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SIGILO COMERCIAL - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO - FINALIDADE

- Mandado de Segurança. Exibição de documento. Desnecessidade.


- A primazia conferida pelo Código Tributário Nacional para exame
de livros comerciais e outros papéis é própria e exclusiva da fiscalização
tributaritária strictu sensu, ressalvada a requisição judicial,feita dentro das
normas próprias e quando não for possível à Administração obter por seus
próprios meios a informação de que necessita.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA lª REGIÃO


Mandado de Segurança n. 22.770

Impetrante: GERDAU - Sociedade de Previdência Privada


Advogados: Pedro Augusto de Freitas Gordilho e outros
Impetrado: Juízo Federal da 5ª Vara - DF
Interessada: Fazenda Nacional
Relator: Juiz Fernando Gonçalves

EMENTA Gerdau - Sociedade de Previdência Privada


- impetra mandado de segurança contra ato
MANDADO DE SEGURANÇA. EXIBI- da Juiza Federal Substituta da 51 Vara da
çÃO DE DOCUMENTO. DESNECESSI- Seção Judiciária do Distrito Federal, que en-
DADE. tende lesivo a direito seu líquido e certo.
1. A primazia conferida pelo Código Tribu- Deflui do articulado vestibular que a impe-
tário Nacional para exame de livros comer- trante obteve, inicialmente, através de medida
ciais e outros papéis é própria e exclusiva da cautelar ajuizada, provimento liminar impe-
fiscalização tributária strictu sensu, ressalva- ditivo do desconto, retenção e recolhimento
da a requisição judicial, feita dentro das nor- do IOF, do Imposto de Renda e do IPMF,
mas próprias e quando não for possível à Ad- incidentes sobre as aplicações financeiras rea-
ministração obter por seus próprios meios a lizadas através dos bancos comerciais e outras
informação de que necessita. instituições. Por via de agravo de instrumento
2. Segurança concedida. a decisão foi cassada, ao fundamento de que
a suspensão da exigibilidade do crédito tribu-
tário somente se verifica nas precisas hipóte-
ACÓRDÃO ses do art. 151 do CTN.
Na vara de origem, foi a impetrante, ainda
Decide a 21 Seção do TRF - 11 Região, segundo a inicial, intimada a fornecer os no-
por unanimidade, conceder a ordem. mes dos bancos e instituições financeiras aos
Brasília, 28 de novembro 1995 quais entregou cópia da decisão concessiva
Juiz Fernando Gonçalves - Presidente e da liminar. Contra esta determinação, em
Relator nome do sigilo comercial, foi interposto agra-
vo de instrumento e impetrada a presente or-
dem para lhe atribuir efeito suspensivo.
RELATÓRIO Nas informações, a autoridade impetrada,
em breve histórico da controvérsia, encami-
o ExmlJ. Sr. Juiz Fernando Gonçalves: - nha cópia da decisão impugnada.

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o parecer ministerial, da lavra da Dri Maria Por outro lado, a qualquer um é assegurado
Célia Mendonça, é no sentido da concessão o direito de questionar a exigibilidade de de-
da ordem. terminado gravame, sem ficar exposto a outro
A medida liminar foi indeferida. ônus que não aquele previsto na lei. A exibi-
É o relatório. ção de documentos deve obedecer a uma sis-
temática processual restrita ao ponto objeto
da investigação. Como bem destacado pela
VOTO impetrante, .. não se acham presentes os re-
quisitos necessários ao deferimento da exibi-
o Exmfl. Sr. Juiz Fernando Gonçalves (Re- ção parcial dos livros e documentos (CPC,
lator): - A douta Procuradoria Regional da art. 382). O exame de livros comerciais, em
República, de maneira coerente, enfatiza (fo- ação judicial (e, a fortiori, a lista reclamada
lhas 101/102): no r. despacho impugnado, que contempla a
.. Cabe lembrar que o Código de Processo indicação de todos os bancos e instituições
Civil prevê três espécies de exibição. A exi- financeiras aos quais a impetrante entregou
bição incidental de que tratam os arts. 355 e cópias da decisão concessiva da medida limi-
seguintes, a cautelar disciplinada no art. 844 nar) é limitado, ex lege, às transações entre
e a ação autônoma. (CF. Ovídio A. Batista da os litigantes. Ora, não toca ao objeto do litígio
Silva in Ação Cautelar e o CPC; Humberto - que envolve a demonstração da imunidade
Theodoro Junior in Processo Cautelar). das entidades fechadas de previdência privada
Ao que pensamos, não se verifca, in casu, (infra, 6) - saber quais os bancos e institui-
nenhuma das hipóteses elencadas nos dispo- ções financeiras aos quais a impetrante entre-
sitivos citados, pelo que, forçoso e concluir-se gou cópias da liminar, porque o exame defe-
que o ato impugnado não está autorizado por rido não versa sobre pontos que se discutam
expressa, disposição de lei. em juízo." (folhas 04).
Saliente-se, por outro lado, que no exercício Em face do exposto, concedo a ordem.
da atividade de fiscalização tributária tem a
autoridade administrativa o poder-dever de
examinar mercadorias, documentos, arquivos e VOTO-VOGAL
papéis, a teor do art. 195 do CIN, relativamente
às pessoas referidas no § único do art. 194. o Sr. Juiz Eustáquio Silveira: Sr. Presiden-
Se assim é, ou seja se o Fisco poderá obter te, como se vê, na verdade a determinação
por via administrativa a providência determi- judicial não determinou a exibição de livros
nada pelo ato impugnado não precisaria, ob- comerciais nem a quebra de sigilo de opera-
viamente, acionar a jurisdição para proteção ções comerciais. Porém, a determinação im-
do seu direito, sendo evidente a falta de inte- pugnada não tem qualquer amparo na lei, o
resse de agir a obstar o acolhimento da pre- que, em outras palavras, significa tratar-se de
tensão formulada pela Fazenda Nacional e uma decisão ilegal: Conforme demonstrado
acolhida pelo ato impugnado." pelo Ministério Público Federal, no seu pare-
Na real verdade, a obrigação imposta à im- cer, e pelo ilustre Relator, não é caso de exi-
petrante não encontra amparo no ordenamen- bição de qualquer documento, já que se trata
to jurídico, uma vez que a primazia conferida apenas de uma medida cautelar em que a li-
pelo Código Tributário Nacional para exame minar foi revogada por acórdão deste Tribu-
de livros comerciais e outros papéis é própria nal. Assim, entendo que, não havendo qual-
e exclusiva da fiscalização tributária strictu quer amparo legal para essa imposição feita
sensu, ressalvada, evidentemente, a requisi- ao ora impetrante, a decisão deve ser suspensa
ção judicial, feita dentro das normas próprias em seus efeitos. E digo suspensos seus efei-
e quando não for possível à Administração tos, porque existe um recurso que foi inter-
obter por seus próprios meios a informação posto, qual seja, o agravo de instrumento, que
de que necessita. deverá ser decidido pelo órgão fracionário

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competente desse Tribunal. Não sei exata- sessão realizada nesta data, proferiu a seguin-
mente qual é o pedido neste mandado de se- te decisão:
gurança, se é para dar efeito suspensivo ao .. A Seção, à unanimidade, concedeu a Or-
agravo ou é para de vez anular a decisão. dem, nos termos do voto do Sr. Juiz Relator."
Seja de qual forma for, acompanho o emi- Os Srs. Juízes Tourinho Neto, Eliana Cal-
nente Relator concedendo a segurança, mas mon, Eustáquio Silveira, João Vieira Fagun-
apenas para dar efeito suspensivo ao agravo, des, Olindo Menezes e César Carvalho (con-
de vez que entendo que o mandado de segu- vocado), votaram com o Relator.
rança contra ato judicial não é sucedâneo do Ausente, justificadamente, o Sr. Juiz Osmar
recurso. Tognolo.
Paulo Félix Coelho, Secretário

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA


IJlREGIÃO COMENTÁRIO
SESSÃO DA SEGUNDA SEÇÃO
1. O acórdão comentado aplicou o melhor
Pauta de: 14/11/95 direito, ao decidir que o resguardo do sigilo
Julgado em: 28/11/95 comercial não pode ser desabrigado senão na-
MS 95.0122770-7/DF quilo que toca ao objeto do litígio, situação
Relator: Exmo. Sr. Juiz Fernando Gonçalves não contemplada nos autos, em que se discu-
Presidente da Sessão: Exmo. Sr. Juiz Fernan- tia a imunidade constitucional tributária.
do Gonçalves 2. É certo que as Súmulas (do STF) nlls. 260
Proc. da República: Exmo. Sr. Antonio Car- e 439 admitem o exame dos livros comerciais
los da Fonseca em ação judicial. Ms fazem a ressalva: limi-
Secretário: Paulo Felix Coelho tação às transações entre os litigantes:
"260. O exame de livros comerciais, em
áção judicial fica limitados às transações en-
AUTUAÇÃO tre os litigantes."
"439. Estão sujeitos à fiscalização tributá-
Impte.: GERDAU-Sociedade de Previdência ria, ou previdenciária, quaisquer livros co-
Privada merciais, limitado o exame aos pontos objeto
Adv.: Pedro Augusto de Freitas Gordilho e da investigação."
outros 3. O vetusto Código Comercial já limitava
Impdo.: Juízo Federal da 5i! Vara-DF tal averiguação apenas à questão em debate,
Interes.: Fazenda Nacional quer a averiguação por inteiro (Cód. Com.,
Procur.: Carlos Guilherme Fracovich Lugones art. 18), quer a averiguação parcial (Cód.
NfI. de origem: 9400048416 Vara: 5 Com., art. 19: "o tocante à questão"):
Justiça: Tribunal Regional Federal "Art. 18. A exibição judicial dos livros de
escrituração comercial por inteiro, ou de ba-
lanços gerais de qualquer casa de comércio,
SUTENTAÇÃO ORAL só pode ser ordenada a favor dos interessados
em questões de sucessão, comunhão ou so-
Sustentou oralmente o Dr. Pedro Augusto ciedade, administração ou gestão mercantil
de Freitas Gordilho pela Impetrante. por conta de outrem, e em caso de quebra.
Art. 19. Todavia, o juiz ou Tribunal do
Comércio, que conhecer de uma causa, pode-
CERTIDÃO rá, a requerimento da parte, ou mesmo ex
officio, ordenar, na pendência da lide, que os
Certifico que a Egrégia SEGUNDA SE- livros de qualquer ou de ambos os litigantes
çÃO, ao apreciar o processo em epígrafe, em sejam examinados na presença do comercian-

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te a quem pertencerem e debaixo de suas vis- onde acaba a comunhão dos lançamentos,
tas, ou na de pessoa por ele nomeada, para pontifica CARVALHO DE MENDONÇA."
deles se averiguar e extrair o tocante à ques- 7. Escrevendo já no regime do Cód. de Pro-
tão. (... )." cesso Civil em vigor, que no art. 382 sufraga
4. Permite o art. 191Cód. Com., na pendên- o princípio, anota o grande processualista,
cia da lide, como se vê, o exame da escritu- sublinhando a mesma restrição (Comentários,
ração, de qualquer das partes, "para deles se 1977, Forense, vol. IV, p. 214).
averiguar e extrair o tocante à questão" . Pelo "Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar
simples enunciado do texto legal verifica-se à parte a exibição parcial dos livros e docu-
que, tratando-se de questão estranha ao ob- mentos, extraindo-se deles suma que interes-
jeto do litígio, não cabe o exame (e, afortiori, sar ao litígio, bem como reproduções auten-
a relação deferida pelo ato judicial impugna- ticadas."
do), porque a sua causa determinante é o es- "O art. 382, ampliando a norma do art. 19
clarecimento da questão (dados obviamente do Código Comercial, autoriza que com a
relacionados ao objeto do litígio, e não dados exibição dos livros se produza igualmente a
a ele estranhos, como na espécie, porque to- dos documentos que interessarem ao litígio.
cam à relação fisco-contribuinte). Tem a exibição por finalidade apenas per-
5. Daí assinalar o Ministro AMARAL SAN- mitir que se averigue e se extraía no tocante
TOS, escrevendo no regime do Código ante- à questão (Codigo Comercial, art. 19), ou
rior, em sua obra laureada (Prova Judiciária seja, "no que interessar ao litígio" (art. 382).
no Civil e Comercial, 1966, vol. IV, p. 469): Quer dizer que o exame deve versar tão-so-
"Chama-se parcial a exibição quando os mente sobre aqueles pontos que se discutem
livros são reclamados para exame na parte em em juízo e que podem ser provados por livros
que interessa à questão posta em juízo, isto é, ou documentos. Ou melhor, o exame deve
na parte em que se acham os registros ou versar sobre os lançamentos ou registros co-
lançamentos que versam sobre os fatos con- muns às partes."
trovertidos. Consiste, na lição impecável de 8. O entendimento pretoriano, como não
CARVALHO DE MENDONÇA, "na apre- podia deixar de ser, prestigia a lição da dou-
sentação dos livros para serem consultados, trina consagrada, somente deferindo a medida
na parte onde se acha mencionado o registro excepcional relacionada àquilo que interessar
ou lançamento relativo à questão pendente em ao litígio. A título meramente exemplificativo
juízo, extraindo-se o tocante a esta, porque reproduza-se expressivo julgado do Eg. TJSP
somente é comum o respectivo registro ou (RT, 523/58):
lancamento." "( ... ) A perícia contábil se faz mediante
Corresponde ao que os franceses denomi- informação colhida em livros e papéis justi-
nam "apresentação" (répresentation) e os ita- ficativos dos lancamentos; sua realização não
lianos e espanhóis "exibição" (exibizione ex- é obstada por qualquer preceito restritivo, res-
hibición)." salvado o sigilo comercial devido; e sua legi-
6. Ressaltando que a lei contempla a averi- timidade repousa na adequação da pesquisa
guação apenas daquilo que toca à questão, às necessidades da prestação jurisdicional em
acrescenta o mesmo celebrado autor (ob. cit, causa. Assim, os informes da escrituração de
p.470): terceiro são limitados aos pontos necessários,
"Tem por finalidade, apenas, permitir que como se infere do art. 382 do CPC" .
se averigue e se extraia no tocante à questão 9. O exame de livros comerciais, em ação
(Cod. Comercial, art. 19). Quer dizer que o judicial, fica limitado, pois, às transações en-
exame deve versar tão-somente sobre aqueles tre os litigantes. Está na lei, na doutrina, na
pontos que se discutem em juízo e que podem jurisprudência e sempre foi assim sufragado
ser provados por livros. Ou melhor, o exame pelo entendimento uniforme do Eg. Supremo
deve versar sobre os lançamentos ou registos Tribunal, como se extrai de notável preceden-
comuns às partes. A obrigação de exibir cessa te, da lavra do saudoso Ministro GONÇAL-

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VES DE OLIVEIRA, proferido no MS 9.057 trativo. " (RUBENS REQUIÃO, Curso de Di-
(RTJ, 20-84): reito Comercial, 4i ed., 1974, p. 104).
"Sigilo bancário. Perícia. Quesitos. O ca- 13. Daí acrescentar o celebrado comercia-
dastro do Banco é excluido do exame dos lista (ob. cit., p. 104):
peritos, que devem se limitar aos negócios das "Não prevalece (refere-se ao sigilo comer-
partes em litígio, não tendo o poder de exa- ciai) em relação ao fisco, mas mantém-se in-
minar, na perícia, quaisquer outros dados ou cólume em relação aos demais efeitos. O art.
lançamento estranhos ao objeto do litígio." 198 do Código Tributário Nacional, dispõe,
10. Ora, não tocava certamente ao objeto por isso, que "sem prejuízo do disposto na
do litígio - voltado exclusivamente para a legislação criminal, é vedada a divulgação,
demonstração da imunidade das entidades fe- para qualquer fim, por parte da Fazenda Pú-
chadas de previdência privada - saber quais blica, ou de seus funcionários, de qualquer
os bancos e instituições financeiras aos quais informação obtida em razão do ofício, sobre
a impetrante entregara cópias da liminar, por- a situação econômica ou financeira dos sujei-
que o exame deferido pelo ato judicial impug- tos passivos ou de terceiros e sobre a natureza
nado não versa sobre pontos que se discutam e estado dos negócios ou atividades."
em Juízo. A determinação teria foros de legi- 14. No mesmo sentido ressalta o Professor
timidade, sim, se tocasse à qualificação jurí- FRAN MARTINS (Curso de Direito Comer-
dica da impetrante, livros e documentos que cial, 2i ed., Forense, Rio, p. 187):
demonstrassem (ou não, claro) sua condição "Deve-se ter em conta que o exame feito
de entidade fechada de previdência privada, nos livros pelos agentes do fisco não é a mes-
nunca visando informações não autorizadas ma coisa que a exibição dos mesmos livros,
por lei, porque - conseqüência da inação do feita pelos comerciantes, em determinados
Erário, em não averiguar e exigir o crédito casos. A exibição é judicial, só pode ser pro-
tributário questionado - alheias, como dito, cessada em juízo a requerimento das partes e
ao objeto do litígio. observadas determinadas circunstâncias. O
11. É inegável que as leis tributárias reser- exame é um ato de fiscalização, por parte do
vam ao Poder Público, através de seus agen- fisco, e por intermédio de seus agentes, de-
tes, o direito de exigir a exibição administra- vendo, ainda, esses agentes guardar segredo
tiva dos livros comerciais e fiscais, para neles funcional do resultado de sua fiscalização,
verificar se os tributos foram pagos regular- não lhe sendo permitido, assim, se utilizarem
mente. E tais leis eliminam, para os efeitos do conhecimento das atividades do comer-
estritamente fiscais. O sigilo dos livros, como ciante para outro fim que não o que a lei lhes
se contém no art. 195 do Código Tributário incumbe."
Nacional (Lei n!! 5.172, de 25.10.66), que dis- 15. O exame autorizado pelo Código Tri-
põe: " Para os efeitos da legislação tributária, butário Nacional se faz mediante informação
MO têm aplicação quaisquer disposições le- colhida pela fiscalização nos livros e papeis
gais, excludentes ou limitativas do direito de justificativos dos lançamentos, não sendo sua
examinar mercadorias, livros, arquivos, do- realização vedada por qualquer preceito ad-
ministrativo, ressalvado o sigilo comercial
cumentos, papéis e efeitos comerciais oufis-
que está garantido pelo art. 198 do Código
cais dos comerciantes, industriais ou produ-
Tributário Nacional. Ao contrário, a exibição
tores, ou da obrigação destes de exibi-los. "
autorizada pelo art. 382 do Código de Proces-
12. Não existe, como se vê, sigilo comercial
so Civil- que é a exibição de que se cuidava
em relação a Fazenda Pública. Ms como res- - repousa na adequação da averiguação às
salta o Professor RUBENS REQUIÃO, revo- necessidades da prestação jurisdicional em
gando os dispositivos do Código Comercial, causa. Ora, os informes da escrituração visa-
que asseguram o segredo dos livros, "o Co- dos no pedido da Fazenda e autorizados pelo
digo Tributário Nacional restringiu os efeitos despacho impugnado não se continham aos
dessa revogação apenas ao âmbito adminis- pontos necessários, porque tais pontos são

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aqueles limitados à questão posta em juízo, dência privada, já que esta é que é a questão
vale dizer, a qualificação jurídica da impe- que se trouxe a debate, como sufragou o acór-
trante, livros e documentos que demonstrem dão comentado. (PEDRO GORDILHO, advo-
sua condição de entidade fechada de previ- gado em Brasília e São Paulo).

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