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Os ingleses jogavam a competição em casa e eram favoritos ao título, mas nas quartas de
final teriam que passar pela boa equipe argentina. Mordida pelos fracassos de 1958 e
1962, a albiceleste havia se preparado para fazer diferente em 66. O técnico Juan Carlos
Lorenzo montou um time repleto de bons jogadores, que representavam uma excelente
geração de atletas da nação.
A primeira etapa do objetivo foi cumprida. Com dois gols de Artime, a Argentina venceu
a Espanha por 2 a 1 na estreia. Depois segurou o 0 a 0 contra a poderosa Alemanha, e
bateu sem maiores problemas a Suíça por 2 a 0. Era a primeira vez desde o Mundial de
1930 que a seleção argentina conseguia superar a fase inicial do torneio.
Mas a Argentina começou bem a partida e não permitiu o domínio inglês. A defesa sul-
americana conseguia conter o poderoso ataque britânico, enquanto o excelente quarteto
ofensivo formado por Onega, Rattín, Artime e Más preocupava o sólido sistema
defensivo do time da casa. Mas aos 35' de partida ocorreu o lance que mudou a história
do jogo.
Começou quando Rattín reclamou de uma marcação do árbitro alemão Rudolf Kreitlen,
que não entendeu o que dizia o craque argentino, mas não gostou de sua expressão
facial e de prontidão o expulsou. Rattín se desesperou pedindo um tradutor, mas o
juiz da partida se mostrou inflexível. Passados vinte minutos, o atleta argentino saiu de
campo, e amassou uma pequena bandeira inglesa. Ato que levou a torcida da casa a vaiá-
lo de maneira eufórica.
Até hoje, o mundo lembra do jogo com extrema vergonha, uma vez que a tão bem
montada argentina teve um sonho destruído — em grande parte, pela arbitragem — . O
país sul-americano voltou da Europa mordido e com fome de revanche. Nascia a
rivalidade entre argentinos e ingleses, uma das maiores e mais emblemáticas na história
do futebol, que ainda promoveria muitos instantes eternos.