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Mecânico de Automóvel I

Metrologia
Mecânico de automóvel I

© SENAI-SP - 1992

Trabalho elaborado e editorado pela Divisão de Material Didático da Diretoria de


Tecnologia Educacional do SENAI-SP

Coordenação Geral Nacim Walter Chieco


Equipe de elaboração
Coordenação Adilson Tabain Kole
Elaboração Benjamin Prizendt
Conteúdo técnico Antonio Luiz Geovani (CFP1.13)
José Ruiz Gomes (CFP 1.20)
Leitura técnica Antônio Luiz Geovani (CFP 1.13)
Aparecido Roberto Biffi (CFP 9.14)
Arcione Viagi (DSG-1)
Carlos Alberto Burger (DSE-1)
José Ruiz Gomes (CFP 1.20)
Júlio Gyula Liptac (DCP-2)
Luiz de Paula Bueno (CFP 5.02)
Paulo Lauro dos Santos Lote (CFP 6.02)
Rivaldo Antonio da Cunha (CFP 2.01)
Equipe de editoração
Coordenação Ciro Yoshisada Minei
Assistência editorial Ivanisa Tatini
Planejamento visual Marcos Luesch Reis
Edição de texto Luiz Thomazi Filho
Composição Davi Luiz de França
Fotografia Heloísa Cobra Silva
Ilustração Hugo Campos Silva
Diagramação e montagem de arte final Lucy Del Médico
Produção gráfica Victor Atamanov
Digitalização Unicom - Terceirização de serviços

S47b SENAI - SP. DMD. Metrologia. Por Benjamin Prizendt et alii.


São Paulo, 1992. (Mecânico de automovel I, 2).

1. Mecânica de automóvel 2. Metrologia. I.t. II.s.

629.113
(CDU, IBICT, 1976)

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Metrologia

Sumário

Apresentação 5
Régua graduada 7
Paquímetro 17
Micrômetro 41
Relógio comparador 63
Verificador de folgas 81
Goniômetro 85
Tabela múltipla de conversão 93
Tabela de conversões 95
Referências bibliográficas 97

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Apresentação

O mecânico de automóvel realiza freqüentemente a inspeção dos diversos órgãos que


constituem os veículos de motor de combustão interna.

Por ocasião dos serviços de manutenção, esse profissional necessita avaliar se uma
peça precisa ou não de reparos ou, até mesmo, ser substituída por outra nova.

Para tomar esse tipo de decisão, existe um procedimento básico a seguir: comparar os
valores das medidas da peça analisada com os valores especificados pelo fabricante
do veículo que ele está reparando. É com base nessa comparação que o Mecânico de
automóvel irá decidir o que fazer.

Assim, o estudo deste volume proporcionará os conhecimentos básicos sobre


Metrologia, que são fundamentais para a formação e o desempenho profissional do
Mecânico de automóvel.

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Régua graduada

Construção e tipos

O mais elementar instrumento de medição utilizado nas oficinas é a régua graduada ou


escala. É usada para tomar medidas lineares quando não há exigência de grande
precisão. Para que seja completa e tenha caráter universal, deve ter graduações do
sistema métrico (milímetros) e do sistema inglês (polegadas).

Régua graduada

A escala ou régua graduada é construída de aço e tem a graduação inicial situada na


extremidade esquerda. É fabricada em diversos comprimentos, como, por exemplo, a
de 6” (152,4mm) e a 12” (304,8mm).

Há vários tipos de régua graduada, conforme mostram as figuras seguintes.

Régua de encosto interno

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Régua de profundidade

Régua de dois encostos (usada pelo ferreiro)

O uso da régua graduada é freqüente nas oficinas, como se vê nos exemplos a seguir.

edição de comprimento com face de referência

Medição de comprimento sem encosto de referência

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Medição de profundidade de rasgo

Medição de comprimento com apoio de um plano

Medição de comprimento com face interna

Leitura em milímetros

A leitura na escala de milímetros é feita sempre que se quer uma medida no sistema
métrico.

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As graduações dessa escala consistem em dividir 1 centímetro em 10 partes iguais.

Graduações da escala no sistema métrico.

A distância entre traços é igual a 1 milímetro, pois 1 cm : 10 = 1mm.

Na figura abaixo, no ponto indicado pela seta, lêem-se 21 milímetros.

Indicação de 21 milímetros

Na próxima figura há alguns exemplos de leitura de medidas.

Várias indicações de medidas

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Leitura de régua graduada (milímetros) - Exercício

NOTA: T - Teórico (na própria folha) P - Prática (nas peças)

Respostas:

Peça no 1 Peça no 2 Peça no 3 Peça no 4 Peça no 5 Peça no 6


T T T T T T
P P P P P P

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Leitura em polegadas

A leitura na escala de polegadas é feita sempre que se quer uma medida no sistema
inglês.

As graduações da escala de polegadas consistem em dividir 1 polegada em 2, 4, 8, 16


e 32 partes iguais.

Representação de uma polegada

Nota
Para efeito de estudo, utilizaremos o intervalo da polegada ampliado.

Dividindo o intervalo de uma polegada por dois, teremos:

1" 1 1"
1” : 2 = x =
1 2 2

1"
Logo, cada divisão da escala vale .
2

Divisão em meia polegada

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Dividindo o intervalo de uma polegada por quatro, teremos:


1" 1 1"
1” : 4 = x =
1 4 4

1"
Logo, cada divisão da escala vale
4

Divisões em quartos de polegada

Dividindo o intervalo de uma polegada por oito, teremos:


1" 1 1"
1” : 8 = x =
1 8 8

1"
Logo, cada divisão de escala vale
8

Divisões em oitavos de polegada

Dividindo o intervalo de uma polegada por dezesseis, teremos:


1" 1 1"
1” : 16 = x =
1 16 16

1"
Logo, cada divisão da escala vale .
16

Divisões em 16 avos de polegada


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Em alguns casos, a régua graduada apresenta-se com o intervalo de uma polegada


dividido em 32 partes.

1" 1 1"
1” : 32 = x =
1 32 32

1"
Logo, cada divisão da escala vale .
32

Divisões em 32 avos de polegada

Para realizarmos leitura na escala graduada, devemos saber, inicialmente, em quantas


partes está dividido o intervalo de polegada. Esses número de partes será o
denominador da fração da polegada.

Essa fração terá para numerador a quantidade de divisões que foi necessária para
completar a medição.

Exemplo: Qual é a leitura da medição indicada pela seta na ilustração abaixo?

O intervalo da polegada está dividido em 16 partes:


concluímos, assim, que o denominador da fração é 16.
Foram necessárias, para completar a medição, 11 divisões:
logo, sabemos que o numerador será 11.

11"
Portanto, a medida é
16

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Nas figuras seguintes há alguns exemplos de leitura de medida.

Indicações de medidas em polegadas

Características da boa régua graduada

1 Ser, de preferência, de aço inoxidável


2 Ter graduação uniforme
3 Apresentar traços bem finos, profundos e salientados em preto.

Conservação

Para melhor conservação da régua graduada deve-se:

1 Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho;


2 Evitar flexioná-la ou torcê-la para que não empene ou quebre;
3 Limpá-la após o uso para remover-lhe o suor e a sujeira;
4 Aplicar-lhe ligeira camada de óleo fino u vaselina industrial antes de guardá-la.

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Leitura de régua graduada (polegadas) - Exercício

Respostas

Peça no 1 Peça no 2 Peça no 3 Peça no 4 Peça no 5 Peça no 6


T T T T T T
P P P P P P

Obs.: As frações devem ser simplificadas sempre que possível.


Nota: T - Teórico (medir na própria folha)
P - Prática (nas peças)

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Paquímetro

O paquímetro é um instrumento utilizado para tomar medidas lineares (comprimento,


largura, altura, espessura, diâmetro, etc.) quando a precisão requerida não é inferior a
0,02mm, 1”/128 ou 0,001”.

Construção e usos

Geralmente é construído de aço inoxidável, finamente acabado, com superfícies


planas e polidas.

O paquímetro é composto de duas partes principais:


corpo fixo e corpo móvel. No corpo fixo existem duas escalas, uma em milímetros e
outra em polegadas. O corpo móvel é chamado de cursor; é no cursor que ficam as
escalas nônio (ou verniê) de milímetros e de polegadas.

O cursor é ajustado à régua de modo que permita a sua livre movimentação com um
mínimo de folga.

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Na figura a seguir pode-se observar os componentes do paquímetro.

Paquímetro

Exemplos da utilização do paquímetro:

Medida externa Medida interna


Medida de profundidade

Leitura de milímetros inteiros com o paquímetro

Para se efetuar a leitura de medidas do sistema métrico em um paquímetro, é


necessário conhecer bem todos os valores dos traços da escala fixa.

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Como se vê na ilustração abaixo, o valor de cada intervalo da escala fixa é 1mm.

Graduação da escala fixa

Assim, deslocando-se o cursor do paquímetro até que o traço zero do nônio coincida
com o primeiro traço da escala fixa após o zero, a leitura da medida será de 1mm.

Indicação da medida 1mm

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Coincidindo o traço zero do nônio com o segundo traço da escala fixa,


obtêm-se 2 mm.

Indicação da medida 2mm

Princípio do nônio
A escala do cursor, chamada nônio (designação dada pelos portugueses em
homenagem a Pedro Nunes, a quem é atribuída sua invenção) ou verniê
(denominação dada pelos franceses em homenagem a Pierre Vernier, que eles
afirmam ser o inventor), consiste na divisão do valor k de uma escala graduada fixa por
N (no de divisores) de uma escala graduada móvel.

Princípio do nônio

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Se o paquímetro tiver 10 divisões no nônio, o comprimento total do nônio será de 9mm.


Dividindo 9mm pelo número de divisões do nônio (10 divisões), resulta que cada
intervalo da divisão do nônio mede 0,9mm.

Graduação de nônio de 10 divisões

Observando na ilustração abaixo a diferença entre uma divisão da escala fixa e uma
divisão do nônio vê-se que cada divisão do nônio é 0,1mm menor do que cada divisão
da escala fixa. Essa diferença é também a aproximação máxima fornecida pelo
instrumento.

Aproximação do nônio de 10 divisões

Para se calcular a aproximação (ou sensibilidade) dos paquímetros, divide-se o menor


valor da escala fixa pelo número de divisões da escala móvel (nônio). Esse cálculo
aplica-se a qualquer instrumento de medição possuidor de nônio, como: paquímetro,
micrômetro, goniômetro e outros.

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A aproximação se obtém, pois. com a fórmula:

e
a =
n

onde: a = aproximação
e = menor valor da escala principal (fixa)
n = número de divisões do nônio (verniê)

Assim sendo, deslocando-se o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio
coincida com o primeiro traço da escala fixa após o zero, obtém-se 0,1mm.

Indicação da medida 0,1mm

Havendo a coincidência do segundo traço do nônio com o segundo traço da escala


fixa, a medida será de 0,2mm.

Indicação da medida 0,2mm

22 SENAI
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Coincidindo o oitavo traço do nônio com o oitavo traço da escala fixa obtém-se 0,8mm.

Indicação da medida 0,8mm

Portanto, a leitura em milímetros inteiros e frações com o paquímetro faz-se


contando-se os milímetros ultrapassados pelo zero do nônio e adicionando-se o valor
do traço do nônio em coincidência com um dos traços da escala fixa.

Indicação da medida 6,5mm


Exemplos de leitura de medidas:

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Medida cuja leitura é 12mm + 0,2mm = 12,2mm

Medida cuja leitura é 149mm + 03,mm = 149,3mm

Existem paquímetros de maior precisão que possuem 20 ou 50 divisões no nônio,


cujas aproximações são, respectivamente, 0,05mm e 0,02mm.

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Paquímetro de 20 divisões

e
a=
n

1mm
a= = 0,05mm
20

Na figura abaixo, a leitura é:


5mm + 0,25mm = 5,25mm

Indicação de leitura em paquímetro de 20 divisões

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Paquímetro de 50 divisões

e
a=
n

1mm
a= = 0,02 mm
50

Na figura abaixo, a leitura é 2mm + 0,62mm = 2,62mm

Indicação de leitura em paquímetro de 50 divisões

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Leitura do paquímetro (milímetros) - Exercício

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28 SENAI
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o o o o o o
Parafuso n 1 Parafuso n 2 Parafuso n 3 Parafuso n 4 Parafuso n 5 Parafuso n 6

Ord. Med. Unid. Ord. Med. Unid. Ord. Med. Unid. Ord. Med. Unid. Ord. Med. Unid. Ord. Med. Unid.

Med. Med. Med. Med. Med. Med.

A A A A A A

B B B B B B

C C C C C C

D D D D D D

E E E E E E

F F F F F F

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Cilindro-mestre Cilindro-mestre Cubo de roda Cubo de roda


o o o o
de freio n de freio n n n
Ord. Ord. Med. Ord.M Ord.
Med. Med. Unid. Med. Unid. ed. Med. Unid. Med. Med. Unid.
A A A A

B B B B

C C C C

D D D D

E E E E

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Leitura em polegadas com o paquímetro

Para efetuar-se a leitura de medidas em um paquímetro do sistema inglês, é


necessário primeiro conhecer bem todos os valores dos traços da escala fixa.

Graduações em polegada da escala fixa

Deslocando-se o cursor do paquímetro até que o traço zero do nônio coincida com o
primeiro traço da escala fixa após o zero, a leitura da medida será 1”/16.

1"
Indicação da medida
16

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Coincidindo o traço zero do nônio com o segundo traço da escala fixa, a leitura será
1”/8.

1"
Indicação da medida
8

Coincidindo o traço zero do nônio com o décimo traço da escala fixa, a leitura será
5”/8.

5"
Indicação da medida
8

32 SENAI
Metrologia

Depois de ler a indicação da escala fixa, é necessário verificar o nônio. Com o nônio
registram-se várias outras frações de polegada no paquímetro. Para trabalhar com o
nônio é necessário, entretanto, conhecer a aproximação do paquímetro.

Essa aproximação é calculada da seguinte forma:

e
a =
n

onde: a = aproximação
e = 1”/16 (menor valor da escala fixa)
n = 8 (número de divisões do nônio)

Então:

1" 1" 1 1"


a= : 8 ou a = x a=
16 16 8 128

Deslocando-se o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com
o primeiro traço da escala fixa após o zero, a leitura será 1”/128.

1"
Indicação da medida
128

SENAI 33
Metrologia

Coincidindo o segundo traço do nônio com o segundo traço da escala fixa, a leitura
será 1”/64.

1"
Indicação da medida
64

Coincidindo o terceiro traço do nônio com o terceiro traço da escala fixa, a leitura será
3”/128.

3"
Indicação da medida
128

34 SENAI
Metrologia

Coincidindo os demais traços, o raciocínio é o mesmo.

Para a colocação de medidas, assim como para a leitura de medidas feitas em


paquímetro do sistema inglês utilizam-se os seguintes processos:

Processo para a colocação de medidas

1o exemplo:

33"
Colocar no paquímetro a medida
128

Divide-se o numerador da fração pelo último algarismo do denominador.

O quociente encontrado na divisão será o número de traços por deslocar na escala fixa
pelo zero de nônio (4 divisões). O resto encontrado na divisão será a concordância do
nônio, utilizando-se o denominador da fração pedida (128), como se observa a seguir.

33"
Colocação da medida
128

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Metrologia

2o exemplo:

45"
Colocar no paquímetro a medida
64

45"
Colocação da medida
64

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Metrologia

Processo para leitura de medidas

1o exemplo:

Ler a medida da figura a seguir.

Medida para leitura

Multiplica-se a quantidade de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio


pelo último algarismo do denominador da concordância do nônio. Ao resultado da
multiplicação soma-se o numerador, repetindo-se o denominador da concordância.

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Metrologia

2o exemplo:

Ler a medida da figura abaixo.

Medida para leitura

Erro de leitura
É causado pelo mau posicionamento do operador em relação ao paquímetro no ato da
leitura.

A leitura deve ser feita perpendicularmente à escala do paquímetro. Caso o operador


sinta dificuldade em distinguir a coincidência dos traços, aconselha-se que a leitura
seja feita com apenas um dos olhos abertos e outro fechado.

Erros de medição
Estão classificados em erros de influências objetivas e subjetivas. Os erros de
influência objetivas são os erros de medição motivados pelo instrumento. Os erros de
influências subjetivas são os erros de medição cometidos pelo operador.

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Metrologia

Leitura do paquímetro (polegadas) - Exercício

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Metrologia

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Metrologia

Micrômetro

A aproximação de medição do paquímetro, ás vezes, não é suficiente. Por isso, para


medições mais rigorosas usa-se o micrômetro.

O micrômetro é um instrumento para tomada de medidas lineares. Sua precisão é


maior do que a do paquímetro, permitindo medir, por leitura direta, dimensões com
aproximação de 0,01mm ou mesmo de 0,001mm (um mícron). Daí, esse instrumento
ser chamado de micrômetro.

Princípio de funcionamento

O princípio de funcionamento do micrômetro é o do sistema parafuso e porca. Assim,


se um parafuso der uma volta completa em uma rosca fixa, haverá um deslocamento
igual ao seu passo.

Deslocamento de um passo do parafuso

SENAI 41
Metrologia

Graças às suas escalas, o micrômetro pode medir comprimentos iguais, maiores ou


menores do que o passo de seu parafuso.

Principais componentes do micrômetro

• O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para


eliminar as tensões internas.
• O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão
de calor das mãos para o instrumento.
• O fuso micrométrico é construído de aço especial temperado e retificado para
garantir exatidão do passo da rosca.
• As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se
rigorosamente planos e paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de
metal duro, de alta resistência ao desgaste.
• A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é
necessário.
• O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso
micrométrico. Portanto, a cada volta, seu deslocamento é igual ao passo do fuso
micrométrico.
• A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante.
• A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada.

Para diferentes usos no controle de peças encontram-se vários tipos de micrômetros,


tanto para medições em milímetros como em polegadas, variando também sua
capacidade de medição.

42 SENAI
Metrologia

Leitura no sistema métrico

O micrômetro com graduação no sistema métrico permite tomar medidas em


milímetros e suas frações decimais (décimos e centésimos de milímetros).

Leitura do cilindro graduado no sistema métrico


Para tanto, esse micrômetro dispõe de uma escala de 25mm no cilindro com 50
divisões entre o 0 e o 25. Portanto, a menor distância entre dois traços da escala do
cilindro é igual a 0,50mm (25mm: 50 divisões = 0,50mm por divisão)

Micrômetro com escala de 25mm no cilindro

A distância de 0,50mm corresponde ao passo do parafuso micrométrico do


micrômetro.

Indicação do passo de 0,50mm

SENAI 43
Metrologia

Abrindo-se duas voltas completas, aparecerá o segundo traço e a leitura será 1,00mm.

Indicação da leitura 1,00mm

Abrindo-se três voltas completas, aparecerá o terceiro traço e a leitura será 1,50mm, e
assim sucessivamente, como mostra a figura a seguir.

Indicação da leitura 1,50m

Leitura do tambor no sistema métrico


Sabendo-se que uma volta no tambor eqüivale a 0,50mm e tendo o tambor 50
divisões, conclui-se que cada, divisão da escala do tambor eqüivale a 0,01mm:

0,050mm
= 0,01mm
50

44 SENAI
Metrologia

Estando o micrômetro fechado, ao se abri-lo e fazendo coincidir o primeiro traço do


tambor com a linha de referência do cilindro, a leitura será 0,01mm.

Indicação da medida 0,01mm

Continuando a abrir o micrômetro, ao coincidir o segundo traço do tambor com a linha


de referência do cilindro, a leitura será 0,02mm.

Indicação da medida 0,02mm

SENAI 45
Metrologia

Concluindo o trigésimo oitavo traço do tambor, a leitura será 0,38mm.

Indicação da medida 0,38mm

Leitura do micrômetro no sistema métrico


Portanto, a leitura do micrômetro é feita somando-se os valores encontrados no cilindro
e no tambor.

Nas duas próximas figuras pode-se ler, respectivamente, 11,4mm e 5,93mm.

Indicação da medida 11,45mm

Leitura:
cilindro 11,00mm
tambor 0,45mm
micrômetro 11,45mm

46 SENAI
Metrologia

Indicação de medida 5,93mm

Leitura:
cilindro 5,00 + 0,50 = 5,50mm
tambor 0,43mm
micrômetro 5,93mm

Leitura do micrômetro (milímetros) - Exercício

1 2 1

3 4 3

5 6 5

7 8 7

SENAI 47
Metrologia

9 10 9

10

1 12 11
1
12

Calço de regulagem da geometria do sistema de direção


Calço no 1 Calço no 2 Calço no 3
Ord. Ord. Ord.
Med. Unid. Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med. Med.

A A A

Calço de ajustagem da caixa de direção


Calço de cor Calço de cor Calço de cor
Amarela rosa alumínio
Ord. Ord. Ord.
Med. Unid. Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med. Med.
A A A

48 SENAI
Metrologia

Ø = diâmetro

Árvore de comando
Árvore de manivelas
de válvulas

Ord. Ord. Ord.


Med. Unid. Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med. Med.

ØA ØF A

ØB ØG ØB

ØC ØH ØC

ØD ØI ØD

ØE ØJ

SENAI 49
Metrologia

Leitura no sistema inglês

O micrômetro com graduações no sistema inglês permite a tomada de medidas em


polegadas e frações decimais.

Leitura do cilindro graduado


Quando a escala do cilindro mede 1” e tem 40 divisões, cada divisão vale
0,025” (1” : 40 = 0,25” ). Esses valor é o passo do parafuso micrométrico.

Indicação do passo de 0,025”

Estando o micrômetro fechado e abrindo-se uma volta completa no tambor rotativo,


ocorre um deslocamento do parafuso micrométrico igual ao seu passo (0,025”),
aparecendo o primeiro traço na escala do cilindro. A leitura da medida será 0,025”.

Indicação da medida 0,025”

50 SENAI
Metrologia

Abrindo-se duas voltas completas, a leitura será 0,050”

Indicação da medida de 0,050”

Abrindo-se três voltas completas, a leitura será 0,075”, e assim sucessivamente

Indicação da medida 0,075”

Sabe-se que uma volta no tambor eqüivale a 0,025”.

Tendo o tambor 25 divisões, conclui-se que cada divisão eqüivale a 0,001”

0,025"
= 0,001”
25

SENAI 51
Metrologia

Assim, quando coincidir o primeiro traço do tambor com a linha de referência do


cilindro, a leitura será 0,001”

Indicação da medida 0,001”

Coincidindo o segundo traço com a linha de referência do cilindro, a leitura será 0,002”

Indicação da media 0,002”

52 SENAI
Metrologia

Coincidindo o décimo oitavo traço com a linha de referência do cilindro, a leitura será
0,018’’, e assim sucessivamente.

Indicação da medida 0,018”

Leitura do micrômetro
A leitura do micrômetro é obtida adicionando-se o valor encontrado no cilindro com o
valor indicado no tambor.

Nas duas próximas figuras pode-se ler, respectivamente, 0,843” e 0,594”.

Indicação da medida 0,843”

SENAI 53
Metrologia

Leitura

0,800” Leitura do cilindro


+
0,025”
0,018” Leitura do tambor
0,843”

Indicação da medida 0,594”

Leitura

0,500” Leitura do cilindro


+
0,075”
0,019” Leitura do tambor
0,594”

Aferição do micrômetro

Antes de iniciar a medição de uma peça, deve-se aferir cada instrumento de acordo
com o seu tipo.

Micrômetros de 0 a 1”
• Limpar os contatos e fechar o micrômetro com a catraca até sentir o seu
funcionamento.
• observar, então, se o zero da bainha coincide com o zero do tambor.

54 SENAI
Metrologia

Micrômetros de 1” a 2”, de 2” a 3”,


etc.
Para aferir esse tipo de micrômetro
utiliza-se a barra-padrão.

Aferição de micrômetro com barra-padrão

Se não houver concordância perfeita do micrômetro com a barra-padrão, faz-se a


regulagem com o auxílio de uma chave especial. Dependendo do modelo do
micrômetro, essa chave permite o deslocamento da bainha ou do tambor.

Conservação e recomendações
O micrômetro não deve ficar exposto à sujeira e à umidade. Por isso, é preciso guardá-
lo em armário ou em estojo apropriado, destravado e com os contatos ligeiramente
afastados. Recomenda-se, pois, limpá-lo, secando-o com uma flanela, com um pincel,
untá-lo com vaselina líquida.

Evitar, enfim, contatos e quedas que possam riscar o danificar o aparelho e suas
escalas. Não se deve, também, medir peças fora da temperatura ambiente ou em
movimento e forçar o micrômetro.

SENAI 55
Metrologia

Calço de regulagem da geometria do sistema de direção


Calço no 1 Calço no 2 Calço no 3
Ord. Ord. Ord.
Med. Unid. Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med. Med.

A A A

Calço de ajustagem da caixa de direção


Calço de cor Calço de cor Calço de cor
Amarela rosa alumínio
Ord. Ord. Ord.
Med. Unid. Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med. Med.

A A A

∅ = Diâmetro

56 SENAI
Metrologia

Árvore de comando
Árvore de manivelas
de válvulas

Ord. Ord. Ord.


Med. Unid. Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med. Med.

ØA ØF A

ØB ØG ØB

ØC ØH ØC

ØD ØI ØD

ØE ØJ

Micrômetros para medições internas

Há dois tipos de micrômetro para medições internas: o micrômetro tubular e o


micrômetro imicro.

Micrômetro tubular ou medidor de diâmetro interno


É um instrumento de precisão para tomar medidas de diâmetro interno. Em mecânica
de automóvel, ele é utilizado nas verificações de diâmetros de cilindros e de mancais.

Micrômetro tubular

Seu princípio de funcionamento é o mesmo aplicado a qualquer micrômetro, isto é,


parafuso e porca.

SENAI 57
Metrologia

Esse tipo de micrômetro possui contatores intercambiáveis que permitem medir


grande variedade de diâmetros.

Contatores intercambiáveis do micrômetro tubular

O micrômetro tubular é encontrado no comércio nos sistemas métrico e inglês.

Além da medição de diâmetro interno, esse micrômetro também tem aplicação como
calibre de altura, como se observa nas ilustrações seguintes.

Medição de diâmetro Aplicação como calibre de altura

Imicro
O imicro é o micrômetro que se caracteriza por ter três contatos fixos, equidistantes
120º entre si.

58 SENAI
Metrologia

Sua leitura é feita na escala do próprio cilindro graduado, no sentido contrário ao do


micrômetro externo.

Vista frontal do imicro

Vista lateral do imicro

Para calcular a aproximação do imicro, basta dividir o passo do parafuso micrométrico


pelo número de divisões do tambor.

passo do pafafuso micrométrico 0,5


aproximação = = = 0,005mm
número de divisões do tambor 100

Observação:
Na figura acima, a divisão encoberta na bainha é 36,50mm; no tambor, 0 48o traço
coincide com a referência (48 x 0,005 = 0,240mm). Logo, a medida indicada no imicro
é 36,50 + 0,240 = 36,740mm.

SENAI 59
Metrologia

Micrômetro para medições internas - Exercício

Cilindro Pistão
Ord. Ord.
Med. Unid. Med. Unid.
Med. Med.

A A

B B

C C

60 SENAI
Metrologia

Conjunto êmbolo
e cilindro

Ord.
Med. Unid.
Med.

SENAI 61
Metrologia

62 SENAI
Metrologia

Relógio comparador

O relógio comparador é um instrumento de precisão, utilizado em medições lineares.


Serve para comparar ou medir folgas, desgastes e empenos em componentes ou
conjuntos mecânicos.

Relógio comparador

SENAI 63
Metrologia

Constituição

Basicamente, o relógio comparador é constituído dos elementos descritos na


ilustração abaixo.

1 Carcaça
2 Haste de medição
3 Mecanismo
4 Ponteiros
5 Mostrador graduado
6 Aro
7 Ponta de contato apalpador

Constituição do relógio comparador

Os componentes do mecanismo do relógio estão alojados na carcaça. Esta serve de


base para fixação do relógio a um suporte, no ato da medição.

A haste de medição é cilíndrica e provida de cremalheira. Sua função é transmitir


movimento para as engrenagens do mecanismo. Um apalpador é rosqueado em sua
extremidade estando, sempre, sob a ação de uma mola que provoca seu retorno para
a posição de repouso.

O mecanismo do relógio comparador é composto de engrenagens e mola espiral. As


engrenagens transmitem o movimento da haste de medição para os ponteiros. Uma
mola espiral mantém os dentes das engrenagens em contato e controla o retorno dos
ponteiros para a posição do repouso.

Esses ponteiros têm por finalidade:


• Registrar as variações mais sensíveis da posição do apalpador (ponteiro maior);
• indicar o número de voltas do ponteiro maior, o que é feito pelo ponteiro menor.

O relógio comparador tem o zero ajustável através de um aro, que é um anel móvel
que envolve o mostrador e sustenta sua tampa de proteção de vidro ou acrílico.

64 SENAI
Metrologia

O mostrador está localizado na frente da carcaça do relógio comparador. Na periferia,


ou seja, no contorno do mostrador, estão as divisões que registram o deslocamento do
ponteiro grande. O deslocamento do ponteiro menor é indicado em um círculo pequeno
no interior do mostrador.

No mostrador encontram-se também as indicações relativas ao sistema de medida


(métrico ou inglês), sensibilidade e amplitude.

Os dois ponteiros do mostrador apresentam o deslocamento do apalpador, que é uma


ponta rosqueada na extremidade da haste de medição e que mantém contato com a
superfície a ser comparada (ou medida).

O apalpador é endurecido por tratamento especial para ter maior durabilidade e sua
forma e tamanho variam de acordo com o tipo de medição a que ele se destina.

Apalpadores usados no relógio comparador

Funcionamento

Um deslocamento da haste de medição faz com que o mecanismo seja acionado. O


mecanismo, por sua vez, aciona os ponteiros, que se deslocam em suas referidas
escalas.

SENAI 65
Metrologia

Quando o sentido do deslocamento da haste é de fora para dentro, corresponde a um


deslocamento do ponteiro maior no sentido horário (variações positivas).

Variação positiva

Quando o sentido do deslocamento é de dentro para fora, em virtude da ação da mola


de retorno da haste, o ponteiro maior se movimenta no sentido anti-horário (variações
negativas).

66 SENAI
Metrologia

Acessórios

Os acessórios do relógio comparador são os suportes e as tampas traseiras.

Os suportes para relógio comparador são utilizados para fixar o relógio comparador na
posição de medição. Essa posição é conseguida colocando-se a haste de medição do
relógio perpendicular à superfície a ser medida ou comparada.

Os suportes utilizados na mecânica de automóvel são o suporte de base magnética e o


suporte de fixação mecânica, ilustrados a seguir.

Suporte de base magnética

Suporte de fixação mecânica

SENAI 67
Metrologia

As tampas traseiras são utilizadas para fixar o relógio comparador no suporte.

Tampas traseiras para relógio comparador

Utilização do relógio comparador

O relógio comparador é identificado pelas seguintes características, gravadas n


mostrador do instrumento: amplitude, sensibilidade e sistema de medida, como se
observa na fotografia abaixo

Relógio comparador

A amplitude é a máxima medida, positiva, que pode ser indicada pelo instrumento. No
uso do relógio comparador, deve-se comparar medidas que correspondem, no
máximo, à metade da amplitude. Dessa forma será possível avaliar suas variações
positivas ou negativas.

A sensibilidade é a menor medida que pode ser indicada pelo aparelho e corresponde
ao menor deslocamento do ponteiro maior na escala graduada do mostrador.

68 SENAI
Metrologia

Os relógios comparadores são construídos de acordo com os sistemas de medida


utilizados industrialmente.

No início das medições deve-se impor uma carga á haste de medição. Essa carga
inicial ou carga de medição tem por finalidade permitir que o deslocamento do
ponteiro maior se faça nos dois sentidos: horário (variações positivas) e anti-horário
(variações negativas).

Representação das variações positivas e negativas devidas à carga de medição

O valor de carga de medição é indicado pela coincidência do ponteiro menor com um


traço de sua escala. No exemplo ilustrado a seguir, o valor dessa carga é 5mm.

Representação da carga de medição

SENAI 69
Metrologia

A coincidência do ponteiro maior com o terceiro traço de sai escala indica 0,03mm.

Representação de deslocamento de 0,03mm

A coincidência do ponteiro maior ocorre com o 55o traço e indica 0,55mm e assim
sucessivamente.

Representação de deslocamento de 0,55mm.

70 SENAI
Metrologia

Quando o ponteiro maior atinge o 100o traço significa que houve uma variação de
1,00mm (cem centésimos), que corresponde a uma volta completa em sua escala.
Nessa posição, o ponteiro menor terá percorrido um intervalo (distância entre dois
traços) da sua escala.

Representação de deslocamento de 1,00mm

Leitura

A leitura do instrumento é feita contando-se o número de intervalos ultrapassados pelo


ponteiro menor em sua escala mais o número de divisões registradas pelo ponteiro
maior.

No exemplo ilustrado abaixo, a


carga de medição era de 5,00mm;
houve um deslocamento de dois
intervalos (2,00mm) do ponteiro
menor em sua escala mais a
coincidência do ponteiro maior com
o 57o traço de sua escala
(0,57mm). A medida total, portanto,
é de 2,57mm.
2,00mm
+ 0,57mm
2,57mm
Representação de deslocamento de 2,57mm

SENAI 71
Metrologia

Relógio comparador (milímetros) - Exercício

72 SENAI
Metrologia

Observações:
1) O início da seta no mostrador pequeno mostra a carga inicial ou de medição
2) Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva.

Empeno do disco de freio Folga do rolamento da manga de eixo

Empeno Unidade Folga Unidade

SENAI 73
Metrologia

Selecione o gabarito especificado.

Afira o relógio na medida do Verifique o cilindro


gabarito

Essa verificação é feita segundo o esquema


da figura acima

74 SENAI
Metrologia

1a medida 2a medida 3a medida

Posição Posição Medida Unid. Posição Medida Unid.


da Medida Unid. da da
medida Medida medida

A A A

B B B

Relógio comparador com escala no sistema inglês

No relógio comparador com escala no sistema inglês (polegadas), cada divisão da


escala vale 0,001”.

Relógio comparador com escala em polegadas

A coincidência o ponteiro maior com o 2o


traço indica 0,002”

Indicação da medida 0,002”

SENAI 75
Metrologia

A coincidência do ponteiro com o 3o traço indica 0,003”

Indicação da medida 0,003”

Quando a coincidência do ponteiro maior ocorrer com o 67o traço, significa que a
leitura será 0,067”, e assim sucessivamente.

Indicação da medida 0,067”

76 SENAI
Metrologia

Quando o ponteiro maior atinge o 100o traço, representa 0,100, que corresponde a
uma volta completa em sua escala. Nessa posição, o ponteiro menor terá percorrido
um intervalo (distância entre dois traços) em sua escala.

Indicação de medida 0,100”

A leitura do instrumento é feita contando-se o número de intervalos ultrapassados pelo


ponteiro menor em sua escala mais o número de divisões registradas pelo ponteiro
maior.

No exemplo ilustrado abaixo, a carga de medição era de 0,500”; houve um


deslocamento de três intervalos (0,300”) do ponteiro menor em sua escala, mais a
coincidência do ponteiro maior com o 66o traço de sua escala (0,066”). A medida,
portanto, é de 0,366”.

Indicação da medida 0,366”

SENAI 77
Metrologia

Condições de uso

• O relógio comparador tem que ser utilizado em comparações que tenham, no


máximo, a metade de sua amplitude.
• A aferição do relógio é feita no início da comparação, girando-se o aro do
mostrador até que o zero da escala periférica coincida com o ponteiro maior
• O posicionamento correto do instrumento implica maior confiança na medida.
• A superfície por medir tem que estar limpa pois, em caso contrário, trará resultado
duvidoso.
• Antes de ter início a comparação, deve-se dar uma carga inicial ou de medição na
ponta de contato para garantir o deslocamento do ponteiro nos dois sentidos:
horário e anti-horário.

Conservação

• Evitar que o relógio comparador sofra choques.


• Ao montá-lo no suporte, verificar o aperto de todos os parafusos do suporte.
• Por ser de construção delicada, evitar a utilização do instrumento além de sua
amplitude, bem como movimentos bruscos durante a sua utilização.
• O relógio comparador deve, sempre, ser limpo após o uso e guardado em seu
próprio estojo.

78 SENAI
Metrologia

Leitura de relógio comparador (polegadas) - Exercício

Observações:
1) O início da seta no mostrador pequeno mostra a carga inicial ou de medição.
2) Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva.

SENAI 79
Metrologia

Selecione o gabarito especificado.

Afira o relógio na medida do Verifique o cilindro


gabarito

Essa verificação é feita segundo o esquema da figura acima


1a medida 2a medida 3a medida

Posição Posição Posição


da Medida Unid. da Medida Unid. da medida Medida Unid.
Medida medida

A A A

B B B

80 SENAI
Metrologia

Verificador de folgas

É um instrumento de medição muito usado na oficina de reparação de automóveis.


Destina-se a medir as folgas existentes nos diversos mecanismos e peças.

O verificador de folgas de lâminas consiste em um agrupamento de lâminas de várias


espessuras, dispostas em forma de canivete.

Verificador de folgas

O verificador de folga cilíndrica é


constituído de hastes com formato
cilíndrico, em várias medidas, dispostas
geralmente em forma de canivete.

Verificador de folga cilíndrica

As medidas das lâminas e hastes podem estar graduadas no sistema métrico, em


milímetros, ou no sistema inglês, em polegadas.

SENAI 81
Metrologia

Os verificadores variam de acordo


com a finalidade a que se destinam.
Existem jogos de lâminas de maior
comprimento e que são utilizados
conjuntamente com um dinamômetro,
como se observa na ilustração
abaixo.

Dinamômetro com verificador de


folgas

Emprego

Os casos mais comuns de uso de


verificadores de lâminas estão
representados nas ilustrações
seguintes.

Verificação de folga axial de


engrenagens

Verificação de folga axial de Verificação de folga entre êmbolo e


engrenagem cilindro de freio

82 SENAI
Metrologia

O verificador de haste cilíndrica presta-se mais para a medição de passagens


calibradas e superfícies que não permitem verificação correta com o uso de lâminas.

No automóvel, seu uso é indicado no ajuste dos eletrodos das velas de ignição.

Verificação de folga de eletrodo

Condições de uso

O verificador deve ser selecionado de acordo com a necessidade de trabalho.

A lâmina ou a haste cilíndrica não deve entrar com pressão excessiva na folga por
medir.

A medição não deve ser feita em mecanismos em funcionamento, para não provocar
deformações nas lâminas.

Conservação

Após sua utilização, o verificador deve ser limpo e protegido contra a oxidação.

O verificador deve ser guardado em lugar limpo e isento de umidade.

SENAI 83
Metrologia

Verificação de folgas com verificador de lâminas - Exercício

Cilindro Cilindro Cilindro Cilindro Cilindro


de de de de de
roda no 1 roda no 2 roda no 3 roda no 4 roda no 5

Folga Unid. Folga Unid. Folga Unid. Folga Unid. Folga Unid.

Vela no 1 Vela no 2 Vela no 3 Vela no 4 Vela no 5

Medida Medida Medida Medida Medida


da Unid. da Unid. da Unid. da Unid. da Unid.
Folga Folga Folga Folga Folga

84 SENAI
Metrologia

Goniômetro

O goniômetro é um instrumento usado para medir ou verificar ângulos. Para usos


comuns, em casos de medidas angulares que não exigem extremo rigor, o instrumento
indicado é o goniômetro simples ou transferidor de grau.

Goniômetro simples

SENAI 85
Metrologia

O desenho abaixo é de um goniômetro de precisão, o disco graduado e o esquadro


formam uma só peça, apresentando quatro graduações de 0o a 90o . O articulador gira
com o disco do nônio ou verniê e, em sua extremidade, há um ressalto adaptável à
régua.

Goniômetro de precisão

As ilustrações seguintes dão exemplos de diferentes medições de ângulos de peças


ou ferramentas, mostrando várias posições da lâmina.

Exemplos de medições com goniômetros

86 SENAI
Metrologia

Divisão angular no sistema sexagesimal

Na figura abaixo observa-se a divisão do disco graduado do goniômetro, onde cada


ângulo reto apresenta 90 divisões. Portanto, cada divisão vale 1º (um grau).

Disco graduado do goniômetro

Leitura do goniômetro

Os graus inteiros são lidos na graduação do disco com o traço zero do nônio. O
sentido da leitura tanto pode ser da esquerda para a direita quanto da direita para a
esquerda.

Leitura da esquerda para a direita Leitura da direita para a esquerda

SENAI 87
Metrologia

Nos goniômetros de precisão, o nônio tem 12 divisões para a direita e para a esquerda
do seu ponto zero. Se o sentido da leitura for para a direita, usa-se o nônio da direita;
se for para a esquerda, usa-se o nônio da esquerda.

Disco graduado e nônio do goniômetro

Cálculo da aproximação do goniômetro

e
a=
n

a = aproximação
e = menor valor do disco graduado = 1º
n = número de divisões do nônio = 12 divisões

1º 60'
a= = = 5’
12 12

Portanto, cada divisão do nônio é menor 5’ do que duas divisões do disco graduado.

88 SENAI
Metrologia

Se coincidir o primeiro traço do nônio, a leitura será 0º5’; o segundo traço, a leitura
será 0º 10’; o nono traço, a leitura será 0º45’.

Indicação da medida 0º45’ Indicação da medida 0º10’

Indicação da medida 0º45’

Conhecendo-se o disco graduado e o nônio do goniômetro, pode-se fazer a leitura de


qualquer medida.

Indicação da leitura 29º35’

SENAI 89
Metrologia

Goniômetro - Exercício

1 2 1

3 4 3

5 6 5

7 8 7

9 10 9

10

90 SENAI
Metrologia

Ângulo da sede

SENAI 91
Metrologia

92 SENAI
Metrologia

Tabela múltipla de conversão


Polegadas Decimais de Milímetros Polegadas Decimais de Milímetros
polegadas Polegadas

1/64 .015625 0.397 33/64 .515625 13.097


1/32 .03125 0.794 17/32 .53125 13.494
3/64 .046875 1.191 35/64 .546875 13.891
1/16 .0625 1.588 9/16 .5625 14.287
5/64 .078125 1.985 37/64 .578125 14.684
3/32 .09375 2.381 19/32 .59375 15.081
7/64 .109375 2.778 39/64 .609375 15.478
1/8 .125 3.175 5/8 .625 15.875
9/64 .140625 3.572 41/64 .640625 16.272
5/32 .15625 3.969 21/32 .65625 16.669
11/64 .171875 4.366 43/64 .671875 17.065
3/16 .1875 4.762 11/16 .6875 17.462
13/64 .203125 5.159 45/64 .703125 17.859
7/32 .21875 5.556 23/32 .71875 18.256
15/64 .234375 5.953 47/64 .734375 18.653
1/4 .25 6.350 3/4 .75 19.050
17/64 .265625 6.747 49/64 .765625 19.447
9/32 .28125 7.144 25/32 .78125 19.843
19/64 .296875 7.541 51/64 .796875 20.240
5/16 .3125 7.937 13/16 .8125 20.637
21/64 .328125 8.334 53/64 .828125 21.034
11/32 .34375 8.731 27/32 .84375 21.430
23/64 .359375 9.128 55/64 859375 21.827
3/8 .375 9.525 7/8 .875 22.225
25/64 .390625 9.922 57/64 .890625 22.621
13/32 .40625 10.319 29/32 .90625 23.018
27/64 .421875 10.716 59/64 .921875 23.415
7/16 .4375 11.113 15/16 .9375 23.812
29/64 .453125 11.510 61/64 .953125 24.209
15/32 .46875 11.906 31/32 .96875 24.606
31/64 .484375 12.303 63/64 .984375 25.003
1/2 .5 12.700 1 1. 25.400

SENAI 93
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SENAI 94
Metrologia

Tabela de conversões
para obter multiplicar por

COMPRIMENTO
milímetro polegada 25,4
metro pé 0,3048
metro jarda 0,9144
quilômetro milha 1,609
ÁREA
2 2
milímetro polegada 645,2
2 2
centímetro polegada 6,45
2 2
metro pé 0,0929
2 2
metro jarda 0,8361
VOLUME
3 3
milímetro polegada 16387,0
3 3
centímetro polegada 16,387
3
litro polegada 0,01639
litro galão 3,7854
3 3
metro pé 0,02832
MASSA
quilograma libra (lb) 0,4536
gramas onça (oz) 28,35
FORÇA
newton (N) quilograma força (kgf) 9,807
newton (N) onça (oz) 0,278
newton (N) libra (lb) 4,448
TORQUE
newton.metro (N.m) libra.polegada (Ib.pol) 0,11298
quilograma força.centímetro (kgf.cm) libra.polegada (Ib.pol) 1,152
newton.metro (N.m.) libra.pé (lb.pé) 1,3558
quilograma força.metro (kgf.m) libra.pé (lb.pé) 0,13826
newton.metro (N.m.) quilograma força.metro (kgf.m) 9,806
newton.metro (N.m.) quilograma força.centímetro
(kgf.cm) 0,098

POTÊNCIA
quilowatt (kw) hp 0,746
quilowatt (kw) cv 0,736
PRESSÃO
2 2 2
quilograma/centímetro libra/polegada (lb;pol ) 0,0703
2 2
quilopascal (Kpa) libra/polegada (lb/pol ) 6,896
2 2
quilopascal (Kpa) quilograma/centímetro (kg/pol ) 98,1
2 2
bar (bar) libra/polegada (lb/pol ) 0,069
2 2
bar (bar) quilograma/centímetro (kg/cm ) 0,981

SENAI 95
Metrologia

SENAI 96
Metrologia

Referências bibliográficas

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Departamento


Nacional Mecânico de automóveis: metrologia Rio de Janeiro, 1984

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento


Regional de São Paulo Controlador de medidas. Por Benjamin Prizendt
São Paulo, 1988

________. Controle de medidas. Por Benjamin Prizendt. São Paulo, 1988

SENAI 97
Metrologia

98 SENAI
Aprendizagem industrial
Mecânico de automóvel

46.25.11.433-8 Mecânico de automóvel I


Ferramentas
Metrologia
Ajustagem mecânica
Suspensão e direção

46.25.12.435-7 Mecânico de automóvel II


Freios
Transmissão

46.25.13.437-6 Mecânico de automóvel III


Arrefecimento
Alimentação
Eletricidade do motor

46.25.14.439-5 Mecânico de automóvel IV


Lubrificação
Motor

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