Você está na página 1de 1

Sócrates ​(469 a.C. - 399 a.C.

O discurso de ​Sócrates ​(199c-212b), de longe o mais elaborado filosoficamente, pode


ser dividido em três partes. Primeiro, há um diálogo com Agathon (199c-201c) no qual
sócrates estabelece um ponto acerca da noção de “desejo”. Todo desejo tem dois
aspectos: (i) é relacional, pois é desejo ​de ​algo; (ii) é carência, pois é desejo de algo que
não se possui atualmente. Agathon tinha argumentado em seu discurso que a natureza
de Eros possui o atributo da beleza e que tal posse permite ao Amor transferir seu
atributo às coisas com as quais se relaciona. Sócrates faz Agathon assentir que essa
afirmação não se sustenta, pois​ Eros é desejo de beleza e​ o que deseja x não possui x.
Portanto, o Amor em si não transfere a beleza. Ele é uma busca pela beleza, cujo efeito
psíquico é levar o indivíduo a aprender quais meios permitem obter as coisas belas.

Tendo exposto isso, Sócrates passa para a segunda parte de seu discurso (201e-209e).

BORGES, Anderson de Paula. O Banquete. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017

Você também pode gostar