Deutério e Trítio, dois
isótopos do Hidrogénio. Quando os nú-
cleos destes dois elementos embaterem,
dá-se a fusão e liberta-se uma grande
quantidade de energia. Depois começa
um processo semelhante ao que já existe,
por exemplo, nas centrais de carvão. “O
que nós estamos a aquecer é um fluído
[poderá ser água, mas não está ainda
definido] para produzir vapor que depois
faz funcionar uma turbina e essa turbina
é que vai produzir energia elétrica. O que
é diferente é o método de aquecimento.
No caso da fusão nuclear vão haver umas
paredes, chamadas breeding blankets,
uma zona onde os neutrões que vêm da
reação de fusão nuclear são convertidos
– interagem com Lítio e nessa interação
são convertidos em Trítio, que é um dos
combustíveis da fusão nuclear”, acres-
centa Bruno Gonçalves. Ou seja, o ITER
deverá também demonstrar a autos-
sustentabilidade deste método, já que
a produção do Trítio, um elemento raro
na Terra, será assegurada pelo próprio
reator. Já quanto ao Deutério, é possível
obtê-lo a partir da água do mar. E se tudo
correr como planeado, o ITER deverá
produzir, em 2025 ou 2026, o primeiro
plasma. O objetivo é que, nos anos se-
guintes, sirva como prova de conceito
para a produção contínua de plasma por
períodos de tempo que vão variar entre
os 300 segundos e os sessenta minutos
– muito superior aos 40 segundos que os
reatores de fusão atuais atingem.
Em agosto arrancou o processo de
montagem do reator nuclear. Há
componentes com dezenas de metros e que
nunca antes foram construídos. A produção
está a ser assegurada por vários países
O ITER mostrou, em 2013, uma pequena
réplica do reator que está a ser construído
no sul de França. O projeto contempla
'portas' para a câmara de confinamento, a
pensar também na manutenção
O IPFN está envolvido neste projeto
através do consórcio Eurofusion e da
Fusion 4 Energy, a empresa criada para
gerir a participação europeia no ITER.
“A nossa participação está ao nível do
desenvolvimento de diagnósticos, ou
seja, os aparelhos que medem parâme-
tros importantes do plasma e o que está a
acontecer no interior do plasma. Traba-
lhamos em controlo e aquisição de dados,
em manipulação remota e robótica”,
sublinha o presidente do instituto. Mas há
mais ‘cérebros’ portugueses a contribuir
para a criação da energia das estrelas.
POR ÍMANES NUNCA
ANTES FABRICADOS
O Instituto de Soldadura e Qualidade
(ISQ) tem 20 pessoas, das quais 16 são
engenheiros portugueses, dedicados aos
trabalhos do ITER. A missão da empresa
portuguesa é simples, mas ao mesmo
tempo complexa: fazer o controlo de
qualidade da produção de componentes,
alguns dos quais demoram dois anos a
serem fabricados. “Se nós falhamos, se
houver falha na construção desse com-
ponente, são dois anos de atraso”, explica
Rodrigo Cunha, responsável do depar-
tamento de infraestruturas e projetos
especiais do ISQ. Um dos componentes
que a empresa portuguesa tem estado a
67
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
acompanhar são as bobines (coils, em
inglês), anéis que vão existir em volta da
câmara principal do tokamak “e que vão
servir para fazer injeção de corrente para
a criação do campo eletromagnético para
a criação do plasma”. Este campo é o que
garante que o plasma não toca nas pare-
des do tokamak, de forma a conseguir
mantê-lo com a temperatura necessária
ao processo de fusão. Sob alçada do ISQ
estão três destas bobines. “Estive lá no
ano passado a vê-las, têm 15 a 20 metros
de diâmetro. Irão ser arrefecidas com
hélio, ficarão próximas do zero absoluto
[– 273,15 °C] e serão transformados em
supercondutores”, explica.
DE OLHO NO FUTURO
Os números do ITER são imponentes:
um milhão de componentes diferentes,
dez milhões de peças no total. Além da
escala, acresce o fator novidade des-
te ‘puzzle’. “Algumas são peças com
tolerâncias de maquinagem e acaba-
mento muito precisas. É uma máquina
que nunca foi construída, que tem ligas
metálicas que são novidade, processos de
soldadura diferentes dos usuais”, refere
ainda o responsável do ISQ. Se concre-
tizada com sucesso, a confirmação da
fusão nuclear como uma nova fonte de
energia sustentável promete mudar as
próximas décadas. “O grande objetivo é
ter um protótipo experimental, que pro-
duz energia elétrica, em 2050”, detalha
Bruno Gonçalves, que cita estimativas de
que, no final do século, cerca de 25% da
energia produzida a nível global já tenha
por base a fusão nuclear. E esta até pode
ser uma solução interplanetária: está
a ser avaliada a hipótese de usar como
elemento de fusão Hélio-3, um isótopo
do Hélio, um elemento raro na Terra, mas
com indícios de que será abundante na
Lua – poderá ser esta a fonte de energia
usada na exploração espacial? Tal como
se dizia na icónica série da década de
1990, não perca os próximos episódios,
porque nós também não.
 O primeiro objeto a ser
capturada será uma
parte de um foguetão
Vega , lançado em 2013

ARRUMAR A CASA…
NO ESPAÇO
Missão da Agência Espacial Europeia, com lançamento previsto para
2025, irá recolher as sobras de um foguetão, girar em órbita da Terra.
Este será o primeiro passo de uma nova fase da exploração espacial
que se quer mais limpa e segura. Portugal faz parte do consórcio

N
a Terra enfrentamos o problema
das emissões de dióxido de car-
bono e dos plásticos no oceano.
No espaço, a grande ameaça é o lixo.
Restos de lançadores, satélites obsoletos,
peças soltas que viajam à volta da Terra
a uma velocidade estonteante. Estima-
-se que haja cem milhões de detritos
largados lá em cima, rasto de 60 anos
de exploração espacial focada em fazer
lançamento bem sucedidos mas sem ter
em conta o fim de vida dos objetos.
À medida que o espaço se vai tornan-
do num lugar cada vez mais comum,
com os privados a entrarem no setor e a
ambição a crescer para outros planetas,
como Marte, tornou-se muito evidente
que o pós-missão tem de fazer parte
do projeto. Porque o espaço não é in-
finito, o perigo de colisão é real e cada
vez mais provável – apesar de haver
um esforço internacional de catalogar
e rastrear todos os destroços com mais
de dez centímetros de diâmetro numa
órbita terrestre baixa e de 30 centímetro
a um metro de diâmetro em altitude
geo-estacionárias – e também porque
este lixo espacial ocupa lugar na órbita,
que desta forma não poderá ser ocupado
por satélites operacionais.
A Agência Espacial Europeia (ESA) está
a levar muito a sério a sustentabilidade
no setor e tornou prioritária a missão de
remover detritos. Aprovada na última
reunião ministerial, em novembro do
ano passado, a Clear Space -1, que será
o primeiro satélite a conseguir capturar
e remover objetos da órbita, já começou
a ser construída e tem lançamento mar-
cado para 2025.
À frente deste projeto ambicioso está a
Escola Politécnica Federal de Lausanne
(EPFL), a partir da start-up ClearSpace
que lidera o consórcio europeu.
“Esta é a altura certa para uma mis-
são deste género”, afirmou ao site da
ESA o CEO da ClearSpace, Luc Piguet.
“A questão do lixo espacial é mais ur-
gente do que nunca. Hoje temos cerca
de dois mil satélites operacionais no
espaço e mais de três mil desativados.
E nos próximos anos este número vai
aumentar uma ordem de magnitude,
com múltiplas mega-constelações com-
postas por centenas ou mesmo milhares
de satélites, planeados para baixa órbita
terrestre, para grande cobertura, teleco-
municações de baixa latência e serviços
de monitorização. É clara a necessidade
de um ‘rebocador’ para remover os sa-
télites obsoletos desta região de grande
movimento”, antecipou.
É como se todos os barcos naufragados
ao longo dos tempos se mantivessem à
tona, comparou o Diretor-Geral da ESA
Jan Woerner. “É esta a situação atual em
órbita e não podemos permitir que assim
continue. Os estados-membro da ESA
deram o seu forte apoio a esta nova mis-
são, que também aponta o caminho para
novos serviços comerciais essenciais no
futuro”, acrescentou o dirigente. Mesmo

68
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

OS PASSOS
DA MISSÃO
CLEARSPACE
ENCONTRAR
o satélite, que se desloca
a 7Km/s, a 720 km de altitude,
e monitorizá-lo. São usados
radares e por vezes telescópios
CAPTURAR
o objeto com uma espécie
de braços metálicos que agarram
o satélite ou pedaço de nave
que neste momento cessassem todos os
lançamentos, a quantidade de lixo espa-
cial continuaria a aumentar, uma vez que
de cada colisão entre objetos perdidos
‘nascem’ novos pedaços detritos que
podem, por exemplo, atingir a Estação
Espacial Internacional.
AGARRAR OU ATINGIR COM LASER
A estratégia que será agora testada pela
ESA, naquela que será a primeira mis-
são de demonstração de um programa
planeado para continuar em atividade,
será a remoção do detritos de maior di-
mensão. O alvo da Clear Space-1 será
o Vespa, o andar superior do foguetão
Vega, que ficou numa órbita entre os 800
e os 660 quilómetros de altitude, depois
de um voo em 2013. Com cem quilos e
o tamanho de um pequeno satélite, tem
uma forma cónica um construção resis-
tente que fazem dele um bom candidato
a primeiro alvo. No entanto, o plano é ir
alargando as missões de recolha de lixo
OS NÚMEROS
D O L I XO
4300
SATÉLITES NO ESPAÇO
3100
SATÉLITES OBSOLETOS
28 000
KM/H VELOCIDADE A QUE
SE MOVEM PELO ESPAÇO
34 000
OBJETOS COM MAIS DE 10 CM
DE DIÂMETRO E FEITOS
PELO HOMEM SÃO
MONITORIZADOS NA SUA
ÓRBITA À VOLTA DA TERRA
100
MILHÕES DE PEÇAS DE LIXO
ESPACIAL EM ÓRBITA
a outro tipo de objetos mais desafiantes
e com formato menos certinho.
Oito países, incluindo Portugal, fazem
parte do consórcio. Os restantes são:
Suíça, Reino Unido, República Checa,
Alemanha, Polónia, Roménia e Sué-
cia. Desde 2012 que a Clear Space está
a desenvolver tecnologia para capturar
e remover da órbita satélites em fim de
vida, andares de foguetões, componente
de painéis solares e porcas e parafusos
perdidos. No caso do foguete Vespa, o
69
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
REMOVER
o satélite obsoleto, deixando a sua
órbita livre para um outro que esteja
operacional e eliminando o risco de
colisão. O objeto destrói-se quando é
forçada a sua reentrada na atmosfera
REPETIR
o procedimento, graças ao caráter
de reutilização da missão
material será capturado e arrastado até à
atmosfera, sendo destruído pelo contacto
com o ar, qual estrela-cadente.
Uma empresa japonesa de telecomuni-
cações, a Sky Perfect JSAT, está a apostar
numa estratégia diferente, que passa pela
utilização de um laser para desviar os
objetos da sua órbita. O plano prevê o
lançamento de um satélite, em 2026,
que irá irradiar à distância a peça de lixo
com um feixe de laser, de forma a alte-
rar a sua órbita para que o objeto desça
até à atmosfera terrestre, onde entrará
em combustão. Um método seguro e
económico alegam os responsáveis da
empresa, numa apresentação feita no
início do mês de agosto, que assume a
missão de contribuir para a manuten-
ção da sustentabilidade do ambiente
espacial, resolvendo o problema do lixo
espacial. O governo e a agência espacial
japonesa são, desde a primeira hora,
parceiros desta missão porque até o Es-
paço é finito. Sara Sá
 Há muitas saídas de energia: seis portas
USB ( A, B e C), quatro tomadas de 230 volts
(com suporte para picos superiores a 3 kW)
e tomada de isqueiro (12 volts)

gadora maioria dos aparelhos elétricos.

Um exemplo concreto: conseguimos ali-
mentar um frigorífico compacto durante
dois dias usando apenas o Ecoflow Delta
1300. Outros exemplos: uma roçadeira
elétrica durante duas a três horas, um

MEGA
berbequim durante três a cinco horas
ou uma máquina de soldar durante uma
a duas horas. Até tem energia suficiente
para carregar uns 5 a 10 km num carro
elétrico. Este ‘gerador’ também pode ser

POWERBANK
muito interessante para equipas de foto-
grafia e de vídeo, já que permite carregar
e alimentar até 11 aparelhos em simul-
tâneo, como iluminadores, carregadores
de baterias de câmaras e uma série de
outros acessórios. E com uma grande
ECOFLOW DELTA 1300 €1399 vantagem: é silencioso, ao contrário dos
geradores tradicionais.

V
ive numa zona onde há cortes de
energia frequentes? É carava- NOTA FINAL DESEMPENHO CARREGA DEPRESSA

nista ou adepto do campismo?
Usa ferramentas elétricas em espaços
sem rede elétrica? Simplesmente procura
uma fonte de energia mais compacta,
mais sustentável e mais silenciosa do
que um gerador a gasolina ou gasóleo? Se
respondeu sim a pelo menos uma destas
perguntas, então vai gostar mesmo muito
deste produto. Chamar-lhe mega power-
bank é até uma simplificação conside-
rando todas as funcionalidades do Delta
1300. É mais um gerador de energia, em-
bora não tenha a capacidade de produzir
a energia, mas sim de acumulá-la.
É o ‘powerbank’ com mais capacidade
que testámos: são quase 1300 Wh. Para
comparação, um bom powerbank (5000
mAh) tem uma capacidade de cerca de
20 Wh. Ou seja, o Ecoflow Delta 1300
tem 60 vezes mais capacidade do que
um powerbank generoso daqueles que
usamos para carregar os telemóveis.
Mas há mais. Ao contrário dos power-
banks compactos, este aparelho não é
capaz de carregar apenas via portas USB
4,7
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
zevtech.pt
CARACTERÍSTICAS
Capacidade: 1260 Wh ○ Carregamento: tomada (1h,
80%), isqueiro carro, placas solares ○ Tempo de vida: 800
ciclos (60%) ○ Saídas: 2x USB A 12 w, 2x USB A 28 w,
2x USB C 60 w, 4x 230 V (AC, 1800 w, pico de 3300 w),
isqueiro 108,8 w
CAPACIDADE CONSTRUÇÃO POTÊNCIA CONECTIVIDADE
Muito bom Muito bom Excelente Excelente
(corrente contínua). Além das seis portas
USB, duas delas de carregamento rápido
e outras duas do Tipo C, tem quatro to-
madas de corrente alternada (230 volts).
O que significa que podemos usar o Eco-
flow Delta 1300 para alimentar um PC,
uma máquina de café, um berbequim
ou mesmo um frigorífico. As tomadas
disponibilizam uma potência de 1800
watts, com pico superior a 3000 watts.
Uma potência suficiente para a esma-
Outra vantagem é a velocidade de car-
regamento. Numa tomada normal, uma
hora é suficiente para recuperar 80%
da bateria. Ou seja, basta uma hora de
carregamento em casa para ter ener-
gia suficiente para um fim-de-semana
de caravanismo se gerir bem a energia.
Mas há outras formas de carregamento:
tomada de isqueiro de um carro (10 a 12
horas) ou, muito importante, através de
painéis solares. Como tem entrada direta
para painéis solares (até 65 volts e 10 am-
peres), não é preciso qualquer adaptador.
Portanto, Ecoflow Delta 1300 até pode ser
uma solução para uma segunda pequena
casa que não tenha rede elétrica: pode
carregar durante o dia através dos painéis
solares e alimentar o básico (iluminação e
frigorífico por exemplo) durante a noite.
Considerando toda a funcionalida-
de oferecida, consideramos o preço
do Ecoflow Delta 1300 perfeitamente
justificável. É, sem dúvida, um produto
que faz a diferença em muitas situações
do dia-a-dia. Sérgio Magno

70
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

ELÉTRICO
PA R A O I T O
FORD TOURNEO CUSTOM PLUG-IN HYBRID €64 800
E
spaço. Muito espaço. É o que mais
distingue este furgão de passagei-
ros dos restantes veículos elétri-
cos (VE). Ao contrário do que é habitual
nos híbridos plug-in (PHEV), o motor a
gasolina deste carro nunca é usado para
fazer movimentar as rodas. O que tam-
bém significa que não precisa de uma
transmissão convencional. O motor a
combustão faz rodar um gerador que
produz energia elétrica para carregar a
bateria ou alimentar diretamente o motor
elétrico. Ou, seja, é sempre o motor elé-
trico que faz andar o carro, mas a energia
pode ser fornecida pela bateria ou pelo
gerador acoplado ao motor a gasolina.
LIMITAÇÕES E VANTAGENS
A Ford recorreu ao já bem conhecido
motor a gasolina 1.0 EcoBoost, que já
deu tantos prémios a marca, montan-
do em série com um motor elétrico de
93 kW. Esta arquitetura tem algumas
limitações em termos de desempenho,
nomeadamente na velocidade máxima
(120 km/h). Pior, após a bateria esgo-
tar-se, verificámos que em subidas mais
inclinadas este Ford não ultrapassa os
80 km/h. Como a autonomia real em
modo 100% elétrico é de uns 40 km,
não recomendamos este carro para quem
quer fazer viagens longas. Até porque,
nestas condições, o consumo médio
facilmente ultrapassa os 10 l/100 km, o
que significa lá se vai a vantagem econó-
mica para a versão com motor a gasóleo.
Por outro lado, esta é uma proposta ape-
lativa para transporte turístico urbano.
Na cidade, a ausência das vibrações tão
habituais nos carros Diesel, a boa acele-
ração e facilidade de condução típica dos
NOTA FINAL DESEMPENHO
3,5
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
ford.pt
CARACTERÍSTICAS
Autonomia EV: até 50 km ○ Bateria: 13,6 kWh ○ Consumo
anunciado 3,3 l/100 km ○ Carregamento: 3,6 kW em AC
(15 km/h) ○ Potência/binário: 93 kW/355 Nm ○ Vel. máx.:
120 km/h
AUTONOMIA INTERFACE COMUNICAÇÕES
Fraco Bom Satisfatório
71
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
Depois de 300 km de teste com dois
carregamentos completos, acabámos com
uma média de 7,3 l/100 km
A tomada Type 2 (corrente alternada) está
embutida no para-choques frontal. Não tem
suporte para carregamento rápido
elétricos fazem toda a diferença. Neste
ambiente, os menores custos com com-
bustível e as vantagens fiscais dos plug-
-in para as empresas podem tornar esta
versão mais apelativa que a versão Diesel.
Voltado ao espaço, são oito lugares no
total e os seis lugares traseiros podem
ser configurados de variadas formas já
que todos estes bancos são individuais,
rebatíveis e amovíveis (embora sejam
muito pesados). Os bancos da segunda
fila podem ficar virados para a frente e
para trás. Mesmo com todos os bancos
montados, o espaço é muito amplo, tan-
to para os passageiros, que têm várias
portas USB e espaços de arrumação à
disposição, como para a bagagem. A tí-
tulo de exemplo, com quatro passagei-
ros a bordo, ainda transportámos uma
prancha de surf e duas bicicletas. Sem
desmontar nada – apenas rebatendo
os bancos da segunda fila. E por falar e
conveniência, há uma tomada elétrica
standard de 230 volts.
VEREDICTO
Este Tourneo Custom é, sem dúvida, um
passo na direção certa para eletrificar
o segmento dos furgões. Infelizmente,
um carro deste tipo também se quer
para viagens longas, situação em que
este PHEV perde competitividade. Fal-
ta-lhe mais bateria. Se tivesse o dobro
AUX. À CONDUÇÃO
Satisfatório da autonomia em modo elétrico, este
furgão faria todo o sentido. Sérgio Magno
SOFTWARE DIFICULDADE AVANÇADO

ZOOM
DOMÍNIO TOTAL
Juntar-se a uma videoconferência é simples, mas saber criar
chamadas em grupo seguras e tirar partido das muitas e valiosas
funcionalidades da aplicação é outra conversa. Fique a conhecer
14 truques que vão torná-lo num ‘zoom master’

Enquanto uns choram, outros vendem lenços.
Se por um lado a situação de pandemia destruiu
o negócio de dezenas de milhares de empresas
um pouco por todo o mundo, também houve
quem tivesse florescido com o facto de milhões
de pessoas estarem ‘presas’ em casa na tentativa
de impedir a propagação da doença Covid-19. E
a Zoom esteve, seguramente, entre as que mais
brilharam. A empresa passou de 10 milhões de
utilizadores no final de dezembro de 2019 para
300 milhões em plena pandemia. Durante algu-
mas semanas, fazer videochamadas passou a ser
um bem essencial. E o Zoom, que durante muito
tempo foi usado acima de tudo por trabalhadores
que já faziam trabalho remoto e por empresas nas
quais as videochamadas eram uma necessida-
de, passou a ser uma ferramenta indispensável
para falar com familiares, amigos e colegas de
trabalho. Em certa medida, o Zoom foi uma das
maiores engrenagens de resposta ao período de
pandemia. Mas saber usar o Zoom é diferente de
saber dominar o Zoom e com este guia vamos
ajudá-lo a criar conversas seguras e a explorar
funcionalidades valiosas e que nem sempre estão
à mão de semear. Todos os passos que se seguem
são já depois de ter efetuado a autenticação no
serviço Zoom e efetuados num computador com
Windows 10. Rui da Rocha Ferreira

72
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 VIDEOCHAMADAS SEGURAS
Planear com antecedência é um bom aliado da segurança.
No ecrã inicial do Zoom escolha a opção Agendar.
Certifique-se que o separador ID da reunião está
selecionado no campo Gerar Automaticamente. Também
deve definir uma nova senha, que terá de enviar aos seus
contactos para que consigam entrar na sala que criou.
Importante: nas Opções Avançadas, garanta que a opção
Habilitar sala de espera está selecionada, pois assim
garante que ninguém entra na sala sem a sua aprovação.
Se quiser elevar ainda mais a fasquia, escolha a opção que
só permite entrar quem estiver autenticado no Zoom. No
final, é só carregar no botão Agendar.

REUNIÕES RECORRENTES
Para os que fazem muitas reuniões por videoconferência
e não querem estar sempre a ajustar as configurações,
é possível criar uma reunião recorrente. No ecrã inicial
selecione Agendar, escolha a opção Reunião Recorrente
e clique no botão Agendar. Depois, sempre que quiser
iniciar uma reunião nova de forma rápida, no ecrã inicial,
na parte superior, encontra o ícone Reuniões e do lado
esquerdo vai ter sempre disponível a reunião recorrente
criada. Pode até criar mais do que uma com parâmetros de
segurança diferentes (uma para lazer outra para trabalho,
por exemplo).

ENVIAR MENSAGENS PRIVADAS

Já com a reunião a decorrer, é possível enviar mensagens
através do sistema de chat do Zoom. Por definição, as
mensagens que enviar vão para todos os participantes da
reunião… mas não precisa de ser assim. Clicando no ícone
Bate-Papo, surge a janela de conversação por mensagens
do lado direito. Em baixo, há um menu que está
pré-definido em Todos e que pode selecionar para
o nome de qualquer um dos participantes. Desta forma
estará a enviar mensagens apenas para a pessoa que
selecionar, sem que as outras consigam ler.

TRANCAR A REUNIÃO
Imagine que marcou uma conferência importante para as
15h30 e não quer, cinco minutos depois, ser distraído por
novos pedidos de pessoas para entrar na reunião – tem
sempre a opção de bloquear a videochamada. Carregue, no
separador localizado na parte inferior, no ícone Segurança,
e depois escolha a opção Bloquear Reunião. A partir do
momento em que estiver selecionada, a sala fica trancada.

NOTIFICAÇÕES DAS REUNIÕES

Ninguém quer perder ou chegar atrasado a uma
videoconferência. No ecrã principal do Zoom, do lado
direito, encontra o ícone de uma roda dentada que dá
acesso às Definições. Quando clicar, vai abrir uma nova
janela. No separador Geral, existe a opção Lembrar-me X
minutos antes das minhas próximas reuniões. Quando
selecionado, pode escolher ser notificado cinco,
10 ou 15 minutos antes da reunião.

73
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
SOFTWARE DIFICULDADE AVANÇADO

MAQUILHAGEM VIRTUAL
A sua imagem é uma parte importante da
videochamada. Deve fazê-la num sítio bem iluminado
e com uma boa webcam, mas também pode usar
o Zoom para dar uns retoques. Nas Definições,
selecione o separador Vídeo: aqui pode ativar o vídeo
em HD e também a opção Retocar minha aparência.
Já quando a reunião estiver a decorrer, em baixo, do
lado esquerdo, carregue na seta ao lado do ícone da
câmara e escolha a opção Plano de Fundo Virtual.
Assim pode selecionar uma imagem ou um vídeo para
reproduzir em plano de fundo, que dão dinâmica à sua
presença na chamada.

VÍDEO, ÁUDIO E BACKUPS

Todas as reuniões que criar no Zoom podem ser
gravadas. Para tal, basta carregar no botão Gravar,
na barra inferior, já no decorrer da videochamada,
ou selecionar, em Opções Avançadas, durante
o agendamento, a opção Gravar reunião
automaticamente no computador local. Acedendo
também às Definições, do lado esquerdo selecione
Gravando e depois pode escolher: a pasta da
gravação dos ficheiros; se quer gravar o áudio em
separado (bom para podcasts); ou inserir data e hora
da reunião na gravação.

DIVIDIR PARTICIPANTES
POR DIFERENTES SALAS
Já com a reunião a decorrer, selecionando, em baixo,
o ícone Salas Simultâneas, é possível distribuir os
participantes por diferentes salas de conversação.
Pode pedir ao Zoom para que o faça automaticamente
(dizendo quantos participantes quer por sala) ou
definir manualmente quem vai estar em que sala.
Enquanto anfitrião pode 'saltar' de sala em sala e,
no final, voltar a juntar todos numa só. Uma opção
especialmente interessante para empresas e escolas.

PARTILHAR IMAGENS E DOCUMENTOS

É possível enviar ficheiros a partir do Zoom.
Clique no ícone Bate-Papo e, na janela que surgir,
selecione, na parte inferior, o botão Arquivo.
Aí pode escolher fazer a partilha de ficheiros a partir
de serviços cloud ou diretamente de algo que tenha
no computador. Pode enviar imagens, PDF,
ficheiros Word ou Excel, vídeos ou áudios.

CONHECER OS ATALHOS
O Zoom está repleto de atalhos e existe uma
página na qual pode ficar a conhecê-los. Basta
aceder às Definições e, do lado esquerdo, escolher
Atalhos do Teclado. Será necessário ativar os atalhos
que pretende usar. Deixamos aqui algumas sugestões:
Alternar para Exibição de Galeria (Alt+F2), Ativar
ou desativar áudio (Alt+V), interromper ou iniciar
gravação (Alt+R) ou encerrar a reunião (ALT+Q).

74
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 VISUALIZAR MAIS OPÇÕES
Há muito mais para descobrir fora da
aplicação do Zoom, no portal web da
aplicação. Para um acesso rápido, abra
as Definições e clique, em baixo, no
link Visualizar mais configurações. Na
página que abrir são dezenas as opções de
configuração que tem à sua disposição. Por
exemplo, é aqui que pode ativar a autenticação
em dois passos para um início de sessão mais
seguro ou onde pode definir as questões para
apresentar em votação aos participantes da
videochamada (os 'enquetes' são uma opção
só disponível nas versões pagas). É também
aqui que pode ativar a integração do Zoom
com ferramentas externas, como o Office 365
e o Slack (no separador Integração)

ATIVAR FEEDBACK NÃO VERBAL

Nas Definições acessíveis apenas
através da web, selecione do lado esquerdo
Em Reunião (Básico). Depois procure pela
opção Feedback não verbal e ative-a. Isto vai
permitir aos participantes darem feedback,
através de ícones, no decorrer da reunião.
Pode pedir que a apresentação seja feita mais
depressa ou mais devagar ou até indicar
que precisa de uma pausa para café,
além de poder concordar ou discordar de
perguntas que são feitas, tudo
à distância de um clique.

COMPARTILHAR ECRÃ E ÁUDIO

Durante a reunião, na barra inferior, selecione
a opção Compartilhar tela para partilhar o
seu ecrã com os restantes participantes. Mas
se quiser partilhar também o som, na janela
que abrir, no canto inferior esquerdo, selecione
também Compartilhar som do computador –
sem esta opção selecionada, o som
da partilha nunca é transmitido.

CONTROLO REMOTO
Outra funcionalidade desconhecida do Zoom,
mas que pode ser um verdadeiro salva-vidas.
Primeiro precisa de aceder às definições
web e selecionar, do lado esquerdo, Reunião
(Avançado). Aí ative a opção Suporte Remoto
(atenção, pois desativa a funcionalidade
Salas Simultâneas). No Zoom, inicie o
compartilhamento do ecrã com os outros
utilizadores. Na barra de ferramentas que vai
surgir, selecione Controlo Remoto e escolha o
utilizador a quem quer passar o controlo.
A pessoa do outro lado vai receber a
notificação e, quando aceitar, ganha acesso
à aplicação que está a partilhar, podendo
controlá-la à distância.

75
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
 WINDOWS DIFICULDADE FÁCIL
OTIMIZAR O
DESEMPENHO DO
ARMAZENAMENTO
USB PARA
O WINDOWS 10
O sistema operativo da Microsoft tem
duas políticas diferentes à escolha para os
dispositivos de armazenamento externos:
remoção rápida ou melhor desempenho
Lembra-se do tempo em que antes de tirar uma pen USB
ou disco externo com Thunderbolt do computador tinha de
clicar na unidade e escolher ‘Ejetar’ para remover o equi-
pamento com segurança? A Microsoft alterou esta política
com a versão 1809 do Windows 10, permitindo tirar o dis-
positivo sempre que se quiser sem ser necessária qualquer
ação prévia. Mas esta decisão implicou concessões.
É que o Windows define duas políticas para controlar a
forma como o sistema operativo interage com dispositivos
externos de armazenamento (as tais pens USB ou discos,
como referimos). A primeira é ‘Remoção rápida’, que de-
sativa a escrita em cache no dispositivo e no Windows, ou
seja, os dados são guardados no dispositivo externo o mais
rapidamente possível, o que, na teoria, permite desligar o
equipamento com segurança (sem corromper os dados) a
qualquer momento sem qualquer ação extra (basta tirá-lo
da porta a que está ligado). Contudo, isto pode implicar uma
redução na velocidade das aplicações, já que, por exemplo,
76
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
quando se está a gravar um ficheiro para um dispositivo
externo, o programa que está a ser utilizado pode parar
momentaneamente até o processo ser finalizado.
A segunda é ‘Melhor desempenho’, em que é ativada a es-
crita em cache no Windows, embora isto obrigue a recorrer
à opção ‘Remover hardware em segurança’ para desligar o
dispositivo sem sequelas. Esta política elimina a potencial
lentidão descrita no parágrafo anterior, já que os dados ficam
em cache e vão sendo gravados em segundo plano enquanto
o sistema se foca em manter as aplicações otimizadas para
se trabalhar. Isto, todavia, pode conduzir a dissabores em
algumas situações se não se tiver cuidado. É que os utiliza-
dores partem do princípio de que os dados estão gravados
e removem o dispositivo de armazenamento sem recorrer
à opção ‘Ejetar’, sendo que a informação poderá ainda não
estar gravada e acabar por ficar corrompida. Ou seja, com
esta política aconselha-se recorrer sempre à opção ‘Remo-
ver hardware em segurança’, porque isto dá instruções ao
Windows para escrever todas as informações em cache para
o dispositivo, garantindo que os dados ficam salvaguardados
antes da remoção do equipamento de armazenamento.
Como pode adivinhar, o que a Microsoft fez com a atualiza-
ção 1809 do Windows foi mudar a predefinição de ‘Melhor
desempenho’ para ‘Remoção rápida’. Tendo em conta que
muitas pessoas acabavam por simplesmente retirar o dispo-
sitivo externo sem qualquer ação prévia, a empresa alterou a
política para reduzir o risco de perda de dados. É, contudo,
possível alterar a política e aplicar a que considerar mais
pertinente a cada dispositivo externo, sendo que a opção vai
vigorar mesmo que desligue o equipamento e volte a ligá-lo
mais tarde ao mesmo computador (ou seja, cada dispositivo
pode ter uma política individual no mesmo PC). Vamos ver
como pode fazê-lo de forma simples e rápida. Paulo Matos
 Ligue o dispositivo externo
1
ao computador. Se a pasta
referente ao equipamento não
abrir imediatamente (depende das
opções que definiu anteriormente),
vá ao Menu Iniciar, carregue
em Explorador de Ficheiros,
identifique a drive referente à pen
ou disco externo e, com o botão
direito do rato, clique em cima
dela, selecionando Propriedades.
Atenção: Uma forma alternativa para
chegar ao mesmo destino é clicar em
cima do Menu Iniciar com o botão
direito do rato e escolher a opção
Gestão de discos. Aí terá acesso
a todos as drives do computador.
Identifique a que procura e,
novamente com o botão direito do
rato, selecione Propriedades.

Desloque-se para o separador

2
Hardware e carregue em
Propriedades.

Na parte de baixo da caixa

3
que surge, escolha Alterar
definições (vai precisar de privilégios
de administração da máquina para
avançar com este passo).

Nesta caixa, avance para o

4
separador Políticas. É aqui que
pode escolher entre Remoção rápida
ou Melhor desempenho. Escolhendo
a segunda hipótese, a Microsoft
recomenda que se ative também a
opção Ativar escrita em cache no
dispositivo, embora uma falha de
energia possa resultar em corrupção
dos dados. A subopção Desativar
esvaziam. mem. interm. escrita em
cache no disp. só faz sentido se o
dispositivo externo possuir uma fonte
de alimentação separada para evitar
problemas com potenciais falhas de
energia. Tenha em mente que a opção
que selecionar manter-se-á em vigor
sempre que utilizar o equipamento
no mesmo computador, embora a
predefinição seja Remoção rápida
sempre que liga um dispositivo
de armazenamento externo novo.
Ou seja, será necessário repetir o
processo sempre que desejar alterar
a política de outro equipamento para
Melhor desempenho.

77
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

CONSULTÓRIO
DE: CRISTIANO J.
ROUTER
PODEROSO
OU KIT MESH?
Como já sou assinante da Exame
Informática há cinco anos, acho
que já o posso tratar por amigo.
Ora, aqui vai: amigo Sérgio, tenho
um acesso à Internet de 100 Mbps,
mas em algumas zonas da casa (um
apartamento T3 com cerca de 160
m2), não consigo passar dos 10 a 20
Mbps enquanto na sala chega aos
80 Mbps. Não sou um expert como
vocês, mas já vou sabendo algumas
coisas e já tentei todos os ‘truques’
habituais, como mudar os canais do
Wi-Fi, alterar a posição do router
(não posso mudar muito devido a
constrangimentos dos cabos), retirar
objetos próximos, etc. Acho que
isto só lá vai com um novo router de
alto desempenho – o que tenho do
operador é relativamente novo, mas
nem antenas exteriores tem.
Mas como vocês têm analisado
vários kits Mesh, estou agora com
uma dúvida: acha que devo escolher
um router de alto desempenho ou
um kit Mesh de preço próximo?
Estava a pensar em comprar o Asus
RT-AX88U, que foi muito elogiado
no vosso teste há uns meses, ou o
kit TP-Link Deco X20 a que deram
o prémio recomendado na última
edição. Custam os dois praticamente
o mesmo, cerca de €350. Sei que há
sistemas Mesh melhores, mas já acho
que estou a gastar muito no Wi-Fi e
não quero passar deste valor.
Começamos por uma chamada de
atenção: nem sempre é possível
ou, pelo menos, fácil substituir o
router do operador. Isto porque
este aparelho muitas vezes acumula
outras funções, incluindo a gestão
das ligações para o telefone e box TV.
Como já referimos anteriormente,
é possível substituir o router
completamente, mas envolve
algumas configurações mais
complicadas. A Asus tem explicações
detalhadas do processo em
http://asus-portugal.com/isp-config/.
O mais habitual é adicionar-se
um segundo router que é ligado ao
O kit Deco
X20 é um
kit poderoso
para o preço
pedido
router do operador via cabo de rede,
não interferido com o telefone e
box da TV. Neste caso, até poderá
desligar o Wi-Fi do router original
– opção normalmente disponível
na configuração do aparelho – para
evitar confusões e interferências.
Se com o router atual já consegue ter
um sinal razoável (10 a 20 Mbps no
acesso à Net na zona mais distante),
é provável que um novo router, de
maior desempenho, consiga resolver
o problema. O modelo que indica
é, de facto, um dos mais poderosos
da atualidade. Esta opção tem ainda
outras vantagens: menos confusão
(menos aparelhos espalhados pela
casa), menor consumo energético e
menos problemas de conectividade.
Este último ponto é importante
porque nas redes Mesh podem
existir aparelhos, sobretudo
smartphones e portáteis mais
antigos, que não ‘saltam’
rapidamente entre os diferentes
pontos (routers) Mesh da rede.
Ou seja, numa rede com, por
exemplo, três routers Mesh,
aparelhos mais antigos poderão ter
dificuldades em comutarem entre
esses pontos rapidamente, o que
pode levar a perdas de sinal.
Outra grande vantagem de um
router de alto desempenho, como
o indicado, é que será mais rápido
a processar a informação, criando
menos ‘funis’ dentro do router
quando, por exemplo, existem vários
aparelhos a aceder à Net. A única
78
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
POR: SÉRGIO MAGNO
ENVIE AS SUAS
DÚVIDAS PARA
consultorio@exameinformatica.pt
C
Envie o e-mail com
ltó i no Assunto.
«Consultório» A t D
Descreva
pormenorizadamente a dúvida
e a configuração do hardware
O Asus
RT-AX88U
é um router
de altíssimo
desempenho
verdadeira vantagem de um kit Mesh
de custo semelhante será o raio de
alcance. Ou seja, comparativamente
ao Asus RT-AX88U, o TP-Link Deco
X20 oferecerá menos desempenho
quando os aparelhos estão perto
do router, mas deverá oferecer um
pouco mais de desempenho nos
pontos mais distantes do router
principal. Para ter uma ideia das
diferenças, o Asus RT-AX88U
consegue lidar com cerca de
6000 Mbps, enquanto os módulos
do kit TP-Link Deco X20 estão
limitados a menos de 3000 Mbps.
Claro que é preciso ter muitos
acessos em simultâneo para atingir
estes picos, mas há diferenças
importantes de capacidade de
processamento entre as duas
soluções. Sem testar o seu caso
específico, é impossível garantir
qual será a solução melhor.
Mas há um aspeto importante a
referir: o Asus RT-AX88U também
inclui tecnologia Mesh o que significa
que, no futuro, poderá adicionar
outro router da linha Asus com o
mesmo suporte para aumentar o
alcance da rede. Em suma, é sempre
importante começar de uma boa
base. E no que diz respeito ao Wi-Fi,
o Asus RT-AX88U é uma excelente
base de partida e, provavelmente,
não precisará de outro aparelho
para garantir elevado desempenho
e alcance satisfatório.
 FALL GUYS: ULTIMATE KNOCKOUT €19,99

JOGOS SEM
FRONTEIRAS Uma mistura de ‘party game’ com battle royale
que proporciona momentos de diversão
num ambiente graficamente despretensioso

79
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA

C
omeçamos com um ponto prévio. Testá-
mos este jogo na PlayStation, mas, como
é um ‘party game’ online, é mesmo ne-
cessário ter uma subscrição do serviço Plus para
desfrutar dele. Curiosamente, no nosso período
de teste, o título até era gratuito para os membros
de PlayStation Plus. Posto isto, mergulhemos no
jogo. Esta é uma espécie de battle royale em que
60 jogadores se defrontam numa série de minijo-
gos em arenas tridimensionais. A cada ronda vão
sendo eliminados sensivelmente 20 participantes
(o número não é estanque, numas vezes são mais
e noutras são menos). A mecânica do jogo é como
a estética: simples e divertida. Os minijogos são,
na maioria dos casos, corridas de obstáculos em
que é necessário atravessar a meta, um pouco ao
estilo do que nos habituámos a ver nos populares
Jogos Sem Fronteiras: os primeiros apuram-se, os
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
outros são eliminados – assim sucessivamente até
haver apenas um vencedor. Há também jogos de
futebol (peculiares, obviamente, que incentivam a
cooperação e o trabalho de equipa) e até alguns que
puxam pela capacidade de memória do utilizador.
A ordem dos minijogos é aleatória, o que nos pa-
rece um fator essencial para assegurar a diversão. ALTOS E BAIXOS
COM APENAS TRÊS BOTÕES SE FAZ A FESTA +
Diversão acaba mesmo por ser a palavra-chave Nada de armas
em Fall Guys. Este não é jogo ambicioso do ponto ou mortes, aqui
o ambiente
de vista gráfico, apostando em criaturas com um é mais pueril
aspeto mais infantil, mas cujo design nos parece
adequado para o espírito do título. Tem laivos de Um agarrão aqui,
viciante – a cada queda reagimos com mais vontade um mergulho ali…
de voltar a tentar passar o obstáculo –, principal- Vale tudo nestes
mente se jogarmos online com um conjunto de mini desafios
amigos, onde podemos embarcar num ‘bate-boca’
para espicaçar os ânimos. Em termos de jogabi-
lidade, impera, mais uma vez, a simplicidade, já Aaahhh,
ser ultrapassado
que apenas há três botões para usar: X para saltar;
em cima da meta
quadrado para mergulhar; e R2 para agarrar. para a última vaga
Fall Guys simula um ambiente de concurso tele- da qualificação dói…
visivo, o que significa que o nosso desempenho nas
diferentes provas nos permite aumentar a fama. Micro transações
Os pontos ganhos podem ser depois usados para ao estilo de Fortnite
ou como pagar
personalizar a nossa skin. É possível adquirir cores, para personalizar
padrões, acessórios, danças e gestos – tal como acon- a skin
tece no Fortnite, por exemplo – e há micro transações
para se passar a contar com máscaras de animais ou
vestimentas de cachorros-quentes, entre muitos NOTA FINAL
4
outros itens. Em suma, não é um jogo revolucionário
em nenhum aspeto, mas é capaz de assegurar mo-
mentos bem divertidos, especialmente se for jogado
com um círculo social próximo. A longevidade pode
PS4 (testado), PC
estar garantida se forem sendo disponibilizados novos
minijogos com alguma regularidade. Paulo Matos
80

DEADLY PREMONITION 2:
A BLESSING IN DISGUISE €49,99
BUGOLÂNDIA
A
primeira edição de Deadly Premonition ficou conhe-
cida por ter tanto de problemas técnicos como de
originalidade. A história surreal estilo Twin Peaks
conquistou muitos fãs. A expressão ‘é tão mau que é bom’
foi usada muitas vezes para descrever o jogo. Um pouco
como se faz com alguns filmes de baixo orçamento. Mas
será aceitável repetirem-se os mesmos problemas uma
década depois? Não, por mais interessante que sejam – e
muitas vezes são – os diálogos entre as personagens, nada
justifica os enormes problemas técnicos. São botões que
deixam de funcionar em momentos críticos, completa falta
de fluidez, sistema de controlo ineficiente, bloqueios que
obrigam a reiniciar a consola… As falhas são tantas que se
torna difícil deixar-nos envolver pelo enredo complexo
do que é, essencialmente, uma investigação de homicídio
numa cidade ficcional no Louisiana (EUA). O jogo funciona
como prequela e sequela da primeira edição, já que decorre
em dois momentos do tempo diferentes em investigações
que estão relacionadas. Como referido, o enredo é rico
embora, por vezes, os diálogos sejam difíceis de contex-
tualizar. Se há um aspeto positivo neste jogo, esse é, sem
dúvida, os diálogos, incluindo um estranho sentido de
humor. Tanto mais que é fácil sermos surpreendidos por
reviravoltas que chegam a ser perturbadoras.
Exploramos um mundo semiaberto para ir descobrindo
pistas e personagens. A estranheza ou, se preferir, origi-
nalidade da história fica evidente no veículo usado para
explorar a cidade: um skate em vez do mais habitual carro.
Há que ter também cuidado com a personagem, já que
falta de comida ou de higiene têm consequências no jogo.
É possível que, ao avançarmos no
enredo, as coisas se tornem mais in-
NOTA FINAL teressantes. Mas, sinceramente, com
1,5
tantos problemas, desisti ao fim de
menos de duas horas. Talvez os fãs
mais ferrenhos da primeira edição
consigam encontrar motivos para
Nintendo Switch
gastar €50 neste título. Para mim,
nem que fosse grátis. Sérgio Magno
81
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
EXPANSION PASS PARA POKÉMON
SWORD OU SHIELD €29,99
MAIS VIDA
PARA OS POKÉMON
O
s jogos Pokémon Sword e Pokémon Shield certamente
estiveram entre os mais antecipados para a Switch.
Como esperado, vieram ampliar o universo Pokémon
com mais lugares, criaturas e experiências. Estas expansões
(uma para cada versão do jogo), vêm aumentar ainda mais
esse universo. Mas justificará o preço? A resposta é um claro
sim para os adeptos dos jogos. Há mais atividades, mais área
a explorar e mais 100 Pokémon para capturar. Mais do que
suficiente para manter os fãs entretidos e reanimar ‘a chama’
do jogo. Entre as novidades, o destaque vai para The Isle of
Armor, uma nova ilha dentro da região de Galar carregada
com muito para descobrir, incluindo itens raros. Atenção
que esta expansão também dá direito ao The Crown Tundra,
que ficará disponível no outono e que deverá trazer, além de
novas Wild Areas, mais 100 Pokémon para caçar.
A nova geografia está associada a novas Wild Areas, ou seja,
áreas livres para capturar Pokémon independentemente da
aventura central. O que reforça um pouco o caráter de mundo
aberto de Pokémon Sword e Pokémon Shield. Um dos aspetos
mais positivos é que tanto os jogadores mais avançados na
aventura principal como os novos jogadores poderão tirar
partido imediato desta expansão graças a um sistema de
nivelamento das criaturas disponíveis na ilha em função do
nível do jogador. Mas este nivelamento tem algumas limi-
tações para os jogadores que ainda nem começaram nem
acabaram a aventura do jogo base. E também preferíamos
que estas expansões trouxessem mais Pokémon novos e não
apenas clássicos, que ainda não viviam em Galar. É, uma
vez mais, a Nintendo a reaproveitar
o que já tem em vez de oferecer novas
NOTA FINAL personagens. Veremos o que trará a
4,1
segunda parte da expansão.
Independentemente das pequenas
falhas, estas expansões são ‘obriga-
tórias’ para os fãs do fenómeno que
Nintendo Switch
é Pokémon . Para os restantes, cla-
ro, não faz sentido. S.M.
 LOL

CRTL + ALT + DELETE ERRO DE SISTEMA

QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É PURA COINCIDÊNCIA

RUI PINTO É O PRIMEIRO CLIENTE DA WOO

Assim que fechou a porta da nova casa, gentilmente cedida pela Polícia
Judiciária, o telefone de Rui Pinto tocou. "Olá, senhor Rui Pinto, como
está? Temos aqui um pacote de telecomunicações da Woo que lhe pode
interessar", ouviu o delator português quando atendeu. "Mas como raio têm
o meu número e morada se ainda agora me mudei?", questionou o hacker,
que, ironia do destino, foi vítima da troca de contactos entre empresas Update de Boeing 747
de bens consumo e telemarketing que já vitimou tantos portugueses. No feito por disquete
final, Rui Pinto acabou por assinar contrato com a nova marca da NOS. Investigadores da Pen Test Partners
"Os tarifários da Woo são absurdos, mas não sou eu que vou pagar. LOL. descobriram que um Boeing
E como todos sabem, só preciso da internet para me entreter". 747-400 da British Airways recebia
atualizações críticas mensais
através de disquetes de 3,5”
MICROSOFT LANÇA LEMBRETE CÂNCIO PARA OUTLOOK numa unidade presente no cockpit.
O avião foi criado em 1988.
Os responsáveis da Microsoft reagiram ao tweet de Fernanda Cância em que https://bit.ly/2XSohNf
ela se mostrava indignada por ninguém da família real se ter apercebido de que
o rei Juan Carlos andava a "encher-se de dinheiro sujo" com o lançamento de
uma nova funcionalidade para Outlook. Batizado de 'lembrete Câncio', é uma
mensagem de texto que surge diariamente no computador e smartphone do
utilizador com as palavras 'Namorada de José Sócrates', acompanhada pelo
áudio "Buraco és tu! Tu é que és um buraco!".

"É A MELHOR FORMA DE GARANTIR O FIM DO TIKTOK!"

A afirmação terá sido proferida por um dos conselheiros de Trump, após
ter recomendado ao presidente dos EUA que mova influências para a
Microsoft comprar a rede social ‘made in China’. A conclusão terá por “Pewdiepie, esquece-nos!”
base um estudo pedido pelo governo norte-americano, que indica “que Um conjunto de artistas, onde estão
não há nada que afaste os mais jovens do que juntar o nome Microsoft a Gupi ou Umru, pediu a Pewdiepie
uma marca nas redes sociais”. O estudo indica ainda que o TikTok poderá para deixar de ouvir a sua música
acabar "tão popular quanto o Bing". depois de ter sido descoberta uma
conta verificada no Spotify em
nome do youtuber. Os músicos não
se identificam com as polémicas
TIRO AO LADO passadas de Pewdiepie.
https://bit.ly/3fROAJr

Político usa Fallout

para ilustrar Hiroshima
Pedro Sánchez,

O LUXO NUMA CADEIRA DE GAMING CUSTA €1250

primeiro-ministro espanhol,
fez um tweet para assinalar os
75 anos do lançamento da bomba
A Herman Miller, uma marca com 115 anos de história a desenhar mobiliário de escritório de Hiroshima. Contudo, o político
recorreu a uma imagem do jogo
de luxo, juntou-se à Logitech para desenhar a Embody Gaming Chair. Esta cadeira oferece
Fallout 4 para ilustrar o texto.
sete pontos de calibração e o modo Dynamic Pixel Circulation, que garante uma melhor https://bit.ly/2XQrRHK
distribuição do peso do jogador. Custa 1495 dólares, pouco mais de 1250 euros.

82
SETEMBRO 2020 EXAME INFORMÁTICA
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instantinksupport SDUDREWHUDVVLVWÅQFLDQDUHVROX¾RGHSUREOHPDVHSDUDFRQWDFWDUDVRSÂÐHVGHVXSRUWH$SRXSDQÂDEDVHLDVHQRSODQRGHS¼JLQDVGRVHUYLÂR+3,QVWDQW,QNDVSRXSDQÂDVSDUDRXWURVSODQRVVHU¾RLQIHULRUHV$SRXSDQÂDEDVHLDVHQD
XWLOL]D¾RGHWRGDVDVS¼JLQDVGRSODQRVHPDGTXLULUFRQMXQWRVDGLFLRQDLVGHS¼JLQDVHPFRPSDUD¾RFRPRFXVWRSRUS¼JLQD&33PÄGLRSDUDLPSULPLUS¼JLQDVGHDFRUGRFRPDQRUPD,62,(&QDPDLRULDGDVLPSUHVVRUDVDFRUHVGHMDWRGHWLQWDFRPSUHÂR
LQIHULRUDbTXHXWLOL]DPWLQWHLURVGHFDSDFLGDGHQRUPDOFRQIRUPHRVGDGRVDSUHVHQWDGRVSHOD,'&QR•WULPHVWUHGH2HVWXGREDVHLDVHHPSUHÂRVLQGLFDWLYRVGHFRQVXPÈYHLVGRVIDEULFDQWHVFRQIRUPHRVGDGRVDSUHVHQWDGRVSHOD63,5(HPMXQKRGH
HQRUHQGLPHQWRHPQÕPHURGHS¼JLQDVLQGLFDGRQRZHEVLWHGRVIDEULFDQWHVHPMXQKRGH3DUDVDEHUPDLVLQIRUPDÂÐHVDFHGDDKSFRPJRSWFRPSDUH7RGRVRVSUHÂRVLQFOXHP,9$2UHQGLPHQWRGHDFRUGRFRPDQRUPD,62EDVHLDVHQDLPSUHVV¾R
FRQWÈQXDGHS¼JLQDVQRPRGRSUHGHƭQLGR2YDORUSRXSDGRSRGHU¼YDULDUFRQVRDQWHRQÕPHURGHS¼JLQDVLPSUHVVDVSRUPÅVHRFRQWHÕGRGDVS¼JLQDVLPSUHVVDV3DUDVDEHUPDLVLQIRUPDÂÐHVVREUHDVQRUPDV,62DFHGDDKSFRPJRSDJH\LHOG$OWHUHRX
FDQFHOHRVHXSODQRRQOLQHHHPTXDOTXHUPRPHQWR1¾RSRGHU¼PXGDUGHXPSODQRSDJRSDUDXPSODQRJUDWXLWRM¼TXHVHWUDWDDSHQDVGHXPDRIHUWDGHODQÂDPHQWRRXGHDSUHVHQWD¾R&DVRGHFLGDFDQFHODURVHXSODQR+3,QVWDQW,QNSRGHU¼YROWDUDXWLOL]DU
WLQWHLURV+32ULJLQDLVGHFDSDFLGDGHQRUPDO6WDQGDUGRX;/$VDWXDOL]DÂÐHVSDUDXPSODQRVXSHULRUHQWUDPLPHGLDWDPHQWHHPYLJRUHRVHQFDUJRVVHU¾RDSOLFDGRVUHWURVSHWLYDPHQWHRXQRSHUÈRGRGHIDWXUD¾RVHJXLQWHGHSHQGHQGRGDHVFROKDGRXWLOL]DGRU
$VDWXDOL]DÂÐHVSDUDXPSODQRLQIHULRUHRVFDQFHODPHQWRVHQWUDPHPYLJRUDSÎVRÕOWLPRGLDGRSHUÈRGRGHIDWXUD¾RDWXDO3DUDVDEHUPDLVLQIRUPDÂÐHVDFHGDDLQVWDQWLQNKSFRQQHFWHGFRPWHUPV