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Unidade II

BIOSSEGURANÇA

Prof. Renato Fernandes


Descontaminação

 Descontaminar é tornar um utensílio adequado ao seu uso.


 A intensidade desse processo depende do uso do utensílio.
 Descontaminação é uma série de procedimentos que visam a
reduzir os perigos físicos, químicos e biológicos em um
utensílio.
t íli
 Os perigos biológicos são os mais presentes entre todos os
perigos.
perigos
 Não existe eliminação de perigo biológico, apenas redução.
Descontaminação: tratamento matemático

 Os micro-organismos se reproduzem por divisão celular: uma


célula dá origem a duas, que dão origem a 4 e assim por
diante.
diante
 Depois de diversos ciclos, o número de células fica muito
grande e uma técnica matemática para lidar com números
grandes é o logaritmo.

 Década é a multiplicação da carga microbiana por 10.


Limpeza

 A primeira fase da descontaminação é a limpeza.


 Limpeza é a remoção mecânica (manual ou automática) de
sujidades físicas e químicas do utensílio.
 Também remove uma carga biológica, mas não é o objetivo
principal.
i i l
 As sujidades físicas e químicas protegem os micro-
organismos.
organismos
 Fazendo uma comparação com a limpeza de um prato sujo
com molho de macarrão,, o enxágue
g bem feito reduz o trabalho.
Desinfecção

 Objetiva a eliminação de células vegetativas.


 Só pode ser feita após uma limpeza para a remoção das
sujidades físicas e químicas que protegem os micro-
organismos.
 Pode
P d ser feita
f it por meios
i físicos
fí i ou químicos.
í i
 O meio físico é o tratamento térmico, que é o aquecimento do
utensílio durante um certo tempo (binômio tempo x
temperatura).
 Por meios qquímicos são utilizados o álcool 70%,
%, o hipoclorito
p
de sódio a 1%.
Esterilização

 Objetiva a eliminação de vírus e esporos.


 Só pode ser feita após uma limpeza para a remoção das
sujidades físicas e químicas e de uma desinfecção para a
eliminação das células vegetativas.
 L
Lembre-se
b d que a eficiência
de fi iê i dos
d processos ded
descontaminação é proporcional à carga microbiana inicial.
 Podem ser por meios físicos (tempo x temperatura ou
radiação) ou por meios químicos (líquidos ou gasosos).
 Costuma-se evitar a esterilização
ç p por meios químicos
q líquidos
q
devido à possibilidade de formação de bolhas.
Descontaminação

Classificação Processo Descrição Exemplo

Apenas contato
Termômetro,
Não crítico Limpeza
p com a ppele
comadre
íntegra
Contato com a Sondas de
Semicrítico Desinfecção pele ferida ou endoscopia e
com mucosas colonoscopia
Contato com Agulhas, bisturis,
Crítico Esterilização
sangue catéteres
Interatividade

O leite cru, dependendo das condições higiênicas do curral,


tem uma carga microbiana que pode atingir valores de até
1010 ufc/mL.
fc/mL Um processo de paste
pasteurização
ri ação de
deve
e inativar,
inati ar pelo
menos, 6 décadas nessa quantidade. Qual será o valor final da
carga
g microbiana?
a) 6 ufc/mL
b)) 105 ufc/mL
c) 4 ufc/mL
d)) 104 ufc/mL
e) 1016ufc/mL
Legislação em Biossegurança

 A Biossegurança não se refere apenas a aspectos


trabalhistas, mas envolve também a ética em pesquisa, meio
ambiente e processos envolvendo
en ol endo tecnologia genética
genética.
 Primeira lei brasileira sobre Biossegurança é a Lei n° 8.794/95,
que gerou muita polêmica,
polêmica pois se limitou apenas a controlar
a produção de OGM e seus derivados, mas deixou muitos
outros aspectos sem suporte legal.
 Uma nova lei foi feita em substituição: a Lei n° 11.105/2005.
 Essa nova lei abrange, além dos aspectos da tecnologia de
OGM, os experimentos com embriões, a clonagem e o
comércio de órgãos e tecidos.
Legislação em Biossegurança

 Organismos geneticamente modificados são os organismos


modificados por técnicas de DNA/RNA recombinantes.
 Nesta técnica, trechos das moléculas de DNA ou RNA são
manipulados fora da célula e depois são inseridos no interior
das células,
células que agregam esses trechos ao DNA original
original.
 Esse processo difere de outros processos de manipulação
genética,, como os cruzamentos selecionados,, pois
g p é possível
p
introduzir trechos de DNA de espécies diferentes.
Lei n
n° 11.105/05
11 105/05

 Estabelece mecanismos de fiscalização sobre a construção, o


cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a
transferência a importação
transferência, importação, a e
exportação,
portação o arma
armazenamento,
enamento
a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no
meio ambiente e o descarte de Organismos
g Geneticamente
Modificados (OGM) e seus derivados.
Tem como diretrizes:
 o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e
biotecnologia;
 a proteção à vida e à saúde humana, animal e vegetal;
 a observância do princípio da precaução para a proteção do
meio ambiente.
ambiente
Lei n
n° 11.105/05
11 105/05

 Esta lei também permite, para fins de pesquisa e terapia, a


utilização de células-tronco embrionárias, desde que:
 sejam embriões inviáveis;
 sejam embriões congelados há 3 anos ou mais.
 Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos
genitores.
 IInstituições
tit i õ ded pesquisa
i que realizem
li pesquisas
i com células-
él l
tronco embrionárias humanas devem submeter seus projetos
a uma CEP.
 É proibida a comercialização do material biológico.
Lei n
n° 11.105/05
11 105/05

É proibido:
 projetos relativos a OGM sem a manutenção de registro de seu
acompanhamento individual;
 engenharia genética em célula humana;
 clonagem humana;
 destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus
d i d em desacordo
derivados d d com as normas estabelecidas
t b l id pelal
CTNBio.
Conselho Nacional de Biossegurança

 O CNBS é um órgão de assessoramento do Presidente da


República para a formulação e a implementação da Política
Nacional de Biossegurança
Biosseg rança (PNB).
(PNB)
O CNBS é composto pelos Ministros de Estado:
 d
da Casa
C Ci
Civil
il da
d Presidência
P idê i dad República,
R úbli que preside
id o
Conselho;
 da Ciência e Tecnologia; do Desenvolvimento Agrário;
 da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Justiça;
 da Saúde; do Meio Ambiente; do Desenvolvimento,
Desenvolvimento Indústria
e Comércio Exterior; das Relações Exteriores; da Defesa;
 secretário de Aquicultura e Pesca.
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

 A CTNBio é uma comissão de caráter técnico para


implementação da PNB e no estabelecimento de normas
técnicas e de autorização
a tori ação para pesq
pesquisa
isa e uso
so comercial de
OGM e seus derivados.
 É o órgão que acompanha o desenvolvimento e o progresso
científico nas áreas de biotecnologia.
 É composta
p por
p 27 membros designados
g pelo
p Ministro de
Estado da Ciência e Tecnologia, cidadãos brasileiros de
reconhecida competência técnica, com grau acadêmico de
doutor.
doutor
 Entre esses membros estão representantes técnicos dos
Ministérios que compõe o CNBS.
CNBS
Resíduos do Serviço de Saúde: RSS

 A Resolução CONAMA nº 006/1991 desobrigou a incineração


dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de
saúde.
saúde
 Os RSS são sempre tratados como resíduos sólidos. Os
líquidos contaminados são embalados
embalados.
 São RSS todos os resíduos gerados por serviços de saúde
humana ou animal;; de ensino e pesquisa
p q na área de saúde;;
acupuntura e tatuagem; atendimento radiológico, medicina
nuclear e quimioteraia; hemoterapia e de produção de
hemoderivados; farmácias
farmácias, drogarias e indústrias
farmacêuticas; necrotérios e laboratórios de análises.
Interatividade

Uma possibilidade para a clonagem terapêutica seria o uso de


células-tronco embrionárias, porém, fora o dilema ético gerado,
a própria legislação brasileira só permite a utilização
tili ação de
embriões congelados em clínicas de fertilização em casos
especiais.
p Uma alternativa a essa demanda seria:
a) Células embrionárias abandonadas.
b)) Óvulos recém-fecundados.
c) Células-tronco de cordões umbilicais.
d)) Óvulos com núcleo.
e) Células embrionárias viáveis frescas.
Programa de Gerenciamento

 O Programa de Gerenciamento dos RSS (PGRSS) é um


conjunto de procedimentos de gestão que visa a minimizar a
prod ção de resíd
produção resíduos
os e proporcionar um
m encaminhamento
seguro aos resíduos gerados.
 É um documento que descreve as ações relativas ao manejo
dos resíduos sólidos, desde a geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
tratamento e disposição final.
 A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81) e
a Lei dos Crimes Ambientais (Lei n.n 9.605/98)
9 605/98) responsabilizam
as pessoas físicas e jurídicas, autoras e coautoras de condutas
ou atividades lesivas ao meio ambiente.
Classificação do RSS

 Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes


biológicos.
 Grupo B: resíduos contendo substâncias químicas.
 Grupo C: quaisquer materiais radioativos.
 Grupo D: lixo comum.
 Grupo E: perfurocortantes ou escarificantes.
Etapas do manuseio

 Geração: pode acontecer em qualquer parte do processo e em


qualquer instante, desde a aplicação de um simples curativo,
até uma
ma cir
cirurgia
rgia comple
complexaa com remoção de peças
anatômicas.
 Acondicionamento: os resíduos devem ser acondicionados
conforme suas características, obedecendo critérios de
simbologia.
 Transporte interno: procedimentos de movimentação
intraestabelecimento, do ponto de geração até o local de
armazenamento temporário
temporário.
Etapas do manuseio

 Armazenamento temporário: é a guarda temporária dos


recipientes contendo os resíduos, já acondicionados, em local
pró imo aos pontos de geração
próximo geração. Não é permitida a
remontagem dos recipientes.
 Armazenamento externo: o armazenamento temporário
externo consiste no acondicionamento dos resíduos em
abrigo, em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para
os veículos coletores.
Etapas do manuseio

 Coleta e transporte externo: consiste na remoção dos RSS do


abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de
tratamento ou
o disposição final.
final
 Tratamento dos resíduos: consiste na aplicação de métodos
que modifiquem as características dos riscos inerentes aos
resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação.
 Disposição
p ç final: consiste na disposição
p ç definitiva de resíduos
no solo ou em locais previamente preparados para recebê-los.
Interatividade

Foi encontrado, em um lixão clandestino, um saco plástico


contendo lixo hospitalar. Foram identificados remédios, frascos
de vidro
idro e tubos
t bos de ensaio contendo amostras de sangue.
sang e A que
q e
grupo de RSS pertencem esses materiais?
a) Grupos A,
A B e C; respectivamente
respectivamente.
b) Grupos B, E e D; respectivamente.
c) Grupos C,
C E e A; respectivamente
respectivamente.
d) Grupos B, C e A; respectivamente.
e) Grupos B,
B E e A; respectivamente
respectivamente.
Legislação Trabalhista

 A CLT é o principal documento da nossa Legislação


Trabalhista e foi assinada em 1º de maio de 1943.
 A CLT possui anexos chamados Normas Regulamentadoras
(NR).
 A NR
NR-5
5 ttrata
t dda criação
i ã ed do ffuncionamento
i t da
d CIPA,
CIPA que é
obrigatória para todas as empresas.
 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem
como objetivo a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho.
CIPA

 A CIPA é composta por um número igual de representantes


do empregador e de representantes dos empregados.
 O presidente da CIPA deve ser escolhido pela empresa; o vice-
presidente deve ser eleito dentre os representantes eleitos.
 O empregado
d eleito
l it tem
t estabilidade
t bilid d desde
d d o registro
i t de
d sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato.
PPRA

 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é obrigatório


nas empresas.
 É regulamentado pela NR9.
 Visa a proteger a saúde dos trabalhadores, do meio ambiente
e dos
d recursos naturais.
t i
 As ações do PPRA incluem:
 levantamento
l t t dos
d riscos;
i
 planejamento de ações;
 registro,
i t manutenção
t ã e divulgação
di l ã de
d dados;
d d
 periodicidade e avaliação do desenvolvimento do PPRA.
PCMSO

 O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional é


estabelecido pela NR7.
 Suas exigências básicas são a realização e os registros dos
seguintes exames em todos os empregados de uma empresa:
 exame admissional;
d i i l
 exame periódico;
 exame de
d retorno
t ao trabalho
t b lh (após
( ó afastamento
f t t por doença
d
ou acidente);
 exame de mudança de função;
 exame demissional.
Mapa de risco

 Mapa de risco é uma representação gráfica dos fatores de


risco presentes nos locais de trabalho.
 Esses fatores têm origem nos diversos elementos do
processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações,
suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização
do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de
trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de
trabalho, treinamento).
Mapa de risco
Prevenção de incêndios

 A combustão é uma reação química entre um combustível


e o oxigênio do ar, gerando calor e luz.
Sistema de hidrantes e sprinklers

 Esses sistemas são compostos por reservatórios, bombas


de incêndio, tubulações, válvulas, abrigos.
 O sistema de hidrantes tem como objetivo dar continuidade
à ação de combate a incêndios até o domínio e possível
extinção.
extinção
 Ao utilizar-se o sistema de hidrantes, é fundamental desligar
a energia
g da edificação.
ç
 Um rociador de incêndios (em inglês, sprinkler) é um
dispositivo automático para a extinção de incêndios.
Tipo de extintores

 Os extintores de incêndio combatem incêndios na sua fase


inicial.
 O tipo de extintor depende do tipo de incêndio a ser
combatido:
 Classe
Cl A
A: incêndios
i ê di que, ao queimarem,
i deixam
d i resíduos.
íd
 Classe B: incêndios que não deixam resíduos.
 Cl
Classe C
C: são
ã os iincêndios
ê di em que a eletricidade
l t i id d é um
elemento presente.
 Classe D: incêndios especiais
especiais. Usado em metais pirofóricos.
pirofóricos
Interatividade

Assinale a alternativa que descreve um dos trabalhos da CIPA.


a) Propor a contratação de planos de saúde.
b) Realizar verificações nos ambientes e identificar situações
que venham a trazer riscos.
c) Prevenir doenças decorrentes ou não do trabalho.
d) Prevenir acidentes, considerados do trabalho ou não.
e) Realizar treinamentos para a melhoria da produtividade da
empresa.
ATÉ A PRÓXIMA!

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