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Agathon ​(448 a.C. - 400 a.C.

O discurso de ​Agathon ​segue de perto as regras dos discursos elogiosos, embora tenha
a intenção de ser inovador, pois começa com a defesa de um princípio: Agatão diz que
pretende falar primeiro da natureza de Eros para só então tratar de seus efeitos. Ele
parece se referir ao princípio socrático, comum nos diálogos ditos “da juventude” de
Platão, segundo qual devemos sempre enunciar os atributos de x com base no
conhecimento da natureza essencial de x. Agatão passa a descrever e a defender dois
atributos centrais de Eros: suprema beleza e suprema bondade. Para cada um, ele
menciona uma lista de “evidências”, cujo propósito é mostrar que o atributo em questão
é, de fato, verdadeiro de Eros. Naturalmente, por ser um poeta exímio em oratória, tais
evidências não passam de recursos retóricos construídos sobre imagens e analogias
retiradas da poesia e da arte, como nota Bury (1932, ​introdução​, pag. 35)O discurso se
fecha com menção aos efeitos daqueles atributos: paz, prazer, admiração, guia excelente
em várias atividades entre outros.

BORGES, Anderson de Paula. O Banquete. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017

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