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CÓDIGO: 41101_20_02
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França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo
É nesta premissa que o discurso da Presidente da Comissão Europeia Ursula
Von Der Leyen, proferido a 16 de Setembro de 2020, se figura como a de um
comandante que toma o leme de um navio no meio da tempestade e uma guarnição
que anseia pela sua voz para entrar em ação.
Covid-19, esse gigante adamastor que levou Von der Leyen a iníciar o seu
discurso, enfatizando a força e resiliência que os Europeus têm tido desde o início da
pandemia; identificando fragilidades essencialmente nos campos sociais, económicos,
laborais e reconhecendo uma visão míope da União Europeia quanto à estrutura da
saúde e da ciência; que se pensava estar na vanguarda, capacitada de salvaguardar a
vida humana nestes cenários; revelou-se pois como uma fina vulnerabilidade e
transpareceu a tremenda dependência do exterior para suprimir males maiores.
Antes do alerta vermelho causado pela pandemia, o Mundo vivia o alerta verde
causado pela enorme crise ambiental.
Na agenda Europeia, consta ainda o tão delicado assunto das migrações, que
eclodiu ferozmente em 2015 e desde então se esfuma na atualidade da UE. Crises
geradas por conflitos trazem cada vez mais pessoas à Europa e a Europa não está a
saber lidar de forma coerente com este acontecimento. Von Der Leyen sublinha que a
UE é e continuará a ser solidária, não compactuando com qualquer ação de racismo ou
intolerância nesse âmbito. Acrescenta que a Europa tem capacidade de acolhimento e
que todos têm proteção internacional de algum modo, porém define regras entre
refugiados e migrantes económicos e que estes últimos deveram ser conduzidos à sua
origem. A melhor depreensão retirada desta fase do discurso, assenta na criação de
canais legais e seguros para os refugiados contrariando as fortes políticas de restrição
que só impulsionam a imigração ilegal, o trafico humano e a exploração. Será a UE
capaz de ver o copo meio cheio revertendo a migração a seu favor? Sim é possível dar
uma frescura à envelhecida demografia europeia, é possível também ver o contributo
positivo que poderão dar no segmento laboral e consequentemente à economia. Porém
as ameaças polvilham-se um pouco por toda a Europa com as visões nacionalistas do
copo meio vazio, declarando ameaças identitárias, geopolíticas e de segurança.
Bibliografia